Sanchez
Sanchez
ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO
This paper presents the study of the use of mobile devices,
especially mobile usage, in the teaching and learning of English in A tecnologia possibilitou inimagináveis transformações em nosso
a language school. The search begins with a literature review, cotidiano. Dispositivos móveis fazem parte de nossas vidas
covering the key concepts involved in the issue, as well as a diárias, fornecendo acesso à comunicação e à informação sem
reinterpretation of works related to mobile use in the classroom. nenhum precedente.
some applications available for mobile devoted to the teaching
and learning of languages were analyzed, they are: Duolingo, Segundo os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Busuu, Babbel, Google translate and WordReference. a lesson Domicílios), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
plan was developed and made observations on its realization, Geografia e Estatística), em 2013, 130,2 milhões de brasileiros
whose proposal consisted in the use of mobile phones as a acima de 10 anos de idade possuíam celular para uso pessoal, um
pedagogical tool. As for the use of these resources we conducted aumento de 49,4% em relação a 2008. Ainda em dados da Pnad,
an investigation through a questionnaire with students of Teens 7,1 milhões (10,8%) dos 65,1 milhões de domicílios particulares
class 1 English course in a language training institution in order to permanentes do país possuem tablets. A pesquisa relatou outro
analyze the perception of students using these applications and fato interessante, os acessos a internet em estados como Sergipe,
their use as a resource of learning. The results can be seen that the Pará, Roraima, Amapá e Amazonas feito por dispositivos móveis
cell phone use in the teaching of English in the perception of como celulares ou tablets superou os acessos feito por
students, makes it the fastest, most attractive and fun learning. computadores ou notebooks [2].
A popularização dos dispositivos móveis, aliada ao crescimento
RESUMO das conexões de banda larga, estão favorecendo o uso destes na
Este trabalho apresenta o estudo do uso de dispositivos móveis, educação. Já existem instituições de ensino no Brasil que estão
em especial o uso de celular, no processo de ensino e adotando aplicativos para serem usados nestes dispositivos
aprendizagem de inglês em uma escola de idiomas. A pesquisa aplicativos em seus currículos e modificando sites, materiais
inicia com uma revisão de literatura, abordando os principais educacionais, recursos e ferramentas para que eles estejam
conceitos envolvidos no tema, bem como, uma releitura de adaptados para serem acessados por eles [15].
trabalhos relacionados ao uso de celular em sala de aula. Foram
analisados alguns aplicativos disponíveis para celulares voltados A importância das tecnologias recentes para o ensino e
para o ensino e aprendizagem de idiomas, são eles: Duolingo, aprendizagem, segundo Johnson [15] é que:
Busuu, Babbel, Google translate e WordReference. Foi
[...] estes dispositivos têm o potencial de facilitar quase qualquer
desenvolvido um plano de aula e feitas observações sobre sua
experiência educacional, permitindo que os alunos organizem
realização, cuja proposta consistiu no uso do celular como
reuniões de vídeo virtuais com colegas de todo o mundo, usem
ferramenta pedagógica. Quanto à utilização desses recursos
software e ferramentas especializadas, e colaborem em
realizamos uma investigação por meio de questionário, com os
documentos compartilhados ou projetos na nuvem, entre muitas
alunos da turma de Teens 1 do curso de Inglês de uma instituição
outras coisas. Embora ainda existam muitos usos prováveis que
de ensino de idiomas, a fim de analisar, na percepção dos alunos,
ainda não foram realizados ao longo dos últimos anos, o
o uso desses aplicativos e sua utilização como recurso de
aprendizado móvel mudou rapidamente de um conceito para uma
aprendizagem. Como resultados pode-se observar que o uso de
realidade [15] (p. 14).
celular no ensino-aprendizagem do idioma inglês, na percepção
dos alunos, torna a aprendizagem mais rápida, atrativa e divertida. Diante de tantas novas possibilidades de ensino e aprendizagem
surge o que, segundo Laouris & Eteokleous [16] foi denominada
Categories and Subject Descriptors de Mobile Learning (M-Learning ou Aprendizagem Móvel).
