Direito Processual Penal 1
Direito Processual Penal 1
Autor:
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos, Renan
Araujo
11 de Janeiro de 2025
Índice
1) Inquérito Policial
..............................................................................................................................................................................................3
INQUÉRITO POLICIAL
Natureza e características
Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inquérito Policial, para, a partir daí, estudarmos
os demais pontos. Podemos defini-lo como:
Assim, por Polícia Judiciária podemos entender a Polícia responsável por apurar fatos criminosos
e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, houve o crime e quem o praticou
(materialidade e autoria). A Polícia Judiciária é representada, no Brasil, pela Polícia Civil e pela
Polícia Federal.
A Polícia Militar, por sua vez, não tem precípua função investigatória, mas apenas função
administrativa (Polícia administrativa), de caráter ostensivo, ou seja, sua função é agir na
prevenção de crimes, não na sua apuração!
Nos termos do art. 4° do CPP:
Porém, é bom ressaltar: embora o IP seja instaurado e conduzido pela Polícia Judiciária (Polícia
Civil, Polícia Federal, etc.), isso não significa que tais polícias façam parte do Poder Judiciário ou
que o IP seja um processo judicial. Não! O IP tem natureza de procedimento administrativo, e
não de processo judicial, como veremos adiante.
O inquérito policial possui algumas características, atreladas à sua natureza. São elas:
a) Administrativo
O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui nítido
caráter administrativo. O Inquérito Policial não é fase do processo! Cuidado! O IP é
pré-processual!
1
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 – Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. – 28. ed.
ver. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2006.
(...)
b) Inquisitorialidade
2
Para entendermos, devemos fazer a distinção entre sistema acusatório e sistema inquisitivo.
O sistema acusatório é aquele no qual há dialética, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte rebate as
teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatório é multilateral.
Já o sistema inquisitivo é unilateral. Não há acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No sistema
inquisitivo não há acusação propriamente dita.
3
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso não significa que o indiciado não possua direitos, como o de ser
acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora não possua o Direito Constitucional ao
Contraditório e à ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas algumas diligências. Entretanto, a
realização destas não é obrigatória pela autoridade policial.
c) Oficiosidade
d) Oficialidade
4
Entretanto, CUIDADO:
O STJ possui decisões concedendo Habeas Corpus para determinar à autoridade policial que atenda a
determinados pedidos de diligências;
O exame de corpo de delito não pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas
partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
O IP é conduzido por um órgão oficial do Estado, qual seja, a Polícia Judiciária, através da
autoridade policial.
Ainda que estejamos diante de um crime de ação penal de iniciativa privada (ex.: crime de dano
simples, praticado contra um particular), a atividade de investigação criminal realizada por meio
do inquérito policial incumbirá ao Estado, por meio da Polícia Judiciária. Ou seja, mesmo nos
crimes em que se confere à vítima a titularidade do direito de ajuizar a ação penal, o inquérito
policial será instaurado, conduzido e presidido por órgão oficial do Estado.
Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que
forem orais (como depoimento de testemunhas, interrogatório do indiciado, etc.):
Essa regra encerra outra característica do IP, citada por alguns autores, que é a da formalidade.
f) Indisponibilidade
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Assim, quem instaura, conduz e preside o IP não possui poderes para DISPOR do inquérito, ou
seja, para mandar arquivar os autos do IP. JAMAIS.
Frise-se que, atualmente, o CPP estabelece o arquivamento direto pelo MP, embora o STF
entenda pela necessidade de submissão da manifestação de arquivamento ao Juiz competente.
Seja como for, o arquivamento do IP não é conferido à autoridade policial, ainda que haja
evidente hipótese de arquivamento (ex.: atipicidade, extinção da punibilidade, etc.).
g) Dispensabilidade
O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, é perfeitamente possível que a ação penal seja
ajuizada sem que tenha havido inquérito policial anteriormente. Dado seu caráter informativo
(busca reunir informações), caso o titular da ação penal já possua todos os elementos necessários
ao oferecimento da ação penal, o Inquérito será dispensável. Um dos artigos que fundamenta
isto é o art. 39, § 5° do CPP5.
EXEMPLO: Ministério Público instaura um inquérito CIVIL para apurar suposta prática de ato de
improbidade administrativa. Todavia, no curso das investigações do inquérito CIVIL, o MP
concluir ter havido, também, prática de crime. Entendendo que os elementos ali obtidos são
suficientes, o MP pode, perfeitamente, oferecer denúncia com base em tais elementos,
dispensando a instauração do inquérito policial.
h) Discricionariedade
A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera, sem
necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido6. Essa discricionariedade não se confunde
com arbitrariedade, não podendo o Delegado (que é quem preside o IP) determinar diligências
meramente com a finalidade de perseguir o investigado, ou para prejudicá-lo.
Exatamente pela discricionariedade conferida à autoridade policial na condução da atividade
investigatória, o art. 14 do CPP estabelece que o delegado de polícia poderá indeferir os
requerimentos de diligências formulados pelo ofendido (ou seu representante legal), bem como
pelo indiciado.
A finalidade da diligência deve ser sempre o interesse público, materializado no objetivo do
Inquérito, que é reunir elementos de autoria e materialidade do delito. Ademais, a
discricionariedade não está relacionada à instauração (ou não) do IP. Quanto à instauração,
havendo elementos para tanto, o IP deve ser instaurado. A discricionariedade se refere à
condução das investigações.
i) Sigilo
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Como se vê, apesar de não haver possibilidade de arguição de suspeição da autoridade policial, esta tem o dever de
se declarar suspeita quando ocorrer motivo legal que gere suspeição.
7
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
Todavia, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus
advogados), motivo Pelo qual foi editada a súmula vinculante 14:
Súmula vinculante 14
Assim, a autoridade policial não pode negar ao defensor do investigado o acesso aos elementos
de convicção que já constem nos autos do inquérito policial.
Todavia, o defensor não terá acesso às diligências investigatórias ainda pendentes (não iniciadas
ou ainda em curso), cuja ciência pela defesa possa gerar prejuízo à investigação (ex.:
interceptação telefônica do investigado, ainda em curso).
Caso tenha sido decretado segredo de Justiça (grau de sigilo ainda maior) em relação ao
inquérito como um todo ou a algumas peças específicas (ex.: quebra de sigilo bancário, fiscal,
etc.), o advogado do investigado precisará apresentar procuração para ter acesso a tais
elementos.
A própria súmula vinculante 14 já menciona que tal acesso deve se dar “no interesse do
representado”. Ora, de início, só há representação quando há mandato, e a procuração é o
instrumento de mandato, o que confere poderes ao advogado para agir em nome de alguém, no
caso, em nome do investigado.
(...)
A partir daí, firmou-se o entendimento de que o acesso aos autos do inquérito policial pelo
advogado, a princípio, independe de procuração. Todavia, nas hipóteses em que seja decretado
o sigilo do inquérito policial (sigilo de grau superior ao inerente a qualquer inquérito policial,
popularmente conhecido como “segredo de justiça”), passa a ser exigida a procuração para que
o advogado tenha acesso aos autos do inquérito policial, até pelo que dispõe o art. 7º, XIV do
EOAB:
Art. 7º (...) § 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar
procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído
pela Lei nº 13.245, de 2016)
As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser instaurado variam de acordo com a natureza
da Ação Penal para a qual ele pretende angariar informações. A ação penal pode ser pública
incondicionada, condicionada ou ação penal privada.
Tomando a autoridade policial conhecimento da prática de fato definido como crime cuja ação
penal seja pública incondicionada, poderá proceder (sem que haja necessidade de requerimento
de quem quer que seja) à instauração do IP, mediante Portaria.
Mas, e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. Como deve proceder o Delegado, já que
a Constituição permite a manifestação do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da “delatio criminis” inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada
“disque-denúncia”, muito utilizada nos dias de hoje. A solução encontrada pela Doutrina e pela
B. Requisição do MP
O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do MP. Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado, não havendo juízo de
discricionariedade por parte do delegado de polícia quanto à conveniência, ou não, da
instauração do IP nesse caso, de forma que não pode o delegado recusar cumprir a requisição,
pois requisitar é sinônimo de “exigir com base na Lei”. Contudo, o Delegado pode se recusar9 a
instaurar o IP quando a requisição:
Com relação à instauração do IP por requisição do Juiz (prevista no art. 5º, II do CPP), a Doutrina
já há muito tempo criticava tal possibilidade, entendendo ser afronta ao princípio da inércia e, em
8
(...) Admite-se a denúncia anônima como instrumento de deflagração de diligências, pela autoridade policial, para
apurar a veracidade das informações nela veiculadas, conforme jurisprudências do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS
28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA,
julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012)
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede a
deflagração da persecução penal pela chamada ‘denúncia anônima’, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min.
Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010 – Informativo 755 do STF).
A denúncia anônima só pode ensejar a instauração do IP, excepcionalmente, quando se constituir como o próprio
corpo de delito (ex.: carta na qual há materialização do crime de ameaça, etc.).
9
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112
10
Neste último caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instauração solicitando que sejam
fornecidos os elementos mínimos para a instauração do IP.
última análise, ao sistema acusatório. Hoje, com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19,
cremos que esta possibilidade se torna absolutamente inviável, tendo havido a revogação tácita
de tal previsão.
Isso porque o novo art. 3º-A estabelece que o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas
a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação.
Ora, se é absolutamente vedada a iniciativa do Juiz na fase de investigação, isto obviamente
deve se estender à própria instauração da investigação. Se ao Juiz é vedado agir de ofício
DURANTE a investigação, com muito mais razão deve ser vedado ao Juiz agir de ofício ANTES
de instaurada a investigação. Não faz sentido proibir o Juiz de, por exemplo, determinar uma
diligência ex officio, mas permitir que o Juiz tome a iniciativa de requisitar a instauração de
inquérito policial.
Porém, em provas cuja literalidade do CPP seja o único conhecimento exigido para a resposta da
questão, recomenda-se entender como “correta” a assertiva/alternativa que mencione que o IP
pode ser instaurado por requisição da autoridade judiciária.
Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição. Por isso, a Doutrina entende que
nessa hipótese o Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a
análise dos fatos, entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e,
portanto, deixar de instaurar o IP.
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos.
Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° do CPP:
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o Chefe de Polícia. Vejamos:
Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se de hipótese clássica de fato
que enseja a instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e,
portanto, estaríamos diante de uma instauração ex officio.
A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da
representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado.
Nestes crimes, o IP pode se iniciar:
Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido
autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à
responsabilização do autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necessária nesse tipo
de crime, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP:
Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao Delegado e ao
membro do MP. Caso não seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo Juiz ou Promotor e
àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP:
Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data
em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP:
Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal.
Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa
18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. Inclusive,
o verbete sumular n° 594 do STF se coaduna com este entendimento.
E se o autor do fato for o próprio representante legal? Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP11,
por analogia, nomeando-se curador especial para que exerça o direito de representação.
B. Requisição do MP
Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser instaurado mediante
requisição do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
Ou seja, nada impede que a vítima ofereça representação perante o Ministério Público
(possibilidade prevista expressamente no art. 39 do CPP) e este, de posse da representação,
envie ao Delegado de Polícia requisição de instauração do Inquérito Policial.
Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b do CP) e nos crimes contra a honra cometidos contra o
11
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por
curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo
penal.
Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 141, I do CP), por
exemplo.
Trata-se de requisição não dirigida ao Delegado, mas ao membro do MP! Entretanto, apesar do
nome “requisição”, se o membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento da
ação penal, não estará obrigado a promovê-la. Logo, essa requisição não vincula o MP,
funcionando como uma “autorização” para o início da persecução penal e futuro eventual
ajuizamento da denúncia.
Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo
decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
Art. 5º (...) § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o requerimento para a
instauração do IP, nos termos do art. 31 do CPP:
O requerimento de instauração do inquérito policial deve atender aos requisitos previstos no art.
5°, § 1° do CPP, sempre que possível:
Art. 5º (...)
Como a vítima deve exercer o direito de queixa no prazo decadencial de 06 meses, a contar da
ciência da autoria delitiva (art. 38 do CPP), eventual requerimento de instauração do inquérito
deve ser formulado dentro deste prazo. Isso porque após o decurso do prazo de 06 meses, a
contar da ciência da autoria delitiva, caso não tenha havido o oferecimento da queixa-crime em
desfavor do infrator, haverá a extinção da punibilidade, ou seja, o infrator não poderá mais ser
punido pelo crime cometido, de maneira que eventual requerimento de instauração do inquérito
policial formulado após a decadência do direito de queixa deverá ser indeferido pelo delegado
de polícia, em razão da extinção da punibilidade do fato.
Também segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública condicionada, devendo o
ofendido manifestar seu interesse na instauração do IP dentro do prazo de 24h contados a partir
da prisão, findo o qual, sem que haja manifestação da vítima nesse sentido, ser o autor do fato
liberado.
Logo, dependerá de requerimento da vítima, de seu representante legal ou, em caso de morte
ou declaração judicial de ausência, dos seus sucessores (cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão).
4. Fluxograma
ATENÇÃO! Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de
função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para
instaurar o IP (posição do STF, aplicável aos casos de foro por prerrogativa de função no STF).
Qual Tribunal? O Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente
praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos
crimes comuns praticados por deputados federais). Este é o entendimento adotado pelo STF.
Vejamos:
Como se vê, o STF estende esse entendimento também para a instauração de investigações
penais originárias que envolvam autoridades com prerrogativa de foro nos Tribunais de segundo
grau.
Todavia, é importante ressaltar que há decisões do STJ em sentido contrário, motivo pelo qual
deve-se ter atenção ao comando da questão na hora da prova. Vejamos:
No mesmo sentido:
Assim, a princípio, é necessária autorização do Tribunal competente para que seja instaurado
inquérito policial para apurar fato praticado por autoridade que goza de foro por prerrogativa de
função. Todavia, especificamente quanto às autoridades que gozam de foro privilegiado perante
o STJ, o tema não se encontra devidamente pacificado.
Tramitação do IP
Já vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos estudar agora como se
desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).
Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas pela autoridade policial. Estas
diligências estão previstas no art. 6° do CPP:
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
Alguns cuidados devem ser tomados quando da realização destas diligências, como a
observância das regras processuais de apreensão de coisas, bem como as regras constitucionais
sobre inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5°,
LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogatório do investigado, as normas referentes ao
interrogatório judicial (arts. 185 a 196 do CPP), no que for cabível.
Percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução
simulada. Essa reprodução é vedada quando contrariar a moralidade ou a ordem pública (no caso
de um estupro, por exemplo). O investigado não está obrigado a participar desta diligência, pois
não é obrigado a produzir prova contra si.
Importante, ainda, destacar o interrogatório do imputado em sede policial. Primeiramente,
deve-se aplicar, no que couber, o disposto a respeito do interrogatório em sede judicial. Além
disso, entende-se que não é indispensável a presença de defesa técnica no interrogatório em
sede policial, sendo suficiente que a autoridade policial assegure ao imputado o direito de se
fazer representar por advogado ou defensor público.
Ademais, o indiciado, em seu interrogatório em sede policial, tem direito ao silêncio, exatamente
como ocorre no interrogatório judicial. O direito ao silêncio engloba, ainda, o direito de ser
informado (antes do interrogatório) de que possui o direito ao silêncio, ou seja, conhecido como
“direito de advertência”. Caso o delegado de polícia proceda ao interrogatório em sede policial
sem informar ao indiciado seu direito ao silêncio isso irá configurar hipótese de nulidade relativa
do ato (tese nº 13 da edição 69 da Jurisprudência em teses do STJ).
Caso haja confissão por parte do imputado, deve o respectivo termo de confissão ser assinado
por duas testemunhas que tenham ouvido a leitura do termo.
Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados
ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos12. São eles:
➔ Tráfico de pessoas
12
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade
de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
13
Embora seja necessária a prévia autorização judicial, caso o Juiz não se manifeste em até 12h, a autoridade (MP ou
autoridade policial) poderá requisitar diretamente, sem a autorização judicial. Nesse caso, deverá comunicar tal fato
ao Juiz, imediatamente.
(meios técnicos) que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como
sinais, informações e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:
➔ Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período
não superior a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores
será necessária ordem judicial
Nesses crimes (relacionados ao tráfico de pessoas) o IP deverá ser instaurado em até 72h, a
contar do registro de ocorrência policial (informação da ocorrência do crime à autoridade, o
chamado “B.O.”).
De forma esquematizada:
14
ADI 5.642/DF, relator Ministro Edson Fachin, julgamento finalizado em 18.04.2024
Como se vê, o delegado não está obrigado a realizar as diligências requeridas (solicitadas) pela
vítima ou pelo indiciado, exatamente pela discricionariedade que possui quanto à condução da
atividade investigatória. Todavia, é importante destacar que o delegado, ao indeferir os
requerimentos formulados, deverá fazê-lo de forma fundamentada, ou seja, explicando os
motivos pelos quais entende que a diligência requerida é desnecessária ou incabível.
Contudo, com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório quando estivermos diante
de crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro, etc.), não podendo o Delegado deixar de
determinar esta diligência. Nos termos dos arts. 158 e 184 do CPP:
(...)
A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) introduziu o art. 14-A e seus §§ ao CPP,
estabelecendo algumas regras quando se tratar de inquérito policial (ou outro procedimento
investigatório criminal) instaurado para apurar conduta em tese praticada por agente de
segurança pública no exercício da função:
Como se vê, o regramento trazido se aplica apenas quando se tratar de inquérito para apurar
possível infração penal relativa ao uso da força letal por determinados agentes públicos no
exercício da função. São eles:
Nos termos do §6º do referido art. 14-A, tais disposições se aplicam também aos militares das
Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), desde que os fatos investigados digam
respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Mas, professor, quais são os regramentos especiais em casos tais? Basicamente, como vimos pela
leitura do dispositivo legal, quando se tratar de procedimento investigatório com estas
características:
Vale ressaltar que os §§3º, 4º e 5º, que estabelecem que a defesa de tais agentes públicos deve
ser realizada primordialmente pela Defensoria Pública, haviam sido vetados pelo Presidente da
República, por inconstitucionalidade, já que não cabe à DP (nos termos da CRFB/88) realizar tal
função (defesa de agentes públicos por ato funcional), cabendo à DP realizar a defesa jurídica dos
NECESSITADOS (e nem sempre um agente público se enquadrará em tal conceito).
Todavia, o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional em 19.04.2021, e esses três parágrafos
passaram a integrar o Código de Processo Penal15, de maneira que:
Art. 5º (...)
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
IV – passaporte;
15
incluídos pela Lei 13.964/19, mas com vigência somente a partir de 30.05.2021, por se tratar de uma das partes
que foi originalmente vetada, mas cujo veto foi derrubado pelo Congresso Nacional, de forma que o Presidente da
República realizou a promulgação somente em 30.04.2021, com vacatio legis de 30 dias.
Contudo, percebam que a CF/88 veda a identificação criminal do civilmente identificado “salvo
nas hipóteses previstas em lei”. Quais são estas exceções?
A Lei que regulamenta a matéria, atualmente, é a Lei 12.037/09. Vejamos o que diz seu art. 3º:
Assim, em qualquer destes casos, poderá ser realizada a identificação criminal. Contudo, ainda
que haja necessidade de se proceder a este tipo vexatório de identificação, não se pode
proceder de forma a deixar constrangida a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado)
tomar as precauções necessárias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado.
O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu interrogatório:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial.
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no que tange à alteração desta idade para
18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código
Civil em 2002.
Assim, atualmente este artigo está sem utilidade, pois não há possibilidade de termos um
indiciado que é civilmente menor (eis que a maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no
mesmo momento, aos 18 anos), diferentemente do que ocorria quando da edição do CPP, já que
naquela época a maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21
anos. Assim, era possível haver um indiciado que era penalmente maior, mas civilmente menor de
idade.
16
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
Durante muito tempo houve uma divergência feroz na Doutrina e na Jurisprudência acerca do
direito do advogado de acesso aos autos do IP, principalmente porque o acesso aos autos do IP,
em muitos casos, acabaria por retirar completamente a eficácia de alguma medida preventiva a
ser tomada pela autoridade.
Visando a sanar essa controvérsia, o STF editou a súmula vinculante n° 14, que possui a seguinte
redação:
Súmula vinculante nº 14
⇒ Sim, o IP é sigiloso
⇒ Não, o IP não é sigiloso em relação ao advogado do indiciado, que deve ter livre acesso
aos autos do IP, no que se refere aos elementos que já tenham sido juntados a ele.17
É óbvio, portanto, que se há um pedido de prisão temporária, por exemplo, esse mandado de
prisão, que será cumprido em breve, não deverá ser juntado aos autos, sob pena de o advogado
ter acesso a ele antes de efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da medida.
Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade (ou não) da presença do defensor
(Advogado ou Defensor Público) no Interrogatório Policial.
É pacífico que a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por
força do que dispõe o art. 185, §1° do CPP18.
Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se refere ao interrogatório em sede
policial. Vejamos o que diz o art. 6° do CPP:
17
Não às diligências que ainda estejam em curso.
18
Art. 185 (...)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido,
desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a
presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
Vejam que o inciso que trata do interrogatório em sede policial determina a aplicação das regras
do inquérito judicial, NO QUE FOR APLICÁVEL. A questão é: Exige-se, ou não, a presença do
advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser alertado sobre seu direito à
presença de advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a presença do advogado, o
interrogatório policial é válido. Assim, a regra é: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu
advogado presente no ato de seu interrogatório policial. Caso isso não ocorra (a POSSIBILIDADE
de ter o advogado presente), haverá nulidade neste interrogatório em sede policial.
Contudo, mais uma polêmica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou alguns dispositivos do Estatuto
da OAB, passou a prever, ainda, que é direito do defensor “assistir a seus clientes investigados
durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente”.
A incomunicabilidade consiste em deixar o preso sem contato algum com o mundo exterior, seja
com a família, seja com seu advogado.
A despeito de o art. 21 do CPP ainda estar formalmente em vigor, a Doutrina é PACÍFICA (há um
ou outro entendimento isolado em sentido contrário) ao entender que tal previsão NÃO foi
recepcionada pela CF/88, por duas razões:
⇒ A CF/88 prevê que é direito do preso o contato com a família e com seu advogado
⇒ A CF/88, em seu art. 136, §3º, IV, estabelece ser vedada a incomunicabilidade do preso
durante o estado de defesa. Ora, se nem mesmo durante o estado de defesa (situação na qual há
a flexibilização das garantias individuais) é possível decretar a incomunicabilidade do preso, com
muito mais razão isso não é possível em situação normal.
8. Indiciamento
Vejam, portanto, que a autoridade policial começa investigando algumas pessoas (suspeitas), mas
no decorrer das investigações vai descartando algumas, até indiciar uma ou alguma delas. É claro
que nem sempre isso vai acontecer, ou seja, é possível que só haja um suspeito e ele seja
indiciado, ou, é possível ainda que haja vários suspeitos e todos sem indiciados, etc.
O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial, sendo apenas um ato
mediante o qual a autoridade policial passa a direcionar as investigações sobre determinada ou
determinadas pessoas.
O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial19, nos termos do art. 2º, §6º da Lei
12.830/13:
Art. 2º (...)
Ainda que tal previsão legal não existisse, tal conclusão poderia ser extraída da própria lógica do
IP: ora, se é a autoridade policial quem instaura, preside e conduz o IP, naturalmente é a
autoridade policial quem tem atribuição para o ato de indiciamento.
