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Intensi Vis Mo

O documento aborda a evolução e a importância das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), destacando a necessidade de cuidados intensivos para pacientes críticos e a regulamentação das UTIs no Brasil. Discute também a terapia intravenosa, terapia nutricional, farmacologia em UTI, monitorização neurológica e cuidados fisiológicos, enfatizando a importância da equipe multidisciplinar e do monitoramento contínuo para a qualidade do atendimento. Além disso, apresenta as competências necessárias para enfermeiros que atuam em UTIs e a relevância da prevenção de infecções e complicações.

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Francisco Kauê
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Intensi Vis Mo

O documento aborda a evolução e a importância das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), destacando a necessidade de cuidados intensivos para pacientes críticos e a regulamentação das UTIs no Brasil. Discute também a terapia intravenosa, terapia nutricional, farmacologia em UTI, monitorização neurológica e cuidados fisiológicos, enfatizando a importância da equipe multidisciplinar e do monitoramento contínuo para a qualidade do atendimento. Além disso, apresenta as competências necessárias para enfermeiros que atuam em UTIs e a relevância da prevenção de infecções e complicações.

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INTENSIVISMO

AULA 1

Unidade de Terapia Intensiva Adulto

 O cuidado intensivo evoluiu da necessidade de observação focada de pacientes


graves, inicialmente reunidos por Florence Nightingale durante a Guerra da
Crimeia.
 As UTIs combinam cuidados intensivos de enfermagem com atenção médica
constante para pacientes críticos.
 Weil e Planta (1992) observaram que o avanço das cirurgias aumentou a
necessidade de cuidados pós-operatórios, levando ao desenvolvimento de
unidades de terapia especializadas.

Retrospectiva Histórica

 Inicialmente, o tratamento intensivo ocorria em salas adjacentes às cirurgias,


conduzido por cirurgiões e anestesistas, evoluindo para a responsabilidade de
enfermeiros e equipe.
 A Portaria nº 3.432/GM, de 12 de agosto de 1998, estabelece critérios de
classificação para diferentes unidades de tratamento intensivo – UTI.
 Resoluções da ANVISA, como a RDC 50/2002, RDC 07/2010 e RDC 05/2012,
regulamentam a organização, estrutura física e requisitos mínimos para o
funcionamento das UTIs.

Classes de Serviço de Terapia Intensiva

 Existem diferentes classes de serviço de terapia intensiva.


 UTIs podem ser especializadas com foco específico.
 A internação em UTI é indicada quando o paciente apresenta comprometimento
de sistemas fisiológicos e necessita de assistência contínua.

Tempo de Permanência e Organização

 O tempo de permanência em UTI deve limitar-se ao necessário para superar a


situação crítica.
 As UTIs devem estar localizadas próximas a serviços médicos, de enfermagem,
laboratoriais e radiológicos.
 São obrigatórias em hospitais terciários e secundários com capacidade de 100
leitos, bem como em especializados e em EAS que atendam gravidez/parto de
alto risco.

Equipe e Recursos Humanos

 A composição da equipe é definida pela RDC Nº 07/2010.


 O coordenador de enfermagem deve ser especialista em terapia intensiva.
 A responsabilidade técnica permite assumir a RT ou coordenação em, no
máximo, duas UTIs.
Recursos Materiais

 A RDC Nº 07/2010 define os recursos materiais necessários para o


funcionamento de uma UTI.
 É necessário dispor de equipamentos para monitorização contínua de frequência
respiratória, oximetria de pulso, frequência cardíaca, cardioscopia, temperatura e
pressão arterial não invasiva.
 Boxes para área coletiva de tratamento devem possuir dispositivos para permitir
a privacidade dos pacientes quando necessário.

Monitorização Hemodinâmica

 A monitorização hemodinâmica é uma técnica invasiva para medir pressões


intracardíacas, intrapulmonares e intravasculares.
 A monitorização invasiva inclui PAI (Pressão Arterial Invasiva), PVC (Pressão
Venosa Central) e Swang Ganz, importante para pacientes hemodinamicamente
instáveis.
 A monitorização não invasiva consiste na análise dos sinais vitais obtidos por
equipamentos não invasivos.

