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Demências

Demência é uma síndrome de declínio cognitivo que compromete a autonomia do paciente, sendo causada principalmente por doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular. O diagnóstico preciso envolve a análise conjunta da história clínica, avaliação neuropsicológica e exames complementares. As demências variam em apresentação e gravidade, afetando funções cognitivas como memória, linguagem e habilidades visuoespaciais.

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Demências

Demência é uma síndrome de declínio cognitivo que compromete a autonomia do paciente, sendo causada principalmente por doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência vascular. O diagnóstico preciso envolve a análise conjunta da história clínica, avaliação neuropsicológica e exames complementares. As demências variam em apresentação e gravidade, afetando funções cognitivas como memória, linguagem e habilidades visuoespaciais.

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Demências

Demência → síndrome de declínio cognitivo-comportamental →


comprometimento de, pelo menos, duas funções mentais → memória, linguagem

e habilidade visuoespacial, atenção, FEs... intensidade suficientemente grave
para comprometer a autonomia do paciente na realização das atividades da vida
cotidiana

As doenças neurodegenerativas → principais causas de demência → Alzheimer,


Corpos de Lewy, Fronto-temporal.

Entre as demências não degenerativas, destaca-se a demência vascular (DV) e


como causas secundárias incluem processos infecciosos (neurossífilis, demência
associada ao HIV), metabólicos (hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12) e
estruturais (tumor, hematoma, hidrocefalia de pressão normal)

Os déficits cognitivos e a perda de autonomia que definem a demência só podem


ser assim caracterizados quando se contrastam nitidamente com o padrão de
funcionamento prévio do indivíduo.
“É a análise conjunta dos dados fornecidos pela
história clínica, pela avaliação neuropsicológica e
pelos exames complementares que redundará no
correto diagnóstico preciso, propiciando uma
melhor assistência terapêutica ao paciente e a
sua família”.

Av. Neuro → Observação + dados da história


clínica + entrevista com familiares e paciente +
aplicação de testes = diagnóstico preciso
Alzheimer (DA)
É dividida entre típica (1) e atípica (2):
1) Típica
Normalmente surge a partir dos 65 anos;
Pode ser dividida em 3 estágios: inicial/leve, intermediária/ moderada e
avançada/grave;

Déficit Dificuldade em Preservação da memória para Sem prejuízo na


Fase inicial progressivo de armazenar e fatos remotos. Preservação de funcionalidade,
memória recuperar outras habilidades cognitivas. autonomia
episódica informações Podem haver prejuízos leves na preservada.
anterógrada. aprendidas há atenção e memória de trabalho
alguns minutos identificados em testes.

Resumo:
Déficit memória O paciente esquece nomes, não
se lembra onde guardou objetos
anterógrada, o resto
pessoais e repete a mesma
segue preservado, pergunta várias vezes.
paciente ainda com -
autonomia
a linguagem é caracterizada por discurso fluente
Outras funções
Fase intermediária e parafásico, compreensão alterada, habilidades
cognitivas são
visuoespaciais são progressivamente
prejudicadas.
comprometidas, bem como as praxias gestuais.

Resumo:
os pacientes perdem-se dentro da própria casa e têm A memória segue piorando, aparecem
dificuldade para se vestir ou para realizar a higiene
deteriorações em outras áreas (ex:
pessoal. A autonomia, portanto, encontra-se
comprometida, e o paciente necessita de auxílio para a
erros na linguagem, compreensão
realização de atividades da vida diária. alterada, habilidades visuo espaciais
comprometidas...), perda da
autonomia.

Fase avançada todas as funções cognitivas estão


gravemente prejudicadas.

A fluência verbal se reduz a ecolalia, palilalia ou


mutismo. Ocorre incontinência esfincteriana, e o Sintomas comportamentais comuns na
paciente pode desenvolver rigidez generalizada, DA: apatia, depressão e
assumindo postura de flexão dos quatro agitação/agressividade.
membros
2) Atípica:
As formas atípicas da doença cursam com relativa preservação da
memória episódica e acometimento focal de outros domínios
cognitivos, como déficits de linguagem (afasia logopênica), de
habilidades visuoespaciais (atrofia cortical posterior) ou déficits nas
funções executivas associados a alterações comportamentais
(variante frontal da DA).
As formas atípicas afetam indivíduos mais jovens que a DA clássica;
Pacientes com a variante frontal da DA têm apresentação clínica
idêntica à daqueles com demência frontotemporal, manifestando
déficits em funções executivas e pronunciadas alterações
comportamentais.

