Accountability em Moçambique 28 de 6 de 2025
Accountability em Moçambique 28 de 6 de 2025
DELEGAÇÃO DE MAPUTO
TEMA
DELEGAÇÃO DE MAPUTO
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SUPERVISORA:
REALIZADO POR:
Eu, Aloide xadreque Bucuane Zavale¸ declaro que o presente trabalho é resultado da minha
investigação pessoal, das orientações do meu supervisor e requisitos e recomendações plasmados
no Guião para Elaboração de Trabalhos Científicos: - Projectos, Trabalhos de Licenciatura ou
Dissertações do Instituto Superior Mutasa - ISMU. O seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia. Declaro ainda que este
trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau
académico.
Maputo, Junho¸2025.
_________________________________
(Aloide xadreque Bucuane Zavale¸)
1
1.3. Índice
1.4. Agradecimento-----------------------------------------------------------------------------------------------VI
1.5. Dedicatória---------------------------------------------------------------------------------------------------VII
1.7. Resumo---------------------------------------------------------------------------------------------------------IX
1.8. Abstract----------------------------------------------------------------------------------------------------------X
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------- 1
1.3. Hipóteses--------------------------------------------------------------------------------------------------------3
1.4. Objectivos-------------------------------------------------------------------------------------------------------3
1.5. Justificativa-----------------------------------------------------------------------------------------------------4
1.6.Delimitação do tema------------------------------------------------------------------------------------------4
1.6.1.Delimitação temporal--------------------------------------------------------------------------------------4
1.6.2.Delimitação espacial---------------------------------------------------------------------------------------4
1.7. Variáveis---------------------------------------------------------------------------------------------------------5
2
1.7.2. Variáveis Secundárias-------------------------------------------------------------------------------------5
2.1. Introdução------------------------------------------------------------------------------------------------------6
2.3.1. Democracia---------------------------------------------------------------------------------------------------8
2.3.2.3. Base Legal e Institucional para o Controlo das Contas Públicas em Moçambique---12
2.4.3. Corrupção---------------------------------------------------------------------------------------------------18
2.5.1. Ética-----------------------------------------------------------------------------------------------------------22
2.5.2. Integridade-------------------------------------------------------------------------------------------------23
3
2.7.2. Portal da Transparência---------------------------------------------------------------------------------30
2.8.1. Teorias-------------------------------------------------------------------------------------------------------31
2.8.3. Análise cruzada das três teorias – Institucional, Agente-Principal e Escolha Racional 37
CAPÍTULO 3. METODOLOGIA--------------------------------------------------------------------------39
3.1. Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------------39
3.2. Métodos-------------------------------------------------------------------------------------------------------39
3.3.4. Abordagem-------------------------------------------------------------------------------------------------40
4
4.1. Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------------44
5.1. Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------------54
5.2. Conclusões----------------------------------------------------------------------------------------------------54
5.3. Recomendações---------------------------------------------------------------------------------------------55
6. Referências Bibliográficas--------------------------------------------------------------------------- 56
7. Apêndice-------------------------------------------------------------------------------------------------- A
5
1.4. Agradecimento
VI
1.5. Dedicatória
VII
1.6. Gráficos, tabelas, siglas, listas de abreviaturas, dedicatória, epígrafe, símbolos:
VIII
1.7. Resumo
IX
1.8. Abstract
The central theme of this work is accountability and the potential implementation of a
Transparency Portal in Mozambique, with the aim of analyzing how such a tool can contribute to
strengthening public administration, combating corruption and promoting a culture of integrity.
The research is based on the problem related to the fragility of current mechanisms for holding
public managers accountable, the scarce citizen participation in monitoring government
management and the absence of effective and accessible digital tools for oversight by civil
society.
In this sense, we sought to understand whether and how a transparency portal can
function as an instrument of accountability, especially in a reality where trust in public
institutions is frequently shaken by corruption scandals, mismanagement and lack of
accountability. The research was exploratory, descriptive and applied in nature, using a mixed
approach (qualitative and quantitative), with questionnaires being applied to 200 citizens and a
documentary analysis and semi-structured interviews being conducted.
The results show that the population recognizes the importance of transparency in public
administration, but also expresses concerns about the real applicability of the portal, highlighting
factors such as data concealment, lack of digital education among the population, lack of a
culture of accountability on the part of public managers and impunity for offenders. In addition,
participants suggest the need for civil society involvement in the management of the portal,
periodic publication of accessible and understandable data, as well as strengthening punishments
for illegal acts. The study concludes that, although the portal has not yet been implemented in
Mozambique, its creation could represent a significant milestone for the exercise of
accountability, provided that it is structured based on principles of active transparency,
accessibility, citizen participation and effective accountability of public agents.
X
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
Em aditamento a essas acções, o actual Governo, destaca uma nova era para
Moçambique, na qual o combate à corrupção, ao nepotismo e à incompetência é prioridade. O
Governo promete um Governo mais enxuto, com medidas concretas como a criação de uma
1
central de aquisições de Estado, a revisão de regalias dos dirigentes e a reavaliação de gastos,
visando colocar o povo no centro das decisões e resgatar o patriotismo nacional.
1.4. Objectivos
Analisar como a transparência na gestão pública pode contribuir para o bem-estar dos
cidadãos;
Avaliar os benefícios e desafios da implementação de um Portal da Transparência em
Moçambique.
Investigar como a sociedade civil e os cidadãos podem participar na fiscalização das
finanças públicas.
Avaliar o impacto da implementação e utilização do Portal da Transparência pêlo
Governo Moçambicano
3
1.5. Justificativa
1.6.Delimitação do tema
1.6.1.Delimitação temporal
1.6.2.Delimitação espacial
Esta pesquisa tem como foco principal a Cidade de Maputo, capital de Moçambique, por
ser onde se concentram os principais órgãos da Administração Pública e onde acontecem os
principais debates sobre transparência e combate à corrupção. A escolha deste local justifica-se
péla sua importância política e institucional, além de oferecer maior facilidade de acesso a
informações.
4
1.7. Variáveis
5
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Introdução
Este capítulo inicia-se com a teoria base que permite situar o problema servindo como
alicerce e contribuir para o entendimento de seguida serão analisados os fundamentos que
justificam a legitimidade dos cidadãos em fiscalizar as contas públicas, explorando a democracia,
cidadania e legislação. Além disso, serão abordadas as principais causas da corrupção e da falta
de integridade na administração pública, evidenciando a necessidade de um sistema de
transparência eficaz.
