UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
DOUTORADO ACADÊMICO EM SAÚDE COLETIVA
ANDRÉA CRISTINA CAPRIATA SILVA
PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PELO VÍRUS SARS-COV-2 NA CIDADE DE
FORTALEZA NO NONO MÊS DA EPIDEMIA
FORTALEZA – CEARÁ
2024
ANDRÉA CRISTINA CAPRIATA SILVA
PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PELO VÍRUS SARS-COV-2 NA CIDADE DE
FORTALEZA NO NONO MÊS DA EPIDEMIA
Tese apresentada ao Curso de Doutorado
Acadêmico em Saúde Coletiva do
Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do título de
mestre em Saúde Coletiva. Área de
Concentração: Saúde Coletiva.
Orientador: Prof. Dr. José Wellington de
Oliveira Lima.
FORTALEZA – CEARÁ
2024
ANDRÉA CRISTINA CAPRIATA SILVA
PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PELO VÍRUS SARS-COV-2 NA CIDADE DE
FORTALEZA NO NONO MÊS DA EPIDEMIA
Tese apresentada ao Curso de Doutorado
Acadêmico em Saúde Coletiva do
Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial à obtenção do título de
mestre em Saúde Coletiva. Área de
Concentração: Saúde Coletiva.
Aprovada em: 12 de junho de 2024.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof. Dr. José Wellington de Oliveira Lima (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Silva Lima Neto
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
____________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Thereza Maria Magalhães Moreira
Universidade Estadual do Ceará – UECE
____________________________________________________
Prof. Dr. George Jo Bezerra Sousa
Universidade Estadual do Ceará – UECE
____________________________________________________
Prof. Dr. Antonio Rodrigues Ferreira Júnior
Universidade Estadual do Ceará – UECE
Aos meus pais, João André e Rina Flora
(in memoriam), pelo amor, apoio,
incentivo e preocupação com a minha
formação pessoal e intelectual. Por tantas
vezes desistirem das suas próprias
realizações para tornarem as minhas
possíveis.
AGRADECIMENTOS
A Deus o único que é digno de adoração. Obrigada Senhor pelo dom da vida e por
ser o meu porto seguro em todos os momentos. Eu te agradeço por estar à frente
das minhas realizações pessoais e profissionais.
Ao meu filho, João Lucas, pelo simples fato de existir! Pelo amor incondicional que
sinto por você. Por deixar os meus dias mais felizes e leves com a sua companhia.
À minha família que, embora estejamos distantes, sempre estarão em meu coração
e sei que estão torcendo pelo meu sucesso.
Ao professor Dr. José Wellington pela amizade, paciência e dedicação. Por ter dado
o suporte necessário para que a tese tenha sido concluída da melhor forma possível.
À Secretária de Saúde do Estado do Ceará e a Secretária de Saúde do Município de
Fortaleza por disponibilizar o banco de dados.
Aos membros da banca examinadora, pelas contribuições e aprimoramento da Tese.
À Universidade Estadual do Ceará, em especial ao Programa de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva – PPSAC, pela grande contribuição na minha formação profissional.
Aos queridos amigos pelos momentos de alegria e descontração, tornando a difícil
jornada mais agradável.
“É que tem mais chão nos meus olhos do
que cansaço nas minhas pernas, mais
esperança nos meus passos do que
tristeza nos meus ombros, mais estrada
no meu coração do que medo na minha
cabeça”.
(Cora Coralina)
RESUMO
O objetivo geral desta tese foi estimar a prevalência de infecção pelo Vírus SARS-
CoV-2, na Cidade de Fortaleza, em novembro de 2020. Os objetivos específicos
foram estimar a prevalência da Covid-19 segundo as variáveis: sexo, idade,
escolaridade, renda familiar, raça, número de moradores e índice de
desenvolvimento humano, revisar a literatura sobre o impacto da pandemia da
Covid-19 na renda das famílias e por fim revisar a literatura sobre a prevalência de
infecção pelo Vírus Sars-Cov-2 relacionado a fatores socioeconômicos. No primeiro
artigo foi realizado um inquérito sorológico para testagem de Covid-19, a prevalência
geral de soropositivos foi 17,15%. Depois de ajustar para potenciais confundidores,
a prevalência de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 era significativamente mais
elevada entre os indivíduos com 40 anos ou mais, que concluíram o ensino
fundamental, que pertenciam a famílias com renda familiar igual a 1 e menor que 2
salários mínimos, e que moravam nos bairros com menores Índice de
Desenvolvimento Humano. O segundo artigo mostrou que a redução da renda
familiar atingiu todas as classes sociais. Além disso, a diminuição do rendimento foi
relatada em diferentes setores profissionais e em todos os níveis educacionais. O
terceiro relatou maior prevalência de infecção da SARS-CoV-2 em pessoas com
doenças crônicas, idosos e com vulnerabilidade social. Também ressaltou que o
Índice de Desenvolvimento Humano, de cada local ou região, influenciou
significativamente indicio de infecção.
Palavras-chave: Covid-19; Fatores socioeconômicos; Prevalência; SARS-CoV-2.
ABSTRACT
The general objective of this thesis was to estimate the prevalence of infection by the
SARS-CoV-2 Virus, in the City of Fortaleza, in November 2020. The specific
objectives were to estimate the prevalence of Covid-19 according to the variables:
sex, age, education, family income, race, number of residents and human
development index, review the literature on the impact of the Covid-19 pandemic on
family income and finally review the literature on the prevalence of Sars-Cov-2 Virus
infection related to socioeconomic factors. In the first article, a serological survey was
carried out to test for Covid-19, the general prevalence of seropositives was 17.15%.
After adjusting for potential confounders, the prevalence of infection with the SARS-
CoV-2 virus was significantly higher among individuals aged 40 years or older, who
had completed primary education, who belonged to families with a family income of 1
and less than 2 minimum wages, and who lived in neighborhoods with the lowest
Human Development Index. The second article showed that the reduction in family
income affected all social classes. Furthermore, the decrease in income was related
across different professional sectors and at all educational levels. The third report
higher prevalence of SARS-CoV-2 infection in people with chronic diseases, the
elderly and those with social vulnerability. He also highlighted that the Human
Development Index of each location or region significantly influenced the rate of
infection.
Keywords: Covid-19; Socioeconomic factors; Prevalence; SARS-CoV-2.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA
ECA 2 Enzima Conversora da Angiotensina 2
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
PCC População/Problema, Conceito e Contexto
PUBMED National Library of Medicine
RIL Revisão Integrativa de Literatura
SARS Síndrome Respiratória Aguda Grave
SCIELO Scientific Electronic Library Online
SUS Sistema Único de Saúde
SM Salário Mínimo
SIM-P Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica
UNICEF Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................. 11
1.1 Revisão da literatura..................................................................... 12
2 JUSTIFICATIVA............................................................................... 28
3 OBJETIVOS..................................................................................... 29
3.1 Geral................................................................................................ 29
3.2 Específicos..................................................................................... 29
4 MÉTODOS....................................................................................... 30
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................... 38
5.1 Artigo 1........................................................................................... 38
5.2 Artigo 2........................................................................................... 58
5.3 Artigo 3........................................................................................... 78
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................ 96
REFERÊNCIAS………………………………………………………… 97
APÊNDICE A – PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PARA
SARS-COV-2, SEGUNDO O NÍVEL DE SOROPOSITIVIDADE E
DO BAIRRO ONDE MORA O INDIVÍDUO, DE UMA AMOSTRA
(N=2.675) DA POPULAÇÃO DE FORTALEZA, CEARÁ, NO
PERÍODO DE 03 A 12/11/2020....................................................... 116
11
1 INTRODUÇÃO
O Coronavírus pertence a uma família de vírus que acomete o trato
respiratório e foi descrito pela primeira vez em 1960. Em 31 de dezembro de 2019,
um novo Coronavírus foi identificado em Wuhan, na China, e a doença resultante foi
denominada Covid-19 (BRASIL, 2020).
A Covid-19 é considerada uma doença sistêmica que afeta principalmente
os pulmões. O tempo de incubação do Coronavírus varia de 2 a 14 dias.
Geralmente, os indivíduos acometidos pelo vírus apresentam sintomas leves a
moderados, incluindo tosse, febre e mal-estar. Em casos mais graves, as pessoas
podem desenvolver dificuldade para respirar e complicações neurológicas, que
podem levar ao óbito (SHARMA et al., 2021).
Em janeiro de 2020, vários casos de Covid-19 foram notificados no
Continente Asiático (ECDC, 2020). Diante disso, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou estado de emergência internacional em saúde pública, seguido pela
declaração da pandemia da Covid-19 (WHO, 2020). No Continente Americano, o
primeiro caso notificado foi em 21 de janeiro de 2020, nos Estados Unidos. Na
América Latina, o primeiro caso registrado foi no Brasil, no Estado de São Paulo, em
26 de fevereiro de 2020 (CRODA; GARCIA, 2020; RODRIGUEZ et al., 2020).
O Ceará teve o seu primeiro caso notificado em 15 de março de 2020, na
Capital Fortaleza. O caso foi registrado em um bairro de classe alta, que possui um
dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da Cidade. O Coronavírus
foi introduzido nesse Município por meio de residentes que foram infectados em
viagens internacionais e, ao retornarem ao País, propagaram rapidamente a doença,
atingindo os bairros mais distantes e pobres (CUNHA et al., 2020; LIMA et al., 2020).
As taxas de prevalência e mortalidade pela Covid-19 podem ser
influenciadas por vários fatores sociais, como sexo, raça, nível de escolaridade,
longevidade e desigualdade de renda. Esses fatores criam diferenças significativas
entre os cidadãos. Essas variações também podem ser observadas em bairros
dentro de uma mesma cidade, uma vez que as condições de vida e as
características de uma região podem favorecer a rápida transmissão do Coronavírus
(NOY et al., 2020; GULIYEV, 2020).
12
Além disso, a pandemia da Covid-19 causou preocupação mundial e
gerou debates acerca de estratégias para o enfrentamento da doença. Na época,
não existiam medicamentos ou vacinas eficazes contra a Covid-19. Diante disso, a
principal medida de controle dessa enfermidade foi o isolamento social, o que levou
ao aumento das desigualdades sociais, ao fechamento de escolas e postos de
trabalho, e ao cancelamento de viagens e eventos (KUPFERSCHMIDT; COHEN,
2020; KOO et al., 2020; FERGUSON et al., 2020; STOWE et al., 2022; VASILEIOU
et al., 2021).
1.1 Revisão da literatura
Aspectos socioeconômicos. O vírus SARS-CoV-2 demonstrou que não
respeita fronteiras, embora afete as comunidades de modo desigual. O Coronavírus
trouxe prejuízos significativos para a saúde e o bem-estar de inúmeras pessoas no
mundo inteiro. No entanto, foi observado que os indivíduos com menores condições
financeiras foram os mais acometidos pela doença. (CHU et al., 2020; DORN et al.,
2020; SHADMI et al., 2020).
De fato, a pandemia da Covid-19 criou uma situação sem precedentes. A
imposição do isolamento social provocou a paralisação de viagens e o fechamento
do comércio de produtos não essenciais (DUNFORD et al., 2020). As implicações
trazidas pelo vírus não se limitaram apenas à saúde, mas também ultrapassaram as
barreiras médicas, prejudicando vários setores da economia mundial em decorrência
da paralisação de atividades imposta pelos governantes. Esses bloqueios
contribuíram para mudanças em todas as áreas de trabalho e na vida das pessoas
(DESHPANDE, 2020).
Sem recursos para o enfrentamento dessa pandemia, os países mais
pobres demoraram a implementar políticas de isolamento social e,
consequentemente, o fechamento de seu comércio informal, por receio de haver
aumento da pobreza e fome da população (UNCTAD, 2020).
Na América Latina, o Brasil tem um histórico de desigualdades
econômicas e sociais alimentadas por problemas políticos que, por causa disso,
tiveram todas as medidas de combate ao Coronavírus atrasadas em relação aos
outros países, tornando assim o epicentro da epidemia na América (GOMES et al.,
2020).
13
O status socioeconômico cria uma combinação que promove o ônus da
desigualdade às pessoas menos favorecidas na sociedade. Populações excluídas
têm proporções mais elevadas de doentes, o que pode ser um fator que contribui
para a maior prevalência de infecções (DOWD; AIELLO, 2009; STEPTOE et al.,
2007). O baixo nível socioeconômico contribui para uma maior incidência de
enfermidades, enquanto o alto nível está associado a taxas de mortalidade mais
baixas, atribuídas ao diagnóstico precoce, tratamento eficaz e atendimento médico
humanizado (SINGU et al., 2020).
As desigualdades no nível socioeconômico podem ser medidas pelas
condições precárias de moradia e renda, que estão diretamente relacionadas à
maior exposição a síndromes respiratórias (BURSTRÖM; TAO, 2020; DORN et al.,
2020). Essas desigualdades também se refletem na saúde, pois um status
socioeconômico mais baixo está correlacionado com piores quadros de saúde em
geral e uma maior prevalência de outras doenças associadas, como doenças
cardiovasculares, doenças respiratórias, diabetes e câncer (SOMMER et al., 2015),
tornando essa parcela da população altamente suscetível à infecção pela Covid-19
(DORN et al., 2020; SHADMI et al., 2020).
O nível socioeconômico, as condições de moradia, o tipo de trabalho, a
qualidade da alimentação e o estilo de vida podem expor as pessoas ao vírus e à
infecção. Um sistema imunológico enfraquecido aumenta o risco de contrair doenças
(KHALATBARI et al., 2020). Geralmente, pela dificuldade de acesso aos serviços de
saúde e à falta de informação, pessoas de baixo poder aquisitivo procuram atendimento
médico apenas nos estágios mais avançados da doença (LAK et al., 2021).
No Brasil, os primeiros casos notificados foram relativos a pessoas
pertencentes às classes A e B, que na época tinham boas condições financeiras e
fizeram viagens internacionais para países com casos de Covid-19 e que
posteriormente retornavam ao país infectando outras pessoas de seu convívio. Já na
periferia a doença chegou contaminando primeiramente as empregadas domésticas,
os motoristas de aplicativo e os entregadores de alimentos que tiveram contato com
aqueles que viajaram, e em seguida se infectaram e transmitiram para pessoas da
comunidade (BRASIL, 2020; ESTRELA et al., 2020). Algumas profissões possuem
maiores chances de contrair a doença, principalmente aquelas que estão
diretamente envolvidas no combate à pandemia, como por exemplo, os médicos,
enfermeiros e outros profissionais da saúde (SHANAFELT et al., 2020).
14
Além disso, os efeitos econômicos da pandemia podem ser observados
pelo fechamento dos locais de trabalho (seja para o funcionário ou para o
proprietário do estabelecimento), fechamento de escolas (o que pode exigir cuidado
integral das crianças por parte dos pais ou contratação de cuidadores para auxiliar
nessa função) e a ameaça de despejo do imóvel com o não pagamento do aluguel
ou do financiamento imobiliário (DOUGLAS et al., 2020) aumentando o número de
pessoas em situação de rua (USHER et al., 2020).
A população de rua está exposta a inúmeras situações degradantes,
sendo mais acentuadas na pandemia. A falta de acesso aos serviços públicos em
geral, somado ao preconceito e ao descaso do poder público, reflete em
consequências ainda piores. Essas pessoas são excluídas da sociedade, o que
acaba por cercear os direitos básicos fundamentais ao ser humano (ESTRELA et al.,
2020).
Pessoas em situação de rua são desproporcionalmente afetadas pelo
Coronavírus devido à falta de moradia, alimentação, acesso inadequado aos
cuidados médicos preventivos e por não possuir boas condições de higiene pessoal
(PERRI et al., 2020; LIMA et al., 2020). O risco de contrair Covid-19 é maior para
moradores de rua que dormem em abrigos, pois as acomodações nesses locais
costumam ser superlotadas e com o compartilhamento de banheiros. Esses tipos de
alojamentos carecem de medidas rigorosas de limpeza e desinfecção (LOUBIERE et
al., 2021).
Por outro lado, os moradores de comunidades que moram em locais
pequenos e com muitas pessoas juntas têm maiores riscos de contrair o vírus, já
que a doença possui alta transmissibilidade entre humanos (VAN-BAVEL et al.,
2020). O SARS-CoV-2 é adquirido predominantemente por transmissão em
ambientes fechados. A transmissão em locais internos pode ser regulada pela
ventilação, filtração e controle climático, que determinam em parte a densidade e a
sobrevivência de patógenos e, consequentemente o risco de infecção (LERNER et
al., 2020; LI et al., 2007).
É desafiador realizar distanciamento e isolamento social entre moradores
de favelas. A influência do Coronavírus na periferia teve grandes impactos no
resultado de transmissões de gotículas e aerossóis, que podem espalhar o Covid-
19, e a superlotação dos imóveis foi associada à disseminação de infecções. Houve
um risco 50% maior de incidência de Covid-19 (IRR 1,50, 95% CI: 1,38-1,62) e um
15
risco 42% maior de mortalidade por Covid-19 (MRR 1,42, 95% CI: 1,25-1,61) para
casas com condições de alojamento abaixo do ideal (AHMAD et al., 2020). Outros
fatores, como a localização do imóvel e a infraestrutura da residência, bem como os
comportamentos dos moradores relacionados à saúde e higiene, estão entre os
determinantes mais significativos para o risco de contrair doenças (WHO, 2008;
DUNN, 2000).
Sexo e gênero. É importante compreender os efeitos do sexo e do
gênero em pacientes acometidos por Covid-19 para que sejam realizadas ações
adequadas durante as crises sanitárias (CISLAGHI; HEISE; 2020; SHARMA et al.,
2020).
Ao analisar as diferenças na incidência e na letalidade entre homens e
mulheres, também devemos considerar se o indivíduo se identifica com o seu
gênero. O gênero pode ser definido como as normas, papéis, atributos,
comportamentos sociais e culturais que uma sociedade considera esperados para
homens e mulheres (GENDER, 2020).
Em torno de 70% da mão de obra na área da saúde e da assistência
social em todo o mundo são compostas por mulheres (STANBERRY et al., 2002),
incluindo os profissionais de saúde da linha de frente. Culturalmente as mulheres
também são responsáveis por cuidar de crianças e de outros familiares doentes,
esse papel desempenhado pelas mulheres pode colocá-las em maior risco de
infecção (WENHAM et al., 2020). Entretanto, os dados epidemiológicos revelam que,
em sua maioria, os homens são mais acometidos pelo vírus SARS-CoV-2 do que as
mulheres. (SCULLY et al., 2020).
De acordo com a literatura o gênero do paciente vai influenciar no
agravamento da infecção, os pacientes masculinos com Covid-19 tendem a ter uma
taxa de mortalidade mais alta do que os pacientes do sexo feminino (MUKHERJEE;
PAHAN, 2021). A Covid-19 possui um prognóstico significativamente pior para os
homens, isso se deve, ao processo de envelhecimento específico do gênero
masculino e das células do sistema imunológico (WIRTH et al., 2021). Também
devem ser considerados os vários fatores biológicos e o estilo de vida dos homens
(RABIN, 2020; KLEIN, 2004).
Vários fatores podem contribuir para a desigualdade nos resultados de
patologias específicas ao sexo, tais como: esteroides sexuais específicos e as
atividades de genes ligados ao cromossomo X que modulam a resposta imune inata
16
e adaptativa à infecção por vírus, além disso, podem influenciar a resposta imune. A
predominância masculina na pandemia de Covid-19 pode ser parcialmente explicada
pelo TMPRSS2. As mulheres foram proporcionalmente mais infectadas por hiposmia
ou anosmia e disfunção gustativa em comparação com os homens (AMBROSINO et
al., 2020).
