PERIODONTIA
produzido por Yasmim Barbosa Alves
PERIODONTIA
01 PERIODONTO DE PROTEÇÃO
02 PARÂMETROS CLÍNICOS PERIODONTAIS
03 INSTRUMENTOS PERIODONTAIS
04 PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO
05 CONTROLE MECÂNICO DO BIOFILME
06 BIOFILME E DIETA
07 ESTUDO DIRIGIDO - PROVA 1
produzido por Yasmim Barbosa Alves
PERIODONTIA
08 MICROBIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
09 ETIOPATOGÊNESE DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
10 TERAPIA PERIODONTAL
11 EXAME RADIOGRÁFICO EM PERIODONTIA
12 RESUMO PRA PROVA PRÁTICA
produzido por Yasmim Barbosa Alves
PERIODONTO DE PROTEÇÃO
FUNÇÃO
protege e reveste o alvéolo dentário contra o biofilme, microrganismos.
COMPOSIÇÃO
1. Gengiva marginal livre
2. Gengiva inserida
3. Gengiva/papila interdental
ANATOMIA MACROSCÓPICA DO PERIODONTO
A gengiva faz parte da mucosa oral, e é chamada de:
→ Mucosa mastigatória
- gengiva e palato
→ Mucosa especializada
- dorso da língua
→ Mucosa de revestimento ou alveolar
- as demais
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CARACTERÍSTICAS DE UMA GENGIVA SAUDÁVEL
- rosa-pálida
- não edemaciada
- brilhosa
- firme e resiliente
- festonada/arqueada com os dentes
- sem sangramento
SUBDIVISÕES DA GENGIVA
1. Gengiva marginal ou livre
- é chamada assim, pois ela não está aderida, se colocar um jato de ar, ela dá uma balançada
- Circunda o colo dos dentes
- Consistência fina e firme (fica levemente aderida devido as fibras colágenas)
- Ranhura presente apenas em 30-40% dos adultos
- Mais pronunciada na vestibular
- Não tem aspecto de casca de laranja
2. Gengiva inserida
- está aderida, "na raiz do dente"
- firme e resiliente
- aspecto pontilhado (stippling) / casca de laranja
- Largura variável de 1 a 9mm
- Na vestibular, é maior em incisivos superiores e maior em pré molares superiores, pois
é área de maior susceptibilidade de recessão gengival
3. Gengiva/papila interdental
- aspecto piramidal, preenche os espaços interdentários
- preenche a ameia gengival
- o formato depende do formato do dente, da largura da superfície proximal e do ponto
de contato
*em dentes anteriores: tem formato piramidal
*em dentes posteriores: área de col (área de epitélio não queratinizado, menos resistente à
penetração de biofilme e mais suscetível à DP)
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OBS: a área de col é um epitélio não queratinizado, que é mais suscetível à doença periodontal, pois
a queratina é importante para dar mais resistência, logo, é uma região mais fácil à inflamação.
4. Sulco gengival
é uma espécie de espaço virtual entre dente e gengiva, invaginação da gengiva marginal livre
- média de 2-3mm
- gengiva saudável: sonda entra até 3mm
Diferença entre SULCO HISTOLÓGICO X SULCO CLÍNICO
- Sulco histológico: 0,69mm
representa a distância da margem gengival até a porção coronária do epitélio juncional.
- Sulco clínico: 2-3mm
representa a distância da margem gengival até a profundidade de penetação da sonda
periodontal no tecido gengival. Determina a condição do periodonto
É diferente, pois quando se coloca a sonda as fibras se amolecem e conseguem permitir que
esta se adentre.
4. MUCOSA ALVEOLAR
- frouxa
- móvel (não queratinizada, por isso, mais móvel)
- avermelhada (mais vascularizada)
LIMITES
→ Junção/linha mucogengival: divide a gengiva inserida da mucosa alveolar
→ Sulco ou ranhura marginal/gengival livre: divide a gengiva marginal livre da gengiva inserida
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ANATOMIA MICROSCÓPICA DO PERIODONTO
→ EPITÉLIO GENGIVAL
- Função de proteção: eliminação de metabólitos, defesa
- Realiza trocas seletivas com o ambiente
- Alta taxa de renovação: devido aos queratinócitos
- não queratinizado
→ EPITÉLIO JUNCIONAL E SULCULAR
1. epitélio sulcular
- reveste o espaço em forma de "v"
- não queratinizado
- sem cristas epiteliais
- importantância: possui uma membrana semipermeável, que permite a passagem de
produtos antimicrobianos/substâncias de defesa para a região do sulco, onde o
biofilme se instala, para proteção do biofilme
2. epitélio juncional
- não queratinizado
- aderido firmemente à superfície do dente
- evita que o biofilme penetre nas regiões mais profundas do periodonto
- importância: previne a colonização subgengival, permite a passagem de fluidos
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→ EPITÉLIO ORAL/EXTERNO
- reveste a gengiva externamente
- epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
- Função: proteção mecânica
- Possui papilas conjuntivas e cristas epiteliais (interdigitação) que dão origem ao
aspecto de casca de laranja (quando há edema, esse aspecto desaparece)
PRINCIPAIS CÉLULAS DO EPITÉLIO ORAL:
QUERATINÓCITO MELANÓCITO LANGERHANS CÉLULAS DE
MERKEL
proteção melanina células de preceptores
mecânica defesa (APCS) táteis
unidos por se encontram ficam entre os
desmossomos na camada queratinócitos junto às
mais profunda: terminações
renovação basal e nervosas
epitelial espinhosa
as camadas
mais
profundas
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CAMADAS DO EPITÉLIO ORAL:
→ TECIDO CONJUNTIVO
- Composição: fibras colágenas: 65% e fibroblastos 5%.
- Produz fluido gengival, que tem como função: limpeza do sulco
- atividade antimicrobiana
- O fluido é aumentado quando há doença periodontal, devido aos marcadores
inflamatórios
- O fluido é drenado em direção ao suco para ser eliminado
CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO:
● FIBROBLASTOS
- produção de fibras colágenas do tipo I,
licoproteínas, glicosaminoglicanas; substância amorfa; enzimas (colagenases)
- função: desenvolvimento, manutenção e reparo
● MASTÓCITOS
- produção de matriz, substâncias vaso ativas; inflamação
- função: defesa
● MACRÓFAGOS
- função: defesa
- fagocitam os microrganismos na região
- a quantidade aumenta nos processos inflamatórios
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● CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
- neutrófilos, linfócitos, plasmócitos
● CÉLULAS INDIFERENCIADAS
- células tronco
- função: reparação e renovação tecidual
MATRIZ INTERCELULAR
- Produzida por: fibroblastos, sangue e mastócitos
- Constituição: proteoglicanos e glicoproteínas
- Função: regulação do fluxo de fluidos
FIBRAS GENGIVAIS
→ Colágenas do tipo I: une a gengiva marginal ao dente*
→ Reticulares: interface epitélio-conjuntivo
→ Elásticas: ficam adjacentes ao osso
OS FEIXES DAS FIBRAS COLÁGENAS VARIAM DE FORMA E TAMANHO:
- Gengivodentais: se inserem no cemento e se abrem em leque em direção à lâmina da
gengiva livre
- Periosteodentais: se inserem na crista do osso alveolar e se abrem em leque em leque
em direção à lâmina da gengiva livre
- Periosteogengivais: se inserem na região do cemento e caminham em direção à crista do
osso alveolar
- Circulares: fibras que circundam o colo do dente; "amarram o dente ao colo"
- Transeptais: une um dente ao outro
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IMPORTÂNCIA DESSAS FIBRAS:
- proteção durante o estresse mastigatório
- proteção contra invasão de microrganismos
- inserção conjuntiva (união do dente à gengiva marginal)
- união da gengiva marginal livre ao dente
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PARÂMETROS CLÍNICOS PERIODONTAIS
DIAGNÓSTICO
No diagnóstico, realizamos uma avaliação geral do paciente e considerações sobre a cavidade oral;
É importante salientar também, que o interesse deve estar no paciente que tem a doença, e não
simplesmente na doença em si.
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
É o prontuário periodontal, o qual é divido em 3 partes:
1. Anamnese
2. Exame clínico intra-oral
3. Exame periodontal (periograma)
I - ANAMNESE
- inicia-se com perguntas sobre dados pessoais do paciente
- motivo da consulta/queixa principal
- histórico de doença atual
- histórico médico familiar
II - EXAME CLÍNICO INTRA-ORAL
- realiza-se um pequeno odontograma, procurando por:
1. Realiza-se a marcação dos dentes que apresentam lesão de cárie ativa (pois a cárie pode
ser um fator irritante e reservatório de bactérias para o periodonto, gerando uma doença
periodontal)
2. Restaurações defeituosas
3. Marcar os dentes que foram substituídos por prótese removível, fixa ou implantes
4. Marcar os dentes que há apinhamento dental e/ou aparelho ortodôntico
5. Presença de cálculo visível sob as superfícies dentais
6. Avaliação de tecidos moles (freios e bridas, fibroma, líquen plano, hiperplasia…)
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III- PERIOGRAMA
- pode ser em gráfico ou em valores absolutos
- mas na ufpb, utilizamos o periograma em valores absolutos
- para cada elemento dental, avaliamos 6 sítios de avaliação (sendo 3 na face vestibular e 3
na face lingual)
PARÂMETROS CLÍNICOS
Lineares
- parâmetro linear que possui dois pontos de referência, o qual a medida entre esses pontos é
medido em milímetro.
1. Profundidade de sondagem (PS)
- medida da margem gengival ao fundo da bolsa/sulco (epitélio juncional)
- profundidade normal: de 2-3mm
- medida em milímetros (mm): mensurada ao milímetro mais próximo
- avalia a migração apical do epitélio juncional
- O que avalia? presença ou ausência de bolsa
OBS: se for maior do que 3mm, passa a ser uma bolsa, e não mais um sulco! não avalia doença, e
sim apenas a presença ou ausência de bolsa*prova
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mA
2. Recessão gengival (RG)
- medida da junção esmalte-cemento até a margem gengivalM
- obrigatoriamente, temos que ver a junção cemento-esmalte visível no exame clínico se
houver recessão gengival
- avalia o quanto a margem gengival migrou apicalmente
- valor normal de uma recessão gengival: 0mm
- marcada em azul na imagem abaixo:
junção cemento-esmalte: linha amarela
margem gengival: linha roxa
3. Nível clínico de inserção (NCI)
- medida da junção esmalte-cemento até o fundo da bolsa (epitélio juncional)
- é como se fosse a "ünião" dos 2 parâmetros anteriores em uma só medida
- avalia a migração do epitélio juncional e a retração gengival (PS + recessão gengival) em
pacientes em que já houve alteração periodontal
- medida em mm
- importância: retrato mais fiel, atual da área e também o histórico do sítio periodontal do
paciente
- NCI = RG + PS
- Se a recessão gengival for 0, o Nível clínico de inserção é igual à profundidade de
sondagem.
- Se a recessão gengival for diferente de 0, devemos fazer a soma, ou seja, RG + PS.
- Ex: RG = 1 e PS = 3, logo NCI = 4mm, e isso não significa que se tem bolsa, mas que já
houve bolsa alí.