PVC - Pressão Venosa Central

 A PVC estima a pressão na veia cava ou no átrio direito, refletindo a pressão de


enchimento do ventrículo direito (pré-carga).
 A pressão normal varia entre 2 a 6 mmHg ou 2 a 8 mmHg.
 A leitura pode ser feita eletronicamente com transdutor de pressão ou
manualmente por meio de coluna de água.

Swang Ganz

 Swang Ganz é um tipo de monitorização hemodinâmica.


 Complicações incluem ruptura da artéria pulmonar, tromboembolismo
pulmonar, infarto pulmonar, dobramento do cateter, arritmias e embolia gasosa.

PAM - Pressão Arterial Média

 A PAM é a Pressão Arterial Média.

Cuidados com o Paciente e Qualidade em UTI

 Pacientes em UTI frequentemente utilizam sondas, drenos, cateteres,


traqueostomia e ventilação mecânica, exigindo cuidados da equipe para evitar
sequelas.
 A qualidade em UTI é avaliada monitorando mensalmente indicadores como
taxa de mortalidade, tempo de permanência, taxa de reinternação, incidência de
pneumonia associada à ventilação mecânica, entre outros.
 É fundamental monitorar a utilização de ventilação mecânica, incidência de
infecção primária da corrente sanguínea relacionada ao acesso vascular central e
incidência de infecções do trato urinário.
Competências do Enfermeiro de UTI

 O enfermeiro de UTI deve possuir conhecimento técnico e científico, liderança,


capacidade de trabalho em equipe, gerenciamento de seus pares e visão holística
do cuidado.
 Habilidades cognitivas, tomada de decisão, humanização, comunicação,
iniciativa e atitude são essenciais.
 Raciocínio clínico, responsabilidade, segurança, proatividade, dinamismo,
coordenação de equipes, ética, dedicação e observação são também cruciais.
AULA 2

🏥 1. Terapia Intravenosa (TIV) na UTI

A TIV é fundamental no cuidado de pacientes graves e envolve a administração direta


de fármacos e soluções no sistema circulatório.

Importância:

 Usada amplamente na prática clínica.


 Visa tratar agravos à saúde e manter suporte vital.
 Principal risco: Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), como as
Infecções Primárias da Corrente Sanguínea (IPCS) — muitas associadas a
cateteres.

Dados Relevantes:

 Em 2021, quase 2.000 hospitais notificaram IPCS em UTIs adultas.


 60% dessas infecções estão associadas ao uso de cateteres venosos centrais
(CVC) e outros dispositivos intravasculares.

💉 2. Tipos de Dispositivos Intravenosos

a) CCIP (PICC) – Cateter Central de Inserção Periférica

 Inserido por veia periférica até a veia cava.


 Longa duração; usado em ambiente hospitalar, ambulatorial ou domiciliar.

b) AVP – Acesso Venoso Periférico

 Cateter curto inserido em veia periférica.


 Usado para infusão de grande volume e medicamentos com ação rápida.

c) CVC – Cateter Venoso Central

 Necessário quando se exige acesso prolongado, infusão de grandes volumes,


monitorização hemodinâmica e nutrição parenteral.

🧠 3. Terapia Nutricional na UTI

Pacientes críticos geralmente estão hipercatabólicos (perda muscular acelerada) e


desnutridos, o que prejudica a cicatrização, aumenta risco de infecção e tempo de
internação.

Desafios:
 Jejum prolongado → atrofia da parede intestinal.
 Gastroparesia e risco de translocação bacteriana.
 Hipofosfatemia pode comprometer respiração.

🍽 4. Modalidades de Terapia Nutricional

a) Nutrição Enteral (TNE):

 Via preferencial se o trato gastrointestinal estiver funcional.


 Mantém a barreira intestinal e reduz infecções.

Indicações:

 Trauma, coma, câncer, má absorção, cirurgia de cabeça/pescoço, anorexia grave.

b) Nutrição Parenteral (NP):

 Usada quando o TGI está inativo por 7 a 10 dias.


 Indicada em perdas de peso >10%, intolerância à NE ou contraindicação à via
oral.

👩⚕️ 5. Papel da Enfermagem

 Manutenção e avaliação de cateteres.


