ANTONIO LUCIANO MARTINS LIMA
ADVOGADO
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 06ª VARA DO TRABALHO DO RIO
DE JANEIRO - RJ
Processo nº 010168-97.2024.5.01.0006
INNOVA AIR SERVIÇOS TÉCNICOS EIRELI, devidamente
qualificada nos autos do processo acima epigrafado, vem, por intermédio de seu
Advogado in fine assinado, nesta e na melhor forma de direito, instaurar a lide e
apresentar a sua
CONTESTAÇÃO
aduzindo para tanto o que se segue:
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Rua Miguel Couto, nº 35, Grupo 706, Centro, Rio de Janeiro - RJ
CEP.: 20070-030. Fone/fax: (21) 2524-8217
e-mail:
[email protected] DASPUBLICAÇÕES
Para efeito do que dispõe o art. 272, parágrafo 2º e 5º do Código de Processo
Civil, requer-se que as futuras publicações e / ou intimações se deem
exclusivamente em nome do Dr. ANTONIO LUICANO MARTINS LIMA,
OAB-RJ nº 156.764, com escritório na Rua Miguel Couto, nº 35, sala 706, Centro,
Rio de Janeiro – RJ, CEP.: 20070-030, sob pena de nulidade.
MÉRITO DA CAUSA
De logo, cumpre-nos ponderar e expressar a velha advertência de
Montesquier. Pois, “quando se considera apenas a realidade imediatamente
observável, corre-se o risco de aceitar por normal a perversão generalizada”. Eis
que, de logo, cumpre-nos informar, que são inconsistentes as alegações articuladas
pelo Autor. Até porque as palavras quando são expressadas de forma unilateral, sem
o caráter dialético, tão peculiar e salutar ao direito, poderia até ter a intensidade de
uma verdade, mas jamais se confundiria com a mesma. Sobretudo, quando se
invertem papéis, exagera-se nas expressões, e não transparece, nem dimensiona no
todo a verdade fática.
DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA
Excelência, tendo em vista as disposições do CPC, não mais se faz necessário
interpor peça apartada quando da impugnação ao pedido de AJG do Reclamante,
conforme artigo 337, XIII, do mesmo dispositivo.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar:
(...) XIII – indevida concessão do benefício de
gratuidade de justiça. (...)
No âmbito do Processo do Trabalho, este benefício somente pode ser
concedido quando presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 790, §3º
da CLT, motivo pelo qual, não estando presentes esses requisitos, deve ser
indeferida a concessão deste benefício ao Reclamante.
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[email protected] Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária,
visto que destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família,
não sendo este o caso do demandante.
Atualmente, a simples afirmação da miserabilidade jurídica não basta para o
deferimento da assistência judiciária gratuita. Revogada foi a presunção de pobreza
anteriormente estabelecida em lei ordinária. A CR/88, mais precisamente em seu
artigo V, inciso LXXIV, determina a comprovação de insuficiência de recursos para
que o Estado promova a assistência judiciária gratuita.
Posto isto, o Reclamante não comprovou a condição alegada na declaração
juntada aos autos, razão pela qual, em sede de preliminar, requer o indeferimento do
pedido de gratuidade de justiça.
DO RESUMO DA INICIAL
Pois bem, em sua petição inicial, em apertada síntese, alega a reclamante que
foi admitido como funcionário da reclamada de 01/11/2023 para exercer a funções
de auxiliar de serviços gerais e que recebe como última remuneração o valor de
R$ 1.610,00 (mil seiscentos e dez reais), informa que foi dispensada sem justa causa
no dia 07/11/2024.
Afirma ainda, que não recebeu suas verbas rescisórias, requer pagamento da
multa dos 40% do FGTS, multa 467 e 477, aviso prévio, diferença das verbas
rescisórias, salário atrasado e saldo salário, multa fundiária, entrega das guias FGTS
e SD e honorários advocatícios.
DA VERDADE DOS FATOS
Desde já a reclamada IMPUGNA VEEMENTEMENTE AS ALEGAÇÕES
DO RECLAMANTE, especialmente no que concerne de a demandada não ter
pago as verbas rescisórias.
A empresa demandada está no mercado a mais de 10 anos e tem mais de 200
funcionários, onde os mesmos sempre receberam seus proventos e benefícios e
nunca deixou de honrar com suas obrigações.
