Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho -
Parecer e-MEC
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Identificação do processo
1) Número do Protocolo e-Mec 9) Municipio
202416454 Fortaleza
2) Parecer Técnico No 10) Categoria Administrativa IES
Pessoa Jurídica de Direito Privado - Com fins lucrativos -
Sociedade Civil
4) Nome da Mantenedora
INSTITUTO PACOTI DE EDUCAÇÃO LTDA 11) Modalidade
Presencial
5) Nome da Mantida
12) Ato Regulatório
APOEMA FACULDADE E CURSOS TÉCNICOS
Autorização Vinculada
ao Credenciamento
8) Estado 16) Curso em análise
Ceará Enfermagem
Informações
23) Possui Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 36) Quantitativo de vagas solicitadas/autorizadas
Não 160
24) Observações Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) 37) Vagas solicitadas/autorizadas
Turno Matutino
Turno Noturno
Resumo da Avaliação
63) Síntese da avaliação do eixo necessidades sociais e compromissos com o SUS
Considerando que
a) O Conselho Nacional de Saúde (CNS) reafirma, com esta avaliação, a defesa incondicional da VIDA e do
Sistema Único de Saúde (SUS) como preceitos orientadores da formação profissional na área da saúde.
b) A formação “no e para” o SUS deve pautar-se nas necessidades sociais e na integração ensino-serviço-
gestão-comunidade.
c) Integrar o ambiente de aprendizagem dos estudantes aos espaços da atenção e gestão do SUS faz com
que o aprendizado seja fundamentado na reflexão das práticas, ganhando sentido por estar relacionado à realidade do
trabalho em saúde, devendo, portanto, acontecer desde o primeiro ano e de forma presencial, com acompanhamento
pedagógico, em constante avaliação e em respeito às necessidades e demandas das pessoas e coletividades.
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d) Os critérios de avaliação, a seguir, são de fundamental importância, pois ratificam a prerrogativa
constitucional do SUS como ordenador da formação dos (as) profissionais da área da saúde, conforme determina o Art.200,
inciso III, da Constituição Federal de1988.
Têm-se, a seguir, os pontos principais da análise do presente processo que trata de solicitação de Autorização do curso de
ENFERMAGEM da APOENA FACULDADE E CURSOS TÉCNICOS. Instituição de Ensino Superior (IES) localizada no
município de FORTALEZA/CE.
A análise dos documentos anexados ao Processo registrado no Sistema e-MEC sob nº 2024 16454, informa que o Projeto
em análise NÃO CONTEMPLA a maior parte dos tópicos de avaliação relativos ao EIXO 1: “Necessidades sociais e
compromissos com o SUS”.
HÁ REFERÊNCIA a “convênios com instituições públicas e privadas, governamentais e não governamentais, filantrópicas
ou com fins lucrativos” e que a “Faculdade conta com unidades clínicas e hospitalares conveniadas” e que está previsto
para o 2º semestre de 2027 o funcionamento da “Clínica Escola Interprofissional em Saúde da Faculdade”. Há menção de
que a “integração do curso com o SUS está formalizada através de convênio o que garante diferentes cenários para a
prática, com nível de complexidade que reflete na qualidade educacional dos discentes”. Ao relacionar os serviços
conveniados o Projeto inclui a SMS classificando-a como “empresa” (PPC p. 26, 74, 111). O relatório INEP registra que “a
IES possui um convênio estabelecido com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza para o curso técnico em
Enfermagem. Foi apresentada à Comissão Avaliadora uma solicitação de Aditivo de Convênio de Estágio Supervisionado
para o curso de Graduação em Enfermagem, encaminhado e referendado pelo Núcleo de Integração do Ensino na Saúde
da Prefeitura Municipal de Fortaleza, demonstrando a intenção de acolher os futuros discentes” (Tópico 1.23; 3.12). NÃO
HÁ REFERÊNCIA à participação da gestão local do SUS no processo de construção do PPC.
No Projeto, NÃO HÁ REFERÊNCIA à rede de saúde instalada no município, capital do Estado, nem a sua capacidade de
atendimento. Ao justificar a necessidade do curso cita pontualmente o quantitativo de serviços da rede SUS no país, do
mesmo modo ao tratar da integração com o SUS, menciona serviços da Prefeitura conveniados com a IES, e refere de
forma genérica que essa integração permite a “inserção em equipes multidisciplinares e multiprofissionais, considerando
diferentes cenários do Sistema, com nível de complexidade crescente” (PPC p. 46, 74).