 Prevenção de infecções.
 Monitorização da resposta à terapia venosa e nutricional.
 Registro e atuação ativa no planejamento da assistência.

❤️ 6. Suporte Avançado de Vida (ACLS)

 Baseado no protocolo da AHA 2020.


 Envolve ações sistematizadas para reanimação cardiopulmonar (PCR), incluindo
o algoritmo de atendimento a adultos.
AULA 3

1. Transporte Intra-hospitalar (TIH) de Pacientes Críticos

 Necessário quando exames ou procedimentos não podem ser feitos à beira-leito.


 É uma extensão do cuidado intensivo, exigindo continuidade da assistência.
 Planejamento é essencial, baseado em:
o Tempo estimado de transporte.
o Checagem de materiais e equipamentos.
o Avaliação pré e pós-transporte.

Riscos e Intercorrências

 Instabilidade hemodinâmica, agitação psicomotora e insuficiência respiratória.


 Problemas com equipamentos (monitor, infusões, sondas, cateteres).
 Prevenção com protocolos institucionais e educação permanente.

2. Farmacologia em UTI

Principais fármacos utilizados:

 Drogas vasoativas
 Sedativos: Midazolam, Propofol
 Analgésicos: Morfina, Fentanil
 Antibióticos
 Sangue e hemoderivados
 Quimioterápicos
 Fibrinolíticos (dissolvem coágulos)
 Expansores plasmáticos (Voluven, cristalóides)

3. Drogas Vasoativas

Classificações:

 Vasodilatadores: ↓ resistência vascular, ↓ pressão arterial


o Ex: Nitroglicerina, Nitroprussiato de sódio
 Vasoconstritores: ↑ resistência vascular, ↑ pressão arterial
o Ex: Noradrenalina, Vasopressina, Adrenalina
 Inotrópicos positivos: ↑ força de contração cardíaca
o Ex: Dobutamina, Dopamina, Levosimedan

Conceitos importantes:

 DC: Débito Cardíaco


 VS: Volume Sistólico
 RVP: Resistência Vascular Periférica
 Pré-carga: Volume de sangue que chega ao coração
 Pós-carga: Resistência enfrentada na saída do sangue do coração
 DO2/VO2: Oferta e consumo de oxigênio → desequilíbrio pode levar à
hipoxemia e morte.

1. O que é Neurointensivismo?

 É a monitorização intensiva de pacientes com lesões neurológicas agudas, feita


à beira-leito.
 Permite identificar rapidamente lesões secundárias e orientar intervenções
precoces.

2. Principais Situações Neurológicas

 Coma
 Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
 Traumatismo Raquimedular
 Estado de Mal Epiléptico
 Acidente Vascular Cerebral (AVC)

3. Monitorização Neurológica Multimodal

Inclui:

 Avaliação clínica seriada


 Monitorização fisiológica contínua
 Exames de imagem
 Monitor da Pressão Intracraniana (PIC)
 Doppler Transcraniano
 Eletroencefalograma (EEG)

4. Avaliação Clínica e Neurocheck

 Utiliza a Escala de Coma de Glasgow (ECG), mas não é suficiente sozinha.


 O Neurocheck é uma avaliação padronizada, feita pelo menos uma vez por
turno:
o Nível de consciência
o Avaliação motora e sensibilidade
o Pares cranianos
o Exame ocular e pupilar
5. Cuidados Fisiológicos

 Manter ventilação, perfusão, glicemia, sódio e temperatura controlados.


 Prevenir infecções e lesões associadas ao tratamento.

6. Exames de Imagem

 Tomografia de crânio: mais comum.


 Ressonância magnética (RNM): mais detalhada.
 Angiotomografia e arteriografia: útil em casos como HSA com vasoespasmo.
 Exames de perfusão: avaliam fluxo e metabolismo cerebral.

7. Pressão Intracraniana (PIC)

 Monitoramento essencial em TCE grave


 Local de inserção: intraventricular (mais completo), intraparenquimatoso,
epidural ou subaracnóide.
 Valores:
o PIC normal: 7–15 mmHg
o PPC ideal: > 60 mmHg (PPC = PAM – PIC)

8. Outros métodos de monitorização

 Doppler Transcraniano: avalia fluxo cerebral, útil após HSA.


