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TCNC - LP - 01 - 08-01-24 - Material - I

O documento apresenta informações sobre um curso intensivo de Língua Portuguesa em Niterói, ministrado pela professora Rosileide Monteiro, com foco em leitura, interpretação de texto e aspectos semânticos. Inclui tópicos como sinônimos, antônimos, polissemia, homônimos, denotação e conotação, além de questões de concurso para prática. As aulas serão realizadas ao vivo pelo Zoom, com início imediato.

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TCNC - LP - 01 - 08-01-24 - Material - I

O documento apresenta informações sobre um curso intensivo de Língua Portuguesa em Niterói, ministrado pela professora Rosileide Monteiro, com foco em leitura, interpretação de texto e aspectos semânticos. Inclui tópicos como sinônimos, antônimos, polissemia, homônimos, denotação e conotação, além de questões de concurso para prática. As aulas serão realizadas ao vivo pelo Zoom, com início imediato.

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TURMA COSEAC

CURSO INTENSIVO NITERÓI

LÍNGUA PORTUGUESA
Prof.ª ROSILEIDE MONTEIRO

1º ENCONTRO
2ª FEIRA # 08/01/2024 # 19h às 22h
MATERIAL – I:
 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
 SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
 POLISSEMINA
 VOCÁBULOS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
 SENTIDO FIGURADO
 FIGURAS DE LINGUAGEM

AULAS AO VIVO PELO ZOOM


Na medida certa para a sua APROVAÇÃO!
INFORMAÇÕES: Gisele: (21) 99531-8149 / Leonardo: (21) 96536-2691
OPORTUNIDADE!
GARANTA JÁ A SUA VAGA!!!!
INÍCIO IMEDIATO!!!
TURMA COSEAC
LÍNGUA PORTUGUESA
Prof.ª ROSILEIDE MONTEIRO
MATERIAL - I
PRIMEIRA AULA: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO, SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS,
POLISSEMINA, VOCÁBULOS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS, DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO,
SENTIDO FIGURADO, FIGURAS DE LINGUAGEM.

PRIMEIRA PARTE: ASPECTOS SEMÂNTICOS

A semântica é a parte da gramática que estuda o significado das palavras, são atribuições da
semântica, portanto, o estudo da:

Sinonímia:

Bondoso = Caridoso

Antonímia:

Bondoso x Maldoso

Paronímia:

Emigrar (sair do país) x Imigrar ( entrar em um país)

Homonímia:

Acento x Assento

Polissemia: palavra que pode ter vários significados.

Hidrate bem suas mãos. (parte constitutiva do corpo humano)

Não abra mão de seus direitos. (abdicar de algo, desistir)

Fazendo referência a esse caso, há que se constatar que, dependendo do contexto, uma mesma
palavra pode assumir distintos significados.
Denotação e Conotação:

Admiro o voo dos pássaros. (sentido literal, retratado pelo dicionário) = denotação

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Mário Quintana

(sentido figurado, subjetivo) = conotação

Homônimos: o que são e quais os seus tipos

Homônimos são termos semelhantes, quer na pronúncia, quer na grafia, mas que têm
significados distintos.

Os homônimos são classificados em:

homônimos homófonos

homônimos homógrafos

homônimos perfeitos

Os HOMÔNIMOS HOMÓFONOS são os que têm escrita diferente, mas pronúncia igual.

Exemplos:

cela: cômodo pequeno / sela: assento usado para cavalgar

senso: sensato / censo: recenseamento

tachar: censurar / taxar: determinar o preço

Os HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS são os que têm escrita igual, mas pronúncia diferente (homo
= mesmo e grafia = escrita).

Exemplos:

apelo (com e fechado): pedido de auxílio / apelo (com e aberto): conjugação do verbo apelar

começo (com e fechado): início / começo (com e aberto): conjugação do verbo começar

sobre (com o fechado): em cima de / sobre (com o aberto): conjugação do verbo sobrar
Os HOMÔNIMOS PERFEITOS são os têm escrita e pronúncia iguais, mas significados
diferentes.

