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Introdução Ao Direito Administrativo

O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que regula a Administração Pública, buscando equilibrar o interesse público e os direitos individuais. Sua evolução no Brasil passou por diversas fases históricas, desde o período colonial até a era contemporânea, influenciada por sistemas jurídicos como o romano-germânico e o common law. O documento aborda conceitos fundamentais, fontes, autonomia, e a estrutura da Administração Pública, incluindo órgãos e entidades.

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Introdução Ao Direito Administrativo

O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que regula a Administração Pública, buscando equilibrar o interesse público e os direitos individuais. Sua evolução no Brasil passou por diversas fases históricas, desde o período colonial até a era contemporânea, influenciada por sistemas jurídicos como o romano-germânico e o common law. O documento aborda conceitos fundamentais, fontes, autonomia, e a estrutura da Administração Pública, incluindo órgãos e entidades.

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Resumo de Direito Administrativo

Introdução ao Direito Administrativo

O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público que regula as atividades da Administração


Pública, visando equilibrar a supremacia do interesse público com a proteção dos direitos
individuais. Sua essência está na harmonização entre as prerrogativas do Estado e as garantias
dos cidadãos, promovendo a realização concreta e imediata dos fins estatais. Este resumo
aborda sua formação histórica, evolução no Brasil, influências jurídicas, conceitos fundamentais,
fontes, autonomia, administração pública, órgãos e entidades, e servidores públicos, com base
nas anotações fornecidas e complementado pelo documento auxiliar.

1.​ Formação Histórica do Direito Administrativo

O Direito Administrativo é conhecido como o “direito das revoluções”, emergindo de


transformações históricas e filosóficas que culminaram na consolidação do Estado de Direito. Sua
origem remonta ao século XVI, intensificando-se com a Revolução Francesa de 1789, que
marcou a transição do Estado absolutista para o Estado liberal, fundamentado no governo das
leis.

-​ Contexto Filosófico: John Locke, em *Two Treatises on Government* (1690), propôs a


divisão das funções estatais em legislativo, executivo e federativo, influenciando
Montesquieu, que em *O Espírito das Leis* (1748) consolidou a teoria da separação dos
poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), base política do Direito Administrativo.
-​ Revolução Francesa: A revolução trouxe a separação dos poderes, a
representatividade eleitoral e a submissão do Estado à lei, promovendo a isonomia e a
proteção dos direitos individuais contra o absolutismo. A Lei de 28 Pluviôse do Ano VIII
(1800) organizou a Administração Pública francesa, obrigando-a a respeitar os
administrados.
-​ Caso Blanco (1873): Marco da autonomia do Direito Administrativo, o caso envolveu um
acidente causado por uma empresa estatal em Bordeaux. O Tribunal de Conflitos
reconheceu a competência da jurisdição administrativa, aplicando princípios de Direito
Público distintos do Código Civil, consolidando a autonomia do ramo.
-​ Estado de Direito: Caracterizado pelo reconhecimento de direitos públicos subjetivos e
pela oferta de meios para sua defesa, conforme Cuesta, o Estado de Direito protege a
liberdade individual e regula a atuação estatal por normas jurídicas.
-​ Declínio do Liberalismo: A partir do século XIX, o Estado mínimo cedeu lugar ao
Estado intervencionista, que assumiu funções como a prestação de serviços públicos
(estradas, comunicações) e a intervenção econômica (desapropriações, regulações),
expandindo o Direito Administrativo.
2.​ Evolução do Direito Administrativo no Brasil

No Brasil, o Direito Administrativo desenvolveu-se gradualmente, influenciado pelas


transformações políticas e jurídicas do país:

