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Aspectos Do Comportamento e Da Degradação de Matrizes de Concreto de Cimento Portland Reforçados Com Fibras Provenientes Da Reciclagem de Garrafa Pet

O trabalho analisa o comportamento e a degradação de matrizes de concreto de cimento Portland reforçadas com fibras recicladas de garrafa PET. A pesquisa investiga como diferentes teores de fibras afetam as propriedades do concreto, como resistência à compressão e tração, destacando a importância da reciclagem na construção civil. Os resultados indicam que a adição de fibras PET melhora a tenacidade e ductilidade do concreto, sem degradação das fibras até o momento dos testes.
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Aspectos Do Comportamento e Da Degradação de Matrizes de Concreto de Cimento Portland Reforçados Com Fibras Provenientes Da Reciclagem de Garrafa Pet

O trabalho analisa o comportamento e a degradação de matrizes de concreto de cimento Portland reforçadas com fibras recicladas de garrafa PET. A pesquisa investiga como diferentes teores de fibras afetam as propriedades do concreto, como resistência à compressão e tração, destacando a importância da reciclagem na construção civil. Os resultados indicam que a adição de fibras PET melhora a tenacidade e ductilidade do concreto, sem degradação das fibras até o momento dos testes.
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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ


DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA – DETEC
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DA
DEGRADAÇÃO DE MATRIZES DE CONCRETO DE
CIMENTO PORTLAND REFORÇADOS COM
FIBRAS PROVENIENTES DA RECICLAGEM DE
GARRAFA PET

EDERLI MARANGON

Trabalho de Conclusão do Curso

Ijuí-RS, março de 2004


2

EDERLI MARANGON

ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DA
DEGRADAÇÃO DE MATRIZES DE CONCRETO DE
CIMENTO PORTLAND REFORÇADOS COM FIBRAS
PROVENIENTES DA RECICLAGEM DE GARRAFA PET

Trabalho de Conclusão do Curso


Trabalho apresentado ao corpo docente do Programa de Graduação em
Engenharia Civil do Curso de Engenharia Civil da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para
aprovação na disciplina e formação de nível superior no curso de Engenharia
Civil.

Orientadores:
Luciano Pivoto Specht
Luis Eduardo Modler

Ijuí
3

2004
EDERLI MARANGON

ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DA DEGRADAÇÃO DE


MATRIZES DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND
REFORÇADOS COM FIBRAS PROVENIENTES DA
RECICLAGEM DE GARRAFA PET

Trabalho de Conclusão do Curso. Aprovação na disciplina e formação de Nível


Superior no curso de Engenharia Civil
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Aprovado em Março de 2004

____________________________________________
M. Eng. Prof. Luís Eduardo Modler
Orientador

_____________________________________________
M. Eng. Prof. Luciano Pivoto Specht
Co-Orientador/Banca Examinadora

_____________________________________________
M. Eng. Prof. Francisco Ripoli Filho
Banca Examinadora

_____________________________________________
M. Eng. Prof. Luís Eduardo Modler
Coordenador do Curso de Engenharia Civil
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus orientadores, Luis


Eduardo Modler e Luciano Pivoto Specht, pelo
incentivo, motivação, dedicação e confiança
conferida na elaboração deste trabalho;

Agradeço aos meus professores,


responsáveis pela minha formação
profissional;

Agradeço a todos os meus colegas, em


especial Thiago Rozek, Gláucio Moamar
Walker, Fabiana Colla e Augusto da Rosa pelo
apoio, compreensão e estímulo;

Agradeço aos laboratoristas, Ivan e


Salete pelo auxílio na execução dos ensaios;

Agradeço aos meus pais, Pedro e


Ironita, minha irmã Maiara, pelo incentivo e
confiança em mim depositado.
5

RESUMO

A produção de lixo nas cidades brasileiras é um fenômeno


inevitável, que ocorre diariamente e em composições que dependem do
tamanho da população e do seu desenvolvimento econômico. O tratamento
dos resíduos urbanos, apesar de ser uma tarefa de difícil execução, deve ser
priorizada a cada dia das gestões municipais. A utilização de materiais
reciclados na construção pode se configurar num importante canal de
eliminação de resíduos urbanos que, de outra forma seriam depositados em
qualquer lugar, aumentando o custo de deposição e tratamento, afetando o
meio ambiente de forma agressiva e sem controle. Neste será avaliado o
comportamento do concreto, com adição de fibras de garrafa PET (polietileno
tereftalato). A pesquisa estuda as propriedades adquiridas pelo concreto
produzido com diferentes teores de adição de fibras em diferentes traços de
concreto. O estudo foi proposto com o objetivo de avaliar o comportamento
dos materiais cimentados reforçados com fibras. Os ensaios realizados
foram: caracterização do elemento de reforço (fibras PET), trabalhabilidade,
resistência à compressão simples e resistência de tração na flexão. A partir
desses ensaios realizados obteve-se valores de tenacidade e ductilidade. Dos
ensaios realizados nota-se ganho de energia do material com fibra, sendo
um material dúctil e não havendo até então processo de degradação das
fibras.
6

SUMÁRIO

Lista de Figuras .................................................................................08


Lista de Quadro..................................................................................09
Lista de Tabelas.................................................................................10
Lista de Símbolos...............................................................................11
1. INTRODUÇÃO ................................................................................13
1.1 Delimitação do tema ..................................................................13
1.2 Formulação da questão de estudo ................................................13
1.3 Definição dos objetos do estudo ...................................................14
1.3.1 Objetivo geral ......................................................................14
1.3.2 Objetivos específicos.............................................................14
1.4 Justificativa ...............................................................................15
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................17
2.1 Questão ambiental .....................................................................17
2.1.1 Lixo ....................................................................................17
2.1.2 Reciclagem ..........................................................................19
2.1.3 Plásticos..............................................................................21
2.1.4 PET (Polietileno Tereftalato) ...................................................28
2.2 Materiais compósitos ..................................................................32
2.2.1 Matriz .................................................................................34
2.2.1.1 Agregados......................................................................37

2.2.1.2 Cimento Portland.............................................................39


7

2.2.2 Fibras .................................................................................40


2.2.3 Compósitos .........................................................................41
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL .............................................................43
3.2 Plano de coleta de dados.............................................................43
3.3 Materiais utilizados.....................................................................45
3.3.1 Matriz .................................................................................46
3.3.1.1 Aglomerante...........................................................46

3.3.1.2 Agregados..............................................................47

3.3.2 Caracterização Mecânica das Fibras.........................................47

3.4 Preparação das amostras ............................................................51


3.5 Métodos de ensaios ....................................................................52
3.5.1 Trabalhabilidade...................................................................52
3.5.2 Resistência à compressão ......................................................53
3.5.3 Resistência à tração na flexão ................................................54
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................56
4.1 Trabalhabilidade ........................................................................56
4.2 Resistência a Compressão Simples ...............................................57
4.3 Módulo de Elasticidade................................................................59
4.4 Resistência à Tração na Flexão.....................................................60
4.5 Tenacidade ...............................................................................65
4.6 Ductilidade................................................................................65
4.7 Durabilidade..............................................................................66
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................68
5.1 Conclusões................................................................................68
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................70
6. BIBLIOGRAFIA ...............................................................................71

Anexos..............................................................................................75
8

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Potencial seletivo do plástico................................................27


Figura 02 - Disposição fibra/fissura.......................................................33
Figura 03 - Fibras de Garrafa PET.........................................................45
Figura 04 - Prensa utilizada para ensaio das Fibras..................................48
Figura 05 - Ruptura da fibra.................................................................49
Figura 06 - Deformação da fibra...........................................................50
Figura 07 – Força versus Deformação....................................................50
Figura 08 - Prensa Compressão Axial.....................................................54
Figura 09 - Dispositivo adaptado para as leituras do deslocamento da linha
neutra...............................................................................................55
Figura 10 - Trabalhabilidade.................................................................57
Figura 11 - Resistência a Compressão Simples Traço 9 MPa......................58
Figura 12 - Resistência a Compressão Simples Traço 13 MPa....................58
Figura 13 - Módulo de elasticidade M1...................................................59
Figura 14 - Módulo de elasticidade M2...................................................60
Figura 15 - Resistência à tração na flexão de pico traço M1......................61
Figura 16 - Resistência à tração na flexão de pico traço M2......................62
Figura 17 - Resistência à flexão pós-pico Traço M1- TF 0 e 250 g/m³.........63
Figura 18 - Evolução da Fissura............................................................64
Figura 19 - Comparação da fibra original com a fibra retirada do concreto..67
9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Identificação universal dos termoplásticos..............................22


Quadro 2 - Utilização do plástico de acordo com sua resina......................24
Quadro 3 - Tipos de Cimento Portland (CP)............................................39
Quadro 4 - Variáveis e Idades Estudadas...............................................44
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Utilização do plástico no Brasil...............................................23