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ERROS INERENTES À SONDAGEM DAMPG
vários fatores influenciam o processo:
→ o diâmetro da ponta da sonda (0,4 - 0,5mm)
→ angulação e posicionamento da sonda (deve ser o mais paralelo possível, respeitando a
anatomia)
→ a marcação na própria sonda (baixa qualidade pode ir apagando, autoclave)
→ pressão aplicada (de apenas 0,25N, similar a uma pressão leve e que logo isquemia)
→ grau da inflamação tecidual
Padrões dicotômicos
4. Sangramento à sondagem (SS)
- sangramento no sítio sondado
- medido em presença e ausência (0 ou 1)
- avalia a inflamação dos tecidos gengivais e a atividade da doença
OBS: pode haver profundidade de sondagem anormal e mesmo assim, não haver sangramento. Se
não sangra, é uma bolsa residual. Não há atividade de doença, então o que se deve fazer é
acompanhar.
5. Supuração (SUP)
- Supuração (branca) devido à sondagem ou pressão digital
- medido em presença e ausência (0 e 1)
- significa que há exacerbação da doença periodontal, cronicidade da doença.
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m
Parâmetros em graus
1. MOBILIDADE (MOD)
- perda contínua dos tecidos de suporte
- a mobilidade é medida em graus (0, 1, 2 e 3)
Mobilidade grau 0: não há!
Mobilidade grau 1: fisiológica;
Mobilidade grau 2: exclusivamente vestíbulo-lingual/palatino (pode reduzir para 1, ou zerar);
Mobilidade grau 3: em "peão" (nesses casos não há tratamento, já é indicação de exodontia, pois
não há mais tecido de sustentação).
OBS: trauma de oclusão também pode causar mobilidade!
2. LESÃO DE FURCA
- progressão do processo destrutivo em dentes multirradiculares (por vestibular e
lingual)
- medido em graus (1, 2 e 3)
- é medida utilizando a sonda Nabers (marcação de 3 - 6 - 9 e 12mm)
Grau 1: ponta da sonda no interior da sonda, consegue visualizar as duas faixas escuras externas, só
entra a primeira.
Grau 2: vê uma das faixas entrar no interior da furca, mas não atravessa todo o diâmetro
vestíbulo-lingual, ou seja, não consegue atravessar, então significa que ainda há osso.
Grau 3: furca que não há mais nenhuma faixa óssea, a sonda extrapola as 2 faixas da sonda e
atravessa o vestíbulo-lingual
OBS: dentes com lesão de furca não é indicação de exodontia! há tratamento/terapia periodontal para
reverter a lesão de furca, como por exemplo p/ grau 1: raspagem; grau 2: raspagem + inserto; grau 3:
tumelização (realização de pentoplastia)
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INSTRUMENTAIS
1. Sonda UNC (Carolina do Norte) - de 1 a 15 mm (de 1 em 1 mm) com faixas pretas:
4mm -> 10mm -> 15mm
2. Sonda Williams de 10mm (de 1 em 1 mm)
faixas claras 4mm → 6mm (se ficar entre as faixas 3 e 4, é 4, arredonda sempre pra mais do
que pra menos)
3. Sonda Nabers de 12mm
avalia e sonda a extensão das lesões de furca.
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INSTRUMENTAL PERIODONTAL
Os instrumentos periodontais são materiais utilizados nas técnicas de raspagem supra e
subgengival e de alisamento radicular para remoção de cálculo aderido à superfície da raiz e coroa
do dente, eliminando assim, o biofilme, evitando a infecção e promovendo a cicatrização dos tecidos
periodontais.
● CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
→ PARTES
1. haste
2. cabo
3. extremidade ativa (lâmina)
1. HASTE
- Cada haste tem um comprimento e angulação específica
- Essa angulação diz respeito à região indicada a ser utilizada (acesso)
- Haste reta: dentes anteriores
- Haste angulada: dentes posteriores
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2. CABO
- Deve permitir a empunhadura segura e confortável
- Estrutura: deve ser maciço ou oco
- Textura: pode ser liso ou estriado
3. EXTREMIDADE ATIVA
- é o prolongamento do longo eixo do cabo
- a forma diz respeito ao emprego e classificação do instrumento
- pode ser simples ou dupla (de ambos os lados do cabo)
● CLASSIFICAÇÃO
- de acordo com o uso -
INSTRUMENTOS PARA EXAME:
Nesta primeira fase, o objetivo é determinar o estado periodontal do paciente
→ Sondas periodontais
Função: permitem conhecer o grau de avanço dos danos nos tecidos periodontais, graças à sua
parte ativa milimétrica.
→ Exploradores
Função: exame clínico dos dentes e não do periodonto.
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Digite o texto aqui
mACC
Os exploradores e as sonda periodontal servem para detecção de: Digite o texto aqui
- cálculo supra e subgengival Digite o texto aqui
- cáries
- margens restaurações
- asperezas e irregularidades
Os instrumentos exploradores também são utilizados na RAR (raspagem e alisamento
radicular) para avaliação:
- da instrumentação: antes, durante e após
- da superfície radicular
- de bolsas periodontais
INSTRUMENTOS PARA RAR (RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR):
→ Curetas universais
→ Curetas específicas
→ Raspadores (foices e cinzéis)
IDENTIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
- Nome escola: Columbia; UNC (Carolina do Norte)
- Nome projetista: Gracey; McCall
- Números: 7-8; 11-12; 13-14
TIPOS DE SONDAS PERIODONTAIS
1. Willians (10mm)
2. Carolina do Norte (15mm)
3. Marquis (12mm)
4. PSR.CPITN
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Função: auxiliam no diagnóstico de doença periodontal, recessões, lesão de furca, medição da
profundidade de sondagem.
SONDAGEM PERIODONTAL
Fatores que influenciam na profundidade de sondagem:
1. Ângulo de inserção da sonda
2. Características físicas do instrumento
3. Depósitos e irregularidades na superfície radicular
4. Estado inflamatório do tecido gengival
5. Pressão exercida pela examinador
6. Profundidade de bolsa periodontal
Direção e posição:
● Nas faces livres: (vestibular e palatina) o ideal é que a sonda seja inserida reta.
● Nas proximais: deve haver uma inclinação da sonda com apoio no ponto de contato
SONDA NABERS
Função: indicada para verificar o grau de lesão de furca nas raízes
- possui 12mm
3 → 6 → 9 → 12mm
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INSTRUMENTOS PARA RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR
RASPADOR (FOICE) MCCALL 1-10
Função:
- raspagem supra-gengival
- utiliza-se para remoção de grandes massas de cálculo
- lado 1: cinzel / lado 2: foice
→ Foice:
- dorso agudo
- forma triangular
- ângulos de corte reto
- extremidade ativa pontiaguda
→ Cinzel: parte reta
- retira grandes massas de cálculo nas proximais de dentes
OBS: não se utiliza na sub-gengival pq machucaria
CURETAS
- dorso e ponta ativa arredondados
- ângulo de corte curvo
- curetas: uso em 4 faces ou faces específicas
- utiliza-se na sub-gengival, pois antigamente, acreditava-se que deveria ser raspado
também tecidos moles, então pode se utilizar na sub gengival, porém, sabe-se hoje em dia
que pode raspar apenas tecido duro, que automaticamente retira-se o cálculo subgengival
ali
- Tipos: universais e específicas
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UNIVERSAIS:
- Mc Call
- adapta se à todas as faces, por isso, é considerado universal
- 2 ângulos de corte
- utiliza-se mais na supra gengival, embora também possa ser utilizada na sub gengival
● MC CALL 13-14
- para dentes anteriores em todas as faces
- dependendo, pode-se utilizar essa também para pré-molares, pois o diâmetro se assemelha
mais ao de um canino do que de posteriores, porém em concurso, considera-se a 17-18 para
o pré
● MC CALL 17-18
- para uso em dentes posteriores em todas as faces
CURETAS ESPECÍFICAS:
- Gracey (pode também ser utilizada em supragengival, mas é indicada para sub gengival)
- apenas um ângulo de corte
→ Quando as hastes forem mais curtas e menos anguladas: para dentes anteriores
→ Quando forem mais longas e anguladas: dentes posteriores e bolsas profundas
VARIAÇÕES DA CURETA DE GRACEY:
- convencional
- after five
- mini five
AFTER FIVE X MINI FIVE
● After five: é mais longa, ideal para acessar bolsas mais profundas
● Mini five: a ponta ativa é metade da ponta ativa convencional, que serve para áreas com
bolsas mais estreitas, delicadas
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EM RESUMO…
PRINCÍPIOS DE INSTRUMENTAÇÃO
1. Raspagem
processo no qual a placa e o cálculo são removidos das superfícies supra e subgengivais
2. Aplainamento/alisamento radicular
processo pelo qual o cálculo residual e porções de cemento e/ou dentina são removidos, proporcionando
uma superfície lisa, resistente e limpa
Movimento de raspagem:
- deve ter pega correta (caneta modificada, com apoio do dedo anelar ou médio)
- fixação adequada com apoio
- rotação do punho/antebraço
- parte final da haste deve estar paralela à superfície
- deve ser firme, curto e com tração
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Movimento de aplainamento:
- longo, tração e impulsão
- rotação do punho/lateral
- pressão moderada a leve
PRINCÍPIOS PARA UMA BOA RAR (RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR) OPIVI
✔ Operador: ergonomia e posição de trabalho
✔ Paciente: inclinação, encosto e altura do paciente; cabeça
✔ Iluminação: posição do refletor
✔ Visibilidade: visão direta, indireta, limpeza
✔ Instrumentos afiados
ULTRASSOM EM PERIODONTIA
- utilizado para raspagem
- Vantagem: redução de tempo
- Desvantagem: contaminação; emissão de calor; forma e tamanho das pontas; contaminação;
não produz aplainamento; deve complementar com a instrumentação manual!
- O desgaste do cálculo é feito por vibração da ponta
- Atividade cavitacional
- Indicações: região supragengival; grandes massas de cálculo; remoção de manchas
(pigmentos)
- Contra-indicação: pacientes com marca-passo, doenças infecto-contagiosas e
aplainamento radicular
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PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO
COMPOSIÇÃO
1. Ligamento periodontal
2. Cemento
3. Osso alveolar
FUNÇÕES
promovem a união e inserção do dente no alvéolo
1. LIGAMENTO PERIODONTAL
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- função sensorial
- tecido conjuntivo
- vascularizado
- celularizado (por fibroblastos, principalmente)
- alto metabolismo, alta taxa de renovação
- circunda as raízes
- tem forma de "ampulheta"
FUNÇÃO DO LIGAMENTO PERIODONTAL:
1. Função física
- auxilia na ancoragem, proporciona a "retenção do dente"
- mantém o dente no alvéolo (principalmente as fibras em formas de leque e as do
feixes principais, que mantém o espaço entre cemento e o OA)
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- mantém os tecidos gengivais em posição
- proteção dos vasos e nervos
- auxilia na transmissão de forças oclusais (axiais, oblíquas e/ou horizontais, que
são absorvidas pelo ligamento e depois retransmitida atenuadas)
- mantém o estímulo constante para manter o tecido ósseo (pode-se observar que
quando um dente é extraído, há reabsorção óssea, que acontece devido a falta da pressão
exercida/estímulo constante do dente)
● TEORIA 1: TEORIA TENSIONAL
Forças axiais incidem → há a distensão das fibras do ligamento periodontal → transmissão das
forças para o osso alveolar → deformação elástica do osso
Papel principal das fibras elásticas: assim que a força chega ao dente, as fibras são distendidas e o
osso alveolar as recebe, amortecendo-a.
