1.
Introdução
A corrosão é um processo eletroquímico que leva à deterioração de materiais
metálicos devido a reações de oxirredução com o meio, sendo esse fenômeno um
desafio persistente em diversos setores industriais. De acordo com o IBRAM
(Instituto Brasileiro de Mineração), a corrosão acarreta um desperdício de 30% da
produção mundial de ferro e aço, sendo, para o Brasil, em 2019, um custo
equivalente a R$ 290 bilhões [1]. Dessa forma, torna-se imprescindível a adoção de
medidas de minimização desse processo químico.
Uma abordagem amplamente utilizada na prevenção da corrosão é a
aplicação de inibidores, substâncias químicas capazes de mitigar as reações
corrosivas. Tradicionalmente, inibidores inorgânicos (à base de cromatos,
molibdatos, tungstatos, nitratos e nitritos) têm sido empregados com sucesso,
principalmente em caldeiras e sistemas de resfriamento [2-5]. No entanto, esses
compostos apresentam sérios riscos ambientais e toxicológicos, além de
dificuldades de descarte e perigos no manuseio, devido à presença de metais
pesados.
Diante da crescente demanda por alternativas sustentáveis, os inibidores de
corrosão “verdes” surgem como uma solução promissora. Dentre tais inibidores,
têm-se extratos vegetais [6,7], resíduos agrícolas [8], biopolímeros [9,10], fármacos
vencidos [11,12], e biossurfactantes [13]. Sua ação se dá por meio da adsorção
química de compostos ativos na superfície do metal, os quais apresentam diferentes
grupos funcionais, como nitrogenados (aminas, iminas), oxigenados (fenóis,
flavonoides, ácidos carboxílicos, taninos e saponinas) e sulfurados (tiolatos),
promovendo a formação de filmes protetores que tentam impedir o contato da
superfície metálica com o meio corrosivo [14,15].
Consoante a isso, o uso de inibidores de corrosão verdes, especialmente em
sistemas de água de resfriamento utilizadas em ambientes industriais e comerciais
para troca de calor, torna-se imprescindível devido à severa corrosão existente no
meio, em decorrência da alta concentração de sais como Ca 2+, Cl-, Mg2+, SO42- e
CO32- [16,17]. Associado a isso, tais sistemas empregam temperaturas de até 60 ºC,
em ambientes com recirculação, o que promove a concentração desses sais [18,19].
Com relação ao aço carbono, metal designado para análise, estudos anteriores
demonstraram que o uso de inibidores sustentáveis à base de extratos naturais
proporciona significativo aumento na inibição de corrosão em sistemas de água de
resfriamento. Nesse sentido, a literatura reporta o uso de Raiz-de-Cobra (Bistorta
Officinalis), alcançando eficiência máxima de inibição de 93%, a 1000 ppm, por
técnicas eletroquímicas [20], enquanto que o uso de grãos de colza (Brassica
napus) alcançou eficiência de 93,85%, a 10 g/L, por métodos gravimétricos [21].
Além disso, o uso de compostos que potencializam a inibição de corrosão,
devido a efeitos sinérgicos, tornou-se uma alternativa viável para as condições
analisadas. Nesse cenário, destaca-se o extrato de bagaço de pêssego (300 ppm),
o qual, em conjunto com 3-aminopropiltrietoxisilano (1%), exibiu eficiência máxima
de 99%, em comparação com a eficiência obtida somente com o uso da biomassa,
sendo esta de 80%, em NaCl 3% (25 °C),por métodos gravimétricos [7]. Consoante
a isso, o ácido fosfonobunato-1,2,4-tricarboxílico (2 ppm), em conjunto com sulfato
de zinco (3,5 ppm), ácido poliaspártico (3 ppm) e 2-hidroxifosfonoacético (1,5 ppm),
obteve eficiência máxima, em 66,2 ppm de cloreto (50 °C), igual a 94,4% [22].
Contudo, devido ao elevado custo desses compostos, sua escolha, enquanto
potencializadores e inibidores de corrosão, pode ser limitada, uma vez que
contribuem para o aumento do valor de produção em escala industrial.
Devido a necessidade de adoção de inibidores ecologicamente corretos em
sistemas de resfriamento, o presente estudo se concentrou na análise de um extrato
vegetal de baixo custo e alta disponibilidade, tendo como objetivo principal avaliar a
eficiência de inibição de corrosão do extrato da casca de laranja pera nesse meio.
Segundo dados da USDA (United States Departament of Agriculture), o Brasil
produziu cerca de 13 milhões de toneladas de laranja em 2024, sendo o país com a
maior produção mundial desse insumo (28,7%) [23]. Ademais, a indústria de sucos,
enquanto principal geradora de resíduos desta fruta no país, produziu cerca de 2,2
milhões de toneladas de casca de laranja em 2019 [24], sendo a laranja pera o
principal tipo comercializado.
Com base em estudos anteriores, a viabilidade do uso dessa biomassa como
inibidor de corrosão verde ocorre principalmente pela existência de ácido ascórbico,
naringina, neohesperidina, limoneno e esqualeno em sua estrutura [25-27]. Além
disso, é relatada a presença de uma variedade de compostos bioativos, como
alcalóides, flavonóides, fenóis, saponinas, taninos, fitoesteróis, diterpenos e
glicosídeos [28], os quais protegem a superfície metálica da corrosão por meio de
sua adsorção química e física.
Análises anteriores envolvendo a casca de laranja demonstraram relativa
inibição de corrosão para diferentes metais e meios corrosivos. Para liga de
magnésio AZ91D, em solução de NaCl 0,05%, a eficiência de inibição alcançada foi
igual a 85,7%, empregando 30 ppm de inibidor [25]; e, para liga de alumínio, em
solução de HCl 1 M, 92,53%, empregando 300 ppm [29].
