Tema 1: A CÉLULA COMO UNIDADE ESTRUTURAL E FUNCIONAL DOS SERES VIVOS
1.1. Microscópio óptico e o estudo da célula
1.1.1. Conceito do microscópio
a) A célula: é a unidade básica, estrutural e funcional dos seres vivos. Caracteriza-se por
possuir uma estrutura e organização própria.
b) O microcópio: é um instrumento óptico com capacidade de ampliar as imagens de
objectos muito pequenos.
O microscópio pode ser Simples ou Composto.
O microscópio simples: é constituído por uma única lente.
O microscópio composto: é constituído por duas ou mais lentes.
1.1.2. A invenção do Microscópio óptico
A observação e a descoberta das características externas e internas nos seres vivos foi uma
dedicação de muitos cientistas desde antiguidade afim de poder classificá-los.
Apenas no século XVII fez-se o aperfeiçoamento dos lentes e microscópios também passavam
das observações macroscópicas (olho nú) às observações microscópicas (com microscópio).
Foi um processo que envolveu a colaboração de muitos investigadores e defensores de vários
processos tecnológico.
Em 1300, descobriu-se um tipo de lente específica em aumentar o tamanho das imagens dos
corpos. A partir daí, essas lentes foram usadas para melhorar a visão.
No fim do século XVI, Galileu descobriu quase duas lentes num tubo, obteria um aparelho que,
olhando por uma das extremidades permitia a visualização pormenorizada de objectos distantes.
Este aparelho constitui o primeiro telescópio, que permitia olhar objectos pequenos invisíveis ao
olho nu.
Telescópio: um aparelho óptico que serve para observar a grande distância.
Antoine Van Leeuwenhoek (1632 – 1723) era um comerciante de tecidos Holandeses o seu
passatempo era polir lentes e construir microscópio, estes eram apenas para variar qualidade dos
tecidos.
A sua curiosidade levou-o a construir o microscópio com capacidade de ampliar na ordem de 40
a 270 vezes que usou a observação de bactérias e protozoários numa gota de água.
Marcelo Malpighi (1628 – 1694) foi um Médico anatomista e biólogo italiano. Realizou uma
série de estudos sobre a anatomia microscópica dos animais e das plantas descobrindo a camada
mais interna da pele, as papilas da língua e os glóbulos vermelhos de sangue.
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Robert Hooke (1635 – 1703) um dos maiores cientistas ingleses do século XVII. Estudou a
estrutura das penas das aves, das patas de moscas e da cortiça. E toda perfurada e porosa,
assimilando-se muito um favo de bel.
Em 1665, Hooke descreveu as suas observações sobre a cortiça nos seguintes termos:
‘’Pude perceber, com extraordinária clareza, que a cortoça é toda perfurada e porosa,
assemelhando-se muito a um favo de mel… Além disso, esses poros, ou células, não eram muito
fundos e sim constituídos por um grande número de pequenas caixas’’…
Hooke utilizou, na anterior descrição, o termo „‟Célula‟‟ (pequena cela) para designar as
pequenas cavidades que observou na cortiça. No entanto, analisando cortes de partes de plantas
vivas, chegou à conclusão de que, em alguns casos, as células se encontram preenchidas por um
líquido. Depois destas primeiras descobertas, os estudos microscópicos progrediram muito
pouco.
Em 1830, começou-se a produzir lentes de melhor qualidade, capazes de fornecer melhores
imagens.
Dutrochet, depois de comparar sistematicamente tecidos animais e vegetais, concluiu que a
célula é a unidade de constituição de todos os organismos vivos. Esta teoria teve dificuldade em
impor-se, já que implicava uma modificação da concepção básica dos organismos.
Em 1833, Robert Brown encontrou em células de orquídeas uma formação densa e globosa, que
denominou núcleo. Ele admitiu que estes núcleos se encontravam nas células de outras plantas.
Exercícios
1. Qual é a diferença que existe entre observações macroscópicas e observações
microscópicas?
2. Para que servem as lentes?
3. Define o microscópio.
4. Como se chama o cientista que descobriu os glóbulos vermelhos?
5. Quem descobriu o telescópio?
6. Quem fez o estudo das plantas e das moscas?
1.1.3. Teoria Celular
Em 1838, botânico alemão Matthias Jakob Schleiden estabeleceu a seguinte generalização:
As plantas inferiores são todas constituídas por uma única célula, enquanto as superiores são
constituídas por muitas células.
