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Abdome Agudo Formatado

O documento aborda o abdome agudo, destacando a dor abdominal como uma queixa comum e suas diversas causas, que podem ser benignas ou fatais. A avaliação inicial é crucial, incluindo anamnese e exame físico, para determinar o tratamento adequado, que pode ser clínico ou cirúrgico. Exames complementares e imagens são essenciais para o diagnóstico e manejo das condições subjacentes.
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Abdome Agudo Formatado

O documento aborda o abdome agudo, destacando a dor abdominal como uma queixa comum e suas diversas causas, que podem ser benignas ou fatais. A avaliação inicial é crucial, incluindo anamnese e exame físico, para determinar o tratamento adequado, que pode ser clínico ou cirúrgico. Exames complementares e imagens são essenciais para o diagnóstico e manejo das condições subjacentes.
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ABDOME AGUDO

Dor abdominal

 A dor abdominal é uma das queixas mais comuns no pronto-


socorro, constituindo um desafio diagnóstico e terapêutico;

 Pode ser causada por doenças benignas ou até potencialmente


fatais;

 Pode ser causada por doenças intra-abdominais mecânicas ou


funcionais, por doenças extra-abdominais ou até por doenças
sistêmicas.
O abdome
O abdome
Tipos de dor abdominal

Dor visceral: originada


do estímulo aos
nociceptores viscerais.
Fibras tipo C, que
conduzem a "dor lenta”,
mal localizada, insidiosa;
Localização da dor (linha
média);
Sinais autonômicos.
Tipos de dor abdominal

Dor somática ou
parietal: originada do
peritônio parietal.
Transmitidas por fibras
mielinizadas do tipo A
que conduzem a "dor
rápida”, aguda, bem
localizada nos
dermátomos
correspondentes à área
que recebeu o estímulo.
Normalmente o paciente
fica imóvel.
Tipos de dor abdominal

Dor referida: a dor é percebida longe do estímulo de origem, por


compartilhar os mesmos circuitos neurais centrais (dor no ombro
direito por irritação do diafragma)
Causas INTRA abdominais de dor
Causas EXTRA abdominais de dor
Abdome agudo - investigação

EXAME HIPÓTESES
ANAMNESE + FÍSICO = DIAGNÓSTICAS

+ IMPORTANTES QUE QUALQUER


EXAME COMPLEMENTAR
Abome agudo

 A primeira avaliação é a mais importante, porque a analgesia


subsequente pode alterar o exame físico;

 Avaliações seriadas pelo mesmo médico são a melhor forma


de determinar a progressão ou a resolução da doença.
Abome agudo - sinais e
sintomas
 Dor;  Diarréia;

  Melena;
Constipação;

  Hematúria;
Parada de eliminação de
flatos;  Disúria;

 Febre;  Colúria;

 Náuseas;  Sudorese;

  Anorexia.
Vômitos;
Anamnese
 Dados gerais: idade, sexo;

 História de crises semelhantes;

 Hábitos: etilismo, drogas ilícitas, medicações (opióides, AINES,


anticoagulantes);

 Antecedentes cirúrgicos e comorbidades;

 Data da última menstruação, informações sobre ciclos mentruais,


antecedentes ginecológicos, corrimento vaginal.
Anamnese da dor

 Localização;  Evolução;

  Relação com funções orgânicas;


Intensidade;
 Fatores de melhora;
 Caráter/tipo;
 Fatores de piora;
 Irradiação;
 Manifestações associadas:
 Duração e cronologia;

LICIDERFFM
Anamnese da dor
 Como iniciou a dor?

 Onde dói?

 Irradia para algum lugar?

 Quando começou e por quanto tempo dura?

 Como é a dor?

 Quanto dói?

 Alguma coisa ou posição melhora?

 Tem alguma manifestação associada?


L
O
C
A
L
I
Z
A
Ç
Ã
O
Exame físico

 Ectoscopia: exposição de todo o abdome (mamilos até região pubiana);

 Estado geral e sinais vitais - determinantes na urgência da investigação;

 Atitude do paciente pode sugerir algumas condições;

 Exame cardiopulmonar para descartar causas não abdominais.


Exame físico abdominal

 Inspeção: distensão, massas, cicatrizes, hérnias, equimoses;

 Ausculta**: RHA ausentes, aumentados, metálicos;

 Palpação*: localização da dor, massas, visceromegalias, massa pulsátil,


descompressão brusca (Blumberg), Sinal de Murphy; defesa muscular e
irritação peritoneal;

 Percussão: distensão gasosa, ascite, peritonite localizada ou difusa;

 Mobilização: sinais clínicos;

 Toque retal e toque vaginal/bimanual.