Tabela 2 - Consumo do plástico no Brasil...............................................27
Tabela 3 - Características das matrizes..................................................46
Tabela 4 - Amostras Incolores..............................................................48
Tabela 5 – Amostras Verdes.................................................................49
11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PET – Polietileno Tereftalato


IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas
ABIQUIM – Associação Brasileira da Industria Química
DMT – Dimetil Tereftalato
PTA – Ácido Tereftalato
BHET – Bihidroxietil Tereftalato
Tg - Temperatura de Transição Vítrea
CHDM – Ciclohexano Dimetanol
PETG – Polietileno Tereftalato Glicol
ft – Resistência à Tração
fs – Resistência de Aderência
l - Comprimento
d - Espessura
CP – Cimento Portland
Z - Pozolana
F - Fíler
ARI – Alta Resistência Inicial
RS – Resistência a Sulfatos
RCS – Resistência a Compressão Simples
12

MPa – Mega Pascal


fck – Resistência Característica de Projeto do Concreto
LEC – Laboratório de Engenharia Civil
NBR – Norma Brasileira
Ft – Tensão de Ruptura
ε - Deslocamento
∈ - Deformação
E – Módulo de Elasticidade
Kgf – Kilo Grama Força
M1 – Traço fck 9 MPa
M2 – Traço fck 13 MPa
TF – Teor de Fibra
σ - Tensão
IF – Índice de Fragilidade
qrup – Tensão de Ruptura
qult – Tensão Última
Tf – Tração na Flexão
P – Carga (kgf)
d – Distância entre apoios
l – Comprimento da Vigota
CAD – Concreto de Alto Desempenho
13

1. INTRODUÇÃO

1.1 Delimitação do tema

Com o intuito de obter-se um diagnóstico e a compreensão do


mecanismo de atuação e degradação de reforços plásticos reciclados nas
propriedades do concreto de cimento Portland, leva este trabalho a
desenvolver uma inspeção sobre as características das matrizes reforçadas.

1.2 Formulação da questão de estudo

Quais e como as propriedades são alteradas com adição de fibras


plásticas de garrafa PET (polietileno tereftalato) recicladas em concreto de
cimento Portland considerando as variáveis tempo de cura e teor de adição?
14

1.3 Definição dos objetos do estudo

1.3.1 Objetivo geral

Estudar o comportamento de concretos reforçados com fibras


plásticas do tipo PET nas propriedades de concretos, levando em
consideração o tempo de cura e os teores de adição bem como efeito de
degradação da fibra dentro do concreto.

1.3.2 Objetivos específicos

Realizar a caracterização mecânica dos elementos de reforço.


Verificar a influência de diferentes teores de fibras PET nas
propriedades de concretos pré-dosados.
Verificar a constância das propriedades mecânicas do compósito
levando em conta o efeito de degradação dos reforços.
Analisar graficamente as tendências de comportamento das
misturas concreto/fibra PET.
15

1.4 Justificativa

Ao verificarmos fatos da história, nos encontramos hoje em uma


situação sem precedentes com relação ao lixo: nossos espaços de reserva
estão diminuindo e a Terra parece que está se tornando pequena demais
para a crescente população mundial. A pressão do homem sobre a Terra é
cada vez maior, causando desequilíbrio em seus ecossistemas, afetando até
mesmo a biodiversidade das espécies.

A utilização de materiais reciclados na construção civil pode se


configurar num importante canal de eliminação de resíduos urbanos que, de
outra forma, seriam depositados em qualquer lugar aumentando o custo de
deposição e tratamento, afetando o meio ambiente de forma agressiva e sem
controle.

O concreto de cimento Portland tem provado ser o material mais


adequado para estruturas e o mais utilizados em construções; é também
considerado um material com custo acessível e de grande facilidade de
moldagem.

Vários tipos de fibras podem ser adicionados no concreto, tais


como fibras de aço, fibras de vidro, fibras sintéticas e fibras naturais. O
concreto com adição de diferentes tipos de fibras é atualmente utilizado em
aplicações especificas como pavimentos, meios fios, pré-moldados, blocos de
concreto e pistas de aeroportos. As principais mudanças observadas nas
propriedades do concreto com adição de fibras são a redução da retração
plástica, o aumento da tenacidade, da ductilidade, da resistência ao impacto,
e um possível aumento da resistência à tração.
16

Para este melhoramento podem-se utilizar diversos tipos de


reforços solicitados no estado pós-fissuração contribuindo de forma mais
efetiva na resistência e durabilidade do material.

Torna-se bastante atraente a possibilidade de melhorar as


propriedades do concreto utilizando fibras provenientes de garrafas PET.
Está-se aliando um beneficio ambiental com a melhoria de um material
importantíssimo nas obras de construção civil.
17

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Questão ambiental

2.1.1 Lixo

Segundo Grippi (2001) o lixo é matéria-prima fora do lugar. O


tratamento do lixo doméstico, além de ser uma questão com implicações
tecnológicas, é antes de tudo uma questão cultural.

A virada do século vem desenvolvendo várias novidades com


relação ao gerenciamento ambiental, principalmente o lixo, onde os espaços
físicos estão ficando cada vez mais escassos para sua disposição causando
sérios problemas à humanidade. O assunto da reutilização de materiais pelo
mundo, é bastante antigo. No início do século passado, com o incremento da
indústria gráfica, o papel já era reciclado, os papéis de segunda mão
passavam por processos industriais sucessivos que os tornavam
perfeitamente reutilizáveis.
18

Grippi comenta que nos últimos anos, o Brasil mudou muito de


lixo. O crescimento acelerado das cidades e ao mesmo tempo as mudanças
de consumo das pessoas trouxeram fatores que vem gerando um lixo muito
diferente daqueles que eram produzidos tempos atrás. O lixo atual é
diferente em quantidade e qualidade, em volume e em composição. A
industrialização traz consigo naturalmente materiais a serem descartados,
assim como o aumento no consumo atrelado ao crescimento populacional
gera cada vez mais lixo para ser descartado. O fato de o homem existir traz
consigo a existência do lixo na mesma proporção.

A população brasileira (160 milhões de habitantes) produz


diariamente 240.000 toneladas de lixo. Cada brasileiro hoje gera, em média,
500 g de lixo por dia, ou seja, 100.000 toneladas correspondem ao lixo
domiciliar em todo o país. Segundo dados do IBGE 80% da disposição final
do lixo brasileiro é feita em vazadouros a céu aberto, sendo o pior cenário o
da região Nordeste. Já a região brasileira que mais tem fomentado a
reciclagem é a Sudeste, mesmo assim com 1,1% de todo o lixo produzido no
país (UNIJUÍ, 2002).

Esta forma de dispor o lixo provoca poluição do solo, da água e


do ar, além de atrair ratos, baratas, moscas e outros vetores de doenças
infecciosas e parasitas, causando, enfim, a degradação ambiental e social.
Um ideal humano seria não produzir resíduos. Na realidade, produzimos
grande quantidade destes resíduos sólidos, o que torna necessário e urgente
um gerenciamento adequado, porém, mais importante que tratá-los, deve
ser a conscientização das pessoas no sentido de diminuir a geração dos
mesmos (UNIJUÍ).

Dessa forma pode-se perceber que ainda há muito por se fazer


no Brasil para que bons exemplos sustentáveis possam ser mostrados.
19

Alguns municípios brasileiros apresentam verdadeiras mazelas ambientais


com relação ao gerenciamento do seu lixo urbano. Talvez a educação
ambiental possa ajudar na reversão deste quadro, pois com a cobrança e a
pressão cada vez maiores da sociedade os municípios devem repriorizar seus
investimentos em prol do meio ambiente e passar para um processo de
atualização mais responsável (GRIPPI).

2.1.2 Reciclagem

Grippi comenta que os estudiosos da reciclagem estão cada vez


mais preocupados com a quantidade de lixo que diariamente é enviada
desnecessariamente aos aterros sanitários tecnicamente ditos, pois, como é
sabidos pelas estatísticas, grande parte dos municípios brasileiros operam
com verdadeiros e vergonhosos lixões. Sabe-se efetivamente que num
período médio de 15 anos ocorre a degradação total de produtos crus e
degradáveis, após 15 anos, o nível de degradação é praticamente nulo e
depende de fatores que não estão disponíveis no aterro sanitário para que o
processo de degradação continue.

Aplicada aos objetos produzidos pelo ser humano, a reciclagem


de materiais refere-se ao aproveitamento de substâncias que, já tendo sido
empregadas na constituição de um produto, são novamente utilizadas
(também num tempo posterior) para a fabricação de outro. Neste contexto,
a reciclagem implica na aplicação de processos de transformação, sejam eles
industriais ou artesanais. Como na maioria das atividades humanas, depende
de uma disposição para ser realmente efetiva (PROGRAMA DE PESQUISA EM
SANEAMENTO BÁSICO, 1999).
20

Quantificando os tipos de resíduos pelo seu volume, existe uma


relação de 55% de papel para 12% de plásticos (GRIPPI).