Dessa forma, este capítulo estabelece a base teórica para compreender a importância de
um sistema de transparência na gestão pública, a viabilidade da implementação de um Portal da
Transparência como ferramenta de fiscalização do cidadão, combate à corrupção promoção da
ética e integridade.
6
7
2.2. Teoria de base
Kinzler, Costa, Peiter, Walter e Villar (2022) destacam que o gestor público, no exercício
de suas funções, enfrenta pressões oriundas de diversos grupos de interesse, tais como
instituições internacionais, órgãos fiscalizadores, organizações não-governamentais, usuários dos
serviços públicos, servidores estatais, particulares e média, entre outros. Da mesma forma, a
sociedade também está sujeita a pressões de diferentes naturezas, incluindo sociais, normativas,
legais, éticas e políticas. Diante desse cenário, surge a necessidade de implementar mecanismos
de prestação de contas para fortalecer a relação entre a administração pública e a sociedade. Para
isso, os órgãos governamentais têm adoptado estratégias como controle externo, controle interno,
prestação de contas, divulgação, transparência e responsabilização. Essas medidas favorecem a
construção de uma cultura organizacional fundamentada em princípios éticos e de
responsabilidade, além de actuarem no combate à corrupção, o que contribui para consolidar a
legitimidade da gestão pública perante os cidadãos. Assim, compreende-se que o conceito de
prestação de contas possui múltiplas dimensões e aplicações, sendo influenciado por factores
políticos, sociais e históricos que moldam seu desenvolvimento.
8
adoptados no sector público, estabelecendo o dever do gestor de justificar suas acções à
população. Esse processo pode influenciar significativamente as decisões administrativas
(Aleksovska, 2021, como citado por Kinzler, Costa, Peiter, Walter, & Villar, 2022).
Por fim, Kinzler, Costa, Peiter, Walter e Villar (2022) reforçam que os gestores públicos
continuam enfrentando pressões de diversos segmentos sociais e institucionais. Como resposta a
essas demandas, as organizações públicas têm aprimorado suas práticas de prestação de contas,
adoptando mecanismos como controle externo e interno, prestação de contas, transparência e
responsabilização. Essas iniciativas não apenas favorecem a disseminação de uma cultura ética
na administração pública, mas também são essenciais para o combate à corrupção e a
consolidação da legitimidade governamental perante a sociedade.
2.3.1. Democracia
De acordo com Paula Becker (2011), a palavra "democracia" tem origem no grego, sendo
formada pêlos termos demos, que significa "povo", e kratein, que significa "reinar". Dessa
forma, pode-se interpretar a democracia como um "governo do povo" ou "reinado popular". Uma
definição amplamente conhecida desse conceito é a frase atribuída a Abraham Lincoln:
"government of the people, by the people, for the people", que pode ser traduzida como "governo
do povo, pelo povo, para o povo". Em termos mais simples, significa que o poder emana do
povo, é exercido por ele e visa ao seu próprio benefício.
Já para Ferreira (2004), no Novo Dicionário Electrónico Aurélio versão 5.0, a democracia
é entendida como uma doutrina ou sistema político fundamentado na soberania popular e na
equitativa distribuição do poder. Esse regime se caracteriza essencialmente péla garantia da
9
liberdade no processo eleitoral, péla separação entre os poderes e pêlo controle das autoridades,
ou seja, da tomada de decisões e da execução das mesmas.
Como destaca Paula Becker (2011), democracia tem origem grega e significa "governo
do povo", expressão que remete à ideia de participação e soberania popular. Entretanto, para os
fins deste estudo, a definição de Ferreira (2004) oferece uma compreensão mais prática e
institucional do termo, especialmente no que se refere ao controle social e à prestação de contas
— pilares fundamentais para o fortalecimento da gestão pública transparente em Moçambique.
Controlo governamental é o conjunto de acções e mecanismos por meio dos quais órgãos
públicos, tanto internos quanto externos monitoram e controlam a execução das políticas e a
gestão dos recursos estatais. Segundo Di Pietro (2013), essa prática visa garantir a eficiência, a
legalidade e a transparência na administração pública, prevenindo irregularidades e promovendo
a responsabilização dos gestores. Por meio de auditorias, fiscalizações e avaliações sistemáticas,
a fiscalização torna-se um instrumento essencial para corrigir desvios, melhorar a qualidade dos
serviços públicos e fortalecer a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado.
Fiscalização governamental pode ser entendida como o processo pêlo qual o Estado, por
meio de seus diversos mecanismos de controlo, avalia e acompanha a execução de suas
actividades administrativas e a aplicação dos recursos públicos. Conforme Bresser-Pereira
(2009), essa actividade não se limita ao controle financeiro, mas abrange também a verificação
10
do cumprimento dos princípios da legalidade, da moralidade e da eficiência na gestão pública.
Os instrumentos de fiscalização, que incluem o controlo interno, as auditorias externas e a
actuação dos tribunais de contas, são essenciais para identificar desvios, corrigir falhas e
promover uma cultura de transparência que fortalece a responsabilidade e a confiança da
sociedade nas instituições governamentais.
A definição de Carvalho Filho (2008) também está bem conectada ao tema, ao destacar
que a fiscalização, realizada por órgãos como tribunais de contas e ministérios públicos, é crucial
para prevenir irregularidades e promover a transparência e a prestação de contas. Isso é
directamente relacionado à função do portal da transparência, que é fornecer informações que
permitem à sociedade acompanhar e questionar a gestão pública.
Para Carvalho Filho (2008), Controle social e cidadania constituem elementos essenciais
da democracia, nos quais o primeiro refere-se à capacidade dos cidadãos, organizações e
instituições da sociedade em fiscalizar e influenciar as acções do Estado, enquanto a cidadania
implica o exercício activo dos direitos e deveres que permitem essa fiscalização. Esse conjunto
11
promove a transparência e a prestação de contas na gestão pública, visto que a participação
cidadã efectiva torna possível a construção de políticas públicas que atendam às necessidades
colectivas. Assim, o controle social, por meio da cidadania activa, actua como mecanismo de
correcção e aprimoramento das práticas governamentais, contribuindo para a eficiência
administrativa e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito.
Silva (2011) define controlo social e cidadania como os mecanismos pêlos quais os
indivíduos, por meio de práticas participativas, exercem influência sobre as decisões e acções do
poder público. Nesta perspectiva, a cidadania não se restringe ao gozo dos direitos conferidos
pêlo Estado, mas se manifesta na obrigação de fiscalizar, cobrar e participar activamente da
gestão pública. O controlo social, por sua vez, é percebido como o meio pêlo qual essa
participação é organizada e exercida, através de instrumentos como conselhos, audiências
públicas e ouvidorias. Essa interacção fortalece a democracia, gera maior transparência nas
acções governamentais e cria um ambiente propício para a prestação de contas e a melhoria
contínua dos serviços públicos.