Sendo inexistente na literatura qualquer análise anterior sobre o assunto, o
presente trabalho possui como principal objetivo investigar a viabilidade do uso da
casca de laranja pera como inibidor de corrosão, para aço carbono A36, em meio de
água de resfriamento. Para a determinação da eficiência de inibição à corrosão e
das demais características relacionadas à sua ação, foram empregados testes
gravimétricos e eletroquímicos (LPR, EIS e PDP). Também foram realizadas
análises da capacidade antioxidante, por meio do método DPPH, da caracterização
do inibidor, por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier
(FTIR), e da morfologia da superfície metálica, por microscopia eletrônica de
varredura (SEM) e microscopia confocal de varredura a laser.
2. Materiais e métodos
2.1. Biomassa e eletrodos utilizados
Os eletrodos de trabalho utilizados nas análises foram confeccionados a
partir da liga de aço carbono A36, cuja composição química (% em massa) é dada
por ________. Para os testes eletroquímicos, foram empregados eletrodos
cilíndricos revestidos com resina epóxi, expondo uma área de aproximadamente 1
cm². Já os eletrodos destinados aos ensaios gravimétricos apresentavam geometria
semelhante a chapas quadradas, com espessuras semelhantes e um orifício central
de 0,30 cm de diâmetro para fixação.
Antes de cada ensaio, os corpos de prova foram lixados com lixas
metalográficas de granulometria 200 a 600, seguidos de limpeza em acetona e
etanol absoluto para remoção de impurezas orgânicas e umidade residual. Em
seguida, foram secos com soprador térmico a 100 °C por 5 minutos. Como forma de
minimizar a formação de trincas e a corrosão por frestas, foi aplicado esmalte na
interface metal/resina antes de cada medição.
Amostras de laranja pera foram adquiridas em um mercado local no
município de Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro. Inicialmente as frutas
foram limpas com água corrente e a casca foi extraída de modo que tivesse
exclusivamente o flavedo (parte externa colorida), possuindo quantidades mínimas
do albedo (parte interna branca). Em seguida foram secas à temperatura ambiente,
em local ventilado e sem contato direto com a luz solar, durante um período de três
dias. Após esse processo foram selecionadas apenas as cascas que não
apresentavam sinais visíveis de contaminação microbiológica, como fungos ou
outras irregularidades que pudessem comprometer os resultados. A biomassa seca
foi então moída, com uso de um liquidificador, e armazenada em ambiente
refrigerado, para posterior etapa de extração.
2.2. Meio corrosivo
Segundo a norma ISO 22449-1:2020 [31], a água de resfriamento
comumente utilizada em sistemas industriais provém, em grande parte, do
tratamento químico de águas de reuso oriundas de efluentes industriais.
Considerando que a composição dessas águas residuais varia significativamente
entre diferentes setores industriais, a referida norma visa estabelecer parâmetros
padronizados para o uso seguro e eficiente desses efluentes em sistemas de
resfriamento. Entre os principais requisitos estabelecidos, destaca-se: pH entre 6,5
e 9, dureza total (como CaCO3) igual ou inferior a 250 mg/L, Alcalinidade (como
CaCO3) entre 100 e 500 mg/L e concentração de cloreto igual ou inferior a 1000
ppm. Com base nesses critérios, o presente trabalho adotou como meio corrosivo
uma água de resfriamento simulada, correspondente a uma condição após dez
ciclos de recirculação. Essa solução apresentou pH = 7,5, 1050 ppm de Cl -, 450
ppm de Ca+2 e 160 ppm de HCO3-.
Dentre os reagentes utilizados, NaCl (CAS 7647-14-5) possuía certificado de
reagente com padrão analítico, ao passo que NaHCO 3 (CAS 144-55-8) e CaCl2
(CAS 10043-52-4) possuíam certificado de reagente técnico, sendo adquiridos
através das empresas Honeywell International Inc., Synth Produtos para
Laboratórios Ltda. e Merck Sharp & Dohme (MSD), respectivamente.
2.3. Extração
Para a definição do método de extração mais eficiente dos compostos
bioativos presentes na casca de laranja, foi elaborado um planejamento
experimental variando a temperatura (25 °C, 45 °C e 65 °C), o tempo de extração
(1 h, 3,5 h e 6 h) e a relação soluto/solvente (50 g/L, 75 g/L e 100 g/L), utilizando-se
água destilada como solvente, e mantendo, para todas as extrações, uma agitação
constante (200 rpm). A eficiência da extração foi avaliada com base na
concentração total de compostos fenólicos (obs: confirmar o método utilizado para
tal), uma vez que estes apresentam efeitos antioxidantes e maior afinidade por
superfícies metálicas, favorecendo processos de adsorção.
Complementarmente, foram realizados ensaios para determinação da
viscosidade cinemática, dinâmica e relativa, conforme a norma ASTM D7042/20,
além da densidade relativa dos extratos obtidos nas diferentes condições
experimentais. Com base nos resultados obtidos, a condição considerada ideal
corresponde à extração conduzida a 65 °C, durante 6 h, com uma relação
soluto/solvente de 50 g/L.
2.4. Caracterização do inibidor
2.4.1. Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)
A espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) é
uma técnica espectroscópica baseada na identificação das vibrações moleculares
associadas às ligações químicas presentes em um composto. Sua aplicação é
essencial para a determinação dos grupos funcionais responsáveis por interações
específicas, como a adsorção do inibidor à superfície metálica e pelo efeito inibitório
da corrosão.