 EEG: importante no diagnóstico de crises e sedação, além de prever déficits e
prognóstico.

9. Conclusão

 A monitorização neurológica deve ser individualizada.


 O exame clínico (Neurocheck) é o padrão ouro.
 A equipe multidisciplinar e a atenção precoce às alterações são cruciais para o
desfecho do paciente.
AULA 4

1. O que é Neurointensivismo?

 É a monitorização intensiva de pacientes com lesões neurológicas agudas, feita


à beira-leito.
 Permite identificar rapidamente lesões secundárias e orientar intervenções
precoces.

2. Principais Situações Neurológicas

 Coma
 Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
 Traumatismo Raquimedular
 Estado de Mal Epiléptico
 Acidente Vascular Cerebral (AVC)

3. Monitorização Neurológica Multimodal

Inclui:

 Avaliação clínica seriada


 Monitorização fisiológica contínua
 Exames de imagem
 Monitor da Pressão Intracraniana (PIC)
 Doppler Transcraniano
 Eletroencefalograma (EEG)

4. Avaliação Clínica e Neurocheck

 Utiliza a Escala de Coma de Glasgow (ECG), mas não é suficiente sozinha.


 O Neurocheck é uma avaliação padronizada, feita pelo menos uma vez por
turno:
o Nível de consciência
o Avaliação motora e sensibilidade
o Pares cranianos
o Exame ocular e pupilar

5. Cuidados Fisiológicos
 Manter ventilação, perfusão, glicemia, sódio e temperatura controlados.
 Prevenir infecções e lesões associadas ao tratamento.

6. Exames de Imagem

 Tomografia de crânio: mais comum.


 Ressonância magnética (RNM): mais detalhada.
 Angiotomografia e arteriografia: útil em casos como HSA com vasoespasmo.
 Exames de perfusão: avaliam fluxo e metabolismo cerebral.

7. Pressão Intracraniana (PIC)

 Monitoramento essencial em TCE grave


 Local de inserção: intraventricular (mais completo), intraparenquimatoso,
epidural ou subaracnóide.
 Valores:
o PIC normal: 7–15 mmHg
o PPC ideal: > 60 mmHg (PPC = PAM – PIC)

8. Outros métodos de monitorização

 Doppler Transcraniano: avalia fluxo cerebral, útil após HSA.


 EEG: importante no diagnóstico de crises e sedação, além de prever déficits e
prognóstico.

9. Conclusão

 A monitorização neurológica deve ser individualizada.


 O exame clínico (Neurocheck) é o padrão ouro.
 A equipe multidisciplinar e a atenção precoce às alterações são cruciais para o
desfecho do paciente.
AULA 5

🧠 Parte 1 – Respiratória (Prof. Edgar Castro)

Insuficiência Respiratória (IRpa)

 Incapacidade do sistema respiratório de manter a oxigenação e eliminar CO₂.


 Critérios: PaO₂ < 50 mmHg (hipoxemia), PaCO₂ > 50 mmHg (hipercapnia), pH
< 7,35.

Suporte Ventilatório

 Ventilação Não Invasiva (VNI):


o Máscara nasal ou facial.
o Indicações: dispneia, acidose respiratória, PaO₂/FiO₂ < 200.
o Contraindicações: parada cardiorrespiratória, necessidade urgente de
intubação.
 Ventilação Invasiva:
o Via tubo endotraqueal ou traqueostomia.
o Indicada em casos graves, com fadiga respiratória, apneia,
hipoventilação.
o Riscos: infecção respiratória.

Atuação da Enfermagem segundo COFEN (Portaria 639/2020)

 Instalar e monitorar aparelhos de VM (VNI e invasiva).


 Ajuste de parâmetros sob coordenação médica.
 Cuidados com traqueostomia, pressão do cuff, higiene bucal.
 Coleta de gasometria arterial.
 Participar da pronação, monitorar oxigenação (SatO₂ 93–97%).

❤️ Parte 2 – Cardiologia (Profa. Thâmara Ramos)

Principais Problemas Cardíacos em UTI

 Doenças coronarianas, valvopatias, doenças da aorta, cardiopatias congênitas.