No ano seguinte, 1839, o fisiologista Theodor Schwann entendeu a generalização anterior para
os animais que eram constituídos por partículas elementares, idênticas às células das plantas.
O Schleiden e Schwann marcaram um dos momentos mais significativos na história da
Biologia, isto é, elaboraram a teoria celular.
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Esta teoria veio desenvolver áreas diferentes a genética e a embriologia.
A genética é um ramo da Biologia que estuda as condições de transmissões hereditárias.
A embriologia é um ramo da Biologia que estuda a formação e o desenvolvimento do embrião.
Nos anos 1958, o Rudolf Virchow declarou que a célula não só é a unidade estrutural dos seres
vivos, mas também a sua unidade fisiológica, onde ocorrem um conjunto de reacções químicas.
Fisiologia é o estudo de diferentes órgãos dos seres vivos.
O Rudolf acrescentou ainda o seguinte princípio: toda célula tem origem em outra célula
preexistente. Este principio veio inaugurar uma nova época na história da Citologia.
Em suma, a teoria celular é composta, portanto, pelas ideias de Schwann, Schleiden e Virchow e
baseia-se em três ideias básicas:
1. Todos os organismos vivos são formados por uma ou mais células e pelas estruturas por
elas produzidas;
2. As células são consideradas unidades morfológicas e funcionais de todas as formas de
vida;
3. Todas as células originam-se de outra célula preexistente, ou seja, todas as células
apresentam capacidade de divisão.
A citologia é a ciência que estuda as células.
A botânica é a ciência que estuda as plantas.
Recentemente, a teoria celular foi acrescentada segundo a qual todas as células contém matéria
hereditária, através do qual as características passam de uma célula-mãe para célula-filha.
Zoologia é uma ciência que estuda os animais.
1.1.4. Constituição do microscópio e funções das partes do microscópio
O microscópio é um instrumento de ampliação composto por duas partes:
A parte óptica e
A parte mecânica
Constituição da parte óptica do microscópio
Esta parte é constituída por sistema de iluminação e sistema de ampliação.
1. Sistema de iluminação
É composto de lâmpada, espelho, condensador e diafragma.
a) Lâmpada: as fontes luminosas indirectas mais utilizadas são a luz do sol e uma
lâmpada eléctrica.
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b) Espelho: é nos casos em que a fonte luminosa é indirecta. Tem a função de reflectir para
a preparação a luz que recebe da fonte luminosa.
c) Condensador: é composto de três lentes cuja a finalidade de concentrar os raios emitidos
pela fonte luminosa.
d) Diafragma: está ligado ao condensador e serve para regular a intensidade da luz.
2. Sistema de ampliação
É composto de objectivas e sistema ocular.
a) Objectivas: amplia a imagem do objecto através de um sistema de lentes. Cada objectiva
tem a capacidade de ampliação determinada (10 vezes, 40 vezes, 100 vezes).
b) Sistema ocular: é formado por duas lentes, em cada ocular está assinalada a sua
capacidade de ampliação 10 vezes).
Constituição da parte mecânica do microscópio
Esta parte é constituída: pé ou base, Braço ou coluna, platina, canhão ou tubo, revólver ou
porta-objectivas, parafusos macro métricos e micrométricos.
a) Pé ou base: permite a estabilidade de todas as outras peças.
b) Braço ou coluna: peça que se encontra fixa a base e à qual estão todas as outras partes
do microscópio.
c) Platina: peça circular rectangular ou quadrada colocada paralelamente à base e que se
pode deslocar na vertical onde se coloca o material observada. No centro existe um
orifício que permite a passagem dos raios luminosos.
d) Canhão ou tubo: é um tubo cilíndrico de tamanho variável, na extremidade superior está
o sistema ocular e nas extremidades inferior está o revólver, onde estão as objectivas.
e) Revólver ou porta-objectos: pode-se rodar com movimentos circulares, colocando cada
objectiva no prolongamento do canhão, permitindo trocar rapidamente de objectivas.
f) Parafuso macrométrico e micrométrico: serve para realizar movimento da objectiva de
grande ou pequena amplitude, afastando-a da platina permitindo uma focagem rápida e a
obtenção de imagens nítidas.