A definição que melhor se enquadra é a de Silva (2011). Porque o autor enfatiza o papel
activo dos cidadãos na fiscalização e participação na gestão pública, ressaltando que o controle
social não é apenas um direito, mas uma obrigação. Além disso, a menção a instrumentos
concretos, como conselhos, audiências públicas e ouvidorias, está directamente ligada ao
objectivo de um portal da transparência, que é fornecer mecanismos acessíveis para que a
sociedade exerça seu papel de fiscalização.
12
A definição de Bresser-Pereira (2009) também é relevante, pois destaca a
interdependência entre cidadania e controle social, mostrando como a participação activa dos
cidadãos é fundamental para garantir que o poder público responda de forma transparente às
demandas sociais. No entanto, essa definição se concentra mais no impacto do controle social
sobre a eficiência administrativa e a justiça social, sem aprofundar a questão dos instrumentos
específicos que possibilitam essa participação, como um portal da transparência.
Portanto, Silva (2011) apresenta a definição mais alinhada ao estudo, pois conecta a
participação cidadã à fiscalização activa das acções do poder público, utilizando ferramentas
estruturadas que reforçam a transparência e prestação de contas, elementos essenciais para a
efectividade de um portal da transparência.
2.3.2.3. Base Legal e Institucional para o Controlo das Contas Públicas em Moçambique
13
Para que o povo possa exercer efectivamente sua soberania, é essencial que tenha acesso
à informação sobre as actividades do governo. Isso inclui informações sobre processos
legislativos, decisões administrativas, a utilização de recursos públicos, e outras áreas críticas da
gestão pública. A transparência permite que os cidadãos monitorem, avaliem e influenciem as
acções do governo, garantindo que estas estejam alinhadas com os interesses colectivos.
A ideia de que "a soberania reside no povo" também implica a necessidade de processos
participativos, onde os cidadãos têm a oportunidade de se envolver activamente na formulação e
implementação de políticas públicas. A transparência é essencial para esses processos
participativos, pois somente com acesso à informação os cidadãos podem tomar decisões
informadas e contribuir efectivamente para o debate público.
14
democrática na administração pública e na vida social. Estes princípios são fundamentais para a
construção de uma sociedade aberta, onde os cidadãos têm acesso aos dados necessários para
participar plenamente na governança e no desenvolvimento do país.
Através das Leis n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro, e n.º 14/2011, de 10 de Agosto, são
definidos princípios como a transparência, a participação cidadã, a colaboração entre
Administração e administrados, bem como mecanismos de fiscalização e supervisão da gestão
pública. Estes dispositivos sustentam a pertinência da implementação de instrumentos modernos
como o Portal da Transparência, que visam fomentar o controle social, a ética e a integridade na
Administração Pública.
Este princípio também é reafirmado na Lei n.º 7/2012, que determina que os órgãos
públicos devem dispor de meios modernos, como páginas electrónicas e terminais digitais, para
fornecer informações sobre a sua actuação, incluindo planos de actividades, formulários,
contactos e relatórios de gestão (Lei n.º 7/2012, art. 12, n.º 5). A criação de um Portal da
15
Transparência responde directamente a estas exigências legais, promovendo o acesso fácil,
actualizado e confiável às informações públicas.
O princípio da colaboração está consagrado tanto na Lei n.º 14/2011 (art. 9) quanto na
Lei n.º 7/2012 (art. 24). De acordo com a primeira, “a Administração Pública e os administrados
devem actuar em estreita cooperação recíproca” (Lei n.º 14/2011, art. 9, n.º 1). Isso inclui prestar
informações, apoiar iniciativas sociais e considerar sugestões da população.
16
2.4. Desafios à Transparência: Corrupção e Integridade
De acordo com Hely Lopes Meirelles, citado por Bachtold (2012, p. 31), a Administração
Pública é todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à
satisfação das necessidades colectivas. Essa definição enfatiza a estrutura funcional do Estado
destinada à prestação de serviços públicos essenciais à sociedade.
A interpretação que mais se enquadra é a de Caetano (2001). Isso porque sua definição
enfatiza a Administração Pública como um conjunto de decisões e operações voltadas para a
satisfação das necessidades colectivas, o que inclui a busca péla transparência, integridade e
prestação de contas. A implementação de um portal da transparência está directamente ligada à
obtenção e utilização racional dos recursos públicos, um ponto destacado por Caetano (2001).
Além disso, sua definição menciona que o Estado pode actuar directamente ou por meio da
coordenação de actividades privadas, o que pode ser relevante caso a implementação do portal
envolva parcerias com entidades da sociedade civil ou empresas especializadas.
17
A definição de Freitas do Amaral (2006) também é relevante, pois destaca a
Administração Pública como um sistema de órgãos, serviços e agentes que actuam em nome da
colectividade. No entanto, seu foco está mais na estrutura organizacional e nos agentes
administrativos do que nos processos e objectivos da Administração Pública, o que a torna
menos directamente ligada ao seu estudo sobre prestação de contas e transparência.
Objecto: segundo Hely Lopes Meirelles (2014), possui como objecto a execução directa
ou indirecta dos serviços públicos, sendo o conjunto das actividades administrativas realizadas
pêlo Estado para assegurar o funcionamento dos serviços públicos e a execução de políticas
públicas. Inclui a gestão de bens e recursos, a aplicação da lei e o atendimento às demandas da
sociedade.
Meio: Segundo Dallari (2008), a Administração não pode ser entendida apenas como
gestão técnica, mas como actividade política, orientada péla busca da justiça social e péla
concretização dos direitos fundamentais da população. Refere-se aos instrumentos e mecanismos
através dos quais a Administração actua, como regulamentos, contractos, actos administrativos e
políticas públicas. Inclui também os servidores públicos, as estruturas organizacionais e os
recursos financeiros e materiais.
18
2.4.3. Corrupção
Corrupção é o uso impróprio do poder por agentes públicos ou privados para a aquisição
de benefícios pessoais ou para favorecer terceiros, por meio de práticas como suborno, desvio de
recursos e fraude. Esse procedimento viola os princípios éticos e legais que regem a gestão
pública, transformando processos formais em instrumentos de favorecimento pessoal. Segundo
Ferreira (2009), a corrupção compromete a eficiência do Estado, altera a divisão de recursos e
deteriora a confiança da sociedade nas instituições, gerando impactos negativos para o
crescimento social e económico.
