Teorias do Comércio
Internacional
Introdução a Economia
Módulo I – Unidade I- Aula 3
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Referências
• Texto da apostila
– “Teorias do Comércio Internacional” Lívio de
Carvalho.
• Livro de Introdução à Economia de Gregory
Mankiw
– Capítulos 3 e 9 (5ª edição)
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Introdução
• Por que dois países comercializam?
• Que produtos devem comercializar?
• Vamos tentar responder essas perguntas.
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Teoria das Vantagens Comparativas
• Se uma firma ou pessoa produz mais
eficientemente que outra, com maior
produtividade, diz-se que esta tem vantagens
absolutas na produção.
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Teoria das Vantagens
Comparativas:Exemplo
• Seja uma jornada de 8 horas.
• Pedro produz 20kg de cereais.
• José produz apenas 15kg de cerais.
• Conclusão: Pedro tem uma “vantagem
absoluta” na produção de cereais.
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Teoria das Vantagens
Comparativas:Exemplo
• Supondo agora que Pedro e José são sitiantes
que podem produzir carne ou cereais.
• Suponha que Pedro tenha vantagem absoluta
marcante na produção de carne e José tenha
vantagem absoluta na produção de cereais.
• Seria melhor que cada um se especializasse
naquilo em que tem vantagens absolutas e
realizassem trocas.
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Teoria das Vantagens
Comparativas:Exemplo
• A Tabela abaixo mostra a produtividade de
Pedro e José e outro cenário:
Produção de 4
Produção por
Produção horas em cada
Hora
atividade
Produtos Carne Cereais Carne Cereais
Pedro 6 12 24 48
José 2 8 8 32
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Teoria das Vantagens
Comparativas:Exemplo
• Pedro tem vantagens absolutas na produção
de carnes e cereais.
• Se inicialmente cada um dedica 4 horas para
produzir cada bem teremos a seguinte
fronteira de Possibilidade de produção para
cada um, e também o consumo dos dois bens
de cada um.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Trabalhando 4 horas na produção de cada
bem, Pedro produz 24kg de carne e 48kg de
cereais.
• Trabalhando as mesmas 4 horas para cada
bem, José produzirá 8kg de carne e 32 kg de
cereais.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Teria alguma vantagem para Pedro em se
especializar em algum bem e propor uma
parceria para José?
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Usando o conceito de custo de oportunidade.
• Para Pedro, cada hora gasta na produção de
cereais, deixará de produzir 6 kg de carne
para produzir 12kg de cereais.
– A relação é de 1kg de carne para 2 kg de cereais.
– O custo de oportunidade de 1 kg de carne em
termos de cereais é igual a 2kg.
– Ou (inversamente) o custo de oportunidade de
1kg de cereais é ½ kg de carne.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Do ponto de vista de José. Para José o custo
de oportunidade de 1kg de carne em termos
de cereais é de 4kg (para produzir 1 kg de
carne ele deixa de produzir 4kg de cereais).
Ou 1kg de cereais tem custo de oportunidade
de ¼ kg de carne.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• O custo de oportunidade de 1kg de carne (em
termos de cereais) é maior para José (4 kg de
cereais contra 2kg de cereais de Pedro).
• O custo de oportunidade de 1kg de cereal
(em termos de carne) é maior para Pedro
(1/2kg de carne contra ¼kg de carne de José).
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Portanto, diz-se que Pedro tem “vantagem
comparativa” na produção de carne e José
tem “vantagem comparativa” na produção de
cereais.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• Se José der 3kg de cereais para Pedro em
troca de 1kg de carne, os dois melhoram de
situação.
• Sem a troca, José, para obter 1kg de carne
teria que abrir mão de 4kg de cereais.
• Sem a troca, Pedro, para obter 3 kg de
cereais, teria que abrir mão de 1,5kg de
carne.
• Ambos ganham com a troca.
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Teoria das Vantagens Comparativas:
Exemplo
• A especialização na produção pode ser
vantajosa para ambas as partes. Basta se
especializar naquela atividade com menor
“custo relativo”.
