COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ
HISTÓRIA. 2TT Professora Dra. Valéria Arias
Resumo - A Revolução Burguesa/ Francesa (1789)
Contexto
Regime político: Absolutismo
Ecomomia: baseada na agricultura e algumas poucas corporações de ofício e alguma
atividade comercial; exploração colonial
Clero e nobreza : isentos de impostos e viviam em alto luxo.
Camponeses e trabalhadores urbanos: sustentavam as demais camadas; viviam em estado
precário. Sem direitos sociais e vítimas das leis arbitrárias.
Burgueses: pagavam impostos; classe emergente e rica. Não tinham poder político e
pagavam impostos.
Fatos/ processos
1. Formação da Assembleia dos Estados Gerais
2. Queda da Bastilha (prisão política e símbolo do absolutismo)
3. Os jacobinos no poder da França...
Jacobinos – Pequena e média burguesia (e poucos trabalhadores urbanos e camponeses), que
assumem posições mais radicais em benefício das classes oprimidas. Sentam-se à esquerda na
Assembleia dos Estados Gerais.
Girondinos – Representantes da alta burguesia, defendem posições conservadoras. Sentam-se à
esquerda na assembleia dos Estados Gerais.
Período do Terror; liderado por Robespierre. Mudanças radicais na França; nobres foram
guilhotinados.
4. Alta burguesia contra-ataca; parte da alta burguesia vota ao poder.
5. Ascenção e queda de Napoleão Bonaparte.
6. Os Bourbon voltam a ter poder.
“Je suis la Loi, Je suis l’Etat; l’Etat c’est moi”
Luis XIV, rei da França entre 1643 e 1715, no auge do absolutismo
Até o século XVIII, a França era um estado absolutista. Na época, Luís XVI, personificava o
Estado, reunindo em sua pessoa os poderes legislativo, executivo e judiciário. Os franceses então
não eram cidadãos de um Estado Democrático Constitucional, como hoje é comum em todo o
mundo ocidental, mas eram súditos do rei.
Dentro da estrutura do Estado Absolutista, havia três diferentes estados nos quais a população se
enquadrava:
Primeiro Estado: era representado pelos bispos do Alto Clero;
Segundo Estado: tinha como representantes a nobreza, ou a aristocracia francesa – que
desempenhava funções militares (nobreza de espada) ou funções jurídicas (nobreza de
toga);
Terceiro Estado: por sua vez, era representado pela burguesia, que se dividia entre
membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros, empresários, os sans-cullotes (“sem
calções”), trabalhadores urbanos e os camponeses, totalizando cerca de 97% da população.
Ao longo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras,
como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados
Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que
possuía um alto custo de vida, era financiada pelo Estado, que, por sua vez, já gastava seu
orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento.
Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar:
1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que
gerou uma inflação 62%; e
2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de
modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial.
Os membros do Terceiro Estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos
panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados entre a população)
passaram a ser os mais afetados pela crise.
Causas da Revolução Francesa
No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os
camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem
como passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura
política francesa.
Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para
deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o
conflito entre os interesses do Terceiro Estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o
rei, se acirraram. O rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789,
com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por
representação de Estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja:
Primeiro e Segundo Estados contra o Terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e
trabalhadores.
A burguesia, que liderava o Terceiro Estado, propôs em 10 de junho uma Assembleia Nacional,
isto é, uma assembleia para se formular uma nova Constituição para a França. Essa proposta não
obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho, burgueses,
trabalhadores e demais membros do Terceiro Estado se declararam em reunião para
formulação de uma Constituição, mesmo sem a resposta do Primeiro e do Segundo Estados. Ao
mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro entre os camponeses. A
Revolução se iniciou.
Fases da Revolução Francesa
√Assembleia Nacional Constituinte
Em 14 de julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era símbolo
do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembleia Nacional instituiu uma série de decretos que,
dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como a isenção de impostos e o
monopólio sobre terras cultiváveis.
A Assembleia instituiu a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a
condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de 1791, foi
promulgada a nova Constituição francesa, assegurando a cidadania para todos e pressionando
o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa Constituição previa ainda:
a igualdade de todos perante a lei,
o voto censitário,
a confiscação das terras eclesiásticas,
o fim do dízimo,
a constituição civil do clero, dentre outros pontos.
A partir desse momento, a França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo governo,
a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.
√Convenção
A ala mais radical da Revolução, os jacobinos (que haviam participado da Assembleia Constituinte,
sentando-se à esquerda do plenário e opondo-se aos girondinos que se posicionavam à direita),
defendia uma ampliação da perspectiva revolucionária, cuja proposta era não se submeter às
decisões da alta burguesia, que se articulava com a nobreza e o monarca. Os jacobinos
queriam radicalizar a pressão contra os nobres e o clero, e instituir uma República
Revolucionária, sem nenhum resquício da Monarquia.
Prevendo a ameaça que vinha dos rumos que a Revolução tomava, o rei Luís XVI articulou um
levante contrarrevolucionário com o apoio das monarquias austríaca e prussiana. Em 1792, a
Áustria invadiu a França e esta declarou guerra àquela. A população parisiense, após saber dos
planos do rei, invadiu o palácio real de Tulleries e prendeu o rei e sua família. O rei e sua
esposa, Maria Antonieta, tiveram suas cabeças decepadas pela guilhotina em 1793, e a
Monarquia Constitucional chegou ao seu fim no mesmo ano.
Com o fim da Monarquia Constitucional, houve também a dissolução da Assembleia
Constituinte e a Convenção Nacional de um novo parlamento. O Período da Convenção se
caracterizou pela forte presença do radicalismo jacobino comandando a Revolução, momento que
se tornou conhecido como a Fase do Terror (sobretudo por conta do uso indiscriminado da
guilhotina como máquina da morte).
Nomes como Robespierre, Saint-Just e Danton figuram entre os principais líderes jacobinos.
Foi nesse período também que a Áustria e Prússia prosseguiram sua guerra contra a França,
temendo que a Revolução se espalhasse por seus territórios. No processo de confronto contra
essas duas monarquias, nasceu o Exército Nacional Francês, isto é, um exército que, pela
primeira vez, não era composto de mercenários e aristocratas, mas do povo que se via como
nação.
√Diretório
Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e, através de uma nova Constituição,
instituir uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório, órgão composto por cinco membros
indicados pelos deputados. Mas a partir desse mesmo ano a crise social se tornou muito
ampla na França, o que exigiu um contorno político mais eficaz, sob pena da volta da
radicalização jacobina.
Napoleão Bonaparte, um dos mais jovens e destacados generais da Revolução, era o nome
esperado pela burguesia para dar ordem à situação política francesa. Em 1799, ao regressar do
Egito à França, Napoleão encontrou um cenário conspiratório contra o governo do Diretório.
Foi nesse cenário que ele passou a figurar como ditador, inicialmente, dando o Golpe de 18 de
Brumário (segundo o calendário revolucionário), e depois como imperador da França. O Período
Napoleônico durou de 1800 a 1815 e mudou o cenário político do continente europeu, ao passo
que expandiu o ideal nacionalista para várias regiões do mundo. OS ideais de liberdade, igualdade
e fraternidade, ficam mais distantes do conjunto da população...
Referências
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral (adaptado)
https://irp-
cdn.multiscreensite.com/702f442f/files/uploaded/FRED%C3%89RIC%20BULUCHE%2C%20ST%C
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