O uso de embalagens de plásticos permitiu, comparativamente a


outras embalagens tradicionais como vidros e latas, uma redução importante
na ocupação de espaço nos aterros, tendo em vista que 28 gramas de
plásticos equivalem a 1 kg dos demais resíduos em termos de ocupação de
espaço. Essa pesquisa, divulgada pela Associação Brasileira da Industria
Química (ABIQUIM), foi realizada com base na analise de amostras de
resíduos removidos de aterros sanitários até 30 metros de profundidade,
onde foram encontrados jornais, revistas, listas telefônicas, plásticos de toda
ordem e resíduos de alimentos. Foram encontrados jornais da década de
1950 totalmente intactos, sem que tenham sofrido o processo da
biodegradabilidade, como era esperado.

Os plásticos são um tipo de resíduo que inclui uma variedade de


polímeros com características químicas e estruturais bem diferenciadas, que
podem dificultar a reciclagem, por exigir uma separação mais detalhada, a
fim de evitar que plásticos não compatíveis sejam processados em conjunto.
Além disto, ainda há lacunas a serem preenchidas nas etapas da reciclagem
de alguns tipos de plásticos ou de misturas dos mesmos. Outro fator a ser
analisado é a contaminação que ocorre, principalmente quando não há coleta
seletiva, levando à necessidade de lavagem que, por sua vez, gera resíduos
líquidos (PROGRAMA DE PESQUISA EM SANEAMENTO BÁSICO).

Considera-se a reciclagem como uma das etapas essenciais no


gerenciamento integrado dos resíduos sólidos de uma comunidade. Trata-se
de uma das formas complementares de minimização desses resíduos (junto
com a redução na fonte e reutilização), mas pode ser também considerada
21

como um modo de tratamento dos resíduos. Na pratica, consiste em se


encaminhar, para unidades especificas de processamento, objetos que iriam
para deposição final, correta ou não. Em virtude da variabilidade dos
materiais presentes, a reciclagem acarreta a necessidade de separação dos
seus diversos tipos, o que pode ocorrer em diferentes graus e momentos
(PROGRAMA DE PESQUISA EM SANEAMENTO BÁSICO).

Deve-se, portanto, reutilizar todos os materiais possíveis e


reciclar ao máximo, comprar alimentos somente os que sejam necessários
para não haver desperdícios, procurar adquirir produtos cuja embalagem
seja reciclável ou que possam gerar volumes menores nos aterros (GRIPPI).

2.1.3 Plásticos

O inglês Alexander Parkes produziu o primeiro plástico em 1862.


Rapidamente o plástico tornou-se um dos maiores fenômenos da era
industrial, garantindo mais durabilidade e leveza. Mas como em sua maioria
não é biodegradável, tornou-se alvo de criticas quanto ao seu despejo em
aterros, que crescem junto com explosão populacional. A reciclagem de
plástico começou a ser realizada pelas próprias industrias, para o
reaproveitamento de suas perdas de produção. Quando o material passou a
ser recuperado em maior quantidade, separado do lixo comum, formou-se
um novo mercado, absorvendo tecnologias para possibilitar a produção de
artigos com percentuais cada vez maior de plástico reciclado.

Produzido principalmente a partir do petróleo, o plástico é um


dos mais recentes materiais utilizado pelo homem, mas sua história teve
22

início há milhões de anos. Variações climáticas, tempestades, terremotos e


erosões causaram o soterramento de resíduos de animais e plantas,
depositados no fundo de mares e lagos de água salgada. Foram sendo
acumuladas camadas de sedimentos, e desse processo resultou no
aparecimento de um escuro óleo de pedra, conhecido como petróleo. Como
uma grande alternativa para a substituição de outros materiais escassos ou
com custos mais elevados, o plástico é utilizado em quase todos os setores
da industria, principalmente por sua versatilidade (GRIPPI).

As características de alta resistência e leveza do plástico


permitiram o seu aproveitamento em uma gama tão extensa de produtos
que hoje a humanidade praticamente não poderia imaginar-se sem ele. O
plástico é também conhecido como Termoplástico, pela sua facilidade de
moldagem industrial ao sofrer aquecimento e solidificando-se após o
resfriamento. A identificação universal dos termoplásticos está apresentada
no quadro 1.

Quadro 1
Identificação universal dos termoplásticos

1 PET Polietileno Tereftalato


2 PEAD Polietileno de Alta Densidade
3 PVC Policloreto de Vinila
4 PEBD Polietileno de Baixa Densidade
5 PP Polipropileno
6 PS Poliestireno
7 OT Outros plásticos especiais de engenharia

Fonte: GRIPPI 2001.


O plástico é utilizado em quase todos os setores da economia,
como: construção civil, lazer, telecomunicações, indústrias eletroeletrônica,
automobilística, médico-hospitalar e no transporte de energia. Atualmente,
23

o setor de embalagens é o que mais se destaca na utilização do plástico.


Aproximadamente 30% das resinas plásticas consumidas no Brasil destinam-
se a indústria de embalagens (GRIPPI). A tabela 1 mostra a utilização de
plástico no Brasil.

Tabela 1
Utilização do plástico no Brasil

Embalagens 30%
Automobilística 20%
Eletroeletrônica 15%
Construção 15%
Têxtil 15%
Outras 5%

Fonte: GRIPPI 2001.

Os plásticos de engenharia apresentam módulo elástico elevado a


temperaturas relativamente altas, com ampla oportunidade de substituição
dos materiais tradicionais, pelos seguintes motivos: peso reduzido,
comparado a cerâmica e metais; facilidade de fabricação e processamento;
eliminação de tratamento anti-corrosivo; alta resistência ao impacto; bom
isolamento elétrico; menor custo energético de fabricação e transformação;
e custo de acabamento reduzido (MANO 1991).

Nesses polímeros, é possível observar a relação que existe


entre a sua estrutura química e as propriedades apresentadas. Assim, todos
os plásticos de engenharia são termoplásticos, isto é, são polímeros não-
reticulados cuja fusibilidade permite um fácil processamento. Todos
apresentam uma boa resistência mecânica, com módulo de elasticidade alto,
24

quer dizer, são rígidos à temperaturas ambiente e sua estrutura permite


ordenação interna, que se reflete na cristalinidade e conseqüentemente, no
reforço das propriedades mecânicas e resistência a reagentes químicos e
solventes (MANO).

O quadro 2 apresenta as utilizações mais comuns de cada tipo de


resina.

Quadro 2
Utilização do plástico de acordo com sua resina

1 PET Frasco para refrigerantes.


2 PEAD Utilidade domestica e produtos de limpeza.
3 PVC Tubos e conexões, frascos de água mineral
4 PEBD Sacos de lixo e embalagens flexíveis.
5 PP Autopeças, fios têxteis, potes em geral.
6 PS Copos descartáveis.
7 OT CDs e eletrodomésticos.

Fonte: GRIPPI 2001.

Apesar de sua recente história, a industria do plástico é um dos


setores da economia que mais se desenvolveu nos últimos anos em todo o
mundo. No Brasil, a produção desse material apresenta um número
expressivo. Mais de 6 mil empresas transformadoras de plásticos no mercado
nacional, gerando em torno de 200 mil empregos diretos, e o consumo anual
e crescente de mais de 4 milhões de toneladas de resinas termoplásticas
(GRIPPI).
25

Os plásticos de engenharia de uso geral são conhecidos há algum


tempo, alguns já produzidos em larga escala há mais de 20 anos. O primeiro
desses materiais, anunciado pela DuPont em 1958, foi o poliacetal, ou
polioximetileno, cujas características excepcionais para certas aplicações até
então não foram superadas (MANO).

Não obstante os benefícios do plástico, a maior crítica em sua


utilização é em relação à sua baixíssima biodegradabilidade ambiental. Uma
garrafa de água mineral jogada no meio ambiente poderá ficar ali intacta por
mais de 100 anos (GRIPPI).

Segundo Grippi a preocupação mundial com a preservação do


meio ambiente gerou na década de 1970 o despertar da sociedade para o
reaproveitamento dos resíduos sólidos, principalmente os urbanos, no qual o
plástico se inclui. Para atender a essa necessidade, foram desenvolvidos
programas de conscientização que acabaram por introduzir novos conceitos
ambientais, difundindo a importância da reciclagem do plástico. Cada vez
mais a sociedade envolvida com a produção do plástico vem considerando a
preservação do meio ambiente como uma das questões fundamentais em
seus princípios. Ao contrário do que se imagina, a reciclagem de plástico no
Brasil é feita desde o inicio de sua produção.