A caracterização espectroscópica do inibidor foi realizada por meio de um
espectrofotômetro com transformada de Fourier, operando a 20 °C, com aquisição
de 20 varreduras (scans), faixa espectral de 4000 a 650 cm⁻¹ e resolução de
4,00 cm⁻¹. (obs: confirmar os dados)
2.4.2. Atividade antioxidante
A atividade de eliminação de radicais livres do extrato da casca de laranja
pera foi determinada por meio do método DPPH. (Obs: descrever o método quando
realizar).
2.5. Medidas Gravimétricas
A determinação da taxa de corrosão por meio do método de perda de massa
foi realizada conforme os procedimentos descritos na norma ASTM G1-03. Os
corpos de prova, previamente preparados e pesados em balança analítica de alta
precisão, foram imersos por 48 horas em autoclave contendo 250 mL de solução de
água de resfriamento. Após o ensaio, os cupons foram lavados com água corrente e
submetidos à decapagem química utilizando a solução de Clark, com o objetivo de
remover produtos de corrosão aderidos à superfície metálica. Em seguida, foi
realizada uma etapa complementar de limpeza em banho ultrassônico por 5
minutos, a fim de garantir a completa eliminação de produtos residuais, sem
comprometer a integridade da amostra. Por fim, os corpos de prova foram secos em
ar quente a 100 °C por 5 minutos, antes da etapa de pesagem final. Todos os
experimentos foram conduzidos em triplicata, visando assegurar a reprodutibilidade
e a confiabilidade dos resultados. As condições experimentais envolveram a
variação de temperatura (25 °C, 45 °C e 60 °C) (Obs: confirmar se faremos com
45°C e 60°C) e de concentração do inibidor (0, 100, 200, 300, 400, 800 e
1200 ppm).
De acordo com a norma ASTM NACE TM0169/31, item 12, a taxa de
corrosão e a eficiência do inibidor são calculadas por meio das seguintes equações:
()
()
Onde: K corresponde ao fator de conversão (constante), W corresponde a massa oxidada
(g), A corresponde a área do eletrodo (cm 2), t corresponde ao tempo de imersão (h), D corresponde
a densidade do aço carbono A36 (7,86 g/cm 3) e TcorrI e Tcorr correspondem às taxas de corrosão com
e sem o uso de inibidor, respectivamente.
2.6. Medidas eletroquímicas
Para a condução das análises eletroquímicas, utilizou-se uma célula
eletroquímica de dupla camada contendo 350 mL de solução de água de
resfriamento. Os ensaios foram realizados em um sistema de três eletrodos,
composto por um eletrodo de trabalho de aço carbono (A36), um eletrodo de
referência de Ag/AgCl e um contraeletrodo de platina. As medições foram realizadas
com o auxílio de um potenciostato multicanal (MultipalmSens 4 –
MP542110012219), acoplado a um sistema Autolab para controle de rotações. O
software MultiTrace foi empregado tanto na programação dos experimentos quanto
na aquisição e análise dos dados eletroquímicos.
A eficiência de inibição da corrosão foi determinada por meio das técnicas de
resistência de polarização linear (LPR), espectroscopia de impedância eletroquímica
(EIS) e polarização potenciodinâmica (PDP). Previamente à aplicação dessas
técnicas, foi realizada a medição do potencial de circuito aberto (OCP) por um
período de 2 horas, com o objetivo de garantir o estabelecimento do equilíbrio
dinâmico entre as reações de oxidação e redução no sistema. A influência de
diferentes condições experimentais foi avaliada, incluindo variações na rotação (0,
400, 800 e 1200 rpm), na concentração do inibidor (0, 100, 200, 300, 400, 800 e
1200 ppm) e na temperatura (25 °C, 45 °C e 60 °C). Todos os ensaios foram
realizados em triplicata, a fim de assegurar a reprodutibilidade e confiabilidade dos
resultados.
2.6.1. Resistência de polarização linear
Consiste na medição da resistência à polarização de um eletrodo metálico,
por meio da corrente gerada, após uma pequena variação de potencial elétrico em
relação ao valor do potencial existente no equilíbrio dinâmico (Ecorr). Os testes de
LPR consistiram na polarização do eletrodo de trabalho em uma diferença de
potencial variável de + 15 a - 15 mV, a uma taxa de varredura de 0,333 mVs -1,
sendo o valor da resistência à polarização dada pela inclinação da reta gerada pelo
gráfico dos dados.
A equação para a determinação dos valores de eficiência de inibição é:
()
Onde: Rpi e Rp são os valores de resistência à polarização com e sem o uso de inibidor,
respectivamente.
2.6.2. Espectroscopia de impedância eletroquímica
Consiste na oposição que um sistema oferece à passagem de corrente
alternada (AC), variando com a frequência. Ela é obtida aplicando uma pequena
tensão alternada sobre o eletrodo e medindo a corrente que atravessa a dupla
camada existente no eletrodo de trabalho. A análise dessa resposta ajuda na
compreensão de processos como resistência à corrosão, capacitância da interface e
no processo de difusão. Os testes de EIS foram realizados em uma faixa de
frequência de 10 KHz a 10 mHz, distribuídas de forma logarítmica em 50 pontos,
utilizando um sinal com amplitude de 10 mV.
A equação para a determinação dos valores de eficiência de inibição é dada
por:
Onde: Rcti e Rct são os valores de resistência à transferência de carga com e sem inibidor,
respectivamente.
