Calor específico de metais
Geovana Fernandes Martin, Giovana Matiazzo Limonio, Maria Gabriela Cogo Fanela.
Departamento de Física
Universidade Estadual de Londrina
CEP 86051-990 – Londrina – PR - Brasil
e-mail: [email protected]
Este trabalho acadêmico descreve um experimento realizado para observar o calor
específico de metais. O experimento foi dividido em duas práticas principais: a determinação da
capacidade térmica do calorímetro e a determinação do calor específico por mistura. A Prática 1,
envolveu o aquecimento de água, a medição da massa e temperatura do calorímetro e da água.
Teoricamente, espera-se que a capacidade térmica do calorímetro seja constante, determinada
através do equilíbrio térmico entre o calorímetro e a água. Já na Prática 2, o calor específico foi
determinado através da imersão de uma amostra aquecida em um volume de água no interior do
calorímetro. A temperatura inicial da água e do calorímetro foram mantidas iguais. A amostra foi
aquecida e sua massa foi medida. A temperatura no interior do calorímetro foi medida em
intervalos regulares após a inserção da amostra. Teoricamente, espera-se que o calor específico
da amostra seja determinado pela quantidade de calor transferido para a água no calorímetro. Em
ambas as práticas, os procedimentos foram repetidos mais de uma vez para garantir a precisão
dos resultados. Este experimento fornece uma compreensão detalhada do calor específico de
metais e da capacidade térmica de um calorímetro. Os resultados teóricos esperados são
fundamentais para a validação dos resultados experimentais.
Introdução A visão do calor como um fluido foi desafiada
A história do estudo do calor específico e das por experimentos realizados por Graf Von Rumford
propriedades térmicas dos metais é rica e fascinante, e Joule. Rumford demonstrou que o calor poderia ser
com contribuições de muitos cientistas notáveis ao gerado pelo atrito mecânico, enquanto Joule
longo dos séculos. De acordo com Domiciano confirmou que o calor poderia ser convertido em
Marques, graduado em física, os gregos antigos, energia mecânica, estabelecendo a equivalência
incluindo Aristóteles, foram os primeiros a estudar o entre calor e energia.
calor e a temperatura, acreditando que o universo era Além disso, conforme consta no material
formado por quatro elementos: ar, água, terra e fogo. complementar da aula, escrito por Toginho Filho, D.
Kaline Coutinho, professora da IFUSP, traz em O, Joseph Black fez contribuições significativas ao
uma de suas aulas a evolução história do estudo do estudo do calor, introduzindo o conceito de calor
calor, fornecendo a informação de que, no século latente, que é o calor necessário para mudar o estado
XVII, Galileu e Newton propuseram que o calor de um corpo. Ele também estudou o calor sensível,
estava associado ao movimento microscópico das que segundo Adriano Scheid, professor de física da
partículas. UFPR, se refere à mudança de temperatura de um
No entanto, no século XVIII, outros cientistas, material quando o calor é adicionado ou removido,
incluindo Lavoisier, Fourier, Laplace e Poisson, sem mudança de fase.
propuseram que o calor era um fluido imutável Este trabalho acadêmico se baseia nesses
chamado "calórico". Domiciano Marques explica: fundamentos históricos para explorar a capacidade
térmica de um calorímetro e o calor específico dos
“A busca por uma explicação mais correta sobre metais. Através de experimentos práticos, buscamos
calor surgiu a partir do ano de 1600. Tal entender melhor as propriedades térmicas dos metais
explicação partiu da relação sobre o estudo da e a capacidade térmica de um calorímetro,
combustão. Em 1697, George Stahl propôs a
teoria do flogisto [...]. Essa teoria durou mais de contribuindo para o campo da termodinâmica.
meio século, sendo usada para explicar todas as As equações fundamentais que regem esses
reações químicas e a combustão, até que Joseph experimentos são derivadas dos princípios da
Black propôs que a combustão e a transferência termodinâmica. A primeira equação descreve a
de calor ocorriam em razão da presença de um
fluido, ao qual denominou calórico, que podia transferência de energia (calor) entre dois sistemas
passar de um corpo para outro. Lavoiser físicos A e B, que estão a diferentes temperaturas
derrubou a teoria do flogisto com a explicação, (TA e TB):
de forma satisfatória, dos fenômenos da
respiração e da combustão. Desta mesma época
são os experimentos de Benjamin Thompson 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = −𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 (1)
mostrando que o calor é energia transferida de
um corpo para outro." (MARQUES, Ou, considerando em módulo, ambos os valores
DOMICIANO).
são iguais.