-​ Período Colonial: A administração era centralizada nas capitanias hereditárias, com


regime jurídico predominantemente privado, sem autonomia do Direito Administrativo.
-​ Monarquia (1822–1889): Os poderes concentravam-se no Imperador, que detinha o
Executivo e o Moderador, além do Legislativo e Judiciário. A administração pública existia,
mas seguia normas de Direito Privado, exceto no contencioso administrativo.
-​ Império: Primeiros sinais de Estado de Direito surgiram com a divisão de poderes, mas o
“privatismo” predominava, conforme Cirne Lima, com a administração subordinada ao
Direito Privado.
-​ República (1889): A Constituição de 1891, inspirada no *common law* americano, trouxe
a separação de poderes, mas o Direito Administrativo permaneceu subdesenvolvido devido
à influência do Direito Privado. A Constituição de 1934 marcou um avanço, reorganizando
o Estado e introduzindo privilégios para promover o equilíbrio econômico-social, regulando
novas relações jurídicas.
-​ Era Vargas: Com Getúlio Vargas, o Direito Administrativo ganhou força, com a
reorganização do Estado, subordinação às normas jurídicas e fortalecimento da tripartição
de poderes.
-​ Marcos Acadêmicos: A primeira cátedra de Direito Administrativo foi criada em 1851
(Decreto 608), ministrada em 1856 na Faculdade do Largo de São Francisco. Em 1857,
Vicente Pereira do Rego publicou *Elementos de Direito Administrativo Brasileiro*, a
primeira obra do gênero na América Latina.

3.​ Influências Jurídicas no Direito Administrativo Brasileiro

O Direito Administrativo brasileiro foi moldado por dois sistemas jurídicos principais: o
romano-germânico (francês) e o *common law* (anglo-saxão), cada um contribuindo com
características distintas:

Sistema Romano-Germânico (Francês):

➔​ Autoexecutoriedade: Permite à Administração executar diretamente seus atos sem


necessidade de ordem judicial, conferindo agilidade.
➔​ Responsabilidade Objetiva: O Estado responde pelos danos causados por seus agentes,
independentemente de culpa, conforme o Caso Blanco.
➔​ Verticalidade das Relações: A Administração detém supremacia sobre os administrados,
com privilégios como autotutela e ação de ofício.
➔​ Separação de Funções: Baseada na tripartição de poderes, com jurisdição administrativa
especializada.

Sistema Common Law:

➔​ Unidade de Jurisdição: Todos os litígios, inclusive os envolvendo a Administração, são


julgados pela justiça comum, sem jurisdição administrativa especializada.
➔​ Horizontalidade: A Administração submete-se às mesmas normas dos particulares, sem
privilégios como autoexecutoriedade.
➔​ Responsabilidade Subjetiva: Historicamente, o Estado não era responsabilizado (*The
King can do no wrong*), mas a partir de 1947 (Crown Proceedings Act), passou a
responder como particular.
➔​ Servidores: Nomeação e exoneração discricionárias, com vínculo empregatício,
diferentemente do regime estatutário francês.
➔​ Influência no Brasil: O Brasil adotou a autoexecutoriedade, a responsabilidade objetiva e
a verticalidade do sistema francês, mas incorporou a unidade de jurisdição do *common
law*. Até 1988, coexistiram regimes estatutário e celetista para servidores, refletindo
influências híbridas.

4.​ Conceito e Objeto do Direito Administrativo

O Direito Administrativo é definido como o conjunto de princípios e normas que regulam a


organização e o funcionamento da Administração Pública, visando a realização direta e imediata
dos fins do Estado, equilibrando interesses públicos e privados.

-​ Hely Lopes Meirelles: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos,
os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente
os fins desejados pelo Estado.”
-​ José dos Santos Carvalho Filho: Conjunto de normas e princípios que, visando o
interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre
as coletividades a quem devem servir.
-​ Celso Antônio Bandeira de Mello: Ramo do Direito Público que estuda princípios e
regras reguladores da função administrativa para alcançar os objetivos estatais.

●​ Objeto:
➢​ Subjetivo: Pessoas públicas ou privadas que exercem função administrativa (agentes,
órgãos, entidades).
➢​ Objetivo: Função administrativa, definida por exclusão (tudo que não é legislar ou julgar),
incluindo poder de polícia, serviços públicos, fomento e regulação.

●​ Características:
➢​ Autonomia com regras próprias, distinta do Direito Privado.
➢​ Regime jurídico predominantemente público, com normas cogentes.
➢​ Finalidade de satisfazer diretamente os interesses coletivos.
5.​ Fontes do Direito Administrativo

As fontes do Direito Administrativo são os meios pelos quais suas normas se manifestam,
divididas em:

●​ Fontes Diretas
➢​ Primárias: A lei, principal fonte, incluindo a Constituição, leis ordinárias, complementares,
decretos e regulamentos.
➢​ Secundárias: Jurisprudência, doutrina e princípios gerais do Direito.