2.6.3. Polarização potenciodinâmica
A técnica de polarização potenciodinâmica consiste na aplicação de uma
varredura controlada de potencial no eletrodo de trabalho, partindo do potencial de
circuito aberto (OCP), enquanto se registra a densidade de corrente
correspondente. Essa técnica permite caracterizar os processos anódicos e
catódicos que ocorrem na interface eletrodo/solução, possibilitando a determinação
do potencial de corrosão (Ecorr) e da densidade de corrente de corrosão (i corr). Os
testes de PDP foram realizados em uma faixa de potencial de -250 mV a +250 mV,
com uma taxa de varredura de 0,333 mVs-1.
A equação para a determinação dos valores de taxa de corrosão e de
eficiência de inibição são dadas por:
()
()
()
Onde: K corresponde ao fator de conversão (mm/ano); icorr corresponde a densidade de corrente de
corrosão (mA/cm2); EW corresponde ao peso equivalente do metal (g/mol eq); ρ corresponde a
densidade do metal (g/cm3); Taxacorr (mm/ano) e TaxacorrI (mm/ano) correspondem às taxas de
corrosão sem e com uso de inibidor;
2.7. Caracterização da superfície
(obs: confirmar as condições e equipamentos utilizados)
3. Resultados e discussão
3.1. Extração
A matriz de planejamento experimental permitiu avaliar de forma sistemática
a influência da temperatura, tempo de extração e proporção soluto/solvente na
eficiência de extração dos compostos fenólicos da casca de laranja pera. Os
resultados obtidos (tabela 1) evidenciaram uma clara tendência de que as condições
mais severas de extração, representadas por temperaturas elevadas e maiores
tempos de imersão, favoreceram a liberação dos compostos bioativos da matriz
vegetal.
O maior teor de fenólicos foi observado na condição de 65 °C por 6h com
relação soluto/solvente de 0,050 g/mL, atingindo 442,14 mg de ácido gálico/100 g de
amostra (ensaio 5). Esse resultado sugere que a temperatura elevada atuou como
fator facilitador na difusão dos fenólicos para o meio aquoso, ao passo que o tempo
prolongado de extração contribuiu para a completa solubilização dos compostos
presentes na matriz da casca. Além disso, a menor concentração de biomassa (50
g/L) pode ter favorecido a extração ao evitar saturação do solvente, permitindo uma
maior eficiência no processo de difusão.
Em contrapartida, menores concentrações de fenólicos foram verificadas nas
extrações realizadas a 25 °C por 3,5 h com 0,075 g/mL (ensaio 12), possuindo
144,94 mg/100 g, o que reforça a influência significativa da temperatura na
solubilização dos compostos fenólicos. Os ensaios realizados a 45 °C com tempo
fixo de 3,5 h e diferentes proporções de soluto/solvente também apresentaram
teores inferiores a 240 mg/100 g, demonstrando que essa temperatura
intermediária, embora mais eficiente que 25 °C, não apresenta valores elevados de
compostos fenólicos, quando comparada com aqueles obtidos para 65 °C.
Outro aspecto relevante foi a influência da relação soluto/solvente.
Comparando os ensaios com proporções de 0,050 e 0,100 g/mL sob as mesmas
condições de temperatura e tempo (ensaio 1 e 5), verifica-se que a menor
concentração de biomassa proporcionou extratos com maior teor de fenólicos,
devido à menor competição entre os constituintes da biomassa por esse meio.
Em suma, os resultados apontam que a condição ótima para extração
aquosa dos compostos fenólicos da casca de laranja pera é aquela que emprega
65 °C, 6h de extração e relação soluto/solvente de 0,050 g/mL. Essa condição foi
adotada nas etapas posteriores do estudo para avaliação da eficiência de inibição à
corrosão.
Temperatura Tempo de extração Relação Soluto/Solvente Teor de fenólicos (mg ácido
Ensaio
(°C) (h) (g/mL) gálico/100g amostra)
1 65 6 0,100 294,074
2 25 6 0,100 237,927
3 65 1 0,100 254,768
4 25 1 0,100 198,560
5 65 6 0,050 442,142
6 25 6 0,050 296,064
7 65 1 0,050 318,544
8 25 1 0,050 273,549
9 45 3,5 0,075 212,366
10 45 3,5 0,075 197,361
11 45 3,5 0,075 189,886
12 25 3,5 0,075 144,944
13 65 3,5 0,075 234,827
14 45 1 0,075 204,862
15 45 6 0,075 174,885
16 45 3,5 0,100 153,646
17 45 3,5 0,050 239,882
Tabela 1: Matriz de planejamento
Além do teor de fenólicos, a avaliação de propriedades físico-químicas dos
extratos (viscosidade e densidade) fornecem informações complementares para a
análise dos extratos realizados. Conforme apresentado na Tabela 2, observou-se
que o extrato obtido sob a melhor condição (65 °C, 6h e 0,050 g/mL) apresentou
valores intermediários de viscosidade dinâmica (1,668 mPa.s), viscosidade
cinemática (1,662 mm²/s) e densidade relativa (1,0037 g/cm³) entre os extratos
analisados.
A maior viscosidade observada está diretamente relacionada à maior
concentração de compostos bioativos dissolvidos no extrato aquoso. Fenóis,
flavonoides, terpenos e outros metabólitos secundários possuem estruturas com
múltiplas hidroxilas e anéis aromáticos, os quais interagem com a água, por ligações
de hidrogênio, promovendo aumento na resistência ao escoamento do fluido
(viscosidade). A literatura aponta que extratos vegetais ricos em compostos polares
apresentam viscosidade mais elevada devido à maior densidade de interações
intermoleculares [32].