A segunda equação define a capacidade térmica água dentro do calorímetro. A temperatura inicial da
C de um sistema: água e do calorímetro são iguais.
𝛥𝑄 Estas equações adicionais são fundamentais para
𝐶 = 𝛥𝑇 (2)
a compreensão do calor específico dos metais e da
capacidade térmica de um calorímetro. Elas formam
A terceira equação define o calor específico c de a base para a medição do calor específico em
uma substância: experimentos práticos, permitindo uma
𝐶
compreensão mais profunda das propriedades
𝑐=𝑚 (3) térmicas dos metais.
A quarta equação é uma reescrita da equação (2),
Procedimento experimental
aplicando o valor de C de acordo com a definição
(3): Esse experimento consistiu no método por
mistura de uma amostra aquecida colocada em
𝛥𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐. 𝛥𝑇 ⇒ 𝛥𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐. (𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 ) contato térmico com um volume de água com
(4) diferentes temperaturas dentro do calorímetro para
determinar a capacidade térmica dele e o calor
A quinta equação é derivada da equação (1) e da específico por mistura. Os materiais usados foram:
equação (4), e relaciona a temperatura de cada
sistema antes e depois do equilíbrio térmico: Béquer
Calorímetro
𝑚𝐴 ⋅ 𝑐𝐴 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐴 ) + 𝑚𝐵 ⋅ 𝑐𝐵 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐵 ) = 0 Balança de braço
Cronômetro
(5)
Termômetro –10 /110 °C
Sistemas de aquecimento
A sexta equação é uma versão modificada da
Amostra metálica
equação (5) que leva em conta a mudança de estado
físico de um dos sistemas:
Neste relatório, conduzimos duas práticas
𝑚𝐴 ⋅ 𝑐𝐴 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐴 ) + 𝑚𝐵 ⋅ 𝑐𝐵 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐵 ) + 𝑚𝐶 ⋅ 𝐿 = 0 distintas, cada uma com seus próprios
procedimentos e materiais específicos.
(6)
Na primeira prática, utilizamos um conjunto
padronizado de equipamentos, como béquer, sistema
Além das equações fundamentais apresentadas
de aquecimento, calorímetro, termômetro,
brevemente acima, no desenvolvimento do
cronômetro e balança. Em seguida, procedemos com
experimento e análise dos resultados, utilizou-se
a medição da temperatura ambiente e aquecemos
duas fórmulas principais, sendo elas:
500 ml de água em um béquer utilizando o sistema
𝑚𝐴 𝑔 ⋅𝑐𝐴𝑔 .(𝑇𝑓 −𝑇𝐴𝑔 ) de aquecimento, mantendo-a a aproximadamente
𝐶𝐶𝑎𝑙 = − (7) 50°C. Fizemos medidas da massa do calorímetro
(𝑇𝑓 −𝑇𝑐𝑎𝑙 )
vazio, da temperatura interna do calorímetro (Tcal)
e da temperatura da água aquecida (TAg) antes de
Esta equação é usada para determinar a ser colocada no calorímetro. Ao longo de um
capacidade térmica do calorímetro. Ela descreve o minuto, registramos as variações de temperatura da
equilíbrio térmico do sistema, onde os sistemas A e água aquecida no interior do calorímetro em
B são o calorímetro e a água dentro dele, intervalos de 10 segundos. A massa do calorímetro
respectivamente. Aqui, CCal é a capacidade térmica com água foi medida para determinar a massa
do calorímetro, cAg é o calor específico da água, mAg precisa da água, e o experimento foi repetido duas
é a massa de água dentro do calorímetro, TCal é a vezes. Os dados foram registrados na Tabela I.
temperatura inicial do calorímetro, TAg é a Na segunda prática, novamente registramos a
temperatura inicial da água, e Tf é a temperatura final temperatura ambiente e medimos a massa da amostra
após o equilíbrio térmico. a ser utilizada. Aquecemos a amostra em um béquer
Na sequência temos: contendo 500 ml de água a cerca de 60°C. Medimos
a temperatura interna no calorímetro (Tcal), a
−𝐶𝐶𝑎𝑙 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑐𝑎𝑙 ) − 𝑚𝐴 𝑔 ⋅ 𝑐𝐴𝑔 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐴𝑔 )
𝑐𝑎𝑚 = temperatura da água (200 ml) que foi introduzida no
𝑚𝑎𝑚 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑎𝑚 ) calorímetro (TAg) e a temperatura da água aquecida
(8) com a amostra ainda no béquer (Tam) antes de
inserirmos no calorímetro que foi então fechado. Ao
Esta equação é derivada da equação de equilíbrio longo de dois minutos, registramos as variações de
e é usada para determinar o calor específico de um temperatura no interior do calorímetro em intervalos
corpo de prova através da imersão em um volume de de 10 segundos. A massa do calorímetro com água
foi medida para determinar a massa precisa da água,
e esta prática foi repetida duas vezes também. Os A partir da Tabela I foi possível gerar um Gráfico
dados foram registrados na Tabela II. I no Excel®, relacionando esses valores, eles
encontram-se abaixo.