●​ Fontes Indiretas: Costumes, que influenciam a interpretação das normas.

●​ Fontes Supranacionais: Tratados e convenções, como a Convenção Americana dos


Direitos Humanos.

●​ Interpretação:
➢​ Normas cogentes exigem interpretação restritiva para preservar a liberdade.
➢​ Uso da analogia é limitado, mas permitido para ampliar direitos.
➢​ Presunção de legitimidade dos atos administrativos e necessidade de discricionariedade
são considerados.

6.​ Autonomia do Direito Administrativo

A autonomia do Direito Administrativo decorre de seu corpo de regras e princípios próprios,


distintos do Direito Privado, conforme Rivero e García de Enterría. Ele é um direito estatutário,
aplicável às Administrações Públicas, com características derrogatórias:

-​ Privilégios: Autoexecutoriedade, imperatividade, iniciativa própria, autotutela, sistema


processual favorecido.
-​ Garantias: Procedimento administrativo, controle jurisdicional, indenização por prejuízos,
recursos administrativos.
-​ Núcleo Essencial (Odete Medauar): Inclui autoridade do Estado, personalidade
jurídica estatal, ato administrativo unilateral, interesse público, serviço público, poder de
polícia e contratos administrativos.
-​ Estado de Direito: Submissão da Administração à lei, com reconhecimento de direitos
subjetivos públicos.
7.​ Administração Pública

A Administração Pública é analisada em dois sentidos:

●​ Subjetivo (Orgânico): Conjunto de agentes, órgãos e entidades que exercem a função


administrativa (União, Estados, Municípios, autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, consórcios públicos).​

●​ Objetivo (Funcional): Atividade administrativa, abrangendo:


➢​ Poder de Polícia: Limitação de direitos privados em prol do interesse coletivo.
➢​ Serviços Públicos: Prestação direta de necessidades coletivas (ex.: saúde, educação).
➢​ Fomento: Estímulo ou desestímulo a atividades econômicas.
➢​ Regulação: Estabelecimento de normas para atividades econômicas.

●​ Características (Di Pietro):


➢​ Concreta, executando a vontade estatal contida na lei.
➢​ Finalidade direta de satisfazer os fins do Estado.
➢​ Regime jurídico predominantemente público, com normas de Direito Privado parcialmente
derrogadas.

7.1. Concentração x Desconcentração


-​ Concentração: Competências exercidas por um único órgão despersonalizado.
-​ Desconcentração: Distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica,
mantendo hierarquia. Pode ser territorial, material (temática) ou hierárquica (funcional).

7.2. Centralização x Descentralização


-​ Centralização: Execução direta pelo ente político.
-​ Descentralização: Transferência de competências para entidades autônomas com
personalidade jurídica (administração indireta).

7.3. Administração Direta x Indireta


-​ Direta: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com órgãos despersonalizados.
-​ Indireta: Entidades com personalidade jurídica, como autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos.
8.​ Órgãos Públicos

Órgãos públicos são centros de competências criados por lei, sem personalidade jurídica,
integrando a estrutura do Estado. Suas principais características e classificações são:

●​ Teoria do Órgão Público (Otto von Gierke):

-​ Imputação Volitiva: O agente atua em nome do Estado, titular da competência.


-​ Consequências:
➢​ Indenizações são contra a entidade, não o agente (RE 327.904/STF).
➢​ Estado não responde por danos fora da função.
➢​ Prerrogativas aplicam-se apenas no exercício da função.

●​ Classificação:

-​ Posição: Independentes (Presidência), autônomos (Ministérios), superiores (sem


autonomia financeira), subalternos (executórios).
-​ Estrutura: Simples (unitários) ou compostos (com subórgãos).
-​ Atuação Funcional: Singulares (decisão individual) ou colegiados (decisão coletiva).
-​ Atividade: Ativos (execução), consultivos (assessoria), de controle, subordinados,
políticos.

●​ Órgãos Anômalos: Ex.: regiões metropolitanas (Lei 13.089/2015).

●​ Órgãos de Natureza Especial: Tribunais de Contas, Ministério Público, Defensoria


Pública, com autonomia e capacidade processual, mas sem personalidade jurídica.

