Victor Trabalho Final
Victor Trabalho Final
Lavras-MG
2025
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VICTOR MARCONDES REIS ALMEIDA
Lavras-MG
2025
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RESUMO
No futebol atual, tem-se uma certa dúvida de qual será/seria a melhor forma de um
time se posicionar taticamente em campo, antigamente eram poucos os esquemas
táticos usados, mas com o passar do tempo e a vontade de certas pessoas em
saber mais sobre o assunto, foram criados vários esquemas táticos e modelos de
jogo no qual fizeram muita diferença para o futebol atual. Dito isso, é de extrema
importância o estudo sobre tal assunto. Nesse contexto, este presente trabalho tem
como objetivo explorar os principais conceitos de tática futebolística e fornecer um
guia para montar um esquema tático eficaz, considerando as variáveis técnicas,
físicas e psicológicas envolvidas. O esquema tático é o primeiro passo na
construção. O sistema de jogo refere-se à quantidade de jogadores alojados na
linha defensiva, do meio-campo e do ataque. Os mais comuns sistemas de jogo,
assim chamados, são 4-4-2, 4-3-3 e 3-5-2, com diferentes atributos de posse de
bola, marcação e transição. Ao propor um esquema tático, deve-se observar as
características de seus jogadores, como velocidade, habilidade técnica, cabeceio e
posicionamento. Posto isso, o atleta deve ser situado em uma posição que explore
ao máximo suas qualidades. Para isso, constroem-se as nomenclaturas de funções
e subfunções dos atletas, selecionadas com base nas características do time em
questão, evidenciando as funções primárias do jogo de futebol referente à posse e à
recuperação da bola.
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ABSTRACT
In current football, there is a certain doubt as to what is/would be the best way for a
team to position itself tactically on the field. In the past, there were few tactical
schemes used, but with the passage of time and the desire of certain people to know
more about the subject, several tactical schemes and game models were created
which made a lot of difference to current football. That said, studying this subject is
extremely important. In this context, this present work aims to explore the main
concepts of football tactics and provide a guide to put together an effective tactical
scheme, considering the technical, physical and psychological variables involved.
The tactical scheme is the first step in construction. The game system refers to the
number of players housed in the defensive line, midfield and attack. The most
common playing systems, so called, are 4-4-2, 4-3-3 and 3-5-2, with different
attributes of ball possession, marking and transition. When proposing a tactical
scheme, you must observe the characteristics of your players, such as speed,
technical ability, heading and positioning. That said, the athlete must be placed in a
position that makes the most of their qualities. To this end, names of athletes'
functions and subfunctions are constructed, selected based on the characteristics of
the team in question, highlighting the primary functions of the football game
regarding possession and recovery of the ball.
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SUMÁRIO
1. Introdução ……………………………………………………………………………… 6
2. Objetivo ………………………………………………………………………………….. 7
2.1 Objetivo Central ………………………………………………………………….. 7
2.2 Objetivos Secundários ………………………………………………………….. 8
3. Referencial teórico …..……………………………………………………………….. 8
3.1 Definição …………………………………………………………………………… 8
3.2 Tática ………………………………………………………………………………. 8
3.3 Princípios Táticos no futebol …………………………………………………... 8
4. Metodologia …………………………………………………………………………… 11
5. Organização ofensiva ………………………………………………………………. 11
6. Transição defensiva …………………………………………………………………. 14
7. Organização defensiva ……………………………………………………………… 15
8. Transição ofensiva ………………………………………………………………….. 16
9. Formações táticas mais conhecidas no futebol ……………………………….. 17
9.1. Formação 4-4-2 …………………………………………………………………. 17
9.2. Formação 4-3-3 …………………………………………………………………. 24
9.3. Formação 3-5-2 …………………………………………………………………. 28
10. Conclusão ……………………………………………………………………………..32
11. Referências bibliográficas ………………………………………………………… 33
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1. INTRODUÇÃO
O futebol é uma modalidade esportiva coletiva que exige mais do que apenas a
habilidade técnica dos atletas. Os treinadores também precisam ter competência
tática e a capacidade de fazer escolhas sábias durante os treinos e na partida para
elaborar um plano eficaz e aprimorar o rendimento do time. O resultado positivo no
futebol ultrapassa o talento individual, e sim como esse talento é estruturado e
posicionado no campo através de um esquema tático. É neste ponto que se destaca
a relevância de um esquema tático bem feito e executado. O plano tático deve
potencializar os pontos fortes e reduzir pontos fracos da equipe, considerando
diversas ocasiões, como o jeito do adversário jogar e o cenário do jogo. Portanto,
estabelecer o esquema tático é a primeira etapa para estabelecer uma equipe
competitiva (Castelo, 1994).
