Enzima Glutationa Perixidase em Cacarne Frango
Enzima Glutationa Perixidase em Cacarne Frango
ERECHIM, RS - BRASIL
MAIO DE 2007
ESTUDO DA ATIVIDADE DA ENZIMA GLUTATIONA PEROXIDASE
EM CARNE DE FRANGO
Comissão Julgadora:
____________________________________
Prof. Alexandre José Cichoski, D.Sc.
Orientador
____________________________________
Gerson Scheuermann, Ph.D.
____________________________________
Prof. Marco Di Luccio, D.Sc.
____________________________________
Prof. Tatiana Emanuelli, D.Sc.
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AGRADECIMENTOS
Aos alunos de graduação Renata Ril, Roberto Verlindo, Alencar Grolli, Carla
Francischetto, Rafael Barriquelo e Larissa Vanzo, meu agradecimento por todas as
horas de dedicação que possibilitaram o sucesso dos experimentos.
CARNE DE FRANGO
Maio/2007
MEAT
May/2007
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................4
2.1 PROCESSOS OXIDATIVOS NA CARNE...............................................................................4
2.1.2.4.1. Flavor....................................................................................................................12
2.1.2.4.3. Cor........................................................................................................................14
3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................28
3.1 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS ............................................................................................28
4.1.1. Influência das Fontes e Níveis de Selênio sobre a Atividade da Enzima Glutationa
Peroxidase......................................................................................................................................39
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................60
5.1 CONCLUSÕES ......................................................................................................................60
6 REFERÊNCIAS ..................................................................................................62
Figura 5. Lavagem das carcaças das aves e separação das partes no Abatedouro
Experimental .............................................................................................................33
Figura 7. Reação entre TBA e MDA com a formação do produto pigmentado que
absorve a 531 nm. Fonte: Fernández et al. (1997) ...................................................38
Figura 8. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o
abate e na carne armazenada durante 90 dias a −18ºC nos cinco tratamentos
empregados na criação das aves..............................................................................43
Figura 9. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o
abate, logo após o cozimento a 66ºC e na carne cozida armazenada durante 90 dias
a −18ºC nos cinco tratamentos empregados na criação das aves ............................46
Figura 10. Valores de TBARS (mg de malonaldeído/ kg de tecido) encontrados na
carne crua três horas após o abate, recém cozida a 66ºC e armazenada durante 90
dias a −18ºC nos cinco tratamentos empregados na criação das aves ....................50
Tabela 4. Composição percentual das dietas nas três fases de desenvolvimento das
aves...........................................................................................................................31
Tabela 6. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o
abate e na carne armazenada durante 90 dias a −18ºC nos cinco tratamentos
empregados na criação das aves..............................................................................40
Tabela 7. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o
abate, logo após o cozimento a 66ºC e na carne cozida armazenada durante 90 dias
a −18ºC nos cinco tratamentos empregados na criação das aves ............................45
GR glutationa redutase
MDA malonaldeído
1
Apesar das vantagens do uso de selênio como agente antioxidante in vivo, o
conhecimento de seu nível de eficiência em relação ao retardamento da oxidação
que ocorre na carne submetida a tratamento térmico é restrito. Sabe-se que a
aceleração da oxidação lipídica na carne provocada pela ação da temperatura
deve-se em parte pela inativação das enzimas antioxidantes, dentre elas,
glutationa peroxidase (Mei et al., 1994).
Em 1967, Paglia e Valentine desenvolveram um método de análise no qual a
atividade da enzima glutationa peroxidase era medida através de um
procedimento espectrofotométrico indireto, cujo princípio é utilizado até os dias
atuais. Assim, a atividade desta enzima tem sido determinada em diversos tipos
de amostra, tais como carnes bovina (Mei et al, 1994; Lee et al., 1996; O’Grady et
al., 2001), suína (Mei et al, 1994; Mahan e Parrett, 1996; Hernández et al., 2002) e
de frango (Arai et al., 1994; Moreira et al., 2001; Surai e Dvorska, 2002; Carreras
et al., 2004, Hoac et al., 2006); também em leite bovino (Chen et al., 2000;
Lindmark-Mansson et al., 2001) e plasma sanguíneo (Bügel et al., 2004).
Apesar dos diversos experimentos e publicações referentes à determinação
da atividade da enzima glutationa peroxidase, falta ainda uma elucidação maior
sobre a técnica e os mecanismos de reação propriamente ditos, pelo fato de este
ser um método de análise complexo e dependente de muitos fatores. Existem
também muitas divergências entre diferentes autores em relação à metodologia
utilizada nas análises e aos valores encontrados para o mesmo tipo de amostra.
Além disso, são vários os fatores que influenciam a atividade da enzima glutationa
peroxidase na carne, que vão desde o tipo de suplementação de selênio na dieta
animal até condições de processamento do tecido muscular após o abate, como
cozimento e armazenamento em baixas temperaturas.
Com base nestas informações, elaborou-se este trabalho de pesquisa cuja
finalidade principal foi avaliar a influência da suplementação de diferentes fontes e
níveis de selênio na alimentação de frangos de corte sobre a atividade da enzima
glutationa peroxidase na carne de sobrecoxa submetida ao processamento
térmico e ao congelamento, e também sobre o nível de oxidação lipídica destas
amostras. Em uma segunda etapa, foram variadas algumas condições de pré-
2
análise e da reação catalisada pela glutationa peroxidase, com o objetivo de
otimizar as determinações da atividade desta enzima.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
4
A concentração e atividade de muitos destes antioxidantes endógenos pode
ser influenciada pela dieta, e desta forma pode-se aumentar a estabilidade
oxidativa da carne sem que a adição de antioxidantes sintéticos seja necessária
(Maraschiello et al., 1999).
5
Figura 1. Molécula da mioglobina.
6
inicia na ligação carbono-hidrogênio adjacente à dupla ligação da cadeia de
carbono, podendo ser catalisado por um grande número de fatores, especialmente
fatores ambientais (umidade, calor, luz, oxigênio), presença de certos metais,
enzimas e pigmentos (Racanicci, 2004).
A carne de frango se caracteriza por possuir uma concentração relativamente
elevada de ácidos graxos insaturados, que a torna mais susceptível à rancidez
oxidativa em comparação a outros tipos de carne, sendo superada somente pela
carne de peixe (Byrne et al., 2002), principalmente durante os processos de
armazenamento e cozimento (Carreras, 2004a). A rancidez oxidativa normalmente
não ocorre com ácidos graxos saturados, porque neste caso a formação de um
radical livre é energeticamente desfavorável; já a presença de duplas ligações na
cadeia carbônica do ácido graxo baixa a energia necessária para a ruptura
homolítica das ligações carbono-hidrogênio (Bobbio e Bobbio, 2001).
O grau de oxidação lipídica da carne e de produtos cárneos é determinado
habitualmente por métodos químicos, sendo o teste do ácido tiobarbitúrico (TBA) o
mais utilizado e considerado um bom indicador da rancidez. A formação do
malonaldeído (MDA) ocorre através da decomposição de hidroperóxidos, produtos
primários da oxidação lipídica. Alguns dos fatores que determinam a extensão na
formação deste aldeído através de ácidos graxos poliinsaturados são: o grau de
insaturação (Dahle et al., 1962), a presença de metais, o pH, a temperatura e a
duração e condições do aquecimento (Fernández et al., 1997). Existem, além do
MDA, outras substâncias que reagem com o ácido tiobarbitúrico, sendo estas
chamadas genericamente de TBARS (Carreras, 2004a).
7
o cheiro e sabor que tendem a aumentar rapidamente; a última fase caracteriza-se
por cheiro e sabor fortes, alterações da cor e da viscosidade dos lipídios e também
por sua decomposição (Bobbio e Bobbio, 2001).