Resumo:
A DA atípica afeta indivíduos mais jovens, não
comprometem a memória inicialmente (afetam
outras habilidades cognitivas antes).
Degeneração lobar frontotemporal OBS: "As gnosias são a
capacidade de reconhecer o
mundo ao meu redor a partir
1) Demência Frontotemporal (DFT) dos meus sentidos." Captar e
interpretar
Tipo mais comum dessa degeneração;
Costuma se manifestar no período pré-senil, entre os 45 e 65 anos;
Sintomas principais: alterações de personalidade e a transtornos de conduta social;
sintomas comportamentais como impulsividade, desinibição, indiferença afetiva, apatia e
perda de regras sociais;
Comportamentos ritualísticos e estereotipados →
desde estereotipias motoras e verbais
simples, como repetir frequentemente gestos e palavras, a rotinas complexas;
A DFT pode ser dividida em 3 padrões: a forma apática (ou inerte), a forma desinibida e a
mista.

a) Apática → a indolência, a inatividade física, a indiferença afetiva e a perda de interesse e de


empatia;

b) Desinibida →
nas formas desinibidas e mistas da DFT, manifestam-se sociopatias como
desinibição sexual, agressividade e infrações penais →
Esses comportamentos estariam
relacionados a déficits no julgamento moral e no controle inibitório (impulsividade)
As queixas são frequentemente trazidas por familiares, pois a anosognosia é marcante
na maioria dos pacientes, que ignoram suas próprias alterações de personalidade, de
comportamento e de conduta social;
Além dos atos antissociais, a impulsividade exacerbada na DFT também pode se associar
a gastos financeiros vultosos e inapropriados;
Mudanças nos hábitos alimentares (hiperoralidade, comportamento glutão), negligência
da higiene, comportamentos compulsivos (estereotipias, maneirismos), ansiedade e
distimia também se inscrevem entre as manifestações comportamentais características
da DFT;
A DFT em relação a DA apresenta comprometimento similar na memória episódica,
entretanto, mantém preservada as habilidades cognitivas de praxias gestuais, gnosias e
capacidades visuoespaciais estão, em geral, em relação a DA. A linguagem, por sua vez,
encontra-se alterada na DFT, com expressão verbal deficitária e redução da fluência.
Testes neuropsicológicos tem dificuldade em diagnosticar com precisão qual dessas
duas demências estamos falando, necessidade de teste de marcadores biológicos.