De acordo com Melo (2000) os esquemas táticos são uma configuração tática
implementada por um time de futebol durante um jogo. O desenho tático determina
a organização dos atletas em campo e tem um impacto direto no rendimento
coletivo e individual. É fundamental que os treinadores entendam as
particularidades de cada sistema tático para selecionar o mais adequado para a
equipe, considerando as competências dos atletas e as exigências do jogo.
Conforme Wilson (2008) o treinador não deve alterar o sistema com frequência, mas
sim utilizar táticas diferentes de acordo com as características de cada adversário.
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A importância dos esquemas táticos para o futebol é incontestável, uma vez que
influencia diretamente no estilo dos jogos. Esse esporte é um dos únicos no mundo
que o resultado da partida pode ser totalmente inesperado. Se a equipe estiver bem
treinada e com um bom sistema tático, ela pode equilibrar a disparidade de
competências individuais entre ela e as outras equipes. Isso possibilita que uma 7
equipe menos habilidosa vença uma mais forte. Ademais, a tática no futebol é
crucial para assegurar a organização do time em campo, aumentando as
possibilidades de vitória e atingindo as metas definidas pelo técnico e pelo clube
(Castelo, 1996)
2. Objetivo.
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2.2 Objetivos secundários.
3. Referencial teórico.
3.1 Definição.
De acordo com Wade (1978), o futebol é um esporte coletivo jogado entre duas
equipes. Quando uma delas tem a posse de bola, tenta ultrapassar os adversários
procurando progredir no sentido do gol, finalizando para então fazer o gol. Por sua
vez, a equipe que não possui a posse de bola procura impedir essa progressão,
além de não deixar o adversário finalizar a gol, ao mesmo tempo em que tenta
recuperar a posse de bola, para assim chegar ao gol inimigo e conseguir fazer o gol.
3.2 Tática.
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Quadro 1 - Comportamentos táticos individuais do futebol na fase ofensiva e defensiva
(baseado em Reis e Almeida, 2019).
Fase ofensiva
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Comportamento tático Definição
individual
Fase defensiva
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4. Metodologia.
5. Organização Ofensiva.
No contexto de tiro de meta, a saída longa tem como objetivo chegar ao campo de
ataque com apenas um toque. Para isso, é necessário posicionar e preparar a
equipe para disputar a primeira e a segunda bola, além de definir o jogador alvo da
bola longa, o lado para onde será direcionada, o posicionamento dos jogadores e as
movimentações específicas de alguns atletas. O perfil ideal para essa situação é ter
um goleiro com boa reposição, jogadores bons em disputa aérea e atacantes que
segurem bem a bola
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Por fim, na saída curta para depois alongar, o objetivo é atrair a equipe adversária
para disputar a primeira e a segunda bola com menos jogadores adversários. Para
isso, é necessário definir o jogador responsável pela bola longa, quem a receberá e
orientar os demais jogadores para se compactarem rapidamente, a fim de disputar a
bola longa. O perfil ideal para essa situação inclui zagueiros com facilidade em
passes longos, jogadores bons em disputa aérea e atacantes que saibam segurar
bem a bola.
