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Capítulo II: Revisão da Literatura
2.1. Contextualização da contabilidade como ferramenta estratégica da tomada de
decisão
A contabilidade surgiu numa época em que os homens habitavam em cavernas onde através de
desenhos, pinturas e sinais repetitivos por traços, pontas grades e similares, registavam o controlo
de seus mantimentos (Sá, 2008, p. 47).
A contabilidade passou por vários processos de reestruturação, portanto, a área contabilística é
uma das áreas, mas critica, pois, nela encontramos o registo de toda a vida da empresa as
cobranças, as vendas, as despesas do dia-a-dia os resultados sistematicamente registados e
analisados. A contabilidade facilita as acções fornecendo as coordenadas de acordo com o
desempenho medido, ainda existem empresários que olham a contabilidade apenas como
burocracia, não vendo nela nenhum benefício, isso decorre da falta de informação já que o
empresário precisa saber comprar e vender, mas não é obrigação conhecer a contabilidade.
Iudicubus (2009, p. 15) afirma que:
A Contabilidade é a escrituração das actas e factos ocorridos na entidade e a
informação gerada referente a actual situação económica e financeira das
entidades para auxiliar os gestores nas tomadas de decisões, bem como mensurar
o real valor do património das entidades.
De acordo com Almeida (1977) A contabilidade é tratada como a ferramenta voltada para gestão
de empresas que ao utilizar destes mecanismos prospectem a eficiência de seus processos (p. 58).
Os gestores precisam de tomadas de decisões com agilidade para oportunidades que o mercado
dispõe, mas para que isso seja possível é necessário que haja informações providas da
contabilidade.
Sistemas de contabilidade eficazes podem criar valor considerável pela informação a tempo e
com precisão sobre as actividades exigidas para o sucesso das organizações num mundo
globalizado.
Iudicibus (2009, p. 21) define que:
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A contabilidade pode ser caracterizada como um enfoque especial conferido a
várias técnicas e procedimentos contabilísticos já conhecidos e tratados na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de
balanços.
2.2. Objectivos da Contabilidade
Para Iudicibus, Martins e Gelbecke (1994, p. 58) a contabilidade tem o objectivo de fornecer
informações e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de
natureza económica, financeira, física e de produtividades com relação a entidade objecto de
centralização.
Assim entre vários outros objectivos a que destacar os seguintes:
Detalhar a situação do património e analisar a sua evolução;
Controlar o património das entidades em decorrência de suas variações;
Controlar as actividades da empresa;
2.3. Informação contabilística para o alcance de objectivos e metas de uma empresa
Segundo Horngren, Sundem e Strattem (2004, p. 5) para saber se uma informação contabilística
ajuda ou não uma organização é necessário que sejam analisadas as seguintes questões:
Das questões de registos
Pressupõem uma acumulação, registo e classificação dos dados, permitindo que os usuários
destas avaliem o desempenho organizacional.
Das questões de Direcção de atenção
Relatar e interpreta informação que ajudem os gestores a focalizar problemas, imperfeições,
ineficiência e oportunidades operacionais.
Dirigi a atenção geralmente com planeamento e controles actuais e com análise e investigação de
relatórios contabilísticos internos rotineiros e recorrentes.
Das questões de solução de problemas
Das diversas maneiras de fazer um trabalho qual é a melhor? o objecto da solução de problemas
da contabilidade quantifica os resultados prováveis das possíveis causas de acção e
frequentemente recomenda o melhor curso a seguir.
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2.3.1. A Contabilidade e seus usuários
A contabilidade gera informação e que são utilizadas para diversas questões, não só a empresa
necessita das informações fornecidas pela contabilidade mas também os clientes, fornecedores,
accionistas, bancos, funcionários, o governo, as entidades públicas quer privadas.
Para Horngren, Sundem, Slratton (2004, p.4) os usuários da informação da contabilidade
enquadram-se em 3 categorias:
Gestores internos: eles usam a informação para o planeamento e controle, a curto prazo de
operações rotineiras.