Analisando os dados de mortes atribuídas a Covid-19 foi encontrado que
a mortalidade era 1,77 vezes maior para homens do que para mulheres (YANEZ et
al., 2020). Em geral, os dados mundiais revelam que os homens têm maior chance
de adquirir as formas mais graves de Covid-19 e vir a óbito por isso. A análise
segregada por sexo é importante quando mulheres e homens podem ter maiores ou
menores probabilidades de adquirir formas graves da doença e onde os tipos de
tratamentos dependem da gravidade da doença (THOMPSON et al., 2021).
Algumas pesquisas atribuem o maior número de casos de mortalidade por
Covid-19 em homens devido às mulheres possuírem uma resposta imune mais
potente e adaptativa (GEBHARD et al., 2020).
Geralmente as mulheres possuem os hábitos mais saudáveis que os
homens, isso também explica porque elas possuem menores taxas de mortalidade.
Na maioria dos países desenvolvidos as mulheres têm o costume de praticar
medidas preventivas de saúde (THOMPSON et al., 2016; GALDAS, 2005). Alguns
hábitos de higiene que a maioria das mulheres possui, como por exemplo, lavar as
mãos com maior frequência que os homens, podem afetar a taxa de infecção, mas
sozinha não pode explicar a diferença significativa na mortalidade. Além disso, a
maioria dos homens chineses é fumante. O tabagismo enfraquece a imunidade do
corpo e a função pulmonar, o que pode levar à pneumonia após a infecção por
Coronavírus (VISHWANATH et al., 2019; HILLIER, 2020).
A ocorrência de menor mortalidade em mulheres ainda não foi bem
esclarecida, e muitas hipóteses estão sendo estudadas para explicar essa diferença.
A maioria dessas hipóteses sugere características biológicas específicas do sexo
feminino (MORGAN et al., 2021; SCULLY et al., 2020). No entanto, mulheres
grávidas têm demonstrado maiores riscos de desenvolver a doença de modo grave
em comparação com mulheres não grávidas (KNIGHT et al., 2020).
Ainda estudos recentes mostraram que as mulheres hospitalizadas em
decorrência da Covid-19 apresentaram níveis mais altos de depressão, insônia e
estresse pós-traumático em relação aos indivíduos do sexo masculino,
17
demonstrando que grupos específicos podem sofrer implicações desproporcionais
durante a pandemia (PAPPA et al., 2022). É importante monitorar os impactos
diferenciais da pandemia nas categorias de sexo e gênero (BILL; MELINDA; 2021;
UNDESA, 2017).
Além disso, a crise econômica causada pelo Coronavírus afetou as
mulheres de forma mais severa do que os homens, retrocedendo anos de progresso
em direção à igualdade salarial e de oportunidades de emprego (WEFORUM, 2021).
O Covid-19 ameaça desgastar os poucos direitos sociais que as mulheres possuem
em áreas periféricas e inseguras (PETERMAN et al., 2020).
Por causa do fechamento de escolas durante a pandemia, muitas
mulheres que eram chefas de família tiveram que permanecer em casa para cuidar
de seus filhos, o que limitou o trabalho e as oportunidades de progresso dessas
famílias (Li et al., 2020). Muitas mulheres de baixa renda dependiam
financeiramente desses empregos e agora enfrentam o desemprego. Essas
diferenças entre famílias podem ser ainda mais agravadas pelas necessidades
físicas e sanitárias das mulheres em condições de quarentena, em comparação com
os homens (Li et al., 2020).
Quarentena e isolamento social. Visando reduzir a disseminação do
vírus SARS-CoV-2, autoridades sanitárias do mundo inteiro utilizaram de
mecanismos para conter o número de casos. Como na época não haviam vacinas
ou medicamentos para tratar a Covid-19, foram implantadas medidas de restrição de
movimentação de pessoas suspeitas de serem portadoras da doença, isolamento
social e quarentena (DUNFORD et al., 2020; KRAEMER et al., 2020). A
implementação de medidas de distanciamento social precoce tornou-se a estratégia
mais econômica (FERGUSON et al., 2020; PEAK et al., 2020).
Presidentes do mundo inteiro impuseram uma série de intervenções
comportamentais nos países para conter a transmissão do vírus e desafogar os
hospitais e sistemas de saúde. As ações incluíram utilização de máscaras,
higienização das mãos com água e sabão, fricção com álcool em gel, suspensão de
viagens, quarentena, distanciamento e isolamento social (WHO, 2019; WHO, 2020).
A eficácia da quarentena é maior quando ela é implementada acompanhada de
outras medidas de prevenção, tais como: rastreamento de contatos e proibição de
viagens (XIULI et al., 2020; TANG et al., 2020).
18
A quarentena deve incluir medidas de isolamento social, evitando entrar
em contato presencial com outras pessoas (familiares e amigos) e dando preferência
para utilização de serviços de entrega. Se for inevitável o contato com outros
indivíduos deve ser respeitado o distanciamento mínimo de 2 metros entre eles
(BROOKS et al., 2020).
As estratégias de distanciamento social podem ser divididas em
centralizada e descentralizada. As estratégias são consideradas centralizadas
quando parte dos próprios governantes conceder benefícios e isenções fiscais para
que a população permaneça em casa. Já as estratégias descentralizadas são
consideradas quando não existem benefícios governamentais, também conhecida
por isolamento consciente (vizinhos isolam-se dos infectados) e auto isolamento (a
própria pessoa decide se isolar por livre e espontânea vontade (TOPIRCEANU et al.,
2020).
As pessoas consideradas do grupo de risco para Covid-19 precisam
seguir medidas mais rígidas de isolamento. Essas medidas incluem restrições de
mobilidade e maior apoio de familiares ou pessoas próximas para atender as suas
necessidades básicas (alimentação, remédios e cuidados médicos) (NEUFELD et
al., 2020).
As medidas implementadas na China estavam entre as mais rígidas do
mundo, que mantiveram milhões de pessoas isoladas e afetou diretamente a vida
dessas pessoas (QIU et al., 2020; YANG et al., 2020). Em uma pesquisa realizada
em Wuhan, os pesquisadores descobriram que as mulheres apresentaram maior
número de sintomas de estresse pós-traumático logo após as medidas de
quarentena serem implementadas (LIU et al., 2020). No Brasil as regras de
isolamento social foram definidas de acordo com os dirigentes de cada estado e
município, com isso, alguns entes federativos tiveram medidas de isolamentos mais
rígidas e outras mais brandas.
Os estudos revelam que a adoção de políticas de distanciamento social
para conter a disseminação de doenças, se mostrou como tendo eficácia incerta,
impopular, cara e de difícil implementação (ISFELD; MOGHADAS, 2020; PÉREZ et
al., 2012; BORSE et al., 2011) e altamente perturbador para a sociedade (WHO,
2019; MILNE; XIE, 2020).
Durante o período de pico da pandemia, os indivíduos positivos
precisariam permanecer em quarentena, que variava de 7 a 14 dias, sendo
19
recomendados após o período de sete dias que fossem realizados testes
laboratoriais, para certificar que o indivíduo não estava mais transmitindo o vírus. As
pessoas que entraram em contato com doentes também deveriam monitorar a
evolução dos sintomas e realizar testes periódicos, principalmente se mantinham
contato com pessoas do grupo de risco (ROSOLANKA et al., 2021).
Os idosos foram muito afetados pelas restrições impostas pela crise
sanitária, eles precisaram permanecer isolados em suas residências para evitar se
contaminarem com o vírus (HOSSAIN et al., 2020; KAKODKAR, 2020). As
atividades de lazer e de trabalho ficaram suspensas. Eles também foram observados
com maior rigor quanto à capacidade de resposta às orientações de isolamento em
comparação com restante da população de modo geral (HOSSAIN et al., 2020;
BROOKE, JACKSON, 2020).
Embora as autoridades sanitárias recomendassem que fossem
implementadas políticas de isolamento social para evitar a rápida disseminação da
doença, alguns cidadãos não viram com bons olhos o isolamento social imposto
pelas autoridades sanitárias de seus países. Como por exemplo, em Hubei, na
China, os moradores locais se revoltaram contra a quarentena e na Jordânia causou
caos na população (OMIDI et al., 2020; PICHETA; QIBLAWI, 2020; SHERWELL,
2020).
Habitação e moradia. O tipo de residência também influenciou na
propagação do vírus. Em relação às diferenças entre os tipos de casas, alguns
estudos constataram que o isolamento era particularmente difícil na periferia,
principalmente porque os lares eram pequenos e com muitos moradores. Nesses
locais os habitantes são de baixa renda, incluindo os idosos que são mais
suscetíveis a infecções. Diante disso, a falta de espaço contribuiu para a
transmissão de doenças e aumento dos casos de transtornos mentais,
principalmente devido à superlotação (D’ALESSANDRO et al., 2020; SETTIMO,
D’ALESSANDRO, 2014; DIETZ et al., 2020; SHAKED et al., 2022).
Os países de baixa e média renda possuem alta densidade populacional,
além disso, em decorrência da falta de planejamento e estrutura, as moradias
urbanas são informais, sendo o isolamento e distanciamento social impraticáveis
(WILKINSON, 2020).
É praticamente impossível manter a distância física em favelas
superlotadas, onde as pessoas moram muito próximas e dividem pequenos
20
cômodos (SHAMMI et al., 2020). Além disso, nesses locais geralmente os indivíduos
compartilham o banheiro e as instalações da cozinha, isso faz parte da rotina de
quem vive em comunidade. A maioria das pessoas sabe do risco de infecção
associado ao uso de instalações comunitárias, porém não possuem outra opção
(RASHID et al., 2020; TSEKLEVES et al., 2022; SALMON et al., 2016).
Máscaras. A OMS estimou que para proteger a população mundial
seriam necessárias cerca de 89 milhões de máscaras médicas por mês (WHO,
2020). As políticas regulamentadoras do uso de máscaras variaram de acordo com o
país e o estágio do surto da pandemia (WANG et al., 2021). O uso de máscaras
faciais é muito importante para prevenir a transmissão de SARS-CoV-2, já que a sua
transmissão se dá por gotículas e possível aerossol, além de diminuir o contato de
mão e face. Os aerossóis contendo o vírus Covid-19 podem permanecer no ar por
até 3 horas (VAN-DOREMALEN et al., 2020), principalmente pela grande quantidade
de pessoas assintomáticas em locais fechados e com pouca circulação e renovação
de ar. Embora cada região seja responsável por estabelecer normas para o uso de
EPI’s durante a pandemia, ainda existem algumas desconformidades na utilização
de máscaras (WANG et al., 2020).
As máscaras podem ser classificadas em três categorias: máscaras
médicas (cirúrgicas ou de procedimento), respiradores com filtro de ar (N95, N99,
N100, P2, P3, FFP2 e FFP3) e máscaras de pano sem padrão de teste (algodão ou
gaze). Com a expansão da pandemia de Covid-19, vários modelos de máscara
foram fabricados e usados em hospitais e em locais comunitários em todo o mundo
(HENNEBERRY, 2020; LIAO et al., 2021).
As máscaras cirúrgicas podem ser confeccionadas em tecidos e não
tecidos com uma estrutura composta por tripla camada, que consiste em: uma
camada à prova de vazamentos, uma camada de filtro de alta densidade e uma
camada de contato direto com a pele (HENNEBERRY, 2020). Os materiais
comumente usados em DFMs são polímeros plásticos como policarbonato (PC),
polipropileno (PP), poliestireno (PS), poliuretano (PU), poliacrilonitrila (PAN),
polietileno (PE) ou poliéster (PES) (FADARE; OKOFFO, 2020; POTLURI,
NEEDHAM, 2005). Ainda permanece a controvérsia sobre o tipo mais adequado de
máscaras faciais e as situações em que elas precisam ser usadas, principalmente
em ambientes comunitários e de saúde para prevenir a infecção por SARS-CoV-2
(QASEEM et al., 2020).
21
As máscaras são utilizadas para proteção do usuário. O ato de cobrir o
rosto, mesmo que seja com uso de máscara caseira foi recomendado por Centros
de Controle e Prevenção de Doenças espalhados pelo mundo, para prevenir a
propagação de partículas respiratórias infecciosas, como gotículas ou aerossóis, e
também para a proteção de outras pessoas que estiverem no mesmo ambiente
(LIAO et al., 2021).
Por causa da escassez no comércio e ao acesso limitado de máscaras
cirúrgicas e N95, as pessoas tiveram que aderir ao uso de máscaras caseiras
(tecido), que se tornaram um meio popular de autoproteção especialmente em locais
públicos frente à atual pandemia (WANG et al., 2021). Existem várias evidências que
máscaras de tecido dificultam a transmissão do vírus (GOSTIN et al., 2020). O
Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendou ao público em
geral o uso de máscaras de tecido durante a pandemia (EIKENBERRY et al., 2020).
Conforme a OMS, as máscaras são eficazes quando utilizadas em
combinação com outras medidas de combate ao Coronavírus, tais como
higienização das mãos, uso de máscaras limpas e descarte adequado de máscaras
quando necessário. Durante a pandemia, em alguns países, foi obrigatório o uso de
máscaras para todos os profissionais de saúde e para a população em geral (WHO,
2020).
Por outro lado, o bom desempenho da filtragem das máscaras faciais de
tecido pode variar de acordo com: o tipo de material usado (estrutura e composição
do tecido), número de camadas, grau de umidade da máscara, tamanho e forma das
partículas expostas (SHARMA et al., 2020; DAVIES et al., 2013).
Nesse sentido, um estudo avaliou seis tipos de máscara com tamanhos
de poros diferentes, foi encontrado que as máscaras faciais com tamanhos de poros
menores tinham maiores eficiências de filtragem bacteriana (LEONAS; JONES,
2003; WANG et al., 2018).
A máscara médica utilizada por um paciente possibilita a redução da
liberação de gotículas portadoras de vírus ao ar livre e também impede a respiração
de vírus suspensos no ar (LIAO et al., 2021). As máscaras cirúrgicas são
recomendadas para a maioria das exposições, enquanto os respiradores de nível
superior são necessários apenas para procedimentos com liberação de aerossol ou
quando a pessoa infectada com Covid-19 está sendo examinada a curta distância
(ROSOLANKA et al., 2021).
22
As máscaras respiratórias N95 apresentam melhor desempenho e maior
segurança em relação aos outros tipos de máscaras (ZHOU et al., 2018). A eficácia
da filtração e o ajuste facial das máscaras de tecido são inferiores se comparados
com as máscaras médicas (CHUGHTAI et al., 2020).
O uso de máscaras faciais em transportes e espaços públicos é
recomendado para evitar a transmissão do Coronavírus, por isso houve elevado
aumento no consumo e na busca por máscaras faciais no comércio (CHENG et al.,
2020; TESFALDET et al., 2022).
No entanto, as máscaras faciais podem não ser aconselhadas em
algumas situações, como durante o sono. E a adesão das mesmas pode ser menor
em algumas áreas e grupos específicos (CANDEVIR et al., 2021).
Renda. A pandemia de Covid-19 causou aumento do desemprego e da
pobreza em todo o mundo, esses fatores estão diretamente relacionados com a
diminuição da autoestima dos indivíduos afetados (MATIAS et al., 2020). Houve
redução na renda da maioria das famílias, uma vez que o controle da doença
requereu medidas como quarentena, isolamento e distanciamento social. Essas
ações causam maiores impactos financeiros nos grupos de baixa renda que já
possuem um histórico de pouco acesso a assistência médica e baixa estabilidade
financeira. Muitas vezes necessitam escolher entre ficar em casa e passar fome ou
correr o risco de contrair o vírus para levar o sustento para sua família (MCKEE;
STUCKLER, 2020).
A renda é um importante determinante social para saúde, principalmente
atuando no enfrentamento de pandemias. Populações de baixa renda e minorias
excluídas, dificilmente trabalham de forma remota ou socialmente distante, portanto,
experimentam níveis elevados de exposição. O isolamento social é uma medida que
diminui a geração de renda, principalmente em atividades informais. Assim,
associações entre renda e habilidades de enfrentamento a crises sanitárias estão
diretamente relacionadas (POETZ et al., 2007).
A saúde humana varia em função da sua renda (hipótese da renda
absoluta). Em se tratando de relação à desigualdade de renda, a hipótese da renda
relativa mostra que a desigualdade de renda tem um impacto negativo na saúde dos
cidadãos. A desigualdade financeira é reconhecida como um fator de risco crítico
para a saúde da população (LAGO et al., 2018; WILKINSON, 1992). Os estudos
revelam que existe uma relação não linear entre saúde e renda. Assim, a
23
redistribuição de renda dos ricos para os pobres pode ajudar a melhorar os
indicadores de saúde (LAGO et al., 2018).
O capital social (que mede a extensão dos recursos compartilhados do
grupo dentro de uma comunidade, a percepção de justiça, a ajuda recebida, a
adesão ao grupo e a confiança) foi negativamente associado à mortalidade
(KAWACHI et al., 1997).
As pessoas com baixa renda possuem dificuldades para ter atendimento
médico de maneira rápida. Com a demora em procurar atendimento hospitalar,
muitas pessoas chegavam ao hospital já na fase avançada da doença, o que pode
reduzir as chances de cura e levar a casos mais graves. Sem um diagnóstico rápido,
essas pessoas continuam disseminando a doença para outros indivíduos.
Com essa demora em procurar atendimento hospitalar, quando
conseguem o atendimento já estão na fase avançada da doença, isso pode reduzir
as chances de cura e também levar a casos mais graves da doença. Sem o
diagnóstico de forma rápida, essas pessoas continuam disseminando a doença para
outros indivíduos (SHADMI et al., 2020).
A fragilidade do sistema de saúde público provavelmente implica em uma
proporção maior de casos graves de Covid-19 que resultem em morte devido ao
tratamento médico ineficiente (GHISOLFI et al., 2020).
Geralmente os indivíduos mais pobres não possuem meios de transportes
particulares e estão mais propensos a se infectarem com vírus durante o seu
deslocamento. O uso de transporte público e a intensa interação entre pessoas são
considerados grandes responsáveis por aumentar a transmissão de Covid-19
(HAMIDI et al., 2020).
Os governantes devem criar políticas públicas para aumentar as taxas de
alfabetização e emprego nos grandes centros urbanos para fortalecer a renda
desses grupos menos favorecido e aumentar os investimentos em saúde pública
nessas áreas (CLOUSTON et al., 2021; MAHER; FAZEL, 2015).
Os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) retratam que as
mulheres que tinham empregos com baixa remuneração e sem carteira assinada
foram as mais atingidas (REILLY, 2018; FOLAYAN et al., 2020). Além disso, a crise
exacerbou as desigualdades de gênero (HOLTSBERG, 2020). Na maioria das
famílias, geralmente os homens são os provedores do lar, por isso não podem
deixar de trabalhar. Portanto, as mulheres ficaram encarregadas de largar seus
24
empregos para cuidar das crianças que estavam sem aulas durante a pandemia. Por
esse motivo, as demissões relacionadas à crise se concentraram nas funcionárias
(KURTER, 2020; ROBBINS, 2020).
Os trabalhadores com maiores salários provavelmente possuem menores
preocupações em contrair doenças, já que podem desfrutar de licenças para
tratamento de saúde de forma remunerada. Algumas profissões possuem maiores
prestígios e privilégios perante a sociedade, com opção de tele trabalho (VALLAS et
al., 2009).
Raça. A pandemia aumentou drasticamente as desigualdades ao acesso
dos serviços de saúde existentes, com isso as taxas de mortalidade foram maiores
entre pessoas que vivem em áreas carentes, em moradias precárias, em grupos
com comorbidades, em grupos negros, asiáticos e de minorias étnicas (ONS, 2020).
Tem sido amplamente divulgado que as minorias raciais e étnicas,
particularmente aquelas que vivem na periferia de grandes metrópoles, possuem
maiores de chances de contrair SARS-CoV-2 e registram piores prognósticos
associados à doença (PRICE et al., 2020; NCIRD, 2020).