Resultados e discussões Gráfico I: Capacidade térmica do calorímetro.
Neste experimento dividiu-se em duas práticas Pratica 1
em que buscou-se determinar a capacidade térmica 53
do calorímetro e a determinação do calor específico
52
por mistura.
51
Temperatura °C
Prática 1 - Capacidade térmica do 50
calorímetro 49
48
Na primeira prática, exploramos a dependência
da temperatura em função do tempo. Onde pudemos 47
observar o comportamento térmico da água em um 0 10 20 30 40 50 60 70
calorímetro. Em ambos os procedimentos utilizamos Tempo (s)
o calorímetro de massa equivalente a 20,35 gramas Temp. 1° procedimento °C
e ao final de cada atividade, pesamos novamente o Temp. 2° procedimento °C
calorímetro com água, chegando nos valores de
215,8 e 219,9 gramas. Para calcularmos apenas a
massa de água subtraímos a massa do calorímetro Realizando a análise indicada na Figura 1 do
com água pela massa do calorímetro vazio sendo roteiro disponibilizado para os discentes pelo
195,45 e 199,55 gramas, respectivamente. Os dados professor para determinar a temperatura inicial e
estão apresentados logo abaixo em uma Tabela I, final do sistema água e calorímetro, podemos
além de um Gráfico I ilustrativo da dependência com concluir que a temperatura inicial e final do 1°
o tempo. procedimento foram respectivamente 51,8 e 52,7 °C
já em relação ao 2° procedimento foi de 48,1 e 47,8
Tabela I: Temperatura da água no calorímetro em relação °C.
ao tempo. Com os valores definidos podemos calcular a
Temp.
capacidade térmica dos dois procedimentos por meio
Temp. Temp. da Equação (7):
1° Temp. 2°
Tempo inicial inicial
procedi procedimen
(s) calorímetro calorímetro 𝑚𝐴 𝑔 ⋅𝑐𝐴𝑔 .(𝑇𝑓 −𝑇𝐴𝑔 )
mento to °C
(Tcal) °C
°C
(Tcal) °C 𝐶𝐶𝑎𝑙 = − (𝑇𝑓 −𝑇𝑐𝑎𝑙 )
(7)
0 24,4 51,8 25 48
48,1
Onde:
10 24,5 52,5 25,4
𝐶𝐶𝑎𝑙 = Capacidade térmica do calorímetro
20 24,6 52,7 25,6 48,1
𝑚𝐴 𝑔 = Massa de água dentro do calorímetro,
30 24,7 52,7 25,7 47,9
𝑐𝐴𝑔 = Calor específico da água (valor igual a 1 dado
40 24,7 52,7 25,8 47,8 no roteiro disponibilizado pelo docente)
50 24,8 52,6 25,8 47,8 𝑇𝑓 = Temperatura final após o equilíbrio térmico
60 24,9 52,5 25,9 47,7 𝑇𝐴𝑔 = Temperatura inicial da água
MÉDIA 24,7 25,7 𝑇𝑐𝑎𝑙 = Temperatura inicial do calorímetro (foi
utilizada a média final presente na Tabela I tanto
Analisando os resultados obtidos, detectamos para o 1° quanto para o 2° procedimento). As
uma discrepância nos dados, pois no primeiro e variações na temperatura inicial do calorímetro no 1°
segundo procedimento, observamos um aumento da e 2° procedimento muito provavelmente se devem
temperatura nos segundos iniciais, para então por conta do 2° experimento ter sido realizado logo
ocorrer uma diminuição na temperatura. Essa após o primeiro causando pequenas alterações na
variação muito se deve ao período necessário para temperatura por conta da absorção de calor do
que o termômetro alcance estabilidade. Porém alumínio e até mesmo a demora na estabilização do
mesmo com a variação de temperatura e demora na termômetro.