Contudo, devido ao fato da técnica utilizada para determinação da condição
ideal para extração quantificar exclusivamente compostos fenólicos, a ocorrência de
extratos contendo valores de densidade e viscosidade elevados, juntamente com
menores valores de fenólicos dissolvidos, pode ser justificada pela ocorrência de
uma extração mais eficiente de outros compostos (com menor caráter antioxidante)
existentes na casca de laranja.
Tal fato pode ser visualizado nos dados obtidos para o extrato preparado a
65 °C, 6h e 0,100 g/mL (ensaio 1), uma vez que apresenta viscosidade dinâmica
elevada (2,626 mPa.s) e baixo teor de fenólicos (294,07 mg/100 g), se comparada
com a melhor condição obtida(442,14 mg/100 g).
Viscosidade dinâmica à Viscosidade cinemática à Densidade relativa à 20ºC,
Condição
20ºC, mPa.s 20ºC, mm²/s g/cm³
Condição ótima 1,498 1,494 1,0031
25°C/1h - 0,05g/mL 1,211 1,208 1,0025
25°C/1h - 0,1g/mL 1,350 1,340 1,0071
25°C/6h - 0,1g/mL 1,612 1,596 1,0101
25°C/6h - 0,05g/mL 1,261 1,250 1,0087
25°C/3,5h -
1,318 1,305 1,0101
0,075g/mL
45°C/3,5h -
1,407 1,397 1,0069
0,075g/mL
45°C/3,5h -
1,410 1,401 1,0066
0,075g/mL
45°C/3,5h - 1,464 1,454 1,0069
0,075g/mL
45°C/3,5h - 0,1g/mL 1,563 1,548 1,0095
45°C/3,5h - 0,05g/mL 1,296 1,289 1,0044
45°C/1h - 0,075g/mL 1,371 1,362 1,0063
45°C/6h - 0,075g/mL 1,487 1,475 1,0079
65°C/1h - 0,05g/mL 1,604 1,592 1,0078
65°C/1h - 0,1g/mL 2,672 2,652 1,0074
65°C/6h - 0,05g/mL 1,668 1,662 1,0037
65°C/3,5h -
1,801 1,790 1,0057
0,075g/mL
65°C/6h - 0,1g/mL 2,626 2,596 1,0119
Tabela 2: Determinação de Viscosidade Cinemática, Viscosidade Dinâmica e Densidade Relativa –
Método ASTM D7042/20
3.2. Perda de massa
A avaliação da eficiência de inibição do extrato aquoso da casca de laranja
pera foi realizada com base na perda de peso, utilizando corpos de prova de aço
carbono A36 imersos em água de resfriamento simulada (25 °C) durante 48 horas.
Os resultados obtidos (Tabela 3) evidenciam a relação entre a concentração do
extrato inibidor e a taxa de corrosão (mm/ano), bem como a eficiência de inibição de
corrosão (%). O sistema sem adição de inibidor apresentou uma taxa média de
corrosão de 0,196 ± 0,019 mm/ano, valor significativamente superior aos demais
ensaios. A adição do extrato promoveu reduções consideráveis na taxa de corrosão,
especialmente no intervalo de 200 a 400 ppm.
A melhor eficiência foi observada com uso de 300 ppm, possuindo uma taxa
de corrosão de 0,056 ± 0,007 mm/ano, o que corresponde a uma eficiência de
inibição de 71,41%. Concentrações inferiores, como 100 ppm, demonstraram efeito
moderado de 36,84%, ao passo que o uso com seu valor dobrado (200 ppm),
elevou a eficiência para 65,01%, evidenciando um comportamento de dependência
direta da eficiência com a concentração.
Entretanto, a partir de 400 ppm, foi observada uma diminuição da eficiência,
com o aumento da taxa de corrosão para 0,101 mm/ano (48,62%), e mantendo-se
relativamente elevada em concentrações ainda maiores, como 800 ppm (37,50%) e
1200 ppm (29,61%). Por meio desses valores, temos que há uma faixa ideal de
concentração para o melhor desempenho do extrato, sendo 300 ppm a
concentração mais eficiente sob as condições analisadas.
Concentração do inibidor Taxa de corrosão média
Eficiência (%)
(ppm) (mm/ano)
Branco 0,196 ± 0,019 0
100 0,124 ± 0,007 36,84
200 0,069 ± 0,015 65,01
300 0,056 ± 0,007 71,41
400 0,101 ± 0,013 48,62
800 0,122 ± 0,011 37,50
1200 0,138 ± 0,015 29,61
Tabela 3: Resultados dos ensaios de perda de massa para 25°C.
Contudo, mesmo possuindo relativa eficiência de inibição, o valor máximo
obtido é inferior a aqueles descritos em pesquisas anteriores, com uso de meios
corrosivos distintos. Como forma de possibilitar o uso desse extrato enquanto
inibidor de corrosão em água de resfriamento, o presente trabalho buscou analisar o
uso de sulfato de zinco enquanto potencializador para a inibição da corrosão.
O uso de sais metálicos como intensificadores em inibidores de corrosão é
uma estratégia consolidada na literatura [33], sendo o sulfato de zinco (ZnSO₄) um
composto amplamente utilizado nesse contexto. Seu papel está relacionado à
capacidade de íons Zn²⁺ formarem complexos estáveis com compostos bioativos
presentes nos extratos vegetais, além de favorecer a precipitação de compostos
insolúveis na superfície metálica, formando barreiras físicas protetoras [34-36 ].