K.3.1 Distance learning
O M-Learning, é definido por Oliveira [21], como uma
modalidade de ensino em que os dispositivos móveis são
General Terms utilizados dentro e fora de sala de aula para auxiliar o processo de
Experimentation, Theory. aprendizagem. E, o U-Learning (ubiquitous learning ou
aprendizagem ubíqua), o termo surgiu da Computação Ubíqua
Keywords (Ubiquos Computing), que segundo Queiroz e Ribeiro [24],
Celular. Aprendizagem móvel. Língua inglesa. contribuiu com a “possibilidade de construir um ambiente de
69
aprendizagem ubíquo, ou seja, que permita qualquer pessoa com diversos recursos que podem ser utilizados em sala de aula
aprender em qualquer lugar e a qualquer momento”. Santaella como ferramenta pedagógica.
[28] reforça que esses processos de aprendizagem se configuram
Puppi [23] (p. 56-57), define os smartphones como “[...]
como:
dispositivos que convergem para a computação no contexto de
Processos de aprendizagem abertos significam processos mobilidade aliada à comunicação”. Eles destacam que, desde o
espontâneos, assistemáticos e mesmo caóticos, atualizados ao lançamento do iPhone, em 2007, “os smartphones têm se tornado
sabor das circunstâncias e de curiosidades contingentes e que são os dispositivos móveis dominantes para comunicação, informação
possíveis porque o acesso à informação é livre e contínuo, a e entretenimento”.
qualquer hora do dia e da noite. Por meio dos dispositivos
Outro aspecto a considerar é o poder de convergência que o
móveis, à continuidade do tempo se soma a continuidade do
telefone celular apresenta, integrando vários recursos como a
espaço: a informação é acessível de qualquer lugar [28] (p. 19)
Internet, câmera fotográfica, filmadora, calculadora, relógio,
Com a utilização do M-Learning e o U-Learning, alunos e cronômetro, gravador de voz, rádio, GPS, e-mail, computador,
professores podem usufruir de materiais didáticos em diversos sms, wi-fi, editores de texto, softwares, calendário, bluetooth,
formatos, em qualquer momento e em qualquer lugar, bem como entre outros, que podem dinamizar todo o processo de ensino,
de inúmeros recursos tecnológicos oferecidos para dispositivos proporcionando ao educador recursos didáticos que o tornam
moveis. indispensável para a sala de aula da realidade atual, em
contrapartida à falta de recursos didáticos educacionais
O uso do M-Learning como ferramenta de ensino, tem tido um
disponíveis em nossas escolas públicas para ensinar e aprender a
aumento significativo, favorecido pela disseminação dos
Física [26].
dispositivos móveis e das conexões 3G e 4G, como já citado
anteriormente. Porém, essa nova modalidade requer um processo Porém o celular ainda e visto por muitos da comunidade escolar
de adaptação, tanto por parte dos professores quanto dos alunos. como o vilão, responsável por distrações, facilidade na cola, mal
Algumas pesquisas têm demonstrado que, mesmo com todo o uso em sala de aula, entre outros. Segundo Saccol, Schlemmer e
crescimento, a aprendizagem móvel ainda não é utilizada de forma Barbosa [27] ( p.30): “Em boa parte das instituições formais de
significativa por parte dos educadores, conforme afirmam Oliveira ensino o uso de telefones celulares é restrito, por uma espécie de
[21]. convenção social”.
O ensino de línguas tem sido mediado por diversas tecnologias ao Mas está realidade está mudando, o celular está deixando a
longo do tempo a fim de desenvolver as quatro habilidades imagem de vilão e sendo considerado por muitos especialistas em
linguísticas: ler, escrever, falar e ouvir. Atualmente, nota-se um ensino, como um aliado da educação principalmente por sua
crescente uso de dispositivos móveis no ensino de línguas, esta facilidade de acesso. E o incentivo para isso é realidade no Estado
área de estudo é conhecida como MALL, Mobile-Assisted do Espírito Santo, onde está sendo aprovada a revogação da Lei
Language Learning, aprendizagem de línguas estrangeiras, assim n° 8.854, que proibia o uso de aparelhos celulares nas escolas,
como o M-Learning e o U-Learning permite ao aluno estudar em além do lançamento do projeto Sedu Digit@l, onde os alunos e
qualquer hora e qualquer lugar. professores terão Wi-Fi em todas as escolas e poderão usar o
celular dentro da sala de aula como ferramenta pedagógica [8].