Quanto ao tipo de jogo, pode-se optar por um jogo com posse de bola, priorizando
passes curtos para atrair o adversário e criar espaços, ou um jogo direto, que se
concentra mais em bolas longas, sem a necessidade de passar por todas as faixas
do campo. Para passar da primeira linha de marcação, é fundamental definir por
qual corredor de ataque (direito, esquerdo ou central) a equipe vai penetrar no bloco
adversário, e também quais jogadores serão os responsáveis por iniciar e receber a
bola.
Sobre a criação de jogadas, de acordo com Ando, Raul (2023) uma das principais
formas é através de cruzamentos, que têm como objetivo criar oportunidades de gol,
geralmente com um chute ou cabeçada. Existem três tipos de cruzamento no
futebol: o cruzamento antecipado, que ocorre antes da linha da 12 grande área,
oferecendo mais espaço para sua execução; o cruzamento lateral, realizado ao lado
da grande área, onde a disputa de espaço é maior devido à proximidade com a linha
defensiva adversária; e o cruzamento de fundo, que acontece perto da linha de
fundo, sendo mais difícil de executar devido ao espaço limitado e à marcação mais
intensa da defesa (Figura 1). Para esses cruzamentos, os jogadores podem
utilizá-los com curvas para dentro ou para fora da direção do gol, tanto altos quanto
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rasteiros, com destinos variados, como a primeira ou a segunda trave, as costas ou
entre os defensores.
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rapidamente, a inversão pode criar espaços e falhas na marcação, gerando
oportunidades de ataque. Esse movimento pode ser feito com passes longos
diagonais ou passes rápidos rasteiros.
É de extrema importância que o time esteja bem treinado para saber qual será a
melhor opção de jogada durante a partida, se a criação ocorrerá pelo corredor
esquerdo/direito, geralmente com laterais e pontas, ou pelo corredor central,
normalmente com volantes ou meio-campistas mais avançados. Após escolherem o
corredor, os jogadores devem realizar boas movimentações e passes, utilizando
amplitude e profundidade como aliados para facilitar o caminho e criar
oportunidades no ataque.
6. Transição defensiva.
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A referência tem como objetivo utilizar a bola e o espaço de maneira estratégica,
com o intuito de pressionar o jogador adversário que está com a posse da bola,
fechando suas linhas de passe.
7. Organização defensiva.
Na marcação, são utilizadas três tipos, sendo elas a marcação em bloco alto, médio
e baixo. A marcação em bloco alto tem como objetivo ser uma tática agressiva,
evitando que a equipe adversária saia jogando e tentando roubar a bola o mais
próximo possível do gol adversário. Isso dificulta a construção de jogadas da outra
equipe e força erros. Esse tipo de marcação pode ser feita por zona, em que os
jogadores cobrem áreas específicas do campo, ou individual, onde cada jogador
marca um adversário específico, sem deixar espaço para sair jogando. Pode-se
fechar as linhas de passe do goleiro e zagueiros, bloqueando a possibilidade de
passes curtos, forçando-os a dar um "chutão". No entanto, essa estratégia envolve
riscos, como o cansaço físico dos jogadores, já que exige muito condicionamento, e
uma possível exposição ao contra-ataque, pois se a pressão for superada, a defesa
ficará distante da própria área, oferecendo mais espaço para o adversário.
A marcação em bloco médio tem como objetivo permitir que a equipe adversária
saia jogando para depois pressionar e roubar a bola próxima ao gol adversário. Ela
visa dificultar o passe curto dos defensores ou laterais que iniciam a construção da
jogada adversária, forçando-os a realizar passes mais longos e imprecisos. Esse
tipo de marcação oferece um controle maior no campo, com menos risco que a
pressão em bloco alto, permitindo que a equipe jogue de maneira mais flexível e
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controlada. Os jogadores ficam posicionados em uma linha intermediária, entre a
linha defensiva e o meio-campo, o que possibilita bloquear os passes sem exigir
tanto fisicamente, já que não há pressão alta no goleiro.