Abdome agudo - síndromes
clínicas
 Inflamatório: dor insidiosa e com piora progressiva, febre, peritonite localizada ou
difusa;

 Perfurativo: dor com piora súbita, intensa, aguda e persistente, peritonite, palidez,
sudorese, evoluindo para choque séptico se não tratado;

 Obstrutivo: distensão, parada de eliminação de flatus e fezes, náuseas e vômitos;

 Vascular/isquêmico: dor intensa súbita, tipo cólica, desproporcional ao exame físico,


podendo evoluir para peritonite;

 Hemorrágico (extra-luminal): Dor súbita e sinais de choque hipovolêmico.


Exames complementares

 ”Toda rotina é burra”;

 ”Não adianta dispor de várias ferramentas diagnósticas para um tolo porque ele
continuará sendo um tolo”;

 Os exames devem ser direcionados para a suspeita clínica;

 O excesso de exames onera o sistema e atrasa o tratamento definitivo;

 Nos pacientes instáveis, a coleta e a realização de exames complementares


não deve atrasar as medidas para estabilização do paciente.
Exames laboratoriais

 Hemograma completo;  Bilirrubinas totais e


 Eletrólitos; frações;
 Pesquisa  FA e GGT;
de cetoacidose;
 Ureia  Transaminases
e creatinina;
 Amilase  EAS;
e lipase;
 Urocultura  Beta-HCG
e
hemocultura;  Fosfato e lactato;
 TAP e TTPA;  Função hepática.
Exames de imagem

 Radiografia simples:  USG:


 Pneumoperitônio;  Fígado, vesícula e vias

 Aerobilia; biliares;

 Pâncreas e rins;
 Calcificações;
 Apêndice, útero e anexos,
 Distensão de alças intestinais;
gravidez
Exames de imagem

 Tomografia computadorizada:  Ressonância nuclear


 Apendicite aguda e complicações; magnética:
 Sangue e líquidos na cavidade;  Pâncreas;
 Trombose da veia mesentérica;  Vias biliares;
 Diverticulite e complicações;
 Fígado;
 Avaliação da pancreatite;
 Nos pacientes com insuficência
 Sinais de peritonite, perfuração de
renal ou alergia ao contraste
cólon.
iodado
Exames de imagem

 Abdome agudo inflamatório:

 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpulas


diafragmáticas;

 USG Abdome total é diagnóstico na maioria dos casos;

 TC de abdome com contraste VO e EV se USG não esclarecer ou em


forte suspeita de diverticulite aguda ou pancreatite aguda grave.
Exames de imagem

 Abdome agudo perfurativo:

 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpulas


diafragmáticas;

 USG Abdome não ajuda;

 TC de abdome com contraste VO e EV se Raio-X não esclarecer.


Exames de imagem

 Abdome agudo obstrutivo:

 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpulas


diafragmáticas;

 USG Abdome não ajuda;

 TC Abdome com contraste VO e EV se não houver resolução em 48h


de tratamento clínico ou de acordo com suspeita clínica.
Exames de imagem

 Abdome agudo vascular:

 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpulas


diafragmáticas;

 USG Abdome não ajuda;

 TC Abdome com contraste EV e VO – angioTC (fase arterial e portal) é


o melhor exame.
Exames de imagem

 Abdome agudo hemorrágico:

 Radiografia simples de abdome: decúbito, ortostase e cúpulas


diafragmáticas (apenas para descartar outras causas);

 USG Abdome é o exame mais importante, pode ser necessária


USG transvaginal;

 TC de abdome em casos selecionados.


ABDOME AGUDO
ETIOLOGIAS FREQUENTES
Apendicite aguda

 Mais comum entre 10 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade;

 Clínica: dor periumbilical que migra para FID, com náuseas, anorexia e
febre tardia;

 Exame físico: Blumberg +, sinal do psoas, sinal do obturador, sinal de


Rovsing….;

 DIAGNÓSTICO CLÍNICO;

 O tratamento é cirúrgico: laparoscopia já é padrão ouro;


Pancreatite aguda

 Ativação de enzimas digestivas, edema, hemorragia, necrose pancreática e SIRS;

 Etiologia: biliar, alcoólica, pós-traumática, hipertrigliceridemia, hipercalcemia,


medicamentosa…;

 Clínica: dor em abdome superior de início súbito, intensa, em barra, com irradiação
para dorso, associada a náuseas e vômitos;

 Pancreatite grave X não-grave – Critérios de Ranson, Apache II, critério de Balthazar;

 Tratamento clínico: jejum, hidratação, sintomáticos, dieta zero, SNG;


Colecistite aguda

 Dx diferencial: cólica biliar X colecistite aguda X colangite X pancreatite aguda;

 ATB EV, hidratação, sintomáticos – ciprofloxacina 400mg 12/12h +/-


metronidazol 500mg, 8/8h;

 Dor iniciou até 72h – cirurgia – laparoscopia é padrão-ouro;

 Mais de 72h do início da dor, pode operar também, mas muitos cirurgiões
preferem resolver o processo com o tratamento clínico e operar eletivamente.
Colecistite alitiásica