Exemplos:

manga: fruta; parte da roupa

verão: estação do ano; conjugação do verbo ver

são: conjugação do verbo ser; sadio; santo


QUESTÕES DE CONCURSO

1-Ano: 2008 Banca: COSEAC Órgão: IMBEL Prova: COSEAC - 2008 - IMBEL - Assistente
Administrativo

A palavra grifada em “Testemunhe sua respiração, como você inala, como exala” (linhas 85-86)
pode ser substituída sem significativa alteração de sentido por:

A) aspira
B) deseja
C) pronuncia.
D) medita.
E) disfarça.
2 - Ano: 2008 Banca: COSEAC Órgão: IMBEL Prova: COSEAC - 2008 - IMBEL - Assistente
Administrativo

“já que você acelerou sua vida, você precisa agora encontrar um modo de desacelerá-la.” (linhas
9-10) A palavra grifada enfatiza uma relação de sentido de:

A) condição.
B) finalidade.
C) concessão
D) comparação.
E) conseqüência.

3 - Ano: 2008 Banca: COSEAC Órgão: IMBEL Prova: COSEAC - 2008 - IMBEL - Assistente
Administrativo

Ao ser perguntado em 1972 sobre o impacto histórico da Revolução Francesa de 1786,


respondeu: “É muito cedo para dizer algo.” (linhas 35-38), a expressão grifada estabelece uma
relação de:

A) concessão
B) condição
C) finalidade.
D) conseqüência.
E) tempo.

4 - Ano: 2008 Banca: COSEAC Órgão: IMBEL Prova: COSEAC - 2008 - IMBEL - Assistente
Administrativo

Você adora esse ritmo, esse pique, essa contínua aceleração. (linhas 7-9).Assinale os recursos
estilísticos de ênfase presentes no trecho acima

A) correlação e gradação.
B) contraste e repetição.
C) repetição e gradação.
D) inclusão e explicação.
E) exclusão e correlação
5 - Ano: 2008 Banca: COSEAC Órgão: IMBEL Prova: COSEAC - 2008 - IMBEL - Assistente
Administrativo

A frase em discurso direto “Parece que o mundo todo opera em intervalos de cinco minutos”
(linhas 16-17), no contexto em que se insere:

A) exemplifica uma afirmativa apresentada como condição à realização de determinada ação.


B) destaca a importância do diálogo para o entendimento dos fatos.
C) reflete um ponto de vista que contrasta com as ideias que vêm sendo desenvolvidas.
D) colabora em favor de uma constatação anteriormente expressa.
E) discute, por meio de uma comparação, pontos de vistas excludentes sobre determinados fatos.

6 - Ano: 2014 Banca: COSEAC Órgão: UFF Provas: COSEAC - 2014 - UFF – Químico

Não se pode substituir o termo em destaque no trecho “com as patrulhas do SENSO comum” (§
1), pelo substantivo CENSO, por inadequação de sentido. Da mesma forma, a frase abaixo em
que NÃO se pode preencher a lacuna com o primeiro termo indicado entre parênteses, também
por inadequação de sentido, é:

A) Eram ____ no rosto do ator os traços da velhice que chegava (flagrantes / fragrantes).
B) A velhice ____ o espírito do homem, levando-o à tristeza (degradava / degredava).
C) O idoso ____ os olhos, pensativo, diante da velhice (serrava / cerrava).
D) Os idosos, em harmonioso ____, cantavam músicas joviais (concerto / conserto).
E) O médico ____ ao idoso remédios para controlar a hipertensão (prescreveu / proscreveu).

7- Ano: 2015 Banca: COSEAC Órgão: CLIN Prova: COSEAC - 2015 - CLIN - Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho

Primavera

1 A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário,
nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os
habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a
preparar sua vida para a primavera que chega.

2 Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das
raízes, - e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das
flores.

3 Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios
de Jaipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as áreas tradicionais de sua nação.
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, - e certamente conversam:
mas tão baixinho que não se entende.
4 Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras
inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

5 Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, - e só
os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos
bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de
incessante luz.

6 Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente
se enfeita para as festas da sua perpetuação.

7 Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera
que desejarem, no momento em que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste
movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, - e os
ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora, se
entendeu e amou.

8 Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos


passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas
árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos:
lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando
pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda
estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de
chita multicor.