A segregação racial e socioeconômica pode aumentar o risco de
transmissão de Covid-19 ao criar barreiras que separam as comunidades dos
recursos essenciais, aumentando a exposição ao SARS-CoV-2 e concentrando a
transmissão em bairros esquecidos (ACEVEDO-GARCIA, 2020; HONG et al., 2021;
ZELNER et al., 2021). Esse desinvestimento histórico contribui para cargas mais
altas de doenças infecciosas e comorbidades não transmissíveis em locais
periféricos e de baixa renda, em comparação com bairros ricos e habitados por
pessoas em sua maioria com cor branca (ARASTEH, 2021).
Durante estudos realizados entre os meses de março a abril de 2020 na
Geórgia, foi constatado que os negros tinham mais chances de hospitalizações e
maiores taxas de mortalidade por Covid-19 (GOLD et al., 2020; KILLERBY et al.,
2020). Os pacientes asiáticos também demonstraram apresentar maior gravidade
cardiorrespiratória (RODRIGUEZ et al., 2021) e tinham um risco 1,3 vezes maior de
hospitalização em comparação com os pacientes brancos (NCIRD, 2020). No Reino
Unido 640 pessoas positivas para Covid-19 foram avaliadas e foi observado que os
pacientes negros apresentavam um risco 4 vezes maior de contrair Coronavírus, já
entre os asiáticos o risco era 2 vezes maior em comparação com os brancos
(LASSALE et al., 2020).
25
Os negros e os latinos estão morrendo duas vezes mais do que brancos
não-hispânicos, principalmente os que moram nos bairros mais pobres (AVILA,
2020). Os hispânicos, latinos indígenas, negros e afro-americanos são mais
afetados pelo Covid-19 (THE-ATLANTIC, 2020; APM, 2021; CDC, 2020).
As disparidades sociais em países pobres organizam as pessoas em
grupos de maneira a torná-las extremamente vulneráveis. Sendo assim, os menos
prestigiados socioeconomicamente são representados por minorias raciais e étnicas
que trabalham em empregos informais e necessitam de ajuda financeira para se
manterem em quarentena. A raça e os aspectos relacionados são elementos que
contribuem para infecção de Covid-19 (ESTRELA et al., 2020).
Idade. As idades de pessoas infectadas por Covid-19 variaram entre 4
semanas a mais de 90 anos. As crianças e as mulheres lactentes estavam menos
propícias a se infectar (DONG et al., 2020). Os idosos com mais de 75 anos, foram
mais suscetíveis a infecções e complicações pelo vírus, devido a sua baixa
imunidade (GUZIK et al., 2020; LI et al., 2020). A idade é um fator que pode alterar a
resposta imune. Uma das características do sistema imunológico envelhecido é um
estado pró-inflamatório crônico de baixo grau. Este estado geralmente acomete mais
indivíduos do sexo feminino do que nos masculinos (FINK; KLEIN, 2015).
As pesquisas sugerem que cidades com maior número de moradores com
idades pertencentes ao grupo de risco (menores e idosos) apresentaram taxa de
mortalidade mais alta. Moradores de áreas nobres apresentavam menores taxas de
mortalidade por SARS-CoV-2 em relação àqueles que viviam em áreas de baixa
renda (CLOUSTON et al., 2021). As pessoas acima de 60 anos e portadores de
doenças crônicas, tais como: hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes,
apresentam maiores riscos de mortalidade pelo Coronavírus (MADJID et al., 2020;
BATEMAN et al., 2016).
A senescência celular possui grande importância no curso da infecção,
que é influenciada tanto na área do sistema imunológico quanto no epitélio
respiratório e no endotélio vascular. Para avaliar a idade biológica, no entanto, o
conceito de fragilidade pode ser entendido como uma abordagem que integra os
fatores de morbidade e a idade biológica em um instrumento de registro na rotina
clínica, a morbidade é superior como fator conclusivo (MARENGONI et al., 2020;
MUELLER et al., 2020; SALIMI et al., 2020).
26
Os idosos são mais propensos a desenvolver casos mais graves de
Covid-19 e aqueles indivíduos que ainda acumulam comorbidades, como diabetes,
hipertensão e obesidade, corre maior risco de morte (SHAHID et al., 2020). Os
idosos que vivem em asilos possuem maiores chances de contrair o vírus, por causa
do seu sistema imunológico enfraquecido e ao impacto da moradia coletiva (KIM,
2020).
Em torno de 20% dos pacientes adultos que desenvolveram
manifestações graves de Covid-19 precisaram de internação em unidade de terapia
intensiva (UTI), enquanto isso a taxa de internação em UTI em crianças é de 2% a
3%, nas quais a taxa de letalidade é inferior a 0,1% (LIGUORO et al., 2020;
ZIMMERMANN, 2020). Estudos epidemiológicos sugerem que em comparação com
pacientes adultos, a sintomatologia de Covid-19 em crianças foi em sua maioria leve
e com baixa mortalidade (DONG et al., 2020).
Embora as crianças apresentem menores riscos de desenvolver a forma
grave da doença, bem como menores casos de hospitalização e ventilação
mecânica, elas podem desenvolver uma síndrome inflamatória multissistêmica
(JONES et al., 2020; HARAHSHEH et al., 2020; SHE et al., 2020). Pesquisas
científicas apontaram que algumas crianças e adolescentes infectados com o
Coronavírus desenvolveram lesões na pele e um quadro semelhante à síndrome de
Kawasaki. Essa síndrome incomum, identificada inicialmente no Japão (1967), é
uma vasculite causada por um estado hiperinflamatório (JONES et al., 2020;
HARAHSHEH et al., 2020; SHE et al., 2020).
Na América Latina houve mais notificações de casos de síndrome
inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) em comparação com outras regiões
do mundo, talvez devido a opiniões políticas divergentes quanto às medidas de
contenção da pandemia e às políticas de isolamento social que tornaram as crianças
mais expostas à infecção durante as atividades diárias, reforçando ainda mais o
ponto de vista de que as crianças de etnia hispânico-latina correm um maior risco de
desenvolver SIM-P (TORRES et al., 2020; MATSUDA et al., 2020; ANTÚNEZ-
MONTES et al., 2021).
No início da pandemia os estudos apontavam que as crianças eram
menos suscetíveis ao SARS-CoV-2 e quando infectadas com Covid-19,
apresentavam um curso relativamente leve, porém com surgimento de novas
variantes houve aumento no número internações hospitalares do grupo pediátrico
27
(MANSOURIAN et al., 2021; MANIA et al., 2020; BROOKMAN et al., 2021; BHOPAL
et al., 2021).
Escolaridade. As pessoas com maior nível de escolaridade e renda
possuem mais recursos financeiros e emocionais para lidar com a pandemia de
Covid-19, portanto, são menos atingidas e estão menos preocupadas com os
prejuízos, se comparadas com aquelas que possuem menor escolaridade e menor
renda familiar (CHEN et al., 2019; FEGERT et al., 2020).
O analfabetismo e o baixo grau de instrução das pessoas estão atrelados
a limitação de compreensão em relação a ocorrência, a transmissão e o risco de
infecção por Covid-19 (GWENZI, 2020). Além disso, o baixo grau de escolaridade
associado à miserabilidade possui impacto direto no descumprimento de
recomendações das autoridades de saúde pública. Essa situação pode ser
observada em todo o mundo e vem sendo vista principalmente em países
emergentes (ESTRELA et al., 2020).
O impacto do Covid-19 no bem-estar do trabalhador também se
diferenciou de acordo com a profissão. Os trabalhadores menos qualificados e com
menores anos de estudo estavam entre os mais atingidos pela pandemia. As
empregadas domésticas e os motoristas de ônibus tinham mais chances de contrair
o vírus que outros profissionais de outras áreas mais qualificados. No transporte
público, os motoristas tiveram as maiores taxas de mortalidade por Covid-19, devido
à proximidade física com outras pessoas. (ONS, 2020; RIBEIRO et al., 2022).
O Fundo Internacional de Emergência para Crianças das Nações Unidas
(UNICEF) estima que o fechamento de escolas em 188 países, deixou mais de 1,6
bilhões de estudantes sem aulas presenciais. As aulas online apresentaram queda
na aprendizagem, evasão escolar e desigualdade entre estudantes que não tinham
acesso a computadores com internet, principalmente os estudantes de baixa renda
(UNICEF, 2020).
O avanço na educação e na aprendizagem de alunas do sexo feminino
poderá ter implicações severas a médio e longo prazo no desenvolvimento
econômico e social da sociedade. O retrocesso escolar causado pela pandemia,
também aumentou as disparidades entre os gêneros. Já que em classes de alta
renda as meninas estão ultrapassando os meninos no grau escolaridade enquanto
que na periferia os avanços educacionais não estão progredindo da mesma forma
principalmente após a crise de Covid-19 (FRIEDMAN et al., 2020).
28
2 JUSTIFICATIVA
Este estudo inédito, realizado em Fortaleza, Ceará, apresenta resultados
importantes sobre os fatores de risco socioeconômicos associados à Covid-19. Esse
primeiro inquérito soroepidemiológico fornece insights valiosos sobre a prevalência
dessa doença na Cidade e destaca a importância de considerar diversas condições
socioeconômicas ao pensar em cuidados para pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2.
29
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Estimar a prevalência de infecção pelo Vírus SARS-CoV-2, na Cidade de
Fortaleza, em novembro de 2020.
3.2 Específicos
a) Estimar a prevalência da Covid-19 segundo as variáveis: sexo, idade,
escolaridade, renda familiar, raça, número de moradores e índice de
desenvolvimento humano.
b) Revisar a literatura sobre o impacto da pandemia da Covid-19 na renda
das famílias.
c) Revisar a literatura sobre a prevalência de infecção pelo Vírus Sars-
Cov-2 relacionado a fatores socioeconômicos.
30
4 MÉTODOS
Esta Tese foi desenvolvida em capítulos, incluindo introdução, inquérito
sorológico e a primeira e a segunda revisão integrativa. Na introdução, foram
apresentados os resultados de uma revisão da literatura que possibilitou a
concepção do projeto e a discussão dos resultados obtidos. Nesse contexto, o
capítulo de resultados e discussões desta tese foi dividido em três diferentes artigos.
No primeiro artigo, foi realizado um inquérito sorológico entre os dias 3 a
12 de novembro de 2020, de uma amostra aleatória de domicílios da cidade de
Fortaleza, Ceará, com coleta de dados face a face utilizando o auxílio de um
aplicativo instalado em um Smartphone. A coleta de dados incluiu um inquérito e a
obtenção de uma amostra de sangue, para ser testado quanto à presença de
anticorpos para SARS-CoV-2.
Inicialmente foi selecionado de forma aleatória e sequencial um setor
censitário, um domicílio, e um residente do domicílio. Ao final foi selecionada uma
amostra de 3.331 Indivíduos, distribuídos em 352 Setores Censitários. Neste estudo
foram incluídos apenas 2.675 indivíduos que apresentavam informações completas
sobre sexo, idade, escolaridade, renda familiar, número de moradores e sobre o
resultado do teste para detecção de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2.
Foi realizado um teste rápido, utilizando o kit WONDFO SARS-CoV-2
Antibody Test (Wondfo Biotech Co., Guangzhou, China) no próprio local de
atendimento, usando uma amostra de sangue coletada por punção digital, duas
gotas de sangue de uma picada de agulha eram suficientes para detectar a
presença de anticorpos. O teste utiliza o método de fluxo lateral, baseado em ouro
coloidal para visualização. Após a introdução da amostra de sangue, os complexos
reativos anticorpos: antígeno: ouro coloidal, se presentes, são capturados por
anticorpos contra IgM e IgG humanos presentes na linha “teste” (T) na janela do kit,
levando ao aparecimento de uma linha de cor escura. As amostras sem anticorpos
reativos ao SARS-CoV-2 não levarão ao aparecimento desta linha. Os testes válidos
são identificados por uma linha de controle positivo (c) na mesma janela. Se esta
linha de controle não for visível, o teste é considerado inconclusivo, o que é
incomum. Todos os testes positivos ou inconclusivos foram lidos por um segundo
observador, assim como 20% dos testes negativos. O teste não diferencia entre
31
anticorpos IgM ou IgG, mas detecta os dois, aumentando as chances de detecção.
O teste rápido possuiu sensibilidade de 86,4% e especificidade de 99,6%.
Os participantes responderam um pequeno questionário contendo
informações sobre as seguintes variáveis:
a) Sexo, Idade, Número de Moradores, Setor Censitário onde mora e
Setor Censitário onde trabalha; Bairro; Regional de Saúde.
b) Renda Individual, Renda Familiar e Escolaridade;
c) Cor ou Raça:
As entrevistas foram preenchidas em smartphones e também foram
fotografados todos os resultados dos testes.
As variáveis independentes sexo, idade, escolaridade, renda familiar,
raça e número de moradores foram operacionalizadas como variáveis categóricas
e descritas através das frequências das categorias. Os bairros foram classificados
em quatro categorias de acordo com os quartis da distribuição da proporção de
indivíduos soropositivos (APÊNDICE A), bem como pelos quartis da distribuição do
Índice de Desenvolvimento Humano dos bairros, referente ao ano de 2010. Esses
dados foram extraídos do atlas 'O Desenvolvimento Humano por Bairro em
Fortaleza'. Todas essas informações são de domínio público e estão
disponibilizadas nos sítios eletrônicos da Prefeitura de Fortaleza
As razões de prevalências foram estimadas através de modelos lineares
generalizados com a distribuição de Poisson, com função de ligação log, e com
variância\covariância robusta. Os dados obtidos foram analisados pelo programa de
estatística STATA, versão 16 (STATA CORP, 2019).
Os entrevistadores utilizaram equipamentos de proteção individual
(avental, luvas, máscara cirúrgica e protetores para sapatos e cabelos) que foram
descartados como lixo hospitalar após cada entrevista. Eles também foram testados
para Covid-19 antes do trabalho de campo e a cada dois dias após as entrevistas.
Aos Indivíduos selecionados para o estudo foram explicados os objetivos
do Inquérito, riscos, benefícios, como seriam os procedimentos da entrevista e da
coleta da amostra. Em seguida, foi perguntado ao entrevistado se aceitaria ou não
participar do Inquérito. Então, aqueles que concordaram em participar assinaram o
termo de “Consentimento Livre e Esclarecido”. Em relação a crianças e
adolescentes o termo era assinado pelos pais.
32
No segundo manuscrito foi realizada a Revisão Integrativa de Literatura
(RIL) que é compreendida como uma abordagem diversificada frente às demais
revisões. Ela inclui estudos experimentais e não-experimentais na compreensão dos
fenômenos. Neste estudo, a Revisão Integrativa de Literatura contou com 6 fases,
envolvendo: (1) Elaboração da pergunta norteadora; (2) Busca ou amostragem na
literatura; (3) Coleta de dados; (4) Análise crítica dos estudos incluídos; (5)
Discussão dos resultados; E (6) Apresentação da revisão (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).
Na primeira fase, para a elaboração da pergunta norteadora, foi utilizado
o acrônimo “PCC” (População/Problema, Conceito e Contexto). Nisto, foi
considerado “P” (COVID-19), “C” (Renda) “C” (Brasil). Isto possibilitou a seguinte
pergunta norteadora: “Qual impacto na renda das famílias devido a pandemia de
Covid-19?”. O quadro a seguir apresenta as características citadas anteriormente.
Quadro 1 – Elaboração da pergunta norteadora
População/Problema Conceito Contexto
Adaptação Família no Brasil Renda Covid-19
Fonte: elaborado pela autora.
As bases de dados consultadas foram: “Scientific Electronic Library
Online” (Scielo), “Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde”
(Lilacs)” e na “National Library of Medicine” (Pubmed). Os descritores utilizados,
presentes no DeCS e MESH, foram: COVID-19; Renda (Income); Brasil (Brazil).
Para composição do corpus, foram incluídos os artigos de pesquisas
completos, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, publicados em periódicos
científicos no período de 2020 a 2023.
Foram excluídos editoriais, revisões, resenhas, relatos de experiências e
reflexões teóricas, dissertações, teses e monografias; resumos publicados em anais
de eventos. Também, artigos repetidos, sendo mantida apenas a primeira versão
identificada, bem como aqueles que não possuíssem relação direta com o tema e
não fossem produzidos no Brasil. E àqueles cuja descrição metodológica trazia
informações insuficientes para o leitor entender o processo de pesquisa.
A “Scielo” identificou 46 arquivos, seguindo 5 na triagem, 5 na
elegibilidade e 3 na inclusão. A “Lilacs” identificou 186 arquivos, seguido 6 na
33
triagem, 5 na elegibilidade e 3 de inclusão. A pesquisa processada na “Pubmed”
identificou 270, seguido de 12 na triagem, 11 de elegibilidade e 1 de inclusão. Por
fim, a soma dos estudos selecionados possibilitou a totalidade de 07 artigos inclusos
na composição da Revisão Integrativa de Literatura. A seleção deste processo está
exposta abaixo através do fluxograma adaptado ao protocolo “Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) (JOANNA BRIGGS
INSTITUTE, 2014).
Figura 1 – Fluxograma adaptado ao protocolo PRISMA
Fonte: elaborada pela autora.
Os estudos identificados na “Pubmed” estava direcionada a trabalhos
internacionais. Já os estudos apresentados na “Scielo” e “Lilacs” estavam
direcionados ao contexto nacional, ressaltando maior relevância para este trabalho.
A terceira etapa, na coleta de dados, se deu em seguimento aos artigos publicados
em periódicos com Qualis entre “A” e “B”, bem como estudos direcionados no campo
das “ciências sociais” e “ciências da saúde” no Brasil desde o princípio da pandemia
da Covid-19.
A quarta etapa, a análise crítica dos estudos incluídos, envolveu a leitura
completa dos resumos dos artigos compreendendo os 6 níveis de evidência, sendo:
(1) evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos; (2)
evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; (3)
evidências de estudos quase-experimentais; (4) evidências de estudos descritivos e
com abordagem qualitativa; (5) evidências provenientes de relatos de caso ou de
34
experiência; E, por fim, (6) evidências baseadas em opiniões de especialistas
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Destaca-se que os estudos selecionados
estavam incluídos no quarto nível de evidência.
A quinta etapa, a discussão dos resultados, se deu com o
desenvolvimento de uma tabela registrando as informações-chave, envolvendo:
“Autor, Ano de publicação, Origem, Objetivo, População, Metodologia e Resultados”,
adaptado ao protocolo “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-
Analyses” (PRISMA) (JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2014).
Após a tabela, aconteceu o mapeamento descritivo das evidencias
baseado em princípios de comunicação científica, como: (1) Apresentar os
resultados em sequência lógica no texto e nas ilustrações; (2) Enfatizar somente
informações importantes e não repetir no texto o que consta nas ilustrações; E, por
fim, (3) Indicar a significância estatística dos resultados (PEREIRA, 2013). Tais
características estão expostas no tópico discussões, nesta sequência lógica de
comunicação científica.
Por fim, a sexta etapa, na apresentação da revisão integrativa, está
exposta os principais resultados, prerrogativas e finalidades, com base na pergunta
inicial no eixo das considerações finais.
No terceiro artigo foi realizada a Revisão Integrativa de Literatura (RIL)
que é compreendida como uma abordagem diversificada frente às demais revisões,
incluindo estudos experimentais e não-experimentais para a análise dos fenômenos.
Este cenário condiciona a caracterização de artefatos da literatura com diferentes
finalidades (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Neste estudo, a Revisão Integrativa de Literatura contou com 6 fases. A
primeira fase foi a elaboração da pergunta norteadora. A segunda fase foi a busca
ou amostragem na literatura. A terceira fase foi a coleta de dados. A quarta fase foi a
análise crítica dos estudos incluídos. A quinta fase foi a discussão dos resultados; E,
por fim, a sexta fase foi a apresentação da revisão integrativa (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).
Na primeira fase, para a elaboração da pergunta norteadora, foi utilizado
o acrônimo “PCC” (População/Problema, Conceito e Contexto). Nisto, foi
considerado “P” (SARS-CoV-2), “C” (Prevalência) “C” (Fatores Socioeconômicos).