Gestores externos: que usam informação para dar decisões não rotineiros questões relacionadas a
como investirem em equipamentos, determinar o preço de produtos e serviços, decidir a que
produtos dar relevo ou não e formular as políticas gerais e planos de longo prazo.
Usuários internos: utilizam as informações geradas pela contabilidade.
Usuários externos: tais como investidores e auditores que usam a informação para tomar decisões
a respeito da empresa. Estes externos como accionistas, fornecedores, bancos, agências
reguladoras do governo utilizam as informações geradas pela contabilidade financeira.
2.3.2. Características da Contabilidade
Colocar os dados de diferentes áreas da contabilidade de forma que sirva como informação aos
gestores para que tomem suas decisões com a menor margem de erro possível, constitui uma das
principais características da contabilidade.
Conforme Iudícibus (1998, p. 23), A informação contabilística deve ser em geral e antes de tudo,
certa e equitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de
diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerando o
fato de que os interesses destes nem sempre são coincidentes.
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Assim são características da informação contabilísticas.
Confiabilidade: é atributo que faz com que o usuário aceite a informação contabilística e utilize
como base de decisões, configurando, pois, elemento essencial na relação entre aquele e a própria
informação, fundamenta-se na veracidade, competência e pertinência do seu conteúdo.
Tempestividade: refere-se ao fato de que a informação contabilística deve chegar ao
conhecimento do usuário em tempo útil, a fim de que este possa utilizá-la para seus fins. Nas
informações preparadas e divulgadas sistematicamente, como as demonstrações contabilística, a
periodicidade deve ser mantida.
Compreensibilidade: a informação contabilística deve ser exposta de forma mais compreensível
possível ao usuário que se destine. A compreensibilidade presume que o usuário disponha de
conhecimentos de contabilidade e dos negócios e actividades da entidade, em nível que o habilite
ao entendimento das informações colocadas à sua disposição, desde que se proponha a analisá-
las, pelo tempo e com a profundidade necessária.
Comparabilidade: deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada
informação ao longo do tempo, numa mesma entidade ou em diversas entidades, ou a situação
destas num momento dado, com vista a possibilitar-se o conhecimento das suas posições
relativas.
Refira-se que essas características devem ser revestidas de qualidade sendo objectivas, claras,
concisas, permitindo que o usuário possa avaliar a situação económica e financeira da entidade,
bem como fazer conclusões sobre a tendência futura, de forma a atender sempre os próprios
objectivos da entidade empresarial. Por outro lado, esta informação contabilística se expressa por
diferentes meio como: demonstrações contabilísticas, escrituração ou registos permanentes e
sistemáticos, documentos, livros, planilhas, listagens, notas explicativas, mapas, relatórios, e
pareceres, utilizados no exercício profissional ou previstos na lei.
Através de seus registos, a contabilidade faz com que seja possível conhecer o passado e presente
da situação económica de uma organização. Esses registos também representam a possibilidade
de orientação de planos futuros da empresa.
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2.3.3. Funções da Contabilidade
A contabilidade como ferramenta estratégica da tomada de decisão entre várias funções esta tem
como função:
Fornecer informação a cerca da vida operacional de uma organização como um todo,
essas informações podem ser relacionadas a qualquer área ou rotina empresarial, tais
como: Custos, Finanças, Lucratividade, Tributação;
Analisar e acompanhar as modificações do património;
Registar todos os factos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
Organizar um sistema de controlo adequado a empresa;
Controlar o património, apurar o lucro ou o prejuízo;
Mensuração do lucro e o reponto da posição patrimonial em determinados mementos;
Regista todos os factos e actos ocorridos.
Para Franco (1999, p.19):
A função da contabilidade é registar, classificar, demonstrar, auditar e analisar os
fenómenos que ocorrem no património das entidades, objectivando fornecer
informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse
património, para a tomada de decisões de seus administradores.
Assim de acordo com Ribeiro (2005) a contabilidade será uma ciência social que tem por
objectivo o património das entidades económicas administrativas.
