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Apostila

O documento apresenta a trajetória de um enfermeiro e professor que atua na educação da enfermagem no Brasil, além de abordar a anatomia do sistema respiratório e as técnicas de oxigenoterapia. Também discute procedimentos de aspiração das vias aéreas, incluindo aspiração aberta e fechada, e a montagem dos sistemas de oxigenoterapia e aspiração. As informações são relevantes para profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, em contextos de emergência e cuidados intensivos.

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marcellalima301
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Apostila

O documento apresenta a trajetória de um enfermeiro e professor que atua na educação da enfermagem no Brasil, além de abordar a anatomia do sistema respiratório e as técnicas de oxigenoterapia. Também discute procedimentos de aspiração das vias aéreas, incluindo aspiração aberta e fechada, e a montagem dos sistemas de oxigenoterapia e aspiração. As informações são relevantes para profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, em contextos de emergência e cuidados intensivos.

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Quem é o Professor

Enfermeiro de Formação, egresso de


uma universidade estadual no interior
do Ceará, filho de uma técnica de
enfermagem e um porteiro.

Fez pós-graduação em Urgência e


Emergência, fundou o 2ºMaior Canal
de Enfermagem do Brasil, é docente da
pós graduação da TELOS-CE e
professor da equipe do Professor
Rômulo Passos

Servidor Público do Estado do Ceará,


atua como enfermeiro assistencial da
Emergência do Albert Sabin – Fortaleza

Há 05 anos vem se dedicando a


transformar a educação da
enfermagem brasileira através da
internet.

@ProfIvoSales

/DescomplicaEnfermagem
Sistema Respiratório – Revisão
Anatômica

O sistema respiratório é
responsável pelas trocas gasosas
entre o organismo e o ambiente,
fornecendo oxigênio (O₂) ao
sangue e eliminando o gás
carbônico (CO₂). Ele é dividido em
duas partes principais:

1. Vias aéreas (ou vias de condução)

Conduzem o ar até os pulmões, aquecendo, umidificando e filtrando o ar inspirado.

Nariz e cavidade nasal: Entrada do ar. Possui pelos, muco e cornetos que filtram, aquecem e
umidificam.
Faringe: Canal comum ao sistema respiratório e digestivo. Divide-se em nasofaringe, orofaringe e
laringofaringe.
Laringe: Contém as pregas vocais (cordas vocais). Atua na fonação e proteção das vias aéreas
(epiglote).
Traqueia: Tubo cartilaginoso que conduz o ar aos brônquios. Revestida por epitélio ciliado que
remove partículas.
Brônquios: Brônquios principais: direito e esquerdo (entram nos pulmões). Ramificam-se em
brônquios secundários e terciários.
Bronquíolos: Ramos menores sem cartilagem. Terminam nos bronquíolos respiratórios, que dão
acesso aos alvéolos.

2. Zona respiratória (trocas gasosas)


Local onde ocorrem as trocas gasosas entre ar e sangue.

Alvéolos pulmonares: Pequenos sacos com paredes finas e permeáveis. Rodeados por capilares
sanguíneos. Realizam a hematose (oxigênio entra e CO₂ sai).

Pulmões: Dois órgãos esponjosos e elásticos, localizados na cavidade torácica. Revestidos por
uma membrana chamada pleura (visceral e parietal). O pulmão direito tem 3 lobos; o esquerdo,
2 lobos (espaço para o coração).
Diafragma: Músculo em forma de cúpula que separa tórax do abdome. Principal músculo da
inspiração. Na contração: desce → aumenta o volume torácico → o ar entra.
Oxigenoterapia de Alto Fluxo e Baixo Fluxo

A diferença entre a oxigenoterapia de baixo e alto fluxo está principalmente na capacidade do


sistema de atender ou não à demanda ventilatória total do paciente, ou seja, se fornece todo o
volume de gás inspirado (alto fluxo) ou apenas parte dele (baixo fluxo)

Oxigenoterapia de Baixo Fluxo: Sistemas que não fornecem todo o volume inspirado pelo
paciente. O oxigênio fornecido é misturado com o ar ambiente, e a FiO₂ (fração inspirada de
oxigênio) varia conforme o padrão respiratório do paciente.

Características:
FiO₂ é imprevisível e variável (pode mudar com a frequência e profundidade da respiração).
Indicado para pacientes com respiração estável e espontânea.

Dispositivo Fluxo (L/min) FiO₂ aproximada


Cânula nasal 1–6 L/min 24–40%
Máscara simples 5–10 L/min 35–60%
Máscara com reservatório
10–15 L/min até 90%
(não reinalante)

Oxigenoterapia de Alto Fluxo: Sistemas que fornecem um fluxo igual ou superior à demanda
ventilatória total do paciente, com controle preciso da FiO₂. O ar fornecido é umidificado,
aquecido e administrado em alto volume.

Características: FiO₂ controlada e constante, independente da ventilação do paciente.


Ajuda na lavagem do espaço morto nasal, melhora da oxigenação e redução do esforço
respiratório.

Dispositivo Fluxo típico FiO₂


Cânula nasal de alto fluxo
(HFNC - High Flow Nasal 30–70 L/min 21–100%
Cannula)
Máscara de Venturi
(controlada, mas não alto 4–15 L/min 24–50% (com precisão)
fluxo verdadeiro)
Montagem do Sistema de Oxigenoterapia

1. Régua de gases medicinais (ou ponto de


saída de O₂)
Localizada na parede ou cabeceira hospitalar.
Contém saídas para gases como oxigênio (O₂), ar
comprimido (Ar) e vácuo.
A saída de oxigênio é padronizada (geralmente
com conector tipo pino metálico ou engate
rápido).
Verificar se está funcionando corretamente e
se está conectada à rede hospitalar ou cilindro.

2. Fluxômetro
•Equipamento que regula o fluxo de oxigênio em litros por minuto (L/min).
•Conectado diretamente à régua de oxigênio.
•Possui escala vertical com indicador flutuante (bolinha) para leitura do fluxo.
Deve ser ajustado conforme a prescrição médica.

3. Umidificador de oxigênio (quando indicado)


•Frasco com tampa rosqueável, conectado ao fluxômetro.
•Contém água estéril até um nível indicado.
•Serve para umidificar o oxigênio, evitando ressecamento das vias aéreas
(especialmente em fluxos acima de 3 L/min ou em uso prolongado).
Conectar o frasco ao fluxômetro e preencher com água estéril antes do uso.

Cateter Nasal Tipo Óculos Máscara de Venturi


1 a 6 ℓ/min: 24 a 44% 24 a 50%

Máscara Não reinalante


10 a15 ℓ/min: 60 a 90%
Como saber se tem oxigênio suficiente?