19
Se a pessoa a ser indiciada possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial
dependerá do Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente praticado pela pessoa
detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados
federais) (STF – Inq. 2.411). Todavia, há decisões, no âmbito do STJ, em sentido contrário.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Caso o Delegado não consiga elucidar o fato no prazo previsto, deverá encaminhar os autos do
IP ao Juiz, solicitando prorrogação do prazo. Estando solto o indiciado, o Juiz pode deferir a
prorrogação do prazo, sucessivas vezes. Vejamos o art. 10, §3º do CPP:
Porém, é necessário destacar que, mesmo em caso de inidicado solto, a investigação não pode
se estender por um lapso temporal absurdamente longo, sob pena de configurar
constrangimento ilegal. Assim, apesar de ser admissível a prorrogação do prazo de conclusão do
inquérito policial por sucessivas vezes, a injustificada duração alongada da investigação criminal
pode, em determinados casos, configurar constrangimento ilegal.
Caso o indiciado esteja preso, o novo art. 3º-B, §2º do CPP estabelece que o prazo pode ser
prorrogado pelo Juiz uma vez, por até 15 dias. Vejamos:
Art. 3-B (...) § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o
que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
Dessa forma, não há que se falar em “relaxamento automático” da prisão preventiva pelo simples
fato de ter sido atingido o prazo máximo previsto no art. 3º-B, §2º do CPP, sendo possível ao Juiz
decidir, de maneira fundamentada, pela necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante
de elementos concretos e da complexidade da investigação, sem que isso implique revogação
automática da prisão preventiva. Trata-se de decisão fundada nos princípios da
proporcionalidade, da inafastabilidade da jurisdição e da razoabilidade. Vejamos:
“(...) (n) O relaxamento automático da prisão cautelar ao fim do prazo legal para a
conclusão das investigações, imposto pelo artigo 3º-B, § 2º, revela-se
absolutamente desproporcional e em dissonância com a inafastabilidade da
jurisdição. A jurisprudência desta Corte tradicionalmente submete ao princípio da
razoabilidade todos os dispositivos de lei que estabelecem prazos peremptórios
de duração de medidas cautelares processuais. (o) Com efeito, o primado da
realidade exige que se considerem razões concretas e imperiosas, fundadas na
complexidade do caso e na periculosidade dos envolvidos, a demandar a
prorrogação excepcional das investigações e a manutenção da custódia prisional,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária competente. (p) Nestes
termos, é necessária a interpretação conforme a Constituição, para atribuir
interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B, para assentar que: a) o juiz pode
decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas
prorrogações do inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade
da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a
revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581 (...)”
20
ADI 6298, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 24-08-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n
DIVULG 18-12-2023 PUBLIC 19-12-2023
Estes prazos (10 dias e 30 dias) são a regra prevista no CPP. Entretanto, existem exceções
previstas em outras leis21:
➔ Crimes da lei de Drogas – 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado
solto. Podem ser duplicados em ambos os casos.
➔ Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para indiciado preso quanto para
indiciado solto.
➔ Crimes militares (Inquérito Policial Militar) – 20 dias para indiciado preso e 40 dias
para indiciado solto (pode ser prorrogado por mais 20 dias).
21
Importante ressaltar que, caso se trate de crime hediondo ou equiparado, e tenha sido decretada a prisão
temporária, o IP deverá ser concluído no prazo máximo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, que é o prazo
máximo da prisão temporária em relação a tais delitos.
Outra parcela da Doutrina, que parece vem se tornando majoritária, entende que o destinatário
IMEDIATO seria o titular da ação penal, já que a ele se destina o IP (do ponto de vista de sua
finalidade). Para esta corrente o Juiz seria o destinatário MEDIATO, pois as provas colhidas no IP
seriam utilizadas, ao fim e ao cabo, para formar o convencimento do Juiz na futura ação penal
(ainda que o Juiz não possa fundamentar uma condenação apenas com base em elementos da
fase de investigação).
Vejam, portanto, que a despeito de ter mudado a sistemática, continua havendo um controle da
decisão de arquivamento. Cabe, agora, ao próprio membro do MP (após ordenar o arquivamento
e realizar as comunicações legais) encaminhar os autos do procedimento para a instância revisora
(um órgão superior do MP, geralmente chamado de “Câmara de Coordenação e Revisão”).
Vale frisar que a revisão do arquivamento pode se dar, ainda, por requerimento expresso da
vítima ou do seu representante legal (no prazo de 30 dias a contar do recebimento da
comunicação de arquivamento):
➢ Art. 28, caput, do CPP - Foi atribuída interpretação conforme à CRFB/88, para “assentar
que, ao se manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua
manifestação ao juiz competente e comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade
➢ Art. 28, § 1º do CPP - Foi atribuída interpretação conforme à CRFB/88, para “assentar que,
além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também
poderá submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso
verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento”.
Em resumo, o STF decidiu no sentido de que, apesar da expressa previsão legal no sentido da
desnecessidade de controle judicial do arquivamento do inquérito policial (ou qualquer outro
procedimento da mesma natureza), continua havendo necessidade de que o arquivamento seja
submetido à apreciação do Juiz competente, sem prejuízo da possibilidade de o órgão do MP
que se manifestou pelo arquivamento encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou para a
instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação. Além disso, o próprio
Juiz competente também poderá submeter o arquivamento à revisão da instância competente do
órgão ministerial, caso verifique que há evidente ilegalidade ou teratologia no ato do
arquivamento.
Ou seja:
Assim, de acordo com a interpretação dada pelo STF ao art. 28 do CPP, a revisão do
arquivamento pelo PGJ (ou instância revisora do MP, quando houver) não se dará em todos os
casos, somente quando o órgão do MP (que promoveu o arquivamento) enviar para
homologação ou quando a vítima, seu representante legal ou o Juiz competente submeterem a
matéria à revisão.
Em se tratando de crime de ação penal privada, depois de concluído o IP, os autos serão
remetidos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo decadencial (para oferecimento da
queixa), aguardando manifestação do ofendido. Essa é a previsão do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
A Doutrina criou a figura do arquivamento implícito. Embora não tenha previsão legal, o
arquivamento implícito, como o nome diz, é deduzido pelas circunstâncias. Ocorreria em duas
hipóteses:
Nesses casos, como o MP teria sido omisso em relação a determinados fatos ou a determinados
indiciados, parte da Doutrina sustenta ter havido um arquivamento implícito em relação a estes.
No entanto, o STF vem rechaçando a sua aplicação em decisões recentes, afirmando que não
existe “arquivamento implícito”: “(...) O sistema processual penal brasileiro não prevê a figura do
arquivamento implícito de inquérito policial. ” (HC - 104356, informativo 605 do STF).
Outros pontos merecem destaque:
A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÃO, pois o CPP admite que a
autoridade policial proceda a novas diligências investigatórias, se de OUTRAS PROVAS tiver
notícia.
Isso significa que, uma vez arquivado o IP por falta de base para a denúncia, teremos uma
espécie de “coisa julgada secundum eventum probationis”, ou seja, a decisão fará “coisa
julgada” em relação àquelas provas. Assim, não poderá o MP ajuizar a ação penal posteriormente
com base nos mesmos elementos de prova, nem se admite a reativação da investigação.
O STF, inclusive, possui um verbete de súmula nesse sentido:
Entretanto, apesar de o arquivamento do IP, a princípio, não fazer coisa julgada material, existem
EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o arquivamento do IP irá produzir “coisa julgada material”
(não será possível retomar as investigações). Vejamos:
22
STF - Inq 3114/PR
extinção da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP) mediante apresentação
de certidão de óbito falsa (o agente não estava morto) é possível reabrir as investigações.
Para fins de prova, acredito ser mais prudente, hoje, ficar com o entendimento do STF: só haveria
coisa julgada material (impedindo a retomada futura das investigações) nos casos de
arquivamento do IP com base na atipicidade da conduta ou no caso de extinção da punibilidade.
Apenas em caso de questão que peça especificamente o entendimento do STJ é que se deve
ampliar tais possibilidades.
O direito processual penal brasileiro adota, como regra, o sistema do livre convencimento
motivado ou persuasão racional no que tange à valoração da prova pelo Juiz. Ou seja, o Juiz é
livre para apreciar e valorar as provas produzidas no processo, conferindo a cada uma delas o
peso que entender que merecem, não estando obrigado a conferir maior peso a esta ou aquela
prova.
Assim, por exemplo, a confissão não é uma prova “superior” às demais. O Juiz pode, inclusive,
entender que a confissão não tem valor algum em determinado caso, podendo absolver o
acusado mesmo em caso de confissão, se entender que as demais provas dos autos apontam a
inocência do réu confesso.
Mas, o Juiz pode levar em conta os elementos de prova colhidos na fase de investigação para
fundamentar sua decisão?
Sim, o Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz
NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP. Nos
termos do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Vejam, portanto, que esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
➔ As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim,
as provas exclusivamente produzidas na fase de investigação (ex.: Inquérito Policial) não
podem, por si sós, fundamentar a decisão do Juiz, à exceção das provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas.
Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem
produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão
ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório
judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da
realização dessas diligências.
Poder de investigação do MP
Advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e
XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de
Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente
documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa
Instituição.
Assim, o MP pode investigar por meio de seus PICs (Procedimentos investigatórios criminais),
mas não pode instaurar, conduzir e presidir o IP.
Apenas para finalizar, é importante destacar que existem muitas críticas à interpretação de que o
MP poderia investigar. Elas se fundamentam, basicamente, na compreensão de que, além de não
haver previsão legal expressa, isso violaria o sistema acusatório, já que poderia manchar a
necessária imparcialidade do MP (o MP deve ser imparcial). O exercício de atividade
investigatória por aquele que irá futuramente ajuizar a ação penal (no caso, o MP) poderia fazer
com que o procedimento investigatório viesse a focar apenas nos indícios e provas relativos à
acusação, sem apurar circunstâncias relacionadas ao fato e que fossem benéficas ao investigado.
I - de ofício;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período
não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique
defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei 13.964/19)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade
policial.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 3° da Lei 12.037/09 - Regulamentação do art. 5º, VIII da CRFB/88, acerca das hipóteses de
admissibilidade da identificação criminal:
Súmula Vinculante 14: Garante ao defensor do indiciado, na defesa dos interesses deste, o
acesso aos elementos de prova já documentados nos autos do IP, e que digam respeito ao direito
de defesa:
Súmula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da ação penal quando tenha
havido arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas provas, em consonância com o
art. 18 do CPP.
(...)
➔ STJ - Instauração direta de inquérito policial pelo MP - Possibilidade de sanar o vício - Nos
termos do entendimento do STJ, o fato de o inquérito policial ter sido (incorretamente)
instaurado pelo membro do MP não impede que o delegado dê prosseguimento ao
procedimento:
“(...) O fato de o inquérito ter sido instaurado pelo Promotor de Justiça não
impede que o Delegado continue a dar prosseguimento a ele e seja a autoridade
coatora a respondê-lo.”
(AgRg no RHC n. 101.190/TO, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma,
julgado em 17/9/2019, DJe de 1/10/2019.)
Todavia, isso não significa que o MP possa requisitar diretamente tais dados e informações à
Receita Federal, eis que acobertados pelo sigilo fiscal. Dessa forma, em síntese, podemos
concluir que a Receita Federal pode encaminhar ao MP, de ofício, os dados coletados no âmbito
do procedimento administrativo fiscal, quando verifique indícios da prática de crime, mas isso
não autoriza que o MP requisite diretamente esses mesmos dados, sem autorização judicial.
Vejamos:
(...)
(...)
(RHC n. 83.447/SP, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado
em 9/2/2022, DJe de 15/3/2022.)
(...)
“(...) É constitucional norma que permite, mesmo sem autorização judicial, que
delegados de polícia e membros do Ministério Público requisitem de quaisquer
órgãos do Poder Público ou de empresas da iniciativa privada o repasse de
(...)
➔ STJ - Jurisprudência em teses - Edição nº 231 - O STJ publicou a edição 231 de sua
Jurisprudência em Teses, compilando teses relativas a julgamentos com perspectiva de gênero.
Uma delas se refere ao arquivamento do inquérito policial relativo a infração penal praticada no
contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher, hipótese na qual a decisão que
homologa o arquivamento do inquérito deve observar a devida diligência na investigação e os
aspectos básicos do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho
Nacional de Justiça, em especial quanto à valoração da palavra da vítima:
O Delegado de Polícia Civil, após cinco dias da confecção do registro da ocorrência, sem que
tenha sido praticado nenhum ato para a verificação da procedência das informações, despachou
nos autos do Inquérito Policial pelo indeferimento da instauração do Inquérito Policial e
determinou a suspensão do procedimento.
a) requerer a remessa dos autos ao Ministério Público para que se manifeste, uma vez que o
Delegado de Polícia não possui poderes para arquivar o procedimento.
b) requerer a remessa dos autos ao Juízo para que se manifeste, uma vez que o Delegado de
Polícia não possui poderes para arquivar o procedimento.
c) apresentar recurso para a Chefia de Polícia para que se manifeste sobre o indeferimento da
instauração do Inquérito Policial.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, o advogado deve apresentar recurso para a Chefia de Polícia para que se manifeste
sobre o indeferimento da instauração do Inquérito Policial, nos termos do art. 5º, §2º do CPP:
GABARITO: LETRA C
Guilherme, delegado de polícia, deflagrou inquérito policial para apurar um suposto delito de
roubo, persequível mediante ação penal pública incondicionada. Contudo, dois meses após o
início das investigações, não se logrou obter qualquer informação sobre a autoria delitiva.
Inexistindo elementos mínimos quanto à autoria, o inquérito policial foi arquivado, na forma
prevista na legislação processual. Seis meses após o arquivamento, surgem novos elementos
quanto à autoria do delito.
a) poderá ser desarquivado, mesmo que inexista notícia de outras provas ou prova nova,
enquanto não operada a prescrição;
COMENTÁRIOS
Nesse caso, o inquérito poderá ser desarquivado, desde que exista notícia de outras provas, nos
termos do art. 18 do CPP:
Frise-se que não se exige que haja, de fato, prova nova. Para a retomada das investigações basta
que haja NOTÍCIA da existência de prova nova, ainda que durante as investigações esta notícia
não se confirme, ou seja, não se encontre a suposta prova nova.
GABARITO: LETRA D
d) poderá oferecer de ofício acordo de não persecução penal ao indiciado, sem manifestação do
Ministério Público;
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal privada o inquérito somente poderá ser
instaurado se houver requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a queixa-crime, nos
termos do art. 5º, §5º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o Juiz não poderá oferecer proposta de suspensão condicional do
processo ao indiciado. Caso não haja proposta por parte do MP, e discordando o Juiz da
ausência de proposta, deverá aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP.
c) CORRETA: Item correto, pois o Juiz poderá decretar a prisão temporária do indiciado mediante
representação da autoridade policial, ouvido o Ministério Público, nos termos do art. 2º, §1º da
Lei 7.960/89.
d) ERRADA: Item errado, pois o Juiz não poderá oferecer proposta de acordo de não persecução
penal ao indiciado, sem manifestação do Ministério Público. Caso não haja proposta por parte do
MP, e discordando o Juiz da ausência de proposta, deverá aplicar, por analogia, o art. 28 do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois a incomunicabilidade, prevista no art. 21 do CPP, não foi
recepcionada pela CF/88.
GABARITO: LETRA C
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, a despeito de a investigação criminal ser uma fase eminentemente inquisitorial,
sem respeito ao contraditório pleno e à ampla defesa, não há que se falar em sigilo absoluto, já
que é direito do defensor, no interesse do seu cliente, ter acesso amplo aos elementos de prova
já documentados nos autos do inquérito policial ou outro procedimento semelhante, nos termos
da súmula vinculante 14. Inclusive, cabe ao Juiz que supervisiona a investigação criminal garantir
tal acesso, quando houver negativa injustificada. Vejamos:
Frise-se que tal direito não se estende às diligências futuras ou que ainda estão em curso, e cujo
sigilo em relação à defesa seja necessário.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o inquérito policial é dispensável ao ajuizamento da ação penal, de forma que o
titular da ação penal poderá ajuizar a ação mesmo que não tenha havido inquérito policial prévio,
desde que já disponha dos elementos de convicção necessários. Inclusive, o art. 39, §5º do CPP
expressamente trata disso:
Ademais, a investigação criminal não é exclusiva da polícia judiciária, podendo também ser
realizada por outros órgãos, como o próprio MP.
GABARITO: ERRADA
A denúncia anônima, por si só, não pode autorizar a abertura de inquérito policial ou a tomada
de medidas cautelares invasivas.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois é entendimento pacífico do STF que a denúncia anônima, por si só, não pode
autorizar a abertura de inquérito policial ou a tomada de medidas cautelares invasivas, devendo a
autoridade policial, ao receber notícia anônima, adotar diligências preliminares para apurar a
veracidade das informações.
GABARITO: CORRETA
O órgão do Ministério Público nunca poderá dispensar o inquérito policial, ainda que tenham
sido, com a representação, oferecidos elementos que eventualmente o habilitasse a promover a
ação penal.
COMENTÁRIOS
GABARITO: ERRADA
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal para o
início da ação penal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois isso ocorrerá nos crimes de ação penal privada, nos termos do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
GABARITO: ERRADA
09. (FGV/2022/PCAM)
No curso de inquérito que apurava a prática de crime de tráfico de pessoas, previsto no Art.
149-A do Código Penal, a autoridade policial entendeu imprescindível às investigações o acesso
a informações cadastrais dos suspeitos, passíveis de obtenção junto a empresas privadas.
Com base na situação narrada, aponte a afirmativa correta acerca da investigação do crime em
questão.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
GABARITO: Letra A
10. (FGV/2022/PCAM)
Everton responde, preso preventivamente, a inquérito policial conduzido pela Polícia Civil, que
investiga a prática do crime de tráfico de drogas, previsto no Art. 33, caput, da Lei 11.343/06.
Quanto ao prazo de duração, é correto dizer que o inquérito em questão
A) deve ser concluído em 90 dias, podendo este prazo ser duplicado pelo juiz, mediante pedido
justificado da autoridade policial, ouvido o Ministério Público.
B) deve ser concluído em 10 dias, não podendo este prazo ser prorrogado.
C) deve ser concluído em 30 dias, podendo este prazo ser duplicado pelo juiz, mediante pedido
justificado da autoridade policial, ouvido o Ministério Público.
D) deve ser concluído em 90 dias, não podendo este prazo ser duplicado.
E) deve ser concluído em 30 dias, não podendo este prazo ser duplicado.
COMENTÁRIOS
Por se tratar de inquérito que apura o crime de tráfico de drogas, previsto no Art. 33, caput, da
Lei 11.343/06, o prazo para a conclusão será aquele previsto no art. 51 da Lei:
Assim, o IP deve ser concluído em 30 dias, podendo este prazo ser duplicado pelo juiz, mediante
pedido justificado da autoridade policial, ouvido o Ministério Público.
GABARITO: Letra C
11. (FGV/2022/PCAM)
Michael responde, preso preventivamente, a inquérito policial conduzido pela Polícia Civil, que
investiga a prática do crime de extorsão simples, previsto no Art. 158 do Código Penal.
Quanto ao prazo de duração, é correto dizer que o inquérito em questão deve ser concluído no
prazo de
A) 15 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão.
B) 30 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão, podendo ser prorrogado
uma vez por igual período.
C) 90 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão.
D ) 10 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão.
E) 15 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão, podendo ser prorrogado
uma vez por igual período.
COMENTÁRIOS
Por se tratar de indiciado preso, e em se tratando de crime de competência da Justiça Comum
estadual, não havendo nenhuma hipótese excepcional, aplica-se a regra geral do art. 10 do CPP,
ou seja, o inquérito em questão deve ser concluído no prazo de 10 dias, contados do dia em que
foi executada a ordem de prisão.
GABARITO: Letra D
12. (FGV/2022/PCAM)
13. (FGV/2022/PCAM/DELEGADO)
Ao chegar a um ”local de fato”, ainda não sabendo que se trata de um local de crime, de acordo
com o Art. 6º do CPP, a primeira providência da Autoridade Policial deve ser a de
A) apreender objetos que tiverem relação com o fato, evitando a perda de objetos
potencialmente importantes.
B) ouvir o indiciado, a fim de decidir sobre a necessidade de sua detenção imediata.
C) prender o suspeito, a fim de evitar sua fuga.
D) preservar o local.
E) ouvir o ofendido, para que se defina a área a ser isolada.
COMENTÁRIOS
O enunciado da questão tem uma redação ruim, mas o gabarito claramente é letra D.
A primeira providência que a autoridade policial deve adotar ao chegar em local de crime é
preservar o local, nos termos do art. 6º, I do CPP:
GABARITO: Letra D
14. (FGV/2022/PCERJ/INVESTIGADOR)
O rol do Art. 6º do Código de Processo Penal (diligências que poderão ser realizadas pela
autoridade policial) não é taxativo, havendo outras diligências que poderão ser tomadas pela
autoridade policial, independentemente de autorização judicial, como:
A) reprodução simulada dos fatos;
B) produção antecipada de prova;
C) infiltração de agentes policiais;
D) afastamento do sigilo financeiro;
E) busca e apreensão.
COMENTÁRIOS
De fato, o rol de diligências que poderão ser realizadas pela autoridade policial (Art. 6º do CPP)
não é taxativo, de forma que a autoridade policial poderá proceder a outras diligências
necessárias à elucidação do fato. Algumas delas dependerão de autorização judicial, outras não.
Dentre aquelas que podem ser realizadas independentemente de autorização judicial está
reprodução simulada dos fatos, prevista no art. 7º do CPP:
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
GABARITO: Letra A
15. (FGV/2022/SEAD-AP)
Após receber informações sobre suposta prática de homicídio, a autoridade policial chegou no
local para realizar diligências. Ocorre que, após a liberação dos peritos criminais, a autoridade
policial esqueceu de apreender a arma de fogo deixada no local do crime.
Nesse aspecto, é correto afirmar que
B) agiu corretamente a autoridade policial, já que para apreender a arma de fogo, era
prescindível mandado judicial.
C) agiu incorretamente a autoridade policial, já que para apreender a arma de fogo dependeria
de autorização judicial.
D) caberia aos peritos criminais decidir sobre a apreensão da arma de fogo no local.
E) caberia à autoridade policial apreender os objetos que tivessem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais, e colher provas que servissem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias, dentre outras diligências.
COMENTÁRIOS
O delegado agiu incorretamente. Caberia à autoridade policial apreender os objetos que
tivessem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais, bem como colher provas que
servissem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias, dentre outras diligências, nos
termos do art. 6º do CPP:
GABARITO: Letra E
16. (FGV/2022/SEAD-AP)
Durante o inquérito policial, Bernardo, advogado de Júlia, indiciada pela suposta prática do
crime de roubo, foi impedido pelo delegado de polícia de ter acesso às provas já produzidas e
documentadas nos autos do inquérito.
C) agiu bem o delegado, visto que somente Júlia poderia ter acesso aos autos do inquérito,
inclusive aos elementos decorrentes de diligências em curso, ainda não documentadas.
D) cabe à autoridade policial decidir fundamentadamente se permitirá ao advogado o acesso a
todos elementos já documentados nos autos do inquérito. Portanto, agiu bem o delegado de
polícia.
E) agiu mal o delegado, visto que ao advogado é sempre permitido o acesso aos elementos já
documentados nos autos do inquérito e a todos os elementos decorrentes de diligências em
curso, ainda que não documentadas.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, agiu mal o delegado.
O advogado deve ter GARANTIDO o acesso aos elementos de prova já documentados nos
autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14 do STF:
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
17. (FGV/2022/SEAD-AP)
João, indiciado em inquérito policial pela suposta prática de crimes de estelionato e falsidade
ideológica, foi submetido a identificação criminal, embora civilmente identificado.