Conforme Grippi, as formas de reciclagem dos plásticos dividem-


se em três:

A reciclagem mecânica que é a conversão dos resíduos plásticos


industriais e pós-consumo em grânulos, que podem ser
reutilizados na produção de sacos de lixo, solados, pisos,
mangueiras, componentes de automóveis, fibras, utensílios
domésticos, etc.
26

A reciclagem energética consiste no reaproveitamento da energia


gerada pela incineração do plástico, dentro de padrões
adequados não causando danos ao meio ambiente. Esta queima
gera energia, gás e vapor que são aproveitados no próprio
processo industrial.

Na reciclagem química, existem vários processos para este tipo


de reciclagem, sendo que atualmente o que se encontra em
estágios mais adiantados de desenvolvimento é a pirólise. Este
processo consiste na quebra molecular por aquecimento,
transformando o plástico em óleo e gases, sendo estes
novamente utilizados como matéria-prima na industria
petroquímica.

Na figura 1 apresenta o potencial de seleção do plástico no


Brasil.

O consumo de plástico no Brasil, apesar da recessão dos últimos


dois anos, vem crescendo. A tendência é de aceleração do consumo, na
medida em que houver a crescente retomada do crescimento econômico do
país conforme apresentado na tabela 2 (GRIPPI).
27

Figura 1
Potencial seletivo do plástico

POTENCIAL SELETIVO DO PLÁSTICO NO


BRASIL

21%

34% PE
PET
PP
PVC
15%
OUTROS

11% 19%

Tabela 2
Consumo do plástico no Brasil
(Mil toneladas/ano)

Tipo 90 91 92 93 94 95 96 97
PEAD 230 258 260 271 282 284 290 291
PEBD 460 485 491 502 510 515 517 520
PP 230 290 288 295 300 305 307 315
PS 125 127 122 130 145 147 152 160
PVC 340 400 410 409 410 412 420 429
PET 7 12 20 40 60 62 70 74

Fonte GRIPPI 2001.


28

2.1.4 PET (Polietileno Tereftalato)

O PET – polietileno tereftalato é hoje uma resina muito popular e


com uma das maiores taxas de crescimento em aplicação como material de
embalagem. Isso se deve sem dúvida às suas excelentes propriedades, a
exemplo da elevada resistência mecânica, térmica e química, aparência
nobre (brilho e transparência), parcialmente cristalina e orientada
(translúcido), barreira a gases, entre outras (MANO).

Muito embora os poliésteres sejam conhecidos desde a década


de 30, a primeira síntese do polímero com alto peso molecular foi sustentada
em 1942, com potencial reconhecido na época para aplicações como fibra.
Contudo, as garrafas tipo PET tornaram-se disponíveis no Brasil apenas em
1989 (SILVA).

Como família, os poliésteres são materiais produzidos pela


polimerização de um ácido dicarboxílico e um glicol ou um bifenol. O PET é,
portanto, o polímero formado pela reação do ácido tereftálico e o
etilenoglicol. Por sua vez, o ácido tereftálico é obtido pela oxidação do p-
xileno, enquanto o etilenoglicol é sintetizado a partir do eteno, sendo ambos
no Brasil produtos da indústria petroquímica. Inicialmente o PET era na
realidade apenas obtido a partir do ester do ácido tereftálico, o dimetil
tereftalato-DMT, devido à dificuldade de obtenção do ácido com a pureza
suficiente para a aplicação. Essa reação é conhecida como transesterificação
e ainda hoje é uma das rotas utilizadas para a síntese do PET. O
desenvolvimento de processos adequados à purificação do ácido tereftálico-
PTA permitiu a produção comercial do PET pela rota da esterificação direta,
hoje também muito utilizada para a fabricação do PET.
29

A reação de polimerização do PET se inicia com a esterificação


dos monômeros, produzindo o bihidroxietil tereftalato-BHET. Na seqüência, o
BHET continua a se condensar (reação de policondensação) aumentando o
peso molecular da molécula até a formação do polímero. Os subprodutos das
reações de transesterificação e de esterificação direta são metanol e água,
respectivamente. As propriedades físicas e mecânicas do polímero dependem
fundamentalmente do peso molecular médio das moléculas obtidas através
do processo de polimerização (SILVA).

A determinação da propriedade conhecida como viscosidade


intrínseca do polímero permite estimar seu peso molecular. Ao final da etapa
de policondensação o PET apresenta peso molecular da ordem de 15.000 a
42.000, em torno de 0,65dl/g. Este polímero é adequado a aplicações como
suporte de filme metálico para estampagem em plásticos, fitas magnéticas
para gravação; mantas para filtros industriais; embalagem de alimentos,
cosméticos e produtos farmacêuticos; filmes e placas para radiografia,
fotografia e reprografia, impermeabilização de superfícies; frascos para
refrigerantes gaseificados; fibras têxteis dentre outros (MANO).

A aplicação do PET para embalagens sopradas (garrafas) requer


um polímero com peso molecular acima de 30.000 a 35.000, superior a 0,74
dl/g, o que não é possível se obter apenas com o processo de
policondensação. Da mesma forma a aplicação do PET para fibras industriais
requer um polímero perto de 1,0 dl/g. Logo, para adequar o PET a essas
aplicações uma etapa adicional à polimerização foi introduzida, conhecida
como polimerização em estado sólido ou pós-condensação. Para tanto, os
peletes de PET são inicialmente submetidos a um aquecimento a 160-170°C
para promover a cristalização parcial e a secagem. Em seguida, os peletes
são submetidos a um aquecimento por 16h a cerca de 215°C, em um reator
30

com atmosfera inerte (com nitrogênio). Nesse processo aumenta-se o peso


molecular do polímero até atingir o necessário ao uso pretendido.

O PET é um polímero cristalino e como tal tem suas propriedades


dependentes do grau de cristalinidade que atinge após a transformação, até
40%. Quanto maior o grau de cristalinidade, maior a rigidez (menor
resistência ao impacto), maior a resistência térmica e menor a transparência.
A temperatura de transição vítrea é em torno de 75°C, logo é rígido à
temperatura ambiente e flexível acima de 75°C (MANO).

Um produto comum da degradação térmica do PET é o


acetaldeído. A presença de oxigênio induz a um processo de degradação
oxidativa e a degradação térmica com umidade provoca a quebra das
cadeias, reduzindo o peso molecular do polímero. A fabricação de garrafas,
frascos e potes de PET envolvem três etapas seqüenciais: a secagem da
resina, a injeção de uma pré-forma e o sopro da embalagem, geralmente
com bi-orientação. A secagem é fundamental para evitar a degradação da
resina durante o ciclo térmico da injeção, que acarretaria a redução do peso
molecular do PET (comprometendo sua resistência mecânica). Para a injeção
da pré-forma a resina é aquecida a temperaturas da ordem de 270°C ,
injetada nas cavidades do molde e resfriada muito rapidamente de forma a
manter a estrutura molecular predominantemente na forma amorfa (baixo
grau de cristalinidade). O sopro da embalagem é feito à temperatura de 90 a
100°C suficiente para moldar o PET na sua forma predominantemente
amorfa. Dentro da janela de sopro, quanto menor a temperatura, melhor
serão as resistências ao impacto e à carga vertical da garrafa.

Com a injeção é possível um acabamento de precisão para o


gargalo, incluindo rosca e superfície de vedação, o que determina o elevado
desempenho dos sistemas de fechamento das embalagens de PET. A
31

estrutura amorfa confere à embalagem a transparência desejada e


flexibilidade suficiente para garantir boa resistência ao impacto, que é
sensivelmente melhorada pela bi-orientação durante o sopro. Além dessas
vantagens o processo de injeção e sopro do PET foi desenvolvido para
contornar a baixa resistência desse material na forma fundida, o que impede
seu processamento pelo processo tradicional de extrusão e sopro.

Pelo exposto pode-se perceber que algumas propriedades são


fundamentais para a aplicação do PET para a fabricação de embalagens
sopradas, quais sejam: viscosidade intrínseca (peso molecular),
cristalinidade (grau e velocidade de cristalização) e temperatura de transição
vítrea-Tg. No que se refere ao processamento, a velocidade de resfriamento
das pré-formas , que determina o grau e a distribuição da cristalinidade, e o
grau de estiramento durante o sopro são fatores importantes para a
resistência ao impacto das embalagens.

Para flexibilizar as condições de processamento e ampliar as


aplicações do PET, o uso de comonômeros se tornou uma prática. De
maneira geral , a adição do comonômero tem como efeitos a redução do
ponto de fusão e da cristalinidade em relação ao homopolímero. O termo
copoliester é usado aos polímeros cuja síntese usou mais de um glicol e/ou
mais de um ácido dibásico. De maneira geral a cadeia do copolímero é
menos regular que a do homopolímero e, portanto, apresenta menor
tendência à cristalização (menor velocidade e/ou grau de cristalização).