Volume X Pressão
Fluxo

O cálculo da duração de um cilindro de oxigênio é fundamental para garantir a


administração segura e contínua, especialmente em atendimentos domiciliares, transporte
de pacientes ou ausência de rede canalizada
Art. 2º Os pacientes graves, submetidos a intubação orotraqueal ou traqueostomia, em
unidades de emergência, de internação intensiva, semi intensivas ou intermediárias, ou
demais unidades da assistência, deverão ter suas vias aéreas privativamente aspiradas
por profissional Enfermeiro, conforme dispõe a Lei do Exercício Profissional da
Enfermagem.

Art. 3º Os pacientes atendidos em Unidades de Emergência, Salas de Estabilização de


Emergência, ou demais unidades da assistência, considerados graves, mesmo que não
estando em respiração artificial, deverão ser aspirados pelo profissional Enfermeiro,
exceto em situação de emergência, conforme dispõe a Lei do Exercício Profissional de
Enfermagem e Código de Ética do Profissional de Enfermagem – CEPE.

Art. 4º Os pacientes em unidades de repouso/observação, unidades de internação e em


atendimento domiciliar, considerados não graves, poderão ter esse procedimento realizado
por Técnico de Enfermagem, desde que avaliado e prescrito pelo Enfermeiro, como parte
integrante do Processo de Enfermagem.

Art. 5º Os pacientes crônicos, em uso de traqueostomia de longa permanência ou definitiva


em ambiente hospitalar, de forma ambulatorial ou atendimento domiciliar, poderão ter
suas vias aéreas aspirada pelo Técnico de Enfermagem, desde que devidamente avaliado
e prescrito pelo Enfermeiro, como parte integrante do Processo de Enfermagem.
A aspiração das vias aéreas é um procedimento técnico realizado para remover secreções,
fluidos ou materiais estranhos das vias respiratórias de um paciente que não consegue
eliminá-los sozinho, preservando a permeabilidade das vias aéreas e garantindo uma
ventilação adequada.
ASPIRAÇÃO ABERTA: Sistema não acoplado permanentemente ao circuito ventilatório. A
equipe desconecta o paciente do ventilador para introduzir uma sonda estéril diretamente no
tubo endotraqueal ou traqueostomia.

Características:
•Requer técnica estéril (uso de luvas estéreis e campo limpo).
•O circuito do ventilador é interrompido durante o procedimento.
•Frequentemente usada em ambientes com poucos recursos ou em aspirações ocasionais.

Vantagens:
•Mais barato.
•Permite limpeza mais completa quando há secreção muito espessa.

Desvantagens:
•Maior risco de infecção (pneumonia associada à ventilação – PAV).
•Perda de PEEP e oxigenação durante a desconexão.
•Maior instabilidade hemodinâmica e respiratória, especialmente em pacientes críticos.

ASPIRAÇÃO FECHADA: Sistema de aspiração acoplado permanentemente ao circuito


ventilatório, com sonda envolta em capa estéril que permite aspiração sem desconectar o
paciente do ventilador.
Características:
•A sonda é conectada ao tubo endotraqueal/traqueostomia por uma válvula.
•Permite aspiração em circuito fechado, reduzindo contaminação.
•Muito usada em UTIs, especialmente em pacientes com ventilação mecânica contínua.

Vantagens:
•Mantém a oxigenação e a pressão de vias aéreas (PEEP).
•Reduz o risco de infecção.
•Mais segura para pacientes graves, instáveis ou com alta demanda ventilatória.

Desvantagens:
•Custo mais elevado.
•Pode acumular secreções na sonda se não for lavada adequadamente.

A aspiração fechada corrobora os esforços respiratórios de um paciente, pois permite a


administração contínua de oxigênio enquanto a aspiração é realizada e reduz o risco de
dessaturação de oxigênio.
Na maioria dos casos, use técnica estéril para aspirar, pois a orofaringe e a traqueia são
consideradas estéreis. A boca é considerada limpa; portanto, requer apenas uma técnica
limpa.

Ao aspirar tanto a orofaringe quanto a traqueia, sempre aspire a traqueia (estéril) antes da
orofaringe (limpa) (Wiegand, 2017)

Cada tipo de aspiração requer o uso de um cateter flexível de ponta arredondada com orifícios
nas laterais e na extremidade. Na aspiração, você aplica pressões negativas (80 a 150
mmHg em adultos) durante a remoção do cateter e nunca na inserção (Urden et al., 2020;
Wiegand, 2017).

A avaliação do paciente determina a frequência da aspiração. É indicada quando roncos, sons


de respiração borbulhante e sons de respiração diminuídos são audíveis à auscultação ou
quando há presença de secreções visíveis depois que outros métodos para remoção de
secreções da via
respiratória tiverem falhado.

Não há evidência que corrobore o uso de aspiração programada. Aspiração


demasiadamente frequente coloca os pacientes em risco de desenvolver hipoxemia,
hipotensão, arritmias e possíveis traumatismos na mucosa dos pulmões (Urden et al., 2020;
Wiegand, 2017).

Aspiração orofaríngea e nasofaríngea.

Realize a aspiração orofaríngea ou nasofaríngea quando


o paciente conseguir tossir eficientemente mas for
incapaz de eliminar as secreções por meio da
expectoração. Aplique a aspiração depois que o
paciente tiver tossido. Uma vez que as secreções
pulmonares diminuírem e o paciente estiver menos
fatigado, ele poderá, então, expectorar ou engolir o
muco, tornando a aspiração desnecessária.
Aspiração orotraqueal ou nasotraqueal.

Realize a aspiração orotraqueal ou nasotraqueal quando um paciente com secreções


pulmonares for incapaz de manejar as secreções por meio da tosse e não houver via
respiratória artificial nesse paciente. Passe um cateter estéril pela boca ou nariz até chegar à
traqueia. O nariz é a rota preferida, pois há mínima estimulação do reflexo faríngeo. O
procedimento é semelhante à aspiração nasofaríngea, porém o cateter é avançado além, até a
traqueia do paciente. Todo o procedimento, desde a passagem do cateter até sua remoção, é
feito rapidamente, em no máximo 10 a 15 segundos (Wiegand, 2017). Deixe o paciente
descansar entre as passagens do cateter. Se o paciente desenvolver angústia respiratória,
interrompa a aspiração, a menos que o acúmulo de secreções esteja causando a angústia.
Aspiração traqueal.

Realize a aspiração traqueal por meio de uma via respiratória artificial, como um TE ou TT. O
tamanho do cateter deve ser o menor possível, mas suficientemente grande para remover as
secreções.