Nesse caso, é correto afirmar que
A) o indiciado sempre poderá se recusar à identificação criminal.
B) o indiciado somente poderá ser submetido a identificação civil.
COMENTÁRIOS
Apesar do que dispõe o art. 6º, VIII do CPP, a CF/88 estabelece que o civilmente identificado não
será submetido a identificação criminal, salvo no caso das exceções previstas em Lei.
Ou seja, poderá o civilmente identificado ser submetido à identificação criminal, quando houver
necessidade para a investigação ou dúvida quanto à identidade civil, nas hipóteses legalmente
previstas.
Atualmente, a lei 12.037/09 regulamenta a identificação criminal.
GABARITO: Letra C
18. (FGV/2022/SEAD-AP)
Túlio, promotor de justiça, ofereceu denúncia imputando a Fábio o crime de estelionato. Ocorre
que não foi realizada a apuração da autoria e do delito em inquérito policial.
Nesse aspecto, é correto afirmar que
A) Túlio não poderia ter oferecido denúncia sem inquérito policial anterior.
B)é possível o oferecimento da denúncia com base em peças de informação remetidas ao MP,
sendo inquérito policial anterior imprescindível.
C) é possível o oferecimento da denúncia com base em peças de informação remetidas ao MP,
sendo inquérito policial anterior prescindível.
D) a indispensabilidade é característica do inquérito policial.
E) o inquérito policial somente é dispensável para apurar a prática e a autoria de crimes de ação
penal privada.
COMENTÁRIOS
É perfeitamente possível o oferecimento da denúncia com base em peças de informação
remetidas ao MP, sendo inquérito policial anterior prescindível. Ou seja, o MP pode entender que
já possui os elementos necessários para oferecer denúncia e assim proceder, mesmo que não
tenha havido inquérito policial anteriormente, nos termos do art. 39, §5º c/c art. 46, §1º do CPP.
O inquérito policial, portanto, é dispensável ao oferecimento da denúncia.
GABARITO: Letra C
19. (FGV/2022/SEAD-AP)
Ao sair do trabalho e a caminho de casa, Paulo deparou-se com um cadáver, que parecia ter sido
baleado. De pronto, entrou em contato com a autoridade policial e informou o ocorrido.
Nesse caso, estamos diante de
D) Delatio criminis.
Nesse caso temos hipótese de Delatio criminis simples, ou seja, hipótese em que qualquer
pessoa do povo, tendo conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública,
comunica o fato à autoridade policial, nos termos do art. 5º, §3º do CPP.
GABARITO: Letra D
20. (FGV/2022/SEAD-AP)
Fábio, delegado de polícia, determinou, de ofício, a instauração de inquérito policial para apurar
a suspeita de roubo à residência de uma celebridade conhecida nas redes sociais. Ocorre que o
dono da residência, que é pai da celebridade, ficou tenso ao ver nas redes sociais a notícia sobre
o fato e resolveu requerer o arquivamento do inquérito para abafar o caso, evitando escândalos.
Nesse caso, é correto afirmar que
A) o inquérito policial não pode ser instaurado de ofício pelo delegado de polícia.
B) o inquérito policial deve sempre ser instaurado pelo delegado de polícia.
C) o delegado de polícia, tomando conhecimento da prática de uma infração penal de ação
penal pública condicionada à representação não deve instaurar o inquérito policial, ainda que
tenha a vítima representado.
D) o delegado de polícia, tomando conhecimento da prática de uma infração penal de ação
penal pública incondicionada deve instaurar, de ofício, o inquérito policial.
E) o inquérito deve ser arquivado, diante do requerimento do dono da residência.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, agiu bem o delegado, por se tratar de crime de ação penal pública incondicionada.
O delegado de polícia, tomando conhecimento da prática de uma infração penal de ação penal
pública incondicionada deve instaurar, de ofício, o inquérito policial, nos termos do art. 5º, I do
CPP:
I - de ofício;
GABARITO: Letra D
21. (FGV/2022/SEAD-AP)
Arnaldo, indiciado pelo crime de roubo em procedimento conduzido pela polícia judiciária,
confessou o crime em sede policial. Em juízo, embora nenhuma prova para a condenação tenha
sido produzida pelo Ministério Público, o juiz resolveu condenar Arnaldo, com base estritamente
na confissão produzida no inquérito.
Nesse caso, é correto afirmar que
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº
11.690, de 2008)
GABARITO: Letra E
22. (FGV/2022/TRT-13)
B) o inquérito é sigiloso e, por isso, ninguém tem acesso aos respectivos autos.
C) somente Júlio pode ter acesso aos autos do inquérito, inclusive aos elementos decorrentes de
diligências em curso ainda não documentadas.
D) o Delegado de Polícia é obrigado a permitir ao advogado o acesso a todos elementos já
documentados nos autos do inquérito. No entanto, o delegado pode deixar de exibir diligência
em curso ainda não documentada.
O advogado deve ter GARANTIDO o acesso aos elementos de prova já documentados nos
autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14 do STF:
Súmula Vinculante nº 14
Quanto à investigação preliminar realizada sob a forma de inquérito policial, é correto afirmar
que:
A) ainda que no curso da investigação policial se realizem atos concretos de perturbação da
liberdade jurídica do indivíduo, não há submissão a controle jurisdicional;
B) gravidade e complexidade do fato investigado não são fatores que legitimam, por si sós, a
duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento ilegal;
C) a reforma do Código de Processo Penal pela Lei nº 12.403/2011 passou a prever, em
hipóteses urgentes ou com risco de ineficiência da medida, que o juiz da causa poderá
estabelecer cautelas, independentemente da oitiva antecipada do interessado, no curso da
investigação;
D) não há nulidade na juntada posterior de provas colhidas durante o inquérito, desde que a
defesa seja intimada para se manifestar sobre elas antes da sentença;
E) a jurisprudência dos Tribunais Superiores entende que é necessária a presença de advogado
durante o interrogatório policial do réu.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois na investigação há submissão a controle jurisdicional, eis que há
sempre um Juízo que supervisiona a investigação, autorizando diligências que dependem de
decisão judicial (ex.: busca domiciliar para fins de apreensão), decretando prisão cautelar, etc.
B) ERRADA: Item errado, pois a gravidade e complexidade do fato investigado são fatores que
podem legitimar a duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento
ilegal:
C) ERRADA: Item errado, pois, a despeito da necessidade de oitiva da parte contrária em caso de
requerimento de medida cautelar, ressalvadas as hipóteses de urgência ou perigo de ineficácia
da medida (art. 282, §3º do CPP), tal previsão não se aplica na fase investigatória, eis que não há
propriamente “partes” nesse momento da persecução penal:
E) ERRADA: Item errado, pois a jurisprudência dos Tribunais Superiores entende que a presença
de advogado durante o interrogatório policial do réu não é obrigatória, devendo, contudo, ser o
interrogando informado do seu direito de estar acompanhado por advogado:
GABARITO: Letra D
O inquérito policial é dispensável, razão pela qual pode ser exercido o direito de ação sem que
tenha havido anterior instauração do inquérito.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois uma das características do inquérito policial é a dispensabilidade, ou seja, o
inquérito policial é dispensável ao ajuizamento da ação penal, de maneira que é perfeitamente
possível ao titular da ação penal oferecê-la ao Juízo mesmo que não tenha havido inquérito
policial prévio, caso o titular da ação já possua os elementos necessários para tanto (prova da
materialidade e indícios suficientes de autoria).
GABARITO: Correta
GABARITO: Correta
26. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão pela prática do crime de
homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de
maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar
o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:
27. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
28. (FGV/2021/PCRN/AGENTE)
último caso.
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Poder
Judiciário.
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível identificar o autor do fato
naquele momento.
D) I e III;
E) II e III.
COMENTÁRIOS
I. ERRADA: Item errado, pois o IP não pode ser instaurado de ofício nos crimes de ação penal
pública condicionada e de ação privada, nos termos do art. 5, §§4º e 5º do CPP.
II. ERRADA: Item errado, pois contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura,
cabe recurso ao chefe de polícia, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.
III. CORRETA: Item correto, pois pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível
identificar o autor do fato naquele momento, pois é no bojo do IP que a autoridade policial irá
buscar identificar o autor do fato.
GABARITO: Letra B
29. (FGV/2019/TJCE)
Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga a prática do crime de
concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com
as medidas que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu
advogado.
Com base nas informações expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que:
A) a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não
podendo, contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua vontade;
B) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do
inquérito, ainda que já documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento;
C) o indiciado e o eventual ofendido, diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, não
poderão requerer a realização de diligências durante a fase de investigações;
D) o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa,
não poderá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas;
Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas investigações autônomas
em que se apura a suposta prática de crimes de homicídio contra Joana e Maria. Após realizar
diversas diligências, não verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios
finais conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo homologação
judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a informação de que foi localizado um
gravador no local onde ocorreu a morte de Maria, que não havia sido apreendido, em que
encontrava-se registrada a voz do autor do delito. A autoridade policial, ademais, recebe a
informação de que a família de Joana obteve um novo documento que indicava as chamadas
telefônicas recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que constam 25 ligações do ex-namorado
de Joana em menos de uma hora.
Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, é correto afirmar que:
(A) não poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas
poderá ser desarquivado o que investigava a morte de Maria, tendo em vista que o documento
obtido pela família de Joana não existia quando do arquivamento;
(B) poderá haver desarquivamento dos inquéritos diretamente pela autoridade policial, mas não
poderá o Ministério Público oferecer imediatamente denúncia, ainda que haja justa causa, diante
dos arquivamentos anteriores;
(C) poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes de Joana e Maria,
pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do
arquivamento;
(D) poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas não do
de Maria, tendo em vista que apenas no primeiro caso houve prova nova;
(E) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que houve decisão de
arquivamento que fez coisa julgada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, poderá haver desarquivamento dos IPs que investigavam as mortes de Joana e
Maria, pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do
arquivamento, pois tal prova não foi apreciada quando do arquivamento, sendo considerada
prova nova, autorizando-se a retomada das investigações, na forma do art. 18 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
Fábio, Delegado de Polícia, toma conhecimento da suposta prática do crime de estupro contra
Maria, filha de seu melhor amigo, que contava com 21 anos na data dos fatos. Considerando a
gravidade do fato, a relação íntima que mantém com toda a família de Maria e a classificação do
delito de estupro como de ação penal pública condicionada à representação, decide, por conta
própria, instaurar inquérito policial para identificar a autoria delitiva. Maria, porém, quando
intimada para ser ouvida após iniciado o procedimento investigatório, manifesta desinteresse na
investigação dos fatos.
(A) a suspeição não poderá ser oposta à autoridade policial nos autos do inquérito, mas poderá
Fábio declarar-se suspeito;
(B) o arquivamento do inquérito policial deverá ser determinado imediata e diretamente por
Fábio, diante da manifestação da vítima;
(C) o inquérito policial, apesar de ser procedimento indispensável, somente poderia ter sido
iniciado a partir de representação da vítima;
(D) o inquérito não poderia ter sido instaurado, já que a investigação de crimes de ação penal
pública condicionada à representação somente pode ser realizada diretamente pelo ofendido,
ainda que com ajuda dos órgãos públicos;
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 107 do CPP:
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do
inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
b) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial nunca pode mandar arquivar os autos do IP,
conforme art. 17 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois o IP é um procedimento DISPENSÁVEL.
d) ERRADA: Item errado, pois é perfeitamente possível a instauração de IP para apurar crimes de
ação penal pública condicionada, embora seja necessária a representação da vítima, na forma do
art. 5º, §4º do CPP.
Frise-se que, atualmente, o crime de estupro é de ação penal pública incondicionada.
e) ERRADA: Item errado, pois é necessária a representação da vítima para a instauração do IP, na
forma do art. 5º, §4º do CPP.
Frise-se que, atualmente, o crime de estupro é de ação penal pública incondicionada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro, para apurar as condições da morte de Maria,
que foi encontrada já falecida em seu apartamento, onde residia sozinha, vítima de morte
violenta. As investigações se estenderam por cerca de três anos, sem que fosse identificada a
autoria delitiva, apesar de ouvidos os familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em razão
disso, o inquérito policial foi arquivado, nos termos da lei, por ausência de justa causa. Seis
meses após o arquivamento, superando a dor da perda da filha, a mãe de Maria resolve
comparecer ao seu apartamento para pegar as roupas da vítima para doação. Encontra, então,
escondida no armário uma câmera de filmagem e verifica que havia sido gravada uma briga entre
a filha e um amigo do seu namorado dois dias antes do crime, ocasião em que este afirmou que
sempre a amou e que se Maria não terminasse o namoro “sofreria as consequências”.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que a filmagem:
a) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, mas não poderá haver desarquivamento,
já que a decisão de arquivamento fez coisa julgada;
b) não é considerada prova nova ou notícia de prova nova, tendo em vista que já existia antes do
arquivamento, de modo que não cabe desarquivamento com esse fundamento;
d) considerada ou não prova nova ou notícia de prova nova, poderá gerar o desarquivamento
direto pela autoridade policial para prosseguimento das investigações;
e) não é considerada prova nova, logo impede o desarquivamento, mas não é óbice ao
oferecimento direto de denúncia.
COMENTÁRIOS
Neste caso, a filmagem é considerada prova nova, pois não constava no IP quando do
arquivamento, ou seja, não foi apreciada quando do arquivamento do IP, motivo pelo qual será
possível o desarquivamento do IP pela autoridade policial, na forma do art. 18 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
Maria, 30 anos, foi vítima da prática de um crime de estupro, crime este de ação penal pública
condicionada à representação. Apesar de não querer falar sobre os fatos ou contribuir para
eventuais investigações, a mãe de Maria comparece à Delegacia e narra os fatos. Diante da
situação apresentada e sobre o tema inquérito policial, é correto afirmar que:
b) ainda que conclua pela atipicidade dos fatos, uma vez instaurado formalmente o inquérito
policial, não poderá a autoridade policial mandar arquivar os autos;
d) o Código de Processo Penal proíbe a reprodução simulada dos fatos antes do oferecimento da
denúncia, ainda que com a concordância do indiciado;
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública condicionada à representação o
IP não poderá ser instaurado sem ela, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
Frise-se que, atualmente, o crime de estupro é de ação penal pública incondicionada.
b) CORRETA: Item correto, pois a autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do IP,
na forma do art. 17 do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois uma das características do IP é sua DISPENSABILIDADE, já que a
ação penal pode ser ajuizada mesmo que não tenha havido um IP previamente.
d) ERRADA: Item errado, pois a reprodução simulada dos fatos é perfeitamente admitida pelo
CPP, que determina em seu art. 7º que a autoridade policial poderá realizar a reprodução
simulada dos fatos, desde que isto não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP é formal (não informal) e escrito (não oral).
Jorge praticou crime de estupro em face de Júlia, jovem de 24 anos e herdeira do proprietário de
um grande estabelecimento comercial localizado em São Paulo. O crime, de acordo com o
Código Penal e com as suas circunstâncias, é de ação penal pública condicionada à
representação. Não houve prisão em flagrante, sendo os fatos descobertos por outras pessoas
diferentes da vítima apenas uma semana após a ocorrência. Até o momento, não foi decretada a
prisão preventiva de Jorge. Diante dessa situação, sobre o inquérito policial, é correto afirmar
que:
c) caso seja instaurado inquérito, concluindo pela ausência de justa causa, poderá a autoridade
policial determinar o arquivamento do procedimento diretamente;
d) estando o indiciado solto, o inquérito policial deverá ser concluído impreterivelmente no prazo
de 15 dias, prorrogáveis apenas uma vez por igual período;
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Em se tratando de ação penal pública condicionada à representação, e em não
tendo havido a prisão em flagrante do infrator, a instauração do IP dependerá, necessariamente,
de representação da vítima ou de seu representante legal, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
B) ERRADA: O advogado deve ter GARANTIDO o acesso aos elementos de prova já
documentados nos autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14 do STF:
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
C) ERRADA: A autoridade policial nunca poderá mandar arquivar auto de inquérito policial, nos
termos do art. 17 do CPP.
D) ERRADA: Estando o indiciado solto, o IP deverá terminar em 30 dias, nos termos do art. 10 do
CPP.
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que foram a
causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquérito policial e
foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos
da vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade
judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da
autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália
encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex namorado
de Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o
relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foi
encaminhada para a autoridade policial.
Nesse caso,
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do
inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada
prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela
autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
COMENTÁRIOS
Como o arquivamento se deu apenas em razão da ausência de justa causa para o oferecimento
da ação penal (ausência de elementos de prova suficientes), o IP pode ser reaberto, pois surgiu
prova NOVA, nos termos do entendimento doutrinário e jurisprudencial, bem como do que
dispõe o art. 18 do CPP:
O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja
principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la
contra o suposto autor da infração penal.
C) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos
informativos que nele constem, ainda que já documentados.
D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar
arquivar os autos do inquérito já instaurado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o titular da ação penal pode já dispor dos elementos necessários
para o ajuizamento da ação penal. O IP é, portanto, um procedimento dispensável.
B) ERRADA: Item errado, pois tal despacho é recorrível, cabendo recurso ao Chefe de Polícia, nos
termos do art. 5º, §2º do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois a despeito do caráter sigiloso do IP, é direito do defensor, no
interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa, nos termos do que dispõe a súmula vinculante nº 14
do STF.
D) CORRETA: De fato, a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta de Ronaldo, indiciado como autor do
c) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório, digam respeito ao exercício do direito de
defesa;
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A autoridade policial pode determinar a realização de perícias e exame de corpo de
delito. Nos crimes que deixam vestígios, inclusive, a autoridade policial deverá determinar a
realização de exame de corpo de delito e eventuais outras perícias, nos termos do art. 6º, VII do
CPP, não sendo necessário, em qualquer dos casos, autorização judicial.
B) ERRADA: O IP é um procedimento DISPENSÁVEL, motivo pelo qual é possível sua dispensa
caso o titular da ação penal já disponha dos elementos de prova necessários.
C) CORRETA: Esta é a exata previsão da súmula vinculante nº 14 do STF:
Súmula vinculante nº 14
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial,
nos termos do art. 17 do CPP.
E) ERRADA: Em tendo sido arquivado o IP por falta de provas (falta de base para a denúncia), é
possível seu desarquivamento, caso haja notícia do surgimento de prova NOVA, nos termos do
art. 18 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
Glória foi vítima de um crime de estupro praticado no interior de sua residência. Sendo a
natureza da ação pública condicionada à representação, compareceu, então, à Delegacia, narrou
o ocorrido e manifestou o interesse na apuração do fato, razão pela qual foi instaurado inquérito.
Considerando a hipótese narrada e as características do inquérito policial, é correto afirmar que:
c) uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor
do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado;
d) o inquérito policial é disponível, de modo que a autoridade policial poderá determinar seu
arquivamento diretamente;
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O IP é um procedimento DISPENSÁVEL, motivo pelo qual é possível sua dispensa
caso o titular da ação penal já disponha dos elementos de prova necessários (prova da
materialidade e indícios de autoria).
B) ERRADA: A oralidade não é uma das características do IP, que é um procedimento ESCRITO.
C) ERRADA: Item errado, pois é direito do defensor do indiciado ter acesso aos autos, em relação
àquilo que já está documentado (não em relação a diligências em curso, cuja publicidade possa
frustrar sua efetividade). Súmula vinculante nº 14 do STF:
Súmula vinculante nº 14
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de inquérito policial,
nos termos do art. 17 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública condicionada à representação
esta é indispensável também para a instauração do IP, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
ATENÇÃO!!!! Atualmente, o crime de estupro é de ação penal pública incondicionada. Na época
da questão, era crime de ação penal pública condicionada à representação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão pela qual foi
instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito. Após diversas diligências, não
foi possível identificar a autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do procedimento,
pela falta de justa causa, de acordo com as exigências legais. Ocorre que, em abril de 2015, a
filha de Marta localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia
enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014, afirmando para a
vítima “se você não me emprestar dinheiro novamente, arcará com as consequências”. Diante
disso, a filha de Marta apresentou o celular de sua mãe para a autoridade policial.
a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a mensagem de texto
não pode ser considerada prova nova, já que existia antes mesmo da instauração do inquérito
policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo em vista que a
mensagem de texto pode ser considerada prova nova;
e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois passados mais de
06 meses desde a decisão.
COMENTÁRIOS
Em tendo sido arquivado o IP por falta de provas (falta de base para a denúncia), é possível seu
desarquivamento, caso haja notícia do surgimento de prova NOVA, nos termos do art. 18 do CPP.
Assim, no presente caso, a decisão de arquivamento NÃO fez coisa julgada material, pois é
possível o desarquivamento dos autos do IP, a fim de que sejam retomadas as investigações, já
que há notícia de prova NOVA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
A) Escrito.
B) Inquisitório.
C) Indispensável.
D) Formal.
COMENTÁRIOS
O inquérito policial possui algumas características, dentre elas a característica da
DISPENSABILIDADE. O IP é dispensável, ou seja, não é obrigatório para o oferecimento da ação
penal. Dado seu caráter informativo (busca reunir informações), caso o titular da ação penal já
possua todos os elementos necessários ao oferecimento da ação penal, o Inquérito será
dispensável. Um dos artigos que fundamenta isto é o art. 39, § 5° do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
(C) é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado não poderá ter acesso a elemento de
prova algum, ainda que documentado no procedimento investigatório;
(D) dependerá de representação, caso a investigação trate de crime em que a ação penal seja
pública condicionada;
(E) é prescindível, logo é uma faculdade da autoridade policial instaurá-lo ou não, ainda que haja
requisição do Ministério Público.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O IP é um procedimento dispensável, pois se o titular da ação penal já dispõe dos
elementos necessários, sua instauração é desnecessária.
B) ERRADA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar
autos de IP.
C) ERRADA: Embora sigiloso, o STF já pacificou entendimento (por meio da Súmula Vinculante nº
14) no sentido de que o advogado do indiciado deve poder ter acesso aos elementos de prova já
documentados nos autos do IP.
D) CORRETA: A instauração do IP, aqui, dependerá de representação para ser instaurado, nos
termos do art. 5º, §4º do CPP.
E) ERRADA: Embora seja prescindível, em havendo requisição do MP, a autoridade policial
DEVERÁ instaurar o IP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
a) a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para propositura de ação penal,
logo uma das características do inquérito é sua indispensabilidade;
b) o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em momento algum
pelo advogado do indiciado;
e) o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já que, uma vez
instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O IP é dispensável, pois o titular da ação penal pode já dispor dos elementos
necessários para o ajuizamento da ação penal (provas da materialidade e indícios de autoria).
B) ERRADA: O advogado deve ter GARANTIDO o acesso aos elementos de prova já
documentados nos autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14 do STF:
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
a) O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela Autoridade Policial nos crimes
persequíveis por ação penal pública incondicionada.
b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá ser
iniciado sem ela.
c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas sim a
lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o
oferecimento de denúncia.
COMENTÁRIOS
Acerca das disposições contidas na Lei Processual sobre o Inquérito Policial, assinale a alternativa
correta.
a) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a requerimento
de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Nestes crimes, a instauração do IP depende de requerimento da vítima ou de quem
tenha qualidade para representá-la, nos termos do art. 5º, §5º do CPP.
B) ERRADA: Caberá recurso para o chefe de polícia, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 7º do CPP:
D) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
I. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial será iniciado de ofício ou mediante requisição
da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
II. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito de
ofício ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
III. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
Assinale:
COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Isto é o que consta no art. 5º, I e II do CPP.