● TEORIA 2: SISTEMA VISCOELÁSTICO
Forças incidem sob o dente dente → extravasamento do fluido extracelular do ligamento
periodontal → pros espaços medulares do osso → ativação secundária das fibras →
amortecimento das forças
Papel das fibras é secundário: assim, quando a força atinge o dente, o líquido que fica na porção
do tecido conjuntivo do LP extravasa para os espaços medulares do osso, e só depois disso, as fibras
são distendidas e as forças amortecidas.
2. Função formadora/remodeladora
auxilia na renovação tecidual
- Responsáveis: fibroblastos e células mesenquimais indiferenciadas
3. Função nutricional
leva nutrientes e metabólitos para a região do cemento, por exemplo, que não é
vascularizada
4. Função sensorial
- que dá inervação e receptores sensoriais: sensibilidade tátil e propioceptores
- detecção de forças externas aplicadas sob os dentes (mecanismos dos músculos
mastigatórios)
- cargas prejudiciais desencadeiam reflexos nociceptivos
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- com o aumento de forças oclusais, temos o alargamento do espaço do LP, aumento no
número de fibras e densidade do OA
COMPOSIÇÃO:
● FIBRAS
COLÁGENAS (feixes principais)
Organização do feixe de fibras colágenas em grupos:
1. Crista: função de reter o dente no alvéolo e se opor às forças laterais
2. Horizontais: função de resistência aos movimentos laterais
3. Oblíquas: função de resistência às forças axiais diretas (paralela)
4. Apicais: função de proteção das estruturas apicais, evitando
principalmente a intrusão
5. Inter-radiculares: função de resistência à intrusão, torque e rotação
- Fibras de sharpey (também são colágenas)
inseridas nas porções terminais do ligamento
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FIBRAS ELÁSTICAS
- Oxitalânicas: controle do fluxo sanguíneo e expansão e encurtamento.
- Elaunínicas: protegem vasos e nervos e forças no LP
- ficam na malha ao redor das fibras colágenas, vasos, nervos
- função: proteção contra as forças que poderiam lesar os vasos
● CÉLULAS
→ Fibroblastos
- (35%) de sua composição
- função: produzir MEC e alta taxa de renovação LP
- renovam as fibras; degradam e sintetizam fibrilas colágenas simultaneamente;
→ Osteoblastos e osteoclastos
- cementoblastos/cementoclastos
- mesenquimais indiferenciadas (que se tornam nas células que estão precisando)
- epiteliais (restos epiteliais de malassez)
- células nervosas (dá a sensibilidade, procepção)
- células inflamatórias
→ Cementoblastos e cementoblastos
- formação e reabsorção de cemento
→ Mesenquimais indiferenciadas
- progenitoras
- responsáveis por repovoar o LP com células específicas
→ Células nervosas (propriocepção)
→ Células inflamatórias (defesa)
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2. CEMENTO
- Tecido conjuntivo mineralizado
- Primo "pobre", não tem:
vasos e nervos, nutrição (vem do LP), não sofre remodelação e não sobre reabsorção
fisiológica
- É mais mole e permeável que a dentina (é de fácil remoção por abrasão da raiz exposta)
FUNÇÕES:
- Unir as fibras colágenas do ligamento periodontal à raíz
- Reparar danos na superfície radicular (fratura ou reabsorção de dentina e cemento:
através da aposição de camadas)
- O cemento aumenta de espessura ao longo da vida (devido aos desgastes fisiológicos do
dente ao avançar da idade)
- Compensa o desgaste dental fisiológico (erupção dentária contínua; aposição contínua;
desgaste oclusal; manter largura no LP no ápice)
TIPOS DE CEMENTO:
I. Primário ou acelular:
formado durante a formação radicular e erupção
II. Secundário ou celular:
formado após a erupção em resposta às demandas funcionais
é mais irregular e tem a presença de cementócitos
FIBRAS:
→ Extrínsecas
Fibras de Sharpey (são perpendiculares)
→ Intrínsecas
cementoblastos (são paralelas)
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CLASSIFICAÇÃO DO CEMENTO
*não cai na prova, é mais pra concurso
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3. OSSO ALVEOLAR PROPRIAMENTE DITO
O osso alveolar é formado por:
1. Processo alveolar
- compacta vestibular e lingual
- osso esponjoso
2. Osso propriamente dito
- parte que reveste o alvéolo e está em contato com o dente
- é a única porção que compõem o periodonto ou lâmina dura
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL:
- Osso cortical: função mecânica e protetora
- Osso esponjoso/trabecular: função metabólica
FUNÇÕES:
- Distribuição e absorção de forças geradas sob os dentes
- Inserção e suporte aos dentes
- Promove fixação dos feixes do LP
- Aloja a medula óssea
- Plasticidade
- Manutenção dos níveis de cálcio no organismo
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CÉLULAS:
Osteoblastos
→ síntese de matriz óssea
→ receptores para hormônios
→ secreção de fatores de crescimento (BMPS)
Osteoclastos
→ reabsorção óssea
→ células gigantes multinucleadas
→ secreção de enzimas (proteases) e ácidos que promovem a desmineralização e
digerem matriz óssea
Osteócitos
→ pouca atividade de síntese
→ manutenção da integridade óssea
→ possui extensões celulares que conectam entre si e com os osteoblastos da
superfície
* O osso alveolar propriamente dito é visualizado na radiografia como a lâmina dura, linha
radiopaca ao redor do ligamento periodontal
*O periodonto de sustentação é melhor visualizado em radiografias (perfil de perda óssea), mas no
exame clínico, consegue-se identificar sinais se já houve recessão, etc.
DEFEITOS ÓSSEOS
- Deiscência e fenestração
má posição dental, tábua óssea fina, volume de raiz
geralmente ocorre na vestibular de anteriores, bilateralmente.
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CONTROLE MECÂNICO DO BIOFILME
BIOFILME
é uma comunidade microbiana extremamente organizada, com variedade de microambientes,
cooperatividade metabólica, sistema circulatório primitivo e matriz exopolissacarídica para proteção
mútua, aderida a superfície sólida mútua
O biofilme:
- é fator etiológico primário da doença periodontal
- a intensidade como desenvolve depende de fatores secundários
- não está presente só nos dentes, mas nos implantes odontológicos…
- o termo placa é relativamente "obsoleto"
HIPÓTESES DA FORMAÇÃO DE BIOFILME
1. HIPÓTESE DA PLACA NÃO ESPECÍFICA
- A DP é resultado da elaboração de produtos nocivos por toda microbiota da placa
- o controle da DP depende do controle da quantidade do acúmulo de placa
Nessa hipótese, acreditava-se que qualquer placa que se formasse sob o dente, formaria a
doença periodontal.
2. HIPÓTESE DA PLACA ESPECÍFICA
- Apenas certa placa é patogênica e sua patogenicidade depende da presença ou
aumento de microrganismos específicos
- ex: Aa e PPMI (periodontite padrão molar incisivos)
MODELO DA GENGIVITE EXPERIMENTAL DE LOE (lê) 1965
Estudo: pegou indivíduos saudáveis e deixou eles por 21 dias sem nenhum tipo de higiene oral. e
após esses dias, eles voltaram a higienizar normalmente.
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Observou-se, então:
RESULTADOS:
- 100% dos indivíduos formaram biofilme
- 100% inflamaram a gengiva em até 21 dias sem higiene oral
- As gengivas desinflamam após a restituição do controle do biofilme com medidas de
higiene
CONCLUSÕES:
- Não há indivíduos imunes à formação do biofilme e à inflamação
- Mudança na composição microbiológica (a medida que o biofilme foi amadurecendo)
- A intensidade da inflamação depende da resposta do hospedeiro (uns inflamaram bem
menos do que outros)
NOVO PARADIGMA: HIPÓTESE DA PLACA ECOLÓGICA
A saúde periodontal é um estado de equilíbrio na qual a população bacteriana coexiste com o
hospedeiro, e não ocorre dano irreparável tanto para as bactérias como para os tecidos do
hospedeiro. A quebra deste equilíbrio causa alterações tanto no hospedeiro como no
biofilme bacteriano e tem como resultado final a destruição dos tecidos periodontais.
Simbiose = equilíbrio
Disbiose = falta de equilíbrio
ESTRUTURA DO BIOFILME
→ COMPONENTES:
1. superfície necessária para a fixação do biofilme (dentes, coroas, próteses, implantes)
2. a comunidade do biofilme em si* (bactérias, vírus, fungos)
3. fluidos (saliva e fluido gengival)
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- superfície dentária
- PAE
- micro colônias bacterianas matriz inter microbianas
- canais de fluidos
MACROSCOPIA DO BIOFILME
- depósitos estruturados, aderidos à superfície do dente ou a outra estrutura dura na
cavidade bucal
- pode ser visualizada após dois dias sem higiene bucal
- tipicamente observado no terço cervical da superfície dentária, mas também pode ser
encontrado em restaurações mal adaptadas, interproximais, etc.
OBS: *matéria alba: lama que é depositada sob a superfície do dente, mas estritamente
desorganizada, que se jogado jato de ar, sai.
"O ritmo de formação e localização do biofilme varia entre indivíduos e os fatores determinantes
incluem: higiene bucal e fatores do hospedeiro (como dieta, composição e quantidade do fluxo
salivar).
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FORMAÇÃO DO BIOFILME
1. FORMAÇÃO DA PELÍCULA ADQUIRIDA DO ESMALTE:
- 1 minuto
- Essa película é formada por componentes proteicos e lipídicos salivares.
- se forma por adsorção seletiva de macromoléculas salivares ao esmalte dentário.
FUNÇÕES:
- protege a superfície do esmalte
- reservatório para íons protetores (F-)
- permite a aderência dos microrganismos (bactérias)
- serve como substrato para microrganismos aderidos
2. COLONIZAÇÃO INICIAL DAS SUPERFÍCIES DENTÁRIAS:
- 4 a 8 horas
- ligantes protéicos das macromoléculas que se aderiram na PA: adesinas, permitem
a colonização de bactérias, formando colonizações iniciais
- bactérias facultativas gram + presente no biofilme inicial: streptococcus
sanguinis e actinomyces viscosus
SUCESSÃO ECOLÓGICA:
Acontece quando as espécies aderidas crescem e as espécies adicionais colonizam e
também crescem. Nessa sucessão ecológica, temos uma transição do meio ambiente
aeróbio inicial, caracterizado por espécies gram positivas facultativas para um meio
ambiente privado de oxigênio, por gram negativas, o que chamam de sucessão
ecológica.
3. COLONIZAÇÃO SECUNDÁRIA E MATURAÇÃO DO BIOFILME
- acontece a co-agregação: aderência célula-célula por meio de adesinas encontradas
nas bactérias de diferentes gêneros, a adesina permite que as bactérias se liguem entre si
- colonizadores tardios: prevotella intermedia, Fusobacterium nucleatum* (importante
para o amadurecimento do biofilme, sucessão ecológica e co-agregação, pois ele consegue
se coagregar com muitas espécies, diferentemente de outras espécies)
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CARACTERÍSTICAS DO BIOFILME
→ COMPLEXIDADE DOS BIOFILMES
- a estrutura dos biofilmes são formadas por muitas camadas celulares
- presença de diferentes espécies bacterianas
- superfície que não sofre descamação (dente): colonização persistente*
na mucosa, por exemplo, temos bactérias que se aderem, mas como a mucosa descama,
estas não persistem
- abundância de nutrientes
- capacidade/habilidade de co-agregação (importância da fusobacterium nucleatum*)
→ FORMAS DE RESISTÊNCIA DO BIOFILME
1. BARREIRAS FÍSICAS
2. BARREIRAS METABÓLICAS
3. GLICOCÁLICE CANAIS DE FLUIDO
A presença desses canais de fluidos (water channels) são o que permite a troca de nutrientes e
informações até as células sésseis das camadas profundas. Além disso, é o que impede a
penetração do antibiótico.