Nunca aplique pressão de aspiração enquanto estiver inserindo o cateter para evitar
traumatismos na mucosa do pulmão. Uma vez inserido o cateter até o ponto necessário,
mantenha a pressão de aspiração entre 80 e 120 mmHg (Wiegand, 2017) enquanto vai
removendo o cateter. Aplique aspiração intermitente somente enquanto estiver removendo o
cateter. Girar o cateter intensifica a remoção das secreções aderidas nas laterais da via
respiratória

A prática de instilação de solução salina (ISS) normal nas vias respiratórias artificiais para
melhorar a remoção das secreções pode ser perigosa e não é recomendada.

Aspiração por Sistema Aspiração por Sistema

Quando aspirar um paciente?


1. Na presença de Secreção visível
2. Ausculta traqueal (crepitação)
3. Queda da SatO2
4. Desconforto respiratório
Montagem do Sistema de Aspiração

1. Régua de vácuo (ou saída de aspiração)


•Localizada na parede, ao lado da régua de oxigênio.
•Conectada à rede de vácuo hospitalar (ou a aspiradores
portáteis, se não houver sistema fixo).
•Ponto inicial do sistema de aspiração.

Ação: Verifique se há pressão de vácuo ao abrir o


controle da régua (deve-se ouvir o “sopro”).

2. Regulador de vácuo (manômetro de aspiração)


•Controla a intensidade da pressão negativa aplicada ao sistema.
•Pressão segura recomendada:
• Neonatos: 80–100 mmHg
• Pediátricos: 100–120 mmHg
• Adultos: 100–150 mmHg
Ação: Conectar o regulador à régua de vácuo e ajustar o nível conforme o paciente.
3. Frasco coletor
•Conectado ao regulador.
•Recolhe todo o conteúdo aspirado (secreções, sangue, etc.).
•Deve conter tampa com sistema de entrada/saída e válvula de segurança.
•Pode ser:
• Frasco de vidro ou plástico reutilizável, autoclavável
• Frasco descartável com sistema fechado (uso único)
Ação: Conectar o frasco ao regulador usando a mangueira de vácuo (tubo
grosso e curto).

4. Mangueira de aspiração (tubo intermediário)


•Tubo de silicone ou PVC que conecta o frasco ao paciente (via sonda).
•Flexível, transparente, comprido.
•Possui duas extremidades:
• Uma no bico lateral do frasco coletor
• Outra que será conectada à sonda de aspiração
Ação: Conecte firmemente ao bico do frasco e deixe a outra ponta pronta para acoplar a
sonda.

5. Sonda de aspiração
•Tubo fino, estéril, de PVC, usado para introdução nas vias aéreas.
•Existem diferentes calibres, medidos em French (Fr):
• Neonatos: 6–8 Fr
• Pediátricos: 8–10 Fr
• Adultos: 12–14 Fr
Ação: Abra a sonda com técnica estéril, conecte-a à mangueira intermediária e mantenha-a
estéril até a introdução.
Materiais

1. Sonda de aspiração
2. Luva estéril
3. Gazes
4. Soro Fisiológico

Nasofaríngea:

Conforme o paciente respira profundamente, insira o cateter seguindo a anatomia natural do


nariz; incline o cateter ligeiramente para baixo e avance até a parte posterior da faringe. Não
force a passagem pelas narinas.

Em adultos, insira aproximadamente 16 cm do cateter; em crianças mais velhas, de 8 a 12 cm;


em bebês e crianças pequenas, de 4 a 7,5 cm.

A regra de ouro é inserir o cateter na distância entre a ponta do nariz (ou boca) até o ângulo da
mandíbula.
Nasotraqueal:

Conforme o paciente respira profundamente, coloque o cateter seguindo a anatomia natural do


nariz. Avance o cateter, ligeiramente inclinado e para baixo, até exatamente acima da entrada da
laringe e, então, na traqueia.

Enquanto o paciente respira profundamente, insira rapidamente o cateter: em adultos, insira


aproximadamente 16 a 20 cm na traqueia.

O paciente começará a tossir; então retraia o cateter 1 a 2 cm antes de aplicar aspiração.


Observação: em crianças mais velhas, insira de 16 a 20 cm; em bebês e crianças pequenas, de 8
a 14 cm.
Aplique aspiração intermitente por, no máximo, 10 a 15 s tampando e destampando o respiro
do cateter com o polegar não dominante.

Enxágue o cateter e as linhas de conexão com solução salina normal ou água até que estejam
limpas.

Avalie se há necessidade de repetir a aspiração. Não passe o cateter mais do que duas vezes em
uma sessão. Permita que o paciente descanse pelo menos 1 min (AARC, 2010a; Wiegand, 2017).
Peça ao paciente que respire profundamente e tussa
Tecnica de aspiração em via aérea artificial

Com a ajuda da terapia respiratória, quando o


paciente tem uma via respiratória artificial,
hiperoxigene o paciente com oxigênio a 100% por
pelo menos 30 a 60 s antes da aspiração

Sem aplicar aspiração, delicadamente, porém


rapidamente, insira o cateter na via respiratória
artificial usando o polegar e o indicador
dominantes (é melhor tentar coincidir o momento
de inserção do cateter na via respiratória artificial
com o da inspiração)

Avance o cateter até que o paciente tussa, que é


usualmente 0,5 a 1 cm abaixo do nível do tubo;
então, recue o cateter 1 cm antes de iniciar a
sucção (Billington e Luckett, 2019).
Aplique aspiração intermitente por 10 a 15s (Wiegand, 2017). Aplique aspiração intermitente
tampando e destampando o respiro do cateter com o polegar não dominante; retire lentamente
o cateter girando-o para frente e para trás entre o polegar e o indicador.

Não aspire por mais de 15 s. Encoraje o paciente a tossir. Fique atento a angústia respiratória.
Introdução
Os drenos cirúrgicos são dispositivos utilizados para eliminar líquidos orgânicos (sangue,
secreções, exsudatos) de cavidades corporais, prevenindo infecções, acúmulo de fluidos e
facilitando a cicatrização. O cuidado com drenos exige conhecimento técnico, vigilância
contínua e habilidades específicas da enfermagem.