Pois bem, a inicial traz informações frágeis sobre a empregadora não ter pago
as verbas aos seus trabalhadores, caso houvesse tal falta grave por parte da
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[email protected]empregadora a lei prever a rescisão indireta, onde a autora trabalhou por 1 anos e
nunca entrou com tal procedimento.
A empresa demandada preferiu não renovar o contrato com a tomadora do
serviço e por conta disso teve que demitir os seus colaboradores dando o aviso
prévio trabalhado, apesar de ter outros contratos não conseguiu realocar todos os
trabalhadores nos contratos que possuem.
A reclamante foi admitida em 01/11/2023, para exercer a função de auxiliar
de serviços gerais, recebendo como última remuneração o valor bruto de R$
1.610,00 (mil seiscentos e dez reais), conforme documentos em anexo, o último dia
trabalhado se deu no dia 07/11/2024, já com a projeção do aviso prévio.
O reclamante trabalhava de segunda a sexta no horário 12:00 às 21:00h com
01 uma hora de intervalo para descanso.
Improcede ao pagamento das verbas rescisórias como informado o
colaborador recebeu suas verbas e o TRCT está correto em seu pagamento e os
descontos estabelecidos por lei.
Improcede ao pagamento da MULTA DO 467 DA CLT, uma vez que a
reclamada pagou o TRCT e não reconhece nenhum débito para pagar em 1º
audiência e por não deve nada para o reclamante.
Improcede ao pagamento da MULTA DO 477 DA CLT, uma vez que a
reclamada pagou o TRCT dentro do prazo estabelecido pela lei.
Improcede o aviso prévio, conforme relatado o empregador pagou tal verba
no mês e o restante pagou junto do TRCT de 3 dias.
Improcede pagamento de 13º salário, perceba que a reclamada entrou na
empresa 11/2023 e no mês de dezembro do corrente ano recebeu o seu 13º
proporcional, com relação ao 13º proporcional de 2024, recebendo assim o 13º
salário no TRCT.
Improcede pagamento de férias 2023/2024, mais 1/3, pois tal verba foi pago
junto do TRCT (Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho), conforme
documento juntado aos autos.
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[email protected] Improcede pagamento saldo de salário de 7 dias, tendo em vista no TRCT
costa saldo salário de 07 dias e já quitado.
Improcede o depósito fundiário (FGTS), para tanto o próprio reclamante
anexa o extrato do FGTS e perceba que não há nenhum mês em aberto e estão
recolhidos conforme se verifica no extrato apresentado, como também juntado
nessa oportunidade e verificamos que já houve até saque dos valores da conta
vinculada do FGTS e lembrando que a reclamada não precisa dar a chave de
conectividade para tal saque, onde o reclamante pode ir direto na agência da caixa e
realizar o saque do FGTS.
Improcede a multa fundiária (multa 40%), pois como relatado acima tal
verba foi recolhido, conforme documento em anexo.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
De toda sorte, é importante destacar que a Reclamante não preenche os
requisitos legais, que, além da assistência jurídica pelo Sindicato da categoria
profissional, exige o recebimento de até 02 (dois) salários mínimos por mês. Neste
sentido entende o C. TST, na forma das Súmulas nº 219 e 329, já pacificou a
matéria.
No caso dos autos, a Ré entende que se trata de demanda simples. Assim,
não haveria motivos para a fixação dos honorários sucumbenciais de 15%, como
pretendido.
Por fim, a Ré defende a posição de que a Constituição Federal de 1988
recepcionou, sim, o jus postulandi, diferentemente do que a Autora pretende fazer
crer, o que mais uma vez comprova a improcedência do pedido.
Seja como for, se entender pelo deferimento de honorários, a questão deverá
ser resolvida à luz da Lei nº 13.467/2017(Reforma Trabalhista), que inseriu o art.
791-A a CLT dispondo sobre honorários:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa
própria, serão devidos honorários de sucumbência,
fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
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[email protected] resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
Logo, caso a Autora reste sucumbente no presente dissídio, a Ré, desde já,
requer o pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, percentual de 5%
sobre o valor que vier a ser fixado à causa.