A redução do ponto de fusão permite a obtenção de grades do


polímero com menor tendência à degradação térmica e, conseqüentemente
com menor tendência à formação de acetaldeído. O efeito sobre a
cristalinidade se revela na redução tanto do grau como da taxa de
cristalinidade o que facilita a etapa de resfriamento na injeção. Logo, com os
32

copolímeros de PET, tornou-se possível a fabricação de pré-formas mais


espessas, como as das garrafas retornáveis, como também as de fundo
petalóide (região mais espessa e com maior tendência à cristalização,
conseqüentemente mais rígida e com menor resistência ao impacto). O teor
de comonômero normalmente não ultrapassa 5%, para manter as
propriedades características e desejáveis do PET. O comonômero mais
comum é o ácido isoftálico, porém também são usados o dietileno glicol e o
ciclohexano dimetanol-CHDM. O PETG é o poliéster modificado com alto teor
de CHDM, de maneira a ser um polímero amorfo e com resistência na forma
fundida que permite seu uso em processos de extrusão contínua e sopro.
Como não apresenta a resistência mecânica do PET sua aplicação está
voltada aos frascos pequenos para produtos não carbonatados.

O PET-EX é também um copolímero de PET desenvolvido para


uso no processo de extrusão contínua, porém é cristalino (mas com
cristalização lenta) e apresenta da ordem de 1,05 dl/g. Finalmente, o PEN –
polietileno naftalato, é um poliéster obtido pela reação do etilenoglicol e do
ácido dicarboxílico do 2,6 naftaleno. Apesar de conhecido há anos, sua
comercialização, foi inibida pela falta da oferta comercial do monômero
ácido.

2.2 Materiais compósitos

Materiais compósitos, segundo Budinski apud Specht (2000,


p.07), são misturas de dois ou mais materiais diferentes com características
inferiores ao material resultante. São, portanto, constituídas por duas fases:
a matriz de concreto de cimento Portland e o elemento de reforço às fibras.
33

Portanto este trabalho define compósito como uma matriz de concreto de


cimento Portland com fibras de garrafa PET. A figura 2 mostra a disposição
fibra/fissura.

Figura 2
Disposição fibra/fissura

d Resistência à Tração,ft

Resistência
l/2 de aderência, fs

πd² . ft = πd . l . fs
4 2

l = ft
d 2fs

Em grande parte, a tecnologia dos materiais compósitos depende


desta simples equação; se a fibra tem uma alta resistência à tração, como
por exemplo, o aço, então, ou a resistência de aderência necessária deverá
ser alta para impedir o arrancamento antes que a resistência seja totalmente
mobilizada ou fibras de alta relação l/d deverão ser utilizadas (TAYLOR, apud
SPECHT 2000).
34

2.2.1 Matriz

O concreto hidráulico é um material de construção constituído


por mistura de um aglomerante com um ou materiais inertes e água.
Quando misturados, primeiramente oferecem condições de plasticidade que
facilitam as operações e manuseios que são indispensáveis ao lançamento
nas formas, adquirindo, com o tempo, pelas reações que se processam entre
o aglomerante e a água, coesão e resistência. O concreto é composto de
cimento Portland, agregado miúdo, agregado graúdo e água (PETRUCCI
1998).

O concreto é constituído pela mistura de seus componentes


formando uma pasta de solução aquosa e grãos de cimento Portland
(BAUER, 1995).

Petrucci salienta que são propriedades do concreto fresco:

a) consistência;

b) textura;

c) trabalhabilidade;

d) integridade da massa;

e) poder de retenção de água;

f) massa específica.
35

A trabalhabilidade, importante propriedade do concreto fresco,


tem um valor relativo dependendo de sua fixação, além das qualidades
intrínsecas dos materiais que constituem o concreto, das condições de
mistura, transporte, lançamento e adensamento do material, bem como das
dimensões, forma e armaduras das peças a moldar, determinando a sua
devida resistência a ser solicitada quando endurecido (PETRUCCI).

A resistência pode ser considerada a propriedade mais


importante do concreto, embora, em muitos casos, outras características,
como a durabilidade e a permeabilidade, sejam também muito importantes.
A resistência define uma idéia geral da qualidade do concreto, estando
diretamente relacionada com a estrutura da pasta de cimento Portland
hidratada. Além disso a resistência é um elemento essencial do projeto
estrutural especificando a sua aceitação (NEVILLE, 1997).

É essencial que as estruturas de concreto desempenhem as


funções que lhe foram atribuídas, a durabilidade dessa estrutura de concreto
simples, armado ou protendido, é condicionada pelo eventual ataque de
agentes agressivos a que estão sujeitos durante sua vida em serviço
(BAUER).

Neville comenta que a durabilidade do concreto não significa vida


indefinida, e nem significa qualquer tipo de ação. A durabilidade do concreto,
manifesta uma deterioração originada por fatores externos ou por causas
internas no interior do próprio material. As diferentes formas de ação podem
ser físicas, químicas ou mecânicas. As causas mecânicas podem ser de
impactos, abrasão, erosão ou cavitação. As causas químicas de deterioração
podem incluir as ações álcali-sílica e álcali-carbonato.
36

Segundo Petrucci a agressão no concreto se dá devido à


fissuração causada durante o endurecimento; a excessiva evaporação pode
causar o gretamento superficial, desde que a água da superfície se evapore,
não seja substituída naturalmente pela exsudação. A fissuração pode
também acontecer quando a estrutura for solicitada.

Quando há deslocamento de gás ou vapor através do concreto se


faz como resultado de um gradiente de concentração e não de um diferencial
de pressão. A difusão de gases, o dióxido de carbono e o oxigênio
apresentam grandes agressões: o primeiro leva a carbonatação da pasta de
cimento hidratado e o segundo torna possível a corrosão da armadura do
concreto (NEVILLE).

Petrucci comenta que pode-se atenuar ou impedir a


agressividade do meio do concreto definindo a utilização dos elementos do
concreto para as diversas situações. São divididos em itens esses processo:

Escolha adequada do aglomerante;

Elaboração cuidadosa do concreto;

Lançamento e adensamento ótimos;

Cura;

Tratamentos superficiais;

Tratamentos químicos.
37

Esses requisitos estão atrelados à qualidade, controle e garantia


do concreto.

Segundo Helene e Terzian (1997) qualidade é conformidade aos


requisitos e características do produto ou serviço que satisfazem às
necessidades do usuário e geram satisfação. A qualidade para a indústria da
construção civil, “adequação ao uso” pode ser entendida como:

Ter resistência estrutural adequada;

Ser funcional;

Possuir as condições ideais de habitabilidade;

Ter vida útil elevada (ser durável);

Possuir baixo custo de operação e manutenção;

Ter o preço acessível.

2.2.1.1 Agregados

Agregado é o material particulado, não coesivo, de atividade


química praticamente nula, constituindo de misturas de partículas cobrindo
extensa gama de tamanhos. Os agregados classificam-se segundo a sua
origem, as dimensões das partículas e o peso especifico aparente.
38

Conforme Bauer, os agregados podem ser classificados como:

- Naturais. Os que se encontram particulado na natureza.

- Industrializados. Os que sua composição particulada é obtida por


processos industriais.

- Agregado miúdo: as areias.

- Agregado graúdo; os cascalhos e as britas.

Agregado é um material granular, sem forma e volumes


definidos, geralmente inertes, de dimensões e propriedades adequadas para
o uso em obras de engenharia. Sua aplicação é variada. Servem para lastro
de vias férreas, bases para calçamento, são adicionadas aos solos que
constituem a pista de rolamento das estradas, entram na composição de
material para revestimentos betuminosos e são, finalmente, utilizados como
material granuloso e inerte na produção de argamassas e concreto
(PETRUCCI).

Pelo menos três partes do volume do concreto são ocupadas


pelos agregados, portanto sua qualidade é de considerável importância. O
agregado não pode só influenciar na resistência do concreto, pois agregados
com propriedades indesejáveis podem não apenas produzir um concreto
pouco resistente mas também podem comprometer a durabilidade e o
desempenho estrutural do concreto (NEVILLE).
39

2.2.1.2 Cimento Portland

Cimento Portland é um material constituído principalmente de


material calcário, como rocha calcária ou gesso, e alumina e sílica,
encontrados como argila ou xisto (NEVILLE 1997).

Neville comenta que o processo de fabricação do cimento


Portland consiste essencialmente em moer a matéria prima, misturá-la
intimamente em proporções adequadas e queimar essa mistura em um forno
rotativo a uma temperatura de cerca de 1450 °C. Os tipos de cimento
Portland estão no quadro 3.

Quadro 3
Tipos de Cimento Portland (CP)

Denominação Sigla

Portland Comum CP I
Portland Comum com Adição CP I-S
Portland Composto com Escória CP II-E
Portland Composto com Pozolana CP II-Z
Portland Composto com Filler CP II-F
Portland Alto Forno CP III
Portland Pozolânico CP IV
Portland de ALTA Resistência Inicial CP V-ARI
CP I RS/ CP I RS/ CP II-E RS/
CP II-Z RS/ CP II-F RS/ CP III
Portland Resistente a Sulfatos
RS/
CP IV RS
40

O cimento Portland é obtido pela pulverização de clínquer


constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com uma certa
proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente, adições de
certas substâncias que modificam suas propriedades ou facilitam o seu
emprego (BAUER 1994).