NÃO FICA CLARA a inserção dos alunos na prática desde o início do curso. O PPC refere que as atividades do curso vão
ocorrer “em sala de aula, laboratórios e em cenários de atuação profissional”. O estágio supervisionado está previsto para o
9º semestre e no 1º semestre há previsão de atividades de extensão, mas não há clareza se tais atividades já se iniciam na
comunidade (PPC p. 48, 74, 78). O relatório INEP registra que “foram disponibilizadas para a comissão de avaliação
algumas propostas de projetos de extensão, como as ligas acadêmicas. Durante a visita in loco, foi possível conhecer as
necessidades locais e o perfil da população do entorno; contudo, ainda é incipiente a forma como essas demandas
locorregionais serão contempladas ao longo do curso”. Acrescenta que a “grade curricular é adequada e pode permitir
flexibilidade para atender às necessidades da comunidade e do mercado de trabalho, especialmente nas disciplinas de
Extensão, que são distribuídas ao longo dos períodos. No entanto, NÃO FICA EXPLÍCITO no PPC ou durante a avaliação
in loco como esse desenvolvimento será realizado” (Tópico 1.1;1.5).
Ao tratar da flexibilização curricular, o PPC menciona que buscará “condições para que as diferentes demandas
diagnosticadas possam conduzir uma formação social e profissional diversificada, superando, inclusive, as limitações
impostas aos acadêmicos que frequentam os cursos noturnos” (PPC p. 45), mas NÃO HÁ REFERÊNCIA EXPLICITA às
formas como os alunos do noturno serão inseridos nos campos de práticas.
NÃO HÁ PREVISÃO de contrapartidas em razão da utilização de instituições públicas, enquanto cenário de práticas. E
NÃO HÁ MENÇÃO a canais/mecanismos de participação social. Segundo o PPC, a IES realiza “práticas efetivas para a
melhoria das condições sociais da comunidade externa, através do processo interdisciplinar educativo que promove a
interação entre IES e outros setores da sociedade” e acrescenta que a “extensão fomenta a produção técnica e científica,
ações culturais primando a aproximação com a comunidade, e com a promoção de educação em saúde e a divulgação de
resultados dos projetos de extensão” (PPC p. 20).
O PDI faz referência à política de capacitação docente e formação continuada por meio da “participação em eventos
científicos, técnicos, artísticos ou culturais, em cursos de desenvolvimento pessoal e a qualificação acadêmica em
programas de mestrado e doutorado” (PDI p. 167). NÃO HÁ REFERÊNCIA, no PDI ou PPC, à oferta aos profissionais dos
serviços que recebem os alunos.
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71) Resumo da avaliação do eixo Coerênca do Projeto Político Pedagógico (PPC) com as necessidades sociais:
Considerando que
a) A indissociabilidade entre teoria e prática promoverá aprendizagens significativas e transformadoras, tanto
nos estudantes quanto nas realidades em que atuam. Daí a importância em diversificar os espaços de práticas, para
permitir ao estudante vivenciar as políticas de saúde e a organização do trabalho em equipe interprofissional.
b) Para isso, é essencial dispor de um corpo docente preparado e adequado ao número de vagas ofertadas,
além de apresentar um currículo que atenda às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação da área
da saúde, observando a carga horária destinada às atividades práticas, às atividades de extensão e aos estágios
curriculares.
c) Além disso, o currículo desses cursos deve fomentar uma formação com compromisso social e
comprometida com temáticas transversais, como é o caso das questões relacionadas às pessoas com deficiência, ao
racismo estrutural e ambiental, às questões de gênero e orientação sexual, às mudanças climáticas, entre outras.
Entendendo que estigma e preconceito são enfrentados na presencialidade das instituições de ensino e do trabalho.
Têm-se, a seguir, os pontos principais da análise do processo registrado no Sistema e-MEC sob nº 2023 16454, podendo-
se considerar, a partir desses registros, que a avaliação do Projeto CONTEMPLA EM PARTE as questões, no tocante aos
pontos de interesse do controle social quanto à “coerência do PPC com as necessidades sociais”.