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1.1.5. Características das imagens dadas pelo microscópio óptico
O aumento de imagens proporcionado pelo microscópio óptico tem a ver com à conjugação dos
poderes ampliadores da objectiva e da ocular.
A lente ocular terá uma ampliação de 10x, e as três objectivas tem a sua ampliação de 10x, 40x,
100x.
Entre estes todos dados a fórmula para calcular a ampliação total é:
( ) ( )
Exemplos:
1. Calcule o valor total da ampliação de uma imagem 10x e objectiva 40x.
Dados: Incog. Fórmula Resolução:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 40
VAOb = 40x VAI = 400x
2. Considera um microscópio cuja as lentes têm os seguintes ampliares: Ocular 10x e
objectiv 60x, 80x, 100x, 140x, 200x e 230x.
Quais são as ampliações possíveis que se podem obter com um microscópio deste?
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Dados: Incog. Fórmula Aplicação:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 60
VAOb = 60x VAI = 600x
Dados: Incog. Fórmula Aplicação:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 80
VAOb = 80x VAI = 800x
Dados: Incog. Fórmula Aplicação:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 100
VAOb = 100x VAI = 1000x
Dados: Incog. Fórmula Aplicação:
VAOc = 10x VAI=? VAI = VAOc x VAOb VAI = 10 100
VAOb = 140x VAI = 1400x
1.1.6. Técnicas citológicas para o microscópio óptico
1. Noção
A observação em microscópio óptico exige a preparação de material biológico através utilização
de diversas técnicas, instrumentos e materiais.
2. Tipos de preparação
As preparações podem ser temporárias e definitivas.
a) Preparações temporárias: são aquelas que permitem fazer a observação de células vivas
no meio natural (água doce, salgada, soro fisiológico).
Estes tipos de preparações permitem observar o material vivo , mas durante um período de
tempo limitado.
b) Preparações definitivas: são aquelas em que as células são fixada, ou seja, são mortas
instantaneamente e coradas para melhor observação dos seus componentes.
3. As técnicas citológicas
As diferentes técnicas citológicas são:
Fixação e desidratação: formam a primeira etapa de uma preparação definitiva.
Consistem, por outro lado, num processo de que mata as células rapidamente, impedindo
a activação do seu processo de destruição e, por outro lado, endurece parcialmente os
tecidos, de modo a poderem suportar as etapas seguintes.
Espregaço: é a técnica citológica útil para materiais biológicos como líquidos orgânicos
(sangue).
Esmagamento: é uma técnica usada quando as células animais ou vegetais têm uma fraca
aderência, Exemplo: Células da raiz de cebola
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Técnica de corte: pode ser utilizada uma lâmina adequada ou aparelhos denominados
por micrótomos.
4. Tipos de corantes
Existem dois tipos de corantes: corantes naturais e corantes artificiais.
Corantes naturais: são aquelas extraídas de animais e plantas.
Corantes artificiais: são sintetizadas no laboratório.
1.2. A célula como unidade estrutural e funcional dos seres vivos
1.2.1. A célula procariota e eucariótica
1. Definição
A célula é a unidade básica, estrutural e funcional dos seres vivos.
A célula é uma estrutura muito pequena, invisível a olho nu e extremamente complexa. Ela
precisa de mecanismos que lhe permita obter e usar a energia para a sua reprodução, ingestão e
digestão de alimentos e a excreção.
2. Tipos de células
Quanto à organização interna as células podem ser: procariota e eucariota.
Células procariotas: são células mais simples, possuem um número reduzido de
organitos celulares e não têm um núcleo organizado.
Células eucariotas: são células mais complexas que possuem um núcleo organizado e
numerosos organitos celulares.
Organitos celulares: são estruturas que se encontram dentro das células que desempenham
diferentes funções como:
Mitocôndrias: é um organito responsável pela respiração celular.
Cloroplastos: responsáveis pela fotossíntese nas células vegetais.
N.B:
Seres procariotas ou procariontes são seres constituídos por células procariotas.
Seres eucariotas ou eucariontes são seres constituídos por células eucarióticas.
Características
Apresentam tamanho pequeno;
Reproduzem-se rapidamente;
Apresentam diversas formas de nutrição.
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1.2.2. Estudo das células procariotas
Como já vimos, as células procariotas são células mais simples, possuem um número reduzido
de organitos celulares e não têm um núcleo organizado.