Corrupção pode ser entendida como a prática sistemática de desviar ou utilizar de forma
indevida recursos e informações que pertencem ao sector público, com o objectivo de obter
ganhos pessoais ou favorecer interesses particulares. Essa prática envolve uma série de condutas
ilícitas, como o pagamento de propinas, o nepotismo e o tráfico de influências, que
comprometem os mecanismos de controle e transparência das instituições estatais. Di Pietro
(2013) argumenta que a corrupção é um dos principais entraves à boa governança e à efetivação
de políticas públicas, pois corrói a confiança dos cidadãos no Estado e prejudica o
desenvolvimento econômico e social de um país.
19
no Estado, o que reforça a necessidade de um sistema que permita o monitoramento contínuo das
acções governamentais, promovendo prestação de contas e participação cidadã.
Segundo a Lei n.º 6/2004 como citado pêlo, (Centro de Integridade Pública, 2008, p. 4),
nos artigos 7 e 9, define a corrupção em dois sentidos: primeiro, a corrupção passiva como sendo
a solicitação de vantagem patrimonial ou não patrimonial por funcionário ou agente do Estado
para realizar ou omitir acto contrário ou não contrário ao dever do seu cargo; e corrupção activa
como sendo o oferecimento de vantagem patrimonial ou não patrimonial a funcionário ou agente
do Estado para realizar um acto contrário aos deveres do seu cargo.
Esse tipo de corrupção envolve indivíduos situados nas esferas superiores do governo,
que utilizam suas posições para obter subornos de empresas nacionais e internacionais,
apropriando-se de benefícios de contractos ou desviando grandes somas de dinheiro público para
contas bancárias no exterior. Por outro lado, a corrupção burocrática ocorre na administração
pública, afectando a implementação de políticas. Esse tipo de corrupção, frequentemente
chamado de "corrupção de rua" ou "de nível baixo", é a que os cidadãos vivenciam no dia-a-dia,
em sectores como saúde, educação, licenciamento comercial, forças policiais, alfândegas e
administração fiscal. Embora as quantias envolvidas sejam, geralmente, pequenas, ajustadas ao
contexto local, podem atingir valores significativos em determinados casos. A corrupção política
e burocrática está interligada, pois a disseminação da corrupção nos altos escalões do poder
tende a influenciar os níveis inferiores da administração pública, que seguem o exemplo e as
ordens dos dirigentes (Andvig et al., 2000, como citado por Mosse, 2004, p. 6).
20
Para combater a corrupção, é essencial compreender seus mecanismos, as oportunidades
estruturais que a favorecem e as fragilidades institucionais que permitem sua proliferação. No
entanto, pouco se discute sobre questões como o nepotismo, o clientelismo e a falta de
independência dos funcionários públicos em Moçambique. Fala-se bastante sobre a corrupção de
menor escala, mas pouco se investe em reformas sectoriais e na autonomia do poder judiciário.
Além disso, a responsabilização é frequentemente ignorada, tornando a expressão "vontade
política" vazia de significado. Não se aborda de forma eficaz a prestação de contas, as regras de
conflito de interesse ou os sistemas de integridade, o que reforça a percepção de que a grande
corrupção é um problema negligenciado (Mosse, 2004, p. 3).
Nos últimos anos, sobretudo após a transição para a democracia, a corrupção tornou-se
um problema crescente em Moçambique, permeando diversos sectores da sociedade. Apesar de
ser uma questão grave, os doadores internacionais ainda não têm exercido uma pressão
significativa sobre o governo para enfrentar o problema. A implementação de mecanismos
institucionais que promovam a transparência, como órgãos de fiscalização, poderia melhorar esse
cenário. No entanto, a ausência de uma cultura consolidada de prestação de contas ainda
compromete os avanços nesse sentido, embora a percepção dos doadores sobre Moçambique
esteja gradualmente mudando (Mosse, 2004, p. 4).
21
uma Unidade Anticorrupção dentro da Procuradoria-Geral da República e aprimorou a gestão
das finanças públicas com a implementação do SISTAFE. A Assembleia da República aprovou
uma Lei Anticorrupção e trabalha na revisão da legislação sobre contratações públicas. Contudo,
o Estado continua a ser administrado sob uma lógica de clientelismo e nepotismo, tornando as
novas regras frágeis e dificultando a aplicação efectiva das leis existentes. Apesar de alguns
avanços institucionais na luta contra a corrupção, essas mudanças ainda não foram suficientes
para criar uma resposta eficaz ao problema.
22
factores históricos e culturais que perpetuam essas práticas (Bertram I. Spector, Green, Hart, &
Ferrell, 2005).
Um dos aspectos mais críticos desse problema é a falta de transparência e o difícil acesso
à informação oficial. Embora os orçamentos sejam divulgados, frequentemente não apresentam
detalhes suficientes para permitir uma análise significativa. Dados sobre despesas públicas, leis,
regulamentos, decisões judiciais e preços de serviços públicos são de difícil acesso, o que
compromete a prestação de contas e favorece a opacidade na administração pública (Bertram I.
Spector, Green, Hart, & Ferrell, 2005).
2.5.1. Ética
A ética pode ser compreendida como o ramo da filosofia que se ocupa do estudo dos
valores, princípios e normas que orientam a conduta humana em sociedade. Para Pacheco (2010),
a ética envolve a reflexão crítica sobre o que é moralmente correcto ou incorrecto, buscando
fundamentar comportamentos que promovam o bem comum, a justiça e a dignidade humana.
Essa abordagem exige não apenas o cumprimento de regras estabelecidas, mas também a
construção de um compromisso pessoal e colectivo com a integridade e a responsabilidade
social, contribuindo para a convivência harmoniosa e o desenvolvimento ético das instituições e
dos indivíduos.
Machado (2009) define ética como um conjunto de princípios e valores que orientam as
acções dos indivíduos, funcionando como um código moral que regula as relações interpessoais e
as práticas profissionais. De acordo com esse autor, a ética não se restringe ao cumprimento
mecânico de regras, mas exige uma reflexão contínua sobre as consequências das acções e a
promoção do respeito mútuo e da justiça social. Essa perspectiva destaca a importância de uma
conduta responsável e transparente, que contribua para o fortalecimento dos laços comunitários e
para a construção de uma sociedade mais equânime e solidária, onde o bem-estar colectivo
prevaleça sobre interesses pessoais.