Classificação dos drenos


Os drenos podem ser classificados conforme:

Quanto ao sistema de drenagem:


•Aberto: contato direto com o meio externo
Ex: Penrose
•Fechado: conexão a um sistema coletor
Ex: Portovac, Système de Blake

Quanto ao tipo de pressão:


•Por gravidade
•Por sucção (ativa ou passiva)
Ativa: utiliza pressão negativa (aspiração)
Passiva: depende da gravidade ou diferença de pressão

Quanto à constituição do dreno:


•Simples: silicone, borracha, PVC
•Com sistema coletor: Hemovac, Portovac, dreno de Stryker

Principais tipos de drenos

Tipo de Dreno Sistema Indicação Exemplo


Cirurgias
Drena líquidos de
Penrose Aberto / Passivo abdominais,
feridas
neurocirurgias
Cirurgias
Aspiração contínua
Portovac Fechado / Ativo ortopédicas e
por pressão
abdominais
Cirurgias Pressão negativa por
Hemovac Fechado / Ativo
ortopédicas mola
Pneumotórax, Remove ar ou líquido
Dreno de Tórax Fechado / Ativo
hemotórax da cavidade pleural
Cuidados de enfermagem com drenos

Higiene e antissepsia:
Realizar curativo com técnica asséptica
Observar sinais de infecção (rubor, calor, dor, exsudato purulento)
Monitoramento:
Verificar quantidade, aspecto e odor da drenagem
Registrar no prontuário (volume, características, horário)
Segurança:
Evitar tração, torção ou obstrução do dreno
Manter o sistema abaixo do nível da incisão
Não abrir sistemas fechados sem prescrição médica

Comunicação:
Informar equipe multiprofissional sobre alterações importantes
Sinalizar o uso de drenos nas transferências intra-hospitalares

Tipos de Drenagem

• Serosa: Plasma claro, aquoso


• Serosanguinolenta: Drenagem pálida e aquosa com vestígio de sangue
• Sanguinolenta: Sangramento recente
• Purulenta: Drenagem espessa, amarela, verde
Dreno de Penrose Dreno de Kehr Dreno de Sucção

Dreno de Tórax
Dreno de Tórax
O dreno de tórax é um dispositivo
médico inserido na cavidade
torácica, entre as pleuras, com o
objetivo de remover ar, sangue,
pus ou outros líquidos do espaço
pleural. Ele ajuda a restabelecer a
pressão negativa intrapleural,
permitindo a reexpansão
pulmonar.

Indicações Principais

Situação clínica Descrição

Pneumotórax Presença de ar no espaço pleural

Hemotórax Presença de sangue no espaço pleural

Derrame pleural Acúmulo de líquido (ex: pleurisia, ICC)

Empiema Presença de pus (infecção)

Quilotórax Dreno linfático devido a trauma torácico

Componentes do sistema de drenagem torácica

O dreno de tórax geralmente faz parte de um sistema fechado com selo d’água (ou sistema de
drenagem a vácuo):

1.Tubo torácico (dreno) – Inserido entre os espaços intercostais, geralmente no 4º ou 5º


espaço, linha axilar média.
2.Sistema coletor – Frasco ou reservatório, geralmente com três compartimentos:
3.Selo d’água – Impede o refluxo de ar ou líquido para dentro do tórax.
4.Conexões – Tubos estéreis que interligam o dreno ao sistema.

Princípio do selo d’água


Funciona como uma válvula unidirecional:

•Permite saída de ar ou líquido do espaço pleural.


•Impede entrada de ar da atmosfera para dentro do tórax.
Cuidados de enfermagem

1. Avaliar o posicionamento e fixação do dreno.


2. Observar o tipo de drenagem: sanguinolenta, serosa, purulenta, quilosa ou presença de
bolhas.
3. Verificar o selo d’água:
1. Leve oscilação com a respiração é esperada.
2. Bolhas contínuas podem indicar fístula ou vazamento de ar.
4. Manter o sistema sempre abaixo do nível do tórax.
5. Não clampear o dreno, exceto sob prescrição ou durante troca de frasco.

Remoção do dreno de tórax

Critérios:
•Ausência de escape de ar.
•Drenagem <100 mL/24h.
•Radiografia de tórax mostrando reexpansão
pulmonar.

Cuidados:
•Avaliar sinais vitais antes e após.
•Fazer curativo compressivo no local.
•Observar por pneumotórax de retorno.

Remoção
1. Paciente em decúbito dorsal elevado ou semi-Fowler, com apoio no braço do lado
afetado.
2. Calçar luvas estéreis.
3. Soltar as suturas de fixação (caso existam).
4. Pinçar o dreno com a hemostática.
5. Solicitar a manobra de Valsalva (Hiper insuflação pulmonar)
6. Remover o dreno com tração contínua e firme.
7. Imediatamente após a retirada, oculte o orifício com curativo compressivo estéril com
gaze dobrada (ou curativo oclusivo com fita micropore firme).
Revisando Anatomia

O sistema digestório é responsável pela digestão,


absorção de nutrientes e eliminação de resíduos.
Ele é formado por um conjunto de órgãos tubulares
e glândulas acessórias, que trabalham de forma
coordenada.
Órgãos do TUBO DIGESTIVO

1.Boca: início da digestão, com mastigação (dentes) e


ação da saliva (amilase salivar).
2.Faringe: conduz o bolo alimentar da boca até o
esôfago.
3.Esôfago: tubo muscular que leva o alimento ao
estômago por movimentos peristálticos.
4.Estômago: faz a digestão química de proteínas com
o ácido clorídrico e a pepsina.
5.Intestino delgado: principal local de absorção de
nutrientes.
1. Duodeno, Jejuno, Íleo
6.Intestino grosso: absorção de água e formação das
fezes.
1. Ceco, Cólons, Reto e Ânus

Glândulas Anexas (Acessórias) Elas produzem substâncias


que auxiliam a digestão:

•Glândulas salivares: produzem saliva para lubrificar e


iniciar digestão.
•Fígado: produz bile, que emulsifica gorduras.
•Vesícula biliar: armazena e libera bile no duodeno.
•Pâncreas: secreta suco pancreático com enzimas
digestivas e bicarbonato.
SONDA DE LEVINE

•Uso mais comum: pós-operatórios, obstruções


intestinais, vômitos intensos, hemorragia digestiva alta.
•Funções:
• Drenar secreções gástricas (sangue, sucos,
etc.).
• Aliviar distensão abdominal.
• Lavar o estômago (lavagem gástrica).
•Aspecto: tubo calibroso, com orifícios laterais,
marcações externas para medição.

SONDA DE DOBBHOFF

•Uso mais comum: pacientes com disfagia, AVC,


intubação, risco de broncoaspiração ou jejum
prolongado.
•Funções:
• Fornecer dieta enteral líquida,
medicamentos ou hidratação.
• Minimizar risco de refluxo gástrico.
•Aspecto: sonda mais fina e maleável, geralmente
com ponta metálica flexível para facilitar avanço
peristáltico.

Sonda de Levine Sonda de Dobhoff


Drenagem gástrica ou Nutrição enteral
Finalidade principal
descompressão (alimentação)
Intestino delgado (duodeno
Local de
Estômago ou jejuno), mas pode ficar no
posicionamento
estômago
Nasal → pós-pilórica
Via de inserção Nasal/oral → estômago
(estômago ou além)
Sonda mais rígida e calibrosa Sonda fina e flexível
Estrutura
(ex: 12–18 Fr) (geralmente 8–12 Fr)
Poliuretano ou silicone, mais
Material PVC ou silicone, mais rígido
maleável
Confirmação do Preferencialmente
Clínica + aspiração gástrica
posicionamento radiológica (RX de abdome)
Qual o Melhor posicionamento da sonda, no estômago ou no intestino?

