Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(criada pelo Decreto n.44-A/01 de 6 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
TRABALHO DE CONTABILIDADE BANCÁRIA E SEGURO
EVOLUÇÃO DA BANCA EM ANGOLA
Licenciatura: Economia e Gestão
Opção: Contabilidade e Finanças
Docente: Buta Joaquim
Periodo: Manhã
Viana, Abril de 2025
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(criada pelo Decreto n.44-A/01 de 6 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
TRABALHO DE CONTABILIDADE BANCÁRIA E SEGURO
EVOLUÇÃO DA BANCA EM ANGOLA
Integrantes do grupo:
o Ageu Seixas José
o Ana Miclina Kadivilako
o Belder Salvador Rodrigues
o Bibiano Severino S. Miguel
o Bruno M. S. Loureiro
o Carla C. E. Ribeiro Santos
o Catarino L. Jacinto Baptista
o Conceição Francisco Marinha
o David Domingos da Silva
o Délcio de Amaral Feidão da Silva
o Dénise do C.D. Dos Santos
o Domingos Lussati Colino
Licenciatura: Economia e Gestão
Opção: Contabilidade e Finanças
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização do tema
1.2. Objectivos do estudo
1.3 Metodologia e fontes
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1. Conceito-chave: Sistema Bancário e intermediação financeira
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA BANCA EM ANGOLA
3.1. Período colonial (1865-1975: Banco Nacional Ultramarino e o Sistema financeiro colonial
3.2. Pós independência (19975-1990)
3.3. Período de Liberalização (1991-2017)
4. ANÁLISE DO SISTEMA BANCÁRIO ACTUAL
4.1 Estrutura do sector (2024)
4.2. Funções e desafios do BNA
4.3. Digitalização e Fintechs
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Introdução: Sistema Financeiro de Angola
Contextualização Historica e importância
A Evolução da Banca Em Angola reflete as transformações económicas e políticas do país, desde o período colonial até a data presente,
identificando seus principais marcos históricos, transformações estruturais e desafios contemporâneos: de colônia por6tuguesa (SÉC. XIX) a economia
petrolífera digitalizada. Segundo o BNA (2023), O sector representa 23% do PIB Financeiro nacional.
Desde a criação das primeiras instituições bancárias no período colonial até à atual configuração do sistema financeiro, Angola passou por
profundas mudanças estruturais que moldaram o seu atual panorama bancário. A compreensão desta evolução torna-se crucial para avaliar os desafios e
oportunidades que se apresentam ao setor no contexto económico contemporâneo.
1.2. OBJECTIVO S DE ESTUDO
1.2.1.Objectivo geral: Compreender como a evolução do Sistema bancário angolano (1865-2024) impactou a vida quotidiana dos cidadãos,
desde o peródo colonial até
1.2.1.Objectivo específico:
– Revelar o Aparheid Financeiro Colonial
– Explicar o paradoxo pós-independência
– Desvantagem da liberalização ( Anos 1990)
– Avaliar a Lei 5/91
1.3 METODOLOGIA
A metodologia adotada baseia-se numa abordagem qualitativa, através da análise documental de fontes primárias e secundárias. Foram
consultados relatórios oficiais do Banco Nacional de Angola, estudos académicos, legislação bancária e dados estatísticos do setor. A investigação
privilegia uma perspetiva histórica e analítica, permitindo compreender a evolução temporal do sistema bancário angolano.
Análise documental crítica
– 3 Leis-chave 5/76 (Nacionalização). 5/91 (Liberalização), 12/17 (Regulação);
– Relatórios anuais do BNA (2015-2023) – Foco em trechos textuais com dados percentuais já internalizados.
Bancos Activos Bancarição Linear (Bancos Activos)
3. Síntese de dados
Período Bancos Activos % Bancarição Fonte 30
25
1991 5 8% BNA
20
2023 25 68% BNA 15
10
5
8% 68%
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO 0
2.2.1. DEFINIÇÕES-CHAVES: 1991 2023
Sistema Bancário: Conjunto de Instituições que intermediam recursos Financeiros (Lei 12/17, Art.4)
Intermediação financeira: Processo de canalização de poupança para investimento (Ex.: Depósitos-Empréstimos)
Instituição Financeira: A lei 12/17 define como entidade que exerce actividade de captação de recursos do público para aplicação em Operações de
crédito ou financeiras.