Isto possibilitou a seguinte pergunta norteadora: “Qual a prevalência de infecção
35
pelo vírus SARS-CoV-2 relacionado a fatores socioeconômicos?”. O quadro a seguir
apresenta as características citadas anteriormente.
Quadro 1 – Elaboração da pergunta norteadora
População /Problema Conceito Contexto
Adaptação SARS-CoV-2 Prevalência Fatores
Socioeconômicos
Fonte: elaborada pela autora.
A segunda fase foi a busca ou amostragem na literatura, que aconteceu
nos bancos de dados “Scientific Electronic Library Online” (Scielo), “Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde” (Lilacs)” e na “National Library of
Medicine” (Pubmed). Os descritores foram identificados na “Biblioteca Virtual de
Saúde” (BVS) e selecionados de acordo com o interesse deste estudo, sendo:
Fatores Socioeconômicos (Identificador DeCS: 13344), SARS-CoV-2 (Identificador
DeCS: 59565) e Prevalência (Identificador DeCS: 28584) (BIBLIOTECA VIRTUAL
DE SAÚDE, 2019).
A escolha dos descritores se deu através da leitura na nota de escopo e
do significado em associação com o tema de estudo. Os descritores foram
booleados por “AND” e “OR”, que é uma classe de operação sobre variáveis e
elementos pré-definidos (BIBLIOTECA VIRTUAL DE SAÚDE, 2019).
A “Scielo” identificou 04 arquivos, seguindo 3 na triagem, 3 na
elegibilidade e 2 na inclusão. A “Lilacs” identificou 62 arquivos, seguido 22 na
triagem, 18 na elegibilidade e 5 de inclusão. A pesquisa processada na “Pubmed”
identificou 2.925, seguido de 39 na triagem, 37 de elegibilidade e 1 de inclusão. Por
fim, a soma dos estudos selecionados possibilitou a totalidade de 08 artigos inclusos
na composição da Revisão Integrativa de Literatura. A seleção deste processo está
exposta abaixo através do fluxograma adaptado ao protocolo “Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) na Figura 1 (JOANNA
BRIGGS INSTITUTE, 2014).
36
Figura 1 – Fluxograma adaptado ao protocolo PRISMA
Fonte: elaborada pela autora.
É importante ressaltar que a quantidade de estudos identificados na
“Pubmed” estava mais direcionada a trabalhos internacionais. Já os estudos
apresentados na “Scielo” e “Lilacs” estavam mais direcionados ao contexto nacional,
ressaltando maior significância, de acordo com a terceira etapa descrita
posteriormente.
A terceira etapa, na coleta de dados, se deu em seguimento aos artigos
publicados em periódicos com Qualis entre “A”, “B” e “C” com critérios de inclusão
envolvendo estudos que estavam direcionados a “ciências sociais” e “ciências da
saúde” no Brasil, em corroboração com o eixo temático, desde o princípio da
pandemia da COVID-19, decretado em março de 2020. Foram excluídos os
trabalhos desassociados ao tema, como, por exemplo, “ciências agrárias”, “ciências
jurídicas” e/ou áreas afins (BRASIL, 2016).
A quarta etapa, a análise crítica dos estudos incluídos, envolveu a leitura
completa dos resumos dos artigos compreendendo os 6 níveis de evidência, sendo:
(1) evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos; (2)
evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; (3)
evidências de estudos quase-experimentais; (4) evidências de estudos descritivos e
com abordagem qualitativa; (5) evidências provenientes de relatos de caso ou de
37
experiência; E, por fim, (6) evidências baseadas em opiniões de especialistas
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
A quinta etapa, a discussão dos resultados, aconteceu com o
desenvolvimento de uma tabela registrando as informações-chave da fonte, com os
seguintes elementos: “Autor, Ano de publicação, Origem, Objetivo, População,
Metodologia e Resultados”, adaptado ao protocolo “Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) (JOANNA BRIGGS INSTITUTE,
2014).
Após a tabela, aconteceu o mapeamento descritivo das evidencias
baseado em alguns princípios de comunicação científica, como: (1) Apresentar os
resultados em sequência lógica no texto e nas ilustrações; (2) Enfatizar somente
informações importantes e não repetir no texto o que consta nas ilustrações; E, por
fim, (3) Indicar a significância estatística dos resultados (PEREIRA, 2013).
Por conseguinte, a descrição dos resultados se baseou em: (1)
Características dos sujeitos do estudo (amostra estudada), (2) Achado principal
(Trata-se da resposta à questão central da investigação) e (3) Outros achados
(Dizem respeito aos objetivos secundários e informações adicionais relevantes, tais
como resultados discrepantes ou em subgrupos) (PEREIRA, 2013).
Por fim, a sexta etapa, na apresentação da revisão integrativa, está
exposta as principais finalidades, resultados e prerrogativas do presente estudo,
com base na pergunta inicial, enfatizados no tópico considerações finais
38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Artigo 1
PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PELO VÍRUS SARS-COV-2 NA CIDADE DE
FORTALEZA NO NONO MÊS DA EPIDEMIA
PREVALENCE OF SEROPOSITIVE PEOPLE BY THE SARS-COV-2 VIRUS IN
THE CITY OF FORTALEZA IN THE NINTH MONTH OF THE EPIDEMIC
RESUMO
O Coronavírus pertence a uma família de vírus que acomete o trato respiratório, foi
descrito pela primeira vez em 1960. Em 31 de dezembro de 2019 foi descoberto um
novo Coronavírus em Wuhan, na China, e a doença foi chamada de Covid-19. As
taxas de prevalência e mortalidade por Covid-19 podem ser influenciadas por vários
fatores sociais, tais como: sexo, raça, nível de escolaridade, longevidade e
desigualdade de renda. O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência de
infecção pelo vírus SARS-CoV-2, na cidade de Fortaleza, em novembro de 2020.
Foi realizado um estudo transversal desenvolvido entre os dias 03 a 12 de novembro
de 2020, de uma amostra aleatória de domicílios da cidade de Fortaleza, a coleta de
dados incluiu um inquérito e a obtenção de uma amostra de sangue, para ser
testado quanto à presença de anticorpos para SARS-CoV-2. Neste estudo
participaram 2.675 indivíduos que apresentavam informações completas sobre sexo,
idade, escolaridade, renda familiar, número de moradores e o resultado do teste
para detecção de anticorpos contra o Vírus Sars-CoV-2. As razões de prevalências
foram estimadas através de modelos lineares generalizados com a distribuição de
Poisson, com função de ligação log, e com Variância\covariância robusta. Os dados
obtidos foram analisados pelo programa de estatística STATA. A prevalência geral
de soropositivos foi 17,15%. Depois de ajustar para potenciais confundidores, a
prevalência de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 era significativamente mais elevada
entre os indivíduos com 40 anos ou mais, que concluíram o ensino fundamental, que
pertenciam a famílias com renda familiar igual a 1 e menor que 2 salários mínimos, e
que moravam nos bairros com menores Índice de Desenvolvimento Humano.
Palavras-chave: Covid-19. Fatores socioeconômicos. Prevalência. SARS-CoV-2.
ABSTRACT
The Coronavirus belongs to a family of viruses that affect the respiratory tract and
was first described in 1960. On December 31, 2019, a new coronavirus was
discovered in Wuhan, China, and the disease was called Covid-19. Covid-19
prevalence and mortality rates can be influenced by several social factors, such as:
gender, race, education level, longevity and income inequality. The objective of the
present study was to estimate the prevalence of infection by the SARS-CoV-2 virus,
in the city of Fortaleza, in November 2020. A cross-sectional study was carried out
39
between the 3rd and 12th of November 2020, from a random sample of households
in the city of Fortaleza, data collection included a survey and obtaining a blood
sample, to be tested for the presence of antibodies to SARS-CoV-2. In this study,
2,675 individuals participated and presented complete information about sex, age,
education, family income, number of residents and the results of the test for detection
of antibodies against the Sars-CoV-2 Virus. Prevalence ratios were estimated using
generalized linear models with the Poisson distribution, with log link function, and
with robust variance\covariance. The data obtained were analyzed using the STATA
statistics program. The general prevalence of seropositives was 17.15%. After
adjusting for potential confounders, the prevalence of infection with the SARS-CoV-2
virus was significantly higher among individuals aged 40 years or older, who had
completed primary education, who belonged to families with a family income of 1 and
less than 2 minimum wages, and who lived in neighborhoods with the lowest Human
Development Index.
Keywords: Covid-19. Socioeconomic factors. Prevalence. SARS-CoV-2.
INTRODUÇÃO
A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-
2, que pertence à família dos Coronavírus, e que surgiu em 2019, na província de
Wuhan, China. (BRASIL, 2020). No decorrer do mês de janeiro de 2020 a doença se
espalhou rapidamente pelo mundo (ECDC, 2020). Em 21 de janeiro de 2020, foram
notificados os primeiros casos nos Estados Unidos da América. Em seguida, no dia
26 de fevereiro de 2020, foi observado o primeiro caso da América do Sul, no Estado
de São Paulo, (CRODA; GARCIA, 2020; RODRIGUEZ et al., 2020). O Ceará teve o
seu primeiro caso notificado em 15 de março de 2020, na Cidade de Fortaleza
(CUNHA et al., 2020).
Antes da pandemia, características individuais de maior susceptibilidade à
infecção por outros Coronavírus, tais como hipertensão, diabetes, doença
cardiovascular e/ou doença crônica eram conhecidos. Estes são fatores que
contribuem para o aparecimento das formas graves da Covid-19 (CHENG et al.,
2007; VAN DOREMALEN et al., 2014; ZAKI et al., 2012; YANG et al., 2020; GUAN
et al., 2020). No entanto, durante os dois primeiros anos da pandemia, fatores como
idade, raça, ocupação em serviços essenciais (que não permitiam o trabalho
remoto), uso de transporte coletivo, residência em ambientes superpovoados e
níveis socioeconômicos e educacionais foram identificados como fatores de risco
para a transmissão do vírus SARS-CoV-2 (NAYAK et al., 2020; SÁFADI et al., 2020;
ROZENFELD et al., 2020; CHANG, 2019; KILLERBY et al., 2020).
40
Por outro lado, nos dois primeiros anos da pandemia, idade, raça, trabalhar
em serviços essenciais (não podiam trabalhar de forma remota), uso de transporte
coletivo, morar em ambientes superpovoados, nível socioeconômico e educacional
foram identificados como fatores de risco para a transmissão do vírus SARS-CoV-2.
(NAYAK et al., 2020; SÁFADI et al., 2020; ROZENFELD et al., 2020; CHANG, 2019;
KILLERBY et al., 2020).
A maioria dos estudos sobre a transmissão do COVID-19 do início de 2020 foi
de base hospitalar e este artigo possuí base populacional (SHARIFI; KHAVARIAN-
GARMSIR, 2020). Para desenvolver estratégias de comunicação e de educação em
saúde faz-se necessário o conhecimento de fatores demográficos e
socioeconômicos da transmissão do vírus SARS-CoV-2. Com este objetivo foi
desenvolvido um inquérito sorológico da Covid-19 na cidade de Fortaleza, Ceará, no
final do primeiro ano (2019) da pandemia.
METODOLOGIA
Foi realizado um inquérito sorológico entre os dias 3 a 12 de novembro de
2020, de uma amostra aleatória de domicílios da cidade de Fortaleza, Ceará, com
coleta de dados face a face utilizando o auxílio de um aplicativo instalado em um
Smartphone. A coleta de dados incluiu um inquérito e a obtenção de uma amostra
de sangue, para ser testado quanto à presença de anticorpos para SARS-CoV-2.
Inicialmente foi selecionado de forma aleatória e sequencial um setor
censitário, um domicílio, e um residente do domicílio. Ao final foi selecionada uma
amostra de 3.331 Indivíduos, distribuídos em 352 Setores Censitários. Neste estudo
foram incluídos apenas 2.675 indivíduos que apresentavam informações completas
sobre sexo, idade, escolaridade, renda familiar, número de moradores e sobre o
resultado do teste para detecção de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2.
Foi realizado um teste rápido, utilizando o kit WONDFO SARS-CoV-2
Antibody Test (Wondfo Biotech Co., Guangzhou, China) no próprio local de
atendimento, usando uma amostra de sangue coletada por punção digital, duas
gotas de sangue de uma picada de agulha eram suficientes para detectar a
presença de anticorpos. O teste utiliza o método de fluxo lateral, baseado em ouro
coloidal para visualização. Após a introdução da amostra de sangue, os complexos
reativos anticorpos: antígeno: ouro coloidal, se presentes, são capturados por
41
anticorpos contra IgM e IgG humanos presentes na linha “teste” (T) na janela do kit,
levando ao aparecimento de uma linha de cor escura. As amostras sem anticorpos
reativos ao SARS-CoV-2 não levarão ao aparecimento desta linha. Os testes válidos
são identificados por uma linha de controle positivo (c) na mesma janela. Se esta
linha de controle não for visível, o teste é considerado inconclusivo, o que é
incomum. Todos os testes positivos ou inconclusivos foram lidos por um segundo
observador, assim como 20% dos testes negativos. O teste não diferencia entre
anticorpos IgM ou IgG, mas detecta os dois, aumentando as chances de detecção.
O teste rápido possuiu sensibilidade de 86,4% e especificidade de 99,6%.
Os participantes responderam um pequeno questionário contendo
informações sobre as seguintes variáveis:
I. Sexo, Idade, Número de Moradores, Setor Censitário onde mora e Setor
Censitário onde trabalha; Bairro; Regional de Saúde.
II. Renda Individual, Renda Familiar e Escolaridade;
III. Cor ou Raça:
As entrevistas foram preenchidas em smartphones e também foram
fotografados todos os resultados dos testes.
As variáveis independentes sexo, idade, escolaridade, renda familiar, raça e
número de moradores foram operacionalizadas como variáveis categóricas e
descritas através das frequências das categorias. Os bairros foram classificados em
quatro categorias de acordo com os quartis da distribuição da proporção de
indivíduos soropositivos (APÊNDICE A), bem como pelos quartis da distribuição do
Índice de Desenvolvimento Humano dos bairros, referente ao ano de 2010. Esses
dados foram extraídos do atlas 'O Desenvolvimento Humano por Bairro em
Fortaleza'. Todas essas informações são de domínio público e estão disponibilizadas
nos sítios eletrônicos da Prefeitura de Fortaleza
As razões de prevalências foram estimadas através de modelos lineares
generalizados com a distribuição de Poisson, com função de ligação log, e com
variância\covariância robusta. Os dados obtidos foram analisados pelo programa de
estatística STATA, versão 16 (STATA CORP, 2019).
Os entrevistadores utilizaram equipamentos de proteção individual (avental,
luvas, máscara cirúrgica e protetores para sapatos e cabelos) que foram
descartados como lixo hospitalar após cada entrevista. Eles também foram testados
para Covid-19 antes do trabalho de campo e a cada dois dias após as entrevistas.
42
Aos Indivíduos selecionados para o estudo foram explicados os objetivos do
Inquérito, riscos, benefícios, como seriam os procedimentos da entrevista e da
coleta da amostra. Em seguida, foi perguntado ao entrevistado se aceitaria ou não
participar do Inquérito. Então, aqueles que concordaram em participar assinaram o
termo de “Consentimento Livre e Esclarecido”. Em relação a crianças e
adolescentes o termo era assinado pelos pais.
RESULTADOS
A prevalência geral de soropositivos foi 17,15%. As prevalências de
soropositivos das categorias das variáveis sociodemográficas foram estimadas
(Tabela 1). As prevalências de soropositivos pelo vírus SARS-CoV-2 de homens e
mulheres eram semelhantes (Valor-p=0,423). A frequência de soropositivos
aumentava de forma significativa com o aumento da idade (Valor-p<0,0005), mas
diminuía de forma significativa com o aumento da escolaridade (Valor-p<0,0005), da
renda (valor-p<0,0005) e Índice de Desenvolvimento Humano (valor-p=0,004). A
raça e o número de moradores não eram associados à prevalência de soropositivos
(valores-p 0,582 e 0,579 respectivamente).
43
Tabela 1 – Prevalência de soropositivos para SARS-CoV-2, segundo
características sociodemográficas, de uma amostra aleatória (N=2.675) da
população de Fortaleza, Ceará, examinados no Período de 03 a 12/11/2020
Soropositivo
Características sociodemográficas Total p
N %
Sexo:
-Feminino 1858 313 16,85 0,423£
-Masculino 817 148 18,12
Idade:
-0 a 19 anos 102 8 7,84
-20-39 anos 756 95 12,57 <0,0005§
-40-59 anos 1010 201 19,90
Idade ≥ 60 anos 807 157 19,45
Escolaridade:
-Não Frequentou a Escola 92 18 19,57
-Fundamental 920 203 22,07 <0,0005§
-Médio 1150 184 16,0
-Superior 513 56 10,92
Renda Familiar (RF):
-REF < 1 Salário-Mínimo (SM) 892 176 19,73
-1 a 2 SM 804 152 18,91 <0,0005§
-2 a 5 SM 692 106 15,32
-RF ≥ 5 SM 287 27 9,41
Raça
-Amarela 89 11 12,36
-Branca 651 108 16,59 0,582£
-Parda 1636 290 17,73
-Preta 299 52 17,39
Número de Moradores:
-1-2 952 154 16,18
-3 688 117 17,01 0,579£
-4 573 102 17,80
-5-19 462 88 19,05
IDH:
-0,119 – 0,299 1.359 262 19,28 0,004£
-0,299 – 0,953 1.316 199 15,12
£
Teste do Qui-quadrado
§
Teste de Tendência
¥Índice de Desenvolvimento Humano; categorizado pela mediana.
Foram estimadas as razões de prevalências das categorias das variáveis
sociodemográficas (Tabela 2). A prevalência dos homens soropositivos era
semelhante a prevalência das mulheres (Valor-p=0,422). A prevalência de indivíduos
soropositivos com 40 anos ou mais era 1,64 vezes mais elevada do que a
prevalência dos mais jovens (Valor-p<0,0005). As prevalências das categorias de
44
escolaridades eram de 1,46 a 2,0 vezes mais elevadas (Valor-p<0,018) do que as
prevalências daqueles que frequentavam ou tinham frequentado um curso superior.
Da mesma forma, as prevalências das categorias da renda familiar eram de 1,62 a
2,1 vezes mais elevadas (Valor-p<0,017) do que a prevalência da categoria de renda
igual ou maior que 5 ou mais salários salários-mínimos.
Os Bairros com IDH de menor nível apresentavam uma prevalência de
soropositivos mais elevada (RP=1,27; Valor-p= 0,005). Tanto as prevalências de
soropositivos das categorias de raça como com das categorias do número de
moradores eram semelhantes.
Tabela 2 – Razão de prevalência de soropositivos para SARS-CoV-2, ajustada
para características sociodemográficas, de uma amostra aleatória (N=2.675) da
população de Fortaleza, Ceará, examinados no Período de 03 a 12/11/2020
Razão de Prevalência (RP¥)
Característica sociodemográfica p
RP Erro Padrão I.C. 95%
Sexo:
-Masculino 1,075 0,097 0,901-1,28 0,422
Idade€:
-Idade ≥ 40 anos 1,64 0,170 1,34-2,01 <0,0005
Escolaridade€:
-Não Frequentou a Escola 1,79 0,441 1,11-29,0 0,018
-Fundamental 2,00 0,284 1,53-2,66 <0,0005
-Médio 1,46 0,209 1,11-1,94 0,008
Renda Familiar (RF)€:
-RF < 1 SM 2,10 0,405 1,43-3,07 <0,0005
-1 ≤ RF < 2 SM 2,01 0,396 1,36-2,95 <0,0005
-2 ≤ RF < 5 SM 1,62 0,331 1,09-2,42 0,017
Raça€
-Branca 1,34 0,396 0,751-2,39 0,319
-Parda/Preta 1,43 0,409 0,815-2,50 0,212
Número de Moradores:
-3 1,051 0,114 0,844-1,30 0,655
-4 1,100 0,127 0,876-1,38 0,410
-5-19 1,18 0,142 0,928-1,49 0,177
IDH
-0,119 – 0,292 1,27 0,109 1,08-1,51 0,005
€
Categorias de Referência: sexo feminino; idade < 40 anos; escolaridade=superior; renda familiar ≥ 5
SM; raça = amarela; número de moradores= 1 ou 2; IDH=0,299–0,953;
¥
Razão de Prevalência estimada através de Modelos Lineares Generalizados com a Distribuição de
Poisson, com função de ligação log, e com Variância\covariância robusta.