8
Radical Hidroxila (HO•) – a maior parte é produzida pela cisão do peróxido de
hidrogênio catalisada por metais, denominada reação de Fenton. O radical
hidroxila também pode ser gerado a partir da reação entre o peróxido de
hidrogênio e o radical superóxido, conhecida como reação de Haber-Weiss ou
pela reação entre metais e peróxidos orgânicos, lipídicos ou protéicos. Este radical
é altamente reativo, capaz de iniciar a oxidação de lipídios e outras moléculas
biológicas (Carreras, 2004a). A Equação 1 mostra o primeiro passo da reação de
oxidação lipídica de um ácido graxo insaturado (RH), iniciada pelo radical
hidroxila, dando origem a um radical lipídico (R•).
2.1.2.1.2. Propagação
O radical lipídico (R•) formado durante a etapa de iniciação reage
rapidamente com o oxigênio molecular gerando um radical peroxila (ROO•), como
mostra a Equação 2.
R• + O2 → ROO• (2)
Este radical pode oxidar outros ácidos graxos, dando lugar a hidroperóxidos
(ROOH) (Equação 3) e propagando assim a reação em cadeia, que se processa
rapidamente, pois menos energia é requerida (Morrissey et al., 1998).
9
2.1.2.1.3. Terminação
A terminação da reação em cadeia da peroxidação se dá normalmente pela
combinação de radicais peroxila, dando lugar a produtos não-radicalares
(Carreras, 2004a).
10
oxidação. O tratamento térmico afeta a atividade das enzimas antioxidantes (Mei
et al., 1994; Lee et al., 1996b), oxigênio é liberado da oximioglobina, gerando
peróxido de hidrogênio e assim ocorre a ruptura de hidroperóxidos gerando
radicais livres que propagam a peroxidação (Kanner, 1994).
11
promovidas condições para que o processo oxidativo se instale (Gray et al., 1996;
Morrissey et al., 1998). Imediatamente após o abate ainda existe uma certa
atividade metabólica, mas devido à falta de circulação sanguínea, os produtos da
quebra do glicogênio se acumulam nos tecidos na forma de ácido lático, ocorrendo
uma diminuição gradual do pH a níveis levemente ácidos. Além disso, o sistema
de defesa antioxidante torna-se enfraquecido devido à deficiência de vitaminas, e
é pouco provável que este sistema normalmente disponível no animal vivo ainda
funcione (Racanicci, 2004).
O termo “qualidade da carne” diz respeito a um amplo conjunto de
características apresentadas por esta, incluindo desde suas propriedades físicas,
químicas, morfológicas, bioquímicas e microbiológicas até aspectos sensoriais
(flavor, textura e cor desejáveis), tecnológicos (processamento e armazenagem) e
nutricionais (composição lipídica e protéica adequada, ausência de compostos
alergênicos ou tóxicos) (Anádon, 2002; Carreras, 2004a). O aspecto, a textura, a
suculência, a maciez, o odor e o flavor são algumas das características
perceptíveis que mais influenciam a opinião dos consumidores a respeito da
qualidade da carne, influenciando na decisão de compra (Gray et al., 1996).
2.1.2.4.1. Flavor
O flavor é um dos atributos sensoriais mais destacados na carne, podendo
ser definido pelo conjunto complexo de propriedades olfativas e gustativas que se
percebem durante a degustação. O desenvolvimento do flavor na carne é
influenciado por fatores antemorten (espécie, sexo, idade, composição da dieta
animal) e por fatores postmorten (processamento, cozimento, armazenamento),
sendo estes últimos os mais destacados na maioria dos casos (Carreras, 2004a).
Apesar de que o principal fator limitante na vida de prateleira da carne fresca
seja a carga microbiana, a oxidação lipídica dos ácidos graxos insaturados dos
fosfolipídios das membranas musculares é uma das principais causas da
deterioração da qualidade da carne e no desenvolvimento de off-flavors, termo
utilizado para descrever sensações olfato-gustativas não características,
geralmente associadas à deterioração da carne (Gray et al., 1996).
12
É durante o cozimento da carne que são gerados os compostos responsáveis
pelo seu flavor característico. São produzidos dessa forma compostos não voláteis
(peptídeos, aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares e nucleotídeos) e compostos
voláteis (alcanos, aldeídos, cetonas, álcoois, ésteres e ácidos), derivados
principalmente da reação de Maillard e da peroxidação lipídica, sendo que estes
últimos, gerados pela decomposição de hidroperóxidos, são os grandes
responsáveis pelo desenvolvimento de odor e flavor indesejáveis (Mottram, 1998).
O termo warmed over flavor (WOF) foi introduzido por Tims e Watts no ano
de 1958 para descrever o desenvolvimento de um flavor oxidado nas carnes
reaquecidas após cozimento e refrigeração, que se verifica mesmo em períodos
curtos. O desenvolvimento de WOF é atribuído principalmente à auto-oxidação
dos ácidos graxos poliinsaturados na carne. Vários estudos têm investigado sobre
o desenvolvimento de WOF, e estes levam em conta o método, a temperatura e o
tempo de cozimento (Byrne et al., 2002). O cozimento de carnes em temperaturas
de 70 a 80ºC leva a um rompimento das membranas musculares, facilitando a
interação dos catalisadores da oxidação lipídica com os ácidos graxos, resultando
na geração de radicais livres e na geração de WOF (Pearson apud Byrne et al.,
2002). Já em temperaturas iguais ou superiores a 100ºC, o desenvolvimento de
WOF parece ser inibido, provavelmente devido às propriedades antioxidantes de
substâncias produzidas pela reação de Maillard nestas temperaturas (Byrne et al.,
2002).
2.1.2.4.2. Textura
A textura é um fator importante na apreciação sensorial de um alimento,
sendo que a textura da carne é influenciada pela raça do animal, sexo, idade e
fatores de criação. As mudanças produzidas durante a conversão do músculo em
carne afetam também de forma importante esta característica (Anadón, 2002). Da
mesma forma, como resultado da reação entre lipídios oxidados e proteínas,
podem ser provocados intercruzamentos entre essas moléculas, causando uma
diminuição da solubilidade de proteínas ou também sua desnaturação, o que
afetaria negativamente a textura da carne (Kanner, 1994).
13
2.1.2.4.3. Cor
A coloração da carne fresca depende diretamente da concentração e estado
químico dos pigmentos heme, sendo que os principais encontrados na carne de
frango são a mioglobina, a hemoglobina e o citocromo C. A concentração de
mioglobina, pigmento que mais contribui para a definição da cor, é
significativamente mais baixa neste tipo de carne do que a encontrada em
músculos de outras espécies (Anadón, 2002).
A cor da carne é afetada por fatores como idade, sexo, raça, dieta, gordura
intramuscular, conteúdo de umidade e nível de estresse no momento do abate. As
diferenças básicas de cor entre músculos de um mesmo animal são resultado da
proporção relativa de fibras musculares brancas e vermelhas. Em relação às aves,
o peito é composto principalmente por fibras brancas com baixo conteúdo em
mioglobina, possuindo assim uma cor clara; já a sobrecoxa é composta
principalmente por fibras vermelhas e apresenta uma cor mais escura (Daun e
Akesson, 2004).
Espécies radicalares produzidas durante a oxidação lipídica podem promover
a oxidação dos pigmentos heme; diversos estudos mostram a eficácia de
diferentes antioxidantes na manutenção da estabilidade da cor da carne (Gray et
al., 1996).
14
Os benefícios da técnica de congelamento devem-se à baixa temperatura
utilizada, e não à formação de gelo em si. Durante o congelamento de tecidos, a
água em solução é transferida a cristais de gelo de um grau de pureza bastante
alto, e assim quase todos os constituintes não aquosos são concentrados em uma
quantidade mínima de água não congelada. Este efeito é similar ao da
desidratação convencional, apesar de que no congelamento a temperatura é
inferior e a água separada é depositada localmente na forma de gelo. Devido ao
efeito de concentração por congelamento, a fase não congelada muda
significativamente suas propriedades, tais como pH, força iônica e viscosidade.