9.​ Entidades da Administração Indireta

As entidades da administração indireta possuem personalidade jurídica e desempenham funções


descentralizadas. São criadas ou autorizadas por lei específica (art. 37, XIX, CF):

9.1. Autarquias
➔​ Conceito: Pessoas jurídicas de Direito Público, criadas por lei específica para executar
serviços públicos típicos (ex.: INSS, IBAMA). Possuem autonomia administrativa,
financeira e patrimonial.
➔​ Características:
-​ Regime estatutário para pessoal (exceto terceirização, Lei 9.507/2018).
-​ Responsabilidade objetiva (art. 37, §6º, CF).
-​ Imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, CF).
-​ Afastamento do regime falimentar.
➔​ Espécies:
-​ Administrativas: Prestam serviços clássicos (ex.: INSS).
-​ Especiais: Prerrogativas diferenciadas (ex.: Bacen, SUDAM).
-​ Corporativas: Conselhos profissionais (ex.: CREA, exceto OAB).
-​ Fundacionais: Procon, Funai, Funasa.
-​ Regulatórias: Alto grau de especialização, poder normativo, dirigentes com mandato fixo
(ex.: ANEEL, ANATEL).
-​ Associativas: Consórcios públicos (art. 241, CF; Lei 11.107/2005).
-​ Territoriais: Art. 33, CF.
➔​ Princípio da Especialidade: Atuam em serviço específico, sem fins lucrativos.

9.2. Fundações
●​ Conceito: Patrimônio público dotado de personalidade jurídica para realizar atividades de
interesse público.
●​ Fundações Públicas:
-​ Direito Público, criadas por lei, integram a administração indireta.
-​ Extintas por lei, prestam contas ao Tribunal de Contas.
-​ Consideradas espécie de autarquia.
●​ Fundações Governamentais:
-​ Direito Privado, autorizadas por lei, não recebem prerrogativas estatais.
-​ Personalidade surge com registro em cartório, extintas por baixa.
-​ Prestam contas ao Ministério Público.

9.3. Empresas Estatais


●​ Empresas Públicas:
-​ Capital 100% público, forma societária flexível (ex.: Caixa Econômica Federal).
-​ Personalidade de Direito Privado, criadas por lei específica.
●​ Sociedades de Economia Mista:
-​ Capital misto (público e privado), forma de sociedade anônima (ex.: Banrisul).
-​ Controle acionário público, regidas pela Lei 6.404/1976.
●​ Características Comuns:
-​ Sujeição à Lei 13.303/2016 para licitações e contratos.
-​ Controle pelo Tribunal de Contas, Legislativo e Judiciário.
-​ Pessoal celetista, contratado por concurso público, sem estabilidade (art. 41, CF).
-​ Dispensa de empregados exige motivação escrita (RE 589.998/STF).
-​ Não sujeitas à falência (Lei 11.101/2005).
-​ Bens privados, mas os afetados a serviços públicos essenciais são impenhoráveis (ADPF
789/STF).
●​ Diferenças:
-​ Forma Jurídica: Sociedades de economia mista são S/A; empresas públicas têm
flexibilidade.
-​ Capital: Empresas públicas, 100% público; sociedades de economia mista, misto.
-​ Foro Processual: Empresas públicas federais, Justiça Federal; sociedades de economia
mista, Justiça Estadual.

●​ Regime Jurídico:
-​ Atividades Econômicas: Predominantemente Direito Privado, sem responsabilidade
objetiva.
-​ Serviços Públicos: Predominantemente Direito Público, com responsabilidade objetiva (art.
37, §6º, CF).
-​ Imunidade tributária recíproca para serviços públicos não concorrenciais, sem fins
lucrativos (RE 1.320.054/STF).

9.4. Consórcios Públicos


●​ Conceito: Pessoas jurídicas formadas por entes federados para cooperação (Lei
11.107/2005).
●​ Natureza: Direito Público (autarquias interfederativas) ou Direito Privado (associações
civis).
●​ Criação: Protocolo de intenções ratificado por lei.
●​ Gestão Associada: Planejamento, regulação ou fiscalização de serviços públicos, com
contrato de programa.
●​ Características:
-​ Sujeição a licitações, contratos e normas de Direito Público.
-​ Pessoal celetista, sem estabilidade.
-​ Fiscalização pelo Tribunal de Contas.