estabilidade do termômetro, podemos notar a
eficácia do isolamento térmico do calorímetro, 1° procedimento:
evidenciando sua capacidade de retardar a perda de
195,45⋅1.(52,7−51,8)
calor para o ambiente. 𝐶𝐶𝑎𝑙 = − (52,7−24,7)
= - 6,28
No primeiro procedimento, foi observado um
aumento inicial na temperatura, seguido por uma
2° procedimento: estabilização, com pequenas flutuações
possivelmente devido à imprecisão do termômetro
199,55⋅1.(47,8−48,1) ou erros na hora de manuseá-lo. No segundo
𝐶𝐶𝑎𝑙 = − (47,8−25,7)
= 2,71 experimento, houve uma queda inicial na
temperatura, seguida por uma estabilização em um
Fazendo a média da capacidade térmica do valor inferior.
calorímetro entre os dois procedimentos do A partir da Tabela II foi possível gerar um
encontramos o valor de -1,785 cal/°C. Gráfico II no Excel®, relacionando esses valores,
eles encontram-se abaixo.
Prática 2 - Calor específico por mistura
Gráfico II: Temperatura da água com a amostra no
calorímetro.
Já na segunda prática, exploramos a dependência
da temperatura em função do tempo. Onde pudemos Prática 2
obter o calor específico a partir de mistura. Para isso, 26,8
aquecemos uma amostra com massa igual a 61 26,6
gramas submersa em água a aproximadamente 60 °C
26,4
e então colocamos a amostra no calorímetro com
Temperatura °C
água em temperatura ambiente, em ambos os 26,2
procedimentos utilizamos novamente o calorímetro 26
de massa equivalente a 20,35 gramas e ao final de
cada procedimento, pesamos novamente o 25,8
calorímetro com água, chegando nos valores de 25,6
221,3 e 222,3 gramas. Para calcularmos apenas a
25,4
massa de água subtraímos a massa do calorímetro 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
com água pela massa do calorímetro vazio sendo Tempo (s)
200,95 e 201,95 gramas, respectivamente. Os dados
Temperatura 1º procedimento (°C)
estão apresentados logo abaixo em uma Tabela II,
além de um Gráfico II ilustrativo da dependência Temperatura 2º procedimento (°C)
com o tempo para observarmos a troca de calor entre
a amostra e a água. Realizando novamente a análise indicada na
Figura 1 do roteiro disponibilizado para os discentes
Tabela II: Análise da temperatura da água com a amostra
no calorímetro.
pelo professor para determinar a temperatura inicial
e final é possível notar que os pontos de extrapolação
Temp 1° se dão entre os pontos 1 e 2 tanto do 1° quanto do 2°
Temp 2°
Temp inicial
procedime
Temp inicial procedimento
procedimento, indicando assim que a temperatura
Tempo nto °C inicial do 1° procedimento mede 26,2 °C e a final
calorímetro calorímetro °C
(s) águatemp.
(Tcal) °C
ambiente+
(Tcal) °C águatemp.ambi 26,7 °C e a temperatura inicial do 2° procedimento
ente+amostra mede 26,6 °C e a final mede 25,6 °C.
amostra
Com os valores definidos podemos calcular a
0 24,3 26,2 24,7 26,6 capacidade térmica dos dois procedimentos por meio
da Equação (8):
10 24,4 26,7 25,1 25,6
20 24,5 26,7 25,3 25,6 −𝐶𝐶𝑎𝑙 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑐𝑎𝑙 ) − 𝑚𝐴 𝑔 ⋅ 𝑐𝐴𝑔 . (𝑇𝑓 − 𝑇𝐴𝑔 )
30 24,6 26,7 25,4 25,6 𝑐𝑎𝑚 =
𝑚𝑎𝑚 ⋅ (𝑇𝑓 − 𝑇𝑎𝑚 )
40 24,6 26,6 25,5 25,6 (8)
50 24,7 26,5 25,5 25,6
60 24,8 26,7 25,6 25,6 Onde:
𝐶𝐶𝑎𝑙 = Capacidade térmica do calorímetro
70 24,8 26,5 25,6 25,6
𝑚𝐴 𝑔 = Massa de água dentro do calorímetro,
80 24,8 26,7 25,5 25,6
𝑐𝐴𝑔 = Calor específico da água (valor igual a 1 dado
90 24,7 26,5 25,5 25,6
no roteiro disponibilizado pelo docente)
100 24,7 26,5 25,4 25,6 𝑇𝑓 = Temperatura final após o equilíbrio térmico
110 24,6 26,5 25,4 25,6 𝑇𝐴𝑔 = Temperatura pouco abaixo do ambiente da
120 24,5 26,7 25,4 25,6 água (medimos no laboratório como 24,3 °C)
24,6 25,4
𝑇𝑐𝑎𝑙 = Temperatura inicial do calorímetro (foi
MÉDIA
utilizada a média final presente na Tabela II tanto
para o 1° quanto para o 2° procedimento). As
variações na temperatura inicial do calorímetro no 1° cal/g.°C, sendo relativamente baixo. Alguns
e 2° procedimento muito provavelmente se devem materiais com um calor específico próximo desse
por conta do 2° procedimento ter sido realizado logo valor incluem o alumínio, que tem um calor