Dessa forma, com o emergente uso dos dispositivos móveis e as
várias possibilidades de utilização na educação, ficam alguns Mas apenas liberar o uso do celular, não é suficiente, Ramos [25]
questionamentos: O que falta para que os dispositivos móveis (p. 22) afirma que a escolas e os professores devem traçar “[...]
sejam aceitos e adotados como meio de facilitar o ensino- estratégias de trabalho, com organização da sala de aula, como
aprendizagem? Qual a percepção dos alunos frente ao uso desses espaço coletivo que é com regras construídas pelo grupo e
dispositivos como recursos pedagógicos para a aprendizagem de também com uma proposta de trabalho do professor
idiomas? suficientemente clara e instigadora”. Este é sem dúvidas o grande
desafio enfrentado pela escola.
Assim esse trabalho se propõe a investigar o uso de dispositivos
móveis, em especial o uso de celulares, no processo de ensino e O M-Learning é considerado como uma nova modalidade de
aprendizagem de idiomas do curso de inglês ofertado pelo Centro ensino/aprendizagem por meio de tecnologias móveis. Tem sido
de Línguas, projeto de extensão do Departamento de Línguas e aplicado quando se fala no paradigma educacional emergente que
Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a partir recorre a dispositivos que acompanham as pessoas em qualquer
da percepção dos alunos. lugar e a qualquer hora [19].
De acordo com Saccol, Schlemmer e Barbosa [27], o M-Learning:
2. M-LEARNING E O ENSINO DE
[...] se refere a processos de aprendizagem apoiados pelo uso de
LÍNGUAS tecnologias da informação ou comunicação móveis e sem fio, cuja
As Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e sem Fio características fundamental e a modalidade dos aprendizes, que
(TIMS), tem se tornado presentes no ambiente escolar, podem estar distante uns dos outros e também de espaços formais
aumentando os desafios e as possibilidades para professores e de educação, tais como salas de aula, salas de formação,
alunos. Segundo Moura [18] (p. 50): “O acesso a conteúdos capacitação e treinamento ou local de trabalho [27] (p. 25).
multimídia deixou de estar limitado a um computador pessoal O M-Learning é uma extensão do E-Learning, sendo exercida por
(PC) e estendeu-se também às tecnologias móveis (telemóvel, meio de dispositivos móveis. Entretanto o M-Learning pode
PDA, Pocket PC, Tablet PC, Netbook)”. Entre essas tecnologias classificar-se por dois diferentes focos: o primeiro evidencia a
destaca-se o celular ou smartphone, um aparelho bem popular, localização e a infraestrutura no qual ocorre o aprendizado, e o
70
segundo enfatiza o objeto de estudo ou processo em que ele A pesquisa confirmou que é possível ensinar com o auxílio de
ocorre, por exemplo, treinamentos ou meio acadêmico. No meio celular, porém é ainda uma área pouco explorada que necessita do
acadêmico existem áreas de atuação para utilizar o M-Learning e interesse principal por parte dos professores. Costa [5] (p. vii)
dentre essas áreas está o aprendizado de línguas estrangeiras ou afirma ainda que “[...] a aprendizagem móvel ajudou a melhorar a
também conhecido como Mobile-Assisted Language Learning aquisição de habilidades em uma língua estrangeira, colocou os
(MALL) [23]. A Figura 1, a seguir, exemplifica melhor o MALL alunos em um contexto real e tornou este processo mais atraente,
no contexto do M-Learning: motivador e interessante”.
Desta forma, Costa [5] (p. vii) conclui que “[...] uso do celular no
ensino-aprendizagem de línguas proporciona uma flexibilidade
diferente, produtiva para o aprendiz adquirir saberes, habilidades
e conhecimentos, quase impossível de ocorrer em um ambiente de
ensino tradicional.”
71
antecipação de problemas, mapeamento do recursos disponíveis
entre os aprendizes e capacidade de improvisação. Outra
observação feita por Xavier e Dias [32] é a escolha da ferramenta,
quanto maior for o domínio do professor e dos alunos, melhor
será o resultado, além de considerar no planejamento das aulas um
tempo para instrução de uso dos recursos.
4.1 DUOLINGO
O Duolingo, atualmente, é considerado o aplicativo mais popular
para aprender línguas estrangeiras. É um aplicativo totalmente
gratuito e oferece serviços dos níveis básicos aos mais avançados.