II – ERRADA: A autoridade policial, neste caso, não pode instaurar o IP de ofício, dependerá do
requerimento da vítima ou de quem tenha qualidade para representá-la, nos termos do art. 5º,
§5º do CPP.
III – CORRETA: Item correto, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza do delito. Nos
casos de ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial pode se dar:
(A) de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(B) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(C) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério Público; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência;
(D) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
(E) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência.
COMENTÁRIOS
O IP, nos crimes de ação penal pública incondicionada, poderá ser instaurado de ofício, pela
autoridade POLICIAL, por requisição do MP, por requerimento do ofendido ou pela lavratura do
auto de prisão em flagrante (embora esta última seja uma modalidade de instauração ex officio).
Vejamos:
Aury Lopes Júnior leciona que “ o inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar
informações sobre algo, colher informações acerca de um fato, perquirir”. Já o Art. 4º, do CPP
destaca que será realizado pela Polícia Judiciária e terá por fim a apuração das infrações penais e
sua autoria.
a) Entendendo a autoridade policial que o fato apurado não configura crime, deverá realizar o
arquivamento do inquérito, evitando o prosseguimento de um constrangimento ilegal sobre o
indiciado.
d) Não deve a autoridade policial proibir o acesso do defensor do indiciado aos elementos de
prova já documentados no âmbito do procedimento investigatório e que digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: A autoridade policial JAMAIS poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do art.
17 do CPP.
B) CORRETA: O item está correto, pois se trata do princípio do nemo tenetur se detegere, ou
seja, ninguém é obrigado a produzir prova contra si.
C) CORRETA: Item correto, pois estas são, de fato, duas das características do IP.
D) CORRETA: Item correto, pois isto é o que consta na Súmula Vinculante nº 14 do STF.
E) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 5º, §2º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas
vítimas, se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
COMENTÁRIOS
O advogado do indiciado, conforme a súmula vinculante nº 14 do STF, deve ter acesso irrestrito
aos elementos de prova JÁ DOCUMENTADOS nos autos do IP. Vejamos:
Ora, assim podemos entender que a autoridade policial poderá negar acesso, ao advogado do
indiciado, aos elementos de prova que ainda NÃO tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
Chega notícia através da Ouvidoria do Ministério Público da prática de determinado crime e que
possivelmente haveria omissão da Delegacia de Polícia na apuração. Em razão disso, o Promotor
de Justiça instaura procedimento de investigação criminal no âmbito da própria Promotoria.
Sobre o poder investigatório do Ministério Público, de acordo com a atual jurisprudência dos
Tribunais Superiores, a conduta do promotor foi:
a) ilegal, pois o Ministério Público não tem poder para investigar diretamente e por meio próprio
a prática de qualquer crime;
b) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação direta, desde que haja omissão da
Polícia Civil, ainda que não exista inquérito policial instaurado anteriormente;
c) ilegal, pois o Ministério Público somente pode investigar diretamente se houver inquérito
policial instaurado previamente e confirmada a omissão da autoridade policial;
d) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação direta, respeitados os direitos
constitucionais do investigado, assim como eventual foro por prerrogativa de função;
COMENTÁRIOS
Neste caso, a conduta do Promotor de Justiça foi legal, pois tem o MP poder de investigação
direta (por meio de procedimentos próprios de investigação), conforme entendimento pacífico
do STF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
d) O inquérito, que é obrigatório, pode ser iniciado de ofício, por requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.
e) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depende de representação, não poderá ser
iniciado sem ela.
COMENTÁRIOS
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
a) Nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito
a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Já nos crime de ação penal pública,
condicionada à representação ou incondicionada, o inquérito policial poderá ser iniciado de
ofício.
b) De acordo com o Código de Processo Penal, o inquérito deverá ser finalizado no prazo de 10
dias, se o indiciado estiver solto, e no de 60 dias, quando estiver preso.
c) Se o caso for de difícil elucidação, terminado o prazo para finalização do inquérito, poderá a
autoridade policial reter os autos por decisão própria.
d) Uma vez arquivado o inquérito pela autoridade judiciária, em nenhuma hipótese poderá a
autoridade policial proceder a novas pesquisas.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois é necessária a representação da vítima para a instauração do IP nos
crimes de ação penal pública condicionada, na forma do art. 5º, §4º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o inquérito deverá ser finalizado no prazo de 10 dias, se o
indiciado estiver preso, e no de 30 dias, quando estiver solto, conforme art. 10 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois “quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto,
a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão
realizadas no prazo marcado pelo juiz”, conforme art. 10, §3º do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois uma vez arquivado o IP por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, desde que tenha notícia de prova nova,
conforme art. 18 do CPP.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 14 do CPP:
a) a autoridade policial poderá negar a vista dos autos ao advogado sempre que entender
pertinente, desde que o faça em decisão fundamentada.
b) o advogado somente poderá ter acesso aos autos do inquérito policial com autorização
judicial.
c) a autoridade policial poderá negar ao advogado o acesso aos elementos de prova que ainda
não tenham sido documentados no procedimento investigatório.
d) a autoridade policial poderá negar a vista dos autos ao advogado somente quando o suspeito
tiver sido indiciado formalmente.
COMENTÁRIOS
Conforme previsão da súmula vinculante 14, o advogado do indiciado tem direito de ter acesso
aos elementos de prova já documentados no IP, o que não pode ser negado pela autoridade
policial. Vejamos:
Súmula Vinculante nº 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
a) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas
circunstâncias, a individualização do indiciado, as razões de convicção sobre ser ele o autor do
fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência e,
necessariamente, a capitulação correta dos crimes sobre os quais versa.
b) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal de qualquer
natureza poderá comunicá-la à autoridade policial, e, esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
c) Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, a notitia criminis não poderá
ser encaminhada ao membro do Ministério Público, salvo nos casos em que a autoridade policial
indeferir a instauração de inquérito.
d) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas
circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de convicção sobre ser ele o autor do
fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
e) Quando versar sobre crime de ação penal privada e o lesado possuir todos os elementos
informativos necessários à elucidação do caso, a notitia criminis poderá ser ofertada diretamente
ao juízo competente.
COMENTÁRIOS
A notitia criminis (mais precisamente, delatio criminis) deverá conter, sempre que possível, a
narração do fato, com todas as suas circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de
convicção sobre ser ele o autor do fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua
profissão e residência, conforme art. 5º, §1º do CPP:
a) Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo Delegado de Polícia, o
Ministério Público não poderá determinar o retorno dos autos à delegacia de polícia.
c) Nos crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada, o indiciamento formal do
acusado é condição de procedibilidade para a instauração de processo criminal.
d) Nos crimes persequíveis por ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial.
e) Nos crimes hediondos persequíveis por ação penal pública incondicionada, o inquérito policial
será indispensável para o oferecimento de denúncia.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errrado, pois Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo
Delegado de Polícia, o Ministério Público não poderá determinar o retorno dos autos à delegacia
de polícia.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 5º, §2º do CPP:
c) ERRADA: Item errrado, pois nem mesmo o IP é necessário para o ajuizamento da ação penal,
motivo pelo qual, com muito mais razão, o indiciamento também é desnecessário.
d) ERRADA: Item errrado, pois é perfeitamente possível a instauração de IP nos crimes de ação
penal privada, conforme art. 5º, §5º do CPP.
e) ERRADA: Item errrado, pois o IP é DISPENSÁVEL para o oferecimento de denúncia, ainda que
se trate de crime hediondo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
b) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a
denúncia.
d) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou
outra.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Não há contraditório e ampla defesa no IP, embora a lei assegure alguns direitos ao
indiciado, como requerer diligências, etc.
B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar os autos do IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
C) ERRADA: O IP deve se encerrar em 10 dias se o réu estiver preso e 30 dias se estiver solto,
conforme prevê o art. 10 do CPP.
D) ERRADA: O art. 12 do CPP prevê que o IP deverá acompanhar a denúncia ou a queixa,
sempre que servir de fundamento para estas.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 14 do CPP:
Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível
ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente
narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia
enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet,
a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor
deverá
A) arquivar os autos.
B) oferecer denúncia.
D) requerer o arquivamento.
COMENTÁRIOS
Considerando o membro do MP que o crime já prescreveu, ou seja, está extinta a punibilidade,
deverá este promover o arquivamento do Inquérito Policial, nos termos do art. 28 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
GABARITO – LETRA D
Com relação ao prazo para a conclusão do inquérito policial instaurado para apurar a prática do
crime de tráfico de entorpecentes, de acordo com a Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006,
assinale a afirmativa correta.
a) Será de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, e de 30, na hipótese de o indiciado estar
solto.
c) Será de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando estiver solto, podendo o
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária,
triplicar tal prazo.
e) Será de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 60 dias, quando estiver solto, podendo o
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária,
duplicar tal prazo.
COMENTÁRIOS
O prazo para o encerramento do IP, neste caso, será de 30 dias, no caso de réu preso, e de 90
dias no caso de réu solto, nos termos do art. 51 da Lei de Drogas:
Art. 51 (...) Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Vemos, assim, que no caso de réu solto, o prazo máximo (já com a duplicação) é de 180 dias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
Maria tem seu veículo furtado e comparece à Delegacia de Polícia mais próxima para registrar a
ocorrência. O Delegado de Polícia instaura inquérito policial para apuração do fato. Esgotadas
todas as diligências que estavam a seu alcance, a Autoridade Policial não consegue identificar o
autor do fato ou recuperar a res furtiva.
a) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Ministério Público para que este promova
o arquivamento.
c) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Secretário de Segurança Pública para que
este promova o arquivamento.
d) Manter os autos do inquérito policial com a rotina suspenso, até que surja uma nova prova.
COMENTÁRIOS
Considerando tratar-se de crime de ação pública, deverá a autoridade policial RELATAR o IP e
encaminhá-lo ao MP, para que este, caso deseje, promova o arquivamento do IP. A autoridade
policial nunca poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
Brenda, empregada doméstica, foi presa em flagrante pela prática de um crime de furto
qualificado contra Joana, sua empregadora. O magistrado, após requerimento do Ministério
Público, converteu a prisão em flagrante em preventiva. Nessa hipótese, de acordo com o
Código de Processo Penal, o prazo para conclusão do inquérito policial será de:
COMENTÁRIOS
Estando preso o indiciado o prazo para conclusão do IP será de 10 dias, nos termos do art. 10 do
CPP:
60. (FGV/2014/TJRJ/AJEM)
Foi instaurado inquérito policial para investigar a prática de um crime de homicídio que teve
como vítima Ana. Apesar de Wagner, seu marido, ter sido indiciado, não foi reunida justa causa
suficiente para oferecimento da denúncia, razão pela qual foi o procedimento arquivado na forma
prevista em lei. Três meses após o arquivamento, a mãe de Ana descobriu que a filha havia lhe
deixado uma mensagem de voz no celular uma hora antes do crime, afirmando que temia por
sua integridade física, pois estava sozinha com seu marido em casa e prestes a contar que teria
uma relação extraconjugal. Diante desses fatos, de acordo com a jurisprudência majoritária dos
Tribunais Superiores, é correto afirmar que:
(A) nada poderá ser feito, tendo em vista que o arquivamento do inquérito policial fez coisa
julgada material;
(B) poderá ser oferecida denúncia, apesar de o inquérito não poder ser desarquivado em virtude
da coisa julgada material que fez seu arquivamento;
(D) nada poderá ser feito, pois a gravação de voz existia antes do arquivamento do inquérito,
logo não pode ser incluída no conceito de prova nova;
(E) poderá a autoridade policial realizar o desarquivamento a qualquer momento, assim como
pode por ato próprio determinar o arquivamento do inquérito.
COMENTÁRIOS
Inicialmente, deve-se deixar claro que a autoridade policial não pode arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
Nesse caso específico, o arquivamento não faz “coisa julgada material”, pois se refere apenas à
ausência de provas, de forma que poderá ser reaberto o IP se surgirem novas provas, como é o
caso. Vejamos o art. 18 do CPP.
61. (FCC/2022/DPE-AP/DEFENSOR)
A) ERRADA: Item errado, pois a decisão de arquivamento do IP por falta de base para a denúncia
não faz coisa julgada material, podendo ser retomada a investigação futuramente, desde que
haja notícia da existência de prova nova, nos termos do art. 18 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
B) ERRADA: Item errado, pois o Delegado não pode arquivar os autos do IP, nos termos do art.
17 do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois o inquérito policial é um procedimento dispensável, ou seja, o
titular da ação penal poderá ajuizá-la mesmo que não tenha havido inquérito policial
anteriormente, desde que já possua os elementos necessários para tanto.
D) CORRETA: Item correto, pois em caso de prisão em flagrante por crime cuja pena máxima não
ultrapasse 04 anos (como é o caso do furto simples) o próprio Delegado poderá arbitrar fiança,
nos termos do art. 322 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois não há qualquer previsão nesse sentido.
GABARITO: Letra D
62. (FCC/2022/MPE-PE/PROMOTOR)
63. (FCC/2019/TRF4)
Marcelo e Márcio praticaram um roubo contra uma pizzaria situada na cidade de Florianópolis no
início da madrugada, subtraindo todo o dinheiro arrecadado pelo estabelecimento naquele dia.
A polícia é acionada e o inquérito policial para apuração dos fatos é instaurado pela autoridade
policial. Pelas imagens das câmeras de segurança do estabelecimento foi possível a plena
identificação dos roubadores. Após representação da autoridade policial o Magistrado
competente decretou a prisão preventiva de Marcelo e Márcio. Os mandados de prisão foram
cumpridos três dias depois do crime. Neste caso, o inquérito policial deverá terminar no prazo de
(A) 30 dias, contados da data do crime.
(B) 5 dias, contados a partir do dia da execução da ordem de prisão preventiva.
(C) 10 dias, contados da data do crime.
(D) 10 dias, contados a partir do dia da execução da ordem de prisão preventiva.
GABARITO: Letra D
De acordo com o Código de Processo Penal, o inquérito policial em caso de indiciado solto,
deverá terminar no prazo de
A) 90 dias.
B) 120 dias.
C) 30 dias.
D) 45 dias.
E) 81 dias.
COMENTÁRIOS
Estando solto o indiciado, o CPP estabelece que o IP deverá se encerrar em até 30 dias, nos
termos do art. 10:
Frise-se que existem outros prazos previstos em leis especiais (crimes de competência da Justiça
Federal, Lei de drogas, etc.).
GABARITO: Letra C
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de uma bicicleta. Na
lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais responsáveis pela prisão e o indiciado. A
prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva em sede de audiência de custódia.
Concluídas as investigações e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao
Ministério Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva da vítima
proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado a compra do referido
objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
A) determinar o arquivamento do inquérito policial.
B) denunciar Roberto e solicitar o prazo de 30 dias para eventual aditamento da denúncia.
C) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60 dias, sob pena de
crime de desobediência, requerendo a manutenção da custódia cautelar de Roberto.
D) oferecer transação penal, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/95.
E) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada a oitiva da vítima e
a imediata soltura do indiciado.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, como ainda são necessárias algumas diligências imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia, deve o membro do MP requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que
seja realizada a oitiva da vítima:
Quanto à a imediata soltura do indiciado, esta deve ser requerida pelo MP ao Juiz, eis que a
questão diz que a diligência faltante é a “oitiva da vítima proprietária da bicicleta, eis que
Roberto disse ter com ela negociado a compra do referido objeto”. Ora, nesse caso, fica claro
que ainda não está comprovada a materialidade delitiva, pois há dúvidas sobre a existência do
crime de furto, já que o indiciado alega ter pagado pelo objeto e a vítima ainda não foi ouvida.
Não estando devidamente comprovada a materialidade delitiva, incabível a prisão preventiva,
pois esta exige prova da materialidade e indícios suficientes de autoria (art. 312 do CPP).
Questão difícil nessa segunda parte!
GABARITO: Letra E
A) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia quanto pelo
membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha sido este o órgão
responsável pela investigação.
C) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta com base nos
elementos por ele colhidos.
D) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de ação penal, ainda
que tenha por fundamento a existência de novas provas.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o IP é conduzido sempre pela autoridade policial, pelo delegado
de polícia. O MP tem poder de investigação, conforme decidido pelo STF, mas caso queira
presidir uma investigação, deverá fazê-lo por meios próprios (através dos chamados “PICs”,
Procedimentos investigatórios criminais, instaurados no âmbito do próprio MP).
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 12 do CPP:
c) ERRADA: Item errado, pois os vícios do IP não contaminam a eventual futura ação penal,
conforme entendimento pacífico da Doutrina.
d) ERRADA: Item errado, pois até será possível, neste caso, a retomada das investigações,
DESDE QUE haja notícia da existência de PROVA NOVA, nos termos do art. 18 do CPP. Há,
todavia, entendimento do STF no sentido de que o arquivamento com base em atipicidade do
fato ou em extinção da punibilidade faz coisa julgada material, impedindo a retomada futura das
investigações.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP é dispensável (não é obrigatório) ao ajuizamento da ação
penal.
GABARITO: Letra B
67. (FCC – 2018 – CLDF – PROCURADOR LEGISLATIVO) Sobre o inquérito policial, está de
acordo com a legislação processual penal vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o
que se afirma em:
A) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em crimes praticados por
particular contra a administração pública.
B) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados nos autos, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o IP é DISPENSÁVEL ao ajuizamento da denúncia, eis que o titular
da ação penal pode já possuir os elementos necessários para ajuizá-la.
b) CORRETA: Item correto, pois o STF editou a súmula vinculante 24, em neste sentido. Vejamos:
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes da Lei de Drogas, o prazo para a conclusão do IP será
de 30 dias, se preso o indiciado, e de 90 dias se o indiciado estiver solto.
d) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial NÃO PODERÁ MANDAR ARQUIVAR OS
AUTOS DO IP, na forma do art. 17 do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois exatamente em razão do princípio da divisibilidade da ação penal
pública, não se admite a tese de arquivamento implícito, conforme entendimento pacífico do STF
e do STJ.
GABARITO: Letra B
68. (FCC – 2018 – MPE-PB – PROMOTOR) Nos crimes em que não couber ação penal de
iniciativa pública, concluído o inquérito policial, o delegado deverá
COMENTÁRIOS
Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública (ou seja, crimes de ação penal
privada), concluído o inquérito policial, o delegado deverá remeter os autos ao juízo competente,
onde aguardarão a iniciativa do ofendido, conforme art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de
seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.
GABARITO: Letra A
69. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) O Código de Processo Penal, bem
como o entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
acerca do Inquérito Policial, dispõe:
B) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
D) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem legitimidade para requerer
diligências para a autoridade policial, tendo em vista o princípio da oficialidade.
E) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito, ainda que não
haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma vez que tal exigência somente
é necessária para a proposição da ação penal.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois até será possível, neste caso, a retomada das investigações,
DESDE QUE haja notícia da existência de PROVA NOVA, nos termos do art. 18 do CPP. Ademais,
a expressão “ser reiniciada a ação penal” não é correta. O mais correto seria “ser reiniciada a
persecução penal”, pois a ação penal não chegou a ter início.
b) CORRETA: Item correto, pois o STF editou a súmula vinculante 24, em neste sentido. Vejamos:
c) ERRADA: Item errado, pois a reprodução simulada dos fatos (reconstituição) é possível, DESDE
QUE não contrarie a moralidade ou a ordem pública, conforme art. 7º do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois o ofendido, ou seu representante legal, bem como o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade,
conforme art. 14 do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal privada, para a instauração do IP é
necessário que haja requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a queixa-crime, na forma
do art. 5º, §5º do CPP.
GABARITO: Letra B
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos os elementos
de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso às transcrições de
interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo indiciado, já documentadas nos autos do
inquérito policial, caso digam respeito ao exercício do direito de defesa.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Item errado, pois não há qualquer inconstitucionalidade no art. 20 do CPP, eis que o
sigilo necessário ao sucesso das investigações é inerente à natureza inquisitorial do inquérito
policial.
II – ERRADA: Item errado, pois o STF editou a súmula vinculante 24, em sentido diametralmente
oposto. Vejamos:
III – CORRETA: Item correto, pois esta é uma conclusão lógica a partir da análise da já citada
súmula vinculante 24.
GABARITO: Letra C
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de comunicação de fato feita
por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa do ofendido ou seu representante legal para
que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas
tiver notícia.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada o IP
pode ser instaurado de ofício, nos termos do art. 5º, I do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o ofendido poderá requerer a realização de qualquer diligência,
mas a sua realização ficará a critério da autoridade policial, na forma do art. 14 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar os autos do
IP, na forma do art. 17 do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública incondicionada a autoridade
policial pode mandar instaurar o IP sem que haja necessidade de iniciativa do ofendido ou seu
representante legal, conforme art. 5º, §3º do CPP.
e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 18 do CPP:
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
72. (FCC – 2017 – POLITEC-AP – PERITO MÉDICO LEGISTA)`Praticado o crime na via pública,
o delegado de polícia deverá, dentre outras providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da liberação pelos
peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo pericial.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 6º, I do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois a apreensão dos objetos só se dará após a liberação pelos peritos,
na forma do art. 6º, II do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois a colheita de todas as provas que servirem para o esclarecimento
do fato e suas circunstâncias não se dará, necessariamente, após a realização da perícia, na forma
do art. 6º, III do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial deve determinar, se for caso, que se proceda
a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias, não sendo necessário, para tanto, que
haja expresso consentimento da vítima ou quem a represente, nos termos do art. 6º, VII do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois para a reprodução simulada dos fatos não é necessário que haja
peritos oficiais, nos termos do art. 7º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
73. (FCC – 2017 – PC-AP – OFICIAL DA POLÍCIA CIVIL) No âmbito do inquérito policial,
incumbe à autoridade policial
e) oferecer a denúncia.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar os autos do
IP, na forma do art. 17 do CPP.
b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 20 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois a prisão preventiva, que é espécie de prisão cautelar, só pode ser
decretada pelo Poder Judiciário.
d) ERRADA: Item errado, pois a audiência de custódia nada mais é que a audiência para
apresentação do preso ao Juiz, realizada em até 24h após a realização da prisão. Tal audiência,
naturalmente, é presidida pelo próprio Juiz.
e) ERRADA: Item errado, pois cabe ao MP oferecer denúncia, e não à autoridade policial.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
74. (FCC – 2017 – TRE-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca do inquérito
policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da vítima para a
abertura de inquérito.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada o IP
pode ser instaurado de ofício, nos termos do art. 5º, I do CPP, não sendo necessário que haja
autorização da vítima para tanto.
b) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime de ação privada não se admite a
instauração do IP sem que tenha havido manifestação da vítima nesse sentido, na forma do art.
5º, §5º do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
e) ERRADA: Item errado, pois não há, no inquérito policial, a observância do contraditório pleno,
como há no processo penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
75. (FCC – 2017 – TJ-SC – JUIZ) Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão
do Ministério Público requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o
Ministério Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá
COMENTÁRIOS
Vale ressaltar que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de arquivamento
formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que será realizada
pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente ilegalidade ou
teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação dada pelo STF
quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
Assim, apesar de se tratar de questão anterior às modificações promovidas pela Lei 13.964-19, é
possível concluir que o Juiz, nesse caso, submeterá o arquivamento à revisão do PGJ (ou da
instância revisora do MP, quando houver), por se tratar de patente ilegalidade, já que a decisão
de arquivamento não está fundamentada.
GABARITO – LETRA C
76. (FCC – 2016 – AL-MS – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO) A autoridade policial de uma
determinada cidade do Estado de Mato Grosso do Sul instaura inquérito policial para apurar um
crime de aborto cometido pelo médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do
médico é decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído, a partir da
data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.
e) sessenta dias.