Estas mudanças freqüentemente favorecem o aumento das velocidades de
reação, por forçar as moléculas a unir-se e interagir umas com as outras. Em
conseqüência, o congelamento produz dois efeitos opostos: a diminuição da
temperatura, por si, reduz as velocidades de reação, enquanto que a
concentração por congelamento, muitas vezes propicia seu aumento (Fennema,
1993).
Enquanto que muitas enzimas sofrem desnaturação durante os processos de
congelamento e descongelamento, outras não são afetadas ou conservam
parcialmente sua atividade. Este comportamento depende principalmente do tipo
de enzima, do sistema em que ela se encontra e das condições de congelamento,
principalmente no que diz respeito à velocidade e oscilações de temperatura
(Fennema, 1993).
A formação dos cristais de gelo é a principal causa da degradação da
estrutura dos tecidos animais, devido ao rompimento das membranas e organelas
celulares através de perfurações, ocasionando alterações na estrutura e
localização das enzimas nestes tecidos (Mortensen et al., 2006). Quanto menor for
o tempo de duração da etapa de transição líquido – sólido, menores são os cristais
formados dentro do alimento que está sendo congelado, e assim, ao retornar a
temperatura ambiente, o tecido muscular se encontra próximo ao seu estado
original. No congelamento rápido, esta etapa de transição leva até 25 minutos; já
no congelamento lento, há remoção de água das células e grandes cristais de gelo
são formados, podendo ocorrer danos físicos aos tecidos celulares (Pino, 2005).
15
Dessa forma, o congelamento e descongelamento lentos determinam, por regra
geral, maiores perdas de atividade enzimática do que os processos rápidos.
Flutuações da temperatura de estocagem também favorecem o crescimento dos
cristais de gelo (Neves Filho apud Vieira, 2007).
A susceptibilidade de carnes congeladas à oxidação lipídica pode ser em
função da atividade de água (Aa), termo criado para denominar a água disponível
para crescimento microbiano e reações que possam deteriorar os alimentos
(Bobbio e Bobbio, 2001). Em baixos valores de atividade de água (em torno de
0,4), a água presente no alimento liga-se aos hidroperóxidos, interferindo em sua
decomposição e retardando o processo de oxidação. Nesta faixa ocorre também
hidratação dos íons metálicos, que são catalisadores desta reação, reduzindo sua
eficiência. À medida que são alcançados valores acima de 0,4, há um aumento
progressivo na velocidade de oxidação lipídica. Este comportamento pode ser
devido ao aumento da quantidade de oxigênio dissolvido, que catalisa a reação;
também há expansão das moléculas e exposição de seus sítios catalíticos.
Finalmente, em valores de atividade de água maiores (acima de 0,8), há um
retardamento na velocidade de oxidação, provavelmente devido à diluição dos
catalisadores da reação (Fennema, 1993).
Durante o congelamento a −18ºC, a atividade de água que correspondia a
aproximadamente 0,9 na carne fresca, é reduzida até 0,6, entrando na faixa de
valores que favorecem o aumento das reações de oxidação lipídica (Pino, 2005).
16
O micronutriente selênio ocorre naturalmente em duas formas químicas,
inorgânica e orgânica. O selênio inorgânico pode ser encontrado, dependendo de
seu estado de oxidação, na forma de selenito, selenato ou seleneto; já a forma
orgânica é encontrada incorporada aos aminoácidos metionina e cisteína. Apesar
da forma inorgânica representar uma fonte economicamente mais acessível deste
nutriente, ela pode ser tóxica em médias a altas concentrações, além de interagir
e quelar outros minerais (Gowdy, 2004).
Em agosto de 2000, a forma de selênio orgânico selenometionina,
incorporada a leveduras (Sel-Plex®, Alltech Biotechnology Center, Nicholasville,
KY), foi aprovada pelo United States Food and Drug Administration como fonte de
suplementação de selênio para frangos de corte (Upton Jr., 2003) e desde então
esta forma tem sido uma boa alternativa de suplementação na dieta animal. Sel-
Plex® é uma fonte orgânica de selênio resultante do crescimento de células de
leveduras em um meio deficiente em enxofre. Desta forma, as células são
forçadas a incorporar o selênio em seus aminoácidos, tornando-se enriquecidas
com selenometionina, que é a mesma forma de selênio encontrada em grãos
(Kelly e Powers apud Gowdy, 2004).
Embora as duas formas de selênio, inorgânica e orgânica, possam ser
utilizadas como suplemento dietético, elas diferem bastante em suas propriedades
químicas, sendo absorvidas e metabolizadas de forma diferente. Durante a
absorção, a selenometionina é ativamente transportada através das membranas
intestinais e acumulada no fígado e músculo. Já o selênio inorgânico, sendo
absorvido como um mineral, é muito pouco retido nos tecidos, sendo a maior parte
excretada (Upton Jr., 2003).
A concentração de selênio utilizada na dieta de animais de criação influencia
diretamente o depósito deste elemento nos tecidos destes animais, bem como nos
produtos derivados, como leite e ovos. Os órgãos geralmente acumulam maiores
quantidades de selênio; o fígado da maioria das espécies contêm em média
quatro vezes mais selênio do que o músculo esquelético (Combs Jr., 2001). Em
frangos foi observado que a concentração de selênio decresce na seguinte ordem:
penas > fígado > rim > músculo > plasma (Upton Jr., 2003).
17
Segundo Ali et al. (1997), a exigência de selênio para frangos de corte,
listada no NRC (1994), é de 0,15 mg/kg de ração, o que seria suficiente para
otimizar a atividade da enzima glutationa peroxidase até os 21 dias de idade;
porém, o efeito da suplementação de selênio em dietas de aves pode variar de
acordo com a fonte utilizada (Moreira et al., 2001). Assim, a utilização de selênio
na dieta de animais de criação, visando garantir níveis adequados deste elemento
tanto para o animal quanto para o consumidor, deve considerar além de sua
concentração, sua forma química.
Embora selenito ou selenato (formas inorgânicas) possam ser efetivos como
suplementos alimentares para prevenir a deficiência de selênio em bovinos, estas
formas têm pouco impacto no conteúdo de selênio na carne, leite e ovos. Níveis
maiores de selênio nos tecidos podem ser alcançados usando uma fonte de
selenometionina como suplemento alimentar (Combs Jr., 2001). Isto se dá devido
a diferenças no metabolismo do selênio nos animais. Selenito, selenato e mesmo
selenocisteína são utilizados na biossíntese de selenoproteínas biologicamente
ativas, como a enzima glutationa peroxidase; já a selenometionina é incorporada
às proteínas teciduais no lugar do aminoácido metionina, garantindo o estoque
muscular de selênio (Finley, 1999; Combs Jr, 2001; Whanger, 2003). Desta forma,
pode-se dizer que a atividade da enzima glutationa peroxidase é regulada
predominantemente pelos níveis de selenocisteína e/ou espécies inorgânicas de
selênio oriundas da dieta (Borawska et al., 2004).
De acordo com Van Saun (1990), as concentrações teciduais da enzima
glutationa peroxidase servem como um bom indicador dos níveis de selênio na
dieta de animais de criação. As dosagens de GSH-Px têm sido sugeridas para a
avaliação de selênio em bovinos, porém como esta enzima apresenta-se em
pequenas quantidades e com baixa estabilidade, o uso desta técnica é limitado.
18
De acordo com o Nomenclature Committee of the International Union of
Biochemistry and Molecular Biology (NC-IUBMB), as peroxidases recebem
genericamente a nomenclatura EC 1.11.1. Estas fazem parte do grupo de enzimas
denominado oxi-redutases, as quais estão envolvidas em reações do tipo redox
onde átomos de hidrogênio, oxigênio ou elétrons são transferidos entre moléculas,
sendo que no caso das peroxidases essa transferência ocorre na presença de
peróxidos (London South Bank University, 2007). Esta reação pode ser descrita
pela Equação 4, sendo que X corresponde à molécula que sofre peroxidação:
19
níveis inadequados de selênio no organismo podem levar a uma redução na
atividade desta enzima, ocorrendo um decréscimo na habilidade de degradar
peróxido de hidrogênio. Altos níveis desta substância estão relacionados com a
auto-oxidação de membranas celulares, danos ao DNA e prejuízos à função
imune; pesquisas recentes demonstram uma elevação de 32% na peroxidação
lipídica nos eritrócitos de frangos deficientes de selênio (Holovská Jr. et al., 2003).