Petrucci reforça que o clínquer, obtido pelo cozimento até a fusão


do incipiente (± 30% de fase líquida) de mistura de calcário e argila
devidamente dosados e homogeneizados.

O cimento Portland é produzido em instalações industriais de


grande porte, localizadas junto a jazidas que se encontram em situação
favorável quanto ao transporte do produto acabado aos centros
consumidores (BAUER).

2.2.2 Fibras

O conceito de reforço com fibras nos materiais de construção não


é algo novo. As fibras têm sido aplicadas em construções desde os
primórdios de nossa história; há evidências que fibras de asbesto foram
usadas para reforçar postes de argila há 5 mil anos, tijolos de adobe eram
reforçados com fibras vegetais na Babilônia, pêlos de animais utilizados
como reforço em argamassa de enchimento de paredes há centenas de anos,
tijolos de barro eram produzidos pelos egípcios com argila cozida e
reforçados com palha.
41

Entretanto, a adição de fibras para reforço do concreto é um


material de construção relativamente novo. O emprego de fibras
descontínuas adicionadas aleatoriamente ao concreto desenvolveu-se a partir
de 1960, quando surgiu no mercado novos produtos tais como fibras
poliméricas, metálicas, vegetais e minerais. Os primeiros estudos e
pesquisas dirigidos à aplicação e utilização do concreto reforçado com fibras
tiveram início a partir de 1971 nos Estados Unidos. Existem vários tipos de
fibras envolvendo o estudo de reforços de materiais da construção (SPECHT,
2000).

No Brasil, o uso de fibras na mistura de concreto é ainda mais


recente, sendo usada em escala comercial apenas a partir da década de 90.
O concreto reforçado com fibras é um material compósito onde a matriz é o
concreto de cimento Portland, no qual são incorporadas fibras, elementos
descontínuos e aleatoriamente distribuídos, onde o comprimento predomina
sobre a sua seção transversal. Atualmente têm sido usadas fibras de várias
formas e tamanhos, produzidas em aço, plástico, vidro e materiais naturais,
porém, as fibras de aço têm sido as mais utilizadas.

2.2.3 Compósitos

O maior potencial dos materiais compósitos fibrosos está no


estado de pós-fissuração, onde as fibras contribuem de forma mais efetiva
na resistência do material, aumentando assim a capacidade de absorção de
energia do material. As fibras, geralmente, têm menor módulo de
elasticidade que a matriz cimentada e, portanto, pouco ou nenhum aumento
de tensão de fissuração é esperado. A deformação necessária para causar
42

fissuras na matriz cimentada é muito inferior à alongação das fibras


(MODLER et al 2002).

Segundo Johnston (1994) as fibras em uma matriz cimentada


podem, em geral, ter dois efeitos importantes. Primeiro, elas tendem a
reforçar o compósito sobre todos os modos de carregamento que induzem
tensões de tração, isto é, tração indireta, flexão e cisalhamento e
secundariamente elas melhoram a ductibilidade e a tenacidade de uma
matriz com características frágeis.

Hannant (1994) afirma que a fibra mantém as interfaces das

fissuras juntas, beneficiando as propriedades mecânicas no estado pós-


fissuração, ou seja, aumentando a ductibilidade. As fibras que “atravessam”
as fissuras contribuem para o aumento da resistência, da deformação de
ruptura e da tenacidade dos compósitos.
43

3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

Esta pesquisa é de caráter quantitativo, desenvolvendo um


estudo baseado em experimentos laboratoriais. Os ensaios que foram
realizados são: medida da trabalhabilidade pelo Slump test, resistência à
compressão axial com a medição do módulo de elasticidade e resistência à
tração na flexão com a medição do deslocamento da linha neutra. Também
foram realizados ensaios de resistência à tração das fibras de garrafas PET.

3.2 Plano de coleta de dados

Neste item são descritas as matrizes utilizadas e suas variáveis


de ensaio. A quadro 4 mostra as variáveis e idades estudadas para cada
ensaio realizado.
44

Quadro 4
Variáveis e Idades Estudadas

Matriz

Teor Matriz com RCS 9 MPa Matriz com RCS 13 MPa


de Corpos-de-prova para ensaio de (RCS) Resistência a
Fibra Compressão Simples (idades)
(g/m³) 3 7 14 28 90 180 360 3 7 14 28 90 180 360
0 2 2 2 3 3 3 2 2 2 2 3 3 3 2
250 2 2 2 3 3 3 2 2 2 2 3 3 3 2
5.125 2 2 2 3 3 3 2 2 2 2 3 3 3 2
10.000 2 2 2 3 3 3 2 2 2 2 3 3 3 2

Corpos-de-prova para ensaio de Tração na Flexão

0 2 2 1 2 2 1
250 2 2 1 2 2 1
5.125 2 2 1 2 2 1
10.000 2 2 1 2 2 1

Com base em ensaios realizados por CORÓ (2002) com fibras


PET definiu-se as dimensões de fibras utilizadas e os teores de adição dentro
da matriz/compósito de concreto.

As fibras são comercializadas com comprimento médio de 200


mm e largura de 6 mm, por uma fábrica de vassouras da cidade de Santo
Ângelo – RS. Os elementos de reforço utilizados possuem dimensões
aproximadas de 30 mm de comprimento, 6 mm de largura e 0,2 mm de
espessura. Para a formação dessas dimensões, as fibras foram cortadas
manualmente com o auxilio de tesouras.
45

A figura 3 apresenta o material que foi utilizado para o reforço do


concreto.

Figura 3
Fibras de Garrafa PET
a) b)

Fibra
Original

3.3 Materiais utilizados

Neste item são apresentadas as características fundamentais


dos materiais utilizados na pesquisa;
46

3.3.1 Matriz

As matrizes utilizadas nesta pesquisa são de concreto de cimento


Portland. O traço utilizado foi desenvolvido através de dados já obtidos em
um estudo de dosagem realizado pelo LEC – Laboratório de Engenharia Civil
da UNIJUI. As matrizes utilizadas neste trabalho foram dosadas para
resistências à compressão com fck de 9,0 MPa e fck 13,0 MPa. A tabela 3
apresenta o consumo de material para a produção de 1m³ de concreto.

Tabela 3
Características das matrizes

Fck= 9,0 MPa Fck= 13,0 Mpa


Materiais
Kg/m³ Kg/m³

Cimento 159,034 180,739


Areia 1.046,639 1.026,849
Brita 1 374,213 374,808
Brita 2 694,968 696,072
Água 181,988 182,277

3.3.1.1 Aglomerante

O aglomerante utilizado foi o CP V – ARI da marca CAUÊ,


adquirido em quantidade suficiente para a preparação de todas as amostras
e armazenado em sacos plásticos fechados, de forma a preservar suas
propriedades físicas e químicas durante a realização da pesquisa.
47

3.3.1.2 Agregados

As amostras de agregados foram doadas pela Pedreira Paim. O


agregado graúdo é proveniente da cidade de Coronel Barros, caracterizada
como rocha basáltica de formação Serra Geral. O agregado miúdo é
caracterizado como areia de várzea proveniente da cidade de Santa Maria. A
composição granulométrica e densidades dos agregados então em anexo 1.
Estes agregados foram secos em estufas a uma de temperatura de 60 °C
durante 24 horas, em seguida, depositadas em padiolas em local seco.

3.3.2 Caracterização Mecânica das fibras

A caracterização mecânica das fibras foi realizada no


Laboratório de Engenharia Mecânica da URI – Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e Missões. O ensaio e o preparo das amostras foi
realizado de acordo a norma NBR 9622/86 – Determinação das Propriedades
Mecânicas a Tração – Plásticos. A figura 4 mostra a prensa utilizada para o
ensaio.
48

Figura 4
Prensa utilizado para ensaio das Fibras

Foram realizados ensaios com amostras incolores e amostras


verdes. A tabela 4 e 5 mostra a força de ruptura (FT), deslocamento (ε),
deformação (∈) e o módulo de elasticidade (E) encontrados a partir dos
ensaios.

Tabela 4
Amostras Incolores

Amostras Brancas
FT ε E
AMOSTRA ∈ (%)
(kgf) (mm) (MPa)
1 23,73 23,04 0,00250 100,0
2 23,10 26,55 0,00225 94,4
3 22,96 24,13 0,00225 100,0
4 25,36 27,44 0,00250 87,5
5 22,74 24,24 0,00250 95,0
6 22,18 22,03 0,00250 90,0
7 23,94 24,70 0,00225 102,8
MÉDIA 23,43 24,59 0,00239 95,7
49

Tabela 5
Amostras Verdes

FT ε E
AMOSTRA ∈ (%)
(kgf) (mm) (MPa)
1 23,59 25,43 0,00250 92,5
2 23,52 25,84 0,00250 95,0
3 22,81 23,71 0,00250 90,0
4 25,57 30,60 0,00250 92,5
5 22,18 24,80 0,00250 90,0
6 22,74 25,50 0,00250 55,0
7 24,44 25,76 0,00250 65,0
MÉDIA 23,55 25,95 0,00250 82,9

Os ensaios realizados mostraram que a força de ruptura das duas


amostras são equivalentes, ficando entre 23 e 24 kgf. A figura 5 mostra a
fibra no momento de sua ruptura.