COMENTÁRIOS
Neste caso temos um inquérito policial em que o indiciado se encontra preso. Assim, o prazo
para a conclusão do IP será de 10 dias, a contar da data da efetivação da prisão, nos termos do
art. 10 do CPP.
Hoje, todavia, há previsão de prorrogação de tal prazo por até 15 dias (art. 3º-B, §2º do CPP).
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
77. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) Tendo em vista o caráter
administrativo do inquérito policial, o indiciado não poderá requerer perícias complexas durante
a tramitação do expediente investigatório.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o indiciado pode requerer à autoridade policial a realização de quaisquer
diligências, cabendo à autoridade deferi-las ou não, nos termos do art. 14 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, ou seja, em se tratando de indiciado PRESO, o IP deverá ser concluído em 10 dias,
contados da efetivação da prisão, nos termos do art. 10 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
II. Durante o trâmite de um Inquérito Policial instaurado para apuração de crime de homicídio
tentado a vítima apresenta requerimento ao Delegado de Polícia para realização de uma
diligência que entende ser útil para apuração da verdade real. O Delegado de Polícia,
entendendo ser impertinente o requerimento e a diligência solicitada, deixa de realizar a
diligência.
III. O Delegado de Polícia de uma determinada cidade no Estado da Paraíba, após instaurar um
Inquérito Policial para apuração de crime de furto que teria sido cometido por Theo, não
conseguindo apurar provas da autoria delitiva determina o imediato arquivamento dos autos.
IV. Encerrado Inquérito Policial para apuração de crime de ação penal privada a autoridade
policial, após pedido do requerente, entrega os autos de inquérito ao requerente, mediante
traslado.
a) I, II e IV.
b) II e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Em se tratando de crime de ação privada, não cabe ao MP, sem que haja
manifestação da vítima, requisitar a instauração do IP, de forma que o delegado não deveria ter
instaurado o IP, nos termos do art. 5º, §5º do CPP.
II – CORRETA: Item correto, pois o ofendido, ou seu representante legal, poderá requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade, nos termos do art. 14 do
CPP.
III – ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial NÃO PODE mandar arquivar autos de IP,
nos termos do art. 17 do CPP.
IV – CORRETA: Item correto, pois a autoridade policial, neste caso (crime de ação privada),
poderá entregar os autos ao ofendido, mediante traslado, nos termos do art. 19 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
a) poderá ser conduzida pelo Ministério Público, conforme recente decisão do STF, mas apenas
nos casos relacionados ao foro por prerrogativa de função.
b) poderá ser realizada por meio de inquérito policial, presidido por delegado de polícia de
carreira ou promotor de justiça, conforme recente decisão do STF.
c) poderá ser realizada por meio de inquérito policial que será presidido por delegado de polícia
de carreira, sob o comando e a fiscalização direta e imediata do promotor de justiça, conforme
recente decisão do STJ.
d) poderá ser conduzida pelo Ministério Público, conforme recente decisão do STF.
e) deverá ser sempre promovida em autos de inquérito policial, presidido por um delegado de
polícia de carreira, salvo em casos de infração cometida por vereadores, cuja investigação será
presidida pelo Presidente da Câmara Municipal.
COMENTÁRIOS
A investigação de uma infração penal poderá ser realizada por meio de inquérito policial que será
presidido EXCLUSIVAMENTE por delegado de polícia de carreira. O MP pode investigar, ou seja,
pode conduzir investigação própria, mas não pode conduzir o IP (entendimento do STF). Para
que investigue diretamente os fatos o MP deverá instaurar procedimento próprio de
investigação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
II. No crimes de ação privada, a sua instauração poderá ser determinada pela autoridade policial,
de ofício.
III. Se o indiciado estiver preso, deverá terminar no prazo de 10 dias contados do dia em que se
executar a ordem de prisão.
IV. As peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas
e, nesse caso, rubricadas pela autoridade.
A) I e II
B) I, II e IV.
C) I e III
E) III e IV.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Item errado, pois tal representação só será necessária em relação a crimes de ação
penal pública CONDICIONADA à representação, na forma do art. 5º, §4º do CPP.
II – ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal privada, para a instauração do IP é
necessário que haja requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a queixa-crime, na forma
do art. 5º, §5º do CPP.
III – CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 10 do CPP:
Hoje, todavia, há previsão de prorrogação de tal prazo por até 15 dias (art. 3º-B, §2º do CPP).
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
IV – CORRETA: Item correto, pois o art. 9º do CPP prevê exatamente isto:
82. (FCC – 2007 – TRF4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Analise as assertivas:
I. O inquérito policial deve ser instaurado através de relatório e encerrado mediante portaria da
autoridade policial.
III. No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
A) I e II.
B) I e III.
C) II.
D) II e III.
E) III.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: Item errado, pois o IP é instaurado por Portaria e encerrado por meio de relatório
minucioso da autoridade policial.
III – CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 14 do CPP:
83. (FCC – 2007 – TRF4 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Nos crimes de
ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial
COMENTÁRIOS
Nos crimes de ação penal pública INCONDICIONADA, a instauração o IP pode ser feita “de
ofício” pela autoridade policial, ou seja, sem provocação, na forma do art. 5º, I do CPP.
GABARITO: Letra E
84. (FCC – 2014 – TJ-AP – JUIZ) Em relação ao exercício do direito de defesa no inquérito
policial, a autoridade policial poderá negar ao defensor, no interesse do representado, ter acesso
aos
COMENTÁRIOS
A questão é respondida facilmente pela análise da Súmula Vinculante nº 24 do STF:
Assim, vemos que a autoridade policial poderá negar ao defensor o acesso aos elementos de
prova AINDA NÃO DOCUMENTADOS nos autos do IP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
85. (FCC – 2014 – TRF4 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José foi indiciado em inquérito policial que
apura a prática do delito de estelionato contra seu ex-empregador. Diante disso,
a) ante a constatação de que se trata, em verdade, de ilícito civil, a autoridade policial poderá
mandar arquivar os autos de inquérito.
b) sem inquérito policial, não poderá, posteriormente, haver propositura de ação penal.
c) a vítima poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
d) este inquérito somente pode ser instaurado porque houve representação da vítima.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item ERRADO, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de
inquérito policial, nos termos do art. 17 do CPP.
B) ERRADA: Item errado, pois o IP é peça DISPENSÁVEL.
C) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 14 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois não se trata de crime de ação penal pública condicionada à
representação.
86. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere persecução penal baseada na
prisão em flagrante dos acusados em situação de participação em narcotraficância transnacional,
obstada pela Polícia Federal, que os encontrou tendo em depósito 46.700 gramas de cocaína
graças à informação oriunda de notícia anônima. Neste caso, segundo entendimento
jurisprudencial consolidado,
b) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa é, por si, idônea para instauração de
inquérito policial.
d) a autoridade policial não pode tomar qualquer providência investigatória a partir da notícia
anônima.
e) a persecução criminal só poderia ser iniciada se a denúncia anônima estivesse corroborada por
interceptação telefônica autorizada judicialmente.
COMENTÁRIOS
O STJ e o STF entendem que a denúncia anônima pode servir de fundamento para que sejam
realizadas INVESTIGAÇÕES PRELIMINARES, de forma a confirmar a veracidade das informações,
o que legitimaria posterior instauração de IP. Vejamos o entendimento do STF:
87. (FCC – 2014 – DPE-RS – DEFENSOR PÚBLICO) Jeremias foi preso em flagrante delito pelo
cometimento do fato previsto no art. 157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mesmo dia
decretada a prisão preventiva com a legítima finalidade de garantir a ordem pública. Com base
nestes dados, sob pena de caracterizado o constrangimento ilegal (CPP, art. 648, II), impõe-se
que o inquérito policial esteja concluído no prazo máximo de
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 05 dias.
d) 15 dias.
e) 30 dias.
COMENTÁRIOS
Tendo o agente sido preso preventivamente, o prazo para a conclusão do IP será de 10 dias, nos
termos do art. 10 do CPP:
Hoje, todavia, há previsão de prorrogação de tal prazo por até 15 dias (art. 3º-B, §2º do CPP).
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
I. O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo só será apto para
a instauração de inquérito policial se dele constar a individualização do autor da infração.
II. A requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do inquérito pela autoridade
policial.
III. Se o Delegado de Polícia verificar, no curso das investigações, que o indiciado é inocente,
deverá determinar o arquivamento do inquérito.
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.
COMENTÁRIOS
I – ERRADA: A vítima não necessita individualizar o autor da infração penal, bastando que narre o
fato de forma que este (o fato) possa ser minimamente individualizado e possa ser iniciada a
persecução penal.
II – CORRETA: De fato, a Doutrina entende que a utilização do termo “requisição” pelo CPP
indica a OBRIGATORIEDADE de a autoridade policial instaurar o IP nestes casos.
III – ERRADA: Em hipótese alguma a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de IP, nos
termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
89. (FCC -2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que concerne ao
Inquérito Policial, de acordo com o Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
C) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Nos termos do art. 5, § 2° do CPP, caberá recurso para o chefe de Polícia, não para
o Juiz-Corregedor.
B) ERRADA: A reprodução simulada (reconstituição dos fatos) só pode ser realizada caso não
contraria a moralidade e a ordem pública, nos termos do art. 7° do CPP.
C) CORRETA: A representação é condição de procedibilidade para a instauração do Inquérito
Policial, que não pode ser instaurado sem sua existência quando se tratar de crime de ação penal
pública condicionada à representação, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP: § 4º O inquérito, nos
crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
D) ERRADA: A autoridade policial nunca poderá mandar arquivar autos de IP, pois o titular da
ação penal é, em regra o MP, cabendo a ele ordenar o arquivamento.
E) ERRADA: Esta é a redação literal do art. 21 do CPP. Desta forma, esta alternativa também
estaria correta. No entanto, o instituto da incomunicabilidade é bastante criticado,
principalmente após o advento da Constituição de 1988. Isso porque a Constituição proíbe a
incomunicabilidade até mesmo no estado de defesa, de forma que a Doutrina entende que, se
nessa época de exceção que é o estado de defesa não se admite a incomunicabilidade, com
muito mais razão não se deve admitir esse resquício da ditadura em tempos ordinários. Vejamos
o art. 136, §3º, IV da CRFB/ 88:
D) implica sempre no indiciamento de quem foi indicado como provável autor da infração penal.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: É o conhecimento da ocorrência de um fato criminoso pela autoridade policial, por
qualquer meio, não necessariamente pela imprensa.
B) CORRETA: A prisão em flagrante do autor do delito é uma das formas pela qual a autoridade
policial toma conhecimento da prática de uma infração penal. Assim, a alternativa está correta.
E) ERRADA: Como vimos, a notitia criminis é o fenômeno pelo qual a autoridade policial toma
conhecimento da possível prática de fato criminoso, e pode se dar por qualquer meio, não
necessariamente pela imprensa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a execução de cada ato
de prévia autorização do Poder Judiciário.
IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a execução de cada ato
de prévia autorização do Ministério Público.
A) I.
B) I, II e III.
C) III e IV.
D) I e II.
E) IV.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Como vimos, o IP é procedimento informativo, ou seja, não tem natureza
processual, tampouco acusatória, pois é destinado unicamente a reunir elementos que permitam
ao titular da ação penal ajuizá-la (oferecer denúncia ou queixa);
92. (FCC – 2011 – TER/RN – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O inquérito policial
A) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que rege o processo penal.
C) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem insuficientes as provas da
autoria do delito.
D) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado requerer qualquer
diligência.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O sigilo é inerente à natureza do IP, e deve ser preservado, nos limites legais, de
forma a não ser imposto sem ressalvas aos interessados no IP, nos termos do art. 20 do IP.
B) ERRADA: Uma das hipóteses de instauração do IP é a requisição formulada pelo MP, nos
termos do art. 5°, II do CPP;
B) CORRETA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial nunca poderá mandar arquivar
os autos do IP, posto que o titular da ação penal é, em regra, o MP (pode ser o ofendido
também), cabendo a ele promover pelo arquivamento do IP.
C) ERRADA: Mesmo não se adotando no bojo do IP a garantia do contraditório e da ampla
defesa, dada sua natureza pré-processual e meramente informativa (não pode gerar punição ao
investigado), o investigado ou indiciado poderá requerer a realização de diligências, que serão
deferidas ou não pela autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP.
D) ERRADA: Os instrumentos do crime serão encaminhados ao Juiz juntamente com os autos do
IP, nos termos do art. 11 do CPP: Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que
interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
A) nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá ser sem ela ser
instaurado, pois o ofendido poderá oferecê-la em juízo.
B) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no curso das investigações, ficar
demonstrada a inexistência de crime.
C) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal privada, a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la.
D) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente mediante requerimento escrito
do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Pois a representação é condição de procedibilidade não só para o oferecimento da
denúncia, mas também para a instauração do IP nos crimes de ação penal pública condicionada,
nos termos do art. 5°, § 4° do CPP;
B) ERRADA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial nunca poderá mandar arquivar
os autos do IP, posto que o titular da ação penal é, em regra, o MP (pode ser o ofendido
também), cabendo a ele promover pelo arquivamento do IP.
C) CORRETA: Esta é a redação do art. 5°, § 5° do CPP;
D) ERRADA: Embora esta seja uma das hipóteses, não é a única, pois o IP também poderá,
nestes casos, ser instaurado de ofício, por requisição do MP ou do Juiz, ou, ainda, em virtude de
prisão em flagrante, nos termos do art. 5°, I e II do CPP;
E) ERRADA: Como vimos, o IP tem natureza informativa, e uma de suas características é a
dispensabilidade. Assim, caso o MP já possua os elementos de convicção necessários ao
oferecimento da denúncia, poderá dispensar o IP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
b) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, somente pode ser iniciado de ofício.
d) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquérito policial deverá terminar no prazo máximo
de cinco dias, salvo disposição em contrário.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: O item está correto, eis que representa o que dispõe o art. 14 do CPP:
c) é passível de trancamento por meio de habeas corpus quando o fato investigado for atípico.
d) obedece ao contraditório.
COMENTÁRIOS
O inquérito policial não possui um rito próprio, devendo ser conduzido pela Autoridade Policial
da forma que entender mais produtiva para o esclarecimento dos fatos.
Por ser DISPENSÁVEL à propositura da ação penal, a instauração do IP não interrompe o prazo
decadencial para oferecimento da queixa, nos crimes de ação privada.
O IP, por ser um procedimento investigatório, de caráter administrativo, não obedece ao
contraditório, até porque não há acusação, mas apenas investigação.
Contudo, o STF e o STJ admitem a utilização do HC para trancar o andamento do IP quando o
fato for atípico (e também em alguns outros casos). Vejamos:
96. (FCC – 2011 – TRF 1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por
despacho do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal
c) não poderá mais ser instaurada por ter se exaurido a atividade de acusação.
d) não poderá mais ser instaurada, pois implicaria revisão prejudicial ao acusado.
COMENTÁRIOS
Nos termos do art.18 do CPP, arquivado o IP por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial somente poderá proceder a novas pesquisas se tiver notícia de PROVAS NOVAS. Sendo
esta a condição para a reabertura do IP, quando já arquivado, da mesma forma só se admitirá a
propositura da ação penal nestas condições. Vejamos:
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que através de despacho
fundamentado.
b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências realizadas sejam
acompanhadas pelo Ministério Público.
c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em decorrência do princípio da
oralidade.
d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão devolvidos ao indiciado.
e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser instaurada com base em
peças de informação.
COMENTÁRIOS
b) o ofendido não poderá requerer diligência, muito embora possa solicitar a instauração de
inquérito policial.
d) o indiciado não poderá requerer diligência, medida reservada apenas para o ofendido.
COMENTÁRIOS
Tanto o ofendido quanto o indiciado poderão requerer diligências, que serão deferidas ou não
pela autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP:
a) 30 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito pela Autoridade Policial.
c) 10 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito policial pela Autoridade
Policial.
COMENTÁRIOS
O prazo para a conclusão do IP, no caso de estar o indiciado preso preventivamente, é de 10
dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão. Vejamos:
Hoje, todavia, há previsão de prorrogação de tal prazo por até 15 dias (art. 3º-B, §2º do CPP).
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
Em linhas gerais, o STF concluiu que:
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
100. (FCC – 2011 – TRF 1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por
despacho do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal
c) não poderá mais ser instaurada por ter se exaurido a atividade de acusação.
d) não poderá mais ser instaurada, pois implicaria revisão prejudicial ao acusado.
COMENTÁRIOS
O CPP estabelece que, neste caso, o IP somente poderá ser retomado se houver notícia de prova
nova. Vejamos:
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
101. (FCC – 2011 – TJ-AP – TITULAR NOTARIAL) Nos crimes de ação exclusivamente privada, o
inquérito policial deverá ser instaurado
COMENTÁRIOS
O inquérito policial, neste caso, somente poderá ser instaurado a requerimento de quem tenha
qualidade para ajuizar a ação penal privada. Vejamos:
Art. 5º (...) § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
102. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Na dinâmica do inquérito policial NÃO se
inclui
b) as acareações.
d) a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais.
COMENTÁRIOS
Não há que se falar, no bojo do inquérito policial, de defesa preliminar, por ausência de previsão
legal, por uma razão simples: No inquérito não há acusação, logo, não há do que se defender.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
c) será acompanhado, quando concluído e remetido ao fórum, dos instrumentos do crime, bem
como dos objetos que interessarem à prova.
d) poderá ser arquivado pela autoridade policial ou pelo Ministério Público quando o fato não
constituir crime.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O IP é presidido pela autoridade policial, que é o Delegado de Polícia, e não o
escrivão.
B) ERRADO: O IP pode ser iniciado, ainda, de ofício, a requerimento da vítima (ou seus
sucessores) ou por requisição do Ministro da Justiça, cada uma das formas em casos específicos.
C) CORRETA: Trata-se da previsão contida no art. 11 do CPP:
D) ERRADA: O item está errado, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos
do IP. Vejamos:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
E) ERRADA: O item está errado, pois uma das características do IP é a dispensabilidade, ou seja,
o titular da ação penal poderá ajuizá-la independentemente do IP, que tem a única finalidade de
angariar elementos de prova. Se estes já existirem, nada impede que o titular dispense o IP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.
c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de ação penal privada.
e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública incondicionada.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O item está errado, pois a autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos
do IP. Vejamos:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
B) CORRETA: Tanto o ofendido quanto o indiciado poderão requerer diligências, que serão
realizadas ou não a critério da autoridade policial:
C) ERRADA: Item errado, pois, neste caso, depende de requerimento de quem tenha qualidade
para ajuizar a ação penal, nos termos do art. 5º, §5º do CPP.
D) ERRADA: No caso de indiciado preso o IP deverá ser encerrado em 10 dias, por força do art.
10 do CPP.
E) ERRADA: Nestes crimes o IP pode ser iniciado de ofício, nos termos do art. 5º, I do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
a) poderá ser instaurado mesmo se não houver nenhuma suspeita quanto à autoria do delito.
e) poderá ser iniciado nos crimes de ação penal pública condicionada sem a representação do
ofendido.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Não é necessário qualquer indício de autoria para que o IP seja instaurado,
bastando que haja indícios da materialidade (existência) do delito.
B) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaurado por requisição do MP, nos termos do art.
5º, II do CPP.
C) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaurado para apurar quaisquer crimes, seja de
ação penal pública ou privada.
D) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial nunca poderá mandar arquivar autos de IP,
por força do art. 17 do CPP.
E) ERRADA: Item errado, pois nestes crimes a representação da vítima é condição para a
instauração do IP, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
106. (FCC – 2012 – TRE-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO) O inquérito policial, em regra, deverá
terminar no prazo
COMENTÁRIOS
O IP deverá ser encerrado em 30 dias, no caso de indiciado solto, ou em 10 dias, caso o
indiciado esteja preso. Vejamos:
Hoje, todavia, há previsão de prorrogação de tal prazo por até 15 dias (art. 3º-B, §2º do CPP).
Porém, o STF, quanto ao art. 3º-B, § 2º do CPP, ao julgar as ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305,
atribuiu interpretação conforme à CRFB/88, para definir que: “a) o juiz pode decidir de forma
fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do inquérito, diante de
elementos concretos e da complexidade da investigação; e b) a inobservância do prazo previsto
em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser
instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581;”
➢ Ainda que não seja observado o prazo legal de conclusão do inquérito policial com
indiciado preso, isso não gera ilegalidade automática da prisão, devendo ser provocado o
Juízo competente para que avalie se é o caso de revogar ou não a prisão preventiva
decretada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
107. (VUNESP/2022/PCSP/DELEGADO)
No que concerne aos investigados em inquérito policial que investiga uso da força letal, é correto
afirmar que a Lei n° 13.964/2019 (Pacote Anticrime):
COMENTÁRIOS
No que concerne aos investigados em inquérito policial que investiga uso da força letal por
agente de segurança pública em razão do exercício das funções, a Lei 13.964/19 incluiu o art.
14-A e seus §§ no CPP, estabelecendo que o investigado deverá estar acompanhado por defesa
técnica, podendo, constituir defensor de sua confiança. Todavia, caso não indique um defensor,
caberá ao Estado fornecer defensor ao investigado.
GABARITO: Letra D
108. (VUNESP/2022/PCSP)
C) A Autoridade Policial não pode determinar o arquivamento do Inquérito Policial, sendo certo
que uma vez arquivado por determinação da Autoridade Judicial, somente poderá iniciar novas
pesquisas se houver notícias de provas novas.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois, de fato, tanto o investigado quanto a vítima poderão requerer
diligências, mas a realização ou não ficará a critério da autoridade policia, nos termos do art. 14
do CPP, que poderá indeferir as diligências consideradas desnecessárias ou meramente
protelatórias.
B) ERRADA: Item errado, pois nos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, a Autoridade
Policial poderá requisitar às empresas prestadoras de serviço de telecomunicação que
disponibilizem os meios técnicos adequados que permitam a localização da vítima, mas tal
requisição dependerá de autorização judicial, nos termos do art. 13-B do CPP:
C) CORRETA: Item correto, pois a autoridade Policial não pode determinar o arquivamento do
Inquérito Policial, nos termos do art. 17 do CPP. Uma vez arquivado o inquérito policial pela
autoridade competente, o delegado somente poderá iniciar novas pesquisas se houver notícias
de provas novas, nos termos do art. 18 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
D) ERRADA: Item errado, pois, apesar de a autoridade Policial poder requisitar de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada dados e informações cadastrais da
vítima e de suspeitos, tal previsão somente se aplica, de acordo com o art. 13-A do CPP, a certos
crimes, como sequestro e cárcere privado, tráfico de pessoas, extorsão mediante sequestro e
outros:
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
E) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial somente poderá determinar, de ofício, a
instauração de inquérito policial caso se trate de crime de ação penal pública incondicionada, já
que, em se tratando de crime de ação penal pública condicionada ou de ação penal privada, será
indispensável a manifestação da vítima, nos termos do art. 5º, §§4º e 5º do CPP.
GABARITO: Letra C
109. (VUNESP/2021/TJGO/NOTÁRIO)
Em consonância com os estritos termos do art. 13 do CPP, sem prejuízo das demais funções,
incumbirá à autoridade policial
processos, realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público, cumprir os
mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias e representar acerca da prisão
preventiva.
COMENTÁRIOS
Assim, de acordo com os literais termos do art. 13 do CPP incumbirá à autoridade policial
fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e ao julgamento dos
processos, realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público, cumprir os
mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias e representar acerca da prisão
preventiva, tudo isso, claro, sem prejuízo de suas demais atribuições.