Foram identificadas quatro formas distintas da enzima GSH-Px selênio-
dependente, que atuam em diferentes compartimentos subcelulares: citosólica,
fosfolipídeo hidroperóxido, plasmática e gastrintestinal (Arthur e Beckett, 1994).
Nos mamíferos e aves, a maior parte da enzima GSH-Px é encontrada na forma
de glutationa peroxidase citosólica (cGSH-Px), a qual utiliza como substratos
peróxido de hidrogênio, peróxido de cumeno, terc-butil hidroperóxido e
hidroperóxidos de ácidos graxos. Já a glutationa peroxidase fosfolipídeo
hidroperóxido (phGSH-Px), intimamente associada às membranas celulares, exibe
atividade unicamente frente a hidroperóxidos de fosfolipídeos e colesterol (Ursini
et al. apud Arthur e Beckett, 1994). A glutationa peroxidase plasmática ou
extracelular (pGSH-Px), sintetizada e secretada pelas células hepáticas,
metaboliza facilmente peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos de ácidos graxos, e
com menos eficiência, hidroperóxidos de fosfolipídeos e colesterol. Por último, a
glutationa peroxidase gastrintestinal (giGSH-Px) age nos mesmos substratos da
cGSH-Px e pGSH-Px (Punchard et al., 1996).
Apesar das diferentes localizações e especificidade em relação aos
substratos, as formas de GSH-Px citosólica, fosfolipídio hidroperóxido e
gastrintestinal são comumente agrupadas e denominadas genericamente de
glutationa peroxidase celular, devido ao fato de apresentarem características
cinéticas semelhantes (Maddipati e Marnett, 1987; Lindmark-Mansson e Akesson,
2001b). Estudos recentes relatam que eritrócitos e tecidos animais contém a GSH-
Px celular, enquanto que leite e plasma sanguíneo contém a forma extracelular
(Chen et al., 2000; Stagsted, 2006), o que explica em parte a necessidade de
ajustes na técnica de determinação para os diferentes tipos de amostra.
20
2.4.2. Presença no Tecido Muscular
21
conjuntamente com a glutationa peroxidase, impedindo a paralisação do ciclo
metabólico da glutationa (Rover Jr., 2001).
22
peróxido de hidrogênio, que são reduzidos à água; os hidroperóxidos de origem
orgânica, como os derivados do colesterol, ácidos graxos e cumeno, são
reduzidos ao seu álcool correspondente (Chaudiere et al., 1984; Brenda, 2007).
Em concentrações de substrato muito baixas, a velocidade inicial de reação
(V0) é proporcional à concentração do substrato. Entretanto, à medida que a
concentração do substrato aumenta, a taxa inicial passa a crescer menos,
deixando de ser proporcional a essa concentração. Com o posterior aumento na
concentração do substrato, a taxa de reação torna-se essencialmente
independente de sua concentração, aproximando-se de uma taxa constante.
Nessa faixa pode-se dizer que a enzima está saturada com o substrato.
Todas as enzimas apresentam o efeito da saturação, porém variam em
relação à concentração requerida para produzi-lo. Esse efeito de saturação levou
alguns pesquisadores a estabelecerem a hipótese de que enzima e substrato
reagem reversivelmente para formar um complexo, passo essencial na catálise de
uma reação (Lehninger et al., 1995).
As reações catalisadas pela GSH-Px extracelular (encontrada no leite e
plasma sanguíneo) são cerca de dez vezes mais lentas do que aquelas
catalisadas pelo tipo celular (encontrada em eritrócitos e tecido muscular); além
disso, quando trata-se do tipo extracelular, a saturação pelos substratos ocorre
facilmente, por este motivo este sistema necessita de concentrações mais baixas
de glutationa reduzida (GSH) e peróxido (Chen et al., 2000). Já a GSH-Px celular
parece não ser saturada com GSH, porém altas concentrações desse substrato
também acabam bloqueando a reação enzimática, só que por outro caminho,
inibindo a enzima glutationa redutase (que atua em conjunto no ciclo redox),
diminuindo desta forma a taxa de reação (Chen et al., 2000).
Em 1913, L. Michaelis e L. Menten desenvolveram a teoria da ação e cinética
enzimática, e a partir disso, criou-se uma Equação (7) que permite demonstrar
como a velocidade de uma reação varia em função da concentração do substrato
(Lehninger et al., 1995):
23
V0 = V max[S ] (7)
Km + [ S ]
24
compostos análogos à GSH atuam como substratos fracamente redutores na
ausência desta molécula, e assim como muitos mercaptanos, competem com a
GSH no ciclo enzimático da GSH-Px (Chaudiere et al., 1984).
Dentre outros inibidores da reação catalisada pela enzima GSH-Px, pode-se
citar ânions polivalentes (fosfato, sulfato, maleato) e o próprio NADPH, que age
provavelmente devido à inibição da glutationa redutase durante a reação paralela
(Brenda, 2007).
25
“The Comprehensive Enzyme Information System” cita que o 2-
mercaptoetanol seria um agente estabilizador da enzima glutationa peroxidase
(Brenda, 2007). Esta capacidade de formação de complexos reversíveis com
compostos derivados do mercaptano torna-se bastante útil na etapa de pré-
ativação da GSH-Px (Chaudiere et al., 1984). O 2-mercaptoetanol corresponde a
um agente redutor de ação branda cuja utilização já foi descrita em outros
trabalhos (Arai et al., 1994) com a finalidade de prevenir a oxidação espontânea
durante a extração de uma proteína (Farfán, 1994).
26
enzimas sofrem desnaturação durante os processos de congelamento e
descongelamento (Fennema, 1993).
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
28
O manejo geral das aves seguiu recomendação do Manual da linhagem,
sendo fornecidas 24 horas diárias de luz nos primeiros 21 dias e 16 horas no
período posterior. Água e ração foram fornecidos à vontade durante todo o
experimento. A disposição dos boxes dentro de cada bloco foi planejada visando
minimizar as diferenças quanto à iluminação natural, temperatura e ventilação. A
Figura 3 mostra o corredor principal de acesso aos boxes no Aviário Experimental,
enquanto a estrutura de um box é apresentada na Figura 4.
29
3.1.2. Composição das Dietas
Os tratamentos experimentais consistiram de cinco dietas apresentando
diferentes níveis e fontes de selênio, conforme especificado na Tabela 3. As dietas
experimentais foram elaboradas a partir de fórmulas básicas seguindo a
recomendação de exigência nutricional de Rostagno et al. (2005), considerando-se
três fases de desenvolvimento das aves: inicial (1 a 21 dias), crescimento (21 a 35
dias) e final (35 a 42 dias) (Tabela 4). Para propiciar a elaboração de dietas
experimentais com diferentes níveis de selênio nos tratamentos T2 a T5, o
ingrediente inerte caolin das fórmulas básicas foi substituído pelas fontes de selênio
inorgânico (selenito de sódio) ou orgânico (Sel-Plex), conforme consta na
Tabela 5.
Tratamento Descrição
T1 sem suplementação de selênio na dieta (controle negativo)
T2 com suplementação de selênio inorgânico 0,15 mg/kg de ração
T3 com suplementação de selênio inorgânico 0,35 mg/kg de ração
T4 com suplementação de selênio orgânico 0,15 mg/kg de ração
T5 com suplementação de selênio orgânico 0,35 mg/kg de ração
30
Tabela 4. Composição percentual das dietas nas três fases de desenvolvimento das aves
31
Tabela 5. Percentagem de selênio inorgânico e orgânico utilizado nas dietas das aves
Tratamentos
Ingredientes T1 T2 T3 T4 T5
1
Caolin (%) 0,035 0,020 0,000 0,020 0,000
2
PX-Se (%) 0 0,015 0,035 0 0
Sel-Plex® (%) 3 0 0 0 0,015 0,035
1
Ingrediente inerte.