45
Como os Bairros foram categorizados de acordo com a prevalência de
soropositivos, era de se esperar que as prevalências de soropositivos aumentassem
ao longo das categorias dos bairros (Tabela 3).
Tabela 3 – Prevalência de soropositivos para SARS-CoV-2, segundo Níveis§ de
soropositividade dos bairros (N=111), de uma amostra aleatória (N=2.675) da
população de Fortaleza, Ceará, examinados no período de 03 a 12/11/2020
Níveis de Soropositividade dos Bairros: Prevalência de
¥
Total
Percentual de Soropositivos Soropositivos
N %
Categoria 1: 0 a 9,56% 449 25 5,57
Categoria 2: 9,57 a 16,66% 936 126 13,46
Categoria 3: 16,67 a 22,22% 570 111 19,47
Categoria 4: 22,23 a 100% 720 199 27,64
¥
Total de indivíduos (soronegativos + soropositivos).
§
Os níveis de soropositivos foram definidos pelos quartis do percentual de soropositivos dos Bairros.
Depois de ajustar para o efeito de outras variáveis, indivíduos com Idade ≥ 40
anos (RP=1,58), que concluíram ensino fundamental (RP=1,46), que pertenciam a
famílias com renda familiar igual a 1 e menor que 2 salários mínimos (RP=1,52),
que residiam nos bairros com infecção de categoria 2 (RP=2,35), de categoria 3
(RP=3,35) e de categoria 4 (RP=4,65), apresentavam prevalências
significativamente (Valor-p<0,034) mais elevadas do que os demais Indivíduos
(Tabela 4).
46
Tabela 4 – Análise multivariada da associação entre variáveis sociodemográficas,
local de residência, Índice de Desenvolvimento Humano do bairro onde mora e soro
prevalência de SARS-CoV-2, de uma amostra aleatória (N=2.675) da população de
Fortaleza, Ceará, examinados no Período de 03 a 12/11/2020
Razão de Prevalência (RP¥)
Variáveis Independentes p
Erro
RP I.C. 95%
Padrão
Idade€:
-Idade ≥ 40 anos 1,58 0,172 1,27-1,95 <0,0005
Escolaridade€:
-Não Frequentou a Escola 1,27 0,318 0,78-2,07 0,343
-Fundamental 1,46 0,218 1,09-1,95 0,012
-Médio 1,27 0,182 0,96-1,68 0,095
Renda Familiar (RF)€:
-RF < 1 SM 1,39 0,278 0,94-2,06 0,100
-1 ≤ RF < 2 SM 1,52 0,299 1,03-2,23 0,034
-2 ≤ RF < 5 SM 1,37 0,273 0,93-2,02 0,116
Categoria de Soropositividade:
-Categoria 2 2,35 0,497 1,55-3,56 <0,0005
-Categoria 3 3,35 0,711 2,21-5,08 <0,0005
-Categoria 4 4,65 0,658 3,10-6,96 <0,0005
€
Categorias de Referência: Idade < 40 anos; Escolaridade = superior; Renda familiar ≥ 5 SM;
Categoria de soropositividade: categoria 1.
¥
Razão de prevalência estimada através de modelos lineares generalizados com a distribuição de
Poisson, com função de ligação log, e com variância\covariância robusta
DISCUSSÃO
Os resultados apontam que a frequência de soropositivos aumentava de com
o aumento da Idade. Ademais a prevalência de indivíduos soropositivos com 40
anos ou mais era 1,64 vezes mais elevada do que a prevalência dos mais jovens,
dados semelhantes foram observados em outros estados brasileiros, onde houve
aumento da taxa de incidência em pessoas idosas (BARBOSA et al., 2020).
A Covid-19 pode acometer pessoas de qualquer idade. Porém alguns autores
relatam que a maioria dos casos confirmados possuíam idade igual ou superior a 40
anos (CHENG et al., 2019). Adicionalmente, o aumento da idade está associado ao
desenvolvimento de casos mais graves (ZHOU et al., 2020).
47
No Brasil, desde o início da pandemia, foi observado que as pessoas mais
velhas eram responsáveis pelo maior percentual entre os óbitos relacionados a
Covid-19, todavia, apresentaram taxas de letalidade superiores às encontradas na
população em geral. Também foi observado a influência de fatores
sociodemográficos (BARBOSA et al., 2020).
Para Luck et al. (2023), durante a primeira onda da pandemia nos Estados
Unidos foi observado uma carga mais elevada de incidência de Covid-19 em adultos
mais velhos, essa faixa etária também apresentava altas taxas de mortalidade.
Cestari et al., (2021) relataram que a população em idade de trabalhar foi a que teve
maior vulnerabilidade de exposição ao vírus SARS-Cov-2.
No presente estudo os dados obtidos mostram que a prevalência de
soropositivos pelo vírus SARS-CoV-2 nos indivíduos com nível intermediário baixo
da classificação de renda apresentaram a maior prevalência de Covid-19.
Repetindo-se o mesmo padrão da prevalência com a escolaridade, não existia um
aumento ou diminuição da prevalência com o aumento da renda.
Dados contrários foram observados em outros estudos, onde indivíduos com
menor renda e escolaridade estavam mais propensos a contrair a Covid-19, já que
viviam em locais com densidade demográfica mais elevada e utilizavam transporte
coletivo. Entre outros fatores, ainda possuíam menos recursos para adotar medidas
profiláticas, como lavar as mãos, utilizar álcool em gel e máscaras, predispondo
esses indivíduos a infecção pelo vírus (LIMA et al., 2020; LENZI et al., 2011).
A população de baixa renda esteve mais propensa à infecção pelo vírus
SARS-CoV-2, devido ao uso de transporte público, o maior número de moradores
por domicílio, o deficitário acesso ao saneamento básico e a dificuldade dos
indivíduos e de seus familiares de manter o isolamento social sem perda importante
da renda ou do trabalho (MENDONÇA et al., 2020).
Em outras pesquisas ficou demonstrado que houve redução da renda familiar
durante a pandemia. A diminuição do rendimento foi relatada em vários setores
profissionais, de diversos níveis educacionais. Porém, os trabalhadores de baixa
renda e autônomos foram os que tiveram as maiores perdas. Isto se deu pela falta
de reserva financeira e de previdência social. Outra característica desses
trabalhadores era que eles não conseguiam realizar as suas atividades laborais de
forma remota (SILVA et al., 2024).
48
A Covid-19 aumentou as desigualdades sociais no Brasil. Não só foi
responsável por óbitos em regiões mais pobres, como no Norte e no Nordeste, mas
também aumentou a miséria ao gerar o desemprego, o subemprego e a diminuição
da renda familiar. O Nordeste brasileiro representa 27% da população do país e
registrou 34% dos casos e 32% de mortes nos primeiros meses da pandemia (KERR
et al., 2020).
Os resultados desse estudo mostraram que entre o bairros incluídos na
análise não houve correlação entre a prevalência de soropositivos e o número de
moradores (p 0,579), e em relação a este aspecto demográfico, dados contrários
foram observados na população brasileira em que a taxa de contaminação e
mortalidade era maior em domicílios com mais de duas pessoas por cômodo (SILVA
et al., 2023).
Aguiar et al. (2024) verificaram maiores riscos de casos clínicos aparentes de
Covid-19 nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, principalmente moradores de
áreas urbanas e pessoas com escolaridade até o ensino médio. Em outros estudos
realizados na cidade de Fortaleza – CE foi observado que a influência dos
indicadores de vulnerabilidade sobre a incidência da doença mostrou que, quanto
maior a escolaridade menor o risco para contrair o vírus SARS-CoV-2 (CESTARI et
al., 2021).
Com relação a escolaridade, a prevalência de soropositivos era
significativamente mais elevada entre os indivíduos que tinham concluído o ensino
fundamental, não existindo, portanto, um padrão crescente ou decrescente da
prevalência com o aumento da escolaridade.
Uma baixa formação escolar contribui para aumentar o risco de contrair
enfermidades, já que reduz a sua compreensão do sistema, dificulta o
reconhecimento de situações riscos e problemas de saúde, comprometendo a
capacidade de tomar decisões corretas para preservar a sua saúde e da
comunidade (BARBOSA et al., 2020; SAADI et al., 2017).
Em outros artigos o grau de instrução foi considerado um fator de risco para a
disseminação de doenças e para a evolução de casos mais graves (LEMOS et al.,
2009; LENZI et al., 2011). De acordo com Lima et al., (2020) durante as entrevistas
em Fortaleza – CE os participantes que tinham até o ensino fundamental
acreditavam que tinham menor risco de contrair Covid-19 em relação aos outros
participantes com grau com ensino superior. Os indivíduos com escolaridade mais
49
baixa fizeram menos quarentena voluntária e estavam mais propensos a contrair a
infecção.
Os Bairros com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de menor nível
apresentaram uma prevalência de soropositivos mais elevada (RP=1,27; Valor-p=
0,005). Nos bairros com IDH mais baixos existe alta densidade demográfica, com
pessoas de baixa escolaridade e baixa renda, que possuíam mais dificuldade de
realizar o isolamento social.
O cálculo do IDH é realizado baseado em 3 aspectos da população: renda,
educação e saúde. Estudos revelam que quanto maior o IDH menor as taxas de
mortalidade por Covid-19 e também as melhores taxas de recuperação estão
associadas aos maiores IDH (ALBERTI et al., 2021; ALMEIDA et al., 2021;
EIGENSTUHLER et al., 2021).
O IDH de cada local ou região influência significativamente para haver maior
ou menor indicio de infecção. Fatores como vulnerabilidade social, saneamento
básico precário, falta de coleta de lixo e questões socioeconômicos ganharam
destaque na prevalência da infecção por SARS-CoV-2 (SILVA et al., 2023).
Os resultados mostraram que entre os bairros de Fortaleza incluídos na
análise não houver correlação entre a prevalência de soropositivos e a cor da pele (p
0,582), e em relação a este aspecto demográfico, dados contrários foram
observados na população dos Estados Unidos em que a taxa de contaminação foi
maior entre negros (BBC, 2020).
Esses achados diferentes de outros estudos, podem estar relacionados ao
fato de que as pessoas negras com baixa renda e escolaridade não estavam em
suas residências nos horários de em que os entrevistadores realizaram as visitas.
Esses indivíduos geralmente ocupavam atividades consideradas essenciais, que
não fizeram quarentena e nem podiam ser realizadas de forma remota. Além de
tudo, não existe uma conclusão se a raça influencia ou não na prevalência da
doença. Para Parker et al. (2021) a cor da pele não está relacionada a infecção, mas
sim questões relacionadas as iniquidades sociais.
A disparidade racial na incidência e mortalidade por Covid-19 é uma
preocupação global e tem sido observada em várias regiões, incluindo a região
metropolitana dos Estados Unidos. Aqui estão alguns dos dados sobre essa
disparidade: na região metropolitana dos Estados Unidos, houve maior risco da
ocorrência de casos clínicos de Covid-19 em pessoas negras (VAHIDY et al., 2020).
50
Na Cidade de Nova Iorque os afro-americanos tiveram um percentual de óbito em
28%, já no Estado de Nova Iorque concentrou 18% das mortes. Em Milwaukee o
percentual de mortes por Covid-19 em negros foi de 73%. A Cidade de Dougherty
concentrou 81% dos óbitos por Covid-19 em pessoas pretas e no Munícipio de Saint
Louis 75% dos casos (LARDIERI et al., 2020; NEW YORK, 2020; MILLETT et al.,
2020; GORDON et al., 2020). Em Michigan incidência foi menor entre os povos
asiático-americanos e das ilhas do Pacífico e mais alta entre os negros (NGUEMENI
TIAKO; BROWNE, 2023).
Em uma análise de dados envolvendo 11 hospitais do Sistema Nacional de
Saúde Inglês, a raça negra foi considerada fator de risco para testagem positiva de
Covid-19, juntamente com os casos suspeitos ou confirmados da doença
(LENGGENHAGER et al., 2022). Em outros estudos, verificou-se maior ocorrência
de infecção nas parcelas negras, as quais eram maioria no número de casos
positivos em diferentes populações (LIN et al., 2022).
No Brasil, a raça negra representou a maioria das mortes por Covid-19. Os
dados do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro revelou que pretos e pardos somaram 55% das mortes
por Covid-19, já os brancos com 38% dos óbitos (CARDOSO et al., 2023). Com
base nos dados do Ministério da Saúde foi relatado que havia uma morte de pessoa
negra a cada três internações, já em pessoas brancas era de uma morte a cada 4,4
internações (MUNIZ et al., 2020).
Um estudo realizado na cidade do Rio de Janeiro observou que pessoas
brancas eram mais acometidas pelo Coronavírus, diante disso, foi observado que a
realização de testes de diagnósticos ocorreu com maior frequência em bairros onde
o Índice de Desenvolvimento Humano era maior. Em contrapartida, os bairros com
maior população negra tinham menores números de teste e de casos positivos
(DANTAS et al., 2022).
Nesta pesquisa a prevalência dos homens soropositivos era semelhante a
prevalência das mulheres (Valor p=0,422). Não houve diferenças significativas entre
ambos os sexos. Isto também foi observado em outros estudos, onde homens e
mulheres possuíam a mesma suscetibilidade em contrair a enfermidade, porém, o
gênero masculino está propenso a desenvolver casos mais graves (FANG et al.,
2020; PÉREZ-LÓPEZ et al., 2020; ZENG et al., 2020; ORELLANA et al., 2021).
51
A maior letalidade em homens pode estar relacionada a fatores geográficos,
estilo de vida, culturais e genéticos, na perspectiva de gênero (ESCOBAR et al.,
2020). Os homens possuem hábitos diferentes das mulheres, como por exemplo
uma maior demora para procurar atendimento médico e também menores adesões a
hábitos de vidas saudáveis e preventivos, entretanto alguns estudos que afirmam
que existem diferenças biológicas que os fazem ter mais chances de desenvolver
casos graves, como a maior quantidade de receptores ECA 2 nesse gênero e que
na fase aguda da doença os homens produzem nos menos anticorpos (FANG et al.,
2020; PÉREZ-LÓPEZ et al., 2020; ZENG et al., 2020; ORELLANA et al., 2021).
Além disso, em outra pesquisa com mais de 2.000 pessoas no Ceará mostrou
que existia um percentual significativo de mulheres que tinham receio de contrair a
Covid-19, enquanto os homens, foram os mais negligentes e relataram maior
dificuldade em aderir às práticas de isolamento social (LIMA et al., 2020). No Ceará
houve predominância de mortes masculinas (LEMOS et al., 2020). Em um estudo
realizado no Canadá os homens tiveram taxas de hospitalização mais alta que as
mulheres durante a fase aguda da doença, como também relatado na China
(VASILEVSKAYA et al., 2023; LAI et al., 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo mostrou que as famílias com menores rendas e escolaridade
intermediarias baixas eram mais propensas a contrair Covid-19. Pessoas mais
velhas também foram mais afetadas pelo vírus.
Que existiam diferenças significativas da intensidade de transmissão de
Covid-19 entre os bairros, e que estas diferenças estavam correlacionadas com
média do IDH dos bairros, de forma que quanto maior fosse o nível de transmissão
menor seria a média do IDH do bairro.
Por fim, é importante a construção de novas pesquisas permitindo
investigações mais aprofundadas a fim de obter mais dados na área
socioeconômica.
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5.2 Artigo 2
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA RENDA DAS FAMÍLIAS: REVISÃO
INTEGRATIVA1
IMPACT OF THE COVID-19 PANDEMIC ON HOUSEHOLD INCOME:
INTEGRATIVE REVIEW
RESUMO
O Coronavírus pertence a uma família de vírus que acomete o trato respiratório e foi
descoberto em 31 de dezembro de 2019. Como um novo vírus foi chamada de
Covid-19 ou SARS-CoV-2. Para reduzir a disseminação do vírus SARS-CoV-2,
autoridades sanitárias do mundo inteiro implementaram medidas de isolamento
social visando conter o avanço da doença. Com isso, o objetivo geral do presente
estudo foi investigar a alteração da renda nas famílias devido a pandemia de Covid-
19. Foi realizada uma Revisão Integrativa de Literatura utilizando o acrônimo “PCC”
para a pergunta norteadora. A busca aconteceu na “Scielo”, “Lilacs” e “Pubmed” e a
coleta de dados foi baseada em critérios envolvendo qualidade de estudos em
1
SILVA, A.C.C.; DE MATOS, T.N.F.; DE OLIVEIRA LIMA, J.W. Impacto da pandemia de covid-19 na
renda das famílias: revisão integrativa. Revista Caribeña de Ciencias Sociales, v.13, n.2, p. 1-16,
2024.
59
“ciências sociais” e “ciências da saúde”, no Brasil. A análise dos estudos se deu
envolvendo os 6 níveis de evidência, com mapeamento descritivo baseado nos
princípios de comunicação científica para a apresentação da revisão com suas
finalidades, resultados e prerrogativas. Foram selecionados 7 estudos na
composição dos resultados. A diminuição da renda familiar atingiu todas as classes
sociais, bem como em diferentes setores profissionais e em todos os níveis
educacionais. Com isto, é relevante a construção de propostas para subsidiar
intervenções nos diferentes segmentos sociais.
Palavras-chave: Covid-19. Renda. SARS-CoV-2.
ABSTRACT
The Coronavirus belongs to a family of viruses that affect the respiratory tract and
was discovered on December 31, 2019. As a new virus it was called Covid-19 or
SARS-CoV-2. To reduce the spread of the SARS-CoV-2 virus, health authorities
around the world have implemented social isolation measures to contain the spread
of the disease. Therefore, the general objective of the present study was to
investigate the change in income in families due to the Covid-19 pandemic. An
Integrative Literature Review was carried out using the acronym “PCC” for the
guiding question. The search took place in “Scielo”, “Lilacs” and “Pubmed” and data
collection was based on criteria involving the quality of studies in “social sciences”
and “health sciences” in Brazil. The analysis of the studies took place involving the 6
levels of evidence, with descriptive mapping based on the principles of scientific
communication to present the review with its purposes, results and prerogatives. 7
studies were selected in the composition of the results. The decrease in family
income affected all social classes, as well as different professional sectors and all
educational levels. Therefore, it is important to construct proposals to subsidize
interventions in different social segments.
Keywords: Covid-19. Income. SARS-CoV-2.
INTRODUÇÃO
O Coronavírus pertence a uma família de vírus que acomete o trato
respiratório, descrito pela primeira vez na década de 1960. Em 31 de dezembro de
2019 foi descoberto um novo Coronavírus em Wuhan, na China, e a doença foi
chamada de Covid-19 ou SARS-CoV-2 (BRASIL, 2020).
Em janeiro de 2020 vários casos de Covid-19 foram notificados no continente
Asiático (ECDC, 2020). Diante disso, a OMS declarou estado de emergência
internacional em saúde pública (WHO, 2020). No continente Americano o primeiro
caso notificado foi em 21 de janeiro de 2020 nos Estados Unidos. Já na América
Latina, o primeiro caso registrado foi no Brasil, no estado de São Paulo, em 26 de
fevereiro de 2020 (CRODA; GARCIA, 2020; RODRIGUEZ et al., 2020).
60
Para reduzir a disseminação do vírus SARS-CoV-2, autoridades sanitárias do
mundo inteiro lançaram mão de mecanismos visando conter o avanço da doença.
