INTENSIVISMO
AULA 1
Unidade de Terapia Intensiva Adulto
O cuidado intensivo evoluiu da necessidade de observação focada de pacientes
graves, inicialmente reunidos por Florence Nightingale durante a Guerra da
Crimeia.
As UTIs combinam cuidados intensivos de enfermagem com atenção médica
constante para pacientes críticos.
Weil e Planta (1992) observaram que o avanço das cirurgias aumentou a
necessidade de cuidados pós-operatórios, levando ao desenvolvimento de
unidades de terapia especializadas.
Retrospectiva Histórica
Inicialmente, o tratamento intensivo ocorria em salas adjacentes às cirurgias,
conduzido por cirurgiões e anestesistas, evoluindo para a responsabilidade de
enfermeiros e equipe.
A Portaria nº 3.432/GM, de 12 de agosto de 1998, estabelece critérios de
classificação para diferentes unidades de tratamento intensivo – UTI.
Resoluções da ANVISA, como a RDC 50/2002, RDC 07/2010 e RDC 05/2012,
regulamentam a organização, estrutura física e requisitos mínimos para o
funcionamento das UTIs.
Classes de Serviço de Terapia Intensiva
Existem diferentes classes de serviço de terapia intensiva.
UTIs podem ser especializadas com foco específico.
A internação em UTI é indicada quando o paciente apresenta comprometimento
de sistemas fisiológicos e necessita de assistência contínua.
Tempo de Permanência e Organização
O tempo de permanência em UTI deve limitar-se ao necessário para superar a
situação crítica.
As UTIs devem estar localizadas próximas a serviços médicos, de enfermagem,
laboratoriais e radiológicos.
São obrigatórias em hospitais terciários e secundários com capacidade de 100
leitos, bem como em especializados e em EAS que atendam gravidez/parto de
alto risco.
Equipe e Recursos Humanos
A composição da equipe é definida pela RDC Nº 07/2010.
O coordenador de enfermagem deve ser especialista em terapia intensiva.
A responsabilidade técnica permite assumir a RT ou coordenação em, no
máximo, duas UTIs.
Recursos Materiais
A RDC Nº 07/2010 define os recursos materiais necessários para o
funcionamento de uma UTI.
É necessário dispor de equipamentos para monitorização contínua de frequência
respiratória, oximetria de pulso, frequência cardíaca, cardioscopia, temperatura e
pressão arterial não invasiva.
Boxes para área coletiva de tratamento devem possuir dispositivos para permitir
a privacidade dos pacientes quando necessário.
Monitorização Hemodinâmica
A monitorização hemodinâmica é uma técnica invasiva para medir pressões
intracardíacas, intrapulmonares e intravasculares.
A monitorização invasiva inclui PAI (Pressão Arterial Invasiva), PVC (Pressão
Venosa Central) e Swang Ganz, importante para pacientes hemodinamicamente
instáveis.
A monitorização não invasiva consiste na análise dos sinais vitais obtidos por
equipamentos não invasivos.
PVC - Pressão Venosa Central
A PVC estima a pressão na veia cava ou no átrio direito, refletindo a pressão de
enchimento do ventrículo direito (pré-carga).
A pressão normal varia entre 2 a 6 mmHg ou 2 a 8 mmHg.
A leitura pode ser feita eletronicamente com transdutor de pressão ou
manualmente por meio de coluna de água.
Swang Ganz
Swang Ganz é um tipo de monitorização hemodinâmica.
Complicações incluem ruptura da artéria pulmonar, tromboembolismo
pulmonar, infarto pulmonar, dobramento do cateter, arritmias e embolia gasosa.
PAM - Pressão Arterial Média
A PAM é a Pressão Arterial Média.
Cuidados com o Paciente e Qualidade em UTI
Pacientes em UTI frequentemente utilizam sondas, drenos, cateteres,
traqueostomia e ventilação mecânica, exigindo cuidados da equipe para evitar
sequelas.
