CRISE DE 1919
PROFª VITÓRIA
PERÍODO ENTREGUERRAS
A Crise de 1929, também conhecida como
a Grande Depressão, foi um período de
severa recessão econômica mundial que
teve início nos Estados Unidos e se
INTRODUÇÃO
espalhou por diversos países. Para
entender suas causas e consequências de
maneira didática, é necessário
contextualizar o cenário econômico e
político que precedeu o colapso.
Na década de 1920, a economia dos Estados Unidos estava em
plena expansão, impulsionada pela prosperidade e pelo
ANOS 1920
otimismo pós-Primeira Guerra Mundial. O mercado de ações
vivenciava um período de euforia, com pessoas comuns
investindo grandes quantias de dinheiro e muitas vezes
adquirindo ações a crédito, prática conhecida como "compra
na margem". Essa euforia gerou uma bolha especulativa no
mercado financeiro, inflando artificialmente o valor das ações.
QUINTA-FEIRA NEGRA
Em outubro de 1929, o mercado de ações entrou em colapso, com uma queda
vertiginosa nos preços das ações, culminando no evento conhecido como "A
Quinta-Feira Negra". A partir daí, a economia norte-americana entrou em uma
profunda recessão, e o efeito dominó se espalhou rapidamente para outros países,
principalmente aqueles dependentes das exportações para os Estados Unidos.
As causas da crise foram diversas, incluindo a especulação excessiva no mercado
financeiro, a desigualdade na distribuição de renda, a falta de regulação financeira
e a fragilidade do sistema bancário. A crise também foi agravada por políticas
econômicas equivocadas, como a adoção do protecionismo, com a implementação
de tarifas e restrições ao comércio internacional, piorando a situação econômica
global.
A QUINTA-FEIRA NEGRA FOI UMA QUEDA VERTIGINOSA DOS PREÇOS DAS AÇÕES NA BOLSA DE VALORES DE NOVA YORK EM 24 DE
OUTUBRO DE 1929, CONSIDERADA O INÍCIO DA GRANDE DEPRESSÃO DOS ANOS 1930.
As consequências da Crise de 1929 foram devastadoras. Milhões
de pessoas perderam seus empregos e suas economias, e a taxa de
desemprego nos Estados Unidos chegou a quase 25%. A produção
AS CONSEQUÊNCIAS
industrial e o comércio internacional também sofreram quedas
drásticas. A crise afetou a política e a sociedade em diversos
países, contribuindo para a ascensão de regimes autoritários e
nacionalistas, como o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália.
O período da Grande Depressão durou até a década de 1940, e a
recuperação foi impulsionada, em grande parte, pelos esforços de guerra
e pelas políticas de intervenção do Estado na economia. A Crise de 1929
deixou lições importantes, como a necessidade de uma regulação mais
eficiente do sistema financeiro e a importância da cooperação
internacional para a estabilidade econômica.
AMÉRICA LATINA E BRASIL
A CRISE DE 1929 TAMBÉM AFETOU SIGNIFICATIVAMENTE A AMÉRICA LATINA E,
EM PARTICULAR, O BRASIL. A ECONOMIA DA REGIÃO NA ÉPOCA ESTAVA
FORTEMENTE BASEADA NA EXPORTAÇÃO DE COMMODITIES AGRÍCOLAS E
MINERAIS PARA OS PAÍSES INDUSTRIALIZADOS, ESPECIALMENTE OS ESTADOS
UNIDOS E A EUROPA. COM A CRISE ECONÔMICA GLOBAL E A ADOÇÃO DE
POLÍTICAS PROTECIONISTAS, A DEMANDA POR ESSAS COMMODITIES CAIU
DRASTICAMENTE, LEVANDO A UMA REDUÇÃO NAS EXPORTAÇÕES E NOS PREÇOS
DESSES PRODUTOS.
AMÉRICA LATINA E BRASIL
NO BRASIL, O IMPACTO DA CRISE FOI ESPECIALMENTE SENTIDO NA INDÚSTRIA DO
CAFÉ, QUE ERA O PRINCIPAL PRODUTO DE EXPORTAÇÃO E A BASE DA ECONOMIA
BRASILEIRA. COM A QUEDA DOS PREÇOS DO CAFÉ NO MERCADO INTERNACIONAL, OS
CAFEICULTORES E O GOVERNO ENFRENTARAM DIFICULDADES FINANCEIRAS E UMA
SUPERPRODUÇÃO DO GRÃO. O GOVERNO BRASILEIRO, EM UMA TENTATIVA DE
ESTABILIZAR OS PREÇOS, ADOTOU UMA POLÍTICA DE QUEIMA DE ESTOQUES
EXCEDENTES E A VALORIZAÇÃO DO CAFÉ, FINANCIANDO A COMPRA DE EXCEDENTES
PELOS PRODUTORES. NO ENTANTO, ESSA ESTRATÉGIA TEVE SUCESSO LIMITADO E
GEROU UM GRANDE ÔNUS PARA O TESOURO PÚBLICO.