Quorum sensing (QS):
forma de comunicação das bactérias que vivem em uma comunidade microbiana do biofilme,
essas bactérias quando chegam ao clímax, conseguem liberar moléculas sinalizadoras para
"conversar" entre si, chamadas de autoindutores podendo, por exemplo, trocar informações
genéticas. Então, se uma bactéria tem resistência a antibiótico, ela consegue passar essas
informações para as outras. O que se torna muito importante para a perpetuação da maturação
do biofilme.
Bactérias que vivem sob o biofilme, tendem a ser mais resistentes (de 1000 a 1500 vezes mais), em
comparação com a concentração inibitória em uma cultura planctônica
DEFESAS NATURAIS
- possuímos anticorpos do fluido gengival, células de defesa
- porém, as células bacterianas do biofilme são resistentes ao sistema de defesa do
organismo e de predadores externos
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COMO CONTROLAR/ELIMINAR, UM BIOFILME?
- ação mecânica através da raspagem e o alisamento radicular
- considerado os procedimentos antimicrobianos mais eficazes que a periodontia dispõe.
- ação química (enxaguatórios, etc)
AMBIENTES DO BIOFILME
1. Biofilme supragengival
- sup dentárias coronárias à margem gengival
- aparência variável: filme delgado ou amontoado espécie
- aeróbio
- cariogênico
- importante no desenv da gengivite e da cárie
- principal espécie: actinomyces
- fonte de nutriente: saliva
2. Biofilme subgengival
- superfícies dentárias apicais à margem gengival (ambiente diferente)
- difícil de ser visualizada
- fonte de nutrição: componentes do fluido gengival e sangue
- presença de microrganismos moles
- biofilme anaeróbio
- gram-negativo
- potencial periodontopatogênico
- importante na formação do cálculo e de cárie na raiz
- importante para o desenv de periodontite
- predominam os complexos laranja e vermelho
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CONTROLE DO BIOFILME PART 2.
Define uma comunidade microbiana, embebida por uma matriz aglutinante e firmemente
aderida a uma superfície sólida úmida, como tecidos de seres vivos, rochas existentes em mares
e rios, casco de barcos, interior de tubulações, etc.
INSTRUÇÃO DE HIGIENE ORAL
- também chamada de motivação
- "método diretivo centrado no paciente para melhorar a motivação intrínseca para a
mudança, explorando e resolvendo a ambivalência"
- Instruir os métodos adequados de higienização (se o paciente tem doença periodontal, a
técnica de escovação adequada não é a normal de trenzinho/bolinhas e sim, a de pas)
- é difícil de se obter em uma única sessão a motivação do paciente
- Terapia de suporte (manutenção periodontal) é essencial nesse processo
Técnica de BASS modificada
inclinação de 45 graus da escova, no interior do sulco com movimentos vibratórios para
pacientes com doença periodontal
OBS: A doença periodontal não tem cura, apenas devolve-se o estágio de saúde ao paciente,
chamado de Terapia de suporte, que é uma terapia de manutenção periodontal.
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Estudo RAMSEIR 2005:
"apenas perdendo para o controle de placa, a cessação do tabagismo foi a medida mais
importante para o controle da periodontite"
Logo, abaixo do biofilme, o tabagismo é um dos principais causadores de periodontite.
EVIDENCIADORES DE PLACA
- comprimidos (não é ideal, há estudos que afirmam que não é ideal aplicar a língua sobre a
superfície para corar, pois a passagem da língua já alteraria de certa forma, deslocaria um
pouco do biofilme, etc)
- líquidos (que usa-se o microbrush ou pelota de algodão para aplicar sob a superfície do
dente)
Qual a melhor forma de evidenciar a placa?
Colocar o evidenciador no pote dappen e gotejar com o auxílio do microbrush ou pelota de algodão
do tamanho da ponteira do micro brush, para aplicação na superfície dos dentes.
TÉCNICA DE EVIDENCIAÇÃO:
- Uso do expandex na boca do paciente
- corar superfícies palatinas
- corar superficies vestibulares
- sempre com o sugador no interior para ir sugando o que "escorre"
- enxágua com jatos de água
- o que fica corado ainda sob a superfície dental é de fato, o biofilme
- pode ser aplicado vaselina na boca do paciente para evitar manchamento da boca do
paciente com o corante
OBS: mesmo com coroa, próteses, aparelhos e/ou implantes, é seguro utilizar o evidenciador, ele
não irá ficar manchado o dente. O que pode acontecer é apenas quando há restaurações mal
polidas, pois as superfícies porosas podem acabar retendo o evidenciador, deixando de certa forma,
machado.
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ÍNDICES DE PLACA E SANGRAMENTO GENGIVAL
Digite o texto aqui
Para que servem?
- avaliar o periodonto (sangramento) e o fator etiológico da doença (ausência ou presença
de biofilme)
- pode ser usado em estudos ou avaliação individual
- informação qualitativa (presença ou ausência) e quantitativa (quanto de biofilme)
Esses índices devem ser simples, objetivos, rápidos e práticos!
1. ÍNDICE DE SANGRAMENTO GENGIVAL (AINAMO E BAY, 1975)
- Avalia os elementos dentais em 4 faces (mesial, distal, vestibular e palatina)
- Sangramento à sondagem é avaliado em: presente ou ausente
- Como calcular:
IG = n de superfícies sangrantes
_______________________________ x 100
n de superfícies dentais
- n de superfícies totais é calculado por: quantidades dentes que o paciente tem x 4
- A porcentagem ideal é de 10% ou menos = está aceitável, acima disso seria
considerado alterado.
2. ÍNDICE DE PLACA DE O'LEARY (1972)
- Avalia a presença de placa corada sob as superfícies dentais
- São avaliadas 4 superfícies por elemento dental
- As superfícies coradas são anotadas na ficha de avaliação
- Como calcular:
IDEPLACA = n de superfícies coradas
______________________________ x 100
n total de superfícies
- O ideal: até 10% (ponto de corte para que o paciente siga à terapia cirúrgica)
3. ÍNDICE DE PLACA SILNESS E LOE (1964)
- igualmente ao índice de O'Leary, avalia 4 faces por dente
- não utiliza o evidenciador de placa
- o índice é a presença de placa não corada
- pode-se avaliar apenas dentes representativos: 12, 16, 24, 32, 36 e 44
- avalia o quanto de biofilme está acumulado nas superfícies, não somente à presença ou
ausência
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Score:
→ 0: não há biofilme
→ 1: fina camada que é deslocada quando aplica a raspagem
→ 2: camada moderada na margem gengival
→ 3: acúmulo além da margem gengival
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BIOFILME E DIETA
A mudança dos fatores do meio desencadeiam uma mudança no equilíbrio da microbiota,
promovendo a emergência de bactérias mais cariogênicas e mudando o equilíbrio em direção à
desmineralização dental.
Quando a bactéria metaboliza o açúcar (glicose, sacarose, frutose), por exemplo, esta forma um
ácido que diminui o pH, gerando uma mudança do meio que reflete em uma mudança ecológica.
Ou seja, a mudança do perfil bacteriano faz com que as bactérias compatíveis comecem a disputar
por sítio de ligação que estão na própria membrana (PAE e Microrganismos).
Em relação aos microrganismos, quando um indivíduo tem em sua dieta o consumo frequente de
carboidratos, este terá uma maior proporção de Streptococcus mutans e lactobacillus, e
menor quantidade de Streptococcus sanguinis e Oralis, que são mais periodontopatogênicos.
A acidez favorece o streptococcus mutans e lactobacillus, já o meio mais neutro favorece o
Oralis e Sanguinis.
- Quando houver mais Streptococcus Oralis e Sanguinis: Biofilme periodontopatogênico
- Quando houver mais Streptococcus Mutans e Lactobacillus: Biofilme cariogênico
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MICRORGANISMOS DO BIOFILME
A diminuição do pH do meio após o pulso de glicose aumenta a porcentagem de mutans e
lactobacillus, passando a ser numericamente maiores do que o Oralis e Sanguinis, e como
competem por um mesmo sítios esses acabam não conseguindo se proliferar, inibindo o
crescimento dessas espécies não-cariogênicas.
● Paciente com dieta alta em sacarose → não possui presença de um biofilme
periodontopatogênico e sim de um biofilme cariogênico, com tendência de haver
desmineralização
● Paciente com mais Streptococcus Oralis e sanguinis: processo de desre voltado mais para
a remineralização com biofilme periodontopatogênico. Por isso, é comum ver que
pessoas que têm cárie não tem doença periodontal e quem tem doença periodontal, não
tem cárie.
BACTÉRIAS X SACAROSE
A sacarose altera o equilíbrio bacteriano e induz o aumento de bactérias cariogênicas,
convertendo o biofilme sadio em cariogênico e aumentando a desmineralização.
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METABOLISMO SACAROSE
● A sacarose, quando quando dissociada, gera uma via de glicose e uma de frutose
● Uma dieta rica em sacarose irá formar uma maior perda mineral do esmalte quando
comparada com uma mistura de concentrações equimolar de glicose e frutose
● Amido: são várias moléculas de glicose juntas. Nesse caso, induz menores valores de PH,
maiores concentrações do mutans no biofilme e maior perda de mineral comparado ao
amido sozinho.
● Já o amido combinado com a sacarose, aumenta o potencial cariogênico, tendo maior
perda mineral.