Silva e Lima (2015) argumentam que a ética é o estudo sistemático dos valores e normas
que regulam o comportamento humano, permitindo discernir entre acções consideradas virtuosas
23
ou viciosas. Para esses autores, a ética transcende a mera obediência a leis e costumes,
envolvendo uma profunda reflexão sobre as motivações e os impactos das acções individuais e
colectivas. Assim, a ética se configura como um instrumento indispensável para a promoção da
justiça, da transparência e da responsabilidade social, orientando tanto a vida pessoal quanto as
práticas institucionais rumo a um convívio mais harmonioso e sustentável.
A definição que melhor se enquadra é a de Silva e Lima (2015). Isso porque os autores
enfatizam que a ética não se limita ao cumprimento de regras, mas envolve uma reflexão
profunda sobre as motivações e impactos das acções individuais e colectivas. Essa abordagem
está directamente ligada à ideia de prestação de contas, pois um portal da transparência não é
apenas um instrumento legal ou burocrático, mas um mecanismo que exige compromisso ético
das instituições e dos agentes públicos na prestação de contas e no combate à corrupção.
2.5.2. Integridade
Santos (2012) enfatiza que Integridade pode ser definida como a consonância entre os
valores declarados e as acções efectivamente praticadas, demonstrando uma postura de
honestidade e coerência ética em todos os contextos. Essa qualidade não se restringe à ausência
de condutas ilícitas, mas também à prática activa de princípios como a justiça, a transparência e o
compromisso com o bem comum. Em ambientes organizacionais, a integridade se reflecte na
adopção de sistemas de controlo e governança que promovem a responsabilidade e a prestação
de contas, fundamentais para o fortalecimento da confiança e da legitimidade das instituições
públicas e privadas.
24
De acordo com Silva (2011), integridade é a capacidade de manter uma conduta ética
consistente, onde há plena consonância entre os ideais professados e as acções desenvolvidas,
mesmo diante de pressões e desafios externos. Essa qualidade implica não apenas o cumprimento
de normas e regulamentos, mas também a internalização de valores que promovem a justiça, a
equidade e o respeito às normas morais. Em contextos institucionais, a integridade se manifesta
por meio de práticas de governança que asseguram a transparência, a prestação de contas e a
responsabilização dos agentes, contribuindo para um ambiente de confiança e para o
fortalecimento das instituições democráticas.
A definição que melhor se enquadra é a de Silva (2011). Isso porque a definição ressalta
a consonância entre os ideais e as acções efectivas, um princípio fundamental para a governança
pública e a implementação de mecanismos como um portal da transparência. Além disso, o autor
destaca a prestação de contas e a responsabilização dos agentes, conceitos centrais para garantir
que o portal da transparência não seja apenas um instrumento formal, mas um mecanismo
efectivo de controlo social.
25
legitimidade do poder público, além de fomentar a participação cidadã e o controle social sobre
as acções governamentais.
A definição de Bresser-Pereira (2009) também se alinha bem ao tema, uma vez que
destaca a importância de promover a eficiência dos serviços públicos e fortalecer a confiança dos
cidadãos na administração estatal. Esses princípios estão directamente ligados à função de um
portal da transparência, que visa garantir a eficiência e a confiança na gestão pública. Contudo, a
definição de Di Pietro se aprofunda mais na necessidade de mecanismos de controlo social, o que
a torna mais alinhada ao seu tema.
Serrano (2010) observa que a ética administrativa tem como objectivo contribuir para a
construção de um novo perfil de profissional público, orientado por princípios como a eficiência,
a moralidade e o compromisso com o bem comum. Para isso, propõe que as investigações em
ética pública se concentrem na identificação dos problemas éticos na administração, nas
variáveis que influenciam a conduta dos agentes públicos e na formulação de estratégias para
fortalecer a moralidade administrativa.
26
Complementarmente, Villoria (2000, como citado por Serrano, 2010) define a ética
pública como um processo colectivo, construído a partir da cooperação entre cidadãos,
instituições estatais e organizações sociais. Essa ética colectiva reforça a ideia de que o
funcionamento ético da sociedade depende da criação de normas que respeitem a liberdade e os
direitos fundamentais, promovendo uma convivência justa e equitativa. Nesse contexto, a ética
pública serve como fundamento para instrumentos como o portal da transparência, ao estimular a
co-responsabilização entre Estado e sociedade.
27
eficácia da transparência não depende apenas da existência de dados públicos, mas também da
qualidade das informações oferecidas — sua clareza, relevância e tempestividade são
fundamentais para garantir o controlo social e a participação democrática.
Dentre essas definições, a proposta por Rodrigues (2018) é a que melhor se adequa ao
presente estudo, uma vez que destaca a transparência como um processo dinâmico e essencial à
democracia. A ênfase na apresentação clara, acessível e oportuna das informações é central para
o funcionamento eficaz de um portal da transparência, que deve permitir aos cidadãos
compreender e fiscalizar as acções do governo, promovendo a participação cidadã e a
responsabilização dos agentes públicos.
Ainda que sua definição tenha um viés mais formal, a contribuição de Canhadas (2012)
também se mostra relevante, ao reconhecer a transparência como princípio jurídico e ao apontar
os desafios práticos que envolvem a sua aplicação, especialmente diante da necessidade de
equilibrar o acesso à informação com a protecção de determinados interesses legais. Já a
definição de Michener e Bersch (2013), embora pertinente, apresenta uma abordagem mais
ampla e genérica, sem detalhar os mecanismos concretos de efectivação da transparência —
aspecto essencial para este estudo, que trata da possível implementação de um portal digital de
acesso à informação.
Sob essa perspectiva, a transparência se torna uma ferramenta crucial para prevenir
abusos de poder e práticas corruptas. A simples publicação de dados como gastos com pessoal,
viagens, uso de cartões corporativos ou processos liciatórios, como destaca Gama (2017, p. 35),
pode desencorajar desvios de conduta ao expor tais práticas ao escrutínio público. Portais de
28
licitação, por exemplo, ampliam a participação de fornecedores e reduzem custos ao
promoverem maior concorrência e visibilidade sobre as demandas do poder público.
Além disso, a transparência gera benefícios concretos tanto para a administração quanto
para a sociedade. De acordo com Rivera (2006, citado por Gama, 2017, p. 33), um governo
transparente é mais legítimo, forte e fiscalmente eficiente. A confiança promovida por uma
gestão aberta facilita a colaboração entre cidadãos e governo, reduzindo os custos de transacção
e ampliando o apoio às políticas públicas. O acesso à informação também potencializa o trabalho
da sociedade civil, jornalistas, pesquisadores e órgãos de controlo, que passam a contar com
dados essenciais para a fiscalização, a formulação de políticas e o fortalecimento do controle
social (Rivera, 2006, citado por Gama, 2017, p. 89).