Segundo Padoveze (2010, p.25)
A contabilidade é uma ciência que estuda e controla o património, objectivando
representa-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para a
sua interpretação analise e auditarem e servir como instrumento básico para a
tomada de decisões de todos os sectores directo ou directamente envolvidas coma
empresa, uma ciência que estuda e pratica, controle e interpreta os factos
ocorridos no património das entidades mediante o registo, a demonstração
expositiva e a revelação desses factos com fim de oferecer informações sobre a
composição do património.
Segundo Padoveze (2010, p.35):
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A informação fornecida pela contabilidade é um instrumento para a tomada de
decisões, esta atende a todos os objectivos a que se destina com responsabilidade,
observando os benefícios e custos relevância e valor preditivo, bem como os
padrões de confiabilidade.
A contabilidade moderna visa ser um instrumento de:
Informação
Decisão
Controle
Fornece informações capazes de atender os objectivos dos usuários onde cada vez, mas a
informação deve aparecer no suporte do ciclo de planeamento execução e controle, sendo uma
informação segura de modo que as decisões sejam tomadas com o máximo de segurança e
eficácia de maneira a promover o crescimento da empresa e garantir não só a sustentabilidade do
negócio, fazendo com que a empresa cresça seja rentável e gere resultados positivos
A contabilidade oferece aos gestores os instrumentos necessários para alcançar o seu objectivo e
obter grandes vantagens em relação aos seus concorrentes pois se usada como ferramenta
estratégica para a tomada de decisão proporciona grandes vantagens a empresa e livre de riscos
que possam ser evitados pois a empresa não ira tomar nenhuma decisão sem bases concretas.
Hoje, as empresas competem em ambientes complexos, portanto é fundamental que exista uma
perfeita compreensão de suas metas e dos métodos para alcançá-las. Razão pela qual a
contabilidade traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto abrangente de medidas
de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica.
A contabilidade continua enfatizando a busca de objectivos financeiros, mas também inclui os
vectores de desempenho desses objectivos. A missão é o ponto de partida ao definir porque a
organização existe ou como a unidade de negócios se enquadra dentro das fronteiras da
arquitectura organizacional total, desde o alto nível até o trabalho executado pelos empregados da
linha de frente e de suporte.
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Tabela 1: Função da informação da contabilidade para tomada de decisão
Controle Operacional Fornece informação sobre a eficiência e qualidade das
tarefas executadas.
Custeio do Produto e do Cliente Mensura os custos dos recursos para se produzir, vender e
entregar um produto ou serviço aos clientes.
Controle Administrativo Fornece informação sobre o desempenho financeiro e
competitivo de longo prazo, condições de mercado,
preferência dos clientes e inovações tecnológica.
Controle Estratégico Fornece informações sobre o desempenho financeiro e
competitivo de longo prazo, condições de mercado,
preferência dos clientes e inovações tecnológicas.
Para Padoveze (2010), a contabilidade esta directamente ligada ao planeamento e controle de
uma organização seja pequena, média ou grandes empresas (p. 25).
Segundo Horngren et all (2004, p, 300) o sistema de controlo nas empresas e uma integração
lógica das técnicas para reunir e usar as informações a fim de tomar decisões de planeamento e
controle.
Tabela 2: Contabilidade deve fornecer informações que devem atender os seguintes aspectos na
tomada de decisão
Estratégico - onde são desenvolvidos
processos permanentes e contínuos voltados
para o futuro da empresa, visando
racionalidade nas tomadas de decisões e
alocação de recursos empresariais da forma,
Níveis empresariais mas eficiente.
Táctico - ocorre a intermediação entre o nível
estratégico e operacional que geralmente e
projectado a médio prazo e abrange cada
unidade da empresa traduzindo e
interpretando as decisões do planeamento
estratégico.
Operacional - e a formalização dos objectivos
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e procedimentos implementados, as acções
desenvolvidas e estabelecidas nos baixos
níveis de gerência com finalidade de
desdobrar os planos tácticos de cada
departamento.
Planeamento - decidir de forma antecipada
oque deve ser feito para alcançar metas e
objectivos.