● A hidrólise é quem separa/dissocia a sacarose em glicose e frutose
Via I da SACAROSE → bactérias começam a secretar polissacarídeos intracelulares →
metabolismo (são facilmente metabolizadas)
Via II da SACAROSE → bactérias começam a secretar polissacarídeos extra celulares → formam a
matriz intermicrobiana (essa via sim, é importante para a formação do biofilme)
MATRIZ INTERMICROBIANA:
● Porção orgânica:
- polissacarídeos produzidos por bactérias, ex: dextrano
- proteínas: albumina
- glicoproteínas: da saliva
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- material lipídios: fragmentos de células bacterianas
● Porção inorgânica
- cálcio
- fósforo
- outros minerais: sódio, fosfato, flúor e outras fontes externas como pastas e
bochechas
(essa porção inorgânica vem direto do próprio esmalte)
PRODUÇÃO DE POLISSACARÍDEOS:
1. POLISSACARÍDEOS EXTRA-CELULARES (PECS)
- principal constituinte da matriz intermicrobiana
- são estruturais
- também funcionam como reserva energética
- A sacarose é utilizada primariamente como substrato para os PECS pela glicosiltransferase
(GTF) bacteriana e em menor quantidade pela frutosiltransferase (FTF)
- A maioria dos PECS são insolúveis, de estrutura complexa e promovem o acúmulo e a
aderência bacteriana na superfície do elemento dentário
SACAROSE → HIDRÓLISE → GLICOSE SEPARADA → FRUTOSE SEPARADA
As moléculas de glicose geram a via da glicose:
GLICOSE + enzima glicosiltransferase = formam a poliglicana (várias moléculas de glicose juntas) →
formam o mutano (molécula insolúvel) → e também formam o dextrano (que serve de reserva pro
mutano)
● Dextrano
- polissacarídeo constituído por glicose
- seu aspecto é gelatinoso e solúvel em água
- pode servir de base para o mutano
- ligado por pontes osídicas do tipo 1;6
● Mutano
- polissacarídeo constituído de glicose
- ligação!ão a 1;3
- aspecto fibrilar e extremamente ramificado
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- insolúvel em água; participa da aderência bacteriana
- uma vez produzido, não é removido do biofilme (pois tem ausência de metanase)
- só é removido/desintegrado por meio de ações mecânicas (escovação)
- funciona como arcabouço da estrutura do biofilme
VIA DA FRUTOSE
Frutose + enzima frutosiltransferase = forma o LEVANO
● LEVANO
- é um polímero de cadeia curta e solúvel
- não tem influência no amadurecimento do biofilme
- atua como reserva energética
- constituído com ligações glicosídicas beta 2;6
2. POLISSACARÍDEOS INTRA-CELULARES (PICS)
- são polímeros de reserva de alto peso molecular semelhantes ao glicogênio com ligações do
tipo alfa (1→4) e alfa (1→6)
- promovem a formação da cárie pois prolongam a exposição das superfícies do esmalte
aos ácidos orgânicos e manutenção do PH baixo na matriz do biofilme
- a produção de ácidos pelo S.mutans acontece a partir dos substratos endógenos que
causaram diminuição prolongadas e pronunciadas no PH e aumentaram a sintetização
● Ciclo de krebs: no final, o produto é o ácido.
- o aumento na concentração do íon hidrogênio acido, causa subsaturação do cálcio que
geram o ambiente acido, propicio à desmineralização do esmalte
COMPONENTES INORGÂNICOS DO BIOFILME
● Presença de PECS: baixas conc. de cálcio, fosfato e flúor são fatores relevantes no
contexto da cariogenicidade do biofilme
● Estudos mostram que a relação entre a sacarose e o aumento da concentração de
PECS e redução de ca, pi, f, aumentam a perda mineral do esmalte
● Baixas concentrações de ca, pi, f na matriz do biofilme formado na presença da sacarose é
um fator contribuinte para a cariogenicidade do carboidrato!
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ESTUDO DIRIGIDO PROVA 1:
1. Explique a teoria intencional e a teoria viscoelástica do periodonto de
sustentação
2. Descreva as etapas da formação do biofilme
3. Descreva os graus de mobilidade do dente
4. Mobilidade é indicação de extração?
5. Estudo de lee e colaboradores: Descreva o estudo, diga os objetivos,
conclusões e resultados.
6. Qual a utilização das curetas mccall e a gracey?
7. Paciente com calculo supragengival nos caninos e subgengival na raiz mesial
do primeiro pré inferior, qual curetas usar?
8. Qual o mecanismo de quorum sensing das bactérias periodontais?
9. O que é a junção mucogengival? O que é a ranhura gengival livre?
10. O que é profundidade de sondagem?
11. O que é recessão gengival?
12. Como achar o NCI?
13. Se o paciente não tem recessão gengival, como faz o cálculo do NCI?
14. Como é o processo de formação dos PECS e PICS?
PECS:
→ glicosiltransferase
- forma dextrano
- forma mutano
→ frutosiltransferase
- forma levano
PICS:
- resultado final do metabolismo: ácido lático
15. Explique as teorias de formação do biofilme
MICROBIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
INTRODUÇÃO
● Sabe-se que o feto humano é estéril, no interior do útero.
● A microbiota do indivíduo é estabelecida ao passar pelo canal do parto
● Já horas após o nascimento: microbiota oral se estabelece e se torna semelhante à
vaginal/pele da mãe (maioria facultativas e aeróbias)
● Streptococcus salivarius, Streptococcus mitis, Veillonella, Actinomyces = primeiros
microrganismos orais a colonizar a cavidade bucal
● Após a erupção dos dentes, a microbiota é mais complexa (streptococcus sanguinis,
oralis, lactobacillus)
● Microbioma oral/bactérias são comensais, ou seja, significa que os microrganismos são
inofensivos, pois estão em equilíbrio com o hospedeiro. E quando há a disbiose,
desequilíbrio, temos a instauração de uma doença.
HISTÓRICO - LINHA DO TEMPO
→ 1865: primeiro microscópio, começou-se a observar a existência de microrganismos e seu
formato
Nessa época, só conseguia se observar formato das espécies, então o que se observava através
do esfregaço, era que se repetia alguns microrganismos, como:
1. ETIOLOGIA MICROBIANA ESPECÍFICA
- fusiformes
- estreptococos
- espiroquetas
- amebas
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2. ETIOLOGIA NÃO MICROBIANA (TEORIA DE BELDING BELDING)
Nessa época, começou-se a acreditar que a doença periodontal não era ocasionada por
bactérias, e sim por outros aspectos:
- atrofia alveolar por desuso (o alvéolo iria se atrofiar)
- erupção passiva (o dente passava a vida inteira erupcionando, até esfoliar/cair)
- perda de função
- defeitos constitucionais
Essa ideia/teoria veio a cair quando em 1960, houve um estudo experimental gengivite in
humans de Loe e colab. em 1965.
3. HIPÓTESE DA PLACA NÃO-ESPECÍFICA
- evangelistas da placa
- acúmulo de microorganismos (era o acúmulo de microrganismo que causa a doença
periodontal)
- infecções mistas (com vários microrganismos, sem espécies específicas)
- a única diferença era a quantidade
4. HIPÓTESE DA PLACA ESPECÍFICA
Nessa hipótese, acredita-se que a doença periodontal é causada pelo acúmulo de biofilme e pela
presença de microrganismos específicos (Aa; Porphyromonas gengivalis; Treponema dentícola; T.
forsythia)
Conseguiu analisar a presença desses microrganismos específicos a partir de
HIPÓTESES DO QUE CAUSARIA AS DOENÇAS PERIODONTAIS:
Etiologia Hipótese da
ETIOLOGIA não-microbiana Hipótese da placa placa específica
MICROBIANA BELDING-BELDIN não-específica LOE E
ESPECÍFICA GBELDING-BELDI COLABORADOR
NG ES
Atrofia alveolar Evangelistas da Aa
Fusiformes Biofilme
por desuso placa
Estreptococos Pg
Erupção passiva Acúmulo de
microrganismos
Espiroquetas Td
Perda de função (biofilme)
Amebas Tf
Defeitos Infecções mistas
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constitucionais
POSTULADOS DE ROBERT KOCH
- definiu uma sequência de procedimentos visando estabelecer uma relação causal entre o
agente infeccioso e doença
1. O microrganismo deveria ser encontrado em abundância em todos os organismos que
sofrem doença, mas não em organismos saudáveis
2. O microrganismo isolado a partir de um organismo doente e capaz de crescer em uma
cultura pura
3. Causador de doença quando o microrganismo cultivado é introduzido em um
organismo saudável
4. Novamente isolado a partir de hospedeiro inoculado, doente experimental e
identificado como idêntico ao agente específico original causador
Pra doença periodontal, os postulados de robert koch não conseguem ser aplicados.
Esses postulados não se encaixam pois a doença periodontal é uma doença multifatorial.
Além disso, pessoas com doenças periodontais, contém microrganismos variados, alguns mais do
que o outros. Outro aspecto, é que os microrganismos da doença periodontal, estes podem estar
presentes em outras doenças. Introduzir microrganismos de uma pessoa com periodontite e
aplicá-los em outro indivíduo, não necessariamente a periodontite irá se desenvolver, pois é uma
doença multifatorial.
ESTUDO - LOE E COLABORADORES: GENGIVITE EXPERIMENTAL EM HUMANOS
- 1 trabalho que relacionou a presença do biofilme e a presença da doença periodontal
- Loe e colaboradores - 1965
- Período de 3 semanas: suspendeu a higiene oral dos participantes
- Entre 10 e 21 dias, houve a presença de gengivite em todos os participantes
- Com a retomada dos cuidados com a saúde bucal: os participantes voltaram a ter condição
de saúde oral normal
→ Hipóteses passaram a ser consideradas para a placa
dental/bacteriana:
- Hipótese da placa inespecífica
- Hipótese da placa específica*
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COMPLEXOS MICROBIANOS
● ESTUDO DE SOCRANSKY et. al. 1998: DNA BACTERIANO
- Primeiro estudo com método de detecção por DNA
- Foram analisadas 13.000 amostras de placa subgengival
- 185 indivíduos adultos
- 6 grupos microbianos específicos foram encontrados (4 sendo colonizadores iniciais e 2
colonizadores tardios - agentes etiológico das doenças periodontais)
● Resultado desse estudo:
complexos microbianos específicos foram encontrados e foram atribuídos cores à eles
COMPLEXO BACTÉRIAS
AZUL Actinomyces spp.
Primeiros a colonizar e se fixarem na PEA
AMARELO Streptococcus mitis, sanguinis, oralis, sp.,
Colonizam a área supragengival intermedius.
VERDE A. A (subtipos A)
complexo que se aproxima na margem Actino. a ; E. corrodens; C. gingivalis; C.
subgengival e já podem ir iniciando a sputigena
inflamação C. ochracea
ROXO V. Parvula
complexo que se aproxima na margem A. odontolyticus
subgengival e já podem ir iniciando a
inflamação
LARANJA Fusobacterium nucleatum (responsável pela
Biofilme subgengival co-agregação);
Prevotella
Campylobacter
VERMELHO Porphyromonas Gingivales
Biofilme subgengival; periodontopatogênicas! Tannarella Forsythia
Treponema dentícola
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FORMAM O BIOFILME SUPRAGENGIVAL:
Maioria aeróbios, facultativos, gram positivos, sacarolíticos.
FATORES QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO DOS BIOFILMES SUBGENGIVAIS
● A microbiota subgengival difere em composição da placa supragengival principalmente por
causa da disponibilidade local de produtos derivados do sangue e um potencial de
baixa oxirredução, que caracteriza o ambiente anaeróbio (ideal pros
periodontopatogênicos)
1. Estado da doença periodontal
os sítios DOENTES irão apresentam alta prevalência de microrganismos do complexo
vermelho
2. Meio local
- profundidade da bolsa:
bolsas mais profundas - habitat ideal pros periodontopatogênicos - complexos laranja e
vermelho
- sulcos e bolsas rasas em indivíduos com periodontite:
complexos laranja e vermelho também se fazem presentes devido ao fenômeno da
translocação
3. Fatores do hospedeiro (tais hábitos irão influenciar na resposta do hospedeiro)
- hábitos de fumo
- diabetes
- obesidade
- dieta
4. Transmissão
- Padrão típico de transmissão: de um indivíduo para o outro
- vertical: pai, mãe → filho
- horizontal: entre indivíduos sem relação consanguínea (assoprar, colocar bocas na
boca do outro; beijo)
- em diversos estágios da vida
- cepa recém-adquirida mais virulenta: mudança no padrão da doença (se você tem um
sorotipo aa e recebe um a.b, o a.b toma o local
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5. Translocação
- Área doente →> sítio saudável
- Transmissão de microrganismos de uma área doente (em um local de implante, por
exemplo) os microrganismos migram do local de lá, para um local de sítio saudável
- Presença do A.a em bolsas após a sondagem em pacientes com periodontite padrão
molar-incisivo
- Trinta minutos após a instalação de um transmucoso em implantes:
*presença de periodontopatógenos nas bolsas
*após 1 semana: colonização concluída nesses sítios (é rápida)
PRÉ-REQUISITOS PARA O INÍCIO E PROGRESSÃO DA DOENÇA PERIODONTAL:
1. Patógeno periodontal virulento
- a espécie deve possuir todos os elementos genéticos necessários, ou obtê-los
através de plasmídeos, fogos ou transposons
- o patógeno deve estar no local correto em um sítio em números suficientes
para iniciar a doença (todos os tipos clonais de espécies patogênicas são
igualmente virulentas)
● Como transformar uma bactéria em um patógeno periodontal virulento?