Como na época não havia vacinas ou medicamentos para tratar a Covid-19, foram
implantadas medidas de restrição de trânsito de pessoas, isolamento social e
quarentena (DUNFORD et al., 2020; KRAEMER et al., 2020).
Neste cenário, a Covid-19 aumentou as desigualdades sociais presentes em
diversos países do mundo, afetou principalmente aqueles países que já registravam
severas disparidades sociais, mesmo antes da pandemia, como é o caso do Brasil
(GOES et al., 2020; VICTORA, 2016; OMS, 2020).
A pandemia de Covid-19 causou aumento do desemprego e da pobreza em
todo o mundo (MATIAS et al., 2020). De acordo com dados oficiais do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego oficial no Brasil no
terceiro trimestre de 2020 foi de 14,6%, totalizando 14,1 milhões de brasileiros sem
emprego de carteira assinada e mostrando um aumento de 2,80 p.p. se comparado
com o mesmo trimestre de 2019, que havia registrado 11,8% de desempregados
(IBGE, 2021).
Destaca-se que até o dia 10 de novembro de 2023, havia 37.994.356 casos
no Brasil, com 706.986 óbitos acumulados. Apesar do decreto da Organização
Mundial de Saúde sobre o fim da situação emergencial de saúde pública, as
características deixadas pela pandemia da COVID-19 ainda causam repercussão na
vida da sociedade.
Diferentes estudos apontam associações significativas na compreensão deste
contexto. A renda, por exemplo, é um importante determinante social para saúde,
principalmente durante o enfrentamento de uma crise sanitária mundial (BRASIL,
2023). Diante disso, o objetivo geral do presente estudo foi investigar a alteração da
renda das famílias devido a pandemia de Covid-19.
METODOLOGIA
Foi utilizada a Revisão Integrativa de Literatura (RIL) que é compreendida
como uma abordagem diversificada frente às demais revisões. Ela inclui estudos
experimentais e não-experimentais na compreensão dos fenômenos. Neste estudo,
a Revisão Integrativa de Literatura contou com 6 fases, envolvendo: (1) Elaboração
da pergunta norteadora; (2) Busca ou amostragem na literatura; (3) Coleta de dados;
61
(4) Análise crítica dos estudos incluídos; (5) Discussão dos resultados; E (6)
Apresentação da revisão (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Na primeira fase, para a elaboração da pergunta norteadora, foi utilizado o
acrônimo “PCC” (População/Problema, Conceito e Contexto). Nisto, foi considerado
“P” (COVID-19), “C” (Renda) “C” (Brasil). Isto possibilitou a seguinte pergunta
norteadora: “Qual impacto na renda das famílias devido a pandemia de Covid-19?”.
O quadro a seguir apresenta as características citadas anteriormente.
Quadro 1 – Elaboração da pergunta norteadora
População /Problema Conceito Contexto
Adaptação Família no Brasil Renda Covid-19
Fonte: elaborado pela autora.
As bases de dados consultadas foram: “Scientific Electronic Library Online”
(Scielo), “Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde” (Lilacs)” e
na “National Library of Medicine” (Pubmed). Os descritores utilizados, presentes no
DeCS e MESH, foram: COVID-19; Renda (Income); Brasil (Brazil).
Para composição do corpus, foram incluídos os artigos de pesquisas
completos, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, publicados em periódicos
científicos no período de 2020 a 2023.
Foram excluídos editoriais, revisões, resenhas, relatos de experiências e
reflexões teóricas, dissertações, teses e monografias; resumos publicados em anais
de eventos. Também, artigos repetidos, sendo mantida apenas a primeira versão
identificada, bem como aqueles que não possuíssem relação direta com o tema e
não fossem produzidos no Brasil. E àqueles cuja descrição metodológica trazia
informações insuficientes para o leitor entender o processo de pesquisa.
A “Scielo” identificou 46 arquivos, seguindo 5 na triagem, 5 na elegibilidade e
3 na inclusão. A “Lilacs” identificou 186 arquivos, seguido 6 na triagem, 5 na
elegibilidade e 3 de inclusão. A pesquisa processada na “Pubmed” identificou 270,
seguido de 12 na triagem, 11 de elegibilidade e 1 de inclusão. Por fim, a soma dos
estudos selecionados possibilitou a totalidade de 07 artigos inclusos na composição
da Revisão Integrativa de Literatura. A seleção deste processo está exposta abaixo
através do fluxograma adaptado ao protocolo “Preferred Reporting Items for
62
Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) (JOANNA BRIGGS INSTITUTE,
2014).
Figura 1 – Fluxograma adaptado ao protocolo PRISMA
Fonte: elaborada pela autora.
Os estudos identificados na “Pubmed” estava direcionada a trabalhos
internacionais. Já os estudos apresentados na “Scielo” e “Lilacs” estavam
direcionados ao contexto nacional, ressaltando maior relevância para este trabalho.
A terceira etapa, na coleta de dados, se deu em seguimento aos artigos publicados
em periódicos com Qualis entre “A” e “B”, bem como estudos direcionados no campo
das “ciências sociais” e “ciências da saúde” no Brasil desde o princípio da pandemia
da Covid-19.
A quarta etapa, a análise crítica dos estudos incluídos, envolveu a leitura
completa dos resumos dos artigos compreendendo os 6 níveis de evidência, sendo:
(1) evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos; (2)
evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; (3)
evidências de estudos quase-experimentais; (4) evidências de estudos descritivos e
com abordagem qualitativa; (5) evidências provenientes de relatos de caso ou de
experiência; E, por fim, (6) evidências baseadas em opiniões de especialistas
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010). Destaca-se que os estudos selecionados
estavam incluídos no quarto nível de evidência.
A quinta etapa, a discussão dos resultados, se deu com o desenvolvimento
de uma tabela registrando as informações-chave, envolvendo: “Autor, Ano de
63
publicação, Origem, Objetivo, População, Metodologia e Resultados”, adaptado ao
protocolo “Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses”
(PRISMA) (JOANNA BRIGGS INSTITUTE, 2014).
Após a tabela, aconteceu o mapeamento descritivo das evidencias baseado
em princípios de comunicação científica, como: (1) Apresentar os resultados em
sequência lógica no texto e nas ilustrações; (2) Enfatizar somente informações
importantes e não repetir no texto o que consta nas ilustrações; E, por fim, (3)
Indicar a significância estatística dos resultados (PEREIRA, 2013). Tais
características estão expostas no tópico discussões, nesta sequência lógica de
comunicação científica.
Por fim, a sexta etapa, na apresentação da revisão integrativa, está exposta
os principais resultados, prerrogativas e finalidades, com base na pergunta inicial no
eixo das considerações finais.
64
RESULTADOS
Tabela 1 – Informações-chave da fonte, adaptado do PRISMA
Nº Autor Ano Origem Objetivo População Metodologia Resultados
01 LIMA, C. A.; OLIVEIRA 2021 Brasil Identificar as 15.641 Transversal Os resultados
A. J. S.; FREITAS, W. características indivíduos evidenciaram que a
M. L.; LOPES, H. H. S.; socioeconômicas e redução na renda familiar
MONTES, G. A.; SILVA, ocupacionais e afetou 40,9% dos
P. G.; LIMA, C. A. G.; condições de saúde docentes, principalmente
FILHO, G. A. L; autorrelatadas da zona urbana. A redução
PARRELA, E. C. S.; associadas à na renda familiar durante a
HAIKAL, D. S.; BRITO, redução da renda pandemia foi mais
M. F. S. F.; SILVEIRA, dos professores da prevalente entre os
M.F. educação básica do docentes que viviam com
estado de Minas o(a) companheiro(a),
Gerais durante a possuíam vínculo precário
pandemia da Covid- (contratado) com a escola,
19. com tempo de trabalho na
docência até vinte anos,
que trabalhavam até dez
horas/semana.
65
02 SOUSA, P. H.; CRUZ, 2022 Brasil Comparar o impacto 746 Transversal Um total de 75,9% dos
F. N. I.; LIMA, D.L.F.; da pandemia da indivíduos participantes não tinha
GARRINDO, N.D. Covid-19 entre reserva financeira e 95,4%
profissionais de afirmaram que suportariam
Educação Física do ficar sem remuneração
Nordeste e do Sul do durante a pandemia de 1/2
Brasil. meses. Devemos ainda
considerar que 71,5%
necessitam do setor
privado para ter sua renda
total ou complementá-la. A
maior parte dos
profissionais de Educação
Física é composta de
autônomos, celetistas e
microempreendedores.
66
03 RIBEIRO, R.D.A.; 2022 Brasil Avaliar os efeitos 645 Transversal A Região Norte foi a que
CARNEIRO, I.C.; socioeconômicos da indivíduos apresentou os maiores
CLIVATTI, G.M.; pandemia da Covid- impactos no ganho líquido:
ABBAS, L.; 19 entre cirurgiões 81,25% dos entrevistados
MONTEIRO, plásticos brasileiros revelaram queda superior a
G.G.R.; nos diversos 60% de suas receitas em
GOLDENBERG, D.; contextos e regiões relação aos mesmos meses do
GEMPERLI, R. do país, por meio da ano anterior. No Sudeste,
aplicação de um esse número foi de 75,2%.
questionário on-line Nordeste, Sul e Centro-Oeste
dirigido. apresentaram 67,1%, 64,3% e
57% de redução maior que 60%
na receita, comparativamente
ao ano anterior,
respectivamente. O Brasil, de
forma conjunta, apresentou
quedas superiores a 90% no
rendimento para 26,3% dos
cirurgiões plásticos. Menos de
1% dos entrevistados revelou
aumento na receita.
67
04 ROMERO, D.E.; MUZY, 2021 Brasil Caracterizar a 9,173 Transversal Durante a pandemia,
J.; DAMACENA, G.N.; população idosa indivíduos houve diminuição da renda
SOUZA, N. A.; brasileira durante a em quase metade dos
ALMEIDA, W.S.; pandemia de Covid- domicílios dos idosos. O
SZWARCWALD, C.L.; 19, considerando distanciamento social total
MALTA, D.C.; suas condições de foi adotado por 30,9%
BARROS, M.B.A.; saúde, (IC95%: 27,8; 34,1) e
JÚNIOR, P.R.B.S.; socioeconômicas, 12,2% (IC95%: 10,1; 14,7)
AZEVEDO, L.O.; desigualdade de não aderiram. Idosos que
GRACIE, R.; PINA, sexo, adesão ao não trabalhavam antes da
M.F.; LIMA, M.G.; distanciamento social pandemia aderiram em
MACHADO, I.E.; e sentimento de maior número às medidas
GOMES, C.S.; tristeza ou de distanciamento social
WERNECK, A.O.; depressão. total.
SILVA, D.R.P.
68
05 ALMEIDA, W.S.; 2020 Brasil Descrever as 45.161 Transversal Em relação à situação
SZWARCWALD, C.L.; mudanças nas indivíduos socioeconômica, 55,1%
MALTA, D.C.; condições relatou diminuição do
BARROS, M.B.A.; socioeconômicas e rendimento familiar, e 7%
JÚNIOR, P.R.B.S.; de saúde dos ficou sem rendimento;
AZEVEDO, L.O.; brasileiros durante a 25,8% dos indivíduos
ROMERO, D.E.; LIMA, pandemia de Covid- ficaram sem trabalhar,
M.G.; DAMACENA, 19. sendo o grupo de
G.N.; MACHADO, I.E.; trabalhadores informais o
GOMES, C.S.; PINA, mais afetado (50,6%).
M.F.; GRACIE, R.;
WERNECK, A.O.;
SILVA, D.R.P.
69
06 LIMA, L.M.; ALIAGA- 2023 Brasil Avaliar os impactos 404 Transversal Rendimentos mais baixos
DEL CASTILLO, A.; psicológicos e indivíduos foram associados a níveis
MASSARO, C.; financeiros causados mais elevados de
GAMBARDELA, C.M.; pela pandemia do sofrimento. A maioria dos
BRITO, D.B.A.; Coronavírus em ortodontistas apresentou
MIRANDA, F.; ortodontistas preocupação moderada a
VILANOVA, L.; brasileiros. extrema em relação a
COTRIN, P.; POLETTO, questão financeira,
R.S.; MOURA, W.; incluindo abandono do
PINZAN, A.; JANSON, tratamento ortodôntico e
G.; ÁVILA, F.A. P. falta de pagamento das
dívidas do paciente.
Curiosamente, eles
estavam mais preocupados
com o abandono dos
pacientes do que com um
fundo pessoal de
emergência financeira.
70
07 SANTANA, C.L.A.; 2021 Brasil Avaliar o nível de 495 Transversal 61,4% tinham renda inferior
MANFRINATO, C.V.; sofrimento psíquico indivíduos a 70 dólares e a incidência
SOUZA, P.R.P.; de adultos de famílias com
MARINO, A.; CONDÉ, moradores de duas insegurança alimentar
V.F.; STEDEFELDT, E.; favelas urbanas moderada ou grave foi de
TOMITA, L.Y.; localizadas em São 40% durante a pandemia.
FRANCO, M.C. Paulo.
Fonte: elaborado pela autora.
71
DISCUSSÃO
Estudo desenvolvido por Lima et al. (2021) objetivou identificar as
características socioeconômicas e ocupacionais e condições de saúde auto
relatadas associadas à redução da renda dos professores da educação básica do
estado de Minas Gerais durante a pandemia da Covid-19. Foram avaliados 15.641
professores, entre agosto e setembro de 2020.
Os dados apontaram que a redução na renda familiar afetou 40,9% dos
professores da rede estadual básica de Minas Gerais durante a pandemia (LIMA, et
al., 2021), resultado que também foi encontrado em outros estudos (SANCHES,
CARDOMINGO, CARVALHO, 2021; NERI, 2020; BARBOSA, PRATES, 2020;
CARVALHO, 2020). O estudo que apontou as mudanças nas condições
socioeconômicas e de saúde dos brasileiros durante a pandemia de Covid-19,
mostrou que 55,1% das pessoas relataram diminuição do rendimento familiar, 7%
ficaram sem rendimento e 25,8% dos indivíduos ficaram desempregados, destes
50,6% pertenciam ao grupo de trabalhadores informais (ALMEIDA et al., 2020).
Foi observada redução da renda familiar dos docentes. Porém em
comparação com estudos que englobam a população brasileira em geral o
percentual de professores com queda na renda familiar foi menor, esse aspecto
pode ser explicado pelo fato de a maioria da amostra ser constituída por servidor
público de carreira. Contudo, entende-se que a redução na renda familiar dos
docentes brasileiros é um aspecto que merece ser mais aprofundado (LIMA et al.,
2021).
Sousa et al. (2022) comparou o impacto da pandemia da Covid-19 entre
profissionais de Educação Física do Nordeste e do Sul do Brasil. Em relação as
questões de planejamento financeiro e de saúde, a maioria dos participantes era o
principal provedor do lar (64,9%), não possuíam reserva financeira (75,9%),
tampouco tinham plano de saúde particular (58,6%) ou de previdência (67%).
Sousa et al. (2022), 95,4% afirmaram ainda o perfil citado anteriormente
conseguiriam ficar sem remuneração durante a pandemia pelo período de 1 a 2
meses. Enquanto os nordestinos possuem mais convênio médico privado (p= 0,038),
os sulistas são os principais provedores das despesas de seus lares (p= 0,047). Os
entrevistados nordestinos, que exerciam significativamente mais que os sulistas o
trabalho autônomo (p< 0,001), são também os que consideraram alto o risco de
72
contaminação durante a intervenção profissional (p= 0,046). Provavelmente essa
percepção ocorra pela proximidade maior com o aluno.
Com relação às atitudes e riscos frente à pandemia o exercício profissional da
Educação Física impõe aos professores intensas cargas de trabalho físico e
emocional, principalmente aos trabalham sem carteira assinada. Estes são sujeitos a
longas jornadas de trabalhos semanais, muitas vezes com contratos com baixa
remuneração e sem estabilidade. Somado a isso, o contato humano próximo e os
riscos ergonômicos que atingem principalmente aqueles que prestam serviços de
treinamento personalizado (HARTWIG, 2012).
Ribeiro et al. (2022) avaliaram os efeitos socioeconômicos da pandemia da
Covid-19 entre cirurgiões plásticos brasileiros nos diversos contextos e regiões do
país. A aplicação do questionário foi iniciada na primeira semana de junho de 2020,
teve duração de 20 dias, foram avaliados 645 indivíduos.
Em relação aos custos fixos (aluguéis, fornecedores, secretárias e etc.) se
mantiveram constantes para 71,4% dos participantes, tendo redução para 27,4% e
aumento para apenas 1,2%. Porém, a renda mensal dos cirurgiões plásticos durante
os meses de março a abril de 2020 apresentou grande redução em todos os estados
analisados. A Região Norte foi a que apresentou os maiores impactos no ganho
líquido: 81,25% dos médicos revelaram queda superior a 60% de suas receitas em
relação aos mesmos meses do ano anterior. No Sudeste, esse número foi de 75,2%.
Nordeste, Sul e Centro-Oeste apresentaram 67,1%, 64,3% e 57% de redução maior
que 60% na receita, comparativamente ao ano anterior, respectivamente (RIBEIRO
et al., 2022).
O Brasil apresentou quedas superiores a 90% nas receitas para 26,3% dos
participantes. Menos de 1% dos médicos revelou aumento na renda. Quando
estratificados por anos de formação, nota-se que as quedas na receita foram mais
expressivas entre os médicos formados há mais de 10 anos. Para esses
profissionais, redução superior a 60% na receita foi identificado em 76,2% dos
participantes, contra 57,7% daqueles formados há menos de 10 anos (RIBEIRO et
al., 2022).
Entre os cirurgiões plásticos mais experientes, 87,1% responderam redução
superior a 60% no número de cirurgias realizadas, enquanto para procedimentos
ambulatoriais (injeção de toxina botulínica, preenchimentos e outros procedimentos)
foi de 73,4%. No grupo com menos de 10 anos de atuação em Cirurgia Plástica,
73
queda superior a 60% na realização de procedimentos cirúrgicos foi identificada em
80,9%, e 61,9% nos procedimentos não cirúrgicos (RIBEIRO et al., 2022).
O Estudo transversal desenvolvido por Romero et al. (2021), teve como
objetivo caracterizar a população idosa brasileira durante a pandemia de Covid-19,
considerando suas condições de saúde, socioeconômicas, desigualdade de sexo,
adesão ao distanciamento social e sentimento de tristeza ou depressão. Entre 24 de
abril a 24 de maio de 2020, participaram do estudo 9.173 idosos brasileiros.
De acordo com Romero et al. (2021) a atividade econômica era frequente
entre os idosos. Metade deles trabalhava antes da pandemia (IC95%: 47,0; 53,9),
sendo 42,1% (IC95%: 37,4; 47,0) como autônomos. A proporção de idosos que
tinham vínculo era superior entre os homens (62,6%; IC95%: 55,5; 69,2) em relação
às mulheres (53,1%; IC95%: 46,7; 59,3). Durante a pandemia, apenas 8,3% (IC95%:
6,4; 10,7) continuaram trabalhando normalmente e 21,2% (IC95%: 18,4; 24,4)
trabalhando em suas próprias residências. Um terço dos idosos (33,9%; IC95%:
27,8; 40,6) trabalhavam em atividades essenciais.
A remuneração mensal era menor que um salário mínimo para 31,9%
(IC95%: 28,4; 35,6) dos idosos. Durante a pandemia, houve a diminuição da renda
em quase metade dos participantes, onde 23,5% (IC95%: 20,6; 26,6) apresentaram
pouca diminuição e 23,6% (IC95%: 20,7; 26,7) tiveram diminuição muito acentuada
ou ficaram sem renda. Os auxílios financeiros governamentais relacionados à
pandemia da Covid-19 foram recebidos por 12% (IC95%: 9,4; 15,3) das famílias que
moram com idosos (ROMERO et al., 2021).