2
Premix selênio, à base de selenito de sódio, contendo 1000 mg Se/kg.
3
Produto comercial (Alltech®), contendo 1000 mg Se/kg.
32
Figura 5. Lavagem das carcaças das aves e separação das partes no Abatedouro Experimental.
GSH-Px
H2O2 2 H2O
2 GSH GSSG
GR
NADP+ NADPH + H+
Figura 6. Interconversão de glutationa nas suas formas reduzida e oxidada pela ação das
enzimas glutationa peroxidase (GSH-Px) e glutationa redutase (GR).
33
3.2.1. Amostras e Condições de Análise
As determinações da atividade enzimática da GSH-Px foram realizadas em
duas etapas distintas. Na primeira etapa, utilizou-se a carne de sobrecoxa de frango
crua cerca de três horas após o abate (crua zero dia) e também cozida em água
durante 40 minutos até atingir a temperatura interna de 66ºC (cozida zero dia),
sendo que as condições de cozimento escolhidas correspondem àquelas utilizadas
pela maioria dos consumidores. Estas mesmas amostras, crua e cozida,
permaneceram congeladas durante 90 dias a uma temperatura de –18ºC (±1), e
foram descongeladas lentamente a uma temperatura de 4ºC a fim de que se
procedessem as análises, dando origem às amostras denominadas “crua 90º dia” e
“cozida 90º dia”. Igualmente, o tempo e a temperatura de congelamento simulam as
práticas comuns de estocagem doméstica da carne. As análises foram realizadas
em duplicata em duas amostras de cada tratamento (T1, T2, T3, T4 e T5).
As determinações da segunda etapa foram realizadas em amostras cruas
congeladas durante 120 dias, escolhidas aleatoriamente entre os tratamentos T2 a
T5, ou seja, entre aqueles em que as aves receberam suplementação de selênio.
Nesta etapa, foram testadas diferentes condições de análise, com o objetivo de
otimizar as determinações. Foram variadas a concentração de peróxido de
hidrogênio e a temperatura e o tempo de incubação do meio de reação; foi testada
a variação de substratos, com a utilização de terc-butil hidroperóxido em lugar do
peróxido de hidrogênio, e também a variação da solução tampão empregada na
extração enzimática.
34
1994) e tampão fosfato de potássio 50 mM pH 7,0 + EDTA 1 mM + 2-
mercaptoetanol 1 mM (ZeptoMetrix Corporation, 2006). Tanto o EDTA como o 2-
mercaptoetanol foram utilizados na solução tampão extrativa com o objetivo de
proteger o sítio ativo da enzima.
O homogeneizado foi transferido para tubos plásticos de centrífuga com 1,5
mL de capacidade e estes foram centrifugados a 27.500 g a 4ºC durante 30
minutos. O sobrenadante obtido foi filtrado através de funil de vidro e papel filtro e
novamente centrifugado nas mesmas condições anteriores. O sobrenadante límpido
foi retirado cuidadosamente através de pipetador automático e armazenado a 4ºC
em tubos identificados até o momento da análise, ou seja, durante
aproximadamente 60 minutos.
O pH das soluções tampão utilizadas foi mantido na faixa ideal para atividade
da glutationa peroxidase, que varia de 7,0 a 7,6 (Punchard et al., 1996); a
temperatura também foi mantida em uma faixa que afastasse o risco de inativação
térmica da enzima, com o uso de solução tampão em baixa temperatura,
homogeneização realizada em banho de gelo para evitar o aquecimento produzido
pela rotação das lâminas do homogeneizador e centrifugação realizada à
temperatura de 4ºC. As concentrações das soluções tampão utilizadas também
foram mantidas na faixa que favorece a atividade da enzima GSH-Px (Chen et al.,
2000).
35
de hidrogênio, efetuando-se a transferência do meio de reação para a cubeta de
quartzo e determinando-se no espectrofotômetro a variação de absorbância a 340
nm durante 300 segundos, com leituras registradas a cada 15 segundos e zerando
o aparelho com água Milli-Q. As medidas de absorbância foram realizadas no
aparelho Agilent 8453 UV-Visible. Devido ao fato de possuírem baixa estabilidade,
as soluções de glutationa redutase e peróxido de hidrogênio foram preparadas
minutos antes de cada análise, não sendo estocadas.
Foram testadas três concentrações de peróxido de hidrogênio, 0,72 mM, 7,2
mM e 72 mM, e em substituição a esse substrato, terc-butil hidroperóxido na
concentração de 15 mM. Paralelamente, foi feita a leitura dos controles, que
consistiam no mesmo meio de reação exceto o extrato enzimático, que foi
substituído por água Milli-Q na mesma proporção. A medida de absorbância do
controle é necessária para descontar a oxidação não enzimática que ocorre com o
NADPH.
36
Na Equação 8, F representa um fator teórico usado para converter a taxa de
decaimento na absorbância (∆A/min) às correspondentes unidades de atividade
enzimática, e é calculado de acordo com a Equação 9:
(VR / VA) × 5
F=
6,22
(9)
37
TBA Malonaldeído Produto pigmentado
Figura 7. Reação entre TBA e MDA com a formação do produto pigmentado que absorve a 531
nm. Fonte: Fernández et al. (1997).
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
39
sobrecoxa crua três horas após o abate e armazenada durante 90 dias a −18ºC.
Estes mesmos resultados também podem ser visualizados na Figura 10.
Tabela 6. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o abate e na
carne armazenada durante 90 dias a –18°C nos cinco tratamentos empregados na
criação das aves
40
em carne de coxa de frangos submetidos a vários tratamentos não foi devida aos
diferentes conteúdos de selênio da dieta das aves.
Os resultados encontrados neste experimento, porém, contrariam os estudos
realizados por diversos outros autores (Finley, 1999; Combs Jr., 2001; Whanger,
2003; Borawska et al., 2004), que demonstraram que o selênio na forma
inorgânica se mostra mais disponível metabolicamente para a biossíntese da
GSH-Px do que na forma orgânica, pois esta última forma garantiria maior aporte
do mineral no músculo, sob a forma de selênio tecidual e não sob a forma de
selenoproteínas biologicamente ativas.
Uma provável explicação para o fato das diferentes concentrações de selênio
não terem influenciado a atividade enzimática baseia-se na teoria de que o selênio
ingerido a partir da alimentação é usado pelo organismo para a síntese de
diferentes selenoproteínas (Daun e Akesson, 2004), não somente glutationa
peroxidase, e esta distribuição é regulada pela necessidade metabólica do animal.
Podemos citar, por exemplo, que em frangos submetidos a estresse por frio ou
calor, há um aumento na síntese da selenoproteína iodotironina deiodinase tipo I,
que possui, dentre outras funções, a de regular a temperatura corpórea (Arthur,
1993). Levando em consideração que já foi relatada a existência de pelo menos
outras trinta selenoproteínas com papéis biológicos diversos no organismo, torna-
se bem possível que o selênio ingerido na dieta seja utilizado de outras formas
que não sejam na biossíntese da GSH-Px.
O conteúdo de selênio na dieta basal (representada neste estudo pelo
tratamento T1) representa papel importante quando se tem o objetivo de examinar
o efeito da suplementação com este mineral. Os cereais presentes na composição
da dieta oferecida às aves variam bastante seu conteúdo de selênio, em função
das características geoquímicas e físico-químicas dos solos onde são cultivados
(Bügel et al., 2004). Neste experimento, uma segunda provável explicação pela
qual a atividade da glutationa peroxidase não tenha respondido à suplementação
de selênio é que a dieta basal já esteja fornecendo às aves níveis relativamente
altos deste mineral. Assim, a quantidade de selênio não representou um fator
limitante para a síntese desta enzima (Podoll et al., 1992) e, sendo a fonte nativa
41
deste mineral suficiente para a demanda bioquímica, quantidades superiores não
mais influenciariam sua atividade.