 Choque Cardiogênico: falha da bomba cardíaca → hipoperfusão, hipotensão
com volemia normal.

Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRVM)

 Pós-operatório exige internação em UTI.


 Complicações: infecção, sangramento, arritmias, disfunção cardíaca.

Dispositivos e Monitorização

 Monitor hemodinâmico (PAM, PVC), capnógrafo, Swan-Ganz.


 Dreno torácico, sonda vesical, ECMO (oxigenação extracorpórea).
📋 Assistência de Enfermagem em CRVM (atividade)

 SAE é fundamental na recuperação.


 Deve identificar complicações, aplicar cuidados conforme protocolos.
 Utiliza classificações como NIC (Intervenções de Enfermagem).

🩺 Gasometria Arterial

 Avalia oxigenação (PaO₂, PaCO₂, SatO₂) e equilíbrio ácido-básico (pH, HCO₃⁻).


 Coleta exige técnica asséptica e equipamentos adequados.

🩺 Mensagem Final

"Veja o paciente além do físico; ouça-o e fale com ele.


Seja profissional quando necessário, humano sempre."
AULA 6

Caso Clínico Inicial

A enfermeira Roberta atende um paciente de 39 anos, com dor abdominal aguda (3h),
histórico de úlcera gástrica, pálido, sudoreico, taquicárdico (FC 130 bpm), hipotenso
(PA 100/60 mmHg), taquipneico e com abdome distendido, rígido (“em tábua”) e
presença de hematêmese.

Diagnóstico provável: Perfuração de úlcera péptica → Abdome Agudo Perfurativo


Complicação associada: Peritonite (inflamação do peritônio por extravasamento do
conteúdo gástrico).

🩺 1. Úlcera Péptica (UP)

Lesão única que acomete a mucosa do estômago ou duodeno, provocada por:

 Helicobacter pylori (principal agente).


 Uso de AINEs.
 Excesso de ácido, refluxo biliar, esvaziamento gástrico retardado.

Sintomas:

 Dor epigástrica, queimação.


 Azia (pirose), náuseas, flatulência, distensão abdominal.
 Vômitos e sangramentos.

Complicações: perfuração → peritonite → sepse.

⚠️ 2. Apendicite

Inflamação do apêndice vermiforme, comum em adolescentes e adultos.

Fisiopatologia: obstrução → inflamação → necrose → perfuração → peritonite.

Sintomas:

 Dor em FID, náusea, febre baixa, leucocitose.


 Dor à palpação profunda, Blumberg positivo, RHA diminuídos.

Diagnóstico: exame físico, hemograma, RX, ultrassonografia.

Tratamento: apendicectomia, antibióticos, reposição volêmica.


🩺 3. Diverticulite

Inflamação dos divertículos (mais comum no cólon sigmoide).

Causas:

 Dieta pobre em fibras, constipação crônica.

Sintomas:

 Dor em cólica no QIE, febre, fadiga, náusea, constipação, fezes estreitas.

Complicações:

 Peritonite, abscesso, sangramento, choque.

Tratamento:

 Dieta rica em fibras, repouso, antibióticos, cirurgia em casos graves.

⚕️ 4. Peritonite

Inflamação do peritônio por extravasamento de conteúdo intestinal.

Causas:

 Perfuração de UP, apendicite, diverticulite, trauma, cirurgia.

Sintomas:

 Dor abdominal difusa, rigidez em tábua, íleo paralítico, febre, vômitos,


taquicardia, sinais de sepse.

Tratamento:

 Oxigenioterapia, hidratação EV, antibióticos, laparotomia, drenagem,


colostomia.

🔄 5. Obstrução Intestinal

Interrupção parcial ou total da passagem do conteúdo intestinal.

Tipos:

 Mecânica: por tumor, hérnia, aderência, estenose.


 Funcional: íleo paralítico (secundário à manipulação cirúrgica, distúrbios
neurológicos ou endócrinos).

Sintomas:

 Dor em cólica, vômito fecal, distensão abdominal, RHA ausentes, desidratação,


sinais de choque.