Para a análise do efeito da inibição de corrosão do sulfato de zinco e do seu
uso com o extrato da casca de laranja (300 ppm) foram realizados testes
gravimétricos, seguindo a norma descrita anteriormente. Para isso, foi analisada a
variação de ZnSO4 em diferentes concentrações (25, 50, 100, 150, 200 ppm) e
temperaturas (25°C, 45°C e 60°C).
Com base nos dados obtidos (Tabela 4), o uso isolado de ZnSO₄, mesmo em
concentrações elevadas (200 ppm), resultou em baixas eficiências de inibição, com
valor máximo igual a 42,68% (25 °C). Em temperaturas mais altas (45 °C e 60 °C) o
desempenho do ZnSO₄ foi ainda mais limitado, de modo que para 60°C o uso do
inibidor não contribuiu na diminuição da taxa de corrosão, evidenciando que o sal,
por si só, não possui ação suficientemente protetora nesse sistema.
Por outro lado, a combinação de 300 ppm do extrato de casca de laranja com
o ZnSO₄ promoveu um ganho expressivo na proteção. A eficiência de inibição
chegou a 94,23% a 25 °C, com a taxa de corrosão reduzida de 0,196 mm/ano
(branco) para 0,011 mm/ano, na presença de 200 ppm de ZnSO₄. Esse padrão se
manteve consistente mesmo com o aumento da temperatura, e consequentemente
a agressividade do meio, tendo, para 45 °C, uma eficiência de 94,69%, e para 60 °C,
92,37%.
Vale ressaltar que o aumento do desempenho do inibidor ocorreu mesmo
com a manutenção da concentração do extrato em 300 ppm, o que reforça o seu
uso enquanto inibidor primário, justificando sua escolha como base para análises.
Concentração Taxa de corrosão
Ensaio Temperatura (°C) Eficiência (%)
(ppm) (mm/ano)
Branco 0 25 0,196 ± 0,019 0
25 0,172 ± 0,013 12,04
50 0,158 ± 0,008 19,51
ZnSO4
100 0,153 ± 0,006 22,18
150 0,140 ± 0,012 28,49
200 0,112 ± 0,004 42,68
25 0,063 ± 0,008 67,77
50 0,048 ± 0,010 75,46
Inibidor + ZnSO4 100 0,019 ± 0,002 90,51
150 0,014 ± 0,005 92,66
200 0,011 ± 0,003 94,23
Branco 0 45 0,280 ± 0,026 0
ZnSO4 25 0,252 ± 0,014 9,91
50 0,296 ± 0,010 -
100 0,272 ± 0,007 2,88
150 0,204 ± 0,008 27,04
200 0,187 ± 0,035 33,38
25 0,067 ± 0,017 76,14
Inibidor + ZnSO4 50 0,052 ± 0,003 81,60
100 0,017 ± 0,004 93,90
200 0,010 ± 0,002 94,69
Branco 0 60 0,317 ± 0,027 0
25 0,344 ± 0,043 -
50 0,401 ± 0,036 -
ZnSO4
100 0,409 ± 0,052 -
200 0,334 ± 0,027 -
25 0,193 ± 0,010 39,03
50 0,152 ± 0,009 52,00
Inibidor + ZnSO4
100 0,052 ± 0,015 83,45
150 0,037 ± 0,003 88,27
200 0,024 ± 0,005 92,37
Tabela 4: Avaliação da viabilidade do uso de ZnSO4 enquanto potencializador de inibição para
extrato de casca de laranja a 300 ppm.
3.3. Métodos eletroquímicos
3.3.1. OCP
3.3.2. LPR
3.3.3. EIS
3.3.4. PDP
- Referências bibliográficas
[1] Processo de corrosão faz com que 30% da produção mundial de ferro e aço seja
desperdiçada. Disponível em: <https://ibram.org.br/noticia/processo-de-corrosao-faz-
com-que-30-da-producao-mundial-de-ferro-e-aco-seja-desperdicada/>.
[2] Ingrid Milošev, Corrosion inhibition of aluminium alloys by molybdate ions: A
critical review of the chemistry, mechanisms and applications, Corrosion Science,
Volume 229, 2024, 111854, ISSN 0010-938X,
https://doi.org/10.1016/j.corsci.2024.111854.
[3] R. Touir, N. Dkhireche, M. Ebn Touhami, M. Lakhrissi, B. Lakhrissi, M. Sfaira,
Corrosion and scale processes and their inhibition in simulated cooling water
systems by monosaccharides derivatives: Part I: EIS study, Desalination,Volume
249, Issue 3, 2009, Pages 922-928, ISSN 0011-9164,
https://doi.org/10.1016/j.desal.2009.06.068.
[4] Sijia Lu, Xiaoliang Li, Xing Zheng, Huiyan Zhao, Zhijuan Tian, Gang Tang, Ruoyu
Lei, Pengyu Zhuang, Tuo Wei, Shizhang Wu, Electrochemical effects on carbon
steel in circulating cooling water systems: Scaling, corrosion and chemicals
synergies, Journal of Water Process Engineering, Volume 63, 2024, 105337, ISSN
2214-7144, https://doi.org/10.1016/j.jwpe.2024.105337.
[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO. Inibidores de Corrosão:
Confiabilidade e Redução de Custos. Proteção & Corrosão, v. 6, n. 14, p. 8–9, abr.
2007.
[6] Bi-lan Lin, Tian-hu Duan, Yu-ye Xu, Corrosion and scaling inhibition effects of
Passiflora edulis Sims peel extract in simulated circulating cooling water:
Experimental and theoretical insights, Journal of Molecular Structure, Volume 1322,
Part 1, 2025, 140351, ISSN 0022-2860,
https://doi.org/10.1016/j.molstruc.2024.140351.