9 Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, - por fidelidade à obscura
semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida - e
efêmera.

(MEIRELES, Cecília. "Cecília Meireles - Obra em Prosa?, Vol. 1. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 1998, p. 366.)

I – "...e vem dançar neste mundo CÁLIDO, de incessante luz." (5º §)

II – "...e a eufórbia se vai tornando PULQUÉRRIMA, em cada coroa vermelha que desdobra." (8º
§)

III - "Saudemos a primavera, dona da vida — e EFÊMERA."(9º §)

A opção em que estão expressos, respectivamente, os sinônimos dos adjetivos em destaque


acima é:

A) caloroso / belíssima / passageira.


B) apaixonado / riquíssima / interminável.
C) experiente / amabilíssima / momentânea.
D) astucioso / agradabilíssima / perecedoura.
8 - A respeito do texto pode-se afirmar que:

A) apenas nos bosques e jardins é que se observam as transformações da natureza que


anunciam a chegada da primavera.
B) a chegada da primavera é um fenômeno natural de beleza ímpar, que se manifesta pelo
movimento do sol e pelas alterações na fauna e na flora.
C) se os homens insistirem em agredir a natureza, corre-se o risco de não mais haver o ciclo
das estações e, com isso, desaparecer a primavera.
D) a durabilidade da estação da primavera está condicionada aos poetas, porque só estes, entre
os humanos, apreciam sua beleza e exuberância.

9 - Ano: 2015 Banca: COSEAC Órgão: CLIN Prova: COSEAC - 2015 - CLIN - Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome.." (1º §)

Para que seja mantido o sentido original da segunda oração do fragmento acima, pode-se redigi-
la da seguinte forma:

A) se bem que ninguém mais saiba seu nome.


B) visto ninguém mais saber seu nome.
C) caso ninguém mais saiba seu nome.
D) a ponto de ninguém mais saber seu nome.

10 - Ano: 2014 Banca: COSEAC Órgão: UFF Provas: COSEAC - 2014 - UFF - Auxiliar de
Enfermagem

O vocábulo em destaque no trecho ''Encontrou CERRADAS as grandes portas de bronze'' (5º §)


é homônimo de SERRADAS: ambos têm a mesma pronúncia, mas grafias e significados
distintos. Das frases abaixo, com pares de homônimos entre parênteses, aquela em que a
lacuna, pelo sentido do contexto, tem de ser preenchida com o primeiro dos vocábulos é:

A) Antes de fazer qualquer compra, o consumidor deve ____ o valor da mercadoria (apressar /
apreçar).
B) Se não obedecesse à ordem do vigia, João Brandão poderia ser preso e ter de ____ o crime
na cadeia (expiar / espiar).
C) Para ____ o político, o quorum teria de ser especial (caçar / cassar).
D) Com o ponto facultativo, não houve a ____ da câmara (cessão / sessão).
E) O ____ bancário apontava um saldo negativo (estrato / extrato).
11 - COSEAC – 2023 - Português-Interpretação de Textos-UFF-Contador

Texto 1

Professora e linguista com 70 anos no serviço público veem equívoco em termo


'linguagem neutra'

Maria Helena de Moura Neves, 91, atua como docente da pós-graduação em linguística e
língua portuguesa na Unesp e defende linguagem inclusiva

O termo sublinhado em ...o que é extremamente louvável (Linhas 15-16) é

A) um hiperônimo de “imensamente”.
B) uma hipérbole de “muito”.
C) uma metáfora de “bastante”.
D) um superlativo de “extremo”.
E) um sinônimo de “muitíssimo”.
11(a) COSEAC – 2023-Português-Interpretação de Textos-UFF-Contador

Maria Helena de Moura Neves, falecida recentemente, é considerada uma das maiores
estudiosas da língua portuguesa. No texto 1, arespeito da “linguagem neutra” (“todes”,

“prezadxs”, “amig@” etc.), ela defende que

(A) o objetivo da “linguagem neutra” é discriminar um grupo social.

(B) “linguagem inclusiva” é uma expressão mais adequada.

(C) a expressão “linguagem neutra” serve para indicar palavras de outra língua.

(D) esse tipo de linguagem atrapalha o sistema linguístico.