A qualidade em UTI é avaliada monitorando mensalmente indicadores como
taxa de mortalidade, tempo de permanência, taxa de reinternação, incidência de
pneumonia associada à ventilação mecânica, entre outros.
É fundamental monitorar a utilização de ventilação mecânica, incidência de
infecção primária da corrente sanguínea relacionada ao acesso vascular central e
incidência de infecções do trato urinário.
Competências do Enfermeiro de UTI
O enfermeiro de UTI deve possuir conhecimento técnico e científico, liderança,
capacidade de trabalho em equipe, gerenciamento de seus pares e visão holística
do cuidado.
Habilidades cognitivas, tomada de decisão, humanização, comunicação,
iniciativa e atitude são essenciais.
Raciocínio clínico, responsabilidade, segurança, proatividade, dinamismo,
coordenação de equipes, ética, dedicação e observação são também cruciais.
AULA 2
🏥 1. Terapia Intravenosa (TIV) na UTI
A TIV é fundamental no cuidado de pacientes graves e envolve a administração direta
de fármacos e soluções no sistema circulatório.
Importância:
Usada amplamente na prática clínica.
Visa tratar agravos à saúde e manter suporte vital.
Principal risco: Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), como as
Infecções Primárias da Corrente Sanguínea (IPCS) — muitas associadas a
cateteres.
Dados Relevantes:
Em 2021, quase 2.000 hospitais notificaram IPCS em UTIs adultas.
60% dessas infecções estão associadas ao uso de cateteres venosos centrais
(CVC) e outros dispositivos intravasculares.
💉 2. Tipos de Dispositivos Intravenosos
a) CCIP (PICC) – Cateter Central de Inserção Periférica
Inserido por veia periférica até a veia cava.
Longa duração; usado em ambiente hospitalar, ambulatorial ou domiciliar.
b) AVP – Acesso Venoso Periférico
Cateter curto inserido em veia periférica.
Usado para infusão de grande volume e medicamentos com ação rápida.
c) CVC – Cateter Venoso Central
Necessário quando se exige acesso prolongado, infusão de grandes volumes,
monitorização hemodinâmica e nutrição parenteral.
🧠 3. Terapia Nutricional na UTI
Pacientes críticos geralmente estão hipercatabólicos (perda muscular acelerada) e
desnutridos, o que prejudica a cicatrização, aumenta risco de infecção e tempo de
internação.
Desafios:
Jejum prolongado → atrofia da parede intestinal.
Gastroparesia e risco de translocação bacteriana.
Hipofosfatemia pode comprometer respiração.
🍽 4. Modalidades de Terapia Nutricional
a) Nutrição Enteral (TNE):
Via preferencial se o trato gastrointestinal estiver funcional.
Mantém a barreira intestinal e reduz infecções.
Indicações:
Trauma, coma, câncer, má absorção, cirurgia de cabeça/pescoço, anorexia grave.
b) Nutrição Parenteral (NP):
Usada quando o TGI está inativo por 7 a 10 dias.
Indicada em perdas de peso >10%, intolerância à NE ou contraindicação à via
oral.
👩⚕️ 5. Papel da Enfermagem
Manutenção e avaliação de cateteres.
Prevenção de infecções.
Monitorização da resposta à terapia venosa e nutricional.
Registro e atuação ativa no planejamento da assistência.
❤️ 6. Suporte Avançado de Vida (ACLS)
Baseado no protocolo da AHA 2020.
Envolve ações sistematizadas para reanimação cardiopulmonar (PCR), incluindo
o algoritmo de atendimento a adultos.
AULA 3
1. Transporte Intra-hospitalar (TIH) de Pacientes Críticos
Necessário quando exames ou procedimentos não podem ser feitos à beira-leito.
É uma extensão do cuidado intensivo, exigindo continuidade da assistência.
Planejamento é essencial, baseado em:
o Tempo estimado de transporte.
o Checagem de materiais e equipamentos.
o Avaliação pré e pós-transporte.