Indicações da posição Enteral

1. Pancreatite aguda
2. Gastroparesia
3. Rebaixamento nível de consciência sem proteção de va
4. Dependente de VNI
Materiais Necessários
1. Sonda
2. Lubrificante
3. Gaze
4. Fixação
5. Luva de Procedimento
6. Seringa de 20ml
7. Estetoscópio

Mensuração do Tamanho da Sonda


• 13cm para RN <750g
• 15cm para RN entre 750-99g
• 16cm para RN entre 1.000 e 1249g
• 17cm para RN entre 1250-1499g

Pediatria: Nariz + Orelha + PM apen. Xifoide a umbigo


Adulto: Orelha + Xifoide + Umbigo

Adicione de 20 a 30 cm em casos de sondas pós-pilóricas.

Sonda Dobbhoff bem posicionada Sonda Dobbhoff alocada no pulmão


Passo a passo do Procedimento
Coloque uma toalha de banho sobre o tórax do paciente. Mantenha lenços de papel ao alcance.

Determine o comprimento da sonda a ser inserida e marque o local com esparadrapo ou tinta
permanente. Algumas sondas têm marcações em centímetros.

Se estiver usando uma guia, certifique-se de que ela esteja posicionada seguramente dentro da
sonda.

Prepare os materiais de fixação da sonda (p. ex., membrana curativa, dispositivo de fixação de
sonda ou tira pré-cortada de esparadrapo hipoalergênico de 10 cm de comprimento).

Calce luvas de procedimentos.

Opção: Mergulhe a sonda com lubrificante superficial em um copo de água em temperatura


ambiente ou aplique lubrificante hidrossolúvel

Ofereça ao paciente um copo de água com canudo (se o paciente estiver alerta e conseguir
engolir).

Inserção da sonda. Explique os próximos passos e insira delicadamente a sonda pela narina até
o fundo da garganta (nasofaringe posterior). Isso pode causar ânsia de vômito no paciente.
Oriente o movimento para trás e para baixo em direção à orelha

Faça o paciente respirar profundamente, relaxar e flexionar a cabeça em direção ao peito depois
de passar a sonda pela nasofaringe.

Encoraje o paciente a tomar pequenos goles de água. Avance a sonda conforme o paciente
engole. Gire a sonda delicadamente a 180° enquanto a estiver inserindo.

Não avance a sonda durante inspirações ou tosse, pois é mais provável que ela entre no trato
respiratório.

Avance a sonda cada vez que o paciente engolir até que seja alcançado o ponto desejado

Mantenha a sonda firmemente fixada e verifique seu posicionamento aspirando os conteúdos


estomacais para mensurar o pH gástrico. Verifique também quantidade, cor e qualidade do
retorno.

Realize a fixação da Sonda

Entre em contato com o departamento de radiologia para tirar uma radiografia do tórax/abdome
Revisando a Anatomia

A anatomia do sistema excretor, também conhecido


como sistema urinário, é responsável pela filtração do
sangue, formação da urina e sua eliminação do corpo.
Ele é composto por quatro estruturas principais: rins,
ureteres, bexiga urinária e uretra.
1. Rins
São dois órgãos localizados na parte posterior do
abdome, um de cada lado da coluna vertebral,
geralmente entre as vértebras T12 e L3. O rim direito é
ligeiramente mais baixo por causa do fígado.

Anatomia externa:
•Cápsula renal: camada mais externa, fibrosa e protetora.
•Córtex renal: camada logo abaixo da cápsula, rica em néfrons.
•Medula renal: formada por estruturas chamadas pirâmides renais, cujos ápices são os
papilas renais.
•Seio renal: espaço interno que abriga os cálices renais e a pelve renal.
Revisando a Anatomia

Anatomia interna – Néfron (unidade funcional):


Cada rim contém cerca de 1 milhão de néfrons, que filtram o sangue e formam a urina.
•Corpúsculo renal:
• Glomérulo: rede de capilares onde ocorre a filtração.
• Cápsula de Bowman: envolve o glomérulo e coleta o filtrado.
•Túbulos renais:
• Túbulo contorcido proximal: reabsorve nutrientes, íons e água.
• Alça de Henle: concentra a urina, com reabsorção de água e sódio.
• Túbulo contorcido distal: regula íons e pH.
• Túbulo coletor: recebe urina de vários néfrons e a conduz para a pelve renal.

Ureteres
São dois tubos musculares com cerca de 25 a 30 cm de comprimento, que conectam cada rim
à bexiga urinária.

Bexiga urinária
Órgão muscular e oco, localizado na pelve, função: armazenar urina até a micção.
Anatomia:
Trígono vesical: região triangular entre as aberturas dos ureteres e o início da uretra.
Músculo detrusor: camada muscular que se contrai para expulsar a urina.
Esfíncteres uretrais:
Interno (involuntário): formado por músculo liso.
Externo (voluntário): formado por músculo estriado, controlado conscientemente.
Uretra
Canal que conduz a urina da bexiga ao meio externo. A anatomia difere entre os sexos:
Feminina:
•Curta (aproximadamente 4 cm).
•Vai do assoalho da bexiga até o vestíbulo vaginal (entre o clitóris e o óstio vaginal).
Masculina:
•Longa (aproximadamente 20 cm) e possui função urinária e reprodutora.
•Segmentos:
• Uretra prostática: atravessa a próstata.
• Uretra membranosa: curta, passa pelo assoalho pélvico.
• Uretra peniana (esponjosa): percorre o corpo esponjoso do pênis até o meato
uretral.
Revisando a Fisiologia

Os rins são órgãos vitais e altamente especializados que desempenham múltiplas funções
essenciais para a homeostase do organismo. Suas principais funções incluem:
1. Filtração do sangue
•Os rins filtram cerca de 180 litros de sangue por dia, removendo produtos tóxicos do
metabolismo (como ureia, creatinina e ácido úrico).
•Essa filtração ocorre nos glomérulos, estruturas especializadas dentro dos néfrons.

2. Formação da urina
A urina é formada em três etapas:
Filtração glomerular (filtra o plasma).
Reabsorção tubular (recupera água, glicose, sódio, etc.).
Secreção tubular (elimina substâncias como íons H⁺, amônia, e fármacos).
O resultado final é a urina, com volume e composição ajustados conforme as necessidades do
corpo.

3. Regulação do equilíbrio hídrico


Controlam a quantidade de água retida ou eliminada do organismo, ajustando a concentração
urinária conforme o estado de hidratação.