(E) o uso da “linguagem neutra” é apropriado para inclusão de todas as pessoas.

12 - COSEAC – 2023-Português-Interpretação de Textos-UFF-Contador

A palavra sublinhada, na frase transcrita, está corretamente interpretada pelo termo entre
colchetes em:

A) “Quando alguém usa, nas suas produções linguísticas, orais ou escritas, as marcas linguísticas que têm
sido propostas com essa finalidade, ele está exercendo um papel social, marcado e importante, de
condenação das discriminações”, diz a decana. (Linhas 17-21) [SEPTUAGENÁRIA]
B) “Entretanto, não se pode supor que, em um determinado momento da vida da sociedade, algum
falante de uma língua, ou algum contingente de falantes (...) terá sucesso propondo uma alteração do
'sistema' da língua.” (Linhas 22-27) [CONTINGENCIAMENTO]
C) “Entretanto, não se pode supor que, em um determinado momento da vida da sociedade, algum
falante de uma língua (...), impelido pela motivação de uma conduta desejável, terá sucesso propondo
uma alteração do 'sistema' da língua.” (Linhas 22- 27) [IMPEDIDO]
D) “Se recuperarmos historicamente as alterações de sistemas linguísticos, até com extinção de línguas
e com criação de novas línguas, veremos que as mudanças (...) fizeram-se a partir do uso natural da
língua por uma comunidade.” (Linhas 32-36) [DESAPARECIMENTO]
E) “(...) veremos que as mudanças, em cada sistema, fizeram-se a partir do uso natural da língua por uma
comunidade.” (Linhas 34-36) [FORMAL]
13 - COSEAC – 2021-Português-Interpretação de Textos-UFF-Assistente Administrativo

Graciliano Ramos, um dos maiores nomes da Literatura Brasileira, tornou-se prefeito de


Palmeiras dos Índios, em Alagoas, em 1927. Seus relatórios ao governador ficaram conhecidos
pela qualidade literária, além de seu trabalho como servidor público ser reconhecido como de
excelência.

No fragmento em tela, percebe-se a grafia de outros tempos e, para além disso, uma linguagem
que foge da objetividade e da formalidade comuns a textos de documentos oficiais, como se
comprova com:

A) pleonasmo em “Dos funccionarios que encontrei em Janeiro do anno passado restam


poucos”. (linhas 19-20)
B) paráfrase em “Cada pedaço do Municipio tinha a sua administração particular”. (linhas 4-5)
C) paradoxo em “encontrei obstaculos dentro da Prefeitura e fóra della”. (linhas 11-12)
D) metáfora em “uma resistencia molle, suave, de algodão em rama”. (linhas 12- 13)
E) metonímia em “Os fiscaes, esses, resolviam questões de policia e advogavam”. (linhas 7-8)
14 - COSEAC – 2016-Português-Interpretação de Textos-Prefeitura de Niterói – RJ-
Bibliotecário

O Brasil é minha morada

1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha morada. O meu teto quente, a minha
sopa fumegante. É casa da minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos meus
mortos. A caixa mágica e inexplicável onde se abrigam e se consomem os dias essenciais da
minha vida.

2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as palavras do meu sempre precário
vocabulário. Neste país conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem sempre
transportavam no pescoço o sinete da advertência, justificativa lógica para sua existência.

3 Sem dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha memória. O que a vida ali fez brotar
com abundância, excedeu ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à
memória do mundo, onde esteja o universo resguardado. Portanto, ao apresentar-me aqui como
brasileira, automaticamente sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou todas as civilizações
que aportaram neste acampamento brasileiro.

4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram
a alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem
temperado, o arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos com
gema de ovo, que deita raízes no mundo árabe, no mundo luso.

5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores astutos, alegres mentirosos. Seres
anônimos, heróis de si mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de máscaras
venezianas, africanas, ora carnavalescas, ora mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza
e as inquietudes do seu tempo, acomodam-se esplêndidas à sombra da mangueira só pelo
prazer de dedilhar as cordas da guitarra e do coração.

6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros, onde os saveiros da imaginação
cruzavam as águas dos mares bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de Iemanjá,
ali se instalaram civilizações feitas das sobras de outras tantas culturas. Cada qual fincando
hábitos, expressões, loucas demências nos nossos peitos.

