FÁCIL EDUCACIONAL
CURSO NORMAL SUPERIOR
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DESAFIOS E PRÁTICAS NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
ARIANE DE LIMA ARAUJO
RELATORIO ACADÊMICO
RIO DE JANEIRO
2025
ARIANE DE LIMA ARAUJO
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DESAFIOS E PRÁTICAS
NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
RELATÓRIO ACADEMICO
Relatório Acadêmico supervisionado
e apresentado ao Curso de Normal
Superior, para obtenção de nota do
TCC.
Orientadora: Paula Soares dos Santos
RIO DE JANEIRO
2025
FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO
Instituição de Ensino
Nome da Instituição: Fácil Educacional
Endereço: Rua Pernambuco, 205 - Centro, Divinópolis - MG - CEP 25500-008
Telefone: (37) 9 8402-2680
Discente
Nome do aluno: Ariane de Lima Araujo
Endereço: Rua Soldado Elias de Sousa, 54 – Paciência, Rio de Janeiro,
CEP 23066-010
Telefone: (21) 97284-6150
E-mail: [email protected]
Curso: Normal Superior
SUMÁRIO
Sumário
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5
2. OBJETIVO .................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3. DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 7
3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...........................................................................10
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 11
5. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 12
ARAUJO, Ariane de Lima1;SANTOS, Paula Soares 2.
1. INTRODUÇÃO
A alfabetização e o letramento constituem temas centrais no campo
da educação, especialmente nos anos iniciais da formação escolar. O ato
de aprender a ler e escrever vai além do simples reconhecimento de
letras e palavras; trata-se de inserir o indivíduo em práticas sociais de
leitura e escrita, possibilitando a participação efetiva na sociedade letrada.
O Brasil enfrenta desafios históricos relacionados aos baixos índices de
alfabetização plena, o que torna essencial compreender as diferenças
entre alfabetizar e letrar, bem como refletir sobre as práticas pedagógicas
adotadas na escola. O presente trabalho busca aprofundar a discussão
sobre o processo de alfabetização e letramento, considerando as
contribuições teóricas e os desafios encontrados na prática docente.
A escolha do tema se justifica pela necessidade de fortalecer o
papel do professor alfabetizador e propor práticas mais significativas e
eficazes, que contribuam para o desenvolvimento integral dos alunos.
2 Especialista, mestranda em Ciências da Educação, Professora e Orientadora.
Email:
[email protected] 2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Analisar os desafios e as práticas no processo de alfabetização e letramento no
contexto escolar.
2.2 Objetivos Específicos
Compreender as diferenças conceituais entre alfabetização e letramento.
Identificar as principais dificuldades enfrentadas no processo de alfabetização.
Refletir sobre práticas pedagógicas eficazes para o desenvolvimento do
letramento.
Analisar a importância do papel do professor alfabetizador.
3. DESENVOLVIMENTO
A alfabetização pode ser definida como o processo pelo qual o indivíduo
aprende a decifrar e a produzir símbolos linguísticos, no caso, as letras do
alfabeto, a fim de formar palavras e frases. Esse processo está intimamente
ligado ao ensino das habilidades básicas da leitura e escrita, sendo
considerado um dos primeiros passos para o acesso pleno ao conhecimento.
Por outro lado, o letramento vai além da decodificação e da codificação
dos signos linguísticos. Ele envolve a capacidade de compreender, interpretar
e utilizar a leitura e a escrita de forma significativa em diferentes contextos,
tanto na vida acadêmica quanto nas atividades cotidianas, no trabalho e nas
relações sociais. O letramento, portanto, exige uma compreensão profunda da
linguagem e um domínio que permita o exercício da cidadania.
A desigualdade social é um dos maiores desafios enfrentados por alunos
em processo de alfabetização e letramento. Fatores como a pobreza, a falta de
acesso a materiais educativos, a presença de múltiplas línguas e dialetos em
algumas comunidades e a escassez de recursos tecnológicos nas escolas
públicas dificultam o desenvolvimento dessas habilidades.
A formação continuada de professores e a atualização das práticas
pedagógicas também representam um desafio significativo. Muitos educadores
não têm acesso a cursos de formação que ofereçam estratégias eficazes de
ensino para o desenvolvimento da leitura e da escrita, especialmente para
alunos que apresentam dificuldades mais significativas. A falta de preparo
adequado pode resultar em práticas pedagógicas desatualizadas, que não
contemplam as necessidades específicas dos alunos.
A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante no
processo de alfabetização e letramento. No entanto, a falta de acesso a essas
tecnologias em muitas escolas, além da resistência por parte de educadores
que não se sentem preparados para usá-las, limita o potencial das ferramentas
digitais no processo de ensino-aprendizagem.
Outro fator que interfere no processo de alfabetização e letramento é o
contexto familiar e social dos alunos. Crianças que não têm um ambiente
familiar estimulante, com acesso a livros e outras formas de aprendizagem,
muitas vezes enfrentam dificuldades no desenvolvimento das competências de
leitura e escrita. Além disso, o baixo valor cultural atribuído à educação em
algumas famílias pode resultar em um desinteresse pela escola.