E Seres procariotas ou procariontes são seres constituídos por células procariotas. Exemplo:
Bactérias, amiba, etc.
Existem células que apresentam diferenças celulares, consideráveis (como bactérias), de que se
refere a dimensão, estrutura e complexidade em relação às células eucarióticas.
Nas células das bactérias, o material nuclear não está delimitado por um invólucro pelo que fica
em contacto directo com o citoplasma, não existe um núcleo individualizado, por este facto,
essas células são chamadas procariotas.
Pro = antes
Karyon = núcleo
O material nuclear destas células chama-se nucleóide, pois não constitui um verdadeiro núcleo
individualizado.
O citoplasma é não possui organitos como:
Mitocôndrias
Plastos
Complexo de golgi.
Distribuição das bactérias na natureza
As bactérias estão amplamente distribuídas na natureza, encontrando-se na terra, no ar e em
diferentes tipos de águas (salgadas, doces, etc.), nos alimentos e em associação com diferentes
tipos de organismos vivos.
Razões de adaptabilidade das bactérias
Tamanho pequeno, (0,5 a 1 Micrómetro)
Rápida reprodução
Diversas formas de nutrição
Capacidade de resistir em condições ambientais desfavoráveis
Formar esporos resistentes que lhes possibilitam a sobrevivência.
1.2.3. Estudo da célula eucariótica ou eucariota. Animal e vegetal.
Definição
As células eucarióticas são células complexas com um núcleo organizado e muitos organitos.
Os seres constituídos por células eucarióticas chamam-se eucariontes. Exemplos: O homem, o
gato, o boi…
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A palavra eucariótica vem do grego:
Eu = verdadeiro
Karyon = núcleo
Ao observares este tipo de célula (eucarióticas) ao microscópio, podes notar que tem os seguintes
organitos:
O núcleo (geralmente arredondado),
O citoplasma,
A membrana citoplasmática,
Os vacuolos,
As mitocôndrias,
Os plastos,
Os centrómeros,
Os complexos de golgi e
Os retículos endoplasmáticos
Lisossomas.
As células eucarióticas podem ser:
Eucariótica animal: que se encontram nos animais;
Eucariótica vegetal: que se encontram nas plantas.
Organismos eucariontes unicelulares
Os seres eucarióticas unicelulares: são aqueles constituídos por uma só célula.
Entre os organismos unicelulares com estruturas eucarióticas, actualmente existentes encontram-
se os protozoários, os fungos e as algas.
Como exemplos dessas estruturas, podem-se referir organitos locomotores, como os ciclos da
paramecia e flagelo de euglema.
Organismos eucariontes pluricelulares
Os seres eucarióticas pluricelulares: são aqueles constituídos por mais de uma célula.
Apesar de grande estudo das células eucarióticas, dentro destes existem três componentes ou
organitos fundamentais:
Membrana celular
Citoplasma
Núcleo
1. Membrana celular:
É um organito celular que limita o citoplasma separando o meio intracelular e extracelular. Ela
envolve a célula e através dela a célula estabelece trocas com o meio. Também é chamada
membrana citoplasmática ou plasmática ().
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A propriedade que a membrana celular possui da partida passagem de determinadas substâncias
e determinadas alturas chama-se Permeabilidade Selectiva (permitir o intercâmbio de matéria
celular e o meio).
2. Citoplasma
É uma substância transparente na qual se encontra diversos corpúsculos de forma e natureza
diferentes que são os organitos e hialina. O hialoplasma em citoplasma fundamental onde
encontra os seguintes organitos:
a) Vacúolo: é uma cavidade que contém substâncias inorgânicas (água e sais minerais) e
substâncias orgânicas absorvidas pela célula.
b) Mitocôndrias: estão presentes em todas as células eucarióticas. Onde se produz a energia
de todos os processos vitais da célula (o centro) e responsáveis pela transformação da
energia contida nos alimentos em energia metabólica (ATP). Essas transformações são
chamadas no seu conjunto por respiração celular.
c) Plastos: são organitos das células vegetais. Eles elaboram e acumulam determinadas
substâncias, podendo, de acordo com a sua função, considerar-se:
Cloroplastos: onde se localiza os pigmentos verdes – as clorofilas.