7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu Machado de Assis, cujo determinismo
falhou ao não prever a própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro, este branco,
esta alma miscigenada, sempre pessimista e feroz, acatar uma existência que contrariava regras,
previsões, fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face,
soçobrar com ele e revivê-lo ao mesmo tempo?

8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos brasileiros. Uma grei de etnias
ávidas e belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma
nação foragida da realidade mesquinha, uma espécie de ficção compatível com uma fábula que
nos habilite a frequentar com desenvoltura o teatro da história.
“Deste país surgiram inesgotáveis SAGAS, narradores astutos, alegres mentirosos.” (5º §)

“Uma GREI de etnias ávidas e belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas.” (8º §)

Com base na significação contextual dos vocábulos, a opção em que estão relacionados,
respectivamente, os significados dos vocábulos em destaque nos fragmentos transcritos acima,
é:

A) fábulas / região.
B) lendas / história.
C) nobrezas / clã.
D) narrativas / família.
E) boêmios / congregação.

15 - COSEAC – 2018-Português-Interpretação de Textos-Prefeitura de Maricá – RJ-


Professor - Língua Portuguesa

PONCIÁ VICÊNCIO

Quando os filhos de Ponciá Vicêncio, sete, nasceram e morreram, nas primeiras perdas ela
sofreu muito. Depois, com o correr do tempo, a cada gravidez, a cada parto, ela chegava mesmo
a desejar que a criança não sobrevivesse. Valeria a pena pôr um filho no mundo? Lembrava da
sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a repetição de uma mesma vida para os seus
filhos. O pai trabalhava tanto. A mãe pelejava com as vasilhas de barro e tinham apenas uma
casa de pau a pique em que viviam. E esta era a condição de muitos. Molambos cobriam o corpo
das crianças, que até bem grandinhos andavam nuas. As meninas não. Assim que cresciam um
pouco, as mães providenciavam panos para tapar-lhes o sexo e os seios. Crescera na pobreza.
Os pais, os avós e os bisavós sempre trabalhando na terra dos senhores. A cana, o café, toda a
lavoura, o gado, as terras, tudo tinha dono, os brancos. Os negros eram donos da miséria, da
fome, do sofrimento, da revolta suicida. Alguns saíam da roça, fugiam para a cidade, com a vida
a se fartar de miséria, e com o coração a sobrar esperança. Ela mesma havia chegado à cidade
com o coração crente em sucessos e eis no que deu.
(EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2017. p. 70.)A relação entre carência e abundância é problematizada no
texto 8 por meio:

A) da antítese em “ela chegava mesmo a desejar que a criança não sobrevivesse”.


B) do hipérbato em “Lembrava da sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a repetição”.
C) da metonímia em “Molambos cobriam o corpo das crianças, que até bem grandinhos
andavam nuas”.
D) do paradoxo em “com a vida a se fartar de miséria, e com o coração a sobrar esperança”.
E) da metáfora em “havia chegado à cidade com o coração crente em sucessos e eis no que
deu”.
16-Português-Interpretação de Textos-UFF-Administrador

A questão deve ser respondida com base no Texto II.

No quadrinho 2, apresenta-se uma justificativa para a suposta falta da palavra “bullying” em


português. Na verdade, usa-se “bullying” em português porque a palavra correspondente –
“iniquícia” – é

A) desconhecida de todos.
B) inadequada porque é um empréstimo.
C) empregada, apenas, em “Os Lusíadas”.
D) inadequada por ser erudita e fugir ao gosto popular.

17 - COSEAC – 2014-Português-Ortografia-Prefeitura de Niterói – RJ-Guarda Municipal

MINHA CALÇADA

Morreu na semana passada, atropelado pela multidão que vinha na direção oposta, o último
cronista andarilho. Ele insistia em fazer como seus antepassados, João do Rio, Lima Barreto,
Benjamim Costallat, Antônio Maria, Carlinhos Oliveira, e flanava em busca de assuntos.
Descanse em paz, pobre coitado.
O cronista andarilho estava na calçada par da Avenida Rio Branco, em frente à Galeria dos
Empregados no Comércio, às 13h15m de quarta-feira, quando foi abalroado por um pelotão de
transeuntes que marchava apressado no contrafluxo. Caiu, bateu com a cabeça num fradinho.
Morreu constrangido por estar atrapalhando o tráfego de pedestres, categoria à qual sempre se
orgulhou de pertencer.