Riscos e Intercorrências
Instabilidade hemodinâmica, agitação psicomotora e insuficiência respiratória.
Problemas com equipamentos (monitor, infusões, sondas, cateteres).
Prevenção com protocolos institucionais e educação permanente.
2. Farmacologia em UTI
Principais fármacos utilizados:
Drogas vasoativas
Sedativos: Midazolam, Propofol
Analgésicos: Morfina, Fentanil
Antibióticos
Sangue e hemoderivados
Quimioterápicos
Fibrinolíticos (dissolvem coágulos)
Expansores plasmáticos (Voluven, cristalóides)
3. Drogas Vasoativas
Classificações:
Vasodilatadores: ↓ resistência vascular, ↓ pressão arterial
o Ex: Nitroglicerina, Nitroprussiato de sódio
Vasoconstritores: ↑ resistência vascular, ↑ pressão arterial
o Ex: Noradrenalina, Vasopressina, Adrenalina
Inotrópicos positivos: ↑ força de contração cardíaca
o Ex: Dobutamina, Dopamina, Levosimedan
Conceitos importantes:
DC: Débito Cardíaco
VS: Volume Sistólico
RVP: Resistência Vascular Periférica
Pré-carga: Volume de sangue que chega ao coração
Pós-carga: Resistência enfrentada na saída do sangue do coração
DO2/VO2: Oferta e consumo de oxigênio → desequilíbrio pode levar à
hipoxemia e morte.
1. O que é Neurointensivismo?
É a monitorização intensiva de pacientes com lesões neurológicas agudas, feita
à beira-leito.
Permite identificar rapidamente lesões secundárias e orientar intervenções
precoces.
2. Principais Situações Neurológicas
Coma
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
Traumatismo Raquimedular
Estado de Mal Epiléptico
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
3. Monitorização Neurológica Multimodal
Inclui:
Avaliação clínica seriada
Monitorização fisiológica contínua
Exames de imagem
Monitor da Pressão Intracraniana (PIC)
Doppler Transcraniano
Eletroencefalograma (EEG)
4. Avaliação Clínica e Neurocheck
Utiliza a Escala de Coma de Glasgow (ECG), mas não é suficiente sozinha.
O Neurocheck é uma avaliação padronizada, feita pelo menos uma vez por
turno:
o Nível de consciência
o Avaliação motora e sensibilidade
o Pares cranianos
o Exame ocular e pupilar
5. Cuidados Fisiológicos
Manter ventilação, perfusão, glicemia, sódio e temperatura controlados.
Prevenir infecções e lesões associadas ao tratamento.
6. Exames de Imagem
Tomografia de crânio: mais comum.
Ressonância magnética (RNM): mais detalhada.
Angiotomografia e arteriografia: útil em casos como HSA com vasoespasmo.
Exames de perfusão: avaliam fluxo e metabolismo cerebral.
7. Pressão Intracraniana (PIC)
Monitoramento essencial em TCE grave
Local de inserção: intraventricular (mais completo), intraparenquimatoso,
epidural ou subaracnóide.
Valores:
o PIC normal: 7–15 mmHg
o PPC ideal: > 60 mmHg (PPC = PAM – PIC)
8. Outros métodos de monitorização
Doppler Transcraniano: avalia fluxo cerebral, útil após HSA.
EEG: importante no diagnóstico de crises e sedação, além de prever déficits e
prognóstico.
9. Conclusão
A monitorização neurológica deve ser individualizada.
O exame clínico (Neurocheck) é o padrão ouro.
A equipe multidisciplinar e a atenção precoce às alterações são cruciais para o
desfecho do paciente.
AULA 4
1. O que é Neurointensivismo?
É a monitorização intensiva de pacientes com lesões neurológicas agudas, feita
à beira-leito.
Permite identificar rapidamente lesões secundárias e orientar intervenções
precoces.