A carga horária do Curso é de 4.200 com tempo para integralização mínimo de 10 semestres/módulo e máximo de 20
semestres/módulo, e É COMPATÍVEL com a estrutura curricular (PPC p. 25, 40). Em alguns pontos do Projeto há
informação de 4.000 horas, divergência mencionada no relatório INEP (Tópico 4.7).
Segundo o PPC, a metodologia prevista para o curso “COADUNA-SE com práticas pedagógicas que estimulem a ação
discente em uma relação teoria-prática, e é claramente inovadora e embasada em recursos que proporcionem
aprendizagens diferenciadas dentro da área” (PPC p. 50). O relatório INEP registra que “além das técnicas oriundas do
ensino tradicional, é possível que o docente faça uso de técnicas inovadoras, como metodologias ativas, laboratórios e
aulas simuladas, conforme verificado durante a visita in loco”, acrescentando que a “coordenadora do curso relata a
intenção de fornecer treinamentos frequentes sobre o uso de diversas metodologias em sala de aula e sobre o
aprimoramento docente” (Tópico 1.6)
Segundo o PPC “existe forte interdisciplinaridade entre os componentes curriculares, mostrando a sólida formação do
enfermeiro. As semanas acadêmicas e os projetos de extensão em saúde buscam contextualizar a região através da
presença de profissionais e experiências diversas de diferentes naturezas regionais” (PPC p. 46). O relatório INEP registra
que a despeito de citar o compromisso com a interdisciplinaridade “o documento NÃO EXPLICITA como será realizada a
articulação entre os componentes curriculares no percurso de formação. Ademais, a estrutura curricular NÃO DISPÕE de
disciplinas comprovadamente inovadoras frente ao cenário de expansão da Enfermagem”. Refere, ainda, ao tratar da
experiência profissional docente que “Não houve comprovação e evidências da interdisciplinaridade entre a equipe docente,
assim como não houve uma análise de competências esperadas previstas no PPC e DCN para o exercício da profissão”
(Tópicos 1.4; 2.6).
Segundo o PPC, o Projeto “está comprometido com a construção de uma sociedade mais humana e igualitária, sustentada
em valores que consolidam o respeito ao ambiente, à vida e aos direitos humanos”. Destaca as disciplinas “Ética e
Legislação em Enfermagem e Enfermagem como prática de Responsabilidade Social, Direitos Humanos, Psicologia e
Relações Interpessoais, Saúde Coletiva, Políticas Públicas de Saúde, Diversidade Cultural – Relações Étnico raciais,
Cultura Afro-brasileira e Indígena e as Optativas”. Integra a Matriz Curricular o componente “Diversidade Cultural -
Relações étnico raciais, cultura afro brasileira e indígena” no 2º semestre, no 3º “Educação em Saúde e Ambiente”. (PPC
p. 28, 47, 77)
Segundo o PPC, são 160 vagas anuais, um número “fundamentado em estudos periódicos, quantitativos e qualitativos, e
em pesquisas com a comunidade acadêmica, que comprovam sua ADEQUAÇÃO à dimensão do corpo docente, tutorial e
pessoal técnico administrativo e às condições de infraestrutura física e tecnológica para o ensino e pesquisa”. (PPC p. 73).
O relatório INEP corrobora, mencionando que “durante a visita in loco foi possível identificar que o número de vagas está
adequado à dimensão do corpo docente e às condições de infraestrutura física e tecnológica” (Tópico 1.20).
Importante adicionar a questão da oferta de vagas em Fortaleza que NÃO É OBJETO de abordagem por parte do Projeto.
Segundo o Sistema e-MEC (acesso em 4/4) são 30 cursos de Enfermagem em atividade no município de Fortaleza, sendo
2 de IES públicas, totalizando 5.013 vagas, sendo que 8 cursos ainda não foram iniciados (1.150 vagas). Vale referir que
somente 13 dos cursos registram nota do ENADE, com uma média de 3,5, e apenas 3 IES pontuam 5, sendo que 2 são as
públicas. Registre-se o quantitativo de mais de 100 mil vagas em cursos AD.
As disciplinas são apresentadas por semestre com a ementa e respectivos conteúdos, seguida das bibliografias. NÃO HÁ
REFERÊNCIA a objetivos e estratégias.
