vamos falar sobre
LEPTOSPIROSE
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HISTÓRICO
1886: Médico alemão Adolf Weil descreveu-a pela primeira vez do
ponto de vista clínico
1907: Visualizou pela primeira vez em cortes histológicos
Doença infecciosa bacteriana, ENDÊMICA NO BRASIL, cosmopolita,
ocupacional (agricultura e pecuária). Ocorre o ano todo com
incidência alta, possui característica sazonal, aumentando o nº de
casos em períodos chuvosos.
É considerada uma doença negligenciada!!
2
AGENTE ETIOLÓGICO
Grupos: patogênicos (10), intermediário (5) e não-patogênicos
(7)
Bactéria: Leptospira interrogans (grupo patogênico), maior
infectividade.
Saprófita de vida livre encontrada em água doce, conseguem
sobreviver em até 15 dias na água.
Sorovares: Existem mais de 300, possuem relação antigênica,
hospedeiros preferenciais, podendo um albergar mais de um tipo
Icterohaemorrhagiae e Copenhageni: formas mais graves
3
RESERVATÓRIOS
Roedores: são os principais reservatórios da
doença e sorovares mais graves tem predileção por
eles
Animais sinantrópicos: capivara, gambás
ELIMINAÇÃO
Animais domésticos: cão, ruminantes, equinos, PELA URINA
suínos
SER HUMANO É HOSPEDEIRO ACIDENTAL!!!
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ESPÉCIES DE ROEDORES
Rattus norvegicus Rattus rattus Mus musculus
Ratazana, Gabiru Rato de telhado Camundongo
5
6
ESPÉCIE HÁBITOS RAIO DE PREFERÊNCIA TRILHAS GESTAÇÃO Nº Nº
AÇÃO FILHOTES NINHADAS
JUNTO AO SOLO,
FOSSORIAL GRÃOS, PROXIMO A PAREDE
Rattus (ABAIXO 50M CARNES, OVOS (GORD.) CAMINHOS 22-24 D 7-12 8-12
norvegicus DA TERRA) E FRUTAS (MATA), FEZES
SOLO, PELOS
MANCHAS DE
ARVÍCOLA LEGUMES, GORDURA PERTO
Rattus (ACIMA 60M FRUTAS E TELHADO, PAREDES 20-22 D 7-12 4-8
rattus DA TERRA) GRÃOS (MAIS ALTAS),
PELOS E FEZES
MAIS DIFÍCIL.
Mus INTERIOR
3-5M GRÃOS E GORDURA EM 19-21 D 3-8 5-6
musculus DE MÓVEIS SEMENTES RODAPÉ, PAREDES
E ORIFÍCIOS
OUTRAS DOENÇAS QUE PODEM SER TRASNMITIDAS POR ROEDORES:
VIRAIS: HANTAVIROSE
BACTERIANA: SALMONELOSE, PESTE, BRUCELOSE, ERISIPELA BOLHOSA
FÚNGICA: MICOSE
PARASITÁRIA: DOENÇA DE CHAGAS, TRIQUINOSE, ESQUISTOSSOMOSE
SAÚDE ÚNICA
INTEGRAÇÃO DA SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AMBIENTAL
Tanto os animais domésticos, quantos os
sinantrópicos podem eliminar a bactéria
pela urina, sendo mantenedores do agente
no ambiente. Por conta disso, é importante
que haja cuidados preventivos para os
animais também, bem como medidas
preventivas relacionadas ao meio ambiente.
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MODO DE TRANSMISSÃO
PENETRAÇÃO PELA PELE (MAIS COMUM),
INGESTÃO DE ÁGUA E
POR FERIDAS OU POROS, FACILITADAS
ALIMENTOS CONTAMINADOS
COM EXPOSIÇÃO A POÇOS D’GUA POR
LONGOS PERÍODOS
CONTATO COM SANGUE,
PENETRAÇÃO POR MUCOSAS TECIDO OU ANIMAIS
INFECTADOS
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PERÍODO DE INCUBAÇÃO 1 A 30 DIAS (média de 5 a 14 dias)
PERÍODO DE MESES-ANOS-TODA VIDA: depende da
TRANSMISSIBILIDADE espécie acometida e sorovar
SUSCETIBILIDADE UNIVERSAL
SOROVAR-ESPECÍFICA COM DURAÇÃO
IMUNIDADE VARIÁVEL
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FATORES DE RISCO
1 Presença e concentração de roedores 5 Saneamento básico
Presença de POÇOS DE ÁGUA, LAMA
2 (alto poder residual) e ESGOTOS 6
Moradia e
abastecimento de
água
3 Sazonalidade de chuvas
7 Ocupações
4 Aglomeração populacional
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
FASE PRECOCE FASE TARDIA
Doença febril aguda (leptospiremia) Cerca de 15% dos casos evoluem para
sinais inespecíficos: mialgia (principalmente essa fase imune, normalmente uma
na panturrilha), anorexia, náuseas, vômitos. semana depois
Facilmente confundida com viroses (85-90%) SÍNDROME DE WEIL: ICTERÍCIA +
Pode ocorrer diarreia, artralgia; INSUFICIÊNCIA RENAL + HEMORRAGIA
Hepatoesplenomegalia e linfoadenopatia (pp pulmonar)
(<20%); Podem ocorrer juntas ou não
Sufusão conjuntival (cerca de 30%) A letalidade da doença é de 9% em
Exantema - tronco e pré-tibial (10-20%) média, já em casos com hemorragia
TENDE A SER AUTOLIMITADA → regride em 3 pulmonar sobe para 16-40%
a 7 dias
13
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
SUFUSÃO
CONJUNTIVAL
ATENÇÃO AOS SINAIS DE
ALERTA!!!!!!!!!!!