Execução - envolve a coordenação de recursos
Nível de Ciclo Administrativo
e de pessoas responsáveis pelas entregas de
tarefas traçadas.
Controle - Monitoramento e avaliação do
progresso do projecto com garantia de
comprimento dos objectivos definidos.
Estruturada - são repetitivas e rotineiras
envolvem procedimentos predefinidos.
Nível de estruturação da informação Semiestruturada - com alguma complexidade,
apenas parte do problema possui resposta
clara.
Fonte: Horngren et all 2004, p. 300
2.4. Sistemas de informações contabilísticos
A necessidade da utilização de ferramentas eficientes, as quais resultam em informações
integradas, torna-se imprescindível para que os gestores fiquem informados de todas as etapas e
processos das actividades organizacionais.
No entendimento de Gil (1999), os sistemas de informações compreendem um conjunto de
recursos humanos, materiais, tecnológico e financeiros agregados segundo uma sequência lógica
para o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações (p.14). Portanto
uma serie de elementos ou componentes inter-relacionados que colectam (entrada), registam,
armazenam (processo) e disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um mecanismo
de retroalimento.
Segundo Matarazzo e Pestana (1994) as demonstrações financeiras fornecem uma serie de dados
sobre a empresa e a analise de balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais
eficientes quanto melhores informações produzir (p.18).
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Deste modo haverá uma distinção entre dados e informações:
Dados: são números ou descrição de objectos ou eventos que, isoladamente, não provocam
nenhuma reacção do leitor, e informações representam, para quem as recebe, uma comunicação
que pode produzir reacção ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa.
“Informações são aquelas que a contabilidade produz, quando aplicadas a uma entidade, devem
possibilitar ao usuário como participe do mundo económico”.
Saraiva (apud. Velter e Missagia, 2005, p. 36), que o mesmo:
Observe e avalie comportamento da entidade;
Compare seus resultados com os de outros períodos;
Avalie seus resultados a luz dos objectivos estabelecidos; e
Projecte o futuro da entidade nos marcos políticos, sociais e económicos que a mesma se
insere, entre outras projecções.
Os requisitos referidos levam a várias conclusões das quais deve consistência nos procedimentos
que a entidade utiliza em diferentes períodos e, tanto quanto possível, também entre entidades
distintas que pertençam a um mesmo mercado, de forma que o usuário da informação possa
extrair tendências quanto a vida de uma entidade e a sua posição em face das outras entidades ou
mesmo do mercado como um todo.
Para gerir informações de apoio na tomada de decisão, guiando e direccionado as acções,
monitorando e avaliando o desempenho e resultado na sua principal base de sustentação.
2.5. Ferramentas a serem usadas no processo de tomada de Decisão
As informações que a contabilidade produz como demonstrações contabilísticas, escrituração ou
registos permanentes e sistemáticos, documentos, livros, diagnósticos, prognósticos, descrições
críticas e planilhas, devem propiciar aos seus usuários uma base segura as suas decisões, pela
compreensão do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e
oportunidades que oferece.
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De acordo com Iudicibus, Marion (2002), relatório contabilístico é a exposição resumida e
ordenada de dados colhidos pela contabilidade, no qual tem objectivo de relatar aos usuários os
factos registados pela empresa (p.74).
No entender as demonstrações contabilísticas devem apresentar, adequadamente, de forma
estruturada, a posição financeira e patrimonial, o resultado das operações e o fluxo de caixa da
entidade em determinada data.
O objectivo das demonstrações contabilísticas é fornecer informações sobre a situação financeira
e patrimonial, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis a uma ampla
variedade de usuários na tomada de decisões. Assim, as demonstrações contabilísticas auxiliam
os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros da entidade.
Dai que, para atingir o objectivo, a demonstração contabilística tem que fornecer informações
sobre os seguintes aspectos de uma entidade:
Activos
Passivos
Património líquido
Receitas, despesas, ganhos e perdas; e
Fluxo financeiro (fluxos de caixa).