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77) Resumo da avaliação do eixo Relevância social do curso
Considerando que
a) A proposta de cursos na área da saúde deve promover uma formação comprometida com a superação das iniquidades,
causas e consequências do adoecimento dos indivíduos e das coletividades, é essencial utilizar estratégias que favoreçam
a interiorização e fixação dos profissionais no território.
b) A oferta de cursos de pós-graduação e residências em área profissional da saúde poderá contribuir para que os
estudantes desenvolvam compromissos com a realidade de saúde do seu país e de sua região.
c) Também é central na formação a questão dos determinantes sociais, da produção social da saúde e da doença, bem
como o atendimento às necessidades sociais em saúde.
d) A seguridade social enquanto perspectiva, entendida como um conjunto de ações e instrumentos, por meio dos quais se
pretende alcançar uma sociedade justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades
sociais e promover o bem comum.
Têm-se, a seguir, os pontos principais da análise do processo registrado no Sistema e-MEC sob nº 2024 16454, trazendo-
se de início a consideração de que o curso em análise DEIXA DESEJAR para alguns tópicos relacionados à “relevância
social do curso”.
A Instituição não oferta cursos Lato Sensu ou Stricto Sensu na Área da Saúde (Parte I, Assessoria Técnica - Tópicos 20 e
21), e NÃO REFERE ao longo do PPC consulta a planos estaduais e municipais de saúde.
Segundo o PPC a IES “CONTEMPLA ações de acolhimento e permanência, acessibilidade metodológica e instrumental,
monitoria, nivelamento, intermediação e acompanhamento de estágios não obrigatórios remunerados, apoio
psicopedagógico, participação em centros acadêmicos ou intercâmbios nacionais e internacionais, e ações inovadoras”.
Com relação a bolsas menciona o “estímulo com programas de bolsas mantidos com recursos próprios ou de agências de
fomento, e possibilitam práticas inovadoras exitosas” (PPC p. 20, 58).
NÃO HÁ REFERÊNCIA CONCRETA à interiorização/fixação do egresso, embora afirme que a “formação do graduado
deve levar em conta a instabilidade do mercado e suas novas exigências”. Ao justificar a oferta do curso, o Projeto traz
dados nacionais que demonstram índices positivos do mercado, inclusive do setor público, para o Enfermeiro, destacando
que “tais índices comprovam a boa inserção desses profissionais no mercado e as diversas possibilidades de atuação”.
Além disso, ao mencionar dados do Estado, refere que o numero de Enfermeiros é insuficiente “para a demanda de
atendimento à saúde, em uma população em franco crescimento e evidente envelhecimento”. O Projeto cita a “Sala de
Empregos, em que o estudante encontra oportunidades de estágio e emprego em diversas áreas” (PPC p. 17, 30, 58).
O PPC menciona que a “extensão fomenta a produção técnica e científica, ações culturais primando a aproximação com a
comunidade, e com a promoção de educação em saúde e a divulgação de resultados dos projetos (PPC p. 20)
NÃO HÁ REFERÊNCIA EXPLÍCITA a desequilíbrios no tocante à oferta de profissionais atualmente existentes, nem à
oferta de vagas como referido na Questão 68 e a ausência de análise quanto à possibilidade de absorção do Enfermeiro
pelo setor público/privado, a despeito de afirmações de caráter genérico.
OBSERVAÇÕES ACERCA DO PARECER FINAL “INSATISFATÓRIO”
O Projeto do curso de ENFERMAGEM não CONTEMPLOU vários dos tópicos da avaliação no tocante às questões de
interesse do controle social (NÃO: 8; EM PARTE: 5; SIM: 6). É o caso da IMPRECISÃO quanto à existência de convênios,
a AUSÊNCIA DE MENÇÃO à participação da gestão local no processo de construção do PPC, bem como à capacidade de
atendimento da rede de serviços local. A inserção dos alunos do noturno no cenário de práticas, embora mencionada, NÃO
FICA MUITO CLARA. A referência à inserção do egresso no mercado local/regional é SUPERFICIAL e também NÃO HÁ
UMA ABORDAGEM da oferta de vagas, bem como da possibilidade de absorção do profissional, considerando o setor
público/privado. Outros pontos também trazem FRAGILIDADE ao Projeto como os questionamentos relativos à carga
horária e à interdisciplinaridade. Em face do exposto é que se opta pelo parecer final INSATISFATÓRIO.
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78) Considera o pedido
Insatisfatório
83) Forma de aprovação do parecer no pleno do CNS
Pelo presidente Ad Referendum do Pleno do CNS
85) Data de aprovação do parecer pelo CNS
2025-04-28
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