4. Regulação do equilíbrio eletrolítico


Mantêm concentrações adequadas de íons como sódio (Na⁺), potássio (K⁺), cálcio (Ca²⁺),
magnésio (Mg²⁺), bicarbonato (HCO₃⁻) e cloro (Cl⁻) no sangue.

5. Regulação do pH sanguíneo
Os rins excretam íons hidrogênio (H⁺) e reabsorvem bicarbonato (HCO₃⁻) para manter o pH
sanguíneo entre 7,35 e 7,45, essencial para o funcionamento enzimático.

6. Regulação da pressão arterial


Produzem a enzima renina, que inicia o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA),
regulando o volume sanguíneo e a pressão arterial.
Também modulam a excreção de sódio, afetando o volume extracelular.

7. Função endócrina
Os rins produzem hormônios importantes:
Eritropoetina: estimula a produção de hemácias na medula óssea.
Calcitriol (forma ativa da vitamina D): regula o metabolismo de cálcio e fósforo.
Renina: já citada na regulação da PA.

8. Função metabólica
Participam na gliconeogênese (formação de glicose a partir de precursores não-carboidratos),
principalmente em situações de jejum prolongado
Fatores que influenciam na eliminação vesical

A eliminação urinária é um processo fisiológico complexo, que depende da função renal


adequada, da integridade das vias urinárias, do controle neurológico e de fatores
comportamentais e ambientais. Qualquer alteração nesses aspectos pode interferir na
formação, armazenamento ou excreção da urina.
A seguir, apresento os principais fatores que influenciam a eliminação urinária, divididos em
categorias para facilitar o entendimento:

1. Fatores fisiológicos
Idade:
•Lactentes: imaturidade neurológica → controle vesical ausente.
•Crianças (até 3-5 anos): controle voluntário da micção em desenvolvimento.
•Idosos: redução da filtração glomerular, da capacidade da bexiga e do tônus muscular → risco
de incontinência ou retenção urinária.
Estado geral de saúde:
•Febre, sudorese, vômitos e diarreia podem reduzir a diurese por desidratação.
•Insuficiência cardíaca e hepática podem causar retenção de líquidos → oligúria ou anúria.
Ingestão de líquidos:
•Alta ingestão → poliúria.
•Baixa ingestão → oligúria ou urina concentrada.
Dieta:
•Dietas ricas em sal aumentam a retenção hídrica.
•Cafeína e álcool atuam como diuréticos.

2. Fatores patológicos
Doenças renais: Nefrites, glomerulonefrites, insuficiência renal → afetam a formação da urina.
Doenças neurológicas: Lesões na medula espinhal, AVC, esclerose múltipla → perda do
controle vesical (bexiga neurogênica).
Obstruções: Cálculos renais, hipertrofia prostática, tumores → dificultam o fluxo da urina →
retenção.
Infecções urinárias: Provocam aumento da frequência urinária, disúria, urgência miccional e
dor.

3. Fatores farmacológicos
Diuréticos: aumentam a eliminação de sódio e água.
Anticolinérgicos: podem causar retenção urinária.
Analgésicos narcóticos (opiáceos): diminuem o tônus da bexiga.
Antihipertensivos: alteram o fluxo sanguíneo renal.
4. Fatores psicossociais e ambientais
Emoções:
Ansiedade ou estresse podem levar a urgência urinária.
Vergonha ou constrangimento dificultam a micção voluntária (ex: banheiro público).
Hábitos e rotina:
Práticas culturais, hábitos miccionais e disponibilidade de tempo afetam o padrão.
Acessibilidade e ambiente:
Banheiros distantes, iluminação insuficiente ou barreiras físicas dificultam o acesso,
especialmente em idosos → retenção ou incontinência funcional.

5. Fatores relacionados à mobilidade


Pacientes acamados, com imobilidade ou pós-operatório podem ter dificuldade para chegar
ao banheiro ou assumir posição adequada para urinar → risco de retenção ou incontinência
por transbordamento.

6. Alterações hormonais
Gravidez: aumento da pressão sobre a bexiga → micções frequentes.
Menopausa: redução do estrogênio → enfraquecimento do assoalho pélvico → incontinência
urinária.
Alterações na coloração da Urina

A coloração da urina é um indicativo clínico valioso que pode refletir variações fisiológicas,
alterações patológicas, ingestão de alimentos ou medicamentos. A urina normal varia do
amarelo claro ao âmbar, devido à concentração do pigmento urocromo (derivado da
degradação da hemoglobina). A seguir, apresento os principais fatores que alteram a cor da
urina

1. Variações fisiológicas (normais)

Fator Cor resultante Observação


Amarelo muito claro, quase
Hidratação excessiva Urina diluída
transparente
Desidratação Amarelo escuro ou âmbar Urina concentrada

2. Fatores alimentares

Alimento Cor alterada Observações


Beterraba Rosa ou avermelhada Pigmento betacianina
Cenoura Alaranjada Excesso de caroteno
Ruibarbo Marrom ou rosada escura Raro no Brasil
Aspargos Verde-claro ou odor forte Alteração no cheiro e leve cor
3. Fatores medicamentosos

Fármaco/Substância Cor da urina Observações


Rifampicina Vermelho-alaranjada Antibiótico
Fenazopiridina Laranja Usado em ITU
Amitriptilina Azul-esverdeada Antidepressivo tricíclico
Levodopa Marrom-escura ou preta Tratamento para Parkinson
Metronidazol Marrom-avermelhada Antibiótico
Multivitamínicos (complexo
Amarelo fluorescente Normal
B)

4. Fatores patológicos
Condição Cor da urina Explicação
Pode ser microscópica ou
Hematúria (sangue) Vermelha ou marrom
visível
Hemoglobinúria Vermelho escuro Hemólise intravascular
Mioglobinúria Marrom-avermelhada Rabdomiólise
Marrom ou “cor de Coca- Doença hepática ou
Bilirrubinúria
Cola” obstrução biliar
Turva, amarelada ou
Pus (piúria) Infecção urinária
esverdeada
Espuma ao urinar, coloração
Proteinúria intensa Síndrome nefrótica
levemente opaca
Problemas Comuns de Eliminação Vesical

Os problemas mais comuns de eliminação urinária envolvem a falta de capacidade de


armazenar ou esvaziar completamente a urina da bexiga.

Os problemas podem ser consequência de infecções; bexiga irritável ou hiperativa;


obstrução do fluxo urinário; contratilidade prejudicada da bexiga; ou problemas que
prejudiquem a inervação da bexiga, resultando em disfunção sensorial ou motora.

Retenção urinária é a incapacidade de esvaziar parcial ou totalmente a bexiga.

A retenção urinária aguda ou de manifestação rápida


expande a bexiga, causando sensações de pressão,
desconforto/dor, sensibilidade na região da sínfise
púbica, inquietação e, às vezes, diaforese.