2. Principais Situações Neurológicas
Coma
Traumatismo Cranioencefálico (TCE)
Traumatismo Raquimedular
Estado de Mal Epiléptico
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
3. Monitorização Neurológica Multimodal
Inclui:
Avaliação clínica seriada
Monitorização fisiológica contínua
Exames de imagem
Monitor da Pressão Intracraniana (PIC)
Doppler Transcraniano
Eletroencefalograma (EEG)
4. Avaliação Clínica e Neurocheck
Utiliza a Escala de Coma de Glasgow (ECG), mas não é suficiente sozinha.
O Neurocheck é uma avaliação padronizada, feita pelo menos uma vez por
turno:
o Nível de consciência
o Avaliação motora e sensibilidade
o Pares cranianos
o Exame ocular e pupilar
5. Cuidados Fisiológicos
Manter ventilação, perfusão, glicemia, sódio e temperatura controlados.
Prevenir infecções e lesões associadas ao tratamento.
6. Exames de Imagem
Tomografia de crânio: mais comum.
Ressonância magnética (RNM): mais detalhada.
Angiotomografia e arteriografia: útil em casos como HSA com vasoespasmo.
Exames de perfusão: avaliam fluxo e metabolismo cerebral.
7. Pressão Intracraniana (PIC)
Monitoramento essencial em TCE grave
Local de inserção: intraventricular (mais completo), intraparenquimatoso,
epidural ou subaracnóide.
Valores:
o PIC normal: 7–15 mmHg
o PPC ideal: > 60 mmHg (PPC = PAM – PIC)
8. Outros métodos de monitorização
Doppler Transcraniano: avalia fluxo cerebral, útil após HSA.
EEG: importante no diagnóstico de crises e sedação, além de prever déficits e
prognóstico.
9. Conclusão
A monitorização neurológica deve ser individualizada.
O exame clínico (Neurocheck) é o padrão ouro.
A equipe multidisciplinar e a atenção precoce às alterações são cruciais para o
desfecho do paciente.
AULA 5
🧠 Parte 1 – Respiratória (Prof. Edgar Castro)
Insuficiência Respiratória (IRpa)
Incapacidade do sistema respiratório de manter a oxigenação e eliminar CO₂.
Critérios: PaO₂ < 50 mmHg (hipoxemia), PaCO₂ > 50 mmHg (hipercapnia), pH
< 7,35.
Suporte Ventilatório
Ventilação Não Invasiva (VNI):
o Máscara nasal ou facial.
o Indicações: dispneia, acidose respiratória, PaO₂/FiO₂ < 200.
o Contraindicações: parada cardiorrespiratória, necessidade urgente de
intubação.
Ventilação Invasiva:
o Via tubo endotraqueal ou traqueostomia.
o Indicada em casos graves, com fadiga respiratória, apneia,
hipoventilação.
o Riscos: infecção respiratória.
Atuação da Enfermagem segundo COFEN (Portaria 639/2020)
Instalar e monitorar aparelhos de VM (VNI e invasiva).
Ajuste de parâmetros sob coordenação médica.
Cuidados com traqueostomia, pressão do cuff, higiene bucal.
Coleta de gasometria arterial.
Participar da pronação, monitorar oxigenação (SatO₂ 93–97%).
❤️ Parte 2 – Cardiologia (Profa. Thâmara Ramos)
Principais Problemas Cardíacos em UTI
Doenças coronarianas, valvopatias, doenças da aorta, cardiopatias congênitas.
Choque Cardiogênico: falha da bomba cardíaca → hipoperfusão, hipotensão
com volemia normal.
Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRVM)
Pós-operatório exige internação em UTI.
Complicações: infecção, sangramento, arritmias, disfunção cardíaca.
Dispositivos e Monitorização
Monitor hemodinâmico (PAM, PVC), capnógrafo, Swan-Ganz.
Dreno torácico, sonda vesical, ECMO (oxigenação extracorpórea).
