DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
O Caminho do Crescimento Espiritual
Praticar as Disciplinas Espirituais é um mandamento do nosso mestre Jesus.
São ferramentas dadas por Deus, instrumentos para desenvolver nossa
espiritualidade, é disciplinar nós mesmos, nosso corpo, levar nossa mente,
pensamentos cativos a Deus.
Praticar as Disciplinas Espirituais é um caminho para nossa Liberdade, nos
tirando do Legalismo (o que nos faz crer que o que fazemos, o tanto que
oramos, lemos, servimos ou doamos, nos tornamos dignos ou merecedores de
algo) e da Libertinagem (Vidas sem regras, não preciso fazer mais nada,
Jesus já fez tudo – Hiper Graça).
JEJUM
“Algumas pessoas têm exaltado o jejum religioso elevando-o além das
Escrituras e da razão; e outras o têm menosprezado por completo.”
João Wesley
O Jejum tem estado em geral descrédito, tanto dentro como fora da igreja, por
muitos anos, precisamos resgatar essa pratica, que também é uma disciplina
Espiritual.
JEJUM É UM ENSINAMENTO DE JESUS
Embora muitas passagens das Escrituras tratem deste assunto, duas se
destacam em importância.
A primeira é o ensino de Jesus acerca do jejum, no Sermão do Monte.
Dois fatores relacionam-se diretamente com o problema que temos em
mão. O ensino de Jesus sobre o jejum estava diretamente no contexto
de seu ensino sobre dar e orar. É como se houvesse uma quase
inconsciente suposição de que dar, orar e jejuar eram todos partes da
devoção cristã. Não temos maior razão para excluir do ensino o jejum do
que o temos para excluir o dar e o orar.
Em segundo lugar, Jesus declarou: “Quando jejuardes...” (Mateus 6.16).
Ele parecia admirado que as pessoas jejuassem, e o que faltava era
instrução sobre como fazê-lo adequadamente.
Martinho Lutero disse: “Não foi intenção de Cristo rejeitar ou desprezar o
jejum... sua intenção foi restaurar o jejum adequado.”
OBJETIVO DO JEJUM
É bom reconhecer que a primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum
tratou da questão e motivos (Mateus 6.16-18). Usar boas coisas para nossos
próprios fins é sempre sinal de falsa religião. Quão fácil é tomar algo como o
jejum e tentar usá-lo para conseguir que Deus faça o que desejemos. Às vezes
se acentuam de tal modo as bênçãos e benefícios do jejum que seríamos
tentados a crer que com um pequeno jejum poderíamos ter o mundo, inclusive
Deus, comendo de nossas mãos.
O Jejum na Bíblia refere-se à abstenção de alimento para finalidades
espirituais.
O Jejum deve sempre concentrar-se em Deus, é um tempo reservado e livre
somente pra você e Ele, é mortificar a carne, sujeita-la ao total controle do
Senhor.
Mais do que qualquer outra Disciplina, o jejum revela as coisas que nos
controlam. Este é um maravilhoso benefício para o verdadeiro discípulo que
anseia ser transformado à imagem de Jesus Cristo.
O Jejum, está claro, não é uma Disciplina exclusivamente cristã; todas as
grandes religiões do mundo reconhecem seu mérito. Zoroastro praticava o
jejum, como o fizeram Confúcio e os iogues da Índia. Platão, Sócrates e
Aristóteles jejuavam. Mesmo Hipócrates, pai da medicina moderna, acreditava
no jejum. Ora bem, o fato de que todos esses indivíduos, na Bíblia e fora dela,
tinham o jejum em alta conta não o torna certo ou mesmo desejável; isto
porém, deveria levar-nos a fazer uma pausa e nos dispormos a reavaliar as
suposições populares de nosso tempo concernentes à Disciplina do jejum.
EXEMPLOS DE JEJUM BIBLICO
Jejum de Jesus
No Jejum de quarenta dias de Jesus, diz o evangelista que ele “nada comeu” e
ao fim desses quarenta dias “teve fome”, e Satanás o tentou a comer,
indicando que a abstenção era de alimento e não de água (Lucas 4.2ss).
Jejum de Daniel
Embora pareça que o jejum normal fosse prática costumeira do profeta Daniel,
houve uma ocasião em que, durante três semanas, ele não comeu “manjar
desejável, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me untei com
óleo algum” (Daniel 10.3).
Jejum de Ester
Após saber que a execução aguardava a ela e ao seu povo, Ester instruiu a
Mordecai: “Vai, ajunta a todos os judeus... e jejuai por mim, e não comais nem
bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também
jejuaremos” (Ester 4.16).
Jejum de Paulo
Paulo fez um jejum absoluto de três dias após seu encontro com o Cristo vivo
(Atos 9.9).