Almeida et al. (2020) tiveram como objetivo descrever a aderência às medidas
de restrição social e as mudanças na situação de trabalho e rendimentos nas
atividades de rotina e de avaliar estado de ânimo dos brasileiros durante a pandemia
de Covid-19. A pesquisa foi realizada entre 24 de abril a 24 de maio de 2020 e
contou com a participação de 45.161 brasileiros.
Em relação ao rendimento mensal, comparando-o com a do período anterior
à chegada da pandemia, para 55,1% houve diminuição na receita, e 7% ficou
totalmente sem renda. Na avaliação da renda familiar em categorias de salário
mínimo, entre os de menor renda (até 1⁄2 salário mínimo per capita), 11,1% ficou
sem rendimento e para 63,5% houve diminuição da renda. Na categoria superior
(quatro salários ou mais per capita), os percentuais foram de 4,3 e 38,4%,
respectivamente (ALMEIDA et al., 2020).
74
Para Almeida et al. (2020) a maioria das pessoas que perderam o trabalho
durante a pandemia eram autônomos e possuíam os menores salários. Além disso,
dentre os que trabalhavam antes da pandemia com carteira assinada, 25,8% ficaram
sem trabalhar, enquanto entre os trabalhadores informais esse percentual foi de
50,6%. Na classe de renda mais baixa, esses percentuais foram de 31,5 e 61%,
respectivamente, e na mais rica, de 18,1 e 35,6%.
A pesquisa de Lima et al. (2022) objetivou avaliar os impactos psicológicos e
financeiros causados pela pandemia do Coronavírus em ortodontistas brasileiros.
Teve início na primeira semana de maio de 2020, com duração de 10 dias.
Participaram da pesquisa 404 ortodontistas.
No Brasil, o adiamento de procedimentos odontológicos eletivos causou uma
redução substancial no rendimento mensal dos dentistas. A maioria dos
ortodontistas apresentaram preocupações moderadas a extremas em relação a
diminuição da renda, devido à falta de pagamento e também pelo abandono de
tratamento. Curiosamente, eles estavam extremamente mais preocupados com o
abandono dos pacientes do que com ter um fundo pessoal de emergência financeira
(LIMA et al., 2022).
Por fim, estudo promovido por Santana et al. (2021) teve como objetivo
avaliar o nível de sofrimento psíquico de adultos moradores de duas favelas urbanas
localizadas em São Paulo. No período de 5 a 16 de junho de 2020 e entrevistou 495
famílias. Entre as famílias que participaram da pesquisa 61,4% tinham renda inferior
a 70 dólares e a incidência de famílias com insegurança alimentar moderada ou
grave foi de 40% durante a pandemia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo mostrou que a redução da renda familiar atingiu todas as classes
sociais. Além disso, a diminuição do rendimento foi relatada em diferentes setores
profissionais e em todos os níveis educacionais.
Porém, os trabalhadores de baixa renda e autônomos foram os que tiveram
as maiores perdas. Isto se deu pela falta de reserva financeira e também de
previdência social. Outra característica era que esses trabalhadores não
conseguiam realizar as suas atividades laborais de forma remota.
75
Por fim, é relevante a construção de novos estudos possibilitando uma
investigação mais aprofundada a fim da construção de propostas para subsidiar
intervenções nos diferentes segmentos sociais.
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2023.
78
5.3 Artigo 3
PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO PELO VÍRUS SARS-COV-2 RELACIONADO A
FATORES SOCIOECONÔMICOS: REVISÃO INTEGRATIVA2
PREVALENCE OF INFECTION BY THE SARS-COV-2 VIRUS RELATED TO
SOCIOECONOMIC FACTORS: INTEGRATIVE REVIEW
RESUMO
A prevalência é definida como uma proporção de uma população em um
determinado momento que envolve ponderar, predominar e indicar a qualidade que
prevalece e permanece. Nisto, destaca-se a pandemia da Covid-19 tendo como
agente responsável o Coronaviridae, o vírus que pertence à família Síndrome
Respiratória Aguda Grave, denominado SARS-CoV-2, que ainda apresenta
repercussão na vida da sociedade. Diferentes fatores apontam associações
significativas, como o perfil socioeconômico. Com isso, o objetivo geral do presente
estudo foi investigar a prevalência de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 relacionado a
fatores socioeconômicos. Foi realizada uma Revisão Integrativa de Literatura
utilizando o acrônimo “PCC” para a pergunta norteadora. A busca aconteceu na
“Scielo”, “Lilacs” e “Pubmed” e a coleta de dados foi baseada em critérios
envolvendo qualidade de estudos em “ciências sociais” e “ciências da saúde”, no
Brasil. A análise dos estudos se deu envolvendo os 6 níveis de evidência, com
mapeamento descritivo baseado nos princípios de comunicação científica para a
apresentação da revisão com suas finalidades, resultados e prerrogativas. Foram
selecionados 8 estudos na composição dos resultados. Há maior prevalência de
infecção da SARS-CoV-2 em condições crônicas como diabetes, doenças cardíacas,
obesidade e cancro, assim como na terceira idade. Destaca-se que o Índice de
Desenvolvimento Humano em cada lugar influência o maior ou menor indicio de
infecção, através de fatores como vulnerabilidade social, saneamento básico
precário e questões socioeconômicas. Com isto, é relevante a construção de
propostas para subsidiar intervenções nos diferentes segmentos sociais.
Palavras-chave: Fatores socioeconômicos. Prevalência. SARS-CoV-2.
ABSTRACT
Prevalence is defined as a proportion of a population at a given time that involves
weighting, dominating, and indicating the quality that prevails and remains. In this,
the Covid-19 pandemic stands out, with Coronaviridae as the agent responsible, the
virus that belongs to the Severe Acute Respiratory Syndrome family, called SARS-
CoV-2, which still has repercussions in society. Different factors point to significant
associations, such as socioeconomic profile. Thus, the general objective of the
present study was to investigate the prevalence of infection by the SARS-CoV-2 virus
2
SILVA, A. C. C.; DE MATOS, T. N. F.; DE OLIVEIRA LIMA, J. W. Prevalência de infecção pelo vírus
Sars-Cov-2 relacionado a fatores socioeconômicos: revisão integrativa. Observatório de La Economía
Latinoamericana, v. 21, n. 12, p. 25900-25916, 2023.
79
related to socioeconomic factors. An Integrative Literature Review was carried out
using the acronym “PCC” for the guiding question. The search took place in “Scielo”,
“Lilacs” and “Pubmed” and data collection was based on criteria involving the quality
of studies in “social sciences” and “health sciences” in Brazil. The analysis of the
studies involved the 6 levels of evidence, with descriptive mapping based on the
principles of scientific communication for the presentation of the review with its
purposes, results and prerogatives. Eight studies were selected in the composition of
the results. There is a higher prevalence of SARS-CoV-2 infection in chronic
conditions such as diabetes, heart disease, obesity and cancer, as well as in old age.
It is noteworthy that the Human Development Index in each place influences the
greater or lesser level of infection, through factors such as social vulnerability,
precarious basic sanitation and socioeconomic issues. With this, it is relevant to build
proposals to subsidize interventions in different social segments.
Keywords: Socioeconomic factors. Prevalence. SARS-CoV-2.
INTRODUÇÃO
A prevalência é definida como uma proporção de uma população em um
determinado momento que envolve ponderar, predominar e indicar a qualidade que
prevalece e permanece existindo no momento considerado. Ela envolve o número
total de casos de uma doença existente em um determinado local e período. O
estudo sobre prevalência é geralmente utilizado em doenças crônicas como, por
exemplo, hanseníase, tuberculose, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA),
tracoma e diabetes, dentre outras. Neste contexto, destaca-se a pandemia da
COVID-19 (PIZZICHINI; PATINO; FERREIRA, 2020).
A pandemia da COVID-19 foi anunciada e oficializada em março de 2020,
através do decreto da Organização Mundial de Saúde (OMS), que repercutiu
mudanças significativas na vida das pessoas, através de situações e demandas a
nível mundial. O mundo passou por grandes impactos e transformações. Destaca-
se, também, que situações como essa podem se repetir a qualquer momento devido
à constante modificação e transição das condições de vida no planeta (OUR
WORLD IN DATA, 2022).
Por conseguinte, o agente responsável pela COVID-19, a síndrome
respiratória aguda grave (SARS), é o vírus que pertence à família Coronaviridae,
que é denominado SARS-CoV-2. Este vírus possui elevada homologia com o vírus
causador do surto de SARS em 2003, o SARS-CoV. O SARS-CoV-2 é um vírus de
ácido ribonucleico (RNA), com material genético representado por uma única
molécula de RNA positivo (RNA+). Seu genoma contém menos de 30.000
nucleotídeos, em que cada um destes é formado por uma molécula de açúcar
80
(ribose), um ácido fosfórico e uma base nitrogenada. As bases nitrogenadas são
adenina, citosina, guanina e uracila, com aproximadamente 29 diferentes proteínas
virais (UZUNIAN, 2020).
Destaca-se que até o dia 03 de setembro de 2023, havia 37.771.706 casos no
Brasil, com 705.313 óbitos acumulados. Apesar do decreto da Organização Mundial
de Saúde sobre o fim da situação emergencial de saúde pública, as características
deixadas pela pandemia da Covid-19 ainda causam repercussão na vida da
sociedade. Diferentes estudos apontam associações significativas na compreensão
deste contexto. O perfil socioeconômico, por exemplo, é uma variável relevante no
desfecho e compreensão deste cenário (BRASIL, 2023).
Para exemplificar a situação anterior, no Brasil existe um processo de
transição demográfica e epidemiológica, que é vivido nas últimas décadas colocando
desafios aos gestores e pesquisadores frente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Isto possibilita repercussões para a sociedade em geral, sobretudo no contexto da
desigualdade social, pobreza e fragilidade das instituições (LUZ et al., 2014).
Existem elementos comuns do perfil socioeconômico que podem ressaltar e
referenciar a construção de indicadores sintéticos, bem como suas características na
dinâmica demográfica, como a situação educacional, condição de atividade
econômica e nível de ocupação. Outros elementos envolvem a população, idade,
situação educacional, pessoas economicamente ativas e/ou ocupadas e nível de
ocupação (BRASIL, 2023).
Há, também, outros componentes que podem ser apresentados no perfil
socioeconômico, como por exemplo: origem racial, opinião política, religião,
orientação sexual, faixa etária, renda familiar e gênero, dentre outros, que, também,
podem ser construídos ou adaptados de acordo com a necessidade e realidade de
cada estudo ou investigação (MAIA; GRELLO; CUNHA, 2021).
Todavia, levando em consideração a importância dos estudos de prevalência
no contexto da saúde, bem como as condições gerais causadas pela pandemia da
Covid-19, devido à infecção pelo vírus SARS-CoV-2, é relevante investigar a
prevalência de infecção relacionada a fatores socioeconômicos. Com isso, o objetivo
geral do presente estudo foi investigar a prevalência de infecção pelo vírus SARS-
CoV-2 relacionado a fatores socioeconômicos.
81
METODOLOGIA
Foi utilizada a Revisão Integrativa de Literatura (RIL) que é compreendida
como uma abordagem diversificada frente às demais revisões, incluindo estudos
experimentais e não-experimentais para a análise dos fenômenos. Este cenário
condiciona a caracterização de artefatos da literatura com diferentes finalidades
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Neste estudo, a Revisão Integrativa de Literatura contou com 6 fases. A
primeira fase foi a elaboração da pergunta norteadora. A segunda fase foi a busca
ou amostragem na literatura. A terceira fase foi a coleta de dados. A quarta fase foi a
análise crítica dos estudos incluídos. A quinta fase foi a discussão dos resultados; E,
por fim, a sexta fase foi a apresentação da revisão integrativa (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).
Na primeira fase, para a elaboração da pergunta norteadora, foi utilizado o
acrônimo “PCC” (População/Problema, Conceito e Contexto). Nisto, foi considerado
“P” (SARS-CoV-2), “C” (Prevalência) “C” (Fatores Socioeconômicos). Isto possibilitou
a seguinte pergunta norteadora: “Qual a prevalência de infecção pelo vírus SARS-
CoV-2 relacionado a fatores socioeconômicos?” O quadro a seguir apresenta as
características citadas anteriormente.
Quadro 1 – Elaboração da pergunta norteadora
População /Problema Conceito Contexto
Adaptação SARS-CoV-2 Prevalência Fatores
Socioeconômicos
Fonte: elaborado pela autora.
A segunda fase foi a busca ou amostragem na literatura, que aconteceu nos
bancos de dados “Scientific Electronic Library Online” (Scielo), “Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde” (Lilacs)” e na “National Library of
Medicine” (Pubmed). Os descritores foram identificados na “Biblioteca Virtual de
Saúde” (BVS) e selecionados de acordo com o interesse deste estudo, sendo:
Fatores Socioeconômicos (Identificador DeCS: 13344), SARS-CoV-2 (Identificador
DeCS: 59565) e Prevalência (Identificador DeCS: 28584) (BIBLIOTECA VIRTUAL
DE SAÚDE, 2019).
82
A escolha dos descritores se deu através da leitura na nota de escopo e do
significado em associação com o tema de estudo. Os descritores foram booleados
por “AND” e “OR”, que é uma classe de operação sobre variáveis e elementos pré-
definidos (BIBLIOTECA VIRTUAL DE SAÚDE, 2019).
A “Scielo” identificou 04 arquivos, seguindo 3 na triagem, 3 na elegibilidade e
2 na inclusão. A “Lilacs” identificou 62 arquivos, seguido 22 na triagem, 18 na
elegibilidade e 5 de inclusão. A pesquisa processada na “Pubmed” identificou 2.925,
seguido de 39 na triagem, 37 de elegibilidade e 1 de inclusão. Por fim, a soma dos
estudos selecionados possibilitou a totalidade de 08 artigos inclusos na composição
da Revisão Integrativa de Literatura. A seleção deste processo está exposta abaixo
através do fluxograma adaptado ao protocolo “Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) na Figura 1 (JOANNA BRIGGS
INSTITUTE, 2014).
Figura 1 – Fluxograma adaptado ao protocolo PRISMA
Fonte: elaborada pela autora.
É importante ressaltar que a quantidade de estudos identificados na
“Pubmed” estava mais direcionada a trabalhos internacionais. Já os estudos
apresentados na “Scielo” e “Lilacs” estavam mais direcionados ao contexto nacional,
ressaltando maior significância, de acordo com a terceira etapa descrita
posteriormente.
83
A terceira etapa, na coleta de dados, se deu em seguimento aos artigos
publicados em periódicos com Qualis entre “A”, “B” e “C” com critérios de inclusão
envolvendo estudos que estavam direcionados a “ciências sociais” e “ciências da
saúde” no Brasil, em corroboração com o eixo temático, desde o princípio da
pandemia da COVID-19, decretado em março de 2020. Foram excluídos os
trabalhos desassociados ao tema, como, por exemplo, “ciências agrárias”, “ciências
jurídicas” e/ou áreas afins (BRASIL, 2016).
A quarta etapa, a análise crítica dos estudos incluídos, envolveu a leitura
completa dos resumos dos artigos compreendendo os 6 níveis de evidência, sendo:
(1) evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos; (2)
evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; (3)
evidências de estudos quase-experimentais; (4) evidências de estudos descritivos e
com abordagem qualitativa; (5) evidências provenientes de relatos de caso ou de
experiência; E, por fim, (6) evidências baseadas em opiniões de especialistas
(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
A quinta etapa, a discussão dos resultados, aconteceu com o
desenvolvimento de uma tabela registrando as informações-chave da fonte, com os
seguintes elementos: “Autor, Ano de publicação, Origem, Objetivo, População,
Metodologia e Resultados”, adaptado ao protocolo “Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews and Meta-Analyses” (PRISMA) (JOANNA BRIGGS INSTITUTE,
2014).
Após a tabela, aconteceu o mapeamento descritivo das evidencias baseado
em alguns princípios de comunicação científica, como: (1) Apresentar os resultados
em sequência lógica no texto e nas ilustrações; (2) Enfatizar somente informações
importantes e não repetir no texto o que consta nas ilustrações; E, por fim, (3)
Indicar a significância estatística dos resultados (PEREIRA, 2013).
Por conseguinte, a descrição dos resultados se baseou em: (1)
Características dos sujeitos do estudo (amostra estudada), (2) Achado principal
(Trata-se da resposta à questão central da investigação) e (3) Outros achados
(Dizem respeito aos objetivos secundários e informações adicionais relevantes, tais
como resultados discrepantes ou em subgrupos) (PEREIRA, 2013).
Por fim, a sexta etapa, na apresentação da revisão integrativa, está exposta
as principais finalidades, resultados e prerrogativas do presente estudo, com base
na pergunta inicial, enfatizados no tópico considerações finais.
84
RESULTADOS
Tabela 1 – Informações-chave da fonte, adaptado do PRISMA
Nº Autor Ano Origem Objetivo População Metodologia Resultados
01 MESENBURG, M. A.; 2021 Brasil Descrever a 77.075 mil Ecológico A prevalência do pelo menos
HALLAL, P. C.; prevalência de indivíduos uma doença crônica foi de
MENEZES, A. M. B.; doenças crônicas e 43%, maior na região Sudeste,
BARROS, A. J. D.; fatores entre indivíduos brancos e
HORTA, B. L.; BARROS, socioeconômicos e indígenas, mulheres, menos
F. C.; HARTWIG, F. P.; demográficos escolarizados e em menor
JACQUES, N.; SILVEIRA, associados, avaliar posição socioeconômica. O
M. F. os padrões de uso de máscara ao sair do
distanciamento domicílio não diferiu entre
social e a doentes crônicos e não
prevalência de doentes (98%). A proporção de
anticorpos contra participantes que referiram
SARS-CoV-2 e adesão ao isolamento foi maior
sintomas de Covid- entre doentes crônicos (15,9%)
19 em portadores e que entre não doentes (24,9%).
não portadores de A prevalência de anticorpos
doenças crônicas. contra SARS-CoV-2 foi
semelhante entre doentes
crônicos e não doentes (2,4% e
2,3%). A prevalência de tosse,
dispneia, palpitações e mialgia
foi significativamente maior
entre doentes crônicos.
85
02 MACINKO, J.; SEIXAS, 2020 Brasil O estudo explora 70 Transversal Fatores demográficos (idade
B. V.; WOOLLEY, N. O.; fatores associados indivíduos entre 50-60 anos), fatores
ANDRADE, F. B.; LIMA- à notificação do socioeconômicos (renda familiar
COSTA, M. F. diagnóstico médico mais baixa), fatores relacionados
de Covid-19 entre à saúde (obesidade, três ou
uma amostra mais condições crônicas) e
nacionalmente geografia (viver na região norte
representativa de do país) foram associados
adultos brasileiros positivamente com um
com 50 anos ou diagnóstico de Covid-19.
mais.
03 SILVA, G. D. M.; 2023 Brasil Objetivo analisar a 291.073 Ecológico Detectou-se maior taxa de
SOUZA, A. A.; CASTRO, influência da indivíduos mortalidade nos municípios com
M. S. M.; MIRANDA, W. desigualdade maior população não branca
D.; JARDIM, L. L.; socioeconômica na (IC95% 1,01;1,16) e nos
SOUSA, R. P. distribuição da domicílios com mais de duas
Covid-19 nos pessoas por cômodo (IC95%
maiores municípios 1,01;1,13); para ambos os
brasileiros (> 100 desfechos, esgotamento
mil habitantes), sanitário foi protetivo
controlando, pelo (internações IC95% 0,87;0,99 -
efeito da óbitos IC95% 0,90;0,99), e
infraestrutura população em aglomerados
hospitalar, subnormais revelou-se fator de
comorbidades e risco (internações IC95%
outras variáveis. 1,01;1,16 - óbitos IC95%
1,09;1,21) com interação, com a
proporção de pessoas a receber
auxílio emergencial (internações
IC95% 0,88;1,00 - óbitos IC95%
0,89;0,98).