GABARITO: Letra C
110. (VUNESP/2021/TJGO/NOTÁRIO)
Em consonância com o art. 7º do CPP, para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada
dos fatos,
COMENTÁRIOS
Nos termos do art. 7º do CPP, para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos
(popularmente chamada de “reconstituição”), desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública.
GABARITO: Letra B
111. (VUNESP/2021/TJSP/JUIZ)
No curso de inquérito policial regularmente instaurado para apurar crime de ação penal pública
condicionada, e antes de seu encerramento, o advogado regulamente constituído pelo ofendido
nos autos efetua requerimento ao Delegado de Polícia que o preside, pleiteando a realização de
várias diligências. Considerando findas as investigações, e sem a realização das diligências
requeridas, a autoridade policial lança o relatório final e encaminha os autos ao Ministério
Público. Diante desse cenário, é correto afirmar
A) nos crimes de ação penal pública condicionada, competirá às partes a produção de provas,
atuando a autoridade policial de forma subsidiária se, a seu critério, entender cabível a
complementação.
C) agiu com acerto a d. autoridade policial, pois, ao distinguir entre requerimento e requisição,
incumbirá a ela apenas a realização de diligências requisitadas pelo Juiz ou pelo Ministério
Público, nos termos da lei (artigo 13, II, CPP).
D) nos crimes de ação penal pública condicionada, a autoridade policial tem o dever limitado à
instauração do inquérito policial.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, agiu a autoridade policial em desconformidade com a lei, pois é permitido ao
ofendido, ou seu representante legal, requerer diligências para apuração ou esclarecimento dos
fatos e, embora a autoridade policial possa indeferir tais requerimentos (art. 14 do CPP), dada a
discricionariedade com que conduz o inquérito, o indeferimento de tais requerimentos deve ser
devidamente fundamentado pela autoridade policial, caso impertinentes ou protelatórias as
diligências requeridas, sob pena de termos arbitrariedade policial ou invés de discricionariedade.
GABARITO: Letra B
112. (VUNESP/2020/EBSERH)
“A polícia judiciária será exercida _________ no território de suas respectivas circunscrições e terá
por fim a apuração __________ ”.
A) pelos Delegados de Polícia ... dos fatos que impliquem em crime de ação pública
incondicionada
B) pelos Delegados de Polícia ... das infrações penais, mediante autorização judicial
D) pelas autoridades policiais ... das infrações penais, mediante autorização judicial
COMENTÁRIOS
A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria, nos exatos termos
do art. 4º do CPP:
GABARITO: Letra C
113. (VUNESP/2019/TJRS/NOTÁRIO)
Nos estritos termos do art. 18 do CPP, é correto afirmar que depois de ordenado o arquivamento
do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de a base para a denúncia,
B) fica a autoridade policial impedida de investigar o mesmo indiciado com relação ao mesmo
fato, podendo, contudo, continuar com a investigação de novos suspeitos.
C) apenas mediante nova requisição ministerial ou judicial específica a autoridade policial pode
proceder a novas investigações.
D) a autoridade policial tem autonomia para seguir nas investigações, complementando-as, mas
não pode repetir a produção das provas que já constam dos autos.
E) a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
COMENTÁRIOS
A decisão de arquivamento do IP por falta de base para a denúncia não faz coisa julgada
material, podendo ser retomada a investigação futuramente, desde que haja notícia da existência
de prova nova, nos termos do art. 18 do CPP:
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
GABARITO: Letra E
114. (VUNESP/2018/PCSP/PAPILOSCOPISTA)
(A) os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os
autos do inquérito.
(B) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, não podendo o juiz competente
tomar conhecimento dos fatos apurados antes, sob pena de nulidade.
(C) nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá determinar a instauração de
inquérito, ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
(D) o inquérito, nos crimes em que a ação pública é condicionada, poderá ser iniciado sem
representação, desde que mediante despacho fundamentado da autoridade policial competente.
(E) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base a uma ou outra.
COMENTÁRIOS
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 11 do CPP:
b) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial encaminhará os autos do IP ao Juiz, na forma
do art. 10, §1º do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal privada o IP só pode ser instaurado se
houver requerimento de quem tenha qualidade pra ajuizar a ação penal privada, conforme art.
5º, §5º do CPP.
d) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal pública CONDICIONADA o IP só pode
ser instaurado se houver representação da vítima, conforme art. 5º, §4º do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base
a uma ou outra, conforme art. 12 do CPP.
GABARITO: Letra A
De acordo com o art. 5º, § 5º do CPP, nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito
COMENTÁRIOS
Nos crimes de ação penal de iniciativa privada o IP só pode ser instaurado a requerimento de
quem tenha qualidade para ajuizar a ação penal privada (a vítima, seu representante legal ou, em
caso de morte, os sucessores legais), conforme art. 5º, §5º do CPP.
(B) Poderá determinar que o escrivão de polícia rubrique todas as peças reduzidas a escrito ou
datilografadas no inquérito policial.
(D) Poderá requerer à Autoridade Judicial que proceda o reconhecimento de pessoas e coisas,
bem como proceder a acareações.
(E) Poderá determinar a abertura de inquérito policial de ofício, com a ocorrência de qualquer
infração penal.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do IP, na
forma do art. 17 do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois caberá à própria autoridade policial rubricar as peças, na forma do
art. 9º do CPP.
c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 13-B do CPP:
d) ERRADA: Item errado, pois a própria autoridade policial pode proceder a tais diligências, não
havendo que se falar em requerimento à autoridade judicial.
e) ERRADA: Item errado, pois a autoridade policial somente poderá determinar a instauração do
IP de ofício nos crimes de ação penal pública incondicionada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
117. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que
(B) uma vez arquivado, somente poderá ser desarquivado a requerimento do Ministério Público.
(C) não haverá inquérito policial nos casos de ação penal privada, devendo o ofendido ingressar
diretamente com a queixa-crime em juízo.
(D) a Autoridade Policial deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
(E) o prazo para seu encerramento será de 5 (cinco) dias quando o indiciado estiver preso,
contados a partir de sua prisão e de 30 (trinta) dias quando o indiciado estiver solto ou quando
não houver indiciado.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o IP é um procedimento INDISPONÍVEL, pois não pode ser
arquivado pela autoridade policial, na forma do art. 17 do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o desarquivamento será possível pela própria autoridade policial,
se de outras provas tiver notícia, na forma do art. 18 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois é plenamente cabível o IP nos crimes de ação penal privada.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão contida no art. 6º, X do CPP:
e) ERRADA: Item errado, pois no caso de indiciado preso o prazo para a conclusão será de 10
dias, na forma do art. 10 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
COMENTÁRIOS
Tais dados podem ser requisitados diretamente pelo delegado de polícia ou pelo membro do
MP, na forma do art. 13-A do CPP:
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
a) Nas ações penais públicas, condicionadas à representação, os inquéritos policiais podem ser
iniciados por provocação das vítimas ou, de ofício, pela Autoridade Policial.
c) Nos inquéritos policiais que apuram crime de tráfico de pessoas, a Autoridade Policial poderá
requisitar diretamente às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações, informações
sobre posicionamento de estações de cobertura, a fim de permitir a localização da vítima ou do
suspeito do delito em curso.
d) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, diligências em circunscrição
diversa da que tramita o inquérito policial dependerá de expedição de carta precatória.
e) As diligências requeridas pelo ofendido, no curso do inquérito policial, serão ou não realizadas
a juízo da Autoridade Policial.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois nestes casos será sempre indispensável que haja representação da
vítima, na forma do art. 5º, §4º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o delegado nunca poderá mandar arquivar os autos do inquérito
policial, na forma do art. 17 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois neste caso é necessário que haja autorização judicial, conforme art.
13-B do CPP:
d) ERRADA: Item errado, pois o art. 22 prevê exatamente o contrário, ou seja, a DISPENSA de
precatórias e requisições:
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
c) Sim, desde que constate que os fatos foram praticados sob alguma causa excludente de
ilicitude.
d) Sim, desde que constate que os fatos foram praticados em legítima defesa ou estado de
necessidade.
COMENTÁRIOS
A autoridade policial não pode mandar arquivar os autos do inquérito policial, em nenhuma
hipótese, na forma do art. 17 do CPP. Vejamos:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
121. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) Prescreve o art. 6º , VIII do CPP:
logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá ordenar a
identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível.
e) determina, com exceções previstas em lei, que o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal.
COMENTÁRIOS
A despeito de tal previsão no CPP, a CF/88 determina que, como regra, o civilmente identificado
não será submetido à identificação criminal, embora a lei possa estabelecer exceções. Vejamos o
art. 5º, VIII da CF/88:
Art. 5º (...)
VIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
122. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – JUIZ) Salvo exceções expressamente previstas em leis
especiais, o prazo para a conclusão do inquérito policial cujo indiciado estiver preso, que tramita
junto à Polícia Civil (Estadual) e à Polícia Federal é, respectivamente, de
a) 10 dias; 10 dias.
e) 5 dias; 10 dias.
COMENTÁRIOS
Em se tratando de indiciado preso, o prazo para a conclusão do IP será de 10 dias
(improrrogáveis), na forma do art. 10 do CPP. Em se tratando de inquéritos relativos a crimes de
competência da Justiça Federal, este prazo será de 15 dias (prorrogáveis por mais 15 dias), na
forma do art. 66 da Lei 5.010/66.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
123. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR) Uma vez relatado o inquérito policial,
d) o Juiz pode, diante do pedido de arquivamento, indicar outro promotor para oferecer
denúncia.
e) a vítima pode, uma vez determinado o arquivamento, iniciar ação penal substitutiva da pública.
COMENTÁRIOS
Uma vez relatado e concluído o IP, em se tratando de crime de ação penal pública, o membro do
MP pode oferecer denúncia, promover pelo arquivamento do IP ou requisitar a realização de
novas diligências, na forma do art. 28 c/c art. 16 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
124. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) O inquérito policial, nos crimes em
que a ação pública depender de representação,__________ ; nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito___________.
a) depende de queixa crime para sua instauração … após colher o consentimento da vítima ou de
terceiro patrimonialmente interessado na investigação do fato
b) pode ser instaurado independentemente dela, mas só pode embasar ação penal após
manifestação positiva da vítima … após oferecimento de queixa crime
c) só pode ser iniciado se não houver transcorrido o prazo decadencial de seis meses … quando
acompanharem a representação do ofendido o nome e qualificação de ao menos três
testemunhas
d) não poderá sem ela ser iniciado … a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la
e) depende de queixa crime para sua instauração … após oferecimento de queixa crime
COMENTÁRIOS
Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o IP não poderá sem ela ser
iniciado. Já nos crimes de ação penal privada a autoridade só poderá instaurar o IP a
requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a ação penal. Isso é que dispõem os §§ 4º e
5º do art. 5º do CPP:
Art. 5º (...)
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder
a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
b) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base a uma ou outra.
c) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, nos termos do § 1º do artigo 10.
e) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Os instrumentos do delito, bem como os objetos que interessarem para fins de
prova, acompanharão os autos do inquérito, nos termos do art. 11 do CPP.
B) ERRADA: O IP acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base para a inicial
acusatória (denúncia ou queixa), nos termos do art. 12 do CPP.
C) ERRADA: A autoridade policial, nos estritos termos do que dispõe o CPP, após o relatório,
remeterá os autos do IP ao Juiz.
D) ERRADA: Nos crimes de ação penal privada a autoridade só poderá instaurar o IP a
requerimento de quem tenha qualidade para ajuizar a ação penal. Isso é que prevê o § 5º do art.
5º do CPP.
E) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do §4º do art. 5º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
126. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR DE POLÍCIA) Sobre os prazos para a conclusão do
inquérito policial, é correto afirmar que
a) se for decretada prisão temporária em crime hediondo, o indiciado pode permanecer preso
por até noventa dias, sem que seja necessária a conclusão do inquérito.
b) nos crimes de competência da Justiça Federal, o prazo é de quinze dias, prorrogáveis por mais
quinze, em regra.
d) se o indiciado estava solto ao ser decretada sua prisão preventiva, o prazo de dez dias
conta-se da data da decretação da prisão.
e) a autoridade policial possui o prazo de trinta dias improrrogáveis para todos os casos previstos
na legislação processual penal.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: No caso de crimes hediondos, caso tenha sido decretada a prisão temporária, o
prazo para a conclusão do IP passa a ser de 60 dias. Isso porque a prisão temporária em caso de
crime hediondo tem o prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias. Como a prisão temporária
só tem cabimento durante a fase de investigação, isso faz com que o prazo para a conclusão do
IP acompanhe o prazo da prisão temporária.
b) CORRETA: Item correto, pois em se tratando de crimes da competência da Justiça Federal, o
prazo para conclusão do IP é de 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias (em regra).
c) ERRADA: Item errado. Em se tratando de crimes da Lei de Drogas, o prazo para a conclusão
do IP é de 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado solto, ambos prorrogáveis por
igual período.
d) ERRADA: O prazo para a conclusão do IP, no caso de indiciado preso, é contado da data da
EFETIVAÇÃO da prisão, não da decretação.
e) ERRADA: Item errado, pois como vimos, há diversos prazos diferentes, a depender de cada
caso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
127. (VUNESP – 2015 – PC-CE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Com relação às previsões relativas ao
Inquérito Policial no Código de Processo Penal, é correto afirmar que
a) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá, sem ela,
ser iniciado, mas seu encerramento dependerá da juntada desta.
c) nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito permanecerão em poder da
autoridade policial até a formalização da iniciativa do ofendido ou de seu representante legal,
condição esta obrigatória para a remessa dos autos ao juízo competente.
e) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, por escrito, comunicá-la à autoridade policial, sendo vedada a
comunicação verbal.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o IP não poderá
sem ela ser iniciado. Isso é que prevê o § 4º do art. 5º do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois o ofendido (e seu representante legal) e o indiciado podem
requerer à autoridade policial a realização de diligências, nos termos do art. 14 do CPP.
c) ERRADA: Item errado, pois nos crimes de ação penal privada “os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado”, conforme
estabelece o art. 19 do CPP.
e) ERRADA: Item errado, pois a comunicação da ocorrência de crime (delatio criminis) pode ser
por escrito ou verbal, nos termos do art. 5º, §3º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
128. (VUNESP – 2015 – PC-CE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa correta no que
tange ao arquivamento do Inquérito Policial, segundo o disposto no Código de Processo Penal.
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial somente poderá proceder a novas pesquisas com
autorização da autoridade judiciária que determinou o arquivamento.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas se de outras
provas tiver notícia.
d) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas
tiver notícia.
e) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito somente nos casos em que
for constatada atipicidade da conduta.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Neste caso, a autoridade policial não depende de autorização da autoridade
Judiciária, podendo retomar as investigações, DESDE QUE tenha notícia do surgimento de prova
NOVA, nos termos do art. 18 do CPP.
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
b) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
c) ERRADA: item errado, pois, neste caso, a autoridade policial poderá retomar as investigações,
DESDE QUE tenha notícia do surgimento de prova NOVA, nos termos do art. 18 do CPP.
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 18 do CPP.
e) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do art.
17 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
a) caberá recurso para o Juiz Corregedor … não poderá sem ela ser iniciado
b) caberá recurso para o Juiz Corregedor … só pode ser instaurado mediante requisição
ministerial
c) caberá recurso para o chefe de Polícia … não poderá sem ela ser iniciado
d) caberá recurso para o chefe de Polícia … só poderá ser instaurado mediante apresentação de
prova do fato
e) não caberá recurso … só poderá ser instaurado mediante apresentação de prova do fato
COMENTÁRIOS
As lacunas são preenchidas facilmente com a análise dos §§ 2º e 4º do art. 5º do CPP:
130. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Nos termos do quanto determina o §
4 do art. 5.º do CPP, o inquérito que apura crime de ação pública condicionada
COMENTÁRIOS
Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, o IP não poderá sem ela ser
iniciado. Isso é que prevê o § 4º do art. 5º do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
131. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) Nos termos do parágrafo terceiro do
art. 5.º do CPP: “Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito policial”.
Assim, é correto afirmar que
a) sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime, a autoridade policial deverá, por
portaria, instaurar inquérito policial.
b) por delatio criminis entende-se a autorização formal da vítima para que seja instaurado
inquérito policial.
c) o inquérito policial será instaurado pela autoridade policial apenas nas hipóteses de ação penal
pública.
d) a notícia de um crime, ainda que anônima, pode, por si só, suscitar a instauração de inquérito
policial.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois a autoridade deverá analisar se existem os elementos mínimos de
convicção para a instauração do IP. Além disso, em se tratando de crimes de ação penal privada
ou pública condicionada, a autoridade somente poderá instaurar o IP se houver requerimento (da
vítima ou de quem tenha qualidade para ajuizar a ação penal) ou representação do ofendido.
b) ERRADA: Item errado, pois a delatio criminis é a notícia de crime levada por qualquer pessoa à
autoridade policial. Pode ser simples, quando se limita à comunicação do fato delituoso, e pode
ser POSTULATÓRIA, quando é realizada pela vítima (ou quem tenha qualidade para ajuizar
queixa-crime ou oferecer representação), requerendo à autoridade a adoção de providências
(instauração de IP), servindo como representação. Assim, apenas a delatio criminis postulatória se
enquadra no conceito dado pelo enunciado.
c) ERRADA: A autoridade policial pode instaurar IP em relação a crimes de ação penal pública ou
privada, variando apenas os requisitos.
d) ERRADA: A denúncia anônima (delatio criminis inqualificada) não pode servir, por si só, para a
instauração do IP. Segundo entendimento do STF, nestes casos, a autoridade policial deve
proceder a uma “averiguação prévia” da procedência das informações (diligências preliminares)
e, se for o caso, aí sim instaurar o IP, de ofício.
e) CORRETA: Item correto, pois este é o exato entendimento do STF sobre o tema.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: O IP pode ser instaurado por diversas formas (de ofício, por requisição do MP, etc.).
b) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
c) ERRADA: Estando o indiciado solto o prazo para a conclusão do IP é de 30 dias, prorrogáveis.
d) CORRETA: Item correto, pois nos crimes de ação penal pública o IP pode ser instaurado de
ofício, ainda que seja necessário, no caso de crime de ação penal pública condicionada à
representação, que a autoridade já disponha de manifestação inequívoca da vítima
(representação) no sentido de que deseja a persecução penal.
e) ERRADA: Item errado, pois o IP pode ser instaurado por requisição do MP, nos termos do art.
5º, II do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
a) poderá … poderá … se
COMENTÁRIOS
O item correto é a letra B, pois representa fielmente o que consta nos arts. 17 e 18 do CP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
a) não poderá, em hipótese alguma, negar vista ao advogado, com procuração com poderes
específicos, dos dados probatórios formalmente anexados nos autos.
b) não poderá negar vista dos autos de inquérito policial ao advogado, entretanto a extração de
cópias reprográficas fica vedada.
c) poderá negar vista dos autos ao advogado caso os ele mentos de prova do procedimento
investigatório sejam sigilosos para a defesa
d) poderá negar vista dos autos ao advogado caso haja no procedimento investigatório quebra
de sigilo bancário ou degravação de conversas decorrentes de interceptação telefônica
e) poderá negar vista dos autos ao advogado sempre que entender pertinente para o bom
andamento das investigações.
COMENTÁRIOS
O advogado do indiciado, nos termos da súmula vinculante nº 14 do STF, deve ter acesso
irrestrito aos elementos de prova JÁ DOCUMENTADOS nos autos do IP. Vejamos:
Ora, se há alguma diligência a ser realizada e que não possa chegar ao conhecimento da defesa,
sob pena de ser frustrada, somente deve ser juntada aos autos após sua realização;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
135. (VUNESP – 2013 – PC-SP – INVESTIGADOR) Assinale a alternativa correta no que diz
respeito às disposições relativas ao Inquérito Policial previstas no Código de Processo Penal.
c) Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, permanecerão com
a autoridade policial após o encaminhamento dos autos do inquérito policial para análise do
Ministério Público e Poder Judiciário, e serão encaminhados, posteriormente, se o Juiz ou
membro do Ministério Público assim requisitarem.
e) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício
em uma delas não poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em
circunscrição de outra, sendo obrigatória, para tanto, a existência de precatórias ou requisições à
autoridade competente daquela circunscrição.
COMENTÁRIOS
A) CORRETA: Uma das incumbências da autoridade policial, durante o IP, é representar ao Juiz
pela decretação da preventiva, caso seja necessário, nos termos do art. 13, IV do CPP.
B) ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de IP, nos termos do
art. 17 do CPP.
C) ERRADA: Tais objetos serão encaminhados ao Juiz juntamente com o IP, quando de sua
conclusão. Vejamos:
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim
providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
136. (VUNESP – 2012 – TJ-RJ – JUIZ) Assinale a alternativa correta no que concerne ao
regramento que o CPP dá ao inquérito policial.
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tenha
notícia de outras provas.
b) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
c) Em qualquer crime de ação pública não é necessária a representação da vítima para que o
inquérito seja iniciado.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Neste caso, a autoridade policial somente poderá proceder a novas diligências se
de outras provas tiver notícia, ou seja, item errado, nos termos do art. 18 do CPP:
Vale ressaltar, porém, que atualmente não cabe ao Juiz homologar a manifestação de
arquivamento formulada pelo MP, embora o Juiz esteja autorizado a provocar tal revisão (que
será realizada pelo PGJ ou pela instância revisora do MP, quando houver) nos casos de patente
ilegalidade ou teratologia da decisão de arquivamento (Art. 28 do CPP, à luz da interpretação
dada pelo STF quando do julgamento das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305).
B) CORRETA: Essa é a exata exigência do art. 5º, §5º do CPP:
C) ERRADA: A representação somente não é exigida nos crimes de ação penal pública
INCONDICIONADA. Nos crimes de ação penal pública CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO,
esta é indispensável para a instauração do IP, nos termos do art. 5º, §4º do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois cabe recurso ao chefe de polícia:
a) 5 … 15
b) 5 … 30
c) 10 … 30
d) 10 … 90
e) 30 … 90
COMENTÁRIOS
O item que responde corretamente a questão é a letra C, pois o IP deve ser concluído em 30
dias, no caso de réu solto, ou 10 dias, no caso de réu preso. Vejamos:
O Delegado de Polícia Civil, após cinco dias da confecção do registro da ocorrência, sem que
tenha sido praticado nenhum ato para a verificação da procedência das informações, despachou
nos autos do Inquérito Policial pelo indeferimento da instauração do Inquérito Policial e
determinou a suspensão do procedimento.
a) requerer a remessa dos autos ao Ministério Público para que se manifeste, uma vez que o
Delegado de Polícia não possui poderes para arquivar o procedimento.
b) requerer a remessa dos autos ao Juízo para que se manifeste, uma vez que o Delegado de
Polícia não possui poderes para arquivar o procedimento.
c) apresentar recurso para a Chefia de Polícia para que se manifeste sobre o indeferimento da
instauração do Inquérito Policial.
Guilherme, delegado de polícia, deflagrou inquérito policial para apurar um suposto delito de
roubo, persequível mediante ação penal pública incondicionada. Contudo, dois meses após o
início das investigações, não se logrou obter qualquer informação sobre a autoria delitiva.
Inexistindo elementos mínimos quanto à autoria, o inquérito policial foi arquivado, na forma
prevista na legislação processual. Seis meses após o arquivamento, surgem novos elementos
quanto à autoria do delito.
a) poderá ser desarquivado, mesmo que inexista notícia de outras provas ou prova nova,
enquanto não operada a prescrição;
d) poderá oferecer de ofício acordo de não persecução penal ao indiciado, sem manifestação do
Ministério Público;
A denúncia anônima, por si só, não pode autorizar a abertura de inquérito policial ou a tomada
de medidas cautelares invasivas.