A marcação em bloco baixo visa deixar a equipe adversária com a posse de bola,
com o objetivo de proteger a área e dificultar as finalizações. A defesa compacta
minimiza os espaços por onde os atacantes possam se infiltrar, forçando a equipe
adversária a jogar pelas laterais. Esse tipo de marcação é frequentemente adotado
quando se enfrentam equipes mais fortes ou em situações onde o objetivo é o
empate ou evitar muitos gols. Os defensores ficam mais próximos da própria área, e
os volantes ou meio-campistas defensivos ficam posicionados em frente à linha
defensiva para reforçar o bloqueio no centro do campo. As formações táticas mais
comuns nesse tipo de marcação são o 4-4-2, 4-5-1 e 5-4-1, que garantem que os
jogadores fiquem mais próximos uns dos outros. Apesar de ser eficaz, esse estilo de
marcação tem seus riscos. Se a equipe adversária tiver boa circulação de bola e
habilidade para criar espaços e realizar cruzamentos, a defesa pode ser quebrada,
resultando em gol. No entanto, se a equipe que adota o bloco baixo souber
aproveitar os erros do adversário, pode aproveitar os espaços deixados para
encaixar contra-ataques perigosos.
8. Transição ofensiva.
O time pode utilizar da manutenção da posse de bola ,ou seja, podendo usufruir do
passe para trás para escapar da pressão e se organizar para atacar novamente,
além de buscar inversões para troca de lado rápida buscando mais espaços. Além
de também poder se beneficiar com contra-ataques para tirar da pressão e fazer a
transição ofensiva, utilizando do passe para frente, inversões de jogo e passes
longos para colocar o time em saída rápida.
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Nos dois exemplos de transições ofensivas citados (manutenção de posse de bola e
contra-ataque) a equipe deve ter alguma definições, como por exemplo, qual ou
quais jogadores serão referência na hora da transição, se será o lateral oposto, os
zagueiros e goleiro caso seja utilizada a manutenção de posse de bola, os
atacantes de lado com bolas em espaço, o meio campista com bom passe para
poder distribuir melhor o jogo, ou os atacantes para fazerem o pivô e segurar a bola
para a chegada dos outros jogadores de equipe. Tudo isso deve ser programado,
estudado, treinado e definido nos treinos, para nas partidas serem jogadas
concretizadas com sucesso, ou seja, sem erro e assim poder fazer o gol (Borges et
al., 2018).
9. Sistemas de jogo.
9.1 4-4-2
Segundo Santos Filho (2002), o sistema 4-4-2 apresenta tanto desvantagens quanto
benefícios. Se a equipe tiver atacantes velozes, os contra-ataques tornam-se mais
rápidos, já que a tática favorece a recuperação ágil da bola. A presença de diversos
jogadores no meio-campo também favorece os defensores, permitindo-lhes focar
mais nas bolas que sobram. No entanto, essa configuração tática restringe as
chances ofensivas, pois os atacantes estão sempre em menor número em
comparação aos defensores. Ademais, requer um empenho adicional dos atletas do
meio-campo, que devem se empenhar tanto na marcação quanto nas atividades
ofensivas.
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No estilo tradicional, é utilizada uma linha de quatro jogadores na defesa (dois
zagueiros e dois laterais), uma linha de quatro jogadores no meio-campo e uma
linha de dois jogadores no ataque (Figura 1). É um estilo bem físico e direto, com a
linha defensiva bem sólida, dois meio campistas defensivos e com organização de
jogo, dois meio campistas extremos rápidos que tem o foco de ganhar dos laterais
adversários no um contra um para conseguir lançamentos na área para os
atacantes, além de também saberem construir jogadas pelo meio, e por fim dois
atacantes com uma boa finalização e com raça para brigarem por bolas longas e
cruzamentos (Wyscout, 2022).
Quando o time tem a posse de bola, os atacantes têm como objetivo avançarem até
a defesa adversária para segurarem os defensores do outro time, podendo segurar
a bola até os demais jogadores da equipe aliada aproximarem, ou também podem
se afastar da defesa rival para criar espaços para algum jogador aliado penetrar
sobre a defesa rival. Conclui-se que eles têm como objetivo finalização ou gerar
chances de gol para a equipe.