Para a versão em português, oferece opções de aprender até quatro
idiomas distintos, com o inglês, espanhol, francês e alemão. Com
a utilização de jogos, o APP torna a aprendizagem atraente e
eficaz no ensino de línguas [30].
Dispõe de versões para Android, iOS, Windows Phone e web. A
versão para smartphone é sincronizada com a web, possibilitando Figura 3: Aplicativo Busuu [4]
o aluno as duas opções, porém a versão web possui mais
funcionalidades extras aos do aplicativo. 4.3 BABBEL
Com o Duolingo a aprendizagem acontece de forma divertida e O Babbel oferece todos os recursos para os usuários obter uma
interativa, com seus elementos de gamificação, o aluno ganha boa aprendizagem de línguas, desde falar, escrever e compreender
pontos ao acertar as questões e ao cronometrar o tempo de um novo idioma. E é os próprios usuários que determina o ritmo
execução das atividades, avançar de nível. O APP contempla as da aprendizagem. O vocabulário é formado gradativamente e a
quatro habilidades básicas de línguas: ouvir, falar, ler e escrever, e gramática é exposta de forma intuitiva e natural. Possui diversos
as lições incluem questões de conversação, compreensão, cursos para iniciantes e intermediários, gramática, treino de
tradução e desafios de múltipla escolha. As questões são verbos, trava-línguas, frases e muito mais. Está disponível com
corrigidas na hora, e o aluno recebe um feedback de como uma versão paga, mas grande parte da aprendizagem pode ser
melhorar na lição. Possui um programa de incentivo no qual conta feito pela versão gratuita [1].
os dias em que o aluno passa estudando idioma, além dos
corações, em que o aluno deve poupar para continuar no jogo, O conteúdo do aplicativo é o mesmo encontrado na versão web,
pois a cada resposta errada ele perde um coração e se todos porém na versão web possui outras funcionalidades: contato com
acabarem deve-se recomeçar o jogo [10]. a comunidade do serviço, trocar mensagens com outros usuários,
adicionar amigos, salas de bate papo, murais, entre outras opções.
72
diversos idiomas, consultar o conjugador de verbos e participar do
fórum, espaço útil para tirar dúvidas do uso dos idiomas [12].
5. METODOLOGIA
73
6. RESULTADOS Contextualização:
- Perguntar aos alunos as regras que eles tem, ou não, que seguir
6.1 PLANO DE AULA em casa?
- Por no quadro a lista de “Have to” e em paralelo “Don’t have
Xavier e Dias [32] em sua pesquisa, concluí que ao desenvolver to”;
projetos com uso de celular ou qualquer outro artefato tecnológico
deve-se priorizar um bom planejamento e capacidade de Apresentação:
antecipação de problemas, mapeamento do recursos disponíveis Perguntar aos alunos a estrutura usada para falar de regras? R.:
entre os aprendizes e capacidade de improvisação. Sendo assim Have to/Don’t have to.
foi criando o plano de aula do projeto "A Escola Perfeita".
Prática/Projeto:
Considerando o domínio do professor e os alunos com a
ferramenta utilizada, além de considerar no planejamento das - Organizar a turma em grupos de 4 alunos;
aulas um tempo para instrução de uso dos recursos. sendo - Distribuir um notebook para cada grupo;
observações feita por Xavier e Dias [32].
- Os grupos poderão fazer uso de seus celulares para pesquisa de
I. Plano de Aula: imagens e traduções;
- Com o notebook, abrir o Power Point e instruir os alunos no
Projeto a Escola Perfeita
uso;
Data: 06/06/2016
- Instruir os alunos de como realizar as pesquisas no Google
II. Dados de Identificação: translate e o Google Imagens, esses aplicativos poderão ser
utilizada pelo celular ou pelo notebook.
Escola: Centro de Línguas
- Os alunos deverão fazer 2 slides, com 5 imagens em cada;
Professora: Mila Costa Lopes Genç
- O primeiro slides terá imagens que representa “Have to”, com
Disciplina: Inglês – Teens 1 suas respectivas legendas;
Série: Tenns 1 - O segundo slides terá imagens que representa “Don’t have to”,
Turma: 01 - seg/qua - 09:10-10:25 com suas respectivas legendas;
Período: Matutino - As legendas serão montada com auxilio do aplicativo do
Google translate, no celular;
III. Tema: - Apresentar para a turma o trabalho;
A Escola Perfeita - A turma irá escolher a melhor escola;
Conceitos: Verbos Have to/Don’t have to Observação: Todas as instruções são dadas em inglês.