Ao analisar estatisticamente e individualmente o grupo de resultados obtidos
para as amostras congeladas (Tabela 6, amostra crua 90º dia), constata-se que
sobre estas amostras houve influência do tipo de suplementação utilizada na
dieta. O tratamento T5 foi o que apresentou maior atividade enzimática (0,036
U/g), seguido dos tratamentos T2 (0,023 U/g) e T4 (0,020 U/g), que não diferiram
estatisticamente entre si; com os menores valores, aparecem os tratamentos T1
(0,007 U/g) e T3 (0,003 U/g), que também não diferiram entre si (p > 0,05). Estes
resultados apontam para a possibilidade de que, embora não haja diferença
significativa entre os valores dos tratamentos na carne crua, na carne congelada a
fonte e a concentração de selênio influenciaram na manutenção da atividade. Nos
dois grupos de amostras, crua dia zero e crua 90º dia, os valores decrescem na
mesma ordem em função do tratamento.
Nas análises com a carne congelada, apesar de ter havido diferenças
significativas entre os tratamentos, estas diferenças não podem ser associadas
nem à fonte, nem ao nível de selênio suplementado, pois os maiores valores de
atividade da GSH-Px foram os obtidos com o selênio orgânico a 0,35 mg/kg,
seguido das formas inorgânica e orgânica a 0,15 mg/kg (iguais entre si) e por
último, o tratamento não-suplementado e aquele com selênio inorgânico a 0,35
mg/kg, que também apresentaram valores estatisticamente iguais (p > 0,05).
Apesar da atividade da enzima glutationa peroxidase ter sido demonstrada
em animais após o abate, a dimensão de sua participação na defesa contra a
oxidação lipídica e, conseqüentemente, na manutenção da qualidade da carne,
depende da resistência desta enzima à desnaturação durante os processos de
congelamento e cozimento (Hoac et al., 2006). A influência destas condições será
discutida nos itens 4.1.2 e 4.1.3 deste estudo.
42
4.1.2. Estabilidade da Enzima Glutationa Peroxidase frente ao
Armazenamento a Baixa Temperatura
A Figura 8 mostra os valores de atividade da GSH-Px para a carne crua
recém abatida e crua congelada. Os resultados apresentados nesta figura foram
analisados sob estatística global, para que se pudesse compreender o efeito geral
produzido pela condição de congelamento sobre a atividade enzimática, não
sendo levado em consideração apenas o efeito isolado exercido pelo tipo de
tratamento, como já foi discutido anteriormente no item 4.1.1.
0,090 A A
AB
0,080
Atividade GSH-Px (U/g)
Tratamento
Figura 8. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o abate e na
carne armazenada durante 90 dias a –18°C nos cinco tratamentos empregados na
criação das aves (letras diferentes apresentam diferença significativa pelo teste de
Tukey (p < 0,05).
Em relação à carne crua no dia zero, a análise estatística global mostra que
as maiores atividades enzimáticas, encontradas nas amostras dos tratamentos T2
e T5, diferiram significativamente (p < 0,05) somente daquela encontrada no
tratamento T3, que corresponde ao menor valor medido entre as amostras cruas
(Figura 8). Porém, entre as amostras cruas congeladas durante 90 dias, o
comportamento foi diferente, uma vez que o maior valor de atividade da GSH-Px,
encontrado novamente no tratamento T5, não diferiu de nenhum dos outros quatro
tratamentos na mesma condição, mesmo estes tendo apresentado menores
43
valores numéricos. Assim, pode-se verificar que devido ao armazenamento a –
18ºC durante 90 dias, as amostras cruas de todos os tratamentos apresentaram
diminuição na atividade da enzima GSH-Px, com percentuais de 86% no T1, 72%
no T2, 93% no T3, 74% no T4 e 57% no T5, o que demonstra que a enzima GSH-
Px é sensível à temperatura de congelamento.
Lee et al. (1997), ao determinarem a atividade da GSH-Px em carne suína
armazenada a −15ºC durante 10 semanas oriunda de porcos submetidos à dieta
sem suplementação especial de selênio, verificaram uma redução de 32% entre
os valores de atividade encontrados no dia zero e aqueles da décima semana.
Surai e Dvorska (2002), durante a determinação da atividade da GSH-Px em
carne de peito de frango submetida ao congelamento a −20ºC durante 24 meses,
observaram que nas amostras obtidas das aves que receberam apenas a dieta
basal ocorreu diminuição na atividade enzimática, enquanto que naquelas que
receberam selênio na forma orgânica, a atividade se manteve constante.
Diferentemente, neste experimento, todas as amostras de carne de sobrecoxa de
aves apresentaram redução na atividade enzimática, independente da fonte ou do
nível de selênio utilizado (Figura 8 e Tabela 6).
Em função dos resultados observados, pode-se concluir que a enzima
glutationa peroxidase faz parte de um grupo de enzimas que sofre desnaturação
durante o processo de congelamento e descongelamento. De acordo com
Fennema (1993), esta diminuição na atividade enzimática, decorrente da
desnaturação, pode ser devida a mudanças conformacionais que ocorrem no
centro ativo da enzima em decorrência da passagem da água do estado líquido
para o sólido. A atividade de algumas enzimas pode ser afetada também pela
velocidade de congelamento, que influencia diretamente o tamanho dos cristais de
gelo formados. O congelamento e descongelamento lentos, por regra geral,
determinam maiores perdas da atividade enzimática do que os processos que
ocorrem rapidamente, devido principalmente à formação de grandes cristais que
degradam fisicamente a estrutura do tecido muscular. Estes seriam os fatores que
influenciaram na perda da atividade enzimática da GSH-Px nos cinco tratamentos
44
deste experimento, levando em consideração que os sistemas de congelamento e
descongelamento empregados na conservação destas amostras foi lento.
Tabela 7. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o abate, logo
após o cozimento a 66ºC e na carne cozida armazenada durante 90 dias a –18°C
nos cinco tratamentos empregados na criação das aves
45
A
0,090
AB
Atividade GSH-Px (U/g) 0,080
am ostra crua dia zero
0,070
am ostra cozida dia zero
0,060
BC
CDE
am ostra cozida 90º dia
BD
0,050
CDEF
CDEF
CDEF
0,040 T1 s/ Se
CDEF
CDEF
0,030 T2 Se inorgânico 0,15 mg/kg
DEF
EF
0,020
F
T3 Se inorgânico 0,35 mg/kg
F
0,010 T4 Se orgânico 0,15 mg/kg
Tratamento
Figura 9. Atividades da GSH-Px (U/g) verificadas na carne crua três horas após o abate, logo
após o cozimento a 66ºC e na carne cozida armazenada durante 90 dias a –18°C
nos cinco tratamentos empregados na criação das aves (letras diferentes apresentam
diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05).
46
Mei et al. (1994) estudaram a atividade enzimática da enzima GSH-Px em
carne suína crua e cozida de animais que não receberam suplementação especial
de selênio. Assim, mediram na carne crua atividade enzimática de 0,228 U/g, na
carne cozida a 60ºC (temperatura interna) atividade de 0,192 U/g, a 70ºC de 0,094
U/g, a 80ºC de 0,007 U/g. Já a 90º, nenhuma atividade foi detectada nas amostras
analisadas. Observaram, respectivamente, uma redução de atividade de 15%,
60%, 97% e 100%. Na carne de peito de frango, Hoac et al. (2006) constataram
que o aquecimento a 60ºC diminuiu em mais de 60% a atividade inicial da enzima
glutationa peroxidase. Neste experimento, a enzima GSH-Px na carne de frango
apresentou comportamento semelhante, uma vez que as perdas de atividade
ficaram na faixa de 64 a 74% para três dos cinco tratamentos testados. A
diminuição na atividade enzimática só não foi significativa nos tratamentos T1 e
T3.