• Embora Pedro tenha “vantagens absolutas”
em todos os bens, ele tem “vantagens
comparativas” na produção de carnes e José
na produção de cereais.
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
• Sem troca, a Curva de Possibilidades de
Consumo (CPC) necessariamente coincide
com a Curva de Possibilidades de Produção
(CPP).
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
• Exemplo: Suponha que inicialmente Pedro
consuma 38kg de carne e 19kg de cereais.
José consome inicialmente 8kg de carne e
32kg de cereais.
• Especializando-se em carne, Pedro pode
produzir 48 kg, o que excede em 10kg seu
consumo.
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
• Ele poderia trocar esses 10kg de carne por 30
kg de cereais.
• Seu consumo de cereais aumentaria dos 19kg
iniciais para 30kg.
• Esse novo ponto de consumo se encontra
além de sua CPP.
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
• José poderia consumir os 10kg de carne que
recebeu ao invés dos 8kg da situação sem
trocas. Ainda sobrariam 34 kg de cereais, o
que é mais do que consumia antes.
• O ponto B mostra um ponto de consumo que
antes da troca não era factível.
• Portanto, o Bem-Estar dos dois é maior após
a especialização e realização das trocas.
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Curva de Possibilidades de Consumo vs
Curva de Possibilidades de Produção
• Esse exemplo ilustra o principal resultado da
Teoria das Vantagens Comparativas.
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Outras Teorias para Explicação do
Comércio Internacional
• A Teoria da Dotação de Fatores.
• Teoria do Ciclo de Vida do Produto.
• Teorias com a Presença de Economias de
Escala.
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Teoria da Dotação de Fatores
• É a chamada Teoria Neoclássica ou de
Hecksher-Ohlin-Samuelson.
• Pela teoria, a existência do comércio se deve
a dotação dos fatores de produção “capital” e
“trabalho” entre os países, e diferenças na
utilização desses fatores na economia.
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Teoria da Dotação de Fatores
• No modelo:
– Há 2 fatores (capital e trabalho)
– Os países possuem dotação de fatores diferentes.
– Há produtos que são intensivos em trabalho
(alimentos) e outros que são intensivos em
capital (máquinas).
– Há concorrência perfeita.
– O conhecimento tecnológico é disseminado.
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Teoria da Dotação de Fatores
• Supondo 2 países (A e B) e 2 produtos
(Alimentos e Máquinas).
• O País A tem mais trabalho (mão-de-obra),
então produz alimentos mais facilmente.
• O País B tem mais capital, então produz
máquinas mais facilmente.
• O País A exportará alimentos e B máquinas.
27
Exemplo de dois países com dotações
de capital e trabalho diferentes
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Exemplo de dois países com dotações
de capital e trabalho diferentes
• Para A o custos de oportunidade (CO) de
produzir máquinas é elevado, e para B o CO
de produzir alimentos é elevado.
• A explicação para a diferença de custos de
oportunidade entre países baseia-se na
diferença de dotação de fatores entre países.
• Há oportunidade de ganhos de especialização
e comércio.
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Limitações da Teoria das Vantagens
Comparativas
• No Mundo Real não vemos economias se
especializando naquilo em que têm vantagens
comparativas. Por que?
– Os países costumam proteger a sua produção
interna, seja na agricultura , indústria ou serviços
(para proteger o emprego nessas atividades por
exemplo).
– O custo de transporte pode inviabilizar a
comercialização entre países (serviços por
exemplo).
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Limitações da Teoria das Vantagens
Comparativas
– Países têm tamanhos diferentes. Num modelo
simples de dois países, um pequeno outro grande,
ao se especializar o país pequeno pode não suprir
toda a demanda do país grande, obrigando o
último a não se especializar totalmente.
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Limitações da Teoria das Vantagens
Comparativas
• No entanto, as evidências empíricas
corroboram a importância da produtividade e
das vantagens comparativas (e não das
vantagens absolutas) para explicar o comércio
internacional.
• Mas a Teoria das Vantagens comparativas
tem diversas limitações que outras teorias se
propõem a explicar.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
• Vernon explica o comércio internacional de
uma forma um pouco diferenciada.