após o primeiro causando pequenas alterações na específico de cerca de 0,22 cal/g°C, e o ferro, que
temperatura por conta da absorção de calor do tem um calor específico de aproximadamente 0,11
alumínio e até mesmo a demora na estabilização do cal/g°C. No entanto, vale ressaltar que o valor exato
termômetro. do calor específico pode variar ligeiramente
𝑚𝑎𝑚 = Massa da amostra dependendo das condições específicas do material e
𝑇𝑎𝑚 = Temperatura da água aquecida com a amostra da temperatura, por conta disso o valor que
ainda dentro do béquer de aproximadamente 60 oC. encontramos no final da prática 2 pode ter passado
por essa variação devido as condições do laboratório
1° procedimento: precisão dos equipamentos utilizados como dito
anteriormente ao longo do relatório e também pode
1,785⋅(26,7−24,6)−200,95⋅1.(26,7−24,3) ter sido por conta de erros na hora de fazer as
𝑐𝑎𝑚 = = 0,24
61⋅(26,7−60) anotações por isso não chegamos a um valor exato e
sim em um valor entre o alumínio e o ferro.
Se realizado dentro de condições perfeitas, sem
contar com fatores adversos e condições especificas
2° procedimento: e até erros de anotação e falha dos equipamentos o
experimento poderia potencialmente permitir a
1,785⋅(25,6−25,4)−201,95⋅1.(25,6−24,3) determinação exata do material testado (no caso
𝑐𝑎𝑚 = 61⋅(25,6−60)
= 0,125
deste grupo o material utilizado foi o alumínio) com
base no seu calor específico, mas podemos
considerar que o resultado foi satisfatório visto que
Ao final fizemos a média do 1° e 2° chegamos no valor de 0,18 cal/g.°C e o alumínio tem
procedimento obtendo o calor específico médio da um calor específico de cerca de 0,22 cal/g°C.
amostra que foi de 0,18cal/g.°C.
Referências
Conclusões COUTINHO, Kalina. Calor e Temperatura. Instituto de
Física, Universidade de São Paulo, 2020. Disponível em:
Com base nos resultados obtidos nas duas https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5247151/mod_r
práticas experimentais, é evidente que a temperatura esource/content/4/Aula-Mar31-Calor-Slides.pdf. Acesso
não se estabilizou consistentemente ao longo do em: 29 de abril de 2024.
tempo em ambas as situações. Além disso, observou-
FILHO, T. [s.l: s.n.]. Calor específico de metais.
se uma discrepância entre os procedimentos,
Departamento de Física, Universidade Estadual de
refletindo em diferenças nos valores finais Londrina. Disponível em:
registrados em cada etapa da mesma prática. Por https://www.uel.br/pessoal/renatoikeoka/pages/arquivos/
exemplo, na primeira prática, as medições iniciais Fisica%20Aplicada%20a%20Engenharia%20II/CAL1_ca
apresentaram valores distintos entre o primeiro e o lor_especifico.pdf. Acesso em: 29 de abril de 2024.
segundo procedimento.
Também é notável que a execução dos SCHEID, Adriano. Propriedades térmicas.
procedimentos variou dentro de uma mesma prática. Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade
Enquanto em alguns gráficos as medições iniciais Federal do Paraná. Física Aplicada a Engenharia II.
Disponível em:
indicaram um aumento gradual da temperatura, em
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EME774/Aula
outros houve uma queda inicial, embora com uma 05_CM.pdf. Acesso em: 29 de abril de 2024.
leve oscilação em alguns casos.
Essas oscilações podem ter sido influenciadas SILVA, Domiciano Correa Marques da. Conceitos de
por possíveis erros no manuseio do termômetro ou calor através da história. Brasil Escola. Disponível em:
até erros ou demora para estabilização do https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conceitos-calor-
termômetro, o que dificultou a análise e a atraves-historia.htm. Acesso em: 29 de abril de 2024.
determinação dos dados finais, especialmente em um
dos gráficos onde a temperatura variou
significativamente após os pontos de extrapolação.
As divergências também podem ser atribuídas à
influência do tempo nos processos térmicos, pois os
intervalos para análise de troca de calor foram curtos
podendo influenciar na precisão.
Além disso, é importante destacar que o calor
específico do material encontrado foi de 0,18