A função dos laterais são de fazer a cobertura dos meio-campistas mais abertos
além de fazer a movimentação por dentro para ajudar na construção de jogadas,
quando os meio-campistas que geralmente jogam mais abertos estiverem por
dentro, os laterais devem abrir para as laterais do campo, abrindo espaço e criando
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oportunidades de passes jogando pelo corredor para então poderem utilizar de
cruzamentos na área (Wyscout, 2022).
Os zagueiros centrais como são os últimos jogadores para o ataque, eles têm
menos marcação, ou seja, sua função com a bola é de fazer a distribuição para os
laterais ou meio-campistas com o passe curto, sabendo a hora de executar o passe
para o jogador aliado estar em condição de recebê-lo sem nenhuma marcação
próxima. Eles também podem utilizar de um passe longo para encontrar os
atacantes aliados, fazendo com que façam um pivô ou aproveitando da infiltração e
bola enfiada (Wyscout, 2022).
Os quatro jogadores da linha de defesa formam uma linha igual aos jogadores de
meio campo, só que um pouco mais compactos para não correrem o risco de
deixarem espaços para o time adversário, os zagueiros ficam responsáveis pela
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marcação dos atacantes, além da cobertura da área por conta de jogos diretos e
cruzamentos rivais, e os laterais na marcação dos atacantes de ponta ou algum
meio-campista mais aberto. Todos os quatro jogadores da linha defensiva devem
estar preparados para recuar e cobrir os espaços deixados por outros jogadores nas
costas (Wyscout, 2022).
O esquema tático 4-4-2 losango é constituído também por uma linha de quatro
jogadores na defesa e uma linha de dois jogadores no ataque, porém no
meio-campo é formado por dois meio campistas abertos fazendo uma proteção
maior nas laterais e o primeiro mais retido fazendo a cobertura do restante dos
jogadores no meio, além do meio-campista mais avançado que se apoia nos
atacantes de referência para melhor criação de jogadas. (Figura 2)
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Figura 2. Fonte de imagem: Wyscout.
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Figura 3. Fonte de imagem: Wyscout.
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Quando não se possui a posse de bola, a função do primeiro volante é de
permanecer na frente dos zagueiros do seu time e manter atenção com os passes
em direção aos atacantes adversários, quando seu time está fazendo uma pressão
na outra equipe ele pode avançar para ajudar nessa imposição também, mas na
maioria das vezes permanece em uma posição central, para facilitar a reposição na
frente da sua linha defensiva. Os dois meio-campistas da ala marcam o adversário
comumente no um contra um ou por zona para proteger o corredor interno. A ideia é
evitar passes de dentro para fora. Se o adversário conseguir superar a pressão dos
atacantes, os meio-campistas podem pressionar os laterais na esperança de
impedi-los de avançar muito no campo. Já o meio-campista mais avançado pode
fazer tanto uma marcação individual no primeiro volante do time adversário, como
também pode monitorar a linha de passe para ele. Se por acaso os atacantes de seu
time estiverem marcando abertos, a função do meia central é de avançar e marcar
os zagueiros adversários, fazendo com que os meias abertos fechem um pouco
mais para marcar a linha de passe da outra equipe (Wyscout, 2023).
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9.2 4-3-3
Esse esquema tático é formado por quatro jogadores na linha defensiva (dois
zagueiros e dos laterais), três jogadores no meio-campo, podendo se
movimentarem de três formas sendo a primeira delas com um volante e dois meias
mais avançados (Figura 4), outra com dois volantes e um meia atacante central, e
por último com um primeiro volante mais retido, um segundo volante mais de
criação e um pouco mais avançado que o primeiro volante, e por fim o meia
atacante. Além de possuir uma linha de três atacantes na frente, com um deles mais
centralizado e dois atacantes mais abertos conhecidos como pontas ou alas (Figura
4).