📋 Assistência de Enfermagem em CRVM (atividade)
SAE é fundamental na recuperação.
Deve identificar complicações, aplicar cuidados conforme protocolos.
Utiliza classificações como NIC (Intervenções de Enfermagem).
🩺 Gasometria Arterial
Avalia oxigenação (PaO₂, PaCO₂, SatO₂) e equilíbrio ácido-básico (pH, HCO₃⁻).
Coleta exige técnica asséptica e equipamentos adequados.
🩺 Mensagem Final
"Veja o paciente além do físico; ouça-o e fale com ele.
Seja profissional quando necessário, humano sempre."
AULA 6
Caso Clínico Inicial
A enfermeira Roberta atende um paciente de 39 anos, com dor abdominal aguda (3h),
histórico de úlcera gástrica, pálido, sudoreico, taquicárdico (FC 130 bpm), hipotenso
(PA 100/60 mmHg), taquipneico e com abdome distendido, rígido (“em tábua”) e
presença de hematêmese.
Diagnóstico provável: Perfuração de úlcera péptica → Abdome Agudo Perfurativo
Complicação associada: Peritonite (inflamação do peritônio por extravasamento do
conteúdo gástrico).
🩺 1. Úlcera Péptica (UP)
Lesão única que acomete a mucosa do estômago ou duodeno, provocada por:
Helicobacter pylori (principal agente).
Uso de AINEs.
Excesso de ácido, refluxo biliar, esvaziamento gástrico retardado.
Sintomas:
Dor epigástrica, queimação.
Azia (pirose), náuseas, flatulência, distensão abdominal.
Vômitos e sangramentos.
Complicações: perfuração → peritonite → sepse.
⚠️ 2. Apendicite
Inflamação do apêndice vermiforme, comum em adolescentes e adultos.
Fisiopatologia: obstrução → inflamação → necrose → perfuração → peritonite.
Sintomas:
Dor em FID, náusea, febre baixa, leucocitose.
Dor à palpação profunda, Blumberg positivo, RHA diminuídos.
Diagnóstico: exame físico, hemograma, RX, ultrassonografia.
Tratamento: apendicectomia, antibióticos, reposição volêmica.
🩺 3. Diverticulite
Inflamação dos divertículos (mais comum no cólon sigmoide).
Causas:
Dieta pobre em fibras, constipação crônica.
Sintomas:
Dor em cólica no QIE, febre, fadiga, náusea, constipação, fezes estreitas.
Complicações:
Peritonite, abscesso, sangramento, choque.
Tratamento:
Dieta rica em fibras, repouso, antibióticos, cirurgia em casos graves.
⚕️ 4. Peritonite
Inflamação do peritônio por extravasamento de conteúdo intestinal.
Causas:
Perfuração de UP, apendicite, diverticulite, trauma, cirurgia.
Sintomas:
Dor abdominal difusa, rigidez em tábua, íleo paralítico, febre, vômitos,
taquicardia, sinais de sepse.
Tratamento:
Oxigenioterapia, hidratação EV, antibióticos, laparotomia, drenagem,
colostomia.
🔄 5. Obstrução Intestinal
Interrupção parcial ou total da passagem do conteúdo intestinal.
Tipos:
Mecânica: por tumor, hérnia, aderência, estenose.
Funcional: íleo paralítico (secundário à manipulação cirúrgica, distúrbios
neurológicos ou endócrinos).
Sintomas:
Dor em cólica, vômito fecal, distensão abdominal, RHA ausentes, desidratação,
sinais de choque.
Tratamento:
Descompressão com SNG/sonda retal.
Hidratação e reposição eletrolítica.
Cirurgia se necessário.
🚨 6. Abdome Agudo (AA)
Síndrome clínica com dor abdominal súbita de início recente, com duração >6h.
Classificações:
Inflamatório: apendicite, diverticulite.
Obstrutivo: por oclusão mecânica ou funcional.
