ROTEIRO DE APRENDIZADO

ATIVO
PRINCÍPIOS DE DESISTEMAS DE
COMUNICAÇÃO

Curso: Engenharia Teoria da Informação e Semana 06

Elétrica Modulações Digitais 09 a 13/06

VÍDEO-POCKET LEARNING

Bem-vindos (as) futuros engenheiros (as)!

Até agora em nossos estudos sobre Sistemas de Comunicação, vimos situações

onde, a informação a ser transmitida era representada de forma analógica. Em nosso
encontro de hoje, vamos entender, como podemos fazer a transmissão de um sinal
digital em um meio analógico.

Você pode conferir um pouco mais do encontro de hoje no vídeo abaixo:

https://youtu.be/iKPp8XPwpQE
 MÃO NA MASSA

Em nossa disciplina, já estudamos sobre Multiplex FDM, Rádio AM e Rádio FM

envolvendo canais de voz, em que a informação a ser transmitida é representada de
forma analógica.
No início das telecomunicações, essa forma de transmissão dominou a tecnologia,
caracterizada por ser uma variação da informação, de forma contínua. Entretanto a
informação que desejamos transmitir, também, pode ser representada da forma digital
por um número definido de valores (0 e 1), ou seja, não de forma contínua, e sim, discreta.
Embora a voz tenha sua origem na forma analógica, nada nos impede de convertê-
la na forma digital, aliás, qualquer grandeza, como imagem, texto ou nível elétrico advindo
de um transdutor específico, pode ser convertida para a forma digital.
Um caso específico de modulação é necessário quando queremos transmitir um sinal
digital em um meio analógico. Por exemplo, quando transmitimos a voz em um canal de
Multiplex FDM, a informação era analógica, assim como o meio de transmissão. Mas
existe também a necessidade de trafegar dados por esses canais analógicos então, é
necessário realizar uma compatibilização da informação ao meio.
As modulações digitais geram complexidade maior a nível de circuito e, embora as
transmissões analógicas tenham dominado os sistemas de telecomunicações por um
grande período de tempo, hoje, as transmissões digitais ganharam espaço nos novos
sistemas de telecomunicação.
Devido ao sinal de informação ser discreto, a transmissão digital apresenta uma
vantagem em relação à analógica. Na transmissão analógica, o canal está muito sujeito
a distorções do sinal original, pois qualquer degradação nele será transferida na
demodulação. Já em um sinal digital, pequenas degradações no sinal poderão ser
corrigidas pelo receptor, já que o sinal é discreto.
Basicamente, é mais fácil reconhecer uma distorção em um sinal digital do que em
um sinal analógico, onde não será possível detectar, facilmente, se a alteração ocorrida
fazia parte do sinal original ou se foi algo incorporado a ele. Na modulação digital, o sinal
discreto é bem definido e isto nos permite criar uma zona de decisão da informação
recebida, tornando o receptor mais imune à interferência no sinal.
Na figura 1, podemos ver a classificação, com base no tipo de informação e em
relação ao tipo de portadora ou meio:
 Figura 1- Modulações. (Fonte: Garcia, 2021)

Algumas fontes de informações estão mais próximas do sinal digital, assim como a
voz está próxima de sinal analógico. No caso de informação textual, esta pode ser
codificada facilmente para uma informação digital, pois já é formada por símbolos
discretos, e isso é inerente a ela. Morse percebeu isso e a sua ideia do telegrafo elétrico
revolucionou as telecomunicações.
Dessa forma, podemos observar que, a transmissão de texto de uma forma digital
veio antes da transmissão de voz, intrinsicamente, analógica. Basicamente Morse usou
a técnica conhecida, hoje, como codificação de fonte, em que vinculamos cada caractere
a um código de comprimento constante ou variável.
Quando estudamos a forma de onda quadrada, chegamos à conclusão de que ela
era formada pela soma de harmônicos ímpares, e estes tendiam ao infinito. Considerando
que o sinal digital nada mais é do que uma forma de onda quadrada acrescido de um
nível DC, então se tentássemos transmitir esse sinal em um canal de 4 kHz,
receberíamos, no outro lado, uma forma de onda totalmente distorcida, já que os
harmônicos acima de 4 kHz não passariam nesse canal.
Dessa forma, chegamos à conclusão que não é possível transmitir a forma de onda
de um sinal digital em um meio analógico. Porém, é possível se fazer a utilização de
modems para fazer a compatibilização de informação digital ao meio analógico, conforme
exemplificado na figura 2:
 Figura 2– Transmissão de dados via modem em um canal de voz. (Fonte: Garcia, 2021)

