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6 - Direito Processual Penal I - Prisão e Liberdade Provisória

O documento aborda o Direito Processual Penal, focando nas modalidades de prisão, incluindo prisão em flagrante, preventiva e temporária, além da liberdade provisória. A prisão em flagrante é detalhada com suas definições e tipos, enquanto a prisão preventiva é discutida em relação aos requisitos e fundamentos legais. A liberdade provisória é apresentada como um direito do acusado, com condições para sua concessão e revogação.

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O documento aborda o Direito Processual Penal, focando nas modalidades de prisão, incluindo prisão em flagrante, preventiva e temporária, além da liberdade provisória. A prisão em flagrante é detalhada com suas definições e tipos, enquanto a prisão preventiva é discutida em relação aos requisitos e fundamentos legais. A liberdade provisória é apresentada como um direito do acusado, com condições para sua concessão e revogação.

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DIREITO PROCESSUAL

PENAL I

Monitor:
Tharcysio Paiva
PRISÃO
PROVISÓRIA/CAUT
ELAR E
LIBERDADE
PROVISÓRIA
PRISÃO
Espécies

• Prisão com pena: é a privação de liberdade que ocorre após uma condenação definitiva, sendo uma
forma de punição aplicada ao condenado por um crime. Podem ser:

▪ Reclusão (em regime fechado, semiaberto ou aberto)

▪ Detenção (semiaberto ou aberto).

• Prisão sem pena: é aquela que não possui caráter de punição, mas sim de medida cautelar. Ela ocorre
antes da condenação definitiva e tem como objetivo garantir que o processo criminal ocorra de maneira
adequada, evitando riscos como fuga do acusado, obstrução da justiça (como destruir provas ou
influenciar testemunhas), proteção da ordem pública ou da vítima. Essas prisões também são chamadas
de prisões cautelares ou provisórias. Divide-se em três espécies:

▪ Prisão em Flagrante

▪ Prisão Preventiva

▪ Prisão Temporária
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PRISÃO EM FLAGRANTE
• Conceito: modalidade de prisão cautelar que ocorre quando uma pessoa é detida imediatamente após
cometer um crime ou durante sua execução. Seu objetivo é garantir que o autor de uma infração seja
imediatamente responsabilizado, evitando sua fuga e assegurando o início da persecução penal.

• No CPP:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la; (Os incisos I e II são conhecidos como Flagrante Próprio ou Real)

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que
faça presumir ser autor da infração; (Conhecido como Flagrante Impróprio ou Quase-flagrante)

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração. (Chamado de Flagrante Presumido)

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a
permanência.
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PRISÃO EM FLAGRANTE
• Flagrante Obrigatório: É aquele em que a prisão em flagrante deve ser realizada
obrigatoriamente por determinadas autoridades públicas.

• Flagrante Facultativo: Não há uma obrigação de agir e que qualquer do povo tem a
opção de exercer.

• No CPP: Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

• A prisão em flagrante dispensa mandado judicial

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PRISÃO EM FLAGRANTE
• A doutrina e a jurisprudência também dividem a prisão em flagrante em algumas espécies:

▪ Flagrantes Legais: São admitidos no ordenamento jurídico brasileiro

➢ Flagrante Esperado: A autoridade policial sabe que o crime será cometido, apenas
aguarda o momento da prática da infração para realizar a prisão em flagrante.

➢ Flagrante Retardado: A autoridade policial tem conhecimento da prática criminosa,


mas opta por adiar a prisão, de forma que o crime se desenvolva, com objetivo de
coletar mais provas ou de identificar mais indivíduos.

▪ Flagrantes Ilegais: Não são admitidos no ordenamento jurídico brasileiro

➢ Flagrante Preparado: A autoridade policial induz ou provoca o agente a realizar o


crime, com o objetivo de prendê-lo em flagrante. (Súmula Vinculante nº 145, STF)

➢ Flagrante Forjado: Há uma manipulação fraudulenta para incriminar uma pessoa,


criando artificialmente uma situação de crime para realizar o flagrante. 6
PRISÃO EM FLAGRANTE
• Com a prisão em flagrante, o agente é apresentado à autoridade policial que deverá lavrar o Auto de
Prisão em Flagrante (APF). (Art. 304 ao 310 do CPP)

• O APF deve conter a identificação dos envolvidos (autor, vítima e testemunhas, se houverem), a
descrição detalhada dos fatos e descrição dos objetos apreendidos.

• O preso deverá ser informado de seus direitos de permanecer em silêncio, de constituir um advogado e o
de comunicar sua prisão a um familiar.

• O preso será submetido ao exame de corpo de delito, que atestará sua integridade física ou atestar se
ele sofreu agressões durante a prisão.

• O APF, então, será encaminhado ao juiz competente, que no prazo máximo de 24h após a realização da
prisão, deverá promover a audiência de custódia, que analisará a legalidade da prisão, verificando se os
requisitos legais foram respeitados.

• Se a prisão for ilegal, deverá ser relaxada.

• Se a prisão for legal, o juiz poderá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva (conforme art.
312, CPP) ou conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança.
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PRISÃO EM FLAGRANTE
• Súmulas Vinculantes Relevantes

• Súmula Vinculante nº 11 - Uso de algemas - Só é lícito o uso de algemas em casos de


resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.

• Súmula Vinculante nº 145 - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela


polícia torna impossível a sua consumação.

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PRISÃO PREVENTIVA
• É uma espécie de prisão provisória disciplinada nos art. 312 ao 316 do CPP.

• Requer a provocação pelo MP, querelante ou assistente ou pela autoridade policial, sendo vedada a
decretação de ofício pelo juiz.

No CPP: Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou
por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado.

§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).

§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada
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PRISÃO PREVENTIVA
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o
fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
(Não poderá ser decretada se houver excludentes de ilicitude)

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada.

§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.

§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso
sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no
caso em julgamento ou a superação do entendimento. 10
PRISÃO PREVENTIVA
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la,
se sobrevierem razões que a justifiquem.

Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal.

• O juiz não pode inicialmente decretar de ofício, mas pode revogar ou decretar novamente.

• O STF, no julgamento das ADIs 6581 e 6582, entendeu que a ausência da revisão previsto na parágrafo único
do art. 316 no prazo de 90 dias não implica a revogação automática da custódia.

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PRISÃO TEMPORÁRIA
• Espécie de prisão provisória utilizada antes da ação penal, no curso da investigação

• Disciplinada pela lei 7.960/89

Art. 1° Caberá prisão temporária:

I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;

II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: (...)

• É admitida apenas nos crimes listados na lei, em lista taxativa

• Decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do


Ministério Público e terá o prazo de 5 dias, prorrogável por igual período caso de extrema e
comprovada necessidade (Art. 2º)

• Em caso de crimes hediondos, terá prazo de 30 dias, prorrogável por igual período em caso de 12
extrema e comprovada necessidade, conforme a Lei 8.072/90, art. 2º, §4º
LIBERDADE PROVISÓRIA
• É o direito do acusado de responder ao processo em liberdade, mesmo tendo sido preso em flagrante
ou preventivamente, desde que ausentes os requisitos que justifiquem a prisão cautelar.

• Pode ser revogada a qualquer tempo, se o acusado descumprir as condições impostas

• No CPP:

Art. 310 (...)

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação. (Excludentes de ilicitude)

§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa


armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade
provisória, com ou sem medidas cautelares. 13
LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo,
se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja
superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 323. Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;.

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações
a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

II - em caso de prisão civil ou militar;

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva


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LIBERDADE PROVISÓRIA
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado dela permanecer distante

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho
fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua
utilização para a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.

§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas
cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do 15
território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

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