Figura 5
Ruptura da fibra

Com relação ao módulo de elasticidade percebe-se que as


amostras verdes são mais deformáveis que as amostras incolores, portanto,
50

o módulo de elasticidade das amostras verdes é um pouco menor que os das


amostras brancas. A figura 6 mostra a deformação da fibra.

Figura 6
Deformação da fibra

Todas as amostras desenvolvem as mesmas características de


deformação, possuindo dois escoamentos e, logo após, então, sua ruptura. A
figura 7 mostra o gráfico da tensão versus deformação.

Figura 7
ForçaXDeformação
51

Devido às amostras serem cortadas manualmente com a


tesoura, tomando-se o máximo de cuidado, notou-se a dificuldade em se
obter amostras perfeitamente iguais, sendo que algumas delas foram
descartadas devido a presença de pequenos entalhes, ou seja, locais que
deixam a amostra mais frágil. Para ensaios mais precisos, seria necessário
que as amostras fossem estampadas, assim evitando desproporcionalidade e
entalhes.

3.4 Preparação das amostras

Todos os materiais foram pesados para um volume de 60 litros


devido à capacidade da betoneira que estava à disposição para a mistura. A
mistura foi desenvolvida de acordo com as técnicas usuais do LEC.

Para a formação da matriz, foi imprimada primeiramente a


betoneira com um pouco de água e cimento, logo em seguida foi adicionado
o material na seguinte ordem: primeiramente colocou-se todo a agregado
graúdo e cerca de 80 % da água, em seguida colocou-se todo o cimento,
esperou-se o total envolvimento das partículas do cimento com o agregado,
então, adicionou-se o agregado miúdo e o restante da água. Na formação do
compósito as fibras foram adicionadas logo após o agregado graúdo.

Para cada teor e traço foram moldados 17 corpos-de-prova


cilíndricos de 10X20 cm e 5 corpos-de-prova prismáticos de dimensões
15X15X50. Para o adensamento foi utilizado vibrador de imersão. O tempo
52

estimado de imersão da agulha foi a eliminação de todos as bolhas de ar


envolvidas no concreto.

A cura foi realizada da seguinte maneira: depois que os corpos-


de-prova foram moldados, ficaram em uma sala climatizada durante 24
horas com temperatura de 23 ± 1 °C. Passado este tempo, os corpos-de-
prova foram desmoldados e levados à câmara úmida onde permaneceram
até as idades definidas para os ensaios.

3.5 Métodos de ensaios

3.5.1 Trabalhabilidade

Para quantificar a trabalhabilidade foi utilizado o ensaio de


consistência pelo abatimento do tronco cone, mais conhecido como Slump
test. A norma que descreve o ensaio é a NBR MN 67 – Concreto-
Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. A medida
da trabalhabilidade é feita pelo abatimento causado na massa de concreto
pelo seu peso próprio. O ensaio de abatimento mede a consistência, sendo
normalmente empregada para garantir a constância da relação
água/cimento.

Foram realizadas as moldagens dos traços de referência com a


medida do Slump 6 ±1 cm. Está quantidade de água foi fixada e utilizada
para as demais moldagens.
53

3.5.2 Resistência à compressão

De todos os parâmetros que influenciam na qualidade do


concreto, tais como resistência mecânica, permeabilidade, durabilidade e
deformações, o mais sensível às variações intrínsecas de produção, e o mais
fácil de ser quantificado é a resistência à compressão medida através dos
corpos-de-prova moldados, curados e ensaiados conforme normalização. A
norma que descreve o ensaio é a NBR 5739 – Concreto – Ensaio de
compressão de corpos-de-prova cilíndricos: Método de Ensaio.

Algumas propriedades do concreto variam proporcionalmente


com sua resistência à compressão, sendo ela, portanto, a representante
quase que global da qualidade do concreto. Isto não quer dizer, entretanto,
que se deve deixar de analisar e quantificar as demais propriedades. O
ensaio de resistência à compressão e medição do módulo de elasticidade foi
executado conjuntamente em uma prensa instrumentada do LEC e de acordo
com as NBR 5739 e NBR 8822 respectivamente. A velocidade de
carregamento do equipamento para o ensaio é entre 0,3 MPa/s a 0,8 MPa/s.
A figura 8 mostra a prensa utilizada para ensaio.
54

Figura 8
Prensa Compressão Axial

3.5.3 Resistência à tração na flexão

Embora o concreto não seja desenvolvido nem projetado


especificamente para resistir à tração, a análise dessa propriedade se torna
útil para a quantificação e estimativa de carga a qual ocorre a fissuração. A
eliminação da fissuração é muito importante para a conservação e a
durabilidade das estruturas de concreto de cimento Portland, prevenindo
assim as agressões de intempéries e protegendo a armadura de corrosões.
Para este ensaio a norma utilizada foi a NBR 12142 – Concreto –
Determinação da resistência à tração na flexão em corpos-de-prova
prismáticos: Método de Ensaio.
55

São três os tipos de ensaios que podem ser realizados para a


quantificação da resistência à tração: tração direta, tração na flexão e tração
por compressão diametral. Para este trabalho foi realizado somente a
resistência à tração na flexão. O prisma de dimensões 15X15X50 cm foi
submetido à flexão, com carregamento em dois pontos simétrico até sua
ruptura. No mesmo instante foi medido o deslocamento da linha neutra com
um dispositivo adaptado. A Figura 9 apresenta o dispositivo adaptado para
as leituras do deslocamento da linha neutra.

Figura 9
Dispositivo adaptado para as leituras do deslocamento da linha neutra

A fórmula utilizada para o cálculo da tração na flexão e:


Tf = P.l
b.d²
Onde:
P – carga.
l - distância entre os apoios.
d – Altura do corpo de prova na seção de ruptura.
b – Largura do corpo de prova na seção de ruptura.
56

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise dos resultados obtidos foi interpretada e tratadas de


forma quantitativa. Como apresentado no quadro 4 buscou-se avaliar as
variáveis em determinados níveis de estudo a partir de modelos gráficos
capazes de apontar tendências da influência do teor de fibras e o tempo de
cura.

4.1 Trabalhabilidade

A trabalhabilidade é um dos aspectos importantes para a


moldagem das peças de uma obra de concreto de cimento Portland.

Conforme pode-se observar na figura 10, para os dois traços


estudados, a trabalhabilidade diminui com o aumento de fibras. Há um
aumento para baixos teores e uma redução para altos teores. Portanto, o
teor de fibra de 250 g/m³ é considerado o teor ótimo de fibras para a
trabalhabilidade. Isso pode dificultar o bombeamento do concreto. Os dados
coletados estão no anexo 2.
57

Figura 10
Trabalhabilidade

11,00

10,00 M1
Abatimento (cm)

9,00 M2

8,00

7,00

6,00

5,00
0 250 5125 10000
Teor de Fibra (g/cm³)

4.2 Resistência a Compressão Simples

Mheta e Monteiro (1994) afirmam que a resistência à


compressão não é a mais importante contribuição do reforço do concreto
com fibras. Isso pode ser observado facilmente nas figuras 11 e 12.

Com relação à resistência a compressão pode-se observar que


para os dois traços e os três teores de fibras, os valores de resistência
mantiveram-se paralelos e um pouco abaixo dos traços de referência.

Com a adição de fibras não há perdas significativas na


resistência a compressão simples, o que incentiva a utilização deste resíduo
no concreto. Todos os dados de ensaio e a tabulação dos dados estão no
anexo 3.
58

Figura 11
Resistência a Compressão Simples Traço 9 MPa

10,00
9,00
8,00
7,00
Te nsão (MPa)

6,00
5,00
4,00 M1-TF 0
3,00 M1-TF 250
2,00 M1-TF 5125
1,00 M1-TF 10000
0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Idade (dias)

Figura 12
Resistência a Compressão Simples Traço 13 MPa

14,00

12,00

10,00
Tensão (MPa)

8,00

6,00 M2-TF 0

4,00 M2-TF 250


M2-TF 5125
2,00
M2-TF 10000
0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Idade (dias)
59

4.3 Módulo de Elasticidade

Com relação ao módulo de elasticidade, conforme mostra a


figura 13, pode-se observar que para o traço M1, para os três teores de
fibras, os valores de módulo mantiveram-se paralelos e um pouco abaixo do
traço de referência.