[7] Victoria Vorobyova, Margarita Skiba, Vladimir Dzhyndzhoian, Olga Linucheva,
Evaluating the synergistic effect of peach pomace extract and organosilane on
corrosion inhibition of steel in industrial water media, Inorganic Chemistry
Communications, Volume 153, 2023, 110773, ISSN 1387-7003,
https://doi.org/10.1016/j.inoche.2023.110773.
[8] Gopal Ji, Waste natural materials for sustainable corrosion prevention of steel: A
mini review on their popularity, experimental and computational investigation,
applications, challenges, and future strategy, Journal of Molecular Liquids, Volume
408, 2024, 125415, ISSN 0167-7322, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2024.125415.
[9] Yuxuan Zheng, Yuhua Gao, Haihua Li, Meifang Yan, Ruhui Guo, Zhenfa Liu,
Corrosion inhibition performance of composite based on chitosan derivative, Journal
of Molecular Liquids, Volume 324, 2021, 114679, ISSN 0167-7322,
https://doi.org/10.1016/j.molliq.2020.114679.
[10] Xu, P., & Chen, X. (2024). Inhibition of Carbon Steel Corrosion Using Dextran
Derivatives in Circulating Cooling Water. Water. https://doi.org/10.3390/w16081182.
[11] Ghalia A. Gaber, Marwa M. Soliman, Zeinab Adel Nasr, Amira M. Hyba,
Comprehensive investigation of sustainable corrosion inhibitors on Cu–Zn alloy in
simulated cooling water: Electrochemical explorations, SEM/EDX analysis, and
DFT/molecular simulations utilizing expired Bepotastine-B as a green inhibitor,
Sustainable Chemistry and Pharmacy, Volume 37, 2024, 101340, ISSN 2352-5541,
https://doi.org/10.1016/j.scp.2023.101340.
[12] Kabiru Haruna, Tawfik A. Saleh, M.A. Quraishi, Expired metformin drug as
green corrosion inhibitor for simulated oil/gas well acidizing environment, Journal of
Molecular Liquids, Volume 315, 2020, 113716, ISSN 0167-7322,
https://doi.org/10.1016/j.molliq.2020.113716.
[13] Isty Adhitya Purwasena, Ahdina Karima, Lia Amelia Tresna Wulan Asri, Asep
Ridwan Setiawan, The potency of spores and biosurfactant of Bacillus clausii as a
new biobased sol-gel coatings for corrosion protection of carbon steel ST 37 in water
cooling systems, Applied Surface Science Advances, Volume 18, 2023, 100452,
ISSN 2666-5239, https://doi.org/10.1016/j.apsadv.2023.100452.
[14] Hu, Y., Chen, C., & Liu, S. (2022). State of art bio-materials as scale inhibitors
in recirculating cooling water system: a review article.. Water science and
technology : a journal of the International Association on Water Pollution Research,
85 5, 1500-1521 . https://doi.org/10.2166/wst.2022.027.
[15] Zahra Ghehsareh, Taraneh Sayah, Mojtaba Moharramnejad, Amin Rahimitabar,
Ali Ehsani, “Green guardians: A comprehensive review of environmentally friendly
corrosion inhibitors from plant extract to ionic-liquids in industrial applications”,
Progress in Organic Coatings, Volume 201, 2025, 109146, ISSN 0300-9440,
https://doi.org/10.1016/j.porgcoat.2025.109146.
[16] Faes, Willem, Lecompte, Steven, Ahmed, Zaaquib Yunus, Van Bael, Johan,
Salenbien, Robbe, Verbeken, Kim e De Paepe, Michel. "Corrosão e prevenção de
corrosão em trocadores de calor" Corrosion Reviews , vol. 37, não. 2, 2019, pp.
https://doi.org/10.1515/correv-2018-0054
[17] J. Marín-Cruz, R. Cabrera-Sierra, M.A. Pech-Canul, I. González,
EIS study on corrosion and scale processes and their inhibition in cooling system
media, Electrochimica Acta, Volume 51, Issues 8–9, 2006, Pages 1847-1854, ISSN
0013-4686, https://doi.org/10.1016/j.electacta.2005.02.104.
[18] Juntao Jin, Mingyuan Li, Yuntao Guan, Mixture design of an environmentally
friendly scale and corrosion inhibitor in reclaimed wastewater for cooling systems,
Desalination and Water Treatment, Volume 57, Issue 50, 2016, Pages 23556-23570,
ISSN 1944-3986, https://doi.org/10.1080/19443994.2015.1137789.
[19] A. Rochdi, R. Touir, M. El Bakri, M. Ebn Touhami, S. Bakkali, B. Mernari,
Protection of low carbon steel by oxadiazole derivatives and biocide against
corrosion in simulated cooling water system, Journal of Environmental Chemical
Engineering, Volume 3, Issue 1, 2015, Pages 233-242, ISSN 2213-3437,
https://doi.org/10.1016/j.jece.2014.11.020.
[20] Zakiyeh Mohammadi, Mansour Rahsepar, The use of green Bistorta Officinalis
extract for effective inhibition of corrosion and scale formation problems in cooling
water system, Journal of Alloys and Compounds, Volume 770, 2019, Pages 669-
678, ISSN 0925-8388, https://doi.org/10.1016/j.jallcom.2018.08.198.
[21] G. Vasyliev, V. Vorobiova, Rape grist extract (Brassica napus) as a green
corrosion inhibitor for water systems, Materials Today: Proceedings, Volume 6, Part
2, 2019, Pages 178-186, ISSN 2214-7853,
https://doi.org/10.1016/j.matpr.2018.10.092.
