1.
Por que as barreiras linguísticas impedem o acesso dos imigrantes
aos serviços públicos no Brasil?
R:Pela falta de intérpretes e profissionais qualificados para atender
os. imigrantes que chegam no Brasil. Sem essa devida
acessibilidade os imigrantes tem acesso ao minímo, que é a
comunicação o que dificulta o acesso dos mesmos ao Brasil.
2. Quais são os principais desafios enfrentados pelo Brasil na oferta de
políticas linguísticas para imigrantes?
R:A segurança e o bem estar dos imigranter, a dificuldade de
atender a diversidade de línguas trazidas pelas pessoas que as
falam, a falta do oferecimento da língua oficial dos imigrantes, com
políticas de interpretações e traduções no setor público.
3. Como a falta de políticas linguísticas específicas pode violar os
direitos humanos?
R:No momento em que não oferece o minímo para imigrantes,
tirando o direito dos mesmo de ir e vir para o Brasil quando
quiserem, por falta de comunicaç¿o, interpretaçào e tradução.
4. O que o modelo de Ozolins (2010) propõe para superar barreiras
linguísticas?
R;O oferecimento de intérpretes e tradudores no setor público do
Brasil.
5. Quais recomendações foram feitas pelo IPEA para melhorar o acesso
dos imigrantes aos serviços públicos?
R: Em seu relatório final, uma das recomendações do instituto foi a
de que o atendimento e o acesso a informações fossem possíveis
em outros idiomas, e que houvesse pessoal especializado no
domínio dessas línguas para fazer o atendimento (IPEA, 2015)
6. R: Entre fazer política linguística e estudar as políticas linguísticas,
acredito que podemos dizer, em primeiro lugar, que cada país tem a
política linguística que necessita e que pode realizar. Dito assim,
evidentemente, estou querendo dizer que não se pode fazer
qualquer política linguística em qualquer lugar ou país
simplesmente porque os fatores de poder, fatores geopolíticos,
condicionam fortemente cada movimento. Política linguística são
uma faceta das políticas públicas dos países, das organizações
internacionais, das corporações e instituições, e nesse sentido são
um fazer permanente do homem, sempre adaptadas à sua época,
aos interesses geopolíticos, econômicos e culturais em jogo numa
determinada fase histórica.
7. R: políticas linguísticas são realizadas sob outros nomes, embutidas
dentro de outras políticas, de modo que podem não ser
imediatamente identificáveis. Isso não ocorre por um suposto
secretismo dos agentes de políticas linguísticas – os Estados, por
exemplo – mas porque as línguas e os seus usos estão conectados a
todo o agir social do homem. Assim, uma política de saúde ou de
defesa, de transporte ou editorial pode ter implicações sobre os
usos das línguas e gerar demandas para intervenções sobre as
próprias línguas.
8. R: o crescimento do interesse pelas políticas linguísticas, e
igualmente pela área acadêmica chamada política linguística, tem
relação com pressões da sociedade brasileira sobre o Estado após o
processo de redemocratização, plasmado pela Constituição de
1988. Essa “nova república” que se inicia mais concretamente
naquele momento, e tem hoje quase 30 anos, com altos e baixos
(até mais baixos que altos) interrompeu o processo autoritário do
Regime Militar e quis introduzir modificações no Brasil, quis
introduzir um modelo mais inclusivo de cidadania, mais aberto ao
reconhecimento da diversidade e da legitimidade das diferenças
culturais e linguísticas dos brasileiros. Essa movimentação trouxe à
luz diferentes políticas de inclusão, de fomento à diversidade, de
reconhecimento de direitos culturais, de internacionalização, de
desnaturalização, enfim, dos pressupostos da “Ilha Brasil”,
monolíngue e mocultural, perfeitamente ocidental e cristã,
estabilizada nos seus pressupostos pelo Estado Novo e depois pelo
Regime Militar, e com um espaço público criado e mantido por
meios de comunicação do nosso mainstream, em especial
televisivos, de perfil ainda colonial e anti-democrático, e que
restringem fortemente o conhecimento dos brasileiros sobre o que
acontece no mundo e até mesmo dentro da própria “Ilha Brasil”.
9. R: Um exemplo é o da gramática, que está deixando de se orientar,
em primeira linha, para um usuário humano, que a consulta quando
tem alguma dúvida, para se orientar a um usuário máquina, que
intervém já na escrita de um texto, aplicando conhecimentos de
uma gramática desenvolvida para ela. Outro exemplo é o da fixação
das normas linguísticas, num momento em que os Estados
Nacionais já não são o alfa e o ômega do processo, mas tem que
ceder soberania a organizações internacionais, ou de fonias, que
realizam um trabalho de normatização no quadro de línguas
pluricêntricas, compartilhadas por vários países. Ou ainda, em casos
mais radicais, em que são empresas transnacionais que passam a
normatizar crescentemente as línguas através dos seus programas
de edição de textos e de outras aplicações das suas bases de dados
digitais.a própria noção de direito linguístico está, a meu ver, sendo
modificada pela noção de língua como recurso, na medida em que
já não basta poder falá-la ou escrevê-la, mas é preciso ainda que ela
também possa ser um veículo de inclusão digital, de modo a evitar
a chamada “brecha digital” que separa aqueles que têm acesso à
rede na sua própria língua daqueles que não têm. E, ainda, porque
os países vão se transformando paulatinamente, em hubs
linguísticos e deixando de ser os Estados Nação que foram um dia.