Cromoplastos: onde estão localizados outros pigmentos não verdes que são responsáveis
pelas diversas cores das flores e frutos.
Amidoplastos: onde é armazenada uma substância de reserva, o amido.
3. Núcleo: é o centro coordenador de todas as actividades celulares. E é o local onde se
encontra toda a informação genética.
4. Retículo endoplasmático
Faz parte do extenso sistema endomembranar que compõe a maioria do citoplasma da célula
eucariótica.
Este retículo está dividido em:
Retículo endoplasmático rugoso e
Retículo endoplasmático liso.
a) Retículo endoplasmático rugoso: onde se encontram ribossomas e locais de síntese
proteica.
b) Retículo endoplasmático liso: não contem ribossomas só intervém na síntese de lípidos
glicoproteinas e polissacarídeos.
5. Complexo de golgi: Este nome foi atribuído pelo cientista italiano, que primeiro
observou o microscópio óptico composto, tendo forma de um saco « membranoso
achatado» e é chamado Sistema ou pequenos vesículos. Ele é um centro de
armazenamento e transformação de substâncias.
6. O centrossoma: é localizado perto do núcleo, desempenha a função importante na
divisão celular. Ao centro encontra-se um centríolo
7. O núcleo: nas células vivas, o núcleo tem a forma esférica ou ovóide envolvido pelo
invólucro nuclear, onde ocorre as trocas de substâncias entre o citoplasma e o
núcleoplasma.
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O núcleo coordena todas as actividades celulares e onde ocorrem todas as informações genéticas,
dentro dele encontramos os nuclídeos, o seu conjunto designa-se de cromatina faz-se parte dos
nucleares onde encontramos cromossomas.
Cromossoma é um dos elementos nucleares que são constituídos pelo ADN.
8. Ribossomas: são organitos essencialmente para a síntese de proteínas.
N.B. Em todas as células somáticas da mesma espécie, o número de cromossomas é constante:
Seres vivos Nº de cromossomas
Lombriga 4
Milho 20
Rã 24
Mosca do vinagre 8
Homens 46
Batata 48
Cana de açúcar 80
1.2.4. Aspectos comparativos da célula procariótica e da célula eucariótica
Estruturas Célula Eucariótica Célula Procariótica
Núcleo Presente (individualizado) Não individualizado
Invólucro nuclear Presente, envolvendo o Ausente
núcleo
Citoplasma Presente Presente
Membrana citoplasmática Presente Presente
Existem muitos organitos Ausência de organitos com
membranares, como o membranas, como plastos,
Outros organelos retículo endoplasmático, mitocôndrias, complexo de Golgi,
complexo de Golgi, vacúolos, centríolos e outros)
mitocôndrias e plastos (em
células vegetais)
Estruturas respiratórias Mitocôndrias e hialoplasma Hialoplasma e membrana
plasmática
Existem cloroplastos, onde Não existe plastos – a fotossíntese
tem lugar o processo da realiza-se em lamelas
Estruturas fotossintéticas fotossíntese – só existe nas fotossintéticas
plantas
Flagelos Organitos locomotores Organitos locomotores simples,
complexos, rodeados por não incluídos na membrana
membrana plasmática plasmática.
F12
Exercícios
1. Explica a importância das mitocôndrias nas células.
2. Qual é o organito que contém a informação genética?
3. Qual é a função dos cloroplastos nas células vegetais?
4. Que órgão da célula apresenta permeabilidade selectiva? Em que constante esta
característica?
5. Qual é a diferença que existe entre a célula procariota e a célula eucariótica?
6. Explica a fácil adaptabilidade das bactérias num meio.
7. Como se chama o retículo onde se encontra ribossoma e locais de síntese proteica.
8. Completa o quadro a seguir:
Seres vivos Nº de cromossomas
Lombriga
Milho
24
Mosca do vinagre
46
Batata
80
1.2.5. Comparação estrutural da célula animal e a célula vegetal
As diferenças entre célula animal e vegetal são muitas e estão relacionadas, principalmente, com
a presença e ausência de determinadas organitos. Como sabemos, as células são as unidades
fundamentais da vida, sendo encontradas em todo e qualquer ser vivo, com excepção dos vírus.
Apesar de manterem diversas características em comum, algumas possuem peculiaridades, sendo
esse o caso das células animais e vegetais. As células vegetais e animais possuem várias
diferenças e semelhanças em sua estrutura.