14
Fonte: sanarmed
SINAIS DE ALERTA
1 Dispneia, tosse e taquipneia
5 Alterações nos níveis
de consciência
Alterações urinárias, normalmente
2 oligúricas 6 Vômitos frequentes
3 Fenômenos hemorrágico, incluindo 7 Arritmias
escarros hemoptóicos
4 Hipotensão 86 ICTERÍCIA
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DIAGNÓSTICO
FASE PRECOCE FASE TARDIA
SANGUE URINA SOROLOGIA
Cultura Cultura Teste
imunoenzimático
Inoculação em animais Inoculação ELISA- IgM
de laboratório
Microaglutinação
PCR (OURO)
RX, ECG, Gasometria arterial,
Hemograma (neutrofilia com desvio),
Bioquímico (U, C, FA, GGT, BLR,
TGP/TGO, CPK) 16
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
FASE PRECOCE:
DENGUE, INFLUENZA, MALÁRIA, RIQUETSIOSES, DOENÇA DE
CHAGAS AGUDA, TOXOPLASMOSE, FEBRE TIFÓIDE, ENTRE
OUTROS
FASE TARDIA:
HEPATITES VIRAIS AGUDAS, HANTAVIROSE, FEBRE AMARELA,
MALÁRIA GRAVE, DENGUE GRAVE, FEBRE TIFOIDE, ENDOCARDITE,
RIQUETSIOSES, DOENÇA DE CHAGAS AGUDA, COLANGITE,
SÍNDROME HEPATORRENAL, ENTRE OUTRAS 17
TRATAMENTO
ANTIBIOTICOTERAPIA:
Doxi não pode ser
utilizada em
mulheres grávidas,
nefropatas ou
hepatopatas.
Azitromicina e
claritromicina são
alternativas para
pacientes com
contraindicação
para uso de DOXI E
AMOXI
18
É por meio da
análise
epidemiológica É IMPORTANTÍSSIMO
dos locais que é
definido ARTICULAÇÃO COM A
VIGILÂNCIA EM
prioridades e
posteriormente
a alocação de
recursos. SAÚDE!!! 19
NOTIFICAÇÃO
Pela Portaria 204/2016 que define a
Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e
eventos de saúde pública nos serviços
de saúde públicos e privados em todo
o território nacional, a leptospirose é
MS
de notificação IMEDIATA (em até 24 SES
horas) a nivel MUNICIPAL. Para isso, SMS
deve haver ARTICULAÇÃO para sanar Gestor vigilancia
o problema o mais rápido possível. em saude
20
DEFINIÇÃO DE CASO
SUSPEITO:
Sintomas febris inespecíficos + exposição a fatores de risco ao menos 30 dias
(antecedentes epidemiológicos)
CONFIRMADO:
Clínico-epidemiológico Clínico-laboratorial
Paciente com estado febril com
antecedentes epidemiológico ao
menos 30 dias e alterações hepáticas,
renais ou vasculares que, por algum
motivo, não tenha realizado exame 21
COMO PREVENIR?
1 Reservatórios 3 Alimentos
5 Cuidados individuais
Água para
2 consumo 4 Sanemento
ambiental
22
1 RESERVATÓRIOS
ROEDORES:
Evitar ACESSO, ALIMENTO e ABRIGO
Ações de controle com ciclos programados e periodizados em
áreas de maior risco
Desrratização de bocas de lobo
Manter casa livres de entulho, materiais de construção, matos altos,
incluindo terreno baldios
Cuidado com lixo!! Manter recipiente fechado, verificar hora do
recolhimento para não passar muito tempo
Não deixar alimentos de animais expostos por muito tempo
23
1 RESERVATÓRIOS
CÃES
Podem ser reservatórios, podendo cursar de forma clínica ou
subclínica da doença. É importante ter os mesmos cuidados
relacionados a humanos.