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA
Os juros de mora deverão ser computados com base nos parâmetros fixados
na ADC 58 do STF, que determinou que a atualização dos créditos decorrentes de
condenação judicial e os índices de correção dos depósitos recursais em contas
judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados, até que sobrevenha solução
legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes para as
condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-Ena fase pré-judicial
e, a partir da citação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil).
Em caso de arbitramento de algum valor a título de condenação, como dano
moral, por exemplo, somente se faz possível falar em correção monetária a partir da
decisão de arbitramento ou de alteração do valor, nos termos Súmula nº 439 do C.
TST.
COMPENSAÇÃO E DEDUÇÃO E REFLEXOS
A Ré requer, apenas por máxima cautela, a compensação de todos os valores
já pagos à Reclamante.
Convém ainda repetir que, por NÃO ser indevido o principal, restam
prejudicados os reflexos pretendidos. Seja como for, por máxima cautela, pede-se
que o abatimento das verbas comprovadamente pagas com aquelas eventualmente
reconhecidas em juízo não fique limitado ao mês de apuração, devendo ser integral
e aferido pelo total das verbas quitadas durante o contrato de trabalho, tudo nos
termos da Orientação Jurisprudencial nº 415, da SDI-1, do C. TST.
IMPUGNAÇÃO E LIMITAÇÃO AOS VALORES POSTULADOS
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[email protected] A Ré ressalta por oportuno, que qualquer valor porventura deferido à Autora
deverá ser apurado em regular liquidação de sentença, sendo certo que os valores,
frações e percentuais apontados serão o limite máximo de toda e qualquer apuração,
como decorrência do disposto nos artigos 2º, 141, 322 e 492 do CPC/2015,
ressalvada tão somente a incidência de juros de mora e correção monetária.
Ficam, ainda, impugnados todos os valores indicados na petição inicial e na
respectiva planilha de cálculos, pois, além de indevidos, têm base de cálculo
equivocada.
DO DANO MORAL
O reclamante alega que faz jus ao dano moral, em razão dos fatos narrados
na inicial, fato já exaustivamente comprovado o contrário ante os comprovantes
trazidos à baila.
Dar procedência ao requerimento referente ao dano moral configura um
enriquecimento ilícito por parte do reclamante, haja vista que não há nenhum relato
na inicial que pudesse abalar a moral do reclamante para que se pudesse reparar
com algum tipo de indenização.
Ademais, é necessário para configurar o Dano Moral a demonstração de
constrangimento do trabalhador, isto é, o reclamante não registrou nenhuma
circunstância objetiva que demonstre a existência de dano capaz de atingir sua
honra, imagem ou intimidade.
A bem da verdade o que se verifica é o crescente e pernicioso uso do
instituto do dano moral, visando indenizações vultosas, sem qualquer critério de
respeito, o que contribui para a banalização e consequentemente manutenção da
indústria do “ganho fácil”
Tornou-se comum o uso indevido de institutos jurídicos para se tentar
enriquecer sem causa aparente, o que, lastimavelmente, é a hipótese dos autos.
Não há nenhuma prova nos autos acerca de alguma violação à sua dignidade,
afinal, as verbas foram devidamente pagas.
Haja vista todo exposto, requer seja JULGADO IMPROCEDENTE o
pedido de condenação à título de danos morais.
DO ÔNUS DA PROVA
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[email protected] Aquele que alega deve provar o alegado nos termos do artigo 818 da
Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com artigo 333 do CPC; é dizer: no
caso sub-judice, compete ao Reclamante provar, robustamente, os fatos
constitutivos dos direitos que postula, sob pena de indeferimento das pretensões.
DA CONCLUSÃO
Pelas razões aqui expostas devem ser julgados improcedentes os pleitos da
exordial, notadamente os itens 1,2,3,4, a,b,c,d,e, f, g, h, 5 e 6 tudo em conformidade
com os argumentos de fato e de direito trazidos nesta peça de resistência;
Requer ainda, a condenação da reclamante nos honorários advocatícios no
percentual de 20% sobre o valor da condenação, conforme estabelecido no CPC;
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidas em especial a
documental, testemunhal e depoimento pessoal do reclamante, sob pena de
confesso.
N. Termos
P. Deferimento
Rio de Janeiro, 20 de maio de 2025.
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Antonio Luciano Martins Lima
OAB-RJ nº 156.764
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