Resumo:
A DFT apresenta 3 tipos, a apática (inércia, isolamento, apatia, indiferença afetiva, perda de
interesse), desinibida (impulsividade, “perda do filtro”, conduta antissocial, desinibição
sexual, agressividade) e a mista. A característica principal é a mudança na personalidade e
conduta, acomete os indivíduos mais cedo que a DA, comportamentos ritualísticos e
estereotipados, pode afetar memória episódica igual a DA, mas preserva outras habilidades
cognitivas (praxias, gnosias, habilidade visuoespacial)
2) Demência Semântica (DS)
A memória semântica é um componente da memória de longo prazo que contém a representação de fatos
e conceitos gerais, além do significado das palavras;
Pacientes com demência semântica (DS) queixam-se de dificuldades para se lembrar de informações gerais
(p. ex., capitais de países) ou do significado de palavras;
Os familiares podem notar trocas de palavras por expressões vagas e dificuldades para compreender o
significado de palavras menos comuns → Nas fases iniciais, essas alterações são sutis e podem passar
despercebidas, pois a gramática e a sintaxe estão preservadas;
Os pacientes com DS têm boa memória episódica. No princípio, as alterações de comportamento são pouco
significativas, mas vão progressivamente se tornando semelhantes às da DFT;
Os pacientes exibem bom desempenho em testes de habilidades visuoespaciais, de resolução de problemas
não verbais e de memória imediata.
Os déficits na memória semântica são evidentes em testes de fluência verbal (ex: pareamento semântico)
para categorias (p. ex., animais), de nomeação de figuras e de definições de palavras e figuras. Os erros
incluem, por exemplo, chamar uma “abelha” de “mosquito” ou nomear um “cachorro” como “animal”;
Apesar de gramática, sintaxe, leitura e soletração serem boas, os pacientes têm dificuldade na escrita
(disortografia) de palavras irregulares (como “exceção”, “companhia”, “saxofone”), pois é necessário apoio
semântico para que essas palavras sejam escritas corretamente.
Dificuldades de leitura (dislexia) podem ser observadas em palavras irregulares;
O reconhecimento de faces de pessoas célebres pode estar comprometido, configurando a prosopagnosia.
Resumo:
Déficit memória semântica → dificuldade em nomear coisas corretamente, lembrar de fatos, conceitos e
dar significados; memória episódica imediata e habilidades cog. visoespacial, resolução de problemas
não verbais preservada; podem ter problemas na leitura e escrita de palavras irregulares e lembrar
rostos de pessoas célebres devido ao fator semântico da memória; Déficits vistos através de teste de
fluência verbal → pareamento semântico.
3) Afasia progressiva não fluente (APNF)
Os APNF apresentam inicialmente dificuldade para encontrar palavras e redução da
fluência verbal;
Durante o exame da fala espontânea, podem exibir erros fonológicos grosseiros.
A compreensão está relativamente preservada, mas, mais tarde, podem ocorrer
déficits de discriminação fonêmica, os quais os pacientes costumam atribuir à
perda de audição;
Memória episódica e semântica preservadas;
Com o avançar da APNF, o discurso se torna progressivamente mais pobre, e, em
estágios finais, ocorre mutismo;
O padrão de alteração neuropsicológica desses pacientes consiste inicialmente em
bom desempenho nas provas de percepção, habilidades visuoespaciais e memória
semântica, exceto naquelas que requerem fluência verbal.
A nomeação de figuras é pouco prejudicada, e os erros são fonológicos (pronuncia
ou escrita);
Resumo:
Déficit na linguagem expressiva → afeta fluência verbal (redução), pronuncia,
dificuldade em achar palavras e a escrever corretamente; Inicialmente, outras
habilidades cognitivas são preservadas; erros fonológicos e gramaticais; exame da
fala espontânea → erros fonológicos grosseiros. (Ver exs na pasta de neuro)
4) Demência com corpos de Lewy (DCL)
Demência degenerativa → pelo menos duas das seguintes características: parkinsonismo,
alucinações visuais recorrentes e flutuação cognitiva;
Parkinson: bradicinesia (lentificação motora) e, pelo menos, um dos seguintes sintomas:
rigidez, instabilidade de postura e tremor de repouso → na DCL os sintomas mais comuns
são bradicinesia e rigidez;
As alucinações visuais são complexas → podem envolver figuras humanas ou objetos
inanimados;
Flutuação do estado mental → é comum observar episódios recorrentes de delirium (estado
confusional agudo);
Déficits atencionais, visuoespaciais e visuoconstrutivos tendem a ser bastante pronunciados
na DCL;
Distúrbios do sono (transtorno comportamental relacionado ao sono REM), quedas repetidas
e grande sensibilidade desses pacientes ao uso de neurolépticos (que podem agravar o
quadro de parkinsonismo) → podem ser sintomas sugestivos da DCL;
Memória episódica comprometida, mas geralmente em um grau menor do que aquele
observado na DA;
Resumo:
DCL → Parkinson (lentificação motora e rigidez) + alucinações
visuais + flutuação do estado mental; memória episódica
comprometida mais distúrbios do sono.
5) Demência Vascular (DV)
Seu diagnóstico depende do estabelecimento da relação causal entre a
síndrome demencial e a doença cerebrovascular;
A DV ocorre em associação com diferentes tipos de lesão vascular encefálica;
Esses pacientes tendem a evoluir com declínio cognitivo insidioso, muitas
vezes sem história prévia de acidentes vasculares cerebrais. No entanto,
sinais neurológicos focais podem estar presentes.
Esses pacientes exibem predominantemente alterações das funções
executivas. As alterações do humor, sobretudo depressão, também são
muito comuns;
Menor comprometimento de memória episódica que os pacientes com DA,
enquanto a atenção e as funções executivas estão mais gravemente
acometidas na DV;
Resumo:
DV → seu surgimento está associado a uma doença cerebrovascular;
tende a aumentar o declínio da doença; alterações em FEs, humor e
atenção; menor comprometimento da memória episódica doq a DA.

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