AMÉRICA LATINA E BRASIL
A CRISE ECONÔMICA EXPÔS AS VULNERABILIDADES DE UMA ECONOMIA FORTEMENTE
DEPENDENTE DE UM ÚNICO PRODUTO E LEVOU A UMA MAIOR CONSCIENTIZAÇÃO DA
NECESSIDADE DE DIVERSIFICAR A PRODUÇÃO E INDUSTRIALIZAR O PAÍS. ISSO
RESULTOU EM UMA MUDANÇA DE PARADIGMA NA POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA. A
PARTIR DA DÉCADA DE 1930, O GOVERNO BRASILEIRO, SOB A LIDERANÇA DE GETÚLIO
VARGAS, COMEÇOU A INVESTIR NA INDUSTRIALIZAÇÃO E A PROMOVER A SUBSTITUIÇÃO
DE IMPORTAÇÕES, VISANDO TORNAR O PAÍS MENOS DEPENDENTE DAS EXPORTAÇÕES DE
COMMODITIES E MAIS AUTOSSUFICIENTE.
AMÉRICA LATINA E BRASIL
NA AMÉRICA LATINA COMO UM TODO, A CRISE DE 1929 TEVE CONSEQUÊNCIAS
POLÍTICAS, SOCIAIS E ECONÔMICAS. A INSTABILIDADE ECONÔMICA E A QUEDA NA
RENDA NACIONAL CONTRIBUÍRAM PARA O AUMENTO DA INSATISFAÇÃO POPULAR E A
ASCENSÃO DE MOVIMENTOS POLÍTICOS NACIONALISTAS E POPULISTAS. EM VÁRIOS
PAÍSES DA REGIÃO, ISSO LEVOU AO ESTABELECIMENTO DE GOVERNOS AUTORITÁRIOS E
À IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES, BUSCANDO
FORTALECER AS ECONOMIAS NACIONAIS E PROTEGÊ-LAS DOS CHOQUES EXTERNOS.
EM RESUMO, A CRISE DE 1929 TEVE UM IMPACTO SIGNIFICATIVO NA AMÉRICA LATINA E
NO BRASIL, EXPONDO A FRAGILIDADE DE SUAS ECONOMIAS BASEADAS NA EXPORTAÇÃO
DE COMMODITIES E LEVANDO A MUDANÇAS PROFUNDAS NAS POLÍTICAS ECONÔMICAS E
NO CENÁRIO POLÍTICO DA REGIÃO.
A "solução" para a Crise de 1929 envolveu uma série de políticas e medidas
implementadas principalmente nos Estados Unidos, onde a crise teve
origem. Uma das principais estratégias adotadas para enfrentar a Grande
Depressão foi o "New Deal", um conjunto de programas e políticas
implementadas durante o governo do presidente Franklin D. Roosevelt,
entre 1933 e 1939.
O New Deal foi um marco na história econômica e política dos Estados
Unidos, pois representou uma mudança no papel do governo federal na
NEW DEAL
economia do país. Com o objetivo de promover a recuperação econômica,
aliviar a pobreza e o desemprego e reformar o sistema financeiro, o New
Deal incluiu várias políticas e programas, que podem ser divididos em três
grandes categorias: alívio, recuperação e reforma.
Alívio: Medidas para proporcionar alívio imediato à população
afetada pela crise, como a criação de empregos temporários,
programas de assistência social e ajuda financeira para os
NEW DEAL
desempregados, agricultores e idosos.
Recuperação: Políticas para estimular a recuperação econômica,
como a injeção de recursos públicos na economia através de obras
públicas e investimentos em infraestrutura, o estabelecimento de
agências governamentais para regular e apoiar setores-chave da
economia e a implementação de medidas de estabilização financeira,
como a garantia de depósitos bancários pelo Federal Deposit
Insurance Corporation (FDIC).
Reforma: Medidas para evitar futuras crises econômicas, como a
implementação de regulamentações mais rígidas no sistema
financeiro, a criação da Securities and Exchange Commission
(SEC) para supervisionar e regular o mercado de ações e a
introdução de leis trabalhistas e previdenciárias.
O New Deal teve um impacto significativo na economia dos Estados Unidos
e na vida das pessoas, ajudando a aliviar o desemprego e a pobreza e
contribuindo para a recuperação econômica gradual. No entanto, a
economia americana só se recuperou completamente com a entrada dos
Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, que estimulou a produção
industrial e a demanda por mão de obra.
Além disso, o New Deal também teve um impacto duradouro na política e na
sociedade americanas, estabelecendo um precedente para a intervenção do
governo federal na economia e nas questões sociais e reforçando o papel do
NEW DEAL
Estado como promotor do bem-estar e protetor dos direitos dos
trabalhadores. Essas políticas serviram como base para o desenvolvimento
do estado de bem-estar social moderno nos Estados Unidos e influenciaram
políticas semelhantes em outros países ao redor do mundo.
Franklin Roosevelt participou bastante da formulação do New Deal, uma forma de sair da crise
de 1929 e recuperar o poderio econômico estadunidense.