Pergunta do projeto: Na escola perfeita, o que você tem e o que VII. Recursos didáticos:
você não tem que fazer?
- Quadro e pincel;
V. Objetivos: - Data Show;
Objetivo geral: - Notebook e/ou celular;
Construir um projeto sobre a “Escola Perfeita” descrevendo - Software: Power Point, Google trasnlate e Google Imagens;
regras e coisas que devem ter, ou não, para obter uma escola
perfeita. VIII. Avaliação:
Objetivos específicos: A avaliação terá caráter formativa, com professor acompanhando
- Listar no quadro, regras e coisas que os alunos devem ter, ou todo o processo de ensino-aprendizagem, e dando aos alunos o
não, que seguir em casa; feedback necessário para melhor conduzir seus projetos.
- Apresentar aos alunos a estrutura para falar de regras: Have - atividade final: Os alunos devem apresentar seus projetos para
to/Don’t have to; turma. No fim da apresentação de todos os projetos, os alunos
decidem qual é a melhor escola.
- Organizar a turma em grupos de 4 alunos;
- Instruir os alunos com o uso das tecnologias que serão utilizada Os trabalhos serão impressos e exposto no mural da escola.
para realização do projeto: Power Point, Google trasnlate e - critérios adotados para correção das atividades: O projeto será
Google Imagens; direcionado no decorrer da construção, com os alunos recebendo
- Construir o projeto “Escola Perfeita”. o feedback do professor.
74
6.2 OBSERVAÇÃO DE AULA No final os alunos apresentaram seus trabalhos para a turma e ao
finalizar as apresentações a turma votou na melhor escola descrita
O plano de aula descrito foi aplicado na turma de Teens 1, no
por eles. Os trabalhos foram exposto no mural da escola, sendo
Centro de Línguas. O Centro de Línguas oferece cursos de
motivo de orgulho e satisfação de todos os alunos.
idiomas a comunidade em geral.
Está turma possui 14 alunos, e a professora em seu relato, cita que
gosta de sempre estimular os alunos a usarem o celular com
objetivo pedagógico, indicando aplicativos para o estudo de inglês
dentro e fora da sala de aula, ela ainda disse que em suas aulas é
permitido aos alunos usarem o celular para fazerem consultas,
traduções de palavras e etc.
No planejamento do plano de aula “A Escola Perfeita”, partindo
da afirmação de Ramos [25] em que diz que a escola e os
professores “devem traçar estratégias de trabalho, com
organização da sala de aula, como espaço coletivo que é com
regras construídas pelo grupo e também com uma proposta de
trabalho do professor suficientemente clara e instigadora”. Foi
previsto o uso do celular pessoal de cada aluno, porém alguns Figura 9: Resultado da aula, A Escola Perfeita, no mural da
alunos não possuem celular, assim foi disponibilizados aos alunos escola
outros recursos tecnológicos, como os notebooks. E a formação Fonte: Autores.
de grupos, foi programada para que possibilitasse o
compartilhamento de todos os recursos do grupo entre os alunos. 6.3 USO DE CELULAR EM AULA NA PERCEPÇÃO DOS
O conteúdo trabalhado na aula foram os verbos Have to/Don’t ALUNOS
have to, segundo a professora, a aula deu inicio com a Na aula seguinte ao projeto da “A Escola Perfeita”, foi aplicado
contextualização do assunto, trabalhando o homework da aula aos alunos um questionário sobre o uso de celular em sala de aula.
passada, com a seguinte pergunta: Quais as regras que eles Os gráficos abaixo, demostra o resultado obtido a partir das
(alunos) tem, ou não, que seguir em casa? Assim eles foram respostas de 13 alunos envolvidos no processo.
preenchendo no quadro a lista de “Have to” e em paralelo “Don’t
have to”. Logo após, foram trabalhadas as estruturas usadas para Os gráfico 1 e 2, referente às perguntas 4 e 5, onde é questionado
falar de regras. a posse de um celular e se o celular possui internet. Observa-se
que a maioria dos alunos possuem aparelho celular e com internet,
Após a apresentação e a contextualização do assunto, os alunos em contra partida apenas 2 alunos que são 15,4% não possuem.
foram conduzidos para a parte prática do projeto. Organizados em Confirma-se a popularização dos aparelhos celulares como citado
grupos de 4 integrantes, onde cada grupo recebeu um notebook, por Puppi [23] (p.56) “os smartphones têm se tornado os
além de poderem usar seus celulares para pesquisa de imagens, dispositivos móveis dominantes para comunicação, informação e
palavras, traduções. Os alunos foram instruídos pela professora de entretenimento”.
como utilizar o Power Point, a pesquisar no Google translate e o
Google Imagens.
