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Artigo

O documento discute a importância do reconhecimento da paternidade socioafetiva, destacando a evolução do conceito de família e a possibilidade de reconhecimento extrajudicial conforme o Provimento n°149/23 do CNJ. São apresentados os requisitos e documentos necessários para o reconhecimento, além das restrições e procedimentos envolvidos, incluindo a participação do Ministério Público. O reconhecimento é um ato unilateral e irrevogável, que pode ser contestado judicialmente em casos de vício de vontade ou fraude.

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O documento discute a importância do reconhecimento da paternidade socioafetiva, destacando a evolução do conceito de família e a possibilidade de reconhecimento extrajudicial conforme o Provimento n°149/23 do CNJ. São apresentados os requisitos e documentos necessários para o reconhecimento, além das restrições e procedimentos envolvidos, incluindo a participação do Ministério Público. O reconhecimento é um ato unilateral e irrevogável, que pode ser contestado judicialmente em casos de vício de vontade ou fraude.

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É muito importante nesses casos contar com a ajuda de um

advogado, nós do escritório “F. CACHETA – Sociedade Individual de


Advocacia” entregamos um serviço de qualidade, claro e confiável aos
nossos clientes, o reconhecimento da paternidade socioafetiva pode ser
relevante para se prevenir injustiças, o desfavorecimento dos filhos de
sangue aos filhos do afeto.

Com certeza pode-se admitir que poucos são os conceitos que se


mantém com o mesmo sentido ao longo do tempo. O conceito legal de
família foi um dos ramos do direito privado que mais sofreu alterações ao
longo das últimas décadas. Se antes o direito dava o foco para o
casamento ou para o vínculo biológico, hoje o afeto ganha uma nova
dimensão nas relações privadas.

Certamente, você já viu ou ouviu falar que “pai é quem cria” ou que
“fulano(a)” ou que é filho de criação de “cicrano(a)” ou seja, nessa
relação está presente a “posse do estado de filho" sem que esse vínculo
seja registrado no assento de nascimento da pessoa. VILELLA (1979) já
advertia que a paternidade nada tem de biológico e é antes de tudo um
fato e uma vocação:
“A desbiologização da paternidade, que é, ao mesmo tempo,
um fato e uma vocação, rasga importantíssimas aberturas
sociais. Em momento particularmente difícil, quando o
mundo atravessa aguda crise de afetividade, e dentro dele o
País sofre com seus milhões de crianças em abandono de
diferentes graus e espécies, a consciência de que a
paternidade é opção e exercício, e não mercê ou fatalidade,
pode levar a uma feliz aproximação entre os que têm e
precisam dar e os que não têm e carecem receber”

O entendimento corrente categoriza que são três os elementos para


caracterizar a posse do estado de filho:
(i) Nome ou Nominativo que se refere a utilização do
sobrenome da família (embora nesses casos seja menos
comum); (ii) Tractatus ou Tratamento quando a pessoa é
tratada como filho e; (iii) Fama ou Reputação que é quando a
pessoa é reconhecida como filho pertencente à família pela
sociedade

Mas você sabia da possibilidade do reconhecimento seu “filho de


criação” pela via extrajudicial? O reconhecimento da parentalidade
socioafetiva é atualmente regulamentada pelo Provimento n°149/23 do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e permite que seja reconhecida a
parentalidade inclusive de pessoas maiores de idade independentemente
do estado civil que da pessoa que terá seu estado de filiação reconhecido,
que não impede a posterior discussão sobre a origem biológica do filho.

O reconhecimento não precisa ser feito perante o cartório em que


foi registrado o assento de nascimento do pretenso filho e pode ser feito
em qualquer registro de pessoas naturais mediante a exibição de
documento oficial de identificação com foto do requerente (RG, CNH) e da
certidão de nascimento do filho, ambos em original e cópia.