• Relaxa hipóteses
– de concorrência perfeita.
– Livre disponibilidade da tecnologia.
• O progresso tecnológico e o poder de
monopólio desempenham papéis
importantes no comércio internacional,
especialmente em países desenvolvidos.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
• Países desenvolvidos possuem:
– mão-de-obra altamente qualificada,
– empresas que desenvolvem pesquisa,
– população com renda elevada e,
– demanda diversificada.
• Tais fatores que incentivam a inovação de
produtos e processos.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
• Em uma fase inicial as empresas inovadoras
gozam de poder de monopólio por seus novos
produtos.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
• Com o passar do tempo, esse poder se dilui
em decorrência de “imitação”.
• Os novos produtos se padronizam e podem
ser produzidos em países menos
desenvolvidos.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
• Há portanto diversas fases do produto:
– Fase inicial e de maturação (vantagens
comparativas dos países inovadores),
– Fase posterior (pós-maturação do produto) –
vantagens dos países em desenvolvimento.
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Teoria do Ciclo de vida do produto
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Teorias com a presença de Economias
de Escala
• 3 Teorias
– Concorrência Monopolística e Comércio Intra-
Indústria.
– Comércio Intra-Empresas e Expansão do
Comércio.
– Economias de Aglomeração e Comércio
Internacional.
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Concorrência Monopolística e
Comércio Intra-Indústria.
• Hipóteses
– Economias de Escala internas a cada empresa
(e.g.,dobrando os insumos a produção mais do
que dobra).
– Produtos ligeiramente diferenciados.
– Entrada livre no setor.
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Concorrência Monopolística e
Comércio Intra-Indústria.
• Diferenciação do produto implica que não há
como a empresa produzir todas as gamas de
produtos.
• Uma empresa se especializará na produção
de determinada variedade.
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Concorrência Monopolística e
Comércio Intra-Indústria.
• Haverá ganhos de comércio?
– Sim, o comércio leva a um aumento do mercado
consumidor.
– Esse aumento levará a uma redução dos custos
devido a economias de escala.
– Os lucros extraordinários tendem a desaparecer
devido a maior disponibilidade de bens
substitutos.
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Concorrência Monopolística e
Comércio Intra-Indústria.
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Concorrência Monopolística e
Comércio Intra-Indústria.
• As demais variedades de produto serão
obtidas via comércio internacional,
ampliando-se as opções aos consumidores.
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Comércio Intra-empresas
• O comércio intra-empresas favorece a
expansão do comércio mundial.
• Um produto final fabricado no país A pode
ser resultante da junção de componentes
produzidos pela mesma empresa em países
diferentes.
• Verifica-se este fenômeno especialmente
durante o processo de expansão das
multinacionais.
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Economias de Aglomeração e
Comércio Internacional
• Economias de Aglomeração são economias
de escala que ocorrem no setor, na indústria
como um todo (não dentro de uma mesma
empresa).
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Economias de Aglomeração e
Comércio Internacional
• Por exemplo, no Vale do Silício, há economias
de aglomeração, i.e. por estarem localizadas
próximas umas das outras, se beneficiam de
– mercado de trabalho especializado
– fornecedores especializados
– trocas de conhecimento.
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Economias de Aglomeração e
Comércio Internacional
• Em economias de aglomeração haverá
retornos crescentes à escala.
• Um país que se torna grande produtor (líder)
de algum bem em razão de economias de
aglomeração, terá custos relativos baixos e
tenderá a permanecer como grande produtor
e exportador.
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Economias de Aglomeração e
Comércio Internacional
• Ainda que novos produtores surjam, ele terá
vantagens referentes aos retornos crescentes.
• Exemplos de economias de aglomeração:
Relógios suíços, gravatas italianas, chocolate
belga, filmes de hollywood, etc.
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Globalização
• Se refere aos processos de integração
comercial e informacional entre países.
• Estes processos impulsionam as trocas e o
comércio.
• Exemplos: NAFTA, Mercosul, União
Européia,etc.
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