TEXTO 1
E os olhos não choram.
"Deslembro" E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
Tenho saudades do que não vivi. E o coração está seco.
Pode isso? Pode-se sentir falta daquilo que não se teve, daquilo Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
que nem se sabe como seria? Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
Não sei. Mas sei que sinto. Uma espécie de nostalgia por mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
caminhos que não tomei, pessoas que não conheci, cafés que não És todo certeza, já não sabes sofrer.
tomei, silêncios que não ouvi. E nada esperas de teus amigos.
Há um outro eu que teria vivido tudo isso. Que teria tomado Pouco importa venha a velhice,
aquela rua à esquerda, aceitado aquele convite, lido aquele livro. que é a velhice?
Às vezes o vislumbro no espelho, distraído. Teus ombros suportam o mundo
E ele me olha com um leve ar de desaprovação. e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
Mas logo desaparece. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
E eu volto ao que sou: um homem cheio de memórias do que não provam apenas que a vida prossegue
aconteceu. Luís Fernando Verissimo e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
1. O texto constrói seu sentido com base na reflexão sobre: prefeririam (os delicados) morrer.
A) o arrependimento pelas más escolhas feitas no passado. Chegou um tempo em que não adianta morrer.
B) a nostalgia de um passado intensamente vivido. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
C) a impossibilidade de esquecer experiências traumáticas. A vida apenas, sem mistificação.
D) a elaboração subjetiva sobre as possibilidades não vividas.
E) a rejeição completa das memórias reais em favor das 6. O poema explora uma visão de mundo marcada por:
idealizadas. A) niilismo, desilusão com a existência e recusa à continuidade.
B) desesperança absoluta e apatia diante da velhice.
2. Na frase “Tenho saudades do que não vivi”, a figura de C) maturidade amarga, mas resistente, diante do real.
linguagem predominante é: D) religiosidade resignada diante dos conflitos sociais.
A) pleonasmo, pois a saudade pressupõe o vivido. E) idealização do passado e do amor como formas de fuga.
B) metáfora, ao associar saudade ao desejo.
C) paradoxo, pois há uma aparente contradição lógica. 7. A metáfora “Teus ombros suportam o mundo” sugere:
D) antítese, pela oposição entre viver e lembrar. A) uma rejeição à responsabilidade social.
E) hipérbole, pelo exagero do sentimento. B) a pressão do mundo espiritual sobre o indivíduo.
C) o peso existencial que cada um carrega silenciosamente.
3. Assinale a alternativa que MELHOR descreve a atitude do D) a fraqueza do corpo humano diante da velhice.
narrador em relação ao “outro eu” mencionado no texto. E) o esforço coletivo para manter a humanidade viva.
A) Rejeita-o como representação de uma vida impossível.
B) Encara-o com agressividade e ciúme. 8. O trecho “Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus /
C) Lamenta profundamente não tê-lo sido. Tempo de absoluta depuração” revela:
D) Reconhece-o como sombra de si, sem revolta. A) uma crítica ao fanatismo religioso.
E) Demonstra inveja e desejo de troca com esse outro. B) uma visão racionalista que nega toda espiritualidade.
C) um tempo em que se abandona a crença cega por uma lucidez
4. No texto, a crônica se caracteriza principalmente por: dolorosa.
A) narrar um fato concreto com começo, meio e fim. D) a aceitação tranquila de uma fé inabalável.
B) apresentar um enredo com personagens distintos. E) uma transição para o niilismo completo.
C) desenvolver uma reflexão subjetiva com tom cotidiano.
D) expor uma crítica política disfarçada de lirismo. 9. Ao afirmar “A vida é uma ordem. A vida apenas, sem
E) contar um episódio humorístico com linguagem oral. mistificação”, o eu lírico expressa:
A) a necessidade de aceitar a vida tal como é, sem idealizações ou
5. No trecho final – “E eu volto ao que sou: um homem cheio de subterfúgios.
memórias do que não aconteceu” –, o narrador: B) a obrigação moral de se conformar às normas da sociedade.
A) nega todas as experiências que viveu, entregando-se ao C) a crença de que viver é um castigo imposto pela natureza.
devaneio. D) o desejo de se rebelar contra as imposições da existência.