O sistema bancário representa o conjunto de instituições financeiras que desempenham funções de intermediação entre agentes
económicos com excesso de liquidez (aforradores) e aqueles que necessitam de financiamento (investidores). Esta intermediação constitui um
mecanismo fundamental para a eficiente alocação de recursos na economia.
Os bancos comerciais, como principais agentes do sistema, captam depósitos do público e conce.dem crédito a empresas e particulares, facilitando o
financiamento de atividades produtivas e de consumo. Para além desta função primária, os bancos modernos oferecem uma gama diversificada de
serviços financeiros, incluindo transferências, câmbios, seguros e produtos de investimento.
O Banco Central assume o papel de regulador e supervisor do sistema, definindo políticas monetárias, controlando a liquidez e assegurando a
estabilidade financeira. Em Angola, o Banco Nacional de Angola (BNA) desempenha estas funções desde 1976, substituindo as instituições coloniais
anteriores
2.2.2. Modelos de Organização Bancária
a) Sistema Bancário colonial
Característica: Monopolista, Excludente e concentrado em actividades de comércio exterior.
Base Legal: Estatutos do Banco Nacional Ultramarino (BNU, 1865)
b) Sistema pós-independência
Modelo: Bancos estatais com controle centralizado
Funções: Financiamento do Estado e empresas públicas ( Cardoso, 2001)
b) Sistema Moderno
Modelo: Bancos estatais com controle centralizado
Funções: Financiamento do Estado e empresas públicas ( Cardoso, 2001)b) Sistema pós-independência
Estrutura: Mista ( Público-Privado) com regulação do BNA
Parâmetros Internacionais: Adequação a padrões de Basileia III (BNA 2023)
2.2.3. Quadro Teórico comparativo
Teoria Aplicação em Angola Autor de Referência
Intermediação Financeira Crise de liquidez(2014- Dianind&Dybvig(1983)
2017)
Assimetria de Informação Altos índices de Stiglitz(1990)
Inadimplência
Regulação Bancária Supervisão pelo BNA (Lei Barth et al. (2013)
12/17)
2.2.4. Papel do Banco Central (BNA)
Conforme a Lei Orgânica do BNA ( Lei nº 16/10), Suas Funções Incluem:
1. Emissão monetária ( Art 12º); 2. Supervisão Prudencial (Art. 18º); 3. Política Cambial (Art. 21º).
O BNA atua como garantidor da estabilidade financeira, especialmente após a crise do BESA (2014), (Relatório do FMI, 2019, p.
34). O Banco Nacional de Angola desempenha funções cruciais como autoridade monetária, incluindo a formulação e implementação da política
monetária, supervisão bancária, gestão das reservas internacionais e manutenção da estabilidade do sistema financeiro.
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA BANCA EM ANGOLA
3.3.1.PERÍODO COLON
IAL (1865-1975)
3.3.1.1. Banco Nacional Ultramarino e o sistema financeiro
■ O Sistema bancário tem as sua raízes no período colonial, com a criação do Banco Nacional ultramarino em 1865. Esta instityuição,
estabelecida por decreto real portugês, tinha como missão principal facilitar as transações comerciais entre metrópe e as colónias africanas,
incluindo Angoal. O BNU monopolizou durante décadas a emissão de moedas e as operações bancárias na colónia, servindo essencialmente os
interesses económicos portugueses. As suas atividades concentravam-se no financiamento do comércio colonial, especialmente na exportação de
produtos primários como café, algodão e diamantes.
3.3.1.1. Estrutura do Sistema Bancário:
- 1. Domínio do Banco Nacional Ultramarino (BNU), instituído em 1865; 2.Funções principais: financiamento do comércio colonial e emissão
monetária, 3. Presença limitada a grandes centros urbanos (Luanda, Benguela, Lobito).