29
de eleições, mas também durante todo o mandato dos representantes. A indiferença da população
em relação à política pode inviabilizar o processo de prestação de contas.
De acordo com Gama (2017, p. 40), o Governo Electrónico pode ser definido como o uso
da tecnologia para melhorar o acesso e a entrega de serviços governamentais, beneficiando
cidadãos, empresas e funcionários públicos. Envolve a utilização de serviços electrónicos
baseados em informações para cidadãos, com foco em elementos de participação, como a
democracia, visando atingir os objectivos de um governo balanceado. Além disso, o Governo
Electrónico abrange o uso das tecnologias de informação e comunicação, especialmente a
internet, como ferramentas para um governo mais eficiente, abrangendo todos os aspectos e
facetas da operação de uma organização governamental.
30
eficiência nos processos internos e a promoção de maior participação dos cidadãos nas decisões
governamentais.
Outro aspecto importante do Governo Electrónico é que ele é baseado, mas não se limita,
às tecnologias e sistemas de informação e comunicação. Esse fenómeno promove a convergência
de factores como integração, sofisticação e maturidade dos processos, já que as principais
motivações para sua implementação não são económicas, mas sim voltadas para a melhoria dos
serviços. Além disso, a integração de processos, sistemas e dados nas operações de governo é
mais complexa do que nas empresas, com os processos em constante evolução e expansão. O
Governo Electrónico é, por fim, um fenómeno global, com iniciativas inovadoras sendo
implementadas em praticamente todos os países (Gama, 2017).
31
A definição que melhor se enquadra neste estudo é a de Soares (2014), por estabelecer
uma conexão directa entre os portais da transparência e os mecanismos de prestação de contas na
administração pública. Ao enfatizar que essas plataformas digitais têm como principal objectivo
divulgar informações relativas à gestão administrativa, financeira e orçamentária, a definição de
Soares (2014) alinha-se à proposta desta pesquisa, que busca compreender de que forma a
implementação de um portal da transparência pode fortalecer a prestação de contas por parte do
governo. A transparência na aplicação dos recursos públicos constitui um dos pilares
fundamentais da prestação de contas, e essa relação é abordada pêlo autor de maneira clara,
objectiva e pertinente ao contexto da investigação.
2.8.1. Teorias
32
A Teoria do Agente-Principal, formulada no campo da economia e das ciências políticas,
descreve a relação entre um principal (quem delega uma tarefa) e um agente (quem executa a
tarefa em nome do principal). Segundo Jensen e Meckling (1976), essa relação ocorre quando
um indivíduo ou entidade (principal) contrata outro (agente) para realizar uma acção ou tomar
decisões em seu nome, gerando um problema de agência decorrente da possibilidade de que os
interesses do agente não estejam totalmente alinhados com os do principal.
A prestação de contas, que pode ser entendida como a obrigação dos agentes públicos de
prestar contas aos cidadãos e às instituições de controle, está directamente relacionada à Teoria
do Agente-Principal. Conforme apontam Abrucio e Loureiro (2018), um dos principais desafios
dessa relação é garantir que os agentes públicos tenham incentivos adequados para agir no
melhor interesse dos cidadãos. Quando os incentivos são mal estruturados ou inexistentes, há
maior risco de práticas ilícitas, como desvio de recursos, nepotismo e corrupção.
33
A implementação de um Portal da Transparência fortalece a prestação de contas ao criar
um ambiente de maior escrutínio público. Ao tornar acessíveis informações detalhadas sobre a
gestão pública, o portal actua como um mecanismo de incentivo para que os agentes ajam de
forma ética e responsável. Além disso, a existência de um canal de transparência pode reforçar
os mecanismos de controle social, permitindo que organizações da sociedade civil, a média e
cidadãos fiscalizem e denunciem irregularidades.
34
A implementação de um Portal da Transparência deve ser entendida não apenas como
uma questão tecnológica, mas como um processo institucional que demanda a mudança de
práticas e a superação de barreiras culturais e normativas. De acordo com Silva (2014), os portais
de transparência emergem como resposta às pressões institucionais por maior prestação de
contas, exigindo que os gestores públicos ajustem suas rotinas e práticas à exigência social por
transparência e controle. Essa mudança implica a internalização de novos valores e
procedimentos que podem ser dificultados por estruturas organizacionais tradicionalmente
rígidas ou por resistências culturais enraizadas na prática administrativa.
Downs (1974) argumenta que a escolha racional implica que os agentes públicos decidem
suas acções baseados em uma análise de custo-benefício, buscando maximizar ganhos pessoais
mesmo que, eventualmente, tais escolhas possam conflituar com os interesses colectivos. Nesse
cenário, a transparência, por meio de portais de divulgação de informações, actua como um
mecanismo de controlo que altera a matriz de incentivos dos agentes. Ao reduzir a assimetria de
informação entre os cidadãos (principais) e os gestores públicos (agentes), o portal torna o
comportamento oportunista menos atractivo, contribuindo para uma gestão pública mais alinhada
ao interesse geral.
35
interesses pessoais, comprometendo a eficiência e a legitimidade dos serviços públicos. Portanto,
a implementação de um Portal da Transparência é estratégica, pois oferece aos cidadãos
ferramentas para monitorar a actuação dos gestores, alterando os incentivos e promovendo a
prestação de contas e a integridade na gestão dos recursos públicos.
A teoria base apresentada por Kinzler, Costa, Peiter, Walter e Villar (2022) destaca que o
gestor público está sujeito a pressões constantes de diferentes grupos de interesse, o que
impulsiona a necessidade de prestação de contas por meio de mecanismos como controle
externo, controle interno, prestação de contas e transparência. Essa abordagem reforça a
importância da transparência como ferramenta para legitimar a gestão pública e combater
práticas de corrupção, sendo, portanto, uma base conceitual sólida para a presente investigação.
Ao analisar essa perspectiva à luz das principais teorias utilizadas no trabalho, nota-se
uma forte convergência entre a teoria base e as seguintes abordagens: Teoria do Agente-
Principal, Teoria Institucional e Teoria da Escolha Racional.
36
necessidade de mecanismos de transparência como forma de reduzir os custos de agência e
alinhar os interesses entre representantes e representados.