Podem eliminar a bactéria pela urina: risco saúde pública
(Icterohaemorrhagiae e canicola)
Consultas regulares ao veterinário para diagnóstico e
tratamento precoce da doença
SENTINELAS
VACINAÇÃO: protege contra desenvolvimento da doença, mas
não previne contra colonização do rim do animal (reduz)
v8 (2 sorovares); v10 (4 sorovares), inativada
24
evitam a proliferação da doença
1 RESERVATÓRIOS
ANIMAIS DE PRODUÇÃO:
BOVINOS, EQUINOS, SUÍNOS
Segregação e tratamento dos animais acometidos
Condições higiênico-sanitárias, principalmente remoção de
resíduos alimentares, excretas, cadáveres, limpeza e
desinfeção do ambiente com hipoclorito de sódio 2,5%
1 colher para cada litro
Deixar agir por pelo menos 30 min
25
2 ÁGUA PARA CONSUMO
Consumir água potável filtrada, fervida ou clorada, o que
pode ser dificultado em enchentes e inundações;
LIMPEZA DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA:
Esvaziar completamente após período de chuva,
esfregar com sabão parede e fundo (USO DE EPI)
Após a limpeza mecânica, colocar 1 L de
hipoclorito de sódio 2,5% / 1000 L de água
Depois de 30min, abrir torneiras por alguns
segundos para entrada de água clorada nas
tubulações
Desinfecção: 1 hora e 30 min 26
3 ALIMENTOS
Todos os alimentos que entrarem em contato com enchentes
devem ser DESCARTADOS
Em épocas de chuva armazená-los em lugares elevados,
devidamente acondicionados
Impossibilitar acesso a roedores, insetos ou outros animais
Lavar as mãos corretamente antes do preparo e do consumo
Alimentos enlatados:
Verificar se a lata está danificada, amassada
Se não estiver, deixar de molho no hipoclorito de sódio
por 30 min
27
4 SANEAMENTO AMBIENTAL
Para um controle efetivo de roedores e da doença é preciso que
haja melhorias na infraestrutura urbana, no saneamento básico e
melhorias em condições de habitação.
Desassoreamento, limpeza, preservação de vegetação marginal
Drenagem de águas livres
Construção e manutenção de galerias
Sistemas de coletas de resíduos sólidos efetivos e dispostos
corretamente
Limpeza de vias públicas
QUAL É A REALIDADE DO
TERRITÓRIO? 28
4 SANEAMENTO AMBIENTAL
COMPARAÇÃO DE LOCALIDADES - 2022
% DE ESGOTO Nº DE INTERNAÇÕES
POP. S/ ACESSO POP. S/ COLETA DE
TRATADO PELA ÁGUA POR DOENÇAS DE
A ÁGUA EGOSTO
CONSUMIDA VEICULAÇÃO HÍDRICA
CAMARAGIBE 15,2% 98,8% 0,9% 88
RECIFE 1,3% 50,5% 75,4% 966
PERNAMBUCO 14,3% 66,2% 30,1% 5.667
BRASIL 15,8% 44,5% 52,2% 191.418
FONTE: PAINEL SANEAMENTO BRASIL:
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5 CUIDADOS INDIVIDUAIS
Utilização de luvas e botas de borracha como EPI. Na falta de
bota,Construa
utilizar aograndes ideias
menos duas a partir
sacolas de pé
em cada
Colocar a calça para
pequenos detalhes.dentro da bota, de preferencia com
elástico
ManterAprenda
casa em a boas
fazercondições
perguntas que
higiênico-sanitárias
desenvolvam
Atenção o seu
as ocupações cérebro.
mais vulneráveis: agricultores, tratadores
de animais, veterinários, garis
Coloque suas ideias em ação
Lavar bem as mãos
Nunca secorreta
Higienização arrependa por não ter
de alimentos
Atenção aos arredores,
colocado principalmente
suas ideias em prática em terrenos baldios
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CASO CLÍNICO:
COMO PROCEDER?
Idoso hipertenso, diabético e aposentado
que coleta, armazena e vende materiais
recicláveis foi mordido por rato enquanto
mexia em alguns objetos.
A mordida causa risco? Esse risco é de
leptospirose? O que fazer? Quem acionar?
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A IMPORTÂNCIA
DAS ACS
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OBRIGADO
SARAH TOSCANO
RESIDENTE SAUDE COLETIVA - UFRPE
[email protected]
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