9.5. Agências Executivas


-​ Autarquias ou fundações qualificadas por plano estratégico e contrato de gestão (art. 37,
§8º, CF).

9.6. Entes de Cooperação


-​ Direito Privado, autorizados por lei, prestam serviços estatais sem concurso ou licitação
(ex.: Sesc, Senac).
*Terceiro Setor: OSCIPs, organizações de utilidade pública, parcerias voluntárias.
10.​ Servidores Públicos

Servidores públicos são agentes que exercem funções estatais sob vínculo de subordinação,
divididos em:

●​ Agentes Públicos
-​ Políticos: Eleitos ou nomeados para cargos de alta direção (ex.: ministros, prefeitos).
-​ Honoríficos: Títulos honorários (ex.: embaixador da Copa).
-​ Colaboradores: Terceiro setor, com convênios.
-​ Administrativos: Servidores stricto sensu, celetistas, temporários.

●​ Servidores Públicos
-​ Estatutários: Ocupam cargos públicos por concurso ou nomeação, com estabilidade após
estágio probatório (art. 41, CF).
-​ Celetistas: Contratados por concurso, regidos pela CLT, sem estabilidade.
-​ Temporários: Contratação simplificada para urgência, sem estabilidade.

●​ Cargos Públicos
-​ Menor centro de competências, criados por lei.
-​ Provimento: Originário (sem vínculo anterior) ou derivado (decorrente de cargo anterior).
-​ Classificação: Efetivos (permanentes), políticos (eleição), vitalícios (estabilidade após 2
anos), temporários.

●​ Acesso
-​ Concurso público, com edital regulador.
-​ Cláusula de barreira define pontos de corte.
-​ Nomeação é discricionária, mas aprovados dentro das vagas têm direito à posse (STF).

●​ Remuneração
-​ Básico + vantagens (por cargo, tempo, atividades).
-​ Sujeita a tetos constitucionais para empresas estatais que recebem recursos públicos (art.
37, §9º, CF).

●​ Aposentadoria
-​ Incapacidade Permanente: Extingue o vínculo.
-​ Compulsória: Aos 75 anos, por média de contribuição.
-​ Geral: 62 anos (mulheres), 65 anos (homens), com 20 anos de contribuição mínima (60%
+ 2% por ano adicional).
-​ Especial: Professores e atividades insalubres, com tempo reduzido.
11. Princípios da Administração Pública

Os princípios orientam a atuação da Administração, conforme art. 37, CF:

-​ Legalidade: Só faz o que a lei permite.


-​ Legitimidade: Presunção de conformidade dos atos com a lei.
-​ Supremacia do Interesse Público: Prioridade do coletivo sobre o particular.
-​ Indisponibilidade do Interesse Público: Limites legais na gestão de bens públicos.
-​ Autoexecutoriedade: Execução direta de atos administrativos.
-​ Autotutela: Capacidade de anular ou revogar atos próprios.
-​ Processualidade: Garantia de devido processo aos administrados.

12. Transformações do Direito Administrativo

O Direito Administrativo evolui com influências contemporâneas:

-​ Constitucionalização: Normas constitucionais (arts. 37–41, 40, 182, 184) reduzem a


discricionariedade e ampliam o controle judicial.
-​ Democratização: Direito à informação (art. 5º, XXXIII), participação popular (art. 198, III) e
controle social.
-​ Consensualidade: Atuação via contratos (ex.: parcerias público-privadas, Lei
11.079/2004).
-​ Agências Reguladoras: Autarquias especiais com poder normativo, sujeitas a controle de
razoabilidade.
-​ Subsidiariedade: Prioridade da iniciativa privada, com o Estado como regulador.
-​ Reforma Administrativa: Contratos de gestão ampliam autonomia e controle por
resultados.

Conclusão

O Direito Administrativo é um pilar do Estado de Direito, regulando a Administração Pública com


base em princípios que equilibram eficiência estatal e proteção cidadã. Sua evolução reflete a
transição de regimes absolutistas para democráticos, com influências do sistema
romano-germânico e do common law. No Brasil, consolidou-se com a Constituição de 1934 e
avança com a constitucionalização, democratização e consensualidade.

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