Na figura 2, podemos ver a estação B com o modem, o qual faz compatibilização

através de suas interfaces. Nesse caso, a interface de linha do modem faz a transmissão
no canal de voz do rádio, que é de 0,3 a 3400 Hz, como vimos anteriormente. Os modems
modulam uma portadora dentro dessa banda de frequência, por isso, esses modems são
chamados de Modems de Banda de Voz.
É importante ressaltar que, a finalidade desse modem apresentado é diferente dos
modems vistos na semana passada, onde o objetivo era apenas, transladar a frequência.
Estes Modems de Banda de Voz são muito utilizados em transmissão e recepção de
dados digitais, através da rede pública de telefonia, quando não se possui links dedicados
para isso.

Este tipo de modulação utilizada por estes modems não se restringe, apenas, a eles.
Esta forma de modulação, diferente das que realizamos até aqui (AM, FM e PM), são
conhecidas como Modulações Digitais e aplicadas em uma portadora senoidal através de
um sinal modulante digital, onde ocorre o chaveamento de amplitude, fase e frequência.
Este tipo de transmissão de dados, também, é conhecido como Transmissão Digital em
Banda Passante, onde a sequência de dados é modulada em uma portadora senoidal
com limites bem definidos por um filtro passa-faixa. Podemos dividir essas modulações
em quatro tipos:
 ASK – Modulação por Chaveamento de Amplitude
 FSK – Modulação por Chaveamento de Frequência
 PSK – Modulação por Chaveamento de Fase
 QAM – Modulação de Amplitude em Quadratura
 Modulação ASK:
Essa modulação é feita da seguinte forma: a portadora assumirá um nível A1 para Bit
1 e um nível A2 para Bit 0. A seguir, temos uma representação de uma modulação BASK,
quando cada nível representa, apenas, um dígito. A BASK (Binário ASK) pode ser feita
pelo chaveamento da portadora, ou seja, se ela tiver nível, será igual a Bit 1, mas se não
tiver, será igual a Bit 0. Nesse caso, ela é conhecida como OOK (On-OFF Keying):

Figura 3- Modulação ASK. (Fonte: Garcia, 2021)

Importante ressaltar que não estamos levando a forma de onda quadrada no canal,
mas levando a informação digital no chaveamento de uma portadora senoidal,
conseguindo trafegar uma informação digital em um meio analógico. As modulações ASK
são sensíveis ao ruído, pois ele interfere no nível do sinal, podendo ser demodulado como
informação.
Também, podemos implementar uma variante em ASK, que é a modulação Multi Bit,
conhecida como MASK.

Figura 4- Modulação MASK. (Fonte: Garcia, 2021)

 Modulação FSK:
Outra modulação digital muito utilizada é a FSK (Frequency Shift Key) e, assim como
a Modulação ASK, podemos ter algumas variações dela. A primeira variação é a BFSK
(Binário FSK), que pode ser obtida com duas OOK, uma frequência para o Bit 1 (𝑓1) e
outra para Bit 0 (𝑓0).

Figura 5- Modulação BFSK. (Fonte: Garcia, 2021)

A segunda variação do FSK é a MFSK, e a Figura 6 é um exemplo de uma MFSK

que consegue levar a combinação de 2 bits, representando quatro estados no total (2 =
4), sendo conhecida como 4 FSK. Este tipo de combinação de múltiplas frequências
aumenta a taxa de transmissão (bit rate), porém aumenta muito a banda necessária para
transmissão.

Figura 6 - Modulação MFSK. (Fonte: Garcia, 2021)

 Modulação PSK:
Na prática, é a modulação mais utilizada, a qual possui uma grande aplicação em
rádios digitais. Ela consiste na alteração da fase da portadora e, assim como as
Modulações FSK e ASK, possui suas variantes. O tipo BPSK (Binary Phase Shift Keying)
pode ser visto a seguir:

Figura 7- Modulação BPSK. (fonte: Garcia, 2021).

Nessa modulação, ocorre a inversão de fase, de 0° e 180°, por isso, também é

conhecida como PRK (Phase Reversal Keying), ou Modulação por Inversão de Fase.