As células animais não têm parede celular ou cloroplastos, que por sua vez existem nas células
vegetais. Seu formato também é diferente pois as células animais são redondas e têm forma
irregular, enquanto as células vegetais possuem formas fixas e rectangulares.
Tanto as células vegetais como as animais são eucarióticas. É por isso elas apresentam várias
características em comum, como a presença de uma membrana celular e de organitos como o
núcleo, as mitocôndrias e o retículo endoplasmático.
Célula animal Célula vegetal
O que é São as células que formam os tecidos dos São as células que formam os
animais tecidos das plantas
Tipo de célula Eucarionte Eucarionte
Formato Circular, com formato irregular Rectangular, com formato fixo
As células animais geralmente são menores Variam de 10 a 100
Tamanho que do que as células vegetais, variando micrómetros de comprimento
entre 10 a 30 micrómetros de comprimento
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Armazenamento Armazenam energia em forma de glicogénioArmazenam energia como
de energia amido
Crescimento As células animais aumentam de tamanho As células vegetais ficam
ao multiplicar o número de suas células maiores aumentando o tamanho
de suas células
Organitos Célula animal Célula vegetal
Membrana citoplasmática Possui Possui
As células animais não As células vegetais têm cloroplastos
Cloroplasto possuem cloroplastos porque fabricam seus próprios
alimentos
Citoplasma Possui Possui
Centríolos Presente em todas as células Somente formas inferiores das
animais plantas possuem centríolos
Complexo de Golgi Possui Possui
Mitocôndria Possui Possui
Um ou mais vacúolos Um grande vacúolo central
Vacúolo pequenos (muito menores ocupando 90% do volume celular
que as células vegetais).
Organelos locomotores Possui Não possui
Plastos Não possui Possui
Núcleo Possui Possui
Glioxissomos Não possui Possui
Retículo Endoplasmático Possui Possui
Ribossoma Possui Possui
Peroxissomos Possui Possui
Parede celular Não possui Formada por celulose
Lisossomas Os lisossomas ocorrem no Raramente possuem lisossomas
citoplasma
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1.3. Seres unicelulares e seres pluricelulares
1.3.1. Os seres eucarióticas unicelulares
Os seres eucarióticas unicelulares: são aquelas que são constituídos apenas por uma célula
apesar disso, realizam todas as suas funções vitais como nutrição, respiração, reprodução e
locomoção, em alguns casos.
Exemplos: amiba, a paramácia euglema, plasmódio, as leveduras etc.
1. Locomoção: os seres unicelulares podem locomover-se através de: flagelos
(euglema), cílios (paramácia), pscudópodos (amiba).
2. Reprodução: eles reproduzem-se por bipartição ou por conjugação.
3. Modo de vida: muitos seres vivos unicelulares são parasitas de outros seres.
Exemplos: amiba e o plasmódio.
Outros podem ter vida livre. Exemplos: a paramécia
O plasmódio: é um ser unicelular de vida parasitária. É o causador da malária ou paludismo.
Esta doença mata muita gente em África principalmente em Angola.
Exercícios
1. O que são seres eucarióticos unicelulares?
2. Cita três seres eucarióticos unicelulares.
3. Como se reproduzem os seres unicelulares?
4. Como ocorrem a nutrição dos seres unicelulares?
5. Como se chama o organelo que contém substâncias inorgânicas e orgânicas por vezes
numerosos?
1.3.2. Seres eucarióticas pluricelulares
1. Definição
Os seres pluricelulares são seres constituídos por mais de uma célula, ou seja, por várias
células. Exemplos: Invertebrados, vertebrados e plantas superiores.
2. Desenvolvimento
Os organismos pluricelulares desenvolvem-se a partir de uma única célula inicial e a
multiplicação desta célula é determinada pelo desenvolvimento e o crescimento do indivíduo.
3. Determinação das dimensões dos organismos pluricelulares
As dimensões dos organismos pluricelulares são determinadas por número de células que o
constitui e não pelo volume do indivíduo dessas células.
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Geralmente, as células crescem até ao limite próprio antes de se dividir. Esse crescimento faz-se
assimilação e transformação de matéria do exterior em novas partes celulares.
Nos organismos pluricelulares há divisão através da qual a partir da célula mãe forma-se duas
células filhas. Com conteúdos nucleares e citoplasmática assimilares entre si e ao da célula-mãe.