O órgão do Ministério Público nunca poderá dispensar o inquérito policial, ainda que tenham
sido, com a representação, oferecidos elementos que eventualmente o habilitasse a promover a
ação penal.
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal para o
início da ação penal.
09. (FGV/2022/PCAM)
No curso de inquérito que apurava a prática de crime de tráfico de pessoas, previsto no Art.
149-A do Código Penal, a autoridade policial entendeu imprescindível às investigações o acesso
a informações cadastrais dos suspeitos, passíveis de obtenção junto a empresas privadas.
Com base na situação narrada, aponte a afirmativa correta acerca da investigação do crime em
questão.
10. (FGV/2022/PCAM)
Everton responde, preso preventivamente, a inquérito policial conduzido pela Polícia Civil, que
investiga a prática do crime de tráfico de drogas, previsto no Art. 33, caput, da Lei 11.343/06.
A) deve ser concluído em 90 dias, podendo este prazo ser duplicado pelo juiz, mediante pedido
justificado da autoridade policial, ouvido o Ministério Público.
B) deve ser concluído em 10 dias, não podendo este prazo ser prorrogado.
C) deve ser concluído em 30 dias, podendo este prazo ser duplicado pelo juiz, mediante pedido
justificado da autoridade policial, ouvido o Ministério Público.
D) deve ser concluído em 90 dias, não podendo este prazo ser duplicado.
E) deve ser concluído em 30 dias, não podendo este prazo ser duplicado.
11. (FGV/2022/PCAM)
Michael responde, preso preventivamente, a inquérito policial conduzido pela Polícia Civil, que
investiga a prática do crime de extorsão simples, previsto no Art. 158 do Código Penal.
Quanto ao prazo de duração, é correto dizer que o inquérito em questão deve ser concluído no
prazo de
B) 30 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão, podendo ser prorrogado
uma vez por igual período.
E) 15 dias, contados do dia em que foi executada a ordem de prisão, podendo ser prorrogado
uma vez por igual período.
12. (FGV/2022/PCAM)
Apesar da realização de diversas diligências, não foi possível apurar a autoria delitiva, o que
constou no relatório elaborado pelo delegado de polícia.
A) o delegado deve arquivar diretamente o inquérito policial, não sendo possível, a partir do
arquivamento, em nenhuma hipótese, a reabertura das investigações.
E) o delegado de polícia não pode arquivar diretamente o inquérito; caso haja o arquivamento
por determinação da autoridade competente, não pode haver o desarquivamento e a
continuidade das investigações, ainda que surjam notícias de novas provas.
13. (FGV/2022/PCAM/DELEGADO)
Ao chegar a um ”local de fato”, ainda não sabendo que se trata de um local de crime, de acordo
com o Art. 6º do CPP, a primeira providência da Autoridade Policial deve ser a de
A) apreender objetos que tiverem relação com o fato, evitando a perda de objetos
potencialmente importantes.
D) preservar o local.
14. (FGV/2022/PCERJ/INVESTIGADOR)
O rol do Art. 6º do Código de Processo Penal (diligências que poderão ser realizadas pela
autoridade policial) não é taxativo, havendo outras diligências que poderão ser tomadas pela
autoridade policial, independentemente de autorização judicial, como:
E) busca e apreensão.
15. (FGV/2022/SEAD-AP)
Após receber informações sobre suposta prática de homicídio, a autoridade policial chegou no
local para realizar diligências. Ocorre que, após a liberação dos peritos criminais, a autoridade
policial esqueceu de apreender a arma de fogo deixada no local do crime.
B) agiu corretamente a autoridade policial, já que para apreender a arma de fogo, era
prescindível mandado judicial.
C) agiu incorretamente a autoridade policial, já que para apreender a arma de fogo dependeria
de autorização judicial.
D) caberia aos peritos criminais decidir sobre a apreensão da arma de fogo no local.
E) caberia à autoridade policial apreender os objetos que tivessem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais, e colher provas que servissem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias, dentre outras diligências.
16. (FGV/2022/SEAD-AP)
Durante o inquérito policial, Bernardo, advogado de Júlia, indiciada pela suposta prática do
crime de roubo, foi impedido pelo delegado de polícia de ter acesso às provas já produzidas e
documentadas nos autos do inquérito.
B) agiu mal o delegado. De acordo com enunciado de súmula vinculante, o delegado de polícia
é obrigado a permitir o acesso a todos elementos já documentados nos autos do inquérito ao
advogado. Contudo, o delegado pode deixar de exibir diligência em curso ainda não
documentada.
C) agiu bem o delegado, visto que somente Júlia poderia ter acesso aos autos do inquérito,
inclusive aos elementos decorrentes de diligências em curso, ainda não documentadas.
E) agiu mal o delegado, visto que ao advogado é sempre permitido o acesso aos elementos já
documentados nos autos do inquérito e a todos os elementos decorrentes de diligências em
curso, ainda que não documentadas.
17. (FGV/2022/SEAD-AP)
João, indiciado em inquérito policial pela suposta prática de crimes de estelionato e falsidade
ideológica, foi submetido a identificação criminal, embora civilmente identificado.
18. (FGV/2022/SEAD-AP)
Túlio, promotor de justiça, ofereceu denúncia imputando a Fábio o crime de estelionato. Ocorre
que não foi realizada a apuração da autoria e do delito em inquérito policial.
A) Túlio não poderia ter oferecido denúncia sem inquérito policial anterior.
B)é possível o oferecimento da denúncia com base em peças de informação remetidas ao MP,
sendo inquérito policial anterior imprescindível.
E) o inquérito policial somente é dispensável para apurar a prática e a autoria de crimes de ação
penal privada.
19. (FGV/2022/SEAD-AP)
Ao sair do trabalho e a caminho de casa, Paulo deparou-se com um cadáver, que parecia ter sido
baleado. De pronto, entrou em contato com a autoridade policial e informou o ocorrido.
D) Delatio criminis.
20. (FGV/2022/SEAD-AP)
Fábio, delegado de polícia, determinou, de ofício, a instauração de inquérito policial para apurar
a suspeita de roubo à residência de uma celebridade conhecida nas redes sociais. Ocorre que o
dono da residência, que é pai da celebridade, ficou tenso ao ver nas redes sociais a notícia sobre
o fato e resolveu requerer o arquivamento do inquérito para abafar o caso, evitando escândalos.
A) o inquérito policial não pode ser instaurado de ofício pelo delegado de polícia.
21. (FGV/2022/SEAD-AP)
Arnaldo, indiciado pelo crime de roubo em procedimento conduzido pela polícia judiciária,
confessou o crime em sede policial. Em juízo, embora nenhuma prova para a condenação tenha
sido produzida pelo Ministério Público, o juiz resolveu condenar Arnaldo, com base estritamente
na confissão produzida no inquérito.
22. (FGV/2022/TRT-13)
B) o inquérito é sigiloso e, por isso, ninguém tem acesso aos respectivos autos.
C) somente Júlio pode ter acesso aos autos do inquérito, inclusive aos elementos decorrentes de
diligências em curso ainda não documentadas.
Quanto à investigação preliminar realizada sob a forma de inquérito policial, é correto afirmar
que:
B) gravidade e complexidade do fato investigado não são fatores que legitimam, por si sós, a
duração alongada da investigação preliminar, ensejando constrangimento ilegal;
D) não há nulidade na juntada posterior de provas colhidas durante o inquérito, desde que a
defesa seja intimada para se manifestar sobre elas antes da sentença;
O inquérito policial é dispensável, razão pela qual pode ser exercido o direito de ação sem que
tenha havido anterior instauração do inquérito.
26. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
No curso de inquérito policial, a autoridade policial indiciou Napoleão pela prática do crime de
homicídio qualificado, em que pese os elementos de informação colhidos demonstrassem de
maneira clara que o investigado agiu em legítima defesa. Visando combater tal decisão e buscar
o “trancamento” do inquérito policial, o advogado de Napoleão poderá:
C) impetrar habeas corpus, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça respectivo;
D) interpor recurso em sentido estrito, sendo competente para julgamento um juiz de 1º grau;
27. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
28. (FGV/2021/PCRN/AGENTE)
I. Pode ser instaurado de ofício ou a requerimento, tanto nos crimes de ação pública quanto nos
de ação privada, mas o oferecimento da ação penal dependerá da vontade da vítima nesse
último caso.
II. Contra a decisão que indefere o seu requerimento de abertura, cabe recurso ao Poder
Judiciário.
III. Pode ser requerida sua abertura, ainda que não seja possível identificar o autor do fato
naquele momento.
A) II;
B) III;
C) I e II;
D) I e III;
E) II e III.
29. (FGV/2019/TJCE)
Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se investiga a prática do crime de
concussão. Intimado a comparecer na Delegacia para prestar declarações, fica preocupado com
as medidas que poderiam ser determinadas pela autoridade policial, razão pela qual procura seu
advogado.
Com base nas informações expostas, a defesa técnica de Lauro deverá esclarecer que:
A) a reprodução simulada dos fatos poderá ser determinada pela autoridade policial, não
podendo, contudo, ser Lauro obrigado a participar contra sua vontade;
B) a defesa técnica do indiciado não poderá ter acesso às peças de informação constantes do
inquérito, ainda que já documentadas, em razão do caráter sigiloso do procedimento;
D) o procedimento investigatório, caso venha a ser arquivado com base na falta de justa causa,
não poderá vir a ser desarquivado, ainda que surjam novas provas;
Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas investigações autônomas
em que se apura a suposta prática de crimes de homicídio contra Joana e Maria. Após realizar
diversas diligências, não verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios
finais conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo homologação
judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a informação de que foi localizado um
gravador no local onde ocorreu a morte de Maria, que não havia sido apreendido, em que
Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, é correto afirmar que:
(A) não poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas
poderá ser desarquivado o que investigava a morte de Maria, tendo em vista que o documento
obtido pela família de Joana não existia quando do arquivamento;
(B) poderá haver desarquivamento dos inquéritos diretamente pela autoridade policial, mas não
poderá o Ministério Público oferecer imediatamente denúncia, ainda que haja justa causa, diante
dos arquivamentos anteriores;
(C) poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes de Joana e Maria,
pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o gravador já existisse antes do
arquivamento;
(D) poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de Joana, mas não do
de Maria, tendo em vista que apenas no primeiro caso houve prova nova;
(E) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que houve decisão de
arquivamento que fez coisa julgada.
Fábio, Delegado de Polícia, toma conhecimento da suposta prática do crime de estupro contra
Maria, filha de seu melhor amigo, que contava com 21 anos na data dos fatos. Considerando a
gravidade do fato, a relação íntima que mantém com toda a família de Maria e a classificação do
delito de estupro como de ação penal pública condicionada à representação, decide, por conta
própria, instaurar inquérito policial para identificar a autoria delitiva. Maria, porém, quando
intimada para ser ouvida após iniciado o procedimento investigatório, manifesta desinteresse na
investigação dos fatos.
(A) a suspeição não poderá ser oposta à autoridade policial nos autos do inquérito, mas poderá
Fábio declarar-se suspeito;
(B) o arquivamento do inquérito policial deverá ser determinado imediata e diretamente por
Fábio, diante da manifestação da vítima;
(C) o inquérito policial, apesar de ser procedimento indispensável, somente poderia ter sido
iniciado a partir de representação da vítima;
(D) o inquérito não poderia ter sido instaurado, já que a investigação de crimes de ação penal
pública condicionada à representação somente pode ser realizada diretamente pelo ofendido,
ainda que com ajuda dos órgãos públicos;
Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro, para apurar as condições da morte de Maria,
que foi encontrada já falecida em seu apartamento, onde residia sozinha, vítima de morte
violenta. As investigações se estenderam por cerca de três anos, sem que fosse identificada a
autoria delitiva, apesar de ouvidos os familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em razão
disso, o inquérito policial foi arquivado, nos termos da lei, por ausência de justa causa. Seis
meses após o arquivamento, superando a dor da perda da filha, a mãe de Maria resolve
comparecer ao seu apartamento para pegar as roupas da vítima para doação. Encontra, então,
escondida no armário uma câmera de filmagem e verifica que havia sido gravada uma briga entre
a filha e um amigo do seu namorado dois dias antes do crime, ocasião em que este afirmou que
sempre a amou e que se Maria não terminasse o namoro “sofreria as consequências”.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que a filmagem:
a) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, mas não poderá haver desarquivamento,
já que a decisão de arquivamento fez coisa julgada;
b) não é considerada prova nova ou notícia de prova nova, tendo em vista que já existia antes do
arquivamento, de modo que não cabe desarquivamento com esse fundamento;
d) considerada ou não prova nova ou notícia de prova nova, poderá gerar o desarquivamento
direto pela autoridade policial para prosseguimento das investigações;
e) não é considerada prova nova, logo impede o desarquivamento, mas não é óbice ao
oferecimento direto de denúncia.
Maria, 30 anos, foi vítima da prática de um crime de estupro, crime este de ação penal pública
condicionada à representação. Apesar de não querer falar sobre os fatos ou contribuir para
eventuais investigações, a mãe de Maria comparece à Delegacia e narra os fatos. Diante da
situação apresentada e sobre o tema inquérito policial, é correto afirmar que:
b) ainda que conclua pela atipicidade dos fatos, uma vez instaurado formalmente o inquérito
policial, não poderá a autoridade policial mandar arquivar os autos;
d) o Código de Processo Penal proíbe a reprodução simulada dos fatos antes do oferecimento da
denúncia, ainda que com a concordância do indiciado;
Jorge praticou crime de estupro em face de Júlia, jovem de 24 anos e herdeira do proprietário de
um grande estabelecimento comercial localizado em São Paulo. O crime, de acordo com o
Código Penal e com as suas circunstâncias, é de ação penal pública condicionada à
representação. Não houve prisão em flagrante, sendo os fatos descobertos por outras pessoas
diferentes da vítima apenas uma semana após a ocorrência. Até o momento, não foi decretada a
prisão preventiva de Jorge. Diante dessa situação, sobre o inquérito policial, é correto afirmar
que:
c) caso seja instaurado inquérito, concluindo pela ausência de justa causa, poderá a autoridade
policial determinar o arquivamento do procedimento diretamente;
d) estando o indiciado solto, o inquérito policial deverá ser concluído impreterivelmente no prazo
de 15 dias, prorrogáveis apenas uma vez por igual período;
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que foram a
causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquérito policial e
foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos
da vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade
judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da
autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália
encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex namorado
de Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o
relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foi
encaminhada para a autoridade policial.
Nesse caso,
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do
inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada
prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela
autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz.
O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja
principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la
contra o suposto autor da infração penal.
C) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos
informativos que nele constem, ainda que já documentados.
D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar
arquivar os autos do inquérito já instaurado.
Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta de Ronaldo, indiciado como autor do
crime de homicídio praticado em face de Jorge. Ao longo das investigações, a autoridade
policial ouviu diversas testemunhas, juntando os termos de oitiva nos autos do procedimento.
Concluídas as investigações, os autos foram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o
inquérito policial, é correto afirmar que:
c) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório, digam respeito ao exercício do direito de
defesa;
Glória foi vítima de um crime de estupro praticado no interior de sua residência. Sendo a
natureza da ação pública condicionada à representação, compareceu, então, à Delegacia, narrou
o ocorrido e manifestou o interesse na apuração do fato, razão pela qual foi instaurado inquérito.
Considerando a hipótese narrada e as características do inquérito policial, é correto afirmar que:
c) uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor
do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado;
d) o inquérito policial é disponível, de modo que a autoridade policial poderá determinar seu
arquivamento diretamente;
No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão pela qual foi
instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito. Após diversas diligências, não
foi possível identificar a autoria, razão pela qual foi realizado o arquivamento do procedimento,
pela falta de justa causa, de acordo com as exigências legais. Ocorre que, em abril de 2015, a
filha de Marta localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia
enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014, afirmando para a
vítima “se você não me emprestar dinheiro novamente, arcará com as consequências”. Diante
disso, a filha de Marta apresentou o celular de sua mãe para a autoridade policial.
a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a mensagem de texto
não pode ser considerada prova nova, já que existia antes mesmo da instauração do inquérito
policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo em vista que a
mensagem de texto pode ser considerada prova nova;
e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois passados mais de
06 meses desde a decisão.
A) Escrito.
B) Inquisitório.
C) Indispensável.
D) Formal.
(C) é sigiloso, razão pela qual o defensor do indiciado não poderá ter acesso a elemento de
prova algum, ainda que documentado no procedimento investigatório;
(D) dependerá de representação, caso a investigação trate de crime em que a ação penal seja
pública condicionada;
(E) é prescindível, logo é uma faculdade da autoridade policial instaurá-lo ou não, ainda que haja
requisição do Ministério Público.
a) a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para propositura de ação penal,
logo uma das características do inquérito é sua indispensabilidade;
b) o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em momento algum
pelo advogado do indiciado;
e) o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já que, uma vez
instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado.
a) O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela Autoridade Policial nos crimes
persequíveis por ação penal pública incondicionada.
b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá ser
iniciado sem ela.
c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas sim a
lavratura de termo circunstanciado.
d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o
oferecimento de denúncia.
Acerca das disposições contidas na Lei Processual sobre o Inquérito Policial, assinale a alternativa
correta.
a) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a requerimento
de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal.
I. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial será iniciado de ofício ou mediante requisição
da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
II. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito de
ofício ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
III. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
Assinale:
As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza do delito. Nos
casos de ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial pode se dar:
(A) de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(B) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
(C) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério Público; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência;
(D) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante
requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
(E) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; mediante
requisição do ofendido; e por auto de resistência.
Aury Lopes Júnior leciona que “ o inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar
informações sobre algo, colher informações acerca de um fato, perquirir”. Já o Art. 4º, do CPP
destaca que será realizado pela Polícia Judiciária e terá por fim a apuração das infrações penais e
sua autoria.
a) Entendendo a autoridade policial que o fato apurado não configura crime, deverá realizar o
arquivamento do inquérito, evitando o prosseguimento de um constrangimento ilegal sobre o
indiciado.
d) Não deve a autoridade policial proibir o acesso do defensor do indiciado aos elementos de
prova já documentados no âmbito do procedimento investigatório e que digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente.
c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas
vítimas, se entender pertinente.
d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento
investigatório.
Chega notícia através da Ouvidoria do Ministério Público da prática de determinado crime e que
possivelmente haveria omissão da Delegacia de Polícia na apuração. Em razão disso, o Promotor
de Justiça instaura procedimento de investigação criminal no âmbito da própria Promotoria.
Sobre o poder investigatório do Ministério Público, de acordo com a atual jurisprudência dos
Tribunais Superiores, a conduta do promotor foi:
a) ilegal, pois o Ministério Público não tem poder para investigar diretamente e por meio próprio
a prática de qualquer crime;
b) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação direta, desde que haja omissão da
Polícia Civil, ainda que não exista inquérito policial instaurado anteriormente;
c) ilegal, pois o Ministério Público somente pode investigar diretamente se houver inquérito
policial instaurado previamente e confirmada a omissão da autoridade policial;
d) legal, pois tem o Ministério Público poder de investigação direta, respeitados os direitos
constitucionais do investigado, assim como eventual foro por prerrogativa de função;
d) O inquérito, que é obrigatório, pode ser iniciado de ofício, por requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.
e) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depende de representação, não poderá ser
iniciado sem ela.
a) Nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito
a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Já nos crime de ação penal pública,
condicionada à representação ou incondicionada, o inquérito policial poderá ser iniciado de
ofício.
b) De acordo com o Código de Processo Penal, o inquérito deverá ser finalizado no prazo de 10
dias, se o indiciado estiver solto, e no de 60 dias, quando estiver preso.
c) Se o caso for de difícil elucidação, terminado o prazo para finalização do inquérito, poderá a
autoridade policial reter os autos por decisão própria.
d) Uma vez arquivado o inquérito pela autoridade judiciária, em nenhuma hipótese poderá a
autoridade policial proceder a novas pesquisas.
a) a autoridade policial poderá negar a vista dos autos ao advogado sempre que entender
pertinente, desde que o faça em decisão fundamentada.
b) o advogado somente poderá ter acesso aos autos do inquérito policial com autorização
judicial.
c) a autoridade policial poderá negar ao advogado o acesso aos elementos de prova que ainda
não tenham sido documentados no procedimento investigatório.
d) a autoridade policial poderá negar a vista dos autos ao advogado somente quando o suspeito
tiver sido indiciado formalmente.
a) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas
circunstâncias, a individualização do indiciado, as razões de convicção sobre ser ele o autor do
fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência e,
necessariamente, a capitulação correta dos crimes sobre os quais versa.
b) Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal de qualquer
natureza poderá comunicá-la à autoridade policial, e, esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
c) Nos crimes de ação penal pública condicionada à representação, a notitia criminis não poderá
ser encaminhada ao membro do Ministério Público, salvo nos casos em que a autoridade policial
indeferir a instauração de inquérito.
d) A notitia criminis deverá conter, sempre que possível, a narração do fato, com todas as suas
circunstâncias, a individualização do indiciado e as razões de convicção sobre ser ele o autor do
fato e a indicação de testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
e) Quando versar sobre crime de ação penal privada e o lesado possuir todos os elementos
informativos necessários à elucidação do caso, a notitia criminis poderá ser ofertada diretamente
ao juízo competente.
a) Uma vez formalizado o relatório final do inquérito policial pelo Delegado de Polícia, o
Ministério Público não poderá determinar o retorno dos autos à delegacia de polícia.
c) Nos crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada, o indiciamento formal do
acusado é condição de procedibilidade para a instauração de processo criminal.
d) Nos crimes persequíveis por ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial.
e) Nos crimes hediondos persequíveis por ação penal pública incondicionada, o inquérito policial
será indispensável para o oferecimento de denúncia.
b) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito por falta de base para a
denúncia.
d) o inquérito policial não acompanhará a denúncia ou queixa quando servir de base a uma ou
outra.
Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível
ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente
narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia
enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet,
a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor
deverá
A) arquivar os autos.
B) oferecer denúncia.
D) requerer o arquivamento.
Com relação ao prazo para a conclusão do inquérito policial instaurado para apurar a prática do
crime de tráfico de entorpecentes, de acordo com a Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006,
assinale a afirmativa correta.
a) Será de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, e de 30, na hipótese de o indiciado estar
solto.
c) Será de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando estiver solto, podendo o
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária,
triplicar tal prazo.
e) Será de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 60 dias, quando estiver solto, podendo o
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária,
duplicar tal prazo.
Maria tem seu veículo furtado e comparece à Delegacia de Polícia mais próxima para registrar a
ocorrência. O Delegado de Polícia instaura inquérito policial para apuração do fato. Esgotadas
todas as diligências que estavam a seu alcance, a Autoridade Policial não consegue identificar o
autor do fato ou recuperar a res furtiva.
a) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Ministério Público para que este promova
o arquivamento.
c) Relatar o inquérito policial e encaminhar os autos ao Secretário de Segurança Pública para que
este promova o arquivamento.
d) Manter os autos do inquérito policial com a rotina suspenso, até que surja uma nova prova.