A perícia encontrou em seu bolso um caderno com a anotação “escrever sobre as mulheres
executivas que caminham de salto alto sobre as pedras portuguesas do Centro, o que lhes
aumenta ainda mais a sensualidade do rebolado”. O documento, entregue ao museu da
Associação Brasileira de Imprensa, já está numa vitrine de relíquias cariocas.

O cronista que ora se pranteia era um nostálgico das calçadas e tinha como livro de cabeceira
“Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro”. Nele, Joaquim Manuel de Macedo descreve uma
caminhada pela Rua do Ouvidor como um dos grandes prazeres da vida. No apartamento do
cronista, de quem no momento se faz este funéreo, foi encontrada também a gravura de J. Carlos
em que um grupo de almofadinhas observa, deslumbrado, a passagem de uma melindrosa de
vestido curto e perna grossa pela Avenida Central dos anos 1920.

As calçadas inspiravam o morto. Fez dezenas de crônicas sobre a poesia do flanar sem
rumo, às vezes lambendo uma casquinha de sorvete. Numa delas chegou a falar da perda de
tempo que era subir até o Corcovado para admirar o Rio. O cronista andarilho, agora de saudosa
memória, dizia não haver melhor jeito e lugar para se entender a cidade do que bater perna
descompromissadamente, mas em passos mais curtos do que essa palavra imensa, pelas
calçadas.

Ele ia assim como quem não quer nada, na terapia gratuita de atravessar de um lado para o
outro e não estar focado em nada — enfim, na exata contramão do que recomenda o odioso
estresse moderno que o atropelou próximo ao turbilhão da Galeria.

O cronista andarilho gostava de ouvir os torcedores discutindo futebol na banca do


botafoguense Tolito, na esquina com a Sete de Setembro. Também podia rir da pregação
moralista do profeta Gentileza no Largo da Carioca, ou dar uma parada no Cineac Trianon, na
Rio Branco 181, e avaliar as fotos das strippers que naquele momento estariam tirando a roupa
lá dentro, na tela do cinema.

A vida era o que lhe ia pelas calçadas do Rio, um espaço historicamente sem entraves para
se analisar como caminhava a Humanidade. O cronista andarilho, desde já saudoso como o
frapê de coco do Bar Simpatia, não percebeu o fim das calçadas — e, na distração habitual, foi
vítima da confusão que se estabeleceu sobre elas, uma combinação criminosa das novas
multidões apressadas com fradinho, anotador do jogo do bicho, bicicleta, burro sem rabo, mesa
de botequim, gola de árvore acimentada, esgoto, banca de jornal, segurança de loja sentado no
meio do caminho e o escambau a quatro.
Calçadas não há mais. Eram passarelas onde os vizinhos se encontravam, perpetuavam os
hábitos do bairro e tocavam a vida em frente com certa intimidade pública — no subúrbio
chegava-se a colocar as cadeiras para curtir com mais conforto o mundo que passava. O cronista
andarilho acreditava que na calçada pulsava a alma carioca. Com o caderno sempre à mão,
anotava os modismos, os pequenos acontecimentos. No dia seguinte publicava o que achava
ser a história afetiva da cidade, aquela em que as pessoas se reconhecem, pois são as obreiras.

O homem gastava sola de sapato. Uma outra inspiração para o seu ofício era o livro “A arte
de caminhar pelas ruas do Rio de Janeiro”, escrito pelo contista e pedestre Rubem Fonseca nos
anos 1990. Ainda havia calçada suficiente para o protagonista descer andando das ladeiras do
Morro da Conceição, se esgueirar pelos becos nos fundos da Rua Larga e, sem GPS, chegar à
Rua Senador Dantas. Não há mais.