 Pacientes politraumatizados, PO de grandes cirurgias, internados em UTI;

 Fatores de risco: choque, IRA, uso de NPT, febre, jejum prolongado, restrição
hídrica, desidratação, uso de opiáceos;

 Fisiopatologia: aumento da viscosidade da bile e hipoperfusão da veícula biliar


– estase funcional;

 Confirmação com USG abdome – a beira do leito;

 Tratamento cirúrgico.
Diverticulite

 Pacientes > 40 anos;

 Clínica semelhante à apendicite, porém em FIE;

 Em idosos, pode ter evolução arrastada, sem febre, sem sinais de irritação
peritoneal;

 TC abdome é o exame padrão-ouro para o diagnóstico e classificação;

 Diverticulite não complicada – tratamento clínico: ATB, dieta pobre em


resíduos, sintomáticos;

 Diverticulite complicada – tratamento intervencionista ou cirúrgico.


Dor inflamatória pélvica

 Mulheres com vida sexual ativa;

 Eleva risco de gravidez ectópica e infertilidade no futuro;

 Ascensão de MO do TGI – polimicrobiana (gonococo e clamídia);

 Espectro de comprometimento: endometrite, salpingite, abscesso tubo-


ovariano, peritonite purulenta.
Dor inflamatória pélvica

 Dor à palpação em região


abdominal inferior;
 Febre;
 Dor à palpação das regiões
 Secreção vaginal ou cervical
anexiais;

anormal/ leucócitos;
Dor à mobilização do colo
uterino;  Leucocitose;
 VHS e PCR;
 USG/TC – Abscesso;  Massa pélvica;
 Histopatológico;  Cultura.
 Laparoscopia;
Abdome agudo vascular

 50 a 70% de mortalidade;

 Causa relevante de óbito em pacientes internados em UTI;

 Diagnóstico e tratamento precoces (até 6h do início da dor) aumentam


a sobrevida;

 Requer alto índice de suspeição, pois os sintomas são inespecíficos no


início do quadro;

 Pode ser confundido com quadro de obstrução intestinal.


Abdome agudo vascular

 Etiologia:

 Isquemia arterial oclusiva;

Embolia (50%);

Trombose (20%);

 Isquemia arterial não-oclusiva (25%);

 Trombose venosa (5%).


Abordagem do abdome agudo

 1º Passo: avaliar instabilidade hemodinâmica


 Sinais vitais e nível de consciência;

 Descartar hemorragia e hipovolemia;

 Acesso venoso periférico, monitor, O 2, reposição volêmica,


hemotransfusão....

 Identificar o mais urgente:


Abordagem do abdome agudo

 2º Passo: alívio sintomático


 Analgésico e antiemético;
 Opióides, AINEs, Metoclopramida, Ondansetrona,
antiácidos, antiespasmódicos.
Abordagem do abdome agudo

 3º Passo: excluir gravidez e doença pélvica


 Exame físico (+ ex. ginecológico) + HCG;
 USG TV / Abdominal;
 DUM;
 Prenhez ectópica.
Abordagem do abdome agudo

 4º Passo: Definir se o tratamento é clínico ou


cirúrgico
 História detalhada + exame físico minucioso;

 Checar os primeiros exames laboratoriais;

 Solicitar outros exames direcionados ao quadro;

 Manter dieta zero até definir a conduta;

 Principais indicações cirúrgicas: obstrução total, peritonite, isquemia.


Considerações finais

 História e exame físico são fundamentais;

 Apesar de inegável contribuição dos métodos de imagem disponíveis, não devemos


confiar excessivamente nestas ferramentas;

 Deve haver correlação clínica com os exames complementares;

 Evitar retardar o diagnóstico com exames desnecessários ou inúteis;

 Reavaliar sempre (de preferência pelo mesmo médico);

 Na dúvida, solicitar um cirurgião pois a laparotomia precoce ainda parece ser um


método que reduz morbimortalidade.
Quiz
Pancreatite
Aneurisma

Colecistite Diverticulite
Apendicite

Colangite Geca

Perfurativo

Isquemia mesentérica

Úlcera perfurada
Referências bibliográficas

 SABISTON, D.C, et al. Tratado de cirurgia - a base biológica da prática cirúrgica moderna
- 18ª ed. Capítulo 43 - Seção X - Páginas 1061 a 1084 - São Paulo - SP. Elsevier 2010;

 SABISTON, D.C, et al. Tratado de cirurgia - a base biológica da prática cirúrgica moderna
- 18ª ed. Capítulo 45 - Seção X - Abdome agudo - Páginas 1108 a 1124 - São Paulo - SP. Elsevier
2010;

 FERES, O; PARRA, RS. ABDÔMEN AGUDO - Fundamentos em clínica cirúrgica - 2ª parte.


Capítulo 1 - frmp.usp.br/revista;

 http://www.cremec.info/download/cursointer/abdome%20agudo.pdf

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