Acredito, portanto, que precisamos ficar atento a estes
acontecimentos e às novas políticas que daí decorrerão, e repito
que estamos numa fase, no Brasil, de grande crescimento do
interesse pela política linguística, exatamente pela percepção da
necessidade de intervir no campo das línguas, num fenômeno que
chamei, há uns anos atrás, como já disse no começo da entrevista,
de a “virada político linguística". Penso que a linguística do século
XXI será grandemente e cada vez mais política linguística.
10. Promovendo a equidade, oportunidade justas para todos,
ajuda na preservação de línguas, cultura, além de promover a
diversidade cultural
11. .Quais são os impactos sociais e culturais da cooficialização de
línguas em municípios brasileiros, como São Gabriel da Cachoeira?
12. em uma reflexão mais recente sobre a natureza do
campo ,surgiu-se que a política linguistica tem 3 componentes inter-
relacionados mais independentes: as reais práticas linguísticas dos
membros da comunidade, as crenças daqueles membros sobre a
língua e os esforços de alguns membros para mudar as práticas e as
crenças existentes. Também foi proposto que em cada domínio e
em cada subconunidade( governamental,de negócios, educacionais,
religiosa familiar)é possível encontrar um conjunto de práticas e
crenças complexos mais organizados e alguns indivíduos
(gestores)que desejam modificar o comportamento linguístico e as
crenças de outros. O campo da política linguistica é considerado
um tipo de sociolinguistica aplicada, com muitas de suas atividades
direcionadas à educação.
13. união europeia tem uma política de apoio a línguas indígenas
mas não a línguas migrantes ; continuam a existir esforços para
que as línguas africanas sejam usadas em alguns estados; e a
pressão continua para a língua seja entendida como um dos direitos
humanos.
14. imagino que a luta continui .O multilinguismo também vai
continuar, mas uma grande parte das mais ou menos 6.000 linguas
de hoje vai desaparecer rapidamente por causa das línguas
nacionais e internacionais. Os peixes grandes continuaram a comer
os pequenos
15. Durante o século XX a maior parte da gestão linguistica foi
influenciada pela ideologia monolíngui de antigos novos estados. As
tentativas de desenvolver políticas que reconheciam o
multilinguismo e a diversidade da maioria das comunidades
Geralmente não obtinham sucesso, de modo que os vários planos
dirativistas que procuravam reverter o pecesso de substituição
linguistica e fazer valer os direito linguísticos das minorias étnicas
naufragaram, por um lado, por causa de pressões nacionalistas, por
causa do inglês visto como língua global.
16. Como as políticas linguísticas podem preservar as línguas
indígenas em contextos globais?
Existem indícios de que os esforços de gestão linguística,
consideram o reconhecimento de diversas comunidades envolvidas,
começam a produzir resultados. A União Europeia adota uma
política de apoio às línguas indígenas, e a pressão persiste para que
a língua seja reconhecida como um dos direitos humanos.
17. Qual é a diferença entre multilinguismo e plurilinguismo,
segundo o Quadro Comum Europeu?
Segundo o quadro comum europeu, o conceito de plurilinguismo
está relacionado ao ensino de línguas estrangeiras. Esse conceito
difere do multilinguismo, pois enquanto o multilinguismo se refere à
oferta de diversas línguas, o plurilinguismo abrange não apenas o
domínio de várias línguas, mas também a estreita conexão entre
língua e cultura.
18. Por que Moçambique é considerado um país plurilíngue?
O território de Moçambique abriga diversas línguas étnicas,
incluindo o português, além de muitas línguas trazidas por
imigrantes que se estabeleceram no país. Essa diversidade
linguística o torna uma sociedade plurilíngue e pluricultural, fruto da
convivência entre várias etnias, línguas e culturas.
19. Como o ensino de línguas em Moçambique pode promover o
plurilinguismo?
Os fatores linguísticos, sociais e culturais devem ser considerados
para garantir que os estudos linguísticos realizados no país reflitam
a realidade local. Esses fatores desempenham um papel crucial na
representação da identidade do indivíduo moçambicano na
sociedade e na comunidade, independentemente de sua cultura,
língua ou etnia.
20. Quais são os principais desafios do plurilinguismo em
Moçambique?A situação linguística de Moçambique é marcada pelo
contato constante entre as línguas locais e o português, que atua
como língua de unidade nacional e meio de comunicação
interétnica. O português é amplamente utilizado como segunda
língua ou língua estrangeira pela maioria da população, gerando
variações linguísticas, especialmente em termos de sotaque, que
evidenciam o processo de nativização do idioma no país. Essas
variações ocorrem em todas as regiões e refletem as influências das
línguas bantu, transferindo características dessas línguas para o
português, independentemente de o falante o usar como língua
materna (L1), segunda língua (L2) ou língua estrangeira (LE).
21. R: O Plurilinguismo de Moçambique, ajuda no enriquecimento
cultural das pessoas de lá, além fomenta uma maior abertura de
espírito, condições fundamentais para a construção de uma
competência plurilíngue.