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O documento analisa as diferenças e semelhanças entre os capitais comerciais genovês, inglês e português, destacando suas características de exploração e declínio. Também discute o imperialismo como uma fase monopolista do capitalismo, a globalização como um mito que perpetua desigualdades, o neoliberalismo como uma reação ao welfare state e a nova economia do projetamento na China como uma alternativa ao capitalismo tradicional. A análise enfatiza a interconexão entre esses fenômenos e suas implicações sociais e econômicas.
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O documento analisa as diferenças e semelhanças entre os capitais comerciais genovês, inglês e português, destacando suas características de exploração e declínio. Também discute o imperialismo como uma fase monopolista do capitalismo, a globalização como um mito que perpetua desigualdades, o neoliberalismo como uma reação ao welfare state e a nova economia do projetamento na China como uma alternativa ao capitalismo tradicional. A análise enfatiza a interconexão entre esses fenômenos e suas implicações sociais e econômicas.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
Campus Universitário — Trindade
CEP 88.040-900 — Florianópolis — Santa Catarina
FONE (48) 3721-9286 — FAX: (48) 3721-9751

Discentes: Gustavo Miguel Reis, 23103607


Disciplina: Organização do Espaço Mundial
Docente: Profª. Dr. Carlos José Espíndola

1) Explique as diferenças e semelhanças entre o capital comercial genovês,


inglês e o português.

O capital comercial genovês, inglês e português compartilhavam características


fundamentais, como a forte influência de rotas marítimas para sua expansão econômica.
Gênova destacava-se no controle da centro-ásia, Portugal dominava as rotas atlânticas e do
Índico, enquanto a Inglaterra, posteriormente, expandiu-se globalmente. Além disso, os três
desenvolveram instituições bancárias ou hereditárias associadas ao Estado, ainda que com
caráter privado: a Casa de San Giorgio, em Gênova, administrava finanças públicas e
financiou a dívida; a Coroa Portuguesa financiou as Grandes Navegações; e a Companhia das
Índias Orientais inglesa monopolizou o comércio asiático. Outra semelhança crucial foi a
exploração de outras regiões do mundo para acumulação primitiva de capital, seja por meio de
colonização direta (Portugal e Inglaterra) ou de domínio econômico(Gênova).
Porém, suas diferenças eram marcantes. Gênova, como cidade-estado, possuía um
território limitado e passou por um processo de refeudalização, enquanto Portugal e Inglaterra
eram reinos unificados com maior capacidade expansionista. A forma de exploração também
variava: Gênova mantinha colônias comerciais e militares estratégicas; Portugal focava na
extração de recursos; e a Inglaterra combinava colonização de povoamento (como nas Treze
Colônias) com exploração industrial. O modelo de lucro também divergia: Gênova enriquecia
com o sistema financeiro (letras de câmbio); Portugal dependia da renda extrativista; e a
Inglaterra industrializava matérias-primas para revenda global. Por fim, enquanto Gênova e
Portugal entraram em declínio (um pela falta de base produtiva, outro pela dependência do
extrativismo, guiado pela teoria das vantagens comparativas), a Inglaterra consolidou-se como
potência industrial e comercial.
2) Explique o imperialismo fase superior do capitalismo

O imperialismo, conforme definido por Lênin (1917), representa a etapa monopolista


do capitalismo, consolidada entre o fim do século XIX e início do XX. Nessa fase, a “livre
concorrência” entre empresas deu lugar ao domínio de grandes monopólios e cartéis, que
passaram a controlar setores inteiros da economia e se expandirem em combinações setoriais.
Lênin destacou que não se tratava mais de uma competição entre empresas pequenas e
grandes, mas de um sistema em que os monopólios suprimiram qualquer resistência, impondo
seu controle sobre a produção e o mercado. Esse processo foi acompanhado pela fusão do
capital industrial com o financeiro, gerando uma elite econômica que não apenas dominava a
produção interna, mas também expandia seu poder para as colônias e periferias.
A internacionalização do capital tornou-se uma marca do imperialismo, com as
potências europeias e os EUA dividindo o mundo em zonas de influência, onde extraíam
recursos e mão de obra barata. Essa exploração não se limitava à espoliação de
matérias-primas ou da mercadoria diretamente, mas incluía a transferência de capitais das
colônias para os centros imperialistas e a presença de empresas internacionais no processo de
exploração interno, como exemplo o setor minerador brasileiro antes de 1930.
Consequentemente,a espoliação foi um fator dinâmico após a internacionalização,
nações centrais que emergiram ao ritmo capitalista posteriormente viram-se excluída da
espoliação imperialista, e os povos oprimidos paulatinamente tentaram desgarrar-se dos
tentáculos do império, gerando conflitos entre as próprias potências (como a Primeira Guerra
Mundial) e resistências nas regiões dominadas, perpetuando um sistema de desigualdade que
ainda reverbera na economia global.