N.B: O processo da divisão celular chama-se mitose.
A mitose: é um processo muito importante no crescimento dum organismo pluricelular, porque
assegura uma sucessão continua dos conteúdos celulares assimilares, por transmissão de DNA
existente entre os núcleos das células.
Vantagens e Desvantagens da pluricelularidade
1. Vantagens
No organismo pluricelular a divisão celular provoca o aumento do número de células;
Com a divisão celular aparece a distribuição de trabalhos, onde cada célula vai realizar
uma função especializada, dando o tecido, os órgãos e os sistemas de órgãos;
A divisão celular garante a sucessão continua dos conteúdos celulares assimilares
permitindo a perpetuação (a continuidades das espécies através da reprodução).
2. Desvantagens
Quando uma célula é muito especializada, menor será a sua capacidade de divisão;
1.4. O metabolismo celular
1.4.1. Definição
É o conjunto de reacções químicas que ocorrem nas células.
1.4.2. Importância
O metabolismo assegura a manutenção das estruturas celulares, o seu crescimento,
desenvolvimento, divisão celular e as transferências de energia necessária.
No metabolismo existem dois tipos de reacções químicas:
Anabolismo
Catabolismo
Anabolismo: é a reacção que leva a redução da síntese de compostos orgânicos indispensáveis
ao crescimento e renovação celular.
Catabolismo: é a reacção que lava a degradação das moléculas, os nutrientes com transferência
de energia e eliminação de resíduos.
C6H12O6 6 CO2 + 6 H2O + E
16
1.4.3. Captação de energia pelos seres vivos
A captação de energia pelos seres vivos pode ser realizada em dois processos, que são: a
fotossíntese e a quimiossintese.
A fotossíntese: é o processo que converte a energia luminosa em energia química.
Os seres vivos fixam o dióxido de carbono (CO2) à água (H2O) e produz a glicose (C6H12O6),
libertando oxigénio para atmosfera.
6 CO2 + 6 H2O C6H12O6
A fotossíntese ocorre em organitos celulares chamados cloroplastos.
Os seres que utilizam a energia luminosa como fonte de energia chamam-se fototróficos.
Exemplos: as plantas e algumas bactérias.
A quimiossintese: é um processo de síntese de compostos orgânicos sem utilizar a
energia luminosa, mas sim a energia libertada em certas reacções químicas (oxidação de
substâncias inorgânicas).
Os seres que usam a energia química como fonte de energia chamam-se quimiotróficos.
Exemplos: as baterias, todos os animais e os fungos.
1.4.4. Produção da energia metabólica
Existem dois processos fundamentais pelos quais as células mobilizam e transferem a energia
dos nutrientes:
Respiração aeróbia
Fermentação
A respiração aeróbia ocorre na presença do oxigénio (meio aeróbio).
A fermentação ocorre na ausência do oxigénio (meio anaeróbio).
1. Respiração aeróbia: é um conjunto de reacções complexas que ocorrem nas células
vivas principalmente ao nível das mitocôndrias.
Fenómenos da respiração aeróbia:
O oxigénio do meio externo penetra no meio interno e chega às células onde é utilizado;
São transportados para o meio externo os produtos resultantes de degradação sofrida
pelos nutrientes como: dióxido de carbono e a água;
Parte da energia dos nutrientes é transferida e armazena moléculas de adenosina
trifosfato (ATP);
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A respiração aeróbia pode se traduzir na seguinte equação:
C6H12O6 6 CO2 + 6 H2O + E (ATP)
2. Fermentação: é um fenómeno responsável pela produção de alguns alimentos, como:
bebida alcoólica a partir do açúcar contido nos sumos dos frutos, fabrico de pão,
queijo, iogurte e alguns medicamentos.
Tipos de fermentação
Existem vários tipos de fermentação, mas apenas estudaremos dois (2); fermentação alcoólica e
fermentação láctica.
a) Fermentação alcoólica: consiste na degradação da glicose provocada pelas verduras que
existem na casca de uvas.
C6H12O6 → 6 CO2 + 2 CH3CH2OH + ATP + calor
Glicose Fermentação etanol
b) Fermentação láctea: consiste na transformação do açúcar do leite em ácido láctico para
o fabrico de queijo e iogurte.
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