[22] Juntao Jin, Mingyuan Li, Yuntao Guan, Mixture design of an environmentally
friendly scale and corrosion inhibitor in reclaimed wastewater for cooling systems,
Desalination and Water Treatment, Volume 57, Issue 50, 2016, Pages 23556-23570,
ISSN 1944-3986, https://doi.org/10.1080/19443994.2015.1137789.
[23] DEPARTAMENT OF AGRICULTURE, U. S. Production - Oranges. Disponível
em: <https://www.fas.usda.gov/data/production/commodity/0571120>. Acesso em:
20 jun. 2025.
[24] SUZUKI, Lorrayne Lins. Análise técnico-econômica e ambiental de processos
de valorização do resíduo da indústria de suco de laranja. 2019.79 f. Dissertação
(Mestrado em ciências) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2019. https://doi.org/10.11606/D.3.2019.tde-28112019-141114
[25] Yaxu Wu, Yuanmi Zhang, Yumiao Jiang, Yafeng Qian, Xugeng Guo, Li Wang,
Jinglai Zhang, Orange peel extracts as biodegradable corrosion inhibitor for
magnesium alloy in NaCl solution: Experimental and theoretical studies, Journal of
the Taiwan Institute of Chemical Engineers, Volume 115, 2020, Pages 35-46, ISSN
1876-1070, https://doi.org/10.1016/j.jtice.2020.10.010.
[26] Rivera Hernández, M., Luna Guevara, J. J., Aragón García, A., Pérez Torres, B.
C., & López Olguin, J. F. (2023). Efecto de extractos de Citrus sinensis (Rutaceae) y
Trichilia havanensis (Meliaceae) en mortalidad y repelencia de Tetranychus urticae
(Acari: Tetranychidae): Mortalidad y repelencia de Tetranychus urticae (Acari:
Tetranychidae). Biotecnia, 25(3), 154–161.
https://doi.org/10.18633/biotecnia.v25i3.2107.
[27] CERON-SALAZAR, Ivonne and CARDONA-ALZATE, Carlos. Evaluación del
proceso integral para la obtención de aceite esencial y pectina a partir de cáscara de
naranja. ing.cienc. [online]. 2011, vol.7, n.13 [cited 2025-07-19], pp.65-86. Available
from:http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-
91652011000100004&lng=en&nrm=iso. ISSN 1794-9165.
[28] Ogo Ogo, Ngutor Hembafan, Raphael Amokaha, Oloche Jeremiah, Bawa
Inalegwu, Characterization and antioxidant activity of peel extracts from three
varieties of citrus sinensis, Heliyon, Volume 10, Issue 7, 2024, e28456, ISSN 2405-
8440, https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2024.e28456.
[29] Mohamed E. Eissa, Safaa H. Etaiw, Eslam S. El-Hussieny, Ahmed A.
El-Hossiany, Abd El-Aziz S. Fouda, Sweet Orange Peel Extract as green sustainable
corrosion inhibitor for Al in 1 M HCl, International Journal of Electrochemical
Science, Volume 20, Issue 1, 2025, 100882, ISSN 1452-3981
https://doi.org/10.1016/j.ijoes.2024.100882.
[30] Kokilaramani, S., Al-Ansari, M., Rajasekar, A., Al-Khattaf, F., Hussain, A., &
Govarthanan, M. (2020). Microbial influenced corrosion of processing industry by re-
circulating waste water and its control measures - A review.. Chemosphere, 129075 .
https://doi.org/10.1016/j.chemosphere.2020.129075.
[31] FOR, O. ISO 22449-1:2020. Disponível em:
<https://www.iso.org/standard/73239.html>. Acesso em: 2 jul. 2025.
[32] MONTIBELLER, L. et al. Extração sustentável de compostos fenólicos e
atividade antioxidante da casca de Passiflora caerulea L. utilizando NADES e
Ultrassom. 1 abr. 2025. DOI 10.53934/agronfy-2025-04-03.
[33] Homa Kahkesh, Mahdi Yeganeh, Zahra Shahryari, Algae-based corrosion
inhibitors as innovative approaches to corrosion prevention: A review, Algal
Research, Volume 89, 2025, 104071, ISSN 2211-9264,
https://doi.org/10.1016/j.algal.2025.104071.
[34] Roshana Sattari, Gholam Reza Khayati, Esmaeel Darezereshki,
Electrochemical-surface and theoretical investigations of the interactions of Salvia
officinalis extract as a green and sustainable corrosion inhibitor and zinc cations for
corrosion protection of carbon steel in sodium chloride solution, Journal of Molecular
Liquids, Volume 433, 2025, 127962, ISSN 0167-7322,
https://doi.org/10.1016/j.molliq.2025.127962.
[35] Li Li, Jiajing Peng, Zimin Li, Wanqing You, Jing Li, Yichen Bao, Bright O.
Okonkwo, Yimian Chen, Jianqiu Wang, Synergistic inhibition effect of metal cations
and tolyltriazole on copper in industrial cooling system, Electrochimica Acta, Volume
522, 2025, 145914, ISSN 0013-4686,
https://doi.org/10.1016/j.electacta.2025.145914.
[36] Mehdi Tabatabaei majd, Ghasem Bahlakeh, Ali Dehghani, Bahram
Ramezanzadeh, Mohammad Ramezanzadeh, A green complex film based on the
extract of Persian Echium amoenum and zinc nitrate for mild steel protection in
saline solution; Electrochemical and surface explorations besides dynamic
simulation, Journal of Molecular Liquids, Volume 291, 2019, 111281, ISSN 0167-
7322, https://doi.org/10.1016/j.molliq.2019.111281.