Brenda, empregada doméstica, foi presa em flagrante pela prática de um crime de furto
qualificado contra Joana, sua empregadora. O magistrado, após requerimento do Ministério
Público, converteu a prisão em flagrante em preventiva. Nessa hipótese, de acordo com o
Código de Processo Penal, o prazo para conclusão do inquérito policial será de:
Foi instaurado inquérito policial para investigar a prática de um crime de homicídio que teve
como vítima Ana. Apesar de Wagner, seu marido, ter sido indiciado, não foi reunida justa causa
suficiente para oferecimento da denúncia, razão pela qual foi o procedimento arquivado na forma
prevista em lei. Três meses após o arquivamento, a mãe de Ana descobriu que a filha havia lhe
deixado uma mensagem de voz no celular uma hora antes do crime, afirmando que temia por
sua integridade física, pois estava sozinha com seu marido em casa e prestes a contar que teria
uma relação extraconjugal. Diante desses fatos, de acordo com a jurisprudência majoritária dos
Tribunais Superiores, é correto afirmar que:
(A) nada poderá ser feito, tendo em vista que o arquivamento do inquérito policial fez coisa
julgada material;
(B) poderá ser oferecida denúncia, apesar de o inquérito não poder ser desarquivado em virtude
da coisa julgada material que fez seu arquivamento;
(D) nada poderá ser feito, pois a gravação de voz existia antes do arquivamento do inquérito,
logo não pode ser incluída no conceito de prova nova;
(E) poderá a autoridade policial realizar o desarquivamento a qualquer momento, assim como
pode por ato próprio determinar o arquivamento do inquérito.
61. (FCC/2022/DPE-AP/DEFENSOR)
C) O inquérito policial será dispensável em casos de ações penais de natureza privada e pública
condicionada à representação, mas não o será nos casos de ação penal pública incondicionada,
dado o princípio da obrigatoriedade da ação penal.
E) A partir de Reforma ocorrida em 2010, os fatos ainda em investigação policial não estão
sujeitos à prescrição da pretensão punitiva em abstrato.
62. (FCC/2022/MPE-PE/PROMOTOR)
63. (FCC/2019/TRF4)
Marcelo e Márcio praticaram um roubo contra uma pizzaria situada na cidade de Florianópolis no
início da madrugada, subtraindo todo o dinheiro arrecadado pelo estabelecimento naquele dia.
A polícia é acionada e o inquérito policial para apuração dos fatos é instaurado pela autoridade
policial. Pelas imagens das câmeras de segurança do estabelecimento foi possível a plena
identificação dos roubadores. Após representação da autoridade policial o Magistrado
competente decretou a prisão preventiva de Marcelo e Márcio. Os mandados de prisão foram
cumpridos três dias depois do crime. Neste caso, o inquérito policial deverá terminar no prazo de
De acordo com o Código de Processo Penal, o inquérito policial em caso de indiciado solto,
deverá terminar no prazo de
A) 90 dias.
B) 120 dias.
C) 30 dias.
D) 45 dias.
E) 81 dias.
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de uma bicicleta. Na
lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais responsáveis pela prisão e o indiciado. A
prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva em sede de audiência de custódia.
Concluídas as investigações e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao
Ministério Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva da vítima
proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado a compra do referido
objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
C) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60 dias, sob pena de
crime de desobediência, requerendo a manutenção da custódia cautelar de Roberto.
E) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada a oitiva da vítima e
a imediata soltura do indiciado.
A) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia quanto pelo
membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha sido este o órgão
responsável pela investigação.
C) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta com base nos
elementos por ele colhidos.
D) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de ação penal, ainda
que tenha por fundamento a existência de novas provas.
67. (FCC – 2018 – CLDF – PROCURADOR LEGISLATIVO) Sobre o inquérito policial, está de
acordo com a legislação processual penal vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o
que se afirma em:
A) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em crimes praticados por
particular contra a administração pública.
B) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados nos autos, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
68. (FCC – 2018 – MPE-PB – PROMOTOR) Nos crimes em que não couber ação penal de
iniciativa pública, concluído o inquérito policial, o delegado deverá
69. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) O Código de Processo Penal, bem
como o entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
acerca do Inquérito Policial, dispõe:
B) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
D) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem legitimidade para requerer
diligências para a autoridade policial, tendo em vista o princípio da oficialidade.
E) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito, ainda que não
haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma vez que tal exigência somente
é necessária para a proposição da ação penal.
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos os elementos
de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso às transcrições de
interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo indiciado, já documentadas nos autos do
inquérito policial, caso digam respeito ao exercício do direito de defesa.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de comunicação de fato feita
por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa do ofendido ou seu representante legal para
que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas
tiver notícia.
72. (FCC – 2017 – POLITEC-AP – PERITO MÉDICO LEGISTA)`Praticado o crime na via pública,
o delegado de polícia deverá, dentre outras providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da liberação pelos
peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo pericial.
73. (FCC – 2017 – PC-AP – OFICIAL DA POLÍCIA CIVIL) No âmbito do inquérito policial,
incumbe à autoridade policial
e) oferecer a denúncia.
74. (FCC – 2017 – TRE-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Acerca do inquérito
policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da vítima para a
abertura de inquérito.
75. (FCC – 2017 – TJ-SC – JUIZ) Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão
do Ministério Público requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o
Ministério Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá
76. (FCC – 2016 – AL-MS – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO) A autoridade policial de uma
determinada cidade do Estado de Mato Grosso do Sul instaura inquérito policial para apurar um
crime de aborto cometido pelo médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do
médico é decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído, a partir da
data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.
e) sessenta dias.
77. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO - ADAPTADA) Tendo em vista o caráter
administrativo do inquérito policial, o indiciado não poderá requerer perícias complexas durante
a tramitação do expediente investigatório.
II. Durante o trâmite de um Inquérito Policial instaurado para apuração de crime de homicídio
tentado a vítima apresenta requerimento ao Delegado de Polícia para realização de uma
diligência que entende ser útil para apuração da verdade real. O Delegado de Polícia,
entendendo ser impertinente o requerimento e a diligência solicitada, deixa de realizar a
diligência.
III. O Delegado de Polícia de uma determinada cidade no Estado da Paraíba, após instaurar um
Inquérito Policial para apuração de crime de furto que teria sido cometido por Theo, não
conseguindo apurar provas da autoria delitiva determina o imediato arquivamento dos autos.
IV. Encerrado Inquérito Policial para apuração de crime de ação penal privada a autoridade
policial, após pedido do requerente, entrega os autos de inquérito ao requerente, mediante
traslado.
a) I, II e IV.
b) II e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
a) poderá ser conduzida pelo Ministério Público, conforme recente decisão do STF, mas apenas
nos casos relacionados ao foro por prerrogativa de função.
b) poderá ser realizada por meio de inquérito policial, presidido por delegado de polícia de
carreira ou promotor de justiça, conforme recente decisão do STF.
c) poderá ser realizada por meio de inquérito policial que será presidido por delegado de polícia
de carreira, sob o comando e a fiscalização direta e imediata do promotor de justiça, conforme
recente decisão do STJ.
d) poderá ser conduzida pelo Ministério Público, conforme recente decisão do STF.
e) deverá ser sempre promovida em autos de inquérito policial, presidido por um delegado de
polícia de carreira, salvo em casos de infração cometida por vereadores, cuja investigação será
presidida pelo Presidente da Câmara Municipal.
II. No crimes de ação privada, a sua instauração poderá ser determinada pela autoridade policial,
de ofício.
III. Se o indiciado estiver preso, deverá terminar no prazo de 10 dias contados do dia em que se
executar a ordem de prisão.
IV. As peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas
e, nesse caso, rubricadas pela autoridade.
A) I e II
B) I, II e IV.
C) I e III
E) III e IV.
82. (FCC – 2007 – TRF4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Analise as assertivas:
I. O inquérito policial deve ser instaurado através de relatório e encerrado mediante portaria da
autoridade policial.
III. No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
A) I e II.
B) I e III.
C) II.
D) II e III.
E) III.
83. (FCC – 2007 – TRF4 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Nos crimes de
ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial
84. (FCC – 2014 – TJ-AP – JUIZ) Em relação ao exercício do direito de defesa no inquérito
policial, a autoridade policial poderá negar ao defensor, no interesse do representado, ter acesso
aos
85. (FCC – 2014 – TRF4 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) José foi indiciado em inquérito policial que
apura a prática do delito de estelionato contra seu ex-empregador. Diante disso,
a) ante a constatação de que se trata, em verdade, de ilícito civil, a autoridade policial poderá
mandar arquivar os autos de inquérito.
b) sem inquérito policial, não poderá, posteriormente, haver propositura de ação penal.
c) a vítima poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
d) este inquérito somente pode ser instaurado porque houve representação da vítima.
86. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere persecução penal baseada na
prisão em flagrante dos acusados em situação de participação em narcotraficância transnacional,
obstada pela Polícia Federal, que os encontrou tendo em depósito 46.700 gramas de cocaína
graças à informação oriunda de notícia anônima. Neste caso, segundo entendimento
jurisprudencial consolidado,
b) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa é, por si, idônea para instauração de
inquérito policial.
d) a autoridade policial não pode tomar qualquer providência investigatória a partir da notícia
anônima.
e) a persecução criminal só poderia ser iniciada se a denúncia anônima estivesse corroborada por
interceptação telefônica autorizada judicialmente.
87. (FCC – 2014 – DPE-RS – DEFENSOR PÚBLICO) Jeremias foi preso em flagrante delito pelo
cometimento do fato previsto no art. 157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mesmo dia
decretada a prisão preventiva com a legítima finalidade de garantir a ordem pública. Com base
nestes dados, sob pena de caracterizado o constrangimento ilegal (CPP, art. 648, II), impõe-se
que o inquérito policial esteja concluído no prazo máximo de
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 05 dias.
d) 15 dias.
e) 30 dias.
I. O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo só será apto para
a instauração de inquérito policial se dele constar a individualização do autor da infração.
II. A requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do inquérito pela autoridade
policial.
III. Se o Delegado de Polícia verificar, no curso das investigações, que o indiciado é inocente,
deverá determinar o arquivamento do inquérito.
a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.
89. (FCC -2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que concerne ao
Inquérito Policial, de acordo com o Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
C) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
D) implica sempre no indiciamento de quem foi indicado como provável autor da infração penal.
II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a execução de cada ato
de prévia autorização do Poder Judiciário.
IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a execução de cada ato
de prévia autorização do Ministério Público.
A) I.
B) I, II e III.
C) III e IV.
D) I e II.
E) IV.
92. (FCC – 2011 – TER/RN – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O inquérito policial
A) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que rege o processo penal.
C) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem insuficientes as provas da
autoria do delito.
D) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado requerer qualquer
diligência.
A) nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá ser sem ela ser
instaurado, pois o ofendido poderá oferecê-la em juízo.
B) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no curso das investigações, ficar
demonstrada a inexistência de crime.
C) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal privada, a requerimento de quem
tenha qualidade para intentá-la.
D) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente mediante requerimento escrito
do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
b) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, somente pode ser iniciado de ofício.
d) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquérito policial deverá terminar no prazo máximo
de cinco dias, salvo disposição em contrário.
c) é passível de trancamento por meio de habeas corpus quando o fato investigado for atípico.
d) obedece ao contraditório.
96. (FCC – 2011 – TRF 1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por
despacho do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal
c) não poderá mais ser instaurada por ter se exaurido a atividade de acusação.
d) não poderá mais ser instaurada, pois implicaria revisão prejudicial ao acusado.
a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que através de despacho
fundamentado.
b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências realizadas sejam
acompanhadas pelo Ministério Público.
c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em decorrência do princípio da
oralidade.
d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão devolvidos ao indiciado.
e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser instaurada com base em
peças de informação.
b) o ofendido não poderá requerer diligência, muito embora possa solicitar a instauração de
inquérito policial.
d) o indiciado não poderá requerer diligência, medida reservada apenas para o ofendido.
a) 30 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito pela Autoridade Policial.
c) 10 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito policial pela Autoridade
Policial.
100. (FCC – 2011 – TRF 1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Arquivado o inquérito policial por
despacho do juiz, a requerimento do Ministério Público, a ação penal
c) não poderá mais ser instaurada por ter se exaurido a atividade de acusação.
d) não poderá mais ser instaurada, pois implicaria revisão prejudicial ao acusado.
101. (FCC – 2011 – TJ-AP – TITULAR NOTARIAL) Nos crimes de ação exclusivamente privada, o
inquérito policial deverá ser instaurado
102. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Na dinâmica do inquérito policial NÃO se
inclui
b) as acareações.
d) a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais.
c) será acompanhado, quando concluído e remetido ao fórum, dos instrumentos do crime, bem
como dos objetos que interessarem à prova.
d) poderá ser arquivado pela autoridade policial ou pelo Ministério Público quando o fato não
constituir crime.
b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.
c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de ação penal privada.
e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública incondicionada.
a) poderá ser instaurado mesmo se não houver nenhuma suspeita quanto à autoria do delito.
e) poderá ser iniciado nos crimes de ação penal pública condicionada sem a representação do
ofendido.
106. (FCC – 2012 – TRE-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO) O inquérito policial, em regra, deverá
terminar no prazo
107. (VUNESP/2022/PCSP/DELEGADO)
No que concerne aos investigados em inquérito policial que investiga uso da força letal, é correto
afirmar que a Lei n° 13.964/2019 (Pacote Anticrime):
108. (VUNESP/2022/PCSP)
C) A Autoridade Policial não pode determinar o arquivamento do Inquérito Policial, sendo certo
que uma vez arquivado por determinação da Autoridade Judicial, somente poderá iniciar novas
pesquisas se houver notícias de provas novas.
109. (VUNESP/2021/TJGO/NOTÁRIO)
Em consonância com os estritos termos do art. 13 do CPP, sem prejuízo das demais funções,
incumbirá à autoridade policial
110. (VUNESP/2021/TJGO/NOTÁRIO)
Em consonância com o art. 7º do CPP, para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada
dos fatos,
111. (VUNESP/2021/TJSP/JUIZ)
No curso de inquérito policial regularmente instaurado para apurar crime de ação penal pública
condicionada, e antes de seu encerramento, o advogado regulamente constituído pelo ofendido
nos autos efetua requerimento ao Delegado de Polícia que o preside, pleiteando a realização de
várias diligências. Considerando findas as investigações, e sem a realização das diligências
A) nos crimes de ação penal pública condicionada, competirá às partes a produção de provas,
atuando a autoridade policial de forma subsidiária se, a seu critério, entender cabível a
complementação.
C) agiu com acerto a d. autoridade policial, pois, ao distinguir entre requerimento e requisição,
incumbirá a ela apenas a realização de diligências requisitadas pelo Juiz ou pelo Ministério
Público, nos termos da lei (artigo 13, II, CPP).
D) nos crimes de ação penal pública condicionada, a autoridade policial tem o dever limitado à
instauração do inquérito policial.
112. (VUNESP/2020/EBSERH)
“A polícia judiciária será exercida _________ no território de suas respectivas circunscrições e terá
por fim a apuração __________ ”.
A) pelos Delegados de Polícia ... dos fatos que impliquem em crime de ação pública
incondicionada
B) pelos Delegados de Polícia ... das infrações penais, mediante autorização judicial
D) pelas autoridades policiais ... das infrações penais, mediante autorização judicial
113. (VUNESP/2019/TJRS/NOTÁRIO)
Nos estritos termos do art. 18 do CPP, é correto afirmar que depois de ordenado o arquivamento
do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de a base para a denúncia,
B) fica a autoridade policial impedida de investigar o mesmo indiciado com relação ao mesmo
fato, podendo, contudo, continuar com a investigação de novos suspeitos.
C) apenas mediante nova requisição ministerial ou judicial específica a autoridade policial pode
proceder a novas investigações.
D) a autoridade policial tem autonomia para seguir nas investigações, complementando-as, mas
não pode repetir a produção das provas que já constam dos autos.
E) a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
(A) os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os
autos do inquérito.
(B) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, não podendo o juiz competente
tomar conhecimento dos fatos apurados antes, sob pena de nulidade.
(C) nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá determinar a instauração de
inquérito, ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
(D) o inquérito, nos crimes em que a ação pública é condicionada, poderá ser iniciado sem
representação, desde que mediante despacho fundamentado da autoridade policial competente.
(E) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base a uma ou outra.
115. (VUNESP – 2018 – PC-SP - INVESTIGADOR) De acordo com o art. 5º, § 5º do CPP, nos
crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito
(B) Poderá determinar que o escrivão de polícia rubrique todas as peças reduzidas a escrito ou
datilografadas no inquérito policial.
(D) Poderá requerer à Autoridade Judicial que proceda o reconhecimento de pessoas e coisas,
bem como proceder a acareações.
(E) Poderá determinar a abertura de inquérito policial de ofício, com a ocorrência de qualquer
infração penal.
117. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que
(B) uma vez arquivado, somente poderá ser desarquivado a requerimento do Ministério Público.
(C) não haverá inquérito policial nos casos de ação penal privada, devendo o ofendido ingressar
diretamente com a queixa-crime em juízo.
(D) a Autoridade Policial deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
(E) o prazo para seu encerramento será de 5 (cinco) dias quando o indiciado estiver preso,
contados a partir de sua prisão e de 30 (trinta) dias quando o indiciado estiver solto ou quando
não houver indiciado.
a) Nas ações penais públicas, condicionadas à representação, os inquéritos policiais podem ser
iniciados por provocação das vítimas ou, de ofício, pela Autoridade Policial.
c) Nos inquéritos policiais que apuram crime de tráfico de pessoas, a Autoridade Policial poderá
requisitar diretamente às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações, informações
d) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, diligências em circunscrição
diversa da que tramita o inquérito policial dependerá de expedição de carta precatória.
e) As diligências requeridas pelo ofendido, no curso do inquérito policial, serão ou não realizadas
a juízo da Autoridade Policial.
c) Sim, desde que constate que os fatos foram praticados sob alguma causa excludente de
ilicitude.
d) Sim, desde que constate que os fatos foram praticados em legítima defesa ou estado de
necessidade.
121. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) Prescreve o art. 6º , VIII do CPP:
logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá ordenar a
identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível.
e) determina, com exceções previstas em lei, que o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal.
122. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – JUIZ) Salvo exceções expressamente previstas em leis
especiais, o prazo para a conclusão do inquérito policial cujo indiciado estiver preso, que tramita
junto à Polícia Civil (Estadual) e à Polícia Federal é, respectivamente, de
a) 10 dias; 10 dias.
e) 5 dias; 10 dias.
123. (VUNESP – 2016 – IPSMI – PROCURADOR) Uma vez relatado o inquérito policial,
d) o Juiz pode, diante do pedido de arquivamento, indicar outro promotor para oferecer
denúncia.
e) a vítima pode, uma vez determinado o arquivamento, iniciar ação penal substitutiva da pública.
124. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO DE POLÍCIA) O inquérito policial, nos crimes em
que a ação pública depender de representação,__________ ; nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito___________.
a) depende de queixa crime para sua instauração … após colher o consentimento da vítima ou de
terceiro patrimonialmente interessado na investigação do fato
b) pode ser instaurado independentemente dela, mas só pode embasar ação penal após
manifestação positiva da vítima … após oferecimento de queixa crime
c) só pode ser iniciado se não houver transcorrido o prazo decadencial de seis meses … quando
acompanharem a representação do ofendido o nome e qualificação de ao menos três
testemunhas
d) não poderá sem ela ser iniciado … a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la
e) depende de queixa crime para sua instauração … após oferecimento de queixa crime
b) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base a uma ou outra.
c) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, nos termos do § 1º do artigo 10.
e) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
126. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR DE POLÍCIA) Sobre os prazos para a conclusão do
inquérito policial, é correto afirmar que
a) se for decretada prisão temporária em crime hediondo, o indiciado pode permanecer preso
por até noventa dias, sem que seja necessária a conclusão do inquérito.
b) nos crimes de competência da Justiça Federal, o prazo é de quinze dias, prorrogáveis por mais
quinze, em regra.
d) se o indiciado estava solto ao ser decretada sua prisão preventiva, o prazo de dez dias
conta-se da data da decretação da prisão.
e) a autoridade policial possui o prazo de trinta dias improrrogáveis para todos os casos previstos
na legislação processual penal.
127. (VUNESP – 2015 – PC-CE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Com relação às previsões relativas ao
Inquérito Policial no Código de Processo Penal, é correto afirmar que
a) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá, sem ela,
ser iniciado, mas seu encerramento dependerá da juntada desta.
c) nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito permanecerão em poder da
autoridade policial até a formalização da iniciativa do ofendido ou de seu representante legal,
condição esta obrigatória para a remessa dos autos ao juízo competente.
e) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, por escrito, comunicá-la à autoridade policial, sendo vedada a
comunicação verbal.
128. (VUNESP – 2015 – PC-CE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Assinale a alternativa correta no que
tange ao arquivamento do Inquérito Policial, segundo o disposto no Código de Processo Penal.
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial somente poderá proceder a novas pesquisas com
autorização da autoridade judiciária que determinou o arquivamento.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas se de outras
provas tiver notícia.
d) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas
tiver notícia.
e) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito somente nos casos em que
for constatada atipicidade da conduta.
a) caberá recurso para o Juiz Corregedor … não poderá sem ela ser iniciado
b) caberá recurso para o Juiz Corregedor … só pode ser instaurado mediante requisição
ministerial
c) caberá recurso para o chefe de Polícia … não poderá sem ela ser iniciado
d) caberá recurso para o chefe de Polícia … só poderá ser instaurado mediante apresentação de
prova do fato
e) não caberá recurso … só poderá ser instaurado mediante apresentação de prova do fato
130. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Nos termos do quanto determina o §
4 do art. 5.º do CPP, o inquérito que apura crime de ação pública condicionada
131. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) Nos termos do parágrafo terceiro do
art. 5.º do CPP: “Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito policial”.
Assim, é correto afirmar que
a) sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime, a autoridade policial deverá, por
portaria, instaurar inquérito policial.
b) por delatio criminis entende-se a autorização formal da vítima para que seja instaurado
inquérito policial.
c) o inquérito policial será instaurado pela autoridade policial apenas nas hipóteses de ação penal
pública.
d) a notícia de um crime, ainda que anônima, pode, por si só, suscitar a instauração de inquérito
policial.
a) poderá … poderá … se
a) não poderá, em hipótese alguma, negar vista ao advogado, com procuração com poderes
específicos, dos dados probatórios formalmente anexados nos autos.
b) não poderá negar vista dos autos de inquérito policial ao advogado, entretanto a extração de
cópias reprográficas fica vedada.
c) poderá negar vista dos autos ao advogado caso os ele mentos de prova do procedimento
investigatório sejam sigilosos para a defesa
d) poderá negar vista dos autos ao advogado caso haja no procedimento investigatório quebra
de sigilo bancário ou degravação de conversas decorrentes de interceptação telefônica
e) poderá negar vista dos autos ao advogado sempre que entender pertinente para o bom
andamento das investigações.
135. (VUNESP – 2013 – PC-SP – INVESTIGADOR) Assinale a alternativa correta no que diz
respeito às disposições relativas ao Inquérito Policial previstas no Código de Processo Penal.
c) Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, permanecerão com
a autoridade policial após o encaminhamento dos autos do inquérito policial para análise do
Ministério Público e Poder Judiciário, e serão encaminhados, posteriormente, se o Juiz ou
membro do Ministério Público assim requisitarem.
e) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício
em uma delas não poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em
circunscrição de outra, sendo obrigatória, para tanto, a existência de precatórias ou requisições à
autoridade competente daquela circunscrição.
136. (VUNESP – 2012 – TJ-RJ – JUIZ) Assinale a alternativa correta no que concerne ao
regramento que o CPP dá ao inquérito policial.
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tenha
notícia de outras provas.
b) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
c) Em qualquer crime de ação pública não é necessária a representação da vítima para que o
inquérito seja iniciado.
a) 5 … 15
b) 5 … 30
c) 10 … 30
d) 10 … 90
e) 30 … 90
GABARITO