O cronista peripatético costumava cruzar na vida real com Rubem Fonseca, os dois flanando
pelas calçadas do Leblon. As meninas do Leblon não olhavam para eles, não tinha importância.
O mestre seguia em aparente calma, enquanto a mente elucubrava cenas cruéis de sexo e
violência para um próximo conto. Mas, como sabem todos os que têm passado por ali, as
calçadas do Leblon também desapareceram embaixo de tapume do metrô e da multidão trazida
pelo shopping center. O engarrafamento agora é de gente — e foi aí que se deu o passamento
do último cronista andarilho, vítima da absoluta impossibilidade de se caminhar pelas agressivas
calçadas da sua cidade.

(SANTOS, J. Ferreira dos. O Globo,17/03/2014.)

“O cronista andarilho, agora de saudosa memória, dizia não haver melhor jeito e lugar para se
entender a cidade do que bater perna descompromissadamente, mas em passos mais curtos do
que essa palavra imensa, pelas calçadas.” (§ 5)

No período acima, constata-se a ocorrência de duas comparações, ambas com forte carga de
expressividade, caracterizando o sentido conotativo. Na segunda ocorrência, a comparação foi
empregada para a expressão semântica de uma:

A) polissemia.
B) paronímia.
C) homonímia.
D) sinonímia.
E) antonímia.
18 - COSEAC – 2014-Português-Interpretação de Textos-Prefeitura de Niterói – RJ-Guarda
Municipal

Pelas ações e características do cronista falecido, designá-lo como “cronista peripatético” (§ 11)
é o mesmo que chamá-lo de cronista:

A) alucinado.
B) indolente.
C) observador.
D) inspirado.
E) andarilho.

19 - COSEAC – 2014-Português-Interpretação de Textos-Prefeitura de Niterói – RJ-Guarda


Municipal

Leia com atenção os fragmentos extraídos do parágrafo 11.

I “...os dois FLANANDO pelas calçadas do Leblon.”

II “...enquanto a mente ELUCUBRAVA cenas cruéis de sexo e violência para um próximo conto.”

A opção em que estão expressos, respectivamente, os sinônimos dos verbos em destaque acima
é:

A) vadiando / descobria.
B) vagabundeando / consumia.
C) voejando / descortinava.
D) perambulando / meditava.
E) vagueando / desconstruía.

20 - Ano: 2023 Banca: COSEAC Órgão: UFF Provas: COSEAC - 2023 - UFF - Contador

Tomando a gradação como a reunião de palavras ou expressões que se sucedem,


paulatinamente, segundo uma lógica semântica, reconhece-se o emprego desse recurso para
garantir o encadeamento das ideias em:

A) “Uma língua que não exista. Que eu preciso tanto de não compreender nada!” (Linhas 9- 10)
B) “Começa por balbuciar umas palavras estranhas e sente-se ridículo...” (Linhas 12- 14)
C) “... repara que a mulher está adormecida, e mora em seu rosto o mais tranquilo sorriso.”
(Linhas 18-20)
D) “Na nossa infância, todos nós experimentamos este primeiro idioma, o idioma do caos...”
(Linhas 25-27)
E) “... qualquer que seja o continente, qualquer que seja a nação, a língua ou o género literário.”
(Linhas 33-34)
21 - Ano: 2023 Banca: COSEAC Órgão: UFF Provas: COSEAC - 2023 - UFF - Técnico em
Contabilidade

O trecho abaixo motivará a questão.

As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam,


loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem,
as tocassem, as provassem. (Linhas 2-7)

Em As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam


(Linhas 2-4), emprega-se o seguinte recurso:

A) sinestesia
B) personificação
C) comparação
D) hipérbole
E) metonímia
TURMA COSEAC
LÍNGUA PORTUGUESA
Prof.ª ROSILEIDE MONTEIRO
1º ENCONTRO
PRIMEIRA AULA: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO, SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS,
POLISSEMINA, VOCÁBULOS HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS, DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO,
SENTIDO FIGURADO, FIGURAS DE LINGUAGEM.

GABARITO:
01 – A 11 (A) - D

02 – E 12 – D

03 – D 13 – D

04 – C 14 – D

05 – D 15 – D

06 – C 16 – D

07 – A 17 – E

08 – B 18 – E

09 – A 19 – D

10 – B 20 – E

11 – E 21 – B

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