3) Explique a globalização e por que ela é um mito.

A globalização, termo popularizado nos anos 1990, é frequentemente apresentada


como um fenômeno inevitável de integração econômica, tecnológica e cultural, no qual a
humanidade supera suas barreiras nacionais e a aldeia global torna-se um estágio iminente.
No entanto, essa narrativa esconde continuidades históricas e relações de poder assimétricas,
bem como as relações de subordinação e de dominação. Na prática, a chamada "globalização"
nada mais é do que uma nova fase do imperialismo, em que as antigas potências imperiais
mantém seu domínio por meio do controle financeiro, de corporações transnacionais e de
instituições como o FMI e a OMC em quanto se transvestem pelo véu da união e liberdade.
Assim como afirmava Ignácio Rangel:
“A nação é, sem dúvida, uma categoria histórica, uma estrutura que nasce e morre, depois de
cumprida sua missão. Não tenho dúvida de que todos os povos da Terra caminham para uma
comunidade única, para ‘Um Mundo Só’. Isto virá por si mesmo, à medida que os problemas
que não comportem solução dentro dos marcos nacionais se tornem predominantes e sejam
resolvidos os graves problemas suscetíveis de solução dentro dos marcos nacionais. Mas não
antes disso. O ‘Mundo Só’ não pode ser um conglomerado heterogêneo de povos ricos e de
povos miseráveis, cultos e ignorantes, hígidos e doentes, fortes e fracos”
Assim, a ideia de uma economia global sem fronteiras e “um mundo só” que acaba
ocultando a desigualdade entre os povos, serve atualmente como justificativa para políticas
neoliberais, que transferem riqueza para os países centrais enquanto impõem austeridade às
nações periféricas. Além disso, muitos dos processos atribuídos à globalização, como a
circulação de capitais e a exploração de mão de obra barata, já existiam desde o colonialismo.
A diferença está na intensificação desses mecanismos e na retórica que os apresenta como
naturais e incontroláveis.

4) Explique o neoliberalismo.

O neoliberalismo surgiu como reação ao keynesianismo primeiro e ao welfare state


posteriormente, a partir da organização da sociedade de mont pelerin, mas ganhando força a
partir dos anos 1980. Seus princípios foram formalizados no Consenso de Washington (1989),
que defendia a mínima intervenção estatal na economia, promovendo privatizações,
austeridade fiscal, desregulamentação financeira e abertura comercial.
Propagado como modelo de eficiência e liberdade, enquanto destruía as ferramentas
de bem estar social, privatizava as ferramentas de desenvolvimento nacional e aprofundava as
desigualdades, o neoliberalismo contava ao mundo os horrores do caminho da servidão, à voz
de hayek e de toda escola austríaca. Ao reduzir direitos trabalhistas e permitir que corporações
transnacionais dominassem mercados locais, concentrou renda nas mãos de uma elite
globalizada. Enquanto países ricos se beneficiavam do livre fluxo de capitais(sob o subsídio
estatal de suas nações de origem, certamente), nações pobres ficavam vulneráveis a crises
financeiras e dependentes de investimentos externos. Assim, o neoliberalismo, não apenas
como uma doutrina econômica, mas como uma política econômica, com um projeto de poder
que reforça a dominação do capital financeiro sobre o Estado e a sociedade, enxugaram os
Estados e suas capacidades.

5) Explique o que é a nova economia do projetamento na China.

A Nova Economia do Projetamento na China representa uma nova formação


econômica e social, ou socioespacial, baseada em um modelo socioeconômico único, que
advém de uma fase transicional, combinando os modos de produção capitalista e socialista.
Inspirado nas ideias de Ignácio Rangel de Economia do Projetamento, a análise de
JABBOUR; DANTAS; ESPÍNDOLA, (2020) afirma que esse sistema prioriza o investimento
coordenado em setores estratégicos, guiado pelo projetamento estatal com inovação
tecnológica, superando os gargalos de produção. Diferente do capitalismo tradicional, em que
o mercado dita a produção, o Estado chinês assume um papel central, direcionando recursos
para áreas que impulsionam o desenvolvimento nacional.
Uma das inovações desse modelo é a ênfase no consumo interno como motor do
crescimento, reduzindo a dependência de exportações. Além disso, a China não se limita a
copiar tecnologias estrangeiras, mas investe massivamente em pesquisa e desenvolvimento,
buscando autonomia em setores críticos. Esse projeto responde tanto à crise do capitalismo
global quanto às limitações do socialismo tradicional, propondo uma alternativa que mescla
eficiência econômica com soberania tecnológica.

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