As metodologias ativas de ensino, que colocam o aluno no centro do
processo de aprendizagem, têm se mostrado eficazes na alfabetização e
letramento. Estratégias como a aprendizagem baseada em projetos, o uso de
jogos educativos e a leitura compartilhada permitem que os alunos
desenvolvam essas habilidades de forma mais engajada e significativa.
A leitura precisa ser integrada ao cotidiano escolar de maneira constante
e variada. Professores podem criar momentos diários de leitura em sala de
aula, com o objetivo de promover a familiarização dos alunos com diferentes
gêneros textuais, ampliando seu vocabulário e sua compreensão de mundo.
A escrita, além de ser uma ferramenta de comunicação, deve ser
entendida como uma prática de letramento. Exercícios de produção textual
devem ser estimulados desde as primeiras séries, com a proposta de envolver
os alunos em situações que exijam a organização de ideias, a revisão de textos
e o uso correto da língua.
O professor exerce um papel crucial nesse processo, não apenas como
mediador do conhecimento, mas também como motivador e facilitador do
desenvolvimento das competências de leitura e escrita. Investir na formação
continuada do professor é fundamental para garantir que ele tenha as
ferramentas necessárias para implementar práticas pedagógicas eficazes.
Diversos programas e políticas públicas têm sido implementados no
Brasil e em outros países para combater os índices de analfabetismo e
melhorar as habilidades de letramento. Ações como o Programa Nacional de
Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) buscam garantir que todas as crianças
adquiram as competências de leitura e escrita até o final do 3º ano do ensino
fundamental.
A educação infantil desempenha um papel fundamental na construção
das bases para o processo de alfabetização e letramento. A partir de
experiências lúdicas e do contato com diferentes formas de linguagem, como
músicas, histórias e brincadeiras, as crianças podem ser preparadas para a
aprendizagem formal.
Além dos projetos governamentais, diversos projetos sociais e
educativos têm mostrado resultados significativos no incentivo à alfabetização
e letramento, especialmente em comunidades marginalizadas. Esses projetos
buscam suprir lacunas no ensino tradicional, promovendo uma educação mais
inclusiva e acessível.
O futuro da alfabetização e letramento está inevitavelmente ligado ao
desenvolvimento tecnológico. Ferramentas digitais, como aplicativos
educacionais e plataformas de leitura interativas, oferecem novas
possibilidades para o aprendizado. No entanto, é necessário garantir que todos
os alunos tenham acesso a essas tecnologias e que os educadores saibam
utilizá-las de forma eficaz.
Apesar dos avanços nas políticas públicas e nas práticas pedagógicas,
ainda existem muitos desafios a serem superados, como a desigualdade
educacional, a falta de recursos nas escolas e a escassez de formação
continuada para professores. O futuro do letramento e da alfabetização
depende de ações contínuas e integradas, envolvendo professores, escolas,
famílias e governos.
3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A alfabetização e o letramento são processos distintos, mas que
precisam caminhar juntos na formação dos alunos. Magda Soares (2004)
explica que “alfabetizar é ensinar o sistema alfabético da escrita”, ou seja, o
reconhecimento das letras, das sílabas e das palavras, bem como a
compreensão do funcionamento da leitura e da escrita.
Já o letramento, segundo a mesma autora, está relacionado à “utilização social
da leitura e da escrita”, ou seja, ao uso que as pessoas fazem da linguagem
escrita no seu dia a dia. É possível que um indivíduo seja alfabetizado, mas
não seja letrado, pois pode saber ler e escrever, mas não compreender os
diferentes tipos de textos e suas funções sociais.
Paulo Freire (1989) reforça que “a alfabetização não pode ser um ato
mecânico e descontextualizado”. Para o autor, alfabetizar significa possibilitar
que o aluno leia o mundo e, a partir dessa leitura, transforme a sua realidade.
O processo alfabetizador, portanto, deve ser libertador e crítico.
Já Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1999) demonstraram, por meio de
suas pesquisas, que as crianças constroem hipóteses sobre a escrita desde
muito cedo, antes mesmo do ensino formal. Essas descobertas reforçam a
importância de respeitar o ritmo individual de cada aluno e proporcionar
experiências significativas de leitura e escrita.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A alfabetização e o letramento são processos fundamentais para a
formação de cidadãos críticos e participativos. Superar os desafios que
envolvem essas questões requer um esforço coletivo de toda a sociedade. É
preciso investir em práticas pedagógicas inovadoras, na formação de
professores e em políticas públicas eficazes que garantam o acesso igualitário
à educação de qualidade. Apenas assim, será possível promover uma
sociedade mais justa, inclusiva e igualitária.
5. REFERÊNCIAS
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto
Alegre: Artmed, 1999.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Cortez, 1989.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2004.