Sua origem foi na Copa do Mundo de 1962 com a Seleção do Brasil, na qual fez
uma adaptação de sua antiga formação da Copa de 1958 (4-2-4), trazendo um de
seus atacantes para o meio-campo. Mais para frente, a seleção holandesa
conhecida como “Laranja Mecânica” de 1974 e o Ajax do começo da década de 70
foram dois dos times mais famosos que inspiraram o uso dessa formação tática,
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incentivando figuras como Johan Cruyff a usar o 4-3-3 depois que se tornou
treinador (Wyscout, 2021).
Conforme ressaltado por Santos Filho (2002), essa formação apresenta tanto
vantagens como também desvantagens. Um dos maiores desafios é a necessidade
de grande movimentação, principalmente no setor ofensivo, que devem ser capazes
de marcar e atacar ao mesmo tempo, que é importantíssimo para o funcionamento
do esquema. Ademais, o condicionamento físico dos atletas é um elemento
fundamental, sendo ainda mais difícil no começo da temporada, quando os
jogadores ainda não atingiram seu nível máximo de aptidão física. No entanto,
quando bem esse esquema tático é bem aplicado, essa configuração favorece a
criação de jogadas, já que a equipe mantém-se unida tanto na defesa quanto no
ataque, tornando mais difícil para o adversário organizar suas ações. A presença de
três atacantes também torna mais eficiente a distribuição das jogadas pelos meio
campistas, que têm mais opções para acionar no ataque.
Os atacantes que atuam pelos lados têm como principal função isolar os laterais
adversários e atacar em situações de um contra um, seja por fora para cruzar ou
diagonalmente para se juntar aos meio-campistas e ao centroavante. Esta última
alternativa é frequente para alas que atuam com o pé invertido (jogador que chuta
com a direita e joga na ponta esquerda, e vice-versa) ou atacantes internos que
procuram se deslocar da ala, oferecendo também a opção de chute ao gol. Os
pontas que mantêm um posicionamento mais amplo podem contribuir para a
abertura de espaço nas corridas internas. Por outro lado, um ala que se desloca por
dentro abre espaço para um lateral avançar e auxiliar no ataque (Wyscout, 2021).
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O centroavante sempre se movimenta no campo de acordo com a ação ofensiva do
time, saber a hora de se posicionar na área para cruzamentos se por exemplo a
bola estiver indo para lateral, saber puxar a marcação do zagueiro para criação de
espaços no meio-campo, saber a hora de se posicionar perto dos outros jogadores
para fazer uma troca de passes curtos e criar jogadas e também saber a hora de
infiltrar na linha defensiva adversária quando sobrarem espaços.Ou seja, o
centroavante deve sempre estar atento ao movimento tanto do seu time como da
defesa adversária (Wyscout, 2021).
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Quando se detém a posse de bola, as funções dos zagueiros são de primeiramente
examinar onde estão localizados os jogadores aliados e adversários para então
começar a construção ofensiva, percebendo onde seu time terá superioridade
numérica para uma melhor troca de passes. Cada zagueiro pode se posicionar um
pouco mais aberto para que o primeiro volante (melhor passe) recue e jogue entre
eles para buscar uma boa jogada com um melhor passe ou lançamento longo para
os jogadores de ataque. Desta forma os laterais podem avançar, proporcionando
mais espaço e largura do time enquanto os meio campistas podem recuar um pouco
para a cobertura deixada pelos laterais em caso de falha e perda da posse de bola
(Wyscout, 2021).
O esquema tático 4-3-3 é uma ótima formação para times que gostam de pressionar
o adversário quando não estão com a posse de bola, pois a equipe tem três
jogadores no ataque. Os atacantes de lado podem começar junto ao centroavante a
marcação por dentro para bloquear o passe dos zagueiros para os meio-campistas,
e depois começar a pressão para fora, assim forçando o time adversário a jogar
pelas laterais, facilitando a marcação. Outro jeito de marcar que os atacantes mais
abertos podem fazer, é de começarem suas marcações de fora para dentro, para
forçar o time adversário a jogar por dentro e depois do passe para o meio-campista
adversário fazer uma alta pressão para o roubo da bola.