Por sua vez, a Teoria Institucional enfatiza que as práticas organizacionais são
influenciadas por normas sociais, valores culturais e pressões institucionais. A teoria base
corrobora esse entendimento ao reconhecer que a prestação de contas é moldada não apenas por
decisões racionais dos gestores, mas também por factores externos, como expectativas sociais e
políticas públicas.
Por fim A teoria base utilizada no trabalho confirma os princípios das três teorias
analisadas.
37
A Teoria do Agente-Principal é validada péla discussão sobre a assimetria de informação
e a necessidade de mecanismos de controlo.
2.8.3. Análise cruzada das três teorias – Institucional, Agente-Principal e Escolha Racional
A Teoria Institucional enfatiza o papel das normas, valores, tradições e estruturas formais
e informais que moldam o comportamento dos actores e das organizações. Essa perspectiva
destaca que a adopção de inovações, como um portal de transparência, não depende apenas de
factores técnicos, mas também de pressões culturais, políticas e históricas. Em contextos onde a
cultura organizacional é resistente à mudança, as práticas consolidadas podem dificultar a
implementação de mecanismos de controlo social, apesar das inovações tecnológicas (Oliveira,
2010; Silva, 2014).
Já a Teoria da Escolha Racional postula que os agentes públicos tomam decisões com
base na maximização de seus próprios interesses, avaliando os custos e benefícios de suas
acções. A partir desse ponto de vista, a existência de um portal da transparência altera a matriz
de incentivos ao aumentar o custo do comportamento oportunista e elevar as chances de detecção
38
de irregularidades, incentivando os gestores a agir de forma mais ética e alinhada ao interesse
público (Downs, 1974; Weimer & Vining, 2007).
39
CAPÍTULO 3. METODOLOGIA
3.1. Introdução
Este capítulo apresenta a metodologia adoptada para a realização desta pesquisa, cuja
finalidade é analisar a potencial implementação de um Portal da Transparência como instrumento
de prestação de contas em Moçambique. O estudo busca compreender de que forma essa
ferramenta pode contribuir para a promoção da integridade, ética e controle social na
administração pública.
3.2. Métodos
40
3.3. Classificação da pesquisa
Foi utilizado o estudo de caso como estratégia metodológica. Yin (2015) afirma que o
estudo de caso é apropriado quando se busca investigar um fenómeno dentro de seu contexto
real, especialmente em situações onde as fronteiras entre o fenómeno e o contexto não estão
claramente definidas. Neste caso, o fenómeno é a transparência governamental e o contexto é a
administração pública moçambicana.
3.3.4. Abordagem
41
quantitativos e qualitativos sobre o nível de conhecimento e interesse dos cidadãos em relação ao
Portal da Transparência.
As respostas à questão aberta final foram analisadas por meio de uma abordagem
qualitativa denominada análise temática por similaridade, que consiste em agrupar os conteúdos
discursivos segundo padrões e temas comuns emergentes, conforme proposto por Bardin (2011).
Essa técnica permitiu captar nuances e profundidade das opiniões dos participantes sobre temas
como corrupção, transparência, punição e participação social.
42
Essa técnica foi escolhida devido à sua viabilidade operacional e péla facilidade de
acesso aos respondentes em espaços públicos (como o mercado do Xiquelene e em pontos de
fluxo urbano na Baixa da cidade de Maputo) e meios digitais (questionário online por meio do
Google Forms). Apesar de não garantir total representatividade estatística, a amostragem por
conveniência permite obter dados relevantes e indicativos de tendências perceptivas em
contextos urbanos de grande fluxo e diversidade.
2
z ∗p ( 1− p )
2
∗n
e
n=
N +¿ ¿
Onde:
n: Tamanho da amostra
N: População-alvo (12.967.173)
Z: Nível de confiança (1,96 para 95%)
e: Margem de erro (0,07 ou 7%)
p: Proporção esperada (0,5 para maximizar a variabilidade)
Substituindo os valores:
2
1.96 ∗0.5∗0.5
∗12967173 38416∗0.25
0.07
2 n= ≈ 196
n= 0.0049
12967173+¿ ¿
43
3.6. Limitações do estudo
44
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1. Introdução
Neste capítulo, os resultados da pesquisa serão apresentados e discutidos com base nos
dados obtidos por meio do questionário aplicado a 200 cidadãos em diferentes contextos sociais
e educacionais em Moçambique, objectivos específicos, nas questões de pesquisa hipóteses
levantadas, variáveis e com a revisão da literatura e as principais teorias discutidas no Capítulo 2.
A análise dos dados qualitativos e quantitativos será conduzida de forma integrada, permitindo
uma compreensão abrangente do papel das instituições na utilização do Portal da Transparência
para conter a corrupção e promover a ética e integridade na administração pública em
Moçambique.
45
Mestrado
Doutorado 2 1%
Funcionário Público 22 11%
Representante da
3 2%
Sociedade Civil
Ocupação
Jornalista 1 1%
Pesquisador/Estudante 121 61%
Outro 53 27%
Fonte: Dados da pesquisa (Elaborado pêlo autor)
46
Outro 47 23,50%
Fonte: Dados da pesquisa (Elaborado pêlo autor)
A definição de Di Pietro (2013) sobre corrupção destaca que este é um dos maiores
obstáculos à boa governança e à confiança dos cidadãos no Estado, o que foi claramente refletido
nas respostas dos participantes.
As fontes mais comuns de informação sobre os recursos públicos são as redes sociais
(83,5%) e os meios de comunicação (68,5%), evidenciando uma lacuna na comunicação oficial
do governo. Essa assimetria informacional reforça a relevância do problema de pesquisa e a
necessidade de um portal como mecanismo estruturado e oficial de comunicação com os
cidadãos.
47
4.3.2 Conhecimento e Expectativas sobre o Portal da Transparência
48
papel dos mecanismos institucionais como garantidores da prestação de contas – exactamente a
função esperada de um Portal da Transparência.
A definição de Silva (2011) sobre controlo social também se aplica, pois reforça o uso de
ferramentas estruturadas (como o portal) como meios efectivos de participação cidadã.
Apesar disso, 71% dos inquiridos concordam ou concordam totalmente que a criação de
um portal seria benéfica. A procura por informações como salários de servidores (96%) e
despesas públicas (93%) demonstra uma demanda por transparência activa. Demonstram ainda
necessidade de mecanismos que reduzam a assimetria informacional e ajustem os incentivos dos
agentes, alinhando-se tanto à Teoria do Agente-Principal (Jensen & Meckling, 1976) quanto à
Teoria da Escolha Racional (Downs, 1974).