Os pacientes podem não ter nenhuma eliminação de


urina por várias horas e, em alguns casos,
experimentam frequência, urgência, pequeno volume
de micção ou vazamento de pequenas quantidades de
urina.

Formação do aumento do globo vesical

A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina. Trata-se de


um sintoma, não de uma doença em si, e pode ter diversas causas e apresentações
clínicas, dependendo do tipo de comprometimento do trato urinário inferior ou de fatores
neurológicos e musculares.

1. Incontinência urinária de esforço: Perda involuntária de urina durante atividades que


aumentam a pressão intra-abdominal, como: Tossir, Espirrar, Rir, Levantar peso, Subir
escadas
Causa comum: Enfraquecimento do assoalho pélvico (pós-parto, menopausa, cirurgia
pélvica), Hiperatividade do colo vesical
Características: Urina sai sem vontade miccional, Volume geralmente pequeno, Não há
urgência

2. Incontinência urinária de urgência (ou por urgência miccional): Perda involuntária de


urina precedida por uma forte e súbita urgência para urinar, com incapacidade de reter.
Causa comum: Hiperatividade do músculo detrusor (bexiga hiperativa), Problemas
neurológicos (ex: Parkinson, AVC)
Características: Necessidade urgente e frequente de urinar, Perda em grandes volumes,
Pode ocorrer mesmo com pouca urina na bexiga
3. Incontinência urinária por transbordamento: Perda involuntária de pequenas quantidades
de urina devido à bexiga excessivamente cheia, que não se esvazia completamente.
Causa comum: Retenção urinária crônica, Obstrução (ex: hiperplasia prostática benigna),
Neuropatia diabética, Uso de medicamentos que deprimem o tônus da bexiga
Características: Gotejamento constante ou intermitente, Sensação de bexiga cheia,
Esvaziamento vesical ineficaz

4. Incontinência urinária funcional Perda de urina associada à incapacidade física ou


cognitiva de chegar ao banheiro a tempo, sem anormalidade do trato urinário.
Causa comum: Mobilidade reduzida (ex: fraturas, AVC), Demência, confusão mental, Barreiras
ambientais (ex: banheiro inacessível)
Características: Incontinência é secundária a outro problema funcional, Bexiga e uretra
funcionam normalmente

5. Incontinência mista: Combinação de dois ou mais tipos, geralmente esforço + urgência.


Características: Paciente relata perda com esforço e também episódios de urgência, Muito
comum em mulheres pós-menopausa

6. Incontinência urinária reflexa: Perda involuntária de urina associada a reflexos espinhais


automáticos, sem percepção consciente da vontade de urinar.
Causa comum: Lesões medulares (acima de S2), Patologias neurológicas (ex: esclerose
múltipla)
Características: Episódios previsíveis, sem sensação de bexiga cheia, Bexiga contrai
automaticamente ao atingir certo volume
Cateterismo Vesical
A cateterização urinária pode ser
intermitente (cateterização pontual para
esvaziamento da bexiga) ou de demora
(que permanece no local durante um
período de tempo).

A cateterização vesical de demora pode


ser a curto prazo (2 semanas ou menos)
ou a longo prazo (mais de 1 mês).
Monitore precisamente a ingestão e
eliminação de um paciente quando da
utilização de um cateter urinário de curto
ou longo prazo.
Os pacientes geralmente precisam de um cateter quando passam por procedimentos
urológicos ou ginecológicos ou quando a bexiga se esvazia inadequadamente devido a
obstrução ou condição neurológica. O acúmulo excessivo de urina na bexiga é doloroso para
o paciente, aumenta o risco de ITU e pode causar efluxo de urina nos ureteres, aumentando o
risco de danos renais. Para alguns pacientes, o único método para manejar sua disfunção
vesical é por meio de um cateter.

Aproximadamente 16-25% dos pacientes de um hospital serão submetidos a cateterismo


vesical, de alívio ou de demora, em algum momento de sua hospitalização, muitas vezes sob
indicação clínica equivocada ou inexistente

Indicações do Cateterismo Vesical

1. Necessidade de rigoroso controle do débito urinário em pacientes instáveis


2. Uso perioperatório de procedimentos cirúrgicos selecionados (cirurgias longas, pélvicas,
urológicas, ginecológicas e pacientes incontinentes
3. Assistência na cicatrização de lesões de pele abertas ou em enxertos de pele para
pacientes com incontinência urinária quando dispositivos alternativos para proteção da
pele não são viáveis
4. Manejo de retenção urinária sem condições para cateterismo de alívio
5. Obstrução Urinária
6. Necessidade de imobilização prolongada (torax instável, fratura pélvica, politrauma)
7. Cuidados de fim de vida, caso a presença do cateter vesical forneça conforto
8. Necessidade de irrigação vesical em casos de hematúria

Com exceção dessas situações não há recomendação do uso de cateter vesical de demora,
devendo a equipe assistencial optar com outras alternativas, como por exemplo o cateterismo
intermitente e o uso de dispositivos de drenagem externa. no caso de pacientes do sexo
masculino
Tipos de Cateteres
Cateteres de lúmen único são usados para
cateterização intermitente/direta.

Cateteres de duplo lúmen, projetados para uso


como cateteres de demora, apresentam um
lúmen para drenagem urinária enquanto o
segundo lúmen é utilizado para inflar um balão
que mantém o cateter no lugar.

Cateteres de triplo lúmen são usados para


irrigação vesical contínua (IVC) ou quando se
torna necessário instilar medicamentos na
bexiga.

Anatomia do Cateter de Foley

1. Conexão da seringa para insuflar o Balonete


2. Conexão do Saco Coletor de Urina
3. Especificações do Cateter
4. Balonete
5. Óstio de Drenagem da Urina

Cateteres de demora são feitos de látex ou silicone.

• Cateteres de látex com revestimentos especiais reduzem a irritação uretral.


• Todos os cateteres de silicone têm um diâmetro interno maior e podem ser úteis em
pacientes que necessitam de trocas frequentes de cateter em consequência de
incrustação.

Cateteres intermitentes/diretos são feitos de borracha (mais macios e flexíveis) ou de cloreto de


polivinila (PVC).
O tamanho do cateter urinário é baseado na escala French (Fr), que reflete o diâmetro interno do
cateter.
ESCOLHA DO TAMANHO (6,8,10,12,14,16,18,20,22 e 24 Fr)

20 a 24 Fr se houver hematúria ou coágulos

Bebês : 5 a 6 Fr
Crianças: 8 a 10 Fr
Adolescentes: 12 Fr
Adulto Mulher: 12 a 16
Adulto Homens: 14 a 18

Se hematúria ou coágulos: 20 a 24 Fr

Trocas dos cateteres. Use indicadores clínicos, como obstrução, drenagem insatisfatória,
mau funcionamento do cateter ou incrustação, para determinar quando trocar cateteres de
demora e bolsas coletoras (Schaeffer, 2020a). Quando da necessidade de cateterização
prolongada, o cateter deverá ser trocado a cada 4 a 6 semanas. Sempre que possível, evite
o uso de cateterização prolongada para reduzir o risco de ITURC.