3 processos:
1. transformação
(bactéria morre e outra encapsula um fragmento de virulência que não tinha)
2. conjugação
reprodução sexuada das bactérias; troca de informação através de pilisexual
3. transdução
através de bacteriófago, vírus que utiliza bactéria pra formar sua cápsula
2. O meio local
- presença de interações microbianas benéficas ou nocivas
- espécies compatíveis com o hospedeiro:
→ diluir número de patógenos em uma bolsa
→ competir ou alterar os sítios
→ destruir fatores de virulência pelos patógenos = potente papel das espécies
contra as espécies patógenas
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- a presença de espécies específicas: expressão de genes de virulência por espécies
patogênicas
3. Susceptibilidade do hospedeiro
- Determinada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais (tabagismo,
estresse)
- Ex: defeitos nos níveis ou função dos leucócitos; PMN (desordens neutrofílicas); disfunção
na resposta imunológica; fumo; dieta; doenças sistêmicas…
- Infecção pelo HIV (microbiota se mostrou semelhante à dos não infectados pelo HIV sem
periodontite; no caso de pacientes com HIV, temos uma deficiência linfocítica)
- Diabetes (microbiota similar à dos não diabéticos com periodontite; subst liberadas na
inflamação causadas pela diabetes aumentam a destruição periodontal)
- Fumo (alta prevalência de complexos laranja e vermelho; diminuição de resposta
imunológica)
MECANISMOS DE PATOGENICIDADE DOS MICRORGANISMOS
- Ser capaz de colonizar a área subgengival
- Se aderir a uma ou mais superfícies por meio de adesinas ou pelo mecanismos de
coagregação
- Ser capaz de se multiplicar e competir com outras espécies
- Se evadem dos mecanismos de defesa do hospedeiro (antes de colonizar)
- Superam o fluxo salivar, fluido gengival e deslocamento mecânico durante mastigação e
fonação
→ Superam a descamação das células epiteliais, pelo mecanismo de adesão
→ Bloqueiam anticorpos
→ Produzem leucotoxinas
→ Produzem cápsulas que inibem a fagocitose
→ Produzem substâncias que deprimem os mecanismos imunes
→ Desenvolve resistência a antissépticos e a antimicrobianos e repassam essas
características para outros microrganismos
- Estabelecem relações inter bacterianas benéficas ou antagonistas com outras espécies
- Invadem diretamente as células epiteliais de bolsas periodontais, multiplicam-se
intracelularmente e difundem-se para as células adjacentes (A.a e P.gingivalis)
- Produzem substâncias que levam a danos (proteases que degradam imunoglobulinas,
colágeno; sulfeto de hidrogênio que agride células teciduais; LPS: induz bactérias a
liberarem substâncias)
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ETIOPATOGÊNESE DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
MECANISMOS DE DEFESA DO TECIDO GENGIVAL
1. Barreira e descamação epitelial
2. Fluxo positivo e presença de anticorpos (no fluido gengival)
3. Fagocitose (ativada por neutrófilos e macrófagos)
4. Ação do sistema complemento
O que leva à doença periodontal é o desequilíbrio da homeostase, a qual os mecanismos de defesa
não conseguem conter a inflamação.
PECULIARIDADES DAS DPs
● Localização propícia à colonização (biofilme fica aderido em um local estável, que não
descama e em íntimo contato com o tecido - importante pro substrato das bactérias)
● Número de microrganismos
(+ de 700 espécies; desafio microbiano: cronicidade da doença)
● Organização: biofilme
PROCESSO DINÂMICO SAÚDE-DOENÇA
● Balança em que de um lado temos o desafio microbiano, e do outro, a resposta do
hospedeiro
● Há períodos em que conseguimos controlar a inflamação e manter a homeostase e há
períodos que não conseguimos, por isso, pacientes periodontais não tem alta, apenas
vamos conseguindo controlar o quadro
● Nessa balança de saúde-doença, temos vários fatores influenciando (fatores locais: excesso
de restauração e aparelho ortodôntico favorecendo o acúmulo de biofilme; fatores
ambientais; fatores sistêmicos - diabetes; fatores genéticos e epigenéticos)
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HOMEOSTASE → DESEQUILÍBRIO DA HOMEOSTASE → GENGIVITE →
RESPOSTA DO HOSPEDEIRO → NÃO CONSEGUIU CONTROLAR E RESPOSTA É
EXCESSIVA QUE GERA INJÚRIA? → PERIODONTITE
PAPEL DO BIOFILME NA GENGIVITE
● Início do processo inflamatório agudo
● Inflamação dos tecidos marginais
● Acomete o periodonto de proteção (gengiva)
● Papel do biofilme = necessário para o desenvolvimento da gengivite
E o papel na periodontite?
● O biofilme é necessário mas não é suficiente para desencadear o processo de
periodontite
● Começa com uma gengivite e só evolui para a periodontite de acordo com a
suscetibilidade de cada paciente (fatores imunes e respostas imunes de cada pessoa) e
de cada dente
● Por isso, dizemos que a "periodontite é paciente e sítio-específica"
E como ocorre esse processo?
1. Leve inflamação aguda relacionada à má higienização oral (gengivite)
2. Acúmulo e formação de cálculo
3. Danos às estruturas de suporte
RESPOSTAS INFLAMATÓRIAS NO PERIODONTO
Se dividem em dois grupos principais:
- derivadas da microbiota subgengival (fatores de virulência microbiana)
- derivada da resposta imune do hospedeiro
DANO DIRETO: FATORES DE VIRULÊNCIA
● Ocorre por substâncias produzidas e liberadas que resultam na ativação de resposta
imune que por sua vez resulta no dano tecidual
● Enzimas: proteinases (colagenases;hialuronidase; fosfolipase A; fosfatases; tripsia)
● Compostos sulfurados voláteis: H25
● Metabólitos: fermentadores (ácidos); proteolíticos (aminas tóxicas; substâncias alcalinas)
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DANO INDIRETO: ATIVAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA E IMUNE
● É considerado um maior causador de dano do que os fatores de virulência, que estão
presentes nas superfícies bacterianas e induzem a produção de mediadores da resposta
inflamatória imune
● Endotoxinas: Lipossacarídeos (LPS): estão bastante presentes nas doenças periodontais,
um dos maiores fatores de virulência das bactérias gram negativas.
● Exotoxinas: leucotoxinas; epiteliotoxinas;endotélio toxinas.
Importante lembrar…
● A resposta imunoinflamatória é importante, uma vez que sinaliza algo de errado no
microrganismo e protege contra patógenos e substâncias estranhas
● O problema se dá quando essa resposta imune está em condições crônicas: leva a um
papel destrutivo excessivo do periodonto, estabelecendo uma periodontite.
COMO A RESPOSTA IMUNE OCORRE NOS TECIDOS PERIODONTAIS?
1. Eventos inflamatórios: alterações vasculares/exsudativos (vermelhidão e edema)
2. Associado à eventos da resposta imune (migração de neutrófilos →
reconhecimento de antígenos → resposta efetora pelos
leucócitos)
Inflamação aguda → Imunidade inata → Imunidade adaptativa
INFLAMAÇÃO AGUDA E IMUNIDADE INATA
● Primeira linha de defesa contra infecções
● Início: alterações vasculares (devido aos mediadores inflamatórios) e migração de fagócitos
● Aumento da permeabilidade vascular e exsudato
● Migração e ativação de fagócitos para o tecido/local da infecção
CARACTERÍSTICAS DA IMUNIDADE INATA:
● ativação rápida
● inespecífica
● sem memória
● sem separação biológica e adaptativa
● essa imunidade é essencial para prevenir, controlar ou eliminar a infecção ou dano
● componentes da imunidade inata: barreiras epiteliais (pele, epitélio da mucosa); células
sentinelas (macrófagos, mastócitos, células endoteliais); fagócitos; proteínas plasmáticas
● células: neutrófilos, macrófago e células dendríticas
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● o que é reconhecido pela imunidade inata? estruturas partilhadas por muitos
microrganismos! PAMPS (reconhecidos pelos receptores Toll;)
● PAMPS nas bactérias gram +: ácido lipoteicóico
● PAMPS nas bactérias gram -: LPS (associado à doença periodontal)
● Reconhecimento → transdução do sinal → expressão gênica → inflamação → mediadores
inflamatórios
SE A RESPOSTA INICIAL À INFECÇÃO INSUFICIENTE:
● Cronicidade: ativação da resposta adaptativa
● Apresentação de antígeno e coestimulação → processamento do antígeno via MHC →
linfocitos maduros → resposta específica e com memória
● Linfócitos T: produzem citocinas
● Linfócitos B/plasmócitos: produzem anticorpos específicos contra P.g e A.a; produzem
anticorpos IgG e IgA em indivíduos com DP
● Linfócito T citotóxico: eliminação de células estranhas e defeituosas
● Linfócito T auxiliares (T helper): produção de mediadores: Th1; Th2; produzem subgrupos
de citocinas
Em resumo: o equilíbrio ou desequilíbrio entre os mediadores pró e anti-inflamatório é o que
vai levar à destruição ao equilíbrio ou reparo tecidual.
ESTUDO DE PAGE & SCHROEDER, 1976 - CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS DA
GENGIVITE E PERIODONTITE
● Analisou como o processo inflamatório de instauração da gengivite e periodontite acontece
no tecido
● Análise por lâminas histológicas coradas em HE em diferentes estágios/tempo de
acúmulo de biofilme para analisar como o tecido respondia referente ao acúmulo de
biofilme
● Gengivite [proliferação epitelial]
- Lesão inicial: 2 a 4 dias > acúmulo de biofilme > inflamação aguda
- Lesão precoce: 8 a 14 dias > acúmulo de biofilme
- Lesão estabelecida: 3 a 4 semanas > acúmulo de biofilme ↓
● Periodontite [migração apical do epitélio juncional (EJ) + perda óssea]
- Lesão avançada: períodos de surtos e remissões
O que diferencia o quadro de gengivite para a periodontite?