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os laterais podem avançar e apoiar o time na frente, principalmente quando os
atacantes mais abertos da equipe adversária estiverem na posição mais avançada,
quando isso ocorre os zagueiros devem se movimentar um pouco para as laterais
do campo para manter a cobertura do time por conta da marcação pressão alta do
time aliado (Wyscout, 2021).
9.3 3-5-2
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Segundo Santos Filho (2002), essa formação traz tanto vantagens quanto
desvantagens. Um dos pontos negativos é que, por ser mais focada na defesa, ela
pode deixar o jogo menos interessante, diminuindo sua velocidade e mexendo na
dinâmica do jogo. Além disso, quando a equipe está perdendo, por ter o número
reduzido de atacantes dificulta as finalizações e ainda facilita a posse de bola para o
time adversário. Por outro lado, quando a equipe está ganhando e possui menor
qualidade técnica do que o time adversário, ter mais jogadores no meio-campo
ajuda na recuperação rápida da posse de bola, ajudando o time a criar chances de
usar os contra-ataques. Além disso, a maior quantidade de jogadores nessa área
dificulta a criação de jogadas pelo adversário, pois a marcação fica mais eficiente e
o time se torna mais sólido em campo.
Segundo Sales (2025), a função dos meio-campistas quando o time possui a posse
de bola é de controlar o ritmo do jogo, tendo a responsabilidade de saber o
momento certo para fazer a transição da defesa para o ataque. É muito importante
que os meio-campistas do time façam passes certos e precisos, além de evitar o
máximo possível erros que possam fazer com que o time perca a posse de bola
para a equipe adversária. Os jogadores de meio-campo devem sempre procurar a
criação de jogadas ofensivas, podendo ser através de passes curtos e rápidos, além
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de utilizar lançamentos longos e em profundidade para os atacantes e alas, ou até
mesmo esses próprios meio-campistas avançando com a bola para gerar chances
de finalização e perigo para o time adversário. Outra tática ofensiva diferenciada
que os meio-campistas podem fazer é buscar infiltrações entre as linhas defensivas
adversárias, se aproveitando da movimentação dos atacantes aliados para criar
espaços. Essas ações podem fazer com que a defesa rival fique perdida, criando
oportunidades de gol reais. Quando o time consegue utilizar esses fundamentos no
esquema tático do 3-5-2, a equipe conseguirá um melhor controle do meio-campo,
contribuindo também para uma defesa mais sólida e deixando o sistema ofensivo
mais eficaz.
Quando a equipe detém a bola, cabe aos alas posicionarem-se mais à frente em
campo, proporcionando opções de passe e maior amplitude ao jogo. Oriente-os a
explorar as lacunas, realizar combinações ágeis com os meio-campistas e
atacantes, e elaborar jogadas pelos corredores laterais para cruzar a bola na área.
Esta ação ofensiva dos alas contribui para estender a defesa adversária e gerar
chances de gol. Em circunstâncias de mudança de ataque para defesa e recíproca,
os alas devem estar aptos a alternar rapidamente entre suas funções ofensivas e
defensivas. É crucial analisar o jogo e fazer escolhas ágeis, ajustando se às
alterações de etapa do jogo, é importante que os alas auxiliem no ataque,
avançando pelas laterais e fazendo cruzamentos para os atacantes na grande área.
Existem vários formatos de cruzamentos (altos, curtos ou longos) que podem
aumentar as possibilidades de sucesso nas jogadas ofensivas (Sales, 2025).
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cinco jogadores na defesa (Figura 8), limitando espaços pelos corredores e
ajudando os defensores na marcação. Os alas precisam estar de olho nas ações
ofensivas adversárias e preparados para interceptar cruzamentos e executar
desarmes quando for preciso.
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10. Conclusão
32
11. Referências.
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futebol: Conceitos e aplicações. Motriz, 2009.
GUARDIOLA, Pep. Pep Guardiola: A evolução. [S. l.]: Grande Área, 12 de julho
2017. 440 p.
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34
35