Qual o Volume ideal para encher o Balonete?

Criança: de 3 mℓ (para uma criança)

Adulto: de 5-10 mℓ (Harding et al., 2021).

O uso prolongado de balões maiores (30 mℓ)


foi associado a maior desconforto do paciente,
irritação e trauma na uretra, maior risco de
expulsão do cateter e esvaziamento
incompleto da bexiga resultante do acúmulo
de urina abaixo do nível dos orifícios de
drenagem do cateter.

Fazer um pré-teste no balão de um cateter de demora injetando líquido da seringa pré-


preenchida com solução salina estéril normal na porta do balão não é mais recomendado. A
realização de testes no balão pode causar distorções e alargamentos, levando a danos que
podem causar trauma no momento da inserção
Materiais Necessários para Realizar o Procedimento
1. Luvas de procedimento e luvas estéril;
2. Campo estéril fenestrado;
3. Kit de Cateterismo
4. Cateter vesical de calibre adequado;
5. Gel lubrificante;
6. Antisséptico preferencialmente em solução aquosa;
7. Bolsa coletora de urina em sistema fechado;
8. Seringa adequada ao volume do balonete do cateter
escolhido;
9. Agulha e água destilada.
10. Gazes
Passo a Passo do Procedimento
1. Higienizar as mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as
mãos;
2. Calçar luvas de procedimento;
3. Realizar a higiene íntima do paciente com água e sabonete líquido (comum ou com
antisséptico);
4. Retirar luvas de procedimento;
5. Higienizar as mãos;
6. Montar campo estéril fenestrado com abertura;
7. Abrir e organizar o material estéril no campo (seringa, agulha, cateter, coletor urinário,
gaze estéril), tendo o cuidado de não contaminá-lo;
8. Calçar luva estéril
9. Conectar o cateter ao coletor de urina e testar o balonete (sistema fechado com
sistema de drenagem com válvula anti-refluxo);
10. Realizar a antissepsia da região perineal com solução padronizada, partindo da uretra
para a periferia (região distal);
11. Realizar a lubrificação adequada da uretra com lubrificante estéril. Nunca utilizar o gel
lubrificante se o produto já foi utilizado em outro momento ou se a embalagem já
estiver aberta. A lubrificação inadequada da uretra pode resultar em lesão e estenose
uretral. Dessa forma é fundamental:

• em homens (injetar no mínimo 10 ml de gel. A avaliar a necessidade de uma


quantidade maior a depender da avaliação do paciente como por exemplo a
presença de estenose uretral e hiperplasia prostática). A lubrificação no homem
nunca deve ser feita apenas na ponta do cateter, mas sempre injetar o gel
lubrificante na uretra.

• nas mulheres lubrificar abundantemente a ponta do cateter com gel lubrificante


em mulheres.
12. Inserção do cateter inteiro, observando a técnica asséptica;
13. Observar se há drenagem de urina pelo cateter e/ou sistema coletor antes de insuflar o
balão, para certificar-se de que a extremidade do cateter esteja posicionada na bexiga
e não na uretra (a fim de evitar lesão uretral pelo balonete);
14. Insuflar o balonete com volume de água destilada estéril recomendado
Limpeza do Meato Uretral

Pacientes do sexo feminino:

1. Afaste os lábios com os dedos da mão não


dominante (agora contaminada) para
expor completamente o meato uretral.

2. Mantenha a posição da mão não


dominante durante todo o procedimento.

3. Segurando a pinça com a mão dominante, pegue um chumaço de algodão umedecido ou


uma haste de algodão por vez. Limpe os lábios e o meato urinário do clitóris para o ânus. Use
um novo chumaço de algodão ou swab para cada área que for limpar. Limpe passando o swab
longe da prega labial, perto da prega labial, e, por fim, diretamente sobre o centro do meato
uretral

Paciente do sexo masculino:

1. Com a mão não dominante (agora


contaminada), retraia o prepúcio (se não
circuncisado) e segure delicadamente o
pênis pelo corpo exatamente abaixo da
glande. Segure o corpo do pênis em ângulo
reto em relação ao púbis. Essa mão
permanece nessa posição durante todo o
restante do procedimento.

2. Com a mão dominante não contaminada,


limpe o meato com chumaços/hastes de
algodão com solução de limpeza, fazendo
movimentos circulares, começando pelo
meato e trabalhando para fora, em
movimento espiral
3. Repita a limpeza três vezes usando um chumaço/haste de algodão novos a cada vez
Inserção do Cateter

Explique ao paciente que pode ocorrer uma sensação de desconforto ou pressão conforme o
cateter for inserido na uretra. Essa sensação é normal e passa rápido.

Pacientes do sexo feminino:

1. Peça para que a paciente faça um esforço de empurrar como no trabalho de parto
enquanto você insere delicada e lentamente o cateter pelo meato uretral (ver ilustração).

2. Avance o cateter até um total de 5 a 7,5 cm ou até que a urina flua pelo cateter. Quando a
urina aparecer, avance mais 2,5 a 5 cm. Não use força para inserir o cateter.

3. Solte os lábios e segure firmemente o cateter com a mão não dominante.

Pacientes do sexo masculino:

1. Erga o pênis até uma posição perpendicular Retifica a uretra para facilitar a (90°) em
relação ao corpo do paciente e aplique uma leve tração para cima.

2. Peça para que o paciente faça força como se fosse urinar e insira lentamente o cateter
pelo
3. meato uretral (ver ilustração).

4. Avance o cateter de 17 a 22,5 cm ou até que a urina comece a fluir pela extremidade do
cateter.
5. Pare de avançar o cateter direto. Quando surgir urina no cateter de demora, avance-o até
a bifurcação
Fixação do Cateter

Fixe o cateter de demora com faixas ou outro dispositivo de fixação. Deixe uma parte
frouxa suficiente para permitir o movimento da perna. Conecte o dispositivo de fixação
exatamente acima da bifurcação do cateter.

Pacientes do sexo feminino:


Fixe a linha do cateter na parte interna da coxa, permitindo uma folga suficiente para
prevenir tensão

Pacientes do sexo masculino:


Fixe a linha do cateter na parte superior da coxa (ver ilustração) ou na parte inferior do
abdome (com o pênis posicionado em direção ao peito). Deixe uma folga no cateter
para que o movimento não crie tensão sobre o cateter.

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