Os nutrientes são substâncias essenciais para o funcionamento
adequado do organismo, participando de processos metabólicos,
estruturais e regulatórios. Eles podem ser classificados em dois grandes
grupos: macronutrientes e micronutrientes, com base nas
quantidades necessárias pelo corpo e suas funções específicas.
Macronutrientes são os nutrientes que o organismo precisa em
grandes quantidades para fornecer energia e construir a estrutura
corporal. Eles incluem carboidratos, proteínas e lipídios (gorduras), além
da água, que apesar de não fornecer energia, é fundamental para a
vida.
Os carboidratos são a principal fonte de energia rápida para o corpo.
Eles são compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio, e podem ser
simples, como a glicose e a sacarose, ou complexos, como o amido e a
fibra alimentar. Quando consumidos, os carboidratos são quebrados em
glicose, que é utilizada pelas células para gerar ATP, a molécula
energética. O excesso de carboidratos pode ser armazenado sob forma
de glicogênio no fígado e músculos, ou convertido em gordura para
reserva energética.
As proteínas são macronutrientes essenciais para a construção e
reparação dos tecidos, além de participarem da formação de enzimas,
hormônios e anticorpos. Elas são formadas por cadeias de aminoácidos,
dos quais nove são considerados essenciais, pois o corpo não os
produz e devem ser obtidos pela alimentação. Alimentos como carnes,
ovos, laticínios, leguminosas e alguns cereais são boas fontes proteicas.
As proteínas também podem ser usadas como fonte de energia em
situações de déficit calórico, mas essa não é sua função principal.
Os lipídios, popularmente conhecidos como gorduras, são
macronutrientes que fornecem uma grande quantidade de energia, além
de atuarem como reserva energética, isolante térmico e componente
estrutural das membranas celulares. Os lipídios incluem triglicerídeos,
fosfolipídios e esteróis, como o colesterol. Eles podem ser saturados,
insaturados ou trans, com diferentes impactos na saúde. Além disso, os
lipídios são precursores de hormônios e vitaminas lipossolúveis, como
as vitaminas A, D, E e K.
A água, embora não forneça energia, é o macronutriente mais
abundante no corpo humano, representando cerca de 60% do peso
corporal adulto. Ela é vital para o transporte de nutrientes e resíduos,
regulação da temperatura corporal, manutenção da pressão sanguínea
e participação em reações químicas metabólicas.
Já os micronutrientes são nutrientes necessários em quantidades
muito menores, mas não menos importantes, pois atuam principalmente
como cofatores em reações metabólicas, reguladores de processos
fisiológicos e manutenção da saúde. Eles são divididos em vitaminas e
minerais.
As vitaminas são compostos orgânicos essenciais que o organismo
não consegue sintetizar em quantidade suficiente e, portanto, precisam
ser obtidas pela alimentação. Elas são classificadas em lipossolúveis (A,
D, E e K) e hidrossolúveis (complexo B e vitamina C). As vitaminas
lipossolúveis são armazenadas no fígado e tecidos adiposos, enquanto
as hidrossolúveis são excretadas com facilidade na urina, demandando
consumo regular.
A vitamina A, por exemplo, é importante para a visão, crescimento
celular e sistema imunológico. A vitamina D regula o metabolismo do
cálcio e saúde óssea, enquanto as vitaminas E e K têm funções
antioxidantes e na coagulação sanguínea, respectivamente. As
vitaminas do complexo B são cruciais no metabolismo energético,
produção de glóbulos vermelhos e funcionamento do sistema nervoso.
A vitamina C é um antioxidante importante, auxilia na síntese de
colágeno e melhora a absorção do ferro.
Os minerais são elementos inorgânicos que desempenham funções
estruturais, como no caso do cálcio e fósforo, que formam os ossos e
dentes, ou funcionais, como o ferro, que é componente da hemoglobina,
e o potássio e sódio, envolvidos no equilíbrio hídrico e condução
nervosa. Os minerais são classificados em macrominerais (necessários
em quantidades maiores, como cálcio, fósforo, magnésio, sódio,
potássio, cloro e enxofre) e microminerais ou oligoelementos
(necessários em quantidades muito pequenas, como ferro, zinco, cobre,
manganês, iodo, selênio, flúor, cromo e molibdênio).
O ferro é um micronutriente fundamental para o transporte de oxigênio
pelo corpo e prevenção da anemia. A deficiência de ferro é um dos
problemas nutricionais mais comuns no mundo. Já o zinco participa de
inúmeras enzimas e é importante para a cicatrização, função
imunológica e síntese de DNA. O iodo é essencial para a produção dos
hormônios da tireoide, reguladores do metabolismo.
Os macronutrientes e micronutrientes interagem de forma complexa
para garantir o equilíbrio nutricional. Por exemplo, a vitamina C aumenta
a absorção do ferro não heme (presente em alimentos vegetais),
mostrando como a ingestão adequada e balanceada é vital para a
saúde.
Além disso, a biodisponibilidade dos nutrientes, ou seja, a fração que o
organismo consegue absorver e utilizar, depende de fatores como a
forma química do nutriente, presença de inibidores ou facilitadores na
dieta, condições fisiológicas e estado de saúde do indivíduo.
A alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, proteínas magras,
cereais integrais e gorduras saudáveis, é fundamental para suprir as
necessidades de macro e micronutrientes. Deficiências ou excessos
desses nutrientes podem causar problemas de saúde, como obesidade,
doenças cardiovasculares, anemia, osteoporose, distúrbios do
crescimento e disfunções metabólicas.
Por fim, é importante destacar que a suplementação de micronutrientes
deve ser orientada por profissionais, já que o excesso pode ser tóxico,
principalmente das vitaminas lipossolúveis e certos minerais.
Em suma, macronutrientes fornecem a energia e os blocos de
construção necessários para o corpo funcionar, enquanto os
micronutrientes atuam regulando e facilitando processos metabólicos
vitais. O equilíbrio entre ambos é a base para uma saúde ótima e a
prevenção de doenças.