- a migração apical do epitélio juncional (perda de inserção)
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- perda óssea (destruição do periodonto de sustentação)
Importância do estudo:
- O biofilme é necessário mas não suficiente para causar periodontite
- Depende da suscetibilidade do hospedeiro
- Papel da resposta do hospedeiro na extensão e severidade
PRINCIPAIS MEDIADORES NA PERIODONTITE
● Mediadores vasoativos: prostaglandinas (macrófagos e quimiocinas)
● Citocinas e quimiocinas
● MMps/TIMPs (regulam a MEC)
● Rank-L/opg (regulam a formação, função e sobrevivência dos osteoclastos, logo, regulam
o tecido ósseo)
● Desequilíbrio na periodontite: MUITO RANK L E POUCO OPG, gerando uma reabsorção óssea
REDE DE CITOCINAS NA PERIODONTITE
● Citocinas pró-inflamatórias: IFN, IL-1, IL-7, TNF alta
- Na periodontite, há um excesso: ativação de metaloproteinases: quebra de fibras
colágenas ao invés de renovar;
- excesso de RANK-L formação de osteoclastos: destruição tecidual
● Citocinas anti inflamatórios: IL4, IL-10
● Quimiocinas: IL-8 (neutrófilos, linfócitos, macrófagos)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
● Se a inflamação aguda não é resolvida → se torna crônica
● Transição para resposta imune adaptativa
● Resposta imune tem função protetora mas quando excede, deixa de auxiliar na resolução e
não elimina a infecção, gerando uma destruição tecidual
● A separação entre resposta imune inata e adaptativa é só didática, ambas acontecem em
conjunto
● Biofilme é necessário, mas não suficiente para progressão (maior dano: resposta
hospedeiro)
● Balanço entre agentes pró e anti inflamatórios vai definir se a DP irá progredir e a severidade
● Diversos fatores influenciam nesse balanço: genético; ambientais; sistêmicos
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TERAPIA PERIODONTAL
PLANO DE TRATAMENTO PERIODONTAL
● Fase preliminar: tratamento de urgências e emergências (pacientes com hemorragia,
traumatismo, abscessos, pulpite)
● Fase I - não cirúrgica: Orientação de Higiene Bucal + Raspagem e alisamento radicular +
eliminação de pequenos fatores de retenção de biofilme e pequenos mov ortodônticos.
● Fase II: Cirurgia
● Fase III: Fase restauradora: dentística; prótese; ortodontia; oclusão
● Fase IV: manutenção ou terapia periodontal de suporte
OBS: Essas fases não são estáticas, o paciente pode passar da fase I pra IV, não necessariamente
segue-se essa ordem.
FASE I DA TERAPIA
- essa fase é conhecida também como fase não-cirúrgica
- primeiro passo na sequência cronológica dos procedimentos que constituem a terapia
periodontal
- procedimentos nessa fase: realizamos o controle do biofilme + educação do paciente
- objetivo dessa etapa: conseguir alterar ou eliminar a etiologia microbiana e os fatores
contribuintes (locais e sistêmicos) das doenças gengivais e periodontais
OBS: a educação do paciente é primordial, uma vez que o paciente tem papel fundamental, devendo
realizar a sua parte em casa realizando uma boa higiene bucal, para que se controle o biofilme e
mantenha a saúde do periodonto!
Fundamentos dessa etapa:
→ Instituição de um regime diário de controle de biofilme pelo paciente
→ Completa remoção de cálculos
→ Correção de restaurações defeituosas (também presente na fase restauradora)
→ Tratamento de lesões de cárie (também presente na fase restauradora, definitiva: 3)
→ Avaliação e alteração de fatores de risco sistêmicos do paciente
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Etapas:
1. Orientação de higiene Oral (OHB)
- cada paciente necessita de uma orientação de higiene bucal distinta, de acordo com suas
características específicas
● ESCOVAS
- a escova mais indicada é a mais simples possível
- cabeça pequena, corte reto, extremidade arredondada, material: náilon ou curen; macias a
médias; que tenham de 3 a 4 fileiras de tufos; substituição de 3 a 4 meses.
- a parte das cerdas que são de cores diferentes, ex: cerdas azuis, quando elas perdem a
coloração, servem para indicar o momento certo de trocar a escova
OBS: se o paciente percebe algum benefício de um desenho característico de escova, ele deve
usá-la!
ex: se o paciente percebe que a utilização de algum modelo específico de escova, controlando bem
o biofilme e não há nenhuma lesão cervical não cariosa ou recessão gengival, ele pode utilizar.
porém, sabe-se que são raríssimas as excessões em que isso acontece.
● ESCOVAÇÃO
- Recomendação ADA: pelo menos 2x ao dia + fio dental 1x ao dia
- sistematização da escovação: lembrar ao paciente que precisamos controlar o biofilme em
todas as faces do paciente
Técnicas de escovação
→ circular ou de fones: movimentos de bolinha (indicada pra crianças, sem destreza
manual)
→ técnica vertical: direciona a escova
→ horizontal (técnica de scrub): provoca danos dentais (lesão cervical não cariosa) e
recessão gengival, principalmente quando associada a força excessiva
Técnicas vibratórias
→ BASS: a escova não fica perpendicular, ela fica levemente inclinada pro ápice,
entrando levemente no sulco gengival
→ STILMAN: indicada para pacientes que tem recessões gengivais múltiplas: direção da
escola é inclinada pro ápice
→ Técnicas de rolo ou rotação (bass e stillman modificada)
- inclinação da escova em 45 graus, cerdas da escova entram no sulco e
rotaciona-se nas áreas interproximais
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indicada para pacientes com doença periodontal!
- As duas principais áreas que temos maior acúmulo de biofilme são o: sulco gengival
e áreas interproximais, que são fatores para doenças periodontais e temos mais
dificuldade de remover. Logo, nessa técnica, conseguimos alcançar essas áreas
Escovas elétricas
- indicadas para pacientes que tenham destreza limitada
- crianças e pessoas que cuidam de pessoas doentes
- quando o paciente se sente mais motivado a escovar!
OBS: o problema é que, nem todo paciente consegue ter acesso à essas escovas, pois são caras.
OBS: hoje sabe-se com estudos, que elas também são tão eficientes quanto as escovas manuais.
Fio dental e similares
- a maioria das doenças periodontais começam na área interproximal
- é o método mais recomendado para realizar a limpeza da área interproximal
- limpeza interdental é diferente de remoção de alimentos! é feito para desorganizar o
biofilme interdental e não apenas remover alimentos nas áreas interproximais.
CONTROLE QUÍMICO DO BIOFILME
- Clorexidina: substantividade
2. Raspagem e alisamento radicular (RAR)
é o procedimento que tem como objetivo a remoção do biofilme, cálculo e cemento contaminado
das superfícies dentárias, tornando a superfície radicular dura, lisa e biocompatível.
divide-se em:
● raspagem supragengival
após a raspagem, utilizamos a taça de borracha para realizar um alisamento/polimento, que
minimizam as microranhuras provocadas durante a raspagem, logo, não deve-se direcionar
para o sulco/bolsa como quando estamos realizando uma profilaxia
● raspagem subgengival
limitações:
- profundidade da bolsa periodontal (acima de 7mm, mais dificil será a raspagem até
o fim da bolsa)
- anatomia radicular (áreas de bi/trifurcação; faces proximais; sulcos pronunciados;
pérolas de esmalte)
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- posicionamento dentário (dentes com apinhamento, por exemplo, é mais difícil
sondar, raspar, etc)
- instrumentos inadequados (pacientes com aparelho ortodontico)
REVISÃO DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA INSTRUMENTAÇÃO
I - Acessibilidade
(posicionamento do paciente e do operador)
II- Visibilidade, iluminação e afastamento
- a melhor condição é a visão direta com iluminação direta
- afastamento: fornece visibilidade, acessibilidade e iluminação; o afastamento pode ser
feito com o espelho e com o dedo; limitação: pacientes com pouca abertura de boca
III- Condição e afiação dos instrumentos
- antes da instrumentação, todos os instrumentos devem ser inspecionados, estando
limpos, estéreis, estando em boas condições e afiados.
IV- Manutenção de um campo limpo
- a instrumentação pode ser dificultada se o campo operatório estiver obstruído por saliva,
sangue e detritos (sugador; gaze; ar comprimido)
- exame visual: jato de ar para visualizar se a raspagem foi efetiva
- exploração tátil para sentir se a raspagem está sendo efetiva com a sonda
V- Estabilização do instrumento
- empunhamento do instrumento (pega de caneta modificada)
- a pega de palma da mão e polegar não é indicada para raspagem, e sim apenas para
afiação!
- a estabilização do instrumento deve ser feita também com o apoio digital (dedo médio ou
anelar)
- apoio convencional: estabelecido nas superfícies dentárias vizinhas ao local que está
raspando
- apoio/arco cruzado: apoio estabelecido do lado oposto do mesmo arco
- arco oposto: o apoio é estabelecido nas superfícies dentárias no arco oposto
- apoio dedo no dedo: o apoio é estabelecido no dedo indciador ou polegar na mao oposta
- apoio/fulcos extra-orais: com a palma para baixo ou palma para cima no queixo do
paciente
VI - Ativação do instrumento
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- adaptação (inserção da cureta com adaptação à gengiva, evitando trauma aos tecidos
moles; assegura a máxima eficácia do instrumento)
- angulação (45 a 90- angulacao correta para a raspagem e alisamento radicular)
- pressão (pressão ideal: firme, mas cuidadosa; se for leve: apenas remove lascas do cálculo
ou promove o polimento; se for pesada: remove lascas da superfície radicular)
- movimentos (exploratório: leve e sensível, para realizar a avaliação prévia das dimensões
da bolsa com as sondas e irregularidades da superfície; mov de raspagem: deve ser curto,
firme e contínuo com pressão lateral ; mov de alisamento: tração leve a moderada com
curetas e trações longas e contínuas) direção dos movimentos: vertical, oblíqua ou
horizontal; ação dos movimentos: ação de puxar/insere o instrumento na borda apical do
cálculo e desloca em direção coronária. Empurrar/ nunca para apical e sim pela borda
lateral!
3. Eliminação dos fatores de retenção de biofilme dentário
(restaurações defeituosas; pérolas de esmalte; sulcos mais profundos)
- superfícies ásperas e contorno inadequado
REAVALIAÇÃO: QUANDO REAVALIAR?
de 1 a 3 meses! mas o ideal é em 30 dias, para que o tecido raspado tenha sido cicatrizado/
O que reavaliar?
- controle diário do biofilme
- habilidade do paciente
- SS
- PS
- NIC
Finalidades:
- realizar nova sondagem
- rever aspectos anatômicos
- avaliar necessidade de retratamento (ex: raspagem novamente de áreas)
4. Pequenos movimentos ortodônticos
(quando paciente possui leves apinhamentos que contribuem para o acúmulo de biofilmes)
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5. Contenção provisória
(caso o paciente não tenha condições de realizar uma exo, e o dente possui uma certa mobilidade,
podemos realizar uma contenção provisória com fio ortodôntico até que o paciente consiga realizar
o tratamento definitivo)
6. Ajuste oclusal
As etapas 4,5,6 são as menos frequentes de serem realizadas.
OBS: o cálculo é o principal fator etiológico secundário.
O sucesso do tratamento periodontal, dependerá dos resultados que conseguimos durante a
fase I, se o paciente consegue manter os bons resultados, pois nessa fase, conseguimos:
- avaliar a resposta tecidual
- avaliar a atitude do paciente acerca dos cuidados periodontais
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EXAME RADIOGRÁFICO EM PERIODONTIA
O QUE ESPERAR AO VISUALIZAR UMA RADIOGRAFIA?