Perfurativo: úlcera perfurada.
Hemorrágico: rotura de aneurisma, gravidez ectópica.
Vascular: trombose/embolia mesentérica.
Sintomas gerais:
Dor, distensão, ausência de evacuação, vômitos, febre, icterícia, confusão,
choque.
Exames: hemograma, eletrólitos, amilase, gasometria, RX, USG, TC.
🩺 Revisão das Questões de Aula
1. Causa principal da úlcera péptica?
✅ Helicobacter pylori
2. Inflamação do peritônio com risco de sepse?
✅ Peritonite
3. Paciente com dor abdominal, RHA ausentes e história de trombose?
✅ Abdome agudo vascular
AULA 7
🧠 Conceitos Básicos de Endocrinologia
Hormônios: atuam em receptores na superfície ou interior das células.
o Peptídeos: insulina, ocitocina.
o Esteroides: progesterona, testosterona.
o Derivados de aminoácidos: epinefrina, melatonina.
Disfunções endócrinas surgem por falhas nas glândulas ou nos tecidos-alvo.
🍬 1. Cetoacidose Diabética (CAD)
Definição:
Complicação aguda do diabetes tipo 1 (mais comum).
O corpo utiliza gordura como energia, produzindo cetonas em excesso →
acidose metabólica.
Diagnóstico:
Glicemia > 250 mg/dL
pH < 7,3
Bicarbonato < 18 mEq/L
Ânion gap aumentado
Cetonemia / cetonúria
Manifestações clínicas:
Jovens, início rápido
Hálito cetônico
Dor abdominal, náuseas
Respiração de Kussmaul (profunda e rápida)
Tratamento:
Hidratação IV (hipovolemia)
Insulina EV (corrigir hiperglicemia)
Repor potássio (evitar hipocalemia)
Bicarbonato em casos graves de acidose
💧 2. Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH)
Definição:
Complicação aguda do diabetes tipo 2.
Hiperglicemia extrema, desidratação severa e alteração do nível de
consciência, sem cetose significativa.
Diagnóstico:
Glicemia > 600 mg/dL
pH > 7,3
Bicarbonato > 18 mEq/L
Osmolaridade > 320 mOsm/kg
Manifestações clínicas:
Evolução lenta
Poliúria, polidipsia
Perda de peso, confusão mental, coma
Desidratação profunda
Tratamento:
Hidratação IV rigorosa
Insulina EV (iniciar soro glicosado 5% quando glicemia < 300 mg/dL)
Repor potássio com controle da função renal
⬇️ 3. Hipoglicemia
Definição:
Glicemia < 70 mg/dL (grave se < 50 mg/dL)
Causas:
Jejum prolongado
Insuficiência renal ou hepática
Deficiência de hormônios contrarreguladores (cortisol, catecolaminas)
Intoxicação por salicilatos
Sinais e sintomas:
Liberação adrenérgica: taquicardia, sudorese, tremores
Neuroglicopenia: confusão, convulsões, coma, cefaleia
Tratamento:
Reposição EV de glicose conforme protocolo
🧠 Papel da Enfermagem
Monitorar glicemia regularmente
Administrar insulina e soluções conforme prescrição
Identificar precocemente sinais de hipoglicemia e hiperglicemia
Atuar de forma preventiva e imediata em alterações agudas
📌 Conclusão
O controle glicêmico rigoroso reduz complicações e mortalidade em pacientes
críticos.
Meta ideal na UTI: manter glicemia entre 140–180 mg/dL.
Hiperglicemia persistente é fator de risco importante para mortalidade.
QUESTÕES
. Qual a origem histórica dos cuidados intensivos?
👉 Surgiram com Florence Nightingale durante a Guerra da Crimeia, com observação
focada de pacientes graves.
2. Quais documentos regulam as UTIs no Brasil?
👉 Portaria nº 3.432/GM/1998, RDC 50/2002, RDC 07/2010 e RDC 05/2012
(ANVISA).