Jejum Coletivo
O Jejum em grupo pode ser uma coisa maravilhosa e poderosa, contanto que
haja um povo preparado e unânime nessas questões. Igrejas ou outros grupos
que enfrentam sérios problemas poderiam ser substancialmente beneficiados
mediante oração e jejum de grupo unificado. Quando um número suficiente de
pessoas entende corretamente do que se trata, as convocações nacionais à
oração e jejum podem, também, ter resultados benéficos.
A PRÁTICA DO JEJUM
Homens e mulheres modernos ignoram, em grande parte, os aspectos práticos
do jejum. Os que desejam jejuar precisam familiarizar-se com estas
informações. Como acontece com todas as Disciplinas, deve-se observar certa
progressão; é prudente aprender a andar bem antes de tentarmos correr.
Comece com um jejum parcial de ate vinte e quatro horas de duração; tente
este método uma vez por semana durante algumas semanas. No começo você
ficará fascinado com os aspectos físicos, mas a coisa mais importante a
observar é a atitude interior de adoração. Exteriormente você estará
executando os seus deveres regulares do dia, mas interiormente você estará
em oração e adoração, cântico e louvor. Numa forma nova, levará cada tarefa
do dia a ser um ministério sagrado ao Senhor
As palavras abaixo é um testemunho de uma pessoa, que, a título de
experimento, dedicou-se a jejuar uma vez por semana durante dois anos:
1. Achei que foi uma grande realização passar um dia inteiro sem alimento.
2. Comecei a ver que o ponto acima referido dificilmente seria o alvo do jejum.
Nisto fui auxiliado por começar a sentir fome.
3. Comecei a relacionar o jejum de alimento com outras áreas de minha vida
nas quais eu era mais exigente... Eu não me via obrigado a conseguir lugar no
ônibus para estar contente, ou sentir-me refrescado no verão e aquecido
quando fazia frio.
4. Refleti mais sobre o sofrimento de Cristo e sobre o sofrimento dos que estão
com fome e têm filhinhos famintos. ...
5. Seis meses após principiar a disciplina do jejum, comecei a ver por que fora
sugerido um período de dois anos. A experiência muda ao longo do tempo. A
fome nos dias de jejum tornou-se aguda, e mais forte a tentação de comer.
Pela primeira vez eu estava usando o dia a fim de encontrar a vontade de Deus
para minha vida. Comecei a pensar sobre o significado de alguém render sua
própria vida.
6. Agora sei que a oração e o jejum estão intimamente ligados, esta forma
contudo ainda não está combinada em mim.
Embora os aspectos físicos do jejum nos deixem curiosos, jamais devemos
esquecer-nos de que a principal obra do jejum bíblico está no reino espiritual. O
que se passa espiritualmente é de muito maior consequência do que o que
acontece no corpo. Você estará engajado em uma guerra espiritual que
necessitará de todas as armas de Efésios 6. Um dos períodos mais críticos no
campo espiritual está no final do jejum físico quando temos uma tendência
natural para descontrair-nos. Não quero, porém, deixar a impressão de que
todo jejum é uma tremenda luta espiritual; pessoalmente, não tenho sentido
assim. Ele é, também, “... justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos
14.17). O jejum pode trazer avanços no reino espiritual que jamais poderiam ter
acontecido de outra maneira. É um recurso da graça e bênção de Deus que
não deve ser negligenciado por mais tempo.
Wesley declarou:
“... não é meramente pela luz da razão... que o povo de Deus tem sido, em
todos os tempos, levado a usar o jejum como um recurso: ... mas eles têm
sido... ensinados a esse respeito pelo próprio Deus, mediante claras e abertas
revelações de sua Vontade... Ora, quaisquer que tenham sido as razões para
reavivar os do passado, em seu zeloso e constante cumprimento deste dever,
elas são de igual força ainda para reavivar-nos.” Agora é o tempo para que
todos quantos ouvem a voz de Cristo obedeçam a ela.
É bom sabermos que nenhuma das Disciplinas Espirituais tem o objetivo
de “mudar Deus” ou tem algum poder em si ...
As Disciplinas Espirituais tem como objetivo nos conduzir a uma reflexão
profunda sobre as Escrituras, sobre nosso eu e assim nos levar a uma
transformação genuína, onde nossa fé e confiança em Deus são
restauradas. Nos levando assim a viver tudo que Ele tem pra nossas
vidas!
Perguntas para reflexão:
1. O que é Jejum?
2. O que Jesus nos ensinou sobre o Jejum?
3. Qual seu objetivo?
4. Cite alguns exemplos de Jejuns Bíblico?
5. Como e quando podemos começar a pratica-lo?