B) aceita sua identidade marcada pelo imaginário, com leve E) a valorização da vida como um milagre metafísico.
melancolia. 10. Ouço o som do vento leve”
C) demonstra profunda angústia pela vida que viveu. A quantidade de sílabas poéticas nesse verso é:
D) propõe uma ruptura com o passado em nome de novas A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
escolhas.
E) tenta convencer-se de que o que viveu foi suficiente. 11. Assinale a alternativa em que o verso está
em redondilha menor:
TEXTO 2 A) “A vida é cheia de luz”
Os ombros suportam o mundo B) “O céu azul me fascina”
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. C) “Sobre a mesa, um pão morno”
Tempo de absoluta depuração. D) “No campo corre o menino”
Tempo em que não se diz mais: meu amor. E) “Nasceu o dia calmo e claro”
Porque o amor resultou inútil
12. Texto I (poema) a) À Idade Média e à influência da religiosidade cristã.
“Minha alma é uma criança chorando no escuro, b) Ao contexto renascentista e ao humanismo teocêntrico.
mas meus olhos fingem certeza.” c) Aos ideais iluministas e ao desejo de equilíbrio e simplicidade.
d) À exaltação do nacionalismo e ao culto à pátria brasileira.
Texto II (narrativo) e) Ao Realismo e à representação objetiva dos problemas sociais.
“Acordou cedo, como sempre. Pensava na vida enquanto
punha o café no fogo.” 17. eia o trecho de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga:
“Eu vi o meu semblante
Sobre os gêneros dos dois textos, é correto afirmar: Num claro ribeiro:
A)Ambos pertencem ao gênero lírico. De rosas e de amores
B) Texto I é do gênero lírico; Texto II, do gênero narrativo. Formou-se um cordeiro.”
C) Texto I é dramático; Texto II, épico. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o fragmento em
D) Texto I é jornalístico; Texto II, lírico. relação ao movimento literário a que pertence.
E) Ambos são do gênero épico, com estruturas diferentes. a) A estética é marcada pela linguagem rebuscada e o sofrimento
religioso.
TEXTO 3 b) O lirismo é voltado à reflexão filosófica existencial.
c) O eu lírico exibe egocentrismo e niilismo típicos do
Simbolismo.
d) O verso expressa idealização amorosa e bucólica da figura
feminina.
e) A estrutura revela uma crítica direta à desigualdade social.
18. Assinale a alternativa que apresenta uma diferença correta
entre Barroco e Arcadismo:
a) O Barroco valoriza a simplicidade e a razão; o Arcadismo, a fé e
a dúvida.
b) O Barroco é teocêntrico e conflituoso; o Arcadismo, racional e
equilibrado.
c) Ambos os estilos são racionalistas, porém o Barroco é mais
emotivo.
d) O Barroco busca o campo e a natureza; o Arcadismo, a cidade e
o luxo.
e) O Arcadismo recusa completamente qualquer influência
clássica.
19. A 1ª geração romântica no Brasil teve grande influência de:
a) Poetas simbolistas franceses e sua musicalidade.
b) Ideias renascentistas e clássicas sobre a perfeição formal.
c) Ideais de liberdade e valorização da pátria, inspirados no
indianismo.
d) Narrativas científicas sobre o progresso urbano.
e) Críticas ao comportamento burguês na cidade moderna.
13. O tema principal da tirinha é:
a) A importância da leitura crítica nos jornais. 20. O romance urbano romântico brasileiro se caracteriza por:
b) A maneira como crianças lidam com a escola. a) Ambientação rural e protagonista indígena.
c) O desinteresse de Calvin por assuntos escolares. b) Exaltação da vida camponesa e do bucolismo.
d) A valorização do trabalho em equipe nas atividades. c) Crítica direta à escravidão e ao sistema agrário.
d) Ambientação nas cidades, retratando amores idealizados e
14. Ao dizer “realmente, eu não sou muito pra explicar”, costumes sociais.
Calvin revela: e) Narrativas míticas sobre a origem da cultura brasileira.
a) Insegurança por não ter entendido o artigo.
b) Falta de habilidade com leitura em voz alta. 21. Assinale a alternativa que apresenta um autor e uma obra
c) Despreparo por não ter lido o texto. representativos da 2ª geração romântica no Brasil:
d) Preguiça de participar da aula. a) Gonçalves Dias – Canção do Exílio
b) Castro Alves – Espumas Flutuantes
15. A linguagem da tirinha é predominantemente: c) Álvares de Azevedo – Lira dos Vinte Anos
a) Científica, por tratar de um artigo jornalístico. d) José de Alencar – O Guarani
b) Técnica, pois utiliza termos específicos da biologia. e) Tomás Antônio Gonzaga – Marília de Dirceu
c) Coloquial, com uso de expressões do cotidiano.