75
Como dito pelo secretário Haroldo Roch [22], “[...] são
ferramentas já de domínio dos estudantes e incorporadas em seu
dia a dia e que precisamos inserir nas escolas”. Os gráficos 3 e 4
,a seguir, referente às perguntas 6 e 8, revelam o domínio e o
conhecimento da maioria dos alunos frente aos aplicativos e a
unanimidade em conhecimento do Google Tradutor. Sendo que
92,3% dos alunos conhecem algum aplicativo que favorecem a
aprendizagem do idioma inglês, apenas 1 aluno respondeu que
não conhece. E ao questioná-los sobre quais são de seu
conhecimento: 100% conhecem o Google Tradutor, 53,8%
conhecem o Duolingo, 23,1% conhecem o Babbel, os demais não
foram citados. Gráfico 6: Resulatdos obtidos na questão 9
Fonte: Autores.
Quanto à preferência de uso do dicionário ou o tradutor, 84,6%
dos alunos optaram pelo Google tradutor pela praticidade e
agilidade, tendo 2 alunos, 15,4%, preferem o dicionário
convencional. Demostrado no gráfico 7.
76
possibilidades de uso, em conjunto com os aplicativos criados
especificamente para o estudo de línguas torna-se ferramentas
indispensáveis para os alunos.
Ao fazer a releitura de trabalhos relacionados ao uso de celular na
educação, demostram a importância de se ter um bom
planejamento da aula, um professor bem preparado e seguro de
seu planejamento, e com um objetivo pedagógico claro e bem
definido.
Neste trabalho destacou-se alguns aplicativos descrevendo suas
potencialidades para auxiliar no ensino do idioma inglês, como o
Gráfico 9: Resulatdos obtidos na questão 12 Duolingo, Busuu, Babbel, Google Translate e WordReference,
Fonte: Autores. todos podem ser instalados gratuitamente nos smartphones ou
serem utilizados pelo browser. Existem muitos outros aplicativos
Na última questão, a pergunta 13, foi solicitado aos alunos que
que podem ser utilizados em sala de aula, saindo do tradicional e
deixassem algum comentário sobre a aula com a utilização de
inserindo o aluno na construção do seu próprio conhecimento.
celular. E as respostas foram bem otimistas, demostrando o
contentamento com a aula. Por exemplo, o seguinte comentário: Na elaboração do plano de aula, buscou incluir o uso de
aplicativos de conhecimento dos alunos, e fornecer ferramentas
“Achei a aula muito interessante e com mais aulas assim da para
diversas pra a realização da aula. O uso do celular foi de suma
aprender a trabalhar em grupo, se divertir e no mesmo tempo
importância para a integração e participação de todos no projeto.
aprendendo. Em minha opinião deveria ser assim na maioria das
Os resultados obtidos foram satisfatório e gratificante, tanto para
aulas” (Resposta de um dos alunos à pergunta 13).
os alunos quanto para o professor.
Segundo Saccol, Schlemmer e Barbosa [27] (p.30): “Em boa parte
Com a observação da aula e demostrado no questionário feito com
das instituições formais de ensino o uso de telefones celulares é
os alunos, constatou-se o uso do celular e seus inúmeros recursos,
restrito, por uma espécie de convenção social”. Muitos ainda
utilizados como ferramenta pedagógica dentro ou fora da sala de
veem o celular como vilão, causador das distrações dos alunos. E
aula, torna a aprendizagem mais rápida, atrativa e divertida.
em resposta a pergunta 13, houve comentários com preocupação a
respeito da dispersão dos alunos causada pelo uso de celular em
sala de aula, como citado no comentário abaixo: 8. REFERÊNCIAS
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observa-se que há muito a ser explorado da tecnologia com o celular nas escolas estaduais no ES.
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77
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