De acordo com a literatura, sabe-se que a fonte e o nível de selênio na dieta
animal possui correlação com a atividade enzimática de GSH-Px inicial verificada
na carne crua, porém não existem trabalhos que correlacionem diretamente a
suplementação deste mineral com a estabilidade da enzima frente às altas
temperaturas; pois não se tem conhecimento se a forma de selênio suplementada
influencia ou não a estabilidade térmica da enzima sintetizada. Mesmo assim,
pode-se concluir que nas amostras dos tratamentos T1 e T3, a enzima GSH-Px
mostrou-se mais estável, pois os resultados obtidos para as amostras crua e
cozida são estatisticamente iguais entre si (p > 0,05), conforme mostrado na
Figura 9.
As amostras de carne de ave pertencente aos cinco tratamentos, cozidas e
submetidas ao armazenamento a –18ºC durante 90 dias, mostraram uma pequena
diminuição em sua atividade, porém esta diminuição só foi significativa no
tratamento T1, que apresentou uma perda percentual de 69% em relação ao valor
encontrado na carne recém cozida. Este comportamento apresentado pelo grupo
que não recebeu selênio talvez possa ser explicado pelo maior índice de
desidratação ocorrido nestas amostras durante o congelamento, fazendo com que
o tecido muscular não conseguisse reter a enzima.
47
Da mesma forma como foi observado por Hoac et al. (2006), neste
experimento a atividade da enzima glutationa peroxidase foi afetada em maior
grau pelo aquecimento do que pelo congelamento.
Tabela 8. Valores de TBARS (mg de malonaldeído/ kg de tecido) encontrados na carne crua três
horas após o abate, recém cozida a 66ºC e armazenada durante 90 dias a –18°C nos
cinco tratamentos empregados na criação das aves
48
Na carne crua, os valores encontrados mostram que as amostras do
tratamento T5 foram as que apresentaram maior nível de oxidação lipídica,
seguidas daquelas dos tratamentos T1, T3 e T4, que não diferiram entre si (p >
0,05) e por último do tratamento T2, que apresentou o menor valor de TBARS.
Estes resultados sugerem que, apesar das fontes e níveis de selênio
suplementado nos cinco tratamentos não ter influenciado a atividade da enzima
GSH-Px na carne de frango crua (conforme Tabela 6), o nível de oxidação lipídica
foi diferente nas amostras. O maior valor de TBARS foi encontrado no grupo
suplementado com selênio orgânico a 0,35 mg/kg e o menor valor, no grupo que
recebeu selênio inorgânico a 0,15 mg/kg. Como o tratamento T1 (sem
suplementação de selênio) não diferiu estatisticamente das fontes inorgânica a
0,35 mg/kg e orgânica a 0,15 mg/kg, pode-se concluir que neste experimento que
a inclusão deste mineral não ocasionou aumento da estabilidade oxidativa na
carne crua.
Os resultados encontrados para a carne crua neste experimento, que
variaram de 0,464 a 1,035 mg malonaldeído (MDA)/ kg, estão em uma faixa bem
acima dos encontrados por Pino (2005), que verificou valores entre 0,210 e 0,230
mg de malonaldeído/ kg de tecido para sobrecoxas de frangos alimentados com
diferentes fontes lipídicas, porém se assemelham aos valores relatados por
Maraschiello et al. (1998), que encontraram na carne de coxa de frango a média
de 1,070 mg MDA/kg para o grupo que não recebeu suplementação de
antioxidantes, ao passo que nas amostras de carne das aves que receberam α-
tocoferol na dieta, esses valores caíram para 0,300 mg MDA/kg, em média.
Diferentemente do que estes autores relataram, a inclusão de selênio na
alimentação das aves neste experimento não ocasionou menor nível de oxidação
lipídica das amostras quando em comparação à dieta basal oferecida.
A análise estatística individual das amostras recém cozidas (Tabela 8,
amostra cozida dia zero) revela que os maiores níveis de oxidação ocorreram nos
tratamentos T1, T4 e T5 (cujos valores não diferiram entre si), seguido dos
tratamentos T2 e T3, que estatisticamente também são iguais entre si (p > 0,05).
Apesar das fontes e níveis de selênio não terem influenciado a atividade da
49
enzima GSH-Px na carne crua (Tabela 6, amostra crua dia zero), os menores
valores de TBARS na carne cozida foram os encontrados para os tratamentos que
receberam selênio na forma inorgânica, T2 a 0,15 mg/kg e T3 a 0,35 mg/kg. Como
já foi discutido anteriormente, esta é a forma química mais biodisponível para a
enzima (Borawska et al., 2004).
Pode-se observar que com o congelamento das amostras cozidas (Tabela 8,
amostra cozida 90º dia), os valores de TBARS não diferiram significativamente (p
> 0,05) entre todos os tratamentos.
A peroxidação lipídica é uma das principais causas da diminuição da
qualidade em produtos cárneos crus e cozidos durante o armazenamento sob
refrigeração ou congelamento (Gomes et al., 2003). As alterações oxidativas na
carne de sobrecoxa, decorrentes do cozimento e congelamento, podem ser
observadas na Figura 10, onde os resultados verificados nas três condições
(amostra crua dia zero, cozida dia zero e cozida 90º dia) estão apresentados sob
análise estatística global, para que se possa compreender o efeito geral produzido
pelas condições de cozimento e congelamento sobre os valores de TBARS nas
amostras.
7,000
TBARs (mg de malonaldeído/kg tecido)
A A A A A
6,000
am os tra crua dia zero
5,000 am os tra cozida dia zero
4,000 am os tra cozida 90º dia
3,000
B B B T1 s/ Se
2,000 BC
CD T2 Se inorgânico 0,15 mg/kg
DE E E CDE
1,000 E
T3 Se inorgânico 0,35 mg/kg
Tratamento
Figura 10. Valores de TBARS (mg de malonaldeído/ kg de tecido) encontrados na carne crua três
horas após o abate, recém cozida a 66ºC e armazenada durante 90 dias a –18°C nos
cinco tratamentos empregados na criação das aves (letras diferentes apresentam
diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05).
50
Comparado aos valores iniciais obtidos na carne crua, pode-se perceber que
o cozimento provocou um aumento significativo (p < 0,05) nos valores de TBARS
nas amostras dos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5. O congelamento destas
mesmas amostras cozidas ocasionou uma elevação significativa e ainda maior
nos níveis de oxidação lipídica, também verificada em todos os tratamentos
(Figura 10).
De acordo com Lee et al. (1996), estes resultados sugerem que o nível de
oxidação das amostras aumentou devido à diminuição da eficácia do sistema de
defesa antioxidante endógeno, que pode ser constatado neste experimento
através da diminuição dos valores de atividade da enzima GSH-Px (Figura 9 e
Tabela 7); altos níveis de atividade enzimática geralmente estão associados a
baixos valores de TBARS (Sárraga et al., 2002).
Maraschiello et al. (1999) observou, com o cozimento de amostras de
sobrecoxa de frango, um aumento de até dez vezes nos valores de TBARS. O
aumento da oxidação lipídica associado ao cozimento da carne deve-se a uma
série de fatores, tais como a inativação das enzimas antioxidantes, a liberação de
ferro cataliticamente ativo e a ruptura das membranas celulares com exposição
dos AGPI aos pró-oxidantes.
O aumento do nível oxidativo da carne de frango, observado neste
experimento durante o armazenamento sob congelamento, pode ser explicado
devido a uma possível desidratação provocada pela baixa temperatura, que
provavelmente resultou em uma diminuição nos valores de atividade de água (Aa).
Conforme Fennema (1993), sabe-se que na faixa de Aa entre 0,4 e 0,8, as reações
de oxidação lipídica são favorecidas.