3. Quando um paciente deve ser internado em UTI?
👉 Quando apresenta comprometimento fisiológico e necessita de assistência contínua.
4. Qual a função da monitorização hemodinâmica?
👉 Medir pressões intracardíacas, intravasculares e intrapulmonares (PAI, PVC, Swan-
Ganz).
5. Qual a faixa normal da PVC?
👉 Entre 2 a 8 mmHg.
✅ AULA 2 – Terapia Intravenosa e Nutricional
6. Qual o principal risco da terapia intravenosa (TIV)?
👉 Infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), principalmente associada a CVC.
7. O que é um cateter CCIP (PICC)?
👉 Cateter central inserido por veia periférica, com ponta na veia cava. Longo prazo.
8. Quando é indicada a nutrição enteral (TNE)?
👉 Quando o trato gastrointestinal está funcional, mas a via oral está comprometida.
9. Quando é indicada a nutrição parenteral (NP)?
👉 Quando o TGI está inativo por mais de 7 a 10 dias ou há contraindicação à NE.
10. Quais os desafios nutricionais em pacientes críticos?
👉 Hipercatabolismo, sarcopenia, jejum prolongado, hipofosfatemia e gastroparesia.
✅ AULA 3 – Transporte e Farmacologia
11. O que deve ser feito antes do transporte intra-hospitalar de um paciente
crítico?
👉 Planejamento, checagem de equipamentos e avaliação pré-transporte.
12. Cite três classes de fármacos comuns em UTIs.
👉 Vasodilatadores (ex: nitroglicerina), vasoconstritores (ex: noradrenalina), inotrópicos
(ex: dobutamina).
13. O que significa DO2/VO2?
👉 Relação entre oferta e consumo de oxigênio — seu desequilíbrio pode levar à
hipoxemia e morte.
✅ AULAS 4 e 5 – Neurointensivismo, Respiratório e Cardíaco
14. O que é o Neurocheck?
👉 Avaliação clínica neurológica padronizada feita 1x por turno: consciência,
motricidade, pupilas, pares cranianos.
15. Quais exames compõem a monitorização neurológica multimodal?
👉 ECG, tomografia, PIC, Doppler transcraniano, EEG.
16. O que caracteriza insuficiência respiratória aguda (IRpa)?
👉 PaO₂ < 50 mmHg, PaCO₂ > 50 mmHg e pH < 7,35.
17. Quando usar VNI na UTI?
👉 Em pacientes com dispneia, acidose respiratória e relação PaO₂/FiO₂ < 200, desde
que não haja necessidade urgente de intubação.
18. Qual a principal causa de choque cardiogênico?
👉 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
✅ AULA 6 – Abdome Agudo
19. Qual o provável diagnóstico para um paciente com úlcera gástrica, dor
abdominal súbita e abdome em tábua?
👉 Perfuração de úlcera → Abdome agudo perfurativo → Peritonite.
20. Quais são os tipos de abdome agudo?
👉 Inflamatório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico e vascular.
21. Quais exames auxiliam no diagnóstico do abdome agudo?
👉 Hemograma, amilase, eletrólitos, RX, USG, tomografia.
✅ AULA 7 – Emergências Endócrinas
22. Quais os critérios diagnósticos da cetoacidose diabética (CAD)?
👉 Glicemia > 250 mg/dL, pH < 7,3, bicarbonato < 18 mEq/L, cetonemia/cetonúria.
23. Como diferenciar CAD de EHH (estado hiperosmolar hiperglicêmico)?
👉 EHH: Glicemia > 600 mg/dL, osmolaridade > 320 mOsm/kg, sem cetose
significativa.
24. Quais os sinais de hipoglicemia grave?
👉 Glicemia < 50 mg/dL, sudorese, tremores, confusão, convulsões, coma.
25. Qual a meta glicêmica para pacientes críticos na UTI?
👉 Manter entre 140–180 mg/dL.