3.3.1.2. Características Operacionais:
- Crédito restrito a colonos portugueses e grandes empresas; Taxas de juros elevadas para a população local; Ausência de serviços bancários no
interior do país Dados Estatísticos: Em 1970, apenas 12 agências bancárias em todo o território
Menos de 3% da população angolana tinha acesso a serviços bancários
3.2. Pós-independência e nacionalização (1975-1990)
A independência de Angola em 1975 marcou uma transformação radical no sistema bancário nacional. O novo governo nacionalizou todas
as instituições financeiras, criando o Banco Nacional de Angola (BNA) como banco central e único banco comercial do país.
Este período caracterizou-se pela centralização total do sistema financeiro, com o Estado assumindo o controlo absoluto das operações bancárias. O BNA
desempenhava simultaneamente funções de banco central e banco comercial, numa estrutura conhecida como "monobank system".
3.3 LIBERALIZAÇÃO E MODERNIZAÇÃO (1991-2017)
3.3.1 A Lei 5/91:
Abertura do mercado para bancos privados
- Criação do sistema de supervisão bancária
- Entrada de instituições internacionais no mercado angolano
4. O SISTEMA BANCÁRIO ATUAL (2018-2024)
4.1 Estrutura Atual:
- 25 bancos comerciais em operação
- Domínio de grandes grupos bancários (BAI, BPC, Económico)
- Presença de bancos internacionais (Standard Bank, FNB)
4.2 Funções e desafios do BNA
O Banco Nacional de Angola desempenha funções cruciais como autoridade monetária, incluindo a formulação e implementação da
política monetária, supervisão bancária, gestão das reservas internacionais e manutenção da estabilidade do sistema financeiro. Os principais desafios
enfrentados pelo BNA incluem o controlo da inflação, estabilização da taxa de câmbio, desenvolvimento do mercado de capitais e promoção da inclusão
financeira. A implementação de regulamentações adequadas ao contexto nacional constitui uma prioridade constante.
4.3 Digitação e Fintechs
A digitalização dos serviços bancários acelelerou-se significativamente nos últimos anos, com a introdução de plataformas de
mobile banking, pagamentos digitais e serviços online. Bancos como o BAI, BFA e Atlântico lideram esta transformação digital.
As empresas de tecnologia financeira (Fintechs) emergem como players importantes, oferecendo soluções inovadoras de
pagamentos móveis, transferências e microcrédito. Empresas como Multicaixa e outras startups financeiras contribuem para expandir o
acesso aos serviços financeiros.
5. CONCLUSÃO
Diante da pesquisa realizada e tendo em conta os objectivos específicos, concluímos que: O sistema bancário angolano evoluiu de um
modelo colonial restritivo para um sistema mais diversificado, as reformas da década de 1990 permitiram maior dinamismo ao setor; Persistem desafios
significativos em termos de inclusão financeira.
Recomendações: - Fortalecer a supervisão bancária; - Ampliar os programas de educação financeira; - Promover a bancarização das zonas
rurais; - Diversificar as fontes de financiamento. A investigação demonstrou que o sistema bancário angolano passou por três fases distintas: o período
colonial (1865-1975), caracterizado pela presença do Banco Nacional Ultramarino e um sistema financeiro voltado para os interesses metropolitanos; o
período pós-independência (1975-1990), marcado pela centralização estatal e controlo governamental das instituições financeiras; e o período de
liberalização (1991-2017), que introduziu reformas estruturais e permitiu a entrada de capitais privados no setor.
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Ferreira, M. E. (2019). O Sistema Financeiro Angolano: Evolução e Perspetivas. Luanda: Editora Mayamba.
Ministério das Finanças (2023). Relatório sobre a Situação Económica e Financeira do País. Luanda: MINFIN.
Silva, R. T. (2018). História da Banca em Angola: Do Período Colonial à Atualidade. Luanda: Editorial Nzila.
Neto, F. A. (2020). "A Intermediação Financeira em Angola: Desafios e Oportunidades". Revista Angolana de Economia, v. 15, n. 2, p. 45-67.
Oliveira, J. P. (2021). Banca e Desenvolvimento em África: O Caso de Angola. Lisboa: Edições Colibri.
Sousa, L. C. (2023). "Fintechs e Transformação Digital no Sistema Bancário Angolano". Revista de Estudos Africanos, n. 45, p. 112-128.
Banco Nacional de Angola (2024). Relatório de Estabilidade Financeira. Luanda: BNA.