● mudança no tecido calcificado (no tecido interdental)
● a avaliação radiográfica se baseia nos septos interdentários
● não revela atividade celular atual
● mostra apenas a atividade celular pregressa (se já teve doença periodontal;, ex:
visualização de perda óssea que aconteceu ao longo do processo)
● radiografia não revela presença de bolsa (isso apenas se revela na PS)
● lembrar que alterações na angulação do feixo de raio x vai produzir alterações no
aspecto
OSSO INTERDENTAL
devemos observar:
● formato da raiz
● posição da raiz
COMPOSIÇÃO DO OSSO INTERDENTAL:
● Septo interdental
● Lâmina dura
● Crista óssea
● Trabeculado ósseo
OBS: A distância entre a JCE e a crista alveolar é de 1,5 a 2mm em um periodonto normal;
A angulação da crista do septo interdental é geralmente uma linha das JCES dos vizinhos
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TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS
● RAdiografias de eleição: periapicais e interproximais* (+preferível)
● Impossível dar diagnóstico periodontal a partir de radiografia panorâmica
● deve-se padronizar as técnicas radiográficas no paciente para conseguir reproduzir e
avaliar ao longo do tempo se a perda óssea aumentou, diminuiu ou cessou (por isso a
importância de se utilizar o posicionador)
O QUE DEVE SER AVALIADO NA RADIOGRAFIA?
1. Nível ósseo
2. Padrão e destruição ósseo
3. Largura do espaço do ligamento periodontal (importante pra diagnosticar lesão
endo-perio)
4. Radiopacidade
5. Padrão trabecular e contorno marginal do osso interdental
RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS
● Técnica da bissetriz pode alongar a imagem projetada, fazendo com que a imagem fique
distorcida
- o nível ósseo vestibular fica mais distorcido que o lingual
- pode ter sobreposição dentária
- alterações radiográficas na espessura do LP
- distorção da extensão e comprimento da furca
● Técnica do paralelismo do cone longo reproduz de forma mais precisa o nível do osso
alveolar
CRITÉRIOS DE PRICHARD: AVALIA AS RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS
● Pontas de cúspides dos molares com pouca ou nenhuma exibição da face oclusal
● Não deve haver sobreposição dos espaços interproximais
● Espaços interproximais devem estar abertos
● Camadas de esmalte e camadas pulpares devem estar separadas
RADIOGRAFIAS INTERPROXIMAIS
● Melhor alternativa para visualizar a imagem da altura da crista até a JCE
● Importante para planejamento de aumento de coroa clínica (recuperação do espaço
biológico)
● É a que menos distorce as alturas
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DESTRUIÇÃO ÓSSEA NA RADIOGRAFIA
● Importante para realizar o cálculo de perda óssea
● Mostra a distribuição de perda óssea (localizada ou generalizada)
● Mostra o padrão de perda óssea: uniforme (horizontal). vertical ou angular
● Não mostra a morfologia interna, apenas a externa
● As radiografias não dizem quando acontece cratera interdental (perda óssea de um
dente se comunica com a perda óssea do dente do lado)
● Não mostram também a lesão circunferencial e extensão das faces vestibular e lingual
(só conseguimos visualizar pela tomografia)
→ DEFEITO DE 3 PAREDES: melhor prognóstico
→ DEFEITO DE 2 PAREDES: cratera interdental
→ DEFEITO DE 1 PAREDE: pior prognóstico
→ DEFEITO CIRCUNFERENCIAL: prognóstico ruim
Imagem mostrando crateras interdentais.
ASPECTO RADIOGRÁFICO DA DOENÇA PERIODONTAL
● Ruptura e perda de definição de lâmina dura
● Redução da altura do osso interdental
● Padrão de perda óssea
PERIODONTITE PADRÃO MOLAR-INCISIVO
● Causa uma destruição óssea severa em curto espaço de tempo
● Aspecto localizado: incisivos e/ou molares
● Aspecto generalizado: quase em todos os dentes
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ENVOLVIMENTO DE FURCA
● Diagnóstico através de sondagem: nabers
● Radiografias podem ser úteis, mas há sobreposição
● Regra geral: perda óssea clínica é maior que achado radiográfico
ABSCESSO PERIODONTAL
● Aspecto radiográfico: área radiolúcida discreta na porção lateral da raiz
● Mostra a localização do abscesso
● Mostra o estágio da lesão
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TRAUMA DE OCLUSÃO
● Diagnóstico primeiro clínico: facetas de desgaste, mobilidade
● Aspectos radiográficos: alterações na espessura da lâmina dura e no espaço do ligamento
periodontal, densidade de osso esponjoso
● Observar reabsorção radicular externa: força excessiva de aparelho ortodôntico
RADIOGRAFIA DIGITAL INTRAORAL
● Para periodontia, tanto faz ser digital ou convencional
● Benefícios: baixa exposição de raio x
- mais rápido
- facilidade de armazenamento
- softwares medem automaticamente o tamanho do osso e dente
● Desvantagens:
- custo elevado inicial
- necessidade de treinamento prévio
- posicionamento adequado no sensor da boca
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CONE BEAM
● Proporciona informação diagnóstica valiosa na avaliação periodontal
● Consegue observar lesão endo-perio
● Verificação de fraturas
● Muito utilizada em Implantes
● Vantagem: imagem tridimensional; evita sobreposição
● Desvantagem: custo elevado; maior radiação
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RESUMO PROVA PRÁTICA
● ANATOMIA DO PERIODONTO
COMPOSIÇÃO
→ Gengiva marginal livre
→ Gengiva inserida
→ Gengiva/papila interdental (em dentes posteriores temos a área de col)
→ Mucosa alveolar
LIMITES
→ Junção/linha mucogengival: divide a gengiva inserida da mucosa alveolar
→ Sulco ou ranhura marginal/gengival livre: divide a gengiva marginal livre da gengiva
inserida
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CARACTERÍSTICAS DE UMA GENGIVA SAUDÁVEL
- rosa-pálida
- não edemaciada
- brilhosa
- firme e resiliente; festonada/arqueada com os dentes; sem sangramento
Gengiva interdental ou papilar
- Dentes anteriores: formato piramidal (triangular)
- Dentes posteriores: área de col (epitélio não queratinizado, menos resistente à penetração de
biofilme e mais suscetível à DP)
Sulco histológico X Sulco clínico
- Sulco histológico → distância da margem gengival até a porção mais
coronária do EJ. Aproximadamente 0,69mm
- Sulco clínico → distância da margem gengival até a profundidade de
penetração da sonda. Entre 2 e 3 mm
*Freios e bridas podem ser ectópicos = fora do lugar
PERIODONTIA UFPB PRODUZIDO POR YASMIM BARBOSA ALVES
● PARÂMETROS CLÍNICOS PERIODONTAIS
→ Cada elemento deve ser sondado nos 6 sítios de avaliação (mésio-vestibular; vestibular (no
centro) e distovestibular e mésio-palatina; palatina (no centro); disto-palatina.)
Parâmetros clínicos lineares (mm)
1. Profundidade de sondagem: medida da margem gengival ao fundo da bolsa/sulco
(epitélio juncional) e avalia a presença ou ausência de bolsa; profundidade normal:
2-3mm / bolsa: acima de 3mm.
*Quando a gengiva recobre a coroa, há aumento da margem gengival = valor da PS - =
pseudobolsa
*PS não indica presença de doença periodontal ativa
2. Recessão Gengival: medida da junção esmalte-cemento até a margem gengival; valor
normal de uma recessão: 0mm / avalia a migração apical da margem gengival
3. Nível clínico de Inserção (NCI): medida da junção esmalte-cemento até o fundo da
bolsa (epitélio juncional); NCI = RG + PS (se não houver recessão, o NCI = PS!)
Exemplos:
Sonda carolina do norte (15mm) sendo utilizada, e a PS está marcando = 2mm, sem presença de
bolsa. Recessão gengival presente = 6mm. Se fosse medir o NCI = 6+2 = 8mm!
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Sonda Carolina do Norte (15mm) sendo utilizada, marcando PS = 5mm, sendo assim, com bolsa
presente. Sem recessão gengival, então o NCI = 5mm.
PS= 9mm / RG= 2mm / NCI = 11mm
Parâmetros clínicos dicotômicos
Medidos em presença (1) ou Ausência (0)
1. Sangramento à sondagem (SS): indica a atividade da DP / avalia a inflamação dos tecidos
gengivais *Pode existir PS alterada sem SS
2. Supuração (SUP): significa que há exacerbação da doença periodontal, cronicidade da doença.
Parâmetros em graus
1. MOBILIDADE (MOD): medida em grau 0, 1 (fisiológica) 2 (exclusivamente vestíbulo/lingual) e 3 (não
há tratamento nesses casos, exodontia!!)
OBS: *Grau 1 e 2 podem regredir à normalidade
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2. LESÃO DE FURCA: grau 1 (só entra a ponta da sonda), grau 2 (entra uma das faixas e não
atravessa o diâmetro v/l) e grau 3 (não há mais nenhuma faixa óssea, a sonda entra as 2 faixas
completas atravessando o sentido vestíbulo-lingual); medida com a sonda NABERS!
● Grau 1 = raspagem
● Grau 2 = raspagem e enxerto
● Grau 3 = retirar 1 das raízes; tratamento endodôntico; transformar um molar em 2 pré-molares ;
deixar exposto para o paciente higienizar
● INSTRUMENTAIS
→ Instrumentais para exame: sondas e exploradores (ex: exploradora nº5)
SONDAS
1. Sonda Willians (10mm): utilizada para realizar a sondagem (nos 6 sítios) e
diagnóstico de bolsas periodontais; De 1 a 10 e não mostra a faixa de 4mm e 6mm.
2. Sonda Carolina do Norte (15mm): utilizada para realizar a sondagem (nos 6
sítios) e diagnóstico de bolsas periodontais. No milímetro 5, 10 e 15 tem uma faixa
mais grossa.
3. Sonda OMS (11,5mm): utilizada para realizar a sondagem (nos 6 sítios) e
diagnóstico de bolsas periodontais Sonda NABERS (12mm): utilizada para
sondar a extensão e profundidade de lesões de furca
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PARTES DO INSTRUMENTAL
1. HASTE (parte até chegar à lâmina)
2. CABO (parte onde pegamos)
3. LÂMINA/EXTREMIDADE/PONTA ATIVA (que realiza a raspagem)
→ Instrumentais para RAR: curetas, raspadores (foices), cinzéis, limas e enxadas
1. Raspador (foice) McCall 1-10
Raspagem supragengival / grandes massas de cálculo
Parte da foice: forma triangular / Parte do cinzel: parte reta!
2. McCall 13-14 e Mc Call 17-18
possuem 2 ângulos de corte, por isso, são indicadas para supragengival!
13-14: todas as faces dos dentes anteriores
17-18: todas as faces dos dentes posteriores
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3. Gracey
Só possuem 1 ângulo de corte, por isso, indicadas para subgengival!
5-6: todas as faces dentes anteriores (v-l-m-d)
7-8: faces livres (v e p) dos dentes posteriores
11-12: mesial dos posteriores e face mesial da furca distal
13-14: distal dos posteriores e face distal da furca mesial
→ Quando as hastes forem mais curtas e menos anguladas: indicado para
dentes anteriores
→ Quando forem mais longas e anguladas: dentes posteriores
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● POSIÇÕES DE TRABALHO PARA RASPAGEM
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