Figura 13
Módulo de elasticidade M1

37000

34000

31000
Módulo (MPa)

28000

25000
M1-TF 0
M1-TF 250
22000
M1-TF 5125

19000 M1-TF 10000

16000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Idade (dias)

Já na figura 14 o traço M2 apresenta um comportamento


diferente do traço M1 sendo que os três teores mantiveram-se acima do
traço de referência com o processo de cura mais longo. Os dados estão no
anexo 4.
60

Figura 14
Módulo de elasticidade M2

47000

44000

41000

38000
Módulo (MPa)

35000

32000
M2-TF 0
29000 M2-TF 250
M2-TF 5125
26000
M2-TF 10000
23000

20000
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Idade (dias)

4.4 Resistência à Tração na Flexão

A partir dos ensaios de resistência à tração na flexão,


apresentados na figura 15, nota-se que no traço M1 (fck 9,0 MPa), obteve
melhores resultados com os teores de fibra menor e maior para 28 dias de
cura, mas como aumento do tempo de cura, aos 180 dias, para todos os
teores, obteve resistências de pico maiores que o traço de referência, além
de manter sua resistência pós-pico sempre superior.
61

Figura 15
Resistência à tração na flexão de pico traço M1

2,00

1,80
RTF de Pico (MPa)

1,60

1,40

1,20 M1-TF0
M1-TF250
1,00 M1-TF5125
M1-TF10000
0,80
28 Dias 180 Dias

A figura 16 mostra os valores da resistência à tração na flexão de


pico. Para o traço M2 todos os teores mantiveram resistência à tração na
flexão abaixo do traço de referência; mesmo com o aumento do tempo de
cura, manteve-se abaixo do traço referência. Somente o teor de fibra 10000
g/cm³ obteve um melhor resultado com tempo de cura 180 dias, estando
muito próximo do traço de referência.
62

Figura 16
Resistência à tração na flexão de pico traço M2

2,60

2,40
RTF de Pico (MPa)

2,20

M2-TF0
2,00

M2-
1,80 TF250
M2-
1,60 TF5125
M2-
1,40 TF10000
28 Dias 180 Dias

Mesmo não alcançando os valores de pico maiores que o traço de


referência, o comportamento pós-pico dos traços com fibras mantiveram-se
sempre acima do traço de referência, isso mostra que as fibras são
solicitadas quando a fissuração no corpo-de-prova aumentando o seu estado
de tensão.

A figura 17 mostra as tendências das resistências pós-pico,


onde se observa o grande potencial da utilização das fibras PET onde há um
controle de fissuração e resistência a flexão.
63

Figura 17
Resistência à flexão pós-pico Traço M1- TF 0 e 250 g/m³

1,80
1,60
Tensão na flexão (MPa)

M1-TF 0 180 dias


1,40
M1-TF 250 180 dias
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00
Deslocamento (mm)

A figura 18 mostra a evolução da fissura com a aplicação de


carga. Nota-se que, ao contrário da matriz sem reforço, quando surge a
primeira fissura há evolução é extremamente rápida, rompendo logo em
seguida. Os dados estão no anexo 5.
64

Figura 18
Evolução da Fissura
a) b)

c) d)

e) f)
65

4.5 Tenacidade

A tenacidade pode ser definida como a capacidade do material


absorver energia, é calculada como a área sob curva da tensão versus
deformação e qualitativo tensão versus deslocamento.

A figura 17 mostra, de maneira geral, que a inclusão de fibra


aumenta sensivelmente qrup. Quanto à tenacidade, verifica-se um acréscimo
expressivo de energia que matriz com fibra absorve em relação a matriz de
referência, mostrando assim que com a utilização das fibras PET, temos um
material que absorve mais energia tanto pré-ruptura quanto depois de
fissurado.

4.6 Ductilidade

A ductilidade é a relação entre a resistência máxima e a


resistência pós-fissuração do material. A ductilidade é representada pela
seguinte formula:

If = qrup – 1
qult

onde:
qrup = tensão de ruptura;
qult = tensão última;
66

Quanto maior o If, maior é a fragilidade do material, ao passo


que If decresce com o aumento da tensão última. Quanto maiores forem as
características de ductilidade do material menor será o valor de If.

Na figura 17, percebe-se, também, uma redução bastante


expressiva do índice de fragilidade, o que caracteriza um comportamento
mais dúctil do material.

4.7 Durabilidade

Conforme Pelisser (2003), em seu estudo com fibras PET


recicladas para a fabricação de cordas, utilizando sobras de fio de cordas,
relata que houve sinais claros de degradação, verificados através de imagens
de microscopia eletrônica de varredura e através da perda de resistência, de
ensaios realizados aos 150 dias de cura.

A degradação das fibras de PET foi também notada por Johnston


(1994). Segundo o autor, a durabilidade de fibras sintéticas, como as de
poliéster, em meio alcalino, é questionável: alguns tipos de fibras, como as
de PET, mostram deterioração, definida como a perda rápida de resistência
da fibra no cimento, devido à hidrólise e a dissolução em meio alcalino.

Observa-se na figura 12 e 13, para os ensaios realizados no


estudo, não são visíveis o processo de degradação das matrizes em idades
de 180 dias. Todas as matrizes ensaiadas possuíram um acréscimo
significativo de resistência em relação as matrizes ensaiadas aos 28 dias. Em
67

uma análise visual, na figura 19 verifica-se que não há diferença de uma


amostra original para uma amostra que esteve 180 dias dentro do concreto.

Figura 19
Comparação da fibra original com a fibra retirada do concreto

Fibra Fibra
retirada do Original
concreto
68

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Conclusões

Os resultados obtidos em ensaios de laboratório, apresentados,


analisados e interpretados nos capítulos anteriores, permitem estabelecer
conclusões.

Os ensaios realizados para caracterização mecânica dos


elementos de reforço, fibras PET, mostram o mesmo comportamento em sua
resistência, tanto para amostras incolores quanto para amostras verdes,
diferenciando somente em relação ao módulo de elasticidade, sendo que as
amostras verdes são mais deformáveis que as amostras incolores.

Nos ensaios realizados para medir a trabalhabilidade, observou-


se que há um ponto onde o teor de fibra se comporta de maneira a ser
considerada como ótima, fluindo-se melhor. Este ponto representa o teor de
fibra é de 250 g/cm³.

Quanto à influência da inclusão aleatória de diferentes teores de


fibras PET sobre as propriedades do compósito mostrou que essa influência
69

depende, fundamentalmente, das características dos teores de fibras e da


matriz, sendo que o concreto é notavelmente afetado com as diferentes
adições de fibras.

Com relação aos ensaios mecânicos de resistência à compressão


axial não houve diferença significativa para os concretos com adição de
fibras em relação ao concreto sem fibras em quaisquer as idades. Com
relação ao módulo de elasticidade, notou-se uma tendência significativa de
aumento com maiores teores de fibras.

Houve um aumento significativo da tenacidade para todos os


concretos com fibras em relação ao sem fibras. Esta melhora do desempenho
foi mantida e acrescida mesmo com o aumento do processo de cura até os
180 dias.

Foi verificado, nesta pesquisa, que não houve processo de


degradação das fibras, provando que em todas as amostras houve aumento
de resistência e aumento de sua tenacidade desde as primeiras idades até
180 dias. Porém ainda existem amostras para serem avaliadas com idades
de 360 dias quando questão da degradação poderá ser melhor avaliada. No
entanto, as fibras PET no concreto, podem ainda ser utilizadas e avaliadas,
para reduzir a fissuração por retração plástica de concreto e argamassas,
provavelmente sem prejuízos posteriores ao material.

De todos os gráficos analisados, observou-se que o melhor teor


de fibra a ser usado é o teor de 250g/cm³, tanto para o traço M1 (9 MPa)
como para o traço M2 (13 MPa). Todos os parâmetros analisados mostram
que o teor de fibra 250 g/cm³ possui melhor fluidez, maior resistência a
compressão, maior resistência de tração à flexão e o maior ganho de
energia.
70

5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros

Com a finalidade de complementar a pesquisa apresentada neste


Trabalho de Conclusão de Curso, bem como dar continuidade a esta linha de
pesquisa, sugere-se:

a) Avaliar métodos padrões para a realização da caracterização das


fibras, obtendo-se amostras iguais e sem entalhes.

b) Desenvolver outras matrizes com diferentes traços ou até mesmo com


CAD – concreto de Alto Desempenho, diferentes teores e comprimento
de fibras.

c) Avaliar comportamento deste material em relação à resistência ao


fogo.

d) Executar peças e construir um campo que leve estes materiais aos


esforços de uso para avaliar seu comportamento (meio fios e lajotas
de pavimento).

e) Verificar os aspectos de acústica e transferência de calor.

f) Realizar ensaio de Microscopia Eletrônica para verificar a possibilidade


de degradação.
71

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