Tratamento:

 Descompressão com SNG/sonda retal.


 Hidratação e reposição eletrolítica.
 Cirurgia se necessário.

🚨 6. Abdome Agudo (AA)

Síndrome clínica com dor abdominal súbita de início recente, com duração >6h.

Classificações:

 Inflamatório: apendicite, diverticulite.


 Obstrutivo: por oclusão mecânica ou funcional.
 Perfurativo: úlcera perfurada.
 Hemorrágico: rotura de aneurisma, gravidez ectópica.
 Vascular: trombose/embolia mesentérica.

Sintomas gerais:

 Dor, distensão, ausência de evacuação, vômitos, febre, icterícia, confusão,


choque.

Exames: hemograma, eletrólitos, amilase, gasometria, RX, USG, TC.

🩺 Revisão das Questões de Aula

1. Causa principal da úlcera péptica?


✅ Helicobacter pylori
2. Inflamação do peritônio com risco de sepse?
✅ Peritonite
3. Paciente com dor abdominal, RHA ausentes e história de trombose?
✅ Abdome agudo vascular
AULA 7

🧠 Conceitos Básicos de Endocrinologia

 Hormônios: atuam em receptores na superfície ou interior das células.


o Peptídeos: insulina, ocitocina.
o Esteroides: progesterona, testosterona.
o Derivados de aminoácidos: epinefrina, melatonina.
 Disfunções endócrinas surgem por falhas nas glândulas ou nos tecidos-alvo.

🍬 1. Cetoacidose Diabética (CAD)

Definição:

 Complicação aguda do diabetes tipo 1 (mais comum).


 O corpo utiliza gordura como energia, produzindo cetonas em excesso →
acidose metabólica.

Diagnóstico:

 Glicemia > 250 mg/dL


 pH < 7,3
 Bicarbonato < 18 mEq/L
 Ânion gap aumentado
 Cetonemia / cetonúria

Manifestações clínicas:

 Jovens, início rápido


 Hálito cetônico
 Dor abdominal, náuseas
 Respiração de Kussmaul (profunda e rápida)

Tratamento:

 Hidratação IV (hipovolemia)
 Insulina EV (corrigir hiperglicemia)
 Repor potássio (evitar hipocalemia)
 Bicarbonato em casos graves de acidose

💧 2. Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH)

Definição:

 Complicação aguda do diabetes tipo 2.


 Hiperglicemia extrema, desidratação severa e alteração do nível de
consciência, sem cetose significativa.

Diagnóstico:

 Glicemia > 600 mg/dL


 pH > 7,3
 Bicarbonato > 18 mEq/L
 Osmolaridade > 320 mOsm/kg

Manifestações clínicas:

 Evolução lenta
 Poliúria, polidipsia
 Perda de peso, confusão mental, coma
 Desidratação profunda

Tratamento:

 Hidratação IV rigorosa
 Insulina EV (iniciar soro glicosado 5% quando glicemia < 300 mg/dL)
 Repor potássio com controle da função renal

⬇️ 3. Hipoglicemia

Definição:

 Glicemia < 70 mg/dL (grave se < 50 mg/dL)

Causas:

 Jejum prolongado
 Insuficiência renal ou hepática
 Deficiência de hormônios contrarreguladores (cortisol, catecolaminas)
 Intoxicação por salicilatos

Sinais e sintomas:

 Liberação adrenérgica: taquicardia, sudorese, tremores


 Neuroglicopenia: confusão, convulsões, coma, cefaleia

Tratamento:

 Reposição EV de glicose conforme protocolo


🧠 Papel da Enfermagem

 Monitorar glicemia regularmente


 Administrar insulina e soluções conforme prescrição
 Identificar precocemente sinais de hipoglicemia e hiperglicemia
 Atuar de forma preventiva e imediata em alterações agudas

📌 Conclusão

 O controle glicêmico rigoroso reduz complicações e mortalidade em pacientes


críticos.
 Meta ideal na UTI: manter glicemia entre 140–180 mg/dL.
 Hiperglicemia persistente é fator de risco importante para mortalidade.
QUESTÕES

. Qual a origem histórica dos cuidados intensivos?