Uma forma de análise muito usada em modulações digitais é o diagrama de

constelação de sinais, que é uma representação geométrica dos sinais. Essa
representação geométrica no espaço também é utilizada para análise dos tipos de
modulações mais complexas em que envolvem fase e quadratura. A constelação ajuda a
avaliar a qualidade da transmissão e está presente no dia a dia dos profissionais em
transmissões digitais

Modulação QAM:

A modulação QAM (Quadratura Amplitude Modulation) mais comum tem aspecto de

constelação quadrado, porém, também, existe modulação QAM em que a constelação
não terá uma forma quadrada. A modulação QAM é um tipo diferenciado de modulação
que combina o chaveamento de Amplitude (ASK) com o chaveamento de Fase (PSK).
Na figura a seguir, temos a representação de um modulador 16-QAM:
 Figura 8- Modulador 16-QAM. (Fonte: Garcia, 2021).

Conforme o diagrama do modulador, depois da conversão serial, o conjunto de 2 bits

é modulado para quatro níveis, como ocorre em uma modulação PAM (Modulação em
Amplitude de Pulso). Como a entrada no modulador é binária de dois dígitos (00,01,10
ou 11), K pode assumir 2 = 16 estados (níveis), que será utilizado, mais à frente, no
modulador com deslocamento de fase (I e Q) e, por fim, sendo somados formando o sinal
combinado de 16-QAM.

Figura 9- Constelação 16-QAM. (fonte: Garcia, 2021)

Basicamente, o sinal formado é, matematicamente, expresso em:

𝑆(𝑡) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) + 𝐴 cos(𝜔𝑡)
Em que:
𝐴 : Amplitude no eixo Q
𝐴 : Amplitude no eixo I
Nas modulações M-QAM, o “M” sempre é o número de estados possíveis e uma
potência par de dois (M = 4, M = 16, M = 32, M = 64, M = 256, M = 1024...).
 Apesar da complexidade das modulações digitais, o Processamento Digital de Sinais
possibilitou essa tecnologia se tornar mais econômica do que os sistemas analógicos,
utilizados anteriormente.
Nas transmissões digitais, um parâmetro muito importante e que se torna uma
característica para avaliação de enlaces digitais é o BER (Bit Error Rate), que nada mais
é do que a taxa de bit que sofreu erros de ruído, distorção, interferência ou, até mesmo,
de sincronização. O BER é obtido através da divisão dos números de bits que chegaram
com erros, pelo número total de bits transferidos durante um intervalo, por isso, muitas
vezes, é chamado de Taxa de Erro.
A eficiência da largura de banda está relacionada à taxa de transmissão em bits e à
largura de Banda do meio. Para modulações M-PSK e M-QAM, que são as mais utilizadas
hoje em dia, a taxa de transmissão pode ser calculada com:
1
𝑙𝑜𝑔 𝑀 = 𝑏𝑝𝑠
𝑇
Onde:
= baud rate de sinalização da linha

𝑀= número de níveis de modulação.

As modulações digitais são, grandemente empregadas nos dias atuais, mas passam
despercebidas, pois, muitas vezes, o nome da tecnologia em que é empregada não faz
referência à modulação.
A transmissão digital trouxe maior imunidade ao ruído, por meio da predição do sinal
discreto. Outra vantagem foi a evolução dos Processadores Digitais de Sinais, que
permite inúmeras e complexas operações sobre o sinal digital, que, no domínio analógico,
dificilmente seriam conseguidas.
ATIVIDADES:

1- Considere um modem analógico com um baud rate de 2400 Hz que utiliza a modulação
32QAM. Determine a taxa de transmissão desse modem.

2- Um canal possui um baud rate de 1500 Hz, e taxa de transmissão de 9kbps. Determine
qual a variação da modulação QAM que está sendo utilizada.

3- Em nosso encontro de hoje, falamos sobre quatro tipos de modulações digitais. Faça
uma pesquisa e apresente uma aplicação prática, que utilizamos em nosso dia-a-dia para
cada modulação.

REFERÊNCIA

GARCIA, H.V.; Princípios de Sistema de Comunicação. Maringá – PR:

Unicesumar, 2021.

MATERIAIS
EQUIPE PEDAGÓGICA HÍBRIDOS
LIVRO DIDÁTICO ENGENHARIAS