d) Formal, por se tratar de um ambiente escolar. 22. Assinale a alternativa em que o autor está corretamente
relacionado à escola literária a que pertence:
16. A produção literária do Arcadismo brasileiro está diretamente a) Gregório de Matos – Trovadorismo
ligada: b) José de Alencar – Arcadismo
c) Machado de Assis – Realismo
28. Qual das opções abaixo traz apenas textos
d) Álvares de Azevedo – Simbolismo pertencentes ao gênero narrativo?
e) Manuel Bandeira – Romantismo
a) Romance, epopeia e conto.
23. Sobre o escritor Gonçalves Dias, é correto afirmar que: b) Canção, poema e elegia.
a) Pertence ao Realismo e suas obras têm forte crítica social. c) Tragédia, drama e comédia.
b) É um autor árcade, influenciado pelo pensamento iluminista. d) Carta, sermão e bilhete.
c) Pertence ao Romantismo e exaltou o índio e a pátria em sua e) Ode, soneto e trova.
poesia.
d) É simbolista e seu estilo destaca a musicalidade dos versos.
29. Assinale a alternativa em que o uso da vírgula está correto:
e) Fez parte do Modernismo e publicou a obra Canção do Exílio.
a) Os alunos, estudaram para a prova de literatura.
b) Quando cheguei todos já tinham ido embora.
24. Leia as correspondências entre autor e escola c) Com paciência, tudo pode ser resolvido.
literária: d) A leitura é fundamental e, prazerosa.
I – Tomás Antônio Gonzaga → Arcadismo e) Ela trouxe livros, cadernos e, canetas.
II – Gregório de Matos → Barroco
III – Álvares de Azevedo → Romantismo 30. Em qual alternativa o uso da vírgula viola a norma padrão?
IV – Carlos Drummond de Andrade → Parnasianismo a) A tempestade passou, mas os estragos ficaram.
V – Olavo Bilac → Simbolismo. b) No fim da tarde, o céu se abriu.
c) A professora, chamou os alunos.
d) Todos se esforçaram, inclusive os novatos.
Assinale a alternativa correta:
e) Após o jantar, fomos caminhar.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II, III e IV estão corretas.
31. “João chegou atrasado por isso perdeu a primeira parte da
c) Apenas I e V estão corretas.
aula.”
d) Todas estão corretas.
Assinale a alternativa que corrige corretamente a pontuação da
e) Apenas I, III e V estão corretas.
frase:
a) João chegou atrasado, por isso perdeu, a primeira parte da
25. Assinale a alternativa em que todas as associações estão
aula.
corretas:
b) João chegou atrasado por isso, perdeu a primeira parte da aula.
a) Padre Vieira – Barroco / Mário de Andrade – Modernismo
c) João chegou atrasado. Por isso, perdeu a primeira parte da
b) Casimiro de Abreu – Realismo / Olavo Bilac –
aula.
Romantismo
d) João, chegou atrasado, por isso perdeu a primeira parte da
c) José de Alencar – Modernismo / Gregório de Matos –
aula.
Trovadorismo
e) João chegou atrasado e, por isso perdeu a primeira parte da
d) Álvares de Azevedo – Simbolismo / Machado de Assis –
aula.
Arcadismo
e) Manuel Bandeira – Naturalismo / Gonçalves Dias –
Parnasianismo
32. Em qual alternativa o uso da pontuação compromete o
26. A principal característica do gênero lírico é: sentido da frase?
a) A apresentação de personagens em ação, como numa peça.
b) A objetividade na narração dos fatos históricos. a) Não, quero sair agora.
c) A expressão de emoções, subjetividade e musicalidade. b) João disse que, Maria não virá.
d) A crítica social em tom irônico e satírico. c) Amanhã, visitaremos o museu.
e) A descrição detalhada do comportamento das personagens. d) Sim, eu compreendi sua explicação.
e) Felipe, meu amigo, venceu o torneio.
27. Leia e identifique o gênero predominante:
“O amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente...”
(Camões)
a) Narrativo
b) Dramático
c) Didático
d) Lírico
e) Satírico