👉 Surgiram com Florence Nightingale durante a Guerra da Crimeia, com observação
focada de pacientes graves.

2. Quais documentos regulam as UTIs no Brasil?


👉 Portaria nº 3.432/GM/1998, RDC 50/2002, RDC 07/2010 e RDC 05/2012
(ANVISA).

3. Quando um paciente deve ser internado em UTI?


👉 Quando apresenta comprometimento fisiológico e necessita de assistência contínua.

4. Qual a função da monitorização hemodinâmica?


👉 Medir pressões intracardíacas, intravasculares e intrapulmonares (PAI, PVC, Swan-
Ganz).

5. Qual a faixa normal da PVC?


👉 Entre 2 a 8 mmHg.

✅ AULA 2 – Terapia Intravenosa e Nutricional

6. Qual o principal risco da terapia intravenosa (TIV)?


👉 Infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), principalmente associada a CVC.

7. O que é um cateter CCIP (PICC)?


👉 Cateter central inserido por veia periférica, com ponta na veia cava. Longo prazo.

8. Quando é indicada a nutrição enteral (TNE)?


👉 Quando o trato gastrointestinal está funcional, mas a via oral está comprometida.

9. Quando é indicada a nutrição parenteral (NP)?


👉 Quando o TGI está inativo por mais de 7 a 10 dias ou há contraindicação à NE.

10. Quais os desafios nutricionais em pacientes críticos?


👉 Hipercatabolismo, sarcopenia, jejum prolongado, hipofosfatemia e gastroparesia.

✅ AULA 3 – Transporte e Farmacologia

11. O que deve ser feito antes do transporte intra-hospitalar de um paciente


crítico?
👉 Planejamento, checagem de equipamentos e avaliação pré-transporte.
12. Cite três classes de fármacos comuns em UTIs.
👉 Vasodilatadores (ex: nitroglicerina), vasoconstritores (ex: noradrenalina), inotrópicos
(ex: dobutamina).

13. O que significa DO2/VO2?


👉 Relação entre oferta e consumo de oxigênio — seu desequilíbrio pode levar à
hipoxemia e morte.

✅ AULAS 4 e 5 – Neurointensivismo, Respiratório e Cardíaco

14. O que é o Neurocheck?


👉 Avaliação clínica neurológica padronizada feita 1x por turno: consciência,
motricidade, pupilas, pares cranianos.

15. Quais exames compõem a monitorização neurológica multimodal?


👉 ECG, tomografia, PIC, Doppler transcraniano, EEG.

16. O que caracteriza insuficiência respiratória aguda (IRpa)?


👉 PaO₂ < 50 mmHg, PaCO₂ > 50 mmHg e pH < 7,35.

17. Quando usar VNI na UTI?


👉 Em pacientes com dispneia, acidose respiratória e relação PaO₂/FiO₂ < 200, desde
que não haja necessidade urgente de intubação.

18. Qual a principal causa de choque cardiogênico?


👉 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).

✅ AULA 6 – Abdome Agudo

19. Qual o provável diagnóstico para um paciente com úlcera gástrica, dor
abdominal súbita e abdome em tábua?
👉 Perfuração de úlcera → Abdome agudo perfurativo → Peritonite.

20. Quais são os tipos de abdome agudo?


👉 Inflamatório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico e vascular.

21. Quais exames auxiliam no diagnóstico do abdome agudo?


👉 Hemograma, amilase, eletrólitos, RX, USG, tomografia.

✅ AULA 7 – Emergências Endócrinas


22. Quais os critérios diagnósticos da cetoacidose diabética (CAD)?
👉 Glicemia > 250 mg/dL, pH < 7,3, bicarbonato < 18 mEq/L, cetonemia/cetonúria.

23. Como diferenciar CAD de EHH (estado hiperosmolar hiperglicêmico)?


👉 EHH: Glicemia > 600 mg/dL, osmolaridade > 320 mOsm/kg, sem cetose
significativa.

24. Quais os sinais de hipoglicemia grave?


👉 Glicemia < 50 mg/dL, sudorese, tremores, confusão, convulsões, coma.

25. Qual a meta glicêmica para pacientes críticos na UTI?


👉 Manter entre 140–180 mg/dL.

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