86
04 SILVA, V. R.; 2022 Brasil Analisar a tendência 271.228 Ecológico Houve 271.228 casos e 5.888
PACHECO, E. S.; temporal das taxas indivíduos óbitos, com tendência crescente
CARDOSO, O. O.; LIMA, de mortalidade por na incidência e estável na
L. H. O.; RODRIGUES, Covid-19 e sua mortalidade por Covid-19. Foram
M. T. P.; relação com observadas correlações
MASCARENHAS, M. D. indicadores significativas do índice de
M. socioeconômicos. desenvolvimento humano
municipal (IDHM) com taxas de
incidência (p-valor < 0,001) e de
mortalidade (p-valor < 0,001)
pela doença.
05 PASSOS, V. M. A.; 2021 Brasil Avaliar a 2.423.737 Ecológico Houve 16,1% (n = 1.524) de
BRANT, L. C. C.; mortalidade por habitantes excesso de mortalidade em BH
PINHEIRO, P. C.; áreas de Belo 11, 18,8 e 17,3% nas áreas de
CORREA, P. R. L.; Horizonte (BH) baixa, média e elevada
MACHADO, I. E.; durante a pandemia vulnerabilidade,
SANTOS, M. R.; de Covid-19 respectivamente. Houve grande
RIBEIRO, A. L. P.; conforme a de aumento com a idade nas
PAIXÃO, L. M. M.; vulnerabilidade Taxas de Mortalidade de Covid-
JUNIOR, F. G. P.; social, visando a 19, variando de 4 a 611/100 mil
SOUZA, M. F. M.; uma estratégia de habitantes entre as idades de
MALTA, D. C. vacinação. 20-39 anos e 75+ anos. A TM
por Covid-19 por 100 mil idosos
(60+ anos) foi igual a 292,
aumentando de 179 para 354 e
476 nos setores de baixa, média
e elevada vulnerabilidade.
87
06 CHAVES, N. T. C. P.; 2020 Brasil Identificar 317 Estudo Observou-se a predominância
CHAVES, A. F. C. P.; características indivíduos descritivo de casos em indivíduos nas
MORAES, H. M. C.; sociodemográficas faixas etárias de 30 a 39 anos,
SOUSA, F. A. M.; SILVA, e epidemiológicas do sexo masculino e moradores
C. P.; CUNHA, J. R. C. de casos da zona urbana. A maioria dos
confirmados da óbitos ocorreu em pessoas de
infecção pela 60 a 79, sexo masculino.
SARS-CoV-2 em
município do
nordeste brasileiro.
07 DEMENECH, L. M.; 2020 Brasil Avaliar, por meio de Dados Ecológico As taxas de mortalidade por
DUMITH, S. C.; VIEIRA, análise espaço- secundários Covid-19 foram crescentes em
M. E. C. D.; NEIVA- temporal, se a todas as UF brasileiras, tendo
SILVA, L. desigualdade sido mais acentuada entre
econômica das aquelas com maior desigualdade
Unidades econômica.
Federativas (UF) do
Brasil pode estar
associada com o
risco de infecção e
morte por Covid-19.
88
08 PONTES, G. S.; SILVA, 2021 Brasil Avaliar a magnitude 280 Transversal Encontramos uma taxa total de
J. M.; SILVA, R. P.; da propagação do indivíduos positividade de 64,64% (IC 95%
BARBOSA, A. N.; SARS-CoV-2 e seus 59,01-70,28) para infecção por
SANTOS, L. C.; fatores de risco de SARS-CoV-2. Mais de 80% dos
RAMALHO, A. P. Q.; transmissão entre a indivíduos positivos foram
ALVES, C. E. C.; SILVA, maior comunidade positivos para IgA e IgG. Além
D. F.; OLIVEIRA, L. C.; indígena urbana disso, a faixa etária ≥ 60 anos
COSTA, A. G.; BRUNO, multiétnica apresentou as maiores
A. C. localizada na zona proporções de anticorpos (razão
oeste de Manaus, média de IgA = 3,080 ± 1,623;
estado do razão média de IgG = 4,221 ±
Amazonas, Brasil. 1,832), enquanto as faixas
etárias de 13 a 19 e 20 a 29
apresentaram a menor razão de
IgA (razão média = 2,268 ±
0,919) e razões de IgG (razão
média = 2,207 ± 1,246),
respectivamente. Cinco ou mais
indivíduos por domicílio
aumentaram em cinco vezes o
risco de transmissão do vírus
(OR 2,56; IC 95% 1,09-6,01; p =
0,019).
Fonte: elaborado pela autora.
89
DISCUSSÃO
Estudo desenvolvido por Mesenburg et al. (2021) objetivou a descrição da
prevalência de doenças crônicas, fatores socioeconômicos e demográficos
associados, com a SARS-CoV-2 e Covid-19 em portadores e não portadores de
doenças crônicas. O estudo avaliou dados de 77.075 indivíduos de 20 a 59 anos
EPICOVID-19 Brasil, entre maio e junho de 2021.
Os dados apontaram que a maioria dos casos era do sexo feminino (59%) e
não branca (62%), com cerca de um quarto eram idosos (com 60 anos ou mais) e
40% dos participantes relataram ter cursado o ensino fundamental (39%). Há
prevalência de uma ou mais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), segundo
os atributos socioeconômicos e demográficos. Há, também, a prevalência nas
regiões Sudeste e Sul (48%), entre indígenas (47%), mulheres (47%) e indivíduos
com menor escolaridade (57%). A pesquisa considerou que o SARS-CoV-2 e Covid-
19 atinge de forma semelhante toda a população (MESENBURG et al., 2021).
Estudo desenvolvido por Macinko et al. (2020) investigou a prevalência e
características de brasileiros acima de 50 anos que receberam diagnóstico de Covid-
19. A amostra composta por 70 indivíduos apontou diagnostico medico por Covid-19
com maior proporção em indivíduos autodenominados pardos. Quase 65% dos
diagnósticos positivos ocorreram entre pessoas de baixa renda e em proporção
semelhante a quem tinha três ou mais condições crônicas. Ao avaliar as condições
crónicas as únicas associadas ao diagnóstico foram diabetes, doenças cardíacas e
cancro. Já a obesidade foi duas vezes mais prevalente no diagnóstico positivo de
Covid-19 (MACINKO et al., 2020).
Ainda para Macinko et al. (2020) pessoas acima de 50 anos de idade (6%)
(OR = 0,94; IC 95%: 0,91-0,98) tem probabilidades mais baixas de ter um
diagnóstico de Covid-19 devido ao autocuidado. Já indivíduos obesos têm
probabilidades quase oito vezes maiores de diagnóstico de Covid-19. A pesquisa
ainda mostrou que morar em qualquer região que não seja a Região Norte está
associado a pelo menos 83% (OR = 0,17; IC95%: 0,05-0,59) de menor probabilidade
de diagnóstico positivo para Covid-19.
Estudo ecológico desenvolvido por Silva et al. (2023) avaliou 291.073
internações e 139.953 óbitos no Brasil. Com o objetivo de analisar a influência da
desigualdade socioeconômica na distribuição da Covid-19 nos maiores municípios
brasileiros, foi detectado maior taxa de mortalidade na população não branca
90
(IC95% 1,01;1,16) também e nos domicílios com mais de duas pessoas por cômodo
(IC95% 1,01;1,13). Esta lógica foi compreendida por residências com muitas
pessoas. Para este desfecho houve falência sanitária (internações IC95% 0,87;0,99
- óbitos IC95% 0,90;0,99), revelando aglomerados subnormais como fator de risco
(internações IC95% 1,01;1,16 - óbitos IC95% 1,09;1,21). O estudo concluiu que as
condições socioeconômicas afetaram o adoecimento e morte por Covid-19.
Estudo desenvolvido por Silva et al. (2022) analisou taxas de incidência e de
mortalidade por Covid-19 na relação com o perfil socioeconômicos. O estudo de
caráter ecológico aconteceu em municípios no estado do Piauí, Brasil, entre março
de 2020 a maio de 2021. Foi identificado 271.228 casos e 5.888 óbitos com
tendência crescente na incidência e estável na mortalidade. Não houve relação
estatística significativa entre Covid-19 e vulnerabilidade social (IVS). Porém, foi
observado relações significativas entre o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) com taxas de incidência (p-valor < 0,001) e de mortalidade (p-valor
< 0,001) pela doença. Tal pressuposto indicava demanda e decisões de gestão para
buscar melhoria na qualidade de vida da população.
Estudo desenvolvido por Passos et al. (2021) em Belo Horizonte avaliou a
vulnerabilidade social durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa de modelo
ecológico analisou a mortalidade, classificados pelo índice de vulnerabilidade,
saneamento e socioeconômicos. Os dados secundários possibilitaram a construção
das taxas de mortalidade, em que houve aumento de 16,1% (n = 1.524) no excesso
de mortalidade em Belo Horizonte nas áreas de baixa vulnerabilidade (11,0%),
média vulnerabilidade (18,8%) e elevada vulnerabilidade (17,3%).
Passos et al. (2021) ainda destacaram um grande aumento nas taxas de
mortalidade por idade relacionado a Covid-19. Os valores variam de 4 a 611/100 mil
habitantes entre as idades de 20-39 anos e acima de 75 anos. A taxa de mortalidade
relacionado a Covid-19 por 100 mil idosos (com mais de 60 anos) foi igual a 292,
com aumento de 179 na baixa vulnerabilidade, 354 na média vulnerabilidade e 476
na elevada vulnerabilidade, concluindo que existe desigualdades na mortalidade e
priorizando a importância do olhar em áreas de vulnerabilidade social.
Chaves et al. (2020) investigou características sociodemográficas e
epidemiológicas em casos de infecção pela SARS-CoV-2, no município de Barras,
estado do Piauí. De caráter epidemiológico, composto por 317 indivíduos, a amostra
apresentou predominância de infecção em indivíduos com faixas etárias de 30 a 39
91
anos, do sexo masculino e moradores da zona urbana. A maioria dos óbitos ocorreu
em pessoas de 60 a 79 no sexo masculino. O estudo concluiu que a relação de
infecção pela SARS-CoV-2 prevalece em homens idosos, em área urbana, tendo
idosos como a categoria que mais evolui para óbito.
Demenech et al. (2020) investigou a desigualdade econômica das Unidades
Federativas (UF) do Brasil associada com o risco de infecção e morte por SARS-
CoV-2. O estudo apontou as taxas de infecção e mortalidade registradas entre 21 de
abril e 7 de julho de 2020. Os estados que apresentaram maiores taxas de infecção
por SARS-CoV-2 foram: Amazonas (547,7/1 milhão de habitantes), Amapá (540,36/1
milhão de habitantes) e Roraima (407,75/1 milhão de habitantes). Já Tocantins
(23,52/1 milhão de habitantes), Sergipe (40,02/1 milhão de habitantes) e Mato
Grosso (51,94/1 milhão de habitantes) tiveram as menores taxas.
Demenech et al. (2020) ainda ressalta resultados da última semana, do
período de realização da pesquisa, com as maiores taxas no Amapá (35.819,90/1
milhão de habitantes), Roraima (31.510,78/1 milhão de habitantes) e Distrito Federal
(20.792,18/1 milhão de habitantes). Já os estados com menores taxas de infecção
foram Minas Gerais (2.876,73/1 milhão de habitantes), Rio Grande do Sul
(2.970,84/1 milhão de habitantes) e Paraná (3.000,54/1 milhão de habitantes).
Pontes et al. (2021) investigaram a situação epidemiológica de infecção por
SARS-CoV-2 entre residentes na maior comunidade indígena multiétnica do estado
do Amazonas, Brasil. A amostra composta por 280 indígenas foi testada para
identificar a presença de anticorpos IgA ou IgG anti-SARS-CoV-2, bem como fatores
de risco e perfil sociodemográfico através de um questionário epidemiológico. O total
de positividade foi de 64,64% (IC 95% 59,01-70,28) para infecção por SARS-CoV-2.
O IgA foi de 55,71% (IC 95% 49,89-61,54) e IgG 60,71% (IC 95% 54,98-66,45) nos
indivíduos. A faixa etária ≥ 60 anos apresentou maiores proporções de anticorpos
(razão média de IgA = 3,080 ± 1,623; razão média de IgG = 4,221 ± 1,832),
enquanto as faixas etárias de 13 a 19 e 20 a 29 apresentaram a menor razão de IgA
(razão média = 2,268 ± 0,919) e razões de IgG (razão média = 2,207 ± 1,246.
Por fim, ainda segundo Pontes et al. (2021), os indivíduos com maior
exposição social apresentavam maior risco de infecção (Odds Ratio (OD) 2,61; IC
95% 1,00-1,49; p = 0,048), bem como o maior número de indivíduos por domicílio
apresentava maior risco de transmissão do vírus (OR 2,56; IC 95% 1,09-6,01; p =
0,019). Os autores concluíram que a disseminação e a infecção eram
92
desproporcionais, talvez motivadas por condutas culturais típicas e desigualdades
socioeconômicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo mostrou que princípio da pandemia atingiu de forma semelhante
toda a população e gerou muitas controvérsias sobre os grupos mais afetados. Isto
se deu pela necessidade de transmitir respostas emergentes sobre aquele período e
o fenômeno vivenciado pela população. Outra característica apontada é que o
autocuidado possibilita maior inibição ao vírus.
Foi destacada maior prevalência de infecção da SARS-CoV-2 em condições
crônicas como, por exemplo, diabetes, doenças cardíacas, obesidade e cancro,
assim como na terceira idade. Uma característica relevante apresentada é a falência
sanitária no país que possibilitou maior fator de risco para populações vulneráveis.
É importante ressaltar que o Índice de Desenvolvimento Humano, de cada
local ou região, influência significativamente, o maior ou menor, indicio de infecção.
Fatores como vulnerabilidade social, saneamento básico precário e questões
socioeconômicas ganharam destaque na prevalência da infecção.
Por fim, é relevante a construção de novos estudos possibilitando uma
investigação mais aprofundada a fim da construção de propostas para subsidiar
intervenções nos diferentes segmentos sociais.
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95
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esses resultados são bastante relevantes e destacam a complexidade
dos impactos da pandemia de Covid-19 na sociedade. A associação entre maior
prevalência de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e características como idade, nível
educacional, renda familiar e localização geográfica ressalta a importância de
considerar os determinantes sociais da saúde na resposta à pandemia.
A constatação de que a redução da renda familiar afetou todas as classes
sociais evidencia a amplitude dos impactos econômicos da pandemia. Isso sugere a
necessidade de políticas públicas abrangentes que abordem não apenas a saúde
física, mas também as necessidades socioeconômicas das famílias afetadas.
Esses achados podem orientar a formulação de estratégias de prevenção
e intervenção mais eficazes, direcionando recursos e esforços para os grupos mais
vulneráveis. Além disso, destacam a importância de uma abordagem integrada e
multidisciplinar no enfrentamento da pandemia, que leve em consideração não
apenas os aspectos biológicos, mas também os determinantes sociais da saúde.
96
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APÊNDICE A – PREVALÊNCIA DE SOROPOSITIVOS PARA SARS COV-2,
SEGUNDO O NÍVEL DE SOROPOSITIVIDADE E DO BAIRRO ONDE MORA O
INDIVÍDUO, DE UMA AMOSTRA (N=2.675) DA POPULAÇÃO DE FORTALEZA,
CEARÁ, NO P ERÍODO DE 03 A 12/11/2020
% DE SORO-
ORDEM CATEGORIA BAIRRO
POSITIVOS
01 1 Manuel Dias Branco 0,00
02 1 Parque Araxá 0,00
03 1 Guajeru 0,00
04 1 Benfica 0,00
05 1 Curió 0,00
06 1 Guararapes 0,00
07 1 Gentilândia 0,00
08 1 Novo Mondubim 0,00
09 1 Jardim Cearense 0,00
10 1 Parque Santa Rosa (Apolo XI) 0,00
11 1 José Bonifácio 0,00
12 1 Cidade 2000 0,00
13 1 Vila Pery 0,00
14 1 Parque Presidente Vargas 0,00
15 1 Monte Castelo 3,45
16 1 Aldeota 4,00
17 1 Conjunto Ceará I 5,00
18 1 Maraponga 5,88
6,45
19 1 Centro
6,67
20 1 Praia de Iracema
21 1 Amadeo Furtado 6,67
22 1 Castelão / Boa Vista 7,14
23 1 Cidade dos Funcionários 7,69
24 1 Jacarecanga 8,00
25 1 Jóquei Club (São Cristóvão) 8,33
26 1 Parque Dois Irmãos 8,89
27 1 Siqueira 9,38
9,38
28 1 Lagoa Sapiranga (Coité)
117
29 2 Genibaú 9,76
30 2 Parquelândia 10,00
31 2 Damas 10,53
32 2 Estância (Dionísio Torres) 10,53
33 2 Cocó 10,71
34 2 Dias Macedo 11,11
35 2 Henrique Jorge 11,54
36 2 Manoel Sátiro 11,63
37 2 Cais do Porto 11,76
38 2 Conjunto Ceará II 12,00
39 2 Canindezinho 12,20
40 2 Mucuripe 12,50
41 2 Granja Lisboa 12,73
42 2 São Gerardo / Alagadiço 13,33
43 2 Jardim América 13,33
44 2 Pirambú 13,33
45 2 Mondubim (Sede) 13,51
46 2 Itaperi 13,51
47 2 Messejana (sede) 14,00
48 2 Serrinha 14,29
49 2 Aerolândia 14,29
50 2 Montese 14,63
51 2 Fátima 15,15
52 2 Bom Jardim 15,38
53 2 Jangurussu 15,38
54 2 Prefeito José Walter 15,63
55 2 Planalto Ayrton Senna 16,00
56 3 Alto da Balança 16,67
57 3 Papicu 16,67
58 3 Parreão 16,67
59 3 Demócrito Rocha 16,67
60 3 Vila Ellery 16,67
61 3 Álvaro Weyne 17,39
62 3 Itaóca 17,65
118
63 3 Bonsucesso 17,65
64 3 Conjunto Palmeiras 17,86
65 3 Padre Andrade (Cachoeirinha) 18,18
66 3 Cajazeiras 18,18
67 3 Rodolfo Teófilo 18,42
68 3 Vila Velha 18,75
69 3 Vila União 18,75
70 3 Quintino Cunha 19,64
71 3 Parangaba 20,00
72 3 Cristo Redentor 20,00
73 3 Pan-Americano 20,00
74 3 Sabiaguaba 20,00
75 3 Joaquim Távora 20,00
76 3 Varjota 20,00
77 3 São João do Tauape 20,59
78 3 Vicente Pinzon 20,93
79 3 Jardim Guanabara 21,05
80 3 José de Alencar 21,43
81 3 Granja Portugal 21,62
82 3 Meireles 22,22
83 3 Paupina 22,22
84 3 Conjunto Esperança 22,22
85 3 São Bento 22,22
86 4 Edson Queiroz 22,73
87 4 Lagoa Redonda 23,08
88 4 Dom Lustosa 23,53
89 4 Ancuri 23,81
90 4 Antônio Bezerra 25,00
91 4 João XXIII 25,00
92 4 Mata Galinha 25,00
93 4 Arraial Moura Brasil 25,00
94 4 Barra do Ceará 26,76
95 4 Barroso 27,03
96 4 Engenheiro Luciano Cavalcante 27,27
119
97 4 Floresta 27,59
98 4 Passaré 27,59
99 4 Jardim Iracema 28,13
100 4 Couto Fernandes 28,57
101 4 Carlito Pamplona 27,57
102 4 Pici (Parque Universitário) 29,03
103 4 Autran Nunes 29,17
104 4 Jardim das Oliveiras 30,56
105 4 Presidente Kennedy 30,77
106 4 Praia do Futuro II 33,33
107 4 Farias Brito 33,33
108 4 Bela Vista 37,50
109 4 Coaçu 42,86
110 4 Aeroporto (Base Aérea) 71,43
111 4 Parque Iracema 100,00