Mas quais são os requisitos para o reconhecimento da paternidade


socioafetiva? Basicamente o provimento 149/23 coloca como requisito
básico a estabilidade da relação afeto entre as partes envolvidas e ser
exteriorizada socialmente, inclusive é permitido o reconhecimento por
meio de documento público ou particular de disposição de última vontade
verificada por elementos concretos de forma objetiva. Existe a vedação
para o reconhecimento da filiação socioafetiva em casos que:
a) Os envolvidos já tenham entre si vínculos parentais (ex: irmãos e avós);

b) O pretenso filho tem idade abaixo dos 12 anos de idade;


c) O pai ou mãe socioafetivo deverá ser dezesseis anos mais velha do que
o filho socioafetivo;

d) Exista a ocorrência de demanda judicial em curso em que se discuta o


reconhecimento da paternidade socioafetiva do pretenso filho;

e) Exista a ocorrência de outro registro de filiação socioafetiva prévia no


assento de nascimento do filho socioafetivo, seja do lado paterno ou do
lado materno, embora neste caso, nada impeça o reconhecimento de
dois ou mais parentes socioafetivos pela via judicial.

Quais são os documentos necessários para o reconhecimento da


filiação socioafetiva? Primeiro, precisamos lembrar que o reconhecimento
é ato unilateral e irrevogável, passível de desconstituição pela via judicial,
nas hipóteses de vício de vontade, fraude ou simulação. A documentação
ficará arquivada no cartório (cópia ou original) e junto do requerimento
(conforme modelo constante do Anexo VI do Provimento n. 63, de 14 de
novembro de 2017) e deverá demonstrar a “posse do estado de filho”
estando destacados na referida resolução:
a) Fotografias em celebrações relevantes (ex: aniversário, formatura,
natal, ano novo, páscoa etc.);
b) Declaração de testemunhas com firma reconhecida;

c) A inscrição do pretenso filho em plano de saúde ou em órgão de


previdência, bem como, a inscrição como dependente do
requerente em entidades associativas;
d) O apontamento escolar do filho socioafetivo como responsável ou
representante;

e) Registro oficial de que residem o parente e o pretenso filho na


mesma unidade domiciliar;

f) A comprovação do vínculo de conjugalidade (união estável ou


casamento) com o ascendente biológico e;

g) A declaração do desconhecimento da existência de processo judicial


em que se discuta a filiação do pretenso filho, sob pena de incorrer
em ilícito civil e penal.

A falta de qualquer um destes documentos não impedirá o


registro do vínculo socioafetivo no registro de nascimento do(a)
pretenso(a) filho(a). Todavia, o registrador deverá demonstrar como
constatou o vínculo socioafetivo e suspeitando de fraude, falsidade,
simulação, má-fé, vício da vontade ou dúvida sobre o estado de “posse de
filho” o registrador poderá se recusar o registro de forma fundamentada e
encaminhará o pedido ao juiz competente nos termos da legislação local.

O procedimento para o reconhecimento da paternidade


socioafetiva terá a participação do Ministério Público que deverá
apresentar seu parecer sobre o expediente do registrador. Caso o
Ministério Público seja favorável, o registrador realizará a
paternidade/maternidade socioafetiva, caso seja desfavorável, o
registrador não poderá realizar o registro e comunicará ao requerente e
arquivará o expediente. Já caso exista eventual dúvida ao em relação ao
registro deverá ser remetida ao juízo competente para decidir sobre o
caso. Quando o reconhecimento envolver a participação de pessoa com
deficiência, serão observadas as regras da tomada de decisão apoiada.

O provimento 149/23 do CNJ prevê diferenças em relação ao


reconhecimento do vínculo socioafetivo para quem atingiu a maioridade.
Se o pretenso filho tiver idade superior a 12 anos e inferior a 18 anos ele
deverá anuir com o registro e deverá ser feita pessoalmente perante o
registro civil ou por escrevente autorizado. Caso não seja possível a
manifestação de alguma das partes o caso será apresentado ao juiz
competente nos termos da legislação local.

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