De acordo com Bou et al. (2001), existe uma relação entre os valores médios
de TBARS e as avaliações sensoriais da carne. Produtos cárneos com índice de
TBARS menores que 1,0 mg/kg geralmente não apresentam sabores e odores
residuais de ranço característicos de oxidação lipídica (Racanicci, 2004). Os
resultados de TBARS deste estudo indicam que os níveis de atividade enzimática
de GSH-Px encontrados nas amostras não foram suficientes para proteger o
51
tecido muscular da peroxidação lipídica, gerando alterações sensoriais
indesejáveis na carne cozida e armazenada sob congelamento.
52
4.2 Segunda Etapa
53
E-Se-SG + GSH E-SeH + GSSG (12)
0,0070
A
0,0060
0,0050
A bs/m in
0,0040 B
0,0030
0,0020 C
0,0010
0,0000
0,72 7,2 72
-1
Figura 11. Variação da taxa de reação (Abs. min ) da enzima glutationa peroxidase observada
com as diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio.
54
as concentrações de 7,2 mM e 72 mM não somente promoveram a saturação da
enzima glutationa peroxidase, como também a inibiram. Splittgerber e Tappel
(1979), ao variar as concentrações de três tipos de hidroperóxidos e mantendo
constantes as concentrações de GSH e GSH-Px parcialmente purificada extraída
de fígado de rato, verificaram que conforme a concentração dos hidroperóxidos
era aumentada, mais a taxa de reação diminuía. Lin e Hultin (1978) também
relataram que a enzima glutationa peroxidase é facilmente saturada com peróxido
de hidrogênio. A conclusão a que se pode chegar é que em concentrações
elevadas, este substrato, além de reduzir a taxa de reação, tornam o processo de
ativação inicial (Equação 10) mais lento.
55
da enzima glutationa redutase (Equação 14), para a manutenção de um nível
constante de glutationa (GSH), o que evita a paralisação deste ciclo redox (Rover
Jr. et al, 2001; Penha-Silva et al., 2005).
1,0400
Absorbância (340 nm)
1,0200
1,0000
0,9800
0,9600
0,9400
0,9200
0,9000
0,8800
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Tempo (segundos)
56
A taxa de reação (∆abs/min) corresponde a 0,0003 quando foi utilizado o
banho-maria a 36ºC durante 30 minutos, 0,0007 para o banho-maria a 36ºC
durante 10 minutos e 0,0058 para a reação imediata a 22ºC (Figura 12). Podemos
concluir que esta reação enzimática é bastante rápida, e provavelmente ocorreu
no período de incubação no banho-maria. Assim, no momento em que o
espectrofotômetro começou a registrar as absorbâncias, o NADPH já estaria
quase que totalmente oxidado, dando origem a taxas de reação próximas de zero,
fato ocorrido quando o tempo de incubação foi de 10 e 30 minutos.
Chen et al. (2000), ao testar a influência da temperatura sobre a
determinação da atividade da enzima glutationa peroxidase em leite, verificou que
ao conduzir os ensaios a 25ºC, a atividade da GSH-Px medida foi 30% mais baixa
do que a 37ºC. Isto ocorreu provavelmente devido a presença de diferentes
formas de GSH-Px em carne e leite, como já foi visto anteriormente. O tecido
muscular contém a forma celular (cGSH-Px), enquanto que no leite é encontrada a
forma extracelular (eGSH-Px) (Chen et al., 2000; Stagsted, 2006). Estas formas
são estruturalmente e funcionalmente diferentes uma da outra, sendo inclusive
que a eGSH-Px apresenta maior resistência às altas temperaturas do que a
cGSH-Px (Lindmark-Mansson et al., 2001a).
57
1,0000
0,9900
Tempo (segundos)
58
que a presença deste composto na solução tampão favorecesse a pré-etapa de
extração da enzima. Nas determinações da atividade enzimática da primeira
etapa, foi utilizado o tampão de extração tris-HCl 50 mM pH 7,6. Utilizando a
mesma amostra, porém variando a forma de extração, obteve-se as curvas
cinéticas que podem ser visualizadas na Figura 14.
1,1200
Absorbância (340 nm)
1,1000
1,0800
1,0600
1,0400
1,0200
1,0000
0,9800
0,9600
0,9400
0,9200
0,9000
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
59
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
As diferentes fontes e os níveis de selênio utilizados na alimentação das aves
não influenciaram na atividade da enzima glutationa peroxidase na carne crua de
sobrecoxa, uma vez que não ocorreu diferença significativa entre os cinco
tratamentos.
O congelamento da carne crua proporcionou uma diminuição significativa na
atividade enzimática das amostras de todos os tratamentos, porém os valores
encontrados não diferiram entre si. Desta forma, a enzima GSH-Px mostrou-se
sensível à temperatura de −18ºC e nenhuma fonte ou nível de selênio testada foi
capaz de reduzir a perda na atividade.
O cozimento da carne de sobrecoxa de frango proporcionou uma diminuição
significativa na atividade da enzima glutationa peroxidase nos tratamentos T2, T4
e T5. Já os valores de atividade enzimática nas amostras cozidas de T1 e T3, não
foram estatisticamente diferentes daqueles encontrados na carne crua.
O congelamento associado ao cozimento promoveu diminuição significativa
na atividade da enzima glutationa peroxidase apenas no tratamento T1.
Na carne crua, o maior valor de TBARS foi encontrado no tratamento T5, que
diferiu significativamente de todos os outros tratamentos.
Com o cozimento, obteve-se valores de TBARS significativamente maiores
para todos os tratamentos.
O congelamento das amostras cozidas ocasionou uma elevação significativa
nos níveis de oxidação lipídica em todos os tratamentos.
Concentrações de peróxido de hidrogênio superiores a 0,72 mM ocasionaram
saturação, e mesmo inibição da enzima glutationa peroxidase, o que pode ser
verificado através da diminuição das taxas de reação.
Foram obtidos melhores resultados de atividade da enzima glutationa
peroxidase na reação imediata à temperatura de 22ºC.
O substrato terc-butil hidroperóxido promoveu diminuição das taxas de
reação quando em comparação ao peróxido de hidrogênio, demonstrando que a
enzima glutationa peroxidase possui maior afinidade por este último substrato.
60
A solução tampão contendo mercaptoetanol não promoveu melhor extração
da enzima glutationa peroxidase.
61
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76
APÊNDICE A – DADOS SOBRE O DESEMPENHO DOS FRANGOS
DE CORTE ALIMENTADOS COM DIFERENTES FONTES E NÍVEIS
DE SELÊNIO
Tratamentos:
T1 – sem suplementação de selênio
T2 – selênio suplementar: 0,15 mg/kg, fonte inorgânica (selenito de sódio)
T3 – selênio suplementar: 0,35 mg/kg, fonte inorgânica (selenito de sódio)
T4 – selênio suplementar: 0,15 mg/kg, fonte orgânica (selenometionina)
T5 – selênio suplementar: 0,35 mg/kg, fonte orgânica (selenometionina)
Tabela 1. Peso vivo (g) de frangos de corte com 1, 21, 35 e 42 dias de idade alimentados com
dietas suplementadas com diferentes fontes e níveis de selênio
Tabela 2. Consumo de ração (g) de frangos de corte com 21, 35 e 42 dias de idade alimentados
com dietas suplementadas com diferentes fontes e níveis de selênio
77
Tabela 3. Conversão alimentar (g/g) de frangos de corte com 21, 35 e 42 dias de idade
alimentados com dietas suplementadas com diferentes fontes e níveis de selênio
Tabela 4. Peso vivo total (PABT), peso da coxa (CX), sobrecoxa (SCX), peito (PT) e fígado (FIG)
(g) dos frangos abatidos aos 42 dias de idade alimentados com dietas suplementadas
com diferentes fontes e níveis de selênio
Tabela 5. Percentagem (%) de coxa (PCX), sobrecoxa (PSCX), peito (PPT) e fígado (PFIG) em
relação ao peso vivo dos frangos abatidos aos 42 dias de idade alimentados com dietas
suplementadas com diferentes fontes e níveis de selênio
78
79