A maioria dos inquiridos obtém informações sobre a administração pública por meio de
redes sociais (83,5%) e média tradicional (68,5%), o que sugere um vácuo em termos de
transparência institucionalizada.
Esses dados mostram uma clara demanda por informações públicas estruturadas,
alinhando-se com o primeiro objectivo específico: “Analisar como a transparência no governo
pode contribuir para o bem-estar dos cidadãos.” A confiança na utilidade de tais ferramentas
reforça também a segunda hipótese secundária, de que o uso do portal pélas instituições de
controlo e péla sociedade civil poderá aumentar a detecção de actos de corrupção.
49
Talvez 10 5%
50
Esses resultados também estão alinhados com o objectivo geral do estudo: “Investigar o
impacto da implementação de um Portal da Transparência no fortalecimento da prestação de
contas e na redução da corrupção no governo de Moçambique.”
Além disso, 84% sentem-se mais capacitados para participar do controle social se um
portal for implementado, o que confirma a hipótese de que essas ferramentas aumentam a
participação cívica.
Bresser-Pereira (2009) e Carvalho Filho (2008) são fundamentais nesta parte, ao associar
cidadania activa ao controle social, ainda que suas definições se concentrem mais nas instituições
do que nos instrumentos.
A abordagem de Silva (2011) é a mais adequada aqui, pois valoriza o uso de mecanismos
concretos de fiscalização (como o portal) como forma de expressão cidadã e de prestação de
contas.
O conceito de ética pública de Silva e Lima (2015) também se aplica, ao ressaltar que a
responsabilização deve vir acompanhada de um compromisso moral das instituições com a
integridade e a equidade.
Ainda assim, os participantes indicaram que, para o portal funcionar, ele precisa ter
actualização frequente (85%), informações claras (57%) e cobertura ampla de dados. Estes
achados correspondem ao quarto objectivo específico e à terceira hipótese secundária, que
relaciona a qualidade e frequência da actualização com a percepção de transparência e
responsabilidade do governo. Reforçando os argumentos da Teoria do Agente-Principal e da
Teoria da Escolha Racional, que destacam a importância de reduzir a assimetria de informação e
de ajustar os incentivos para mitigar comportamentos oportunistas (Jensen & Meckling, 1976;
Downs, 1974).
52
4.3.5. Percepção Geral
A análise qualitativa dos dados recolhidos revela que as expectativas dos cidadãos em
relação à criação de um Portal da Transparência vão além da simples disponibilização de dados
públicos. Nota-se uma forte preocupação com a transparência real e efectiva (19%), em oposição
à transparência meramente formal ou simbólica. Os inquiridos demonstram receio de que o
portal se torne apenas uma vitrina digital sem impacto prático, caso não haja compromissos
firmes com a abertura e clareza das informações. Ecoa a necessidade, apontada péla Teoria
Institucional, de que mudanças culturais e estruturais acompanhem a implementação tecnológica
(Moura & Santos, 2012; Oliveira, 2010). Ressoa com a definição de ética de Di Pietro (2013),
que vê a ética na administração pública como compromisso activo com a justiça e a equidade.
53
O envolvimento da sociedade civil (17%) foi destacado como essencial para o sucesso da
iniciativa. Os cidadãos reconhecem que, sem a participação activa de organizações, grupos
sociais e da própria população, a fiscalização das acções governamentais será limitada. A
presença desses actores é vista como um factor que pode pressionar péla actualização regular dos
dados, promover debates públicos e fortalecer o exercício da cidadania.
A punição efectiva aos corruptos (15.5%) surge como um elemento essencial para que o
portal ganhe credibilidade e apoio público. Os inquiridos acreditam que a simples exposição de
dados não é suficiente, sendo fundamental que haja mecanismos legais e institucionais para
responsabilizar os envolvidos em actos ilícitos.
54
CAPÍTULO 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. Introdução
Neste capítulo, serão apresentadas as conclusões da pesquisa com base nos resultados
analisados e discutidos no Capítulo 4. Além disso, serão oferecidas recomendações práticas para
políticas públicas e práticas institucionais, juntamente com reflexões sobre as contribuições da
pesquisa para o campo da administração pública e para o enfrentamento da corrupção.
5.2. Conclusões
55
racional, que reforça o papel da transparência na dissuasão de comportamentos oportunistas. Em
suma, conclui-se que a implementação de um Portal da Transparência em Moçambique, embora
ainda seja um desafio, representa uma oportunidade estratégica para consolidar a democracia,
fortalecer a confiança nas instituições e promover uma gestão pública mais ética, eficiente e
participativa.
5.3. Recomendações
Com base nas conclusões da pesquisa, são oferecidas as seguintes recomendações para
melhorar a eficiência e eficácia na Transparência na prestação de contas e promover a ética e
integridade e conter a corrupção na administração pública:
Estudo com gestores públicos e políticos: Investigar a percepção dos agentes públicos
sobre a transparência e as suas possíveis resistências à implementação do portal.
58
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61
7. Apêndice
Cláusula de Confidencialidade
A
Feminino
Outro
Prefiro não dizer
03 Ensino Básico
Ensino Médio
Ensino Superior Incompleto
Nível de Escolaridade
Ensino Superior Completo
Pós-Graduação/Mestrado
Doutorado
04 Funcionário Público
Representante da Sociedade
Civil
Ocupação
Jornalista
Pesquisador/Estudante
Outro
Parte 2: Percepção sobre Transparência e Corrupção
Opção marque com “X” na opção que
Nº Questão
achares melhor para si
05 Concordo totalmente
Concordo
Você acredita que a
Neutro
transparência é importante
Discordo
para a administração pública?
Discordo totalmente
Não sei
06 Você acha que a corrupção é Sim
um problema significativo em Não
seu país? Não sei
07 Quais são as principais fontes Relatórios governamentais
de informações sobre o uso de Média/Jornalismo
recursos públicos que você Redes sociais
utiliza? (Seleccione todas as Comunicações oficiais
que se aplicam) Outro
Parte 3: Necessidade de um Portal da Transparência
08 Você já ouviu falar sobre Sim
Portais da Transparência? Não
09 Concordo totalmente
Concordo
Você acredita que a criação de
Neutro
um Portal da Transparência
Discordo
seria benéfica para seu país?
Discordo totalmente
Não sei
10 Quais informações você Despesas públicas
gostaria de acessar em um Salários de servidores
Portal da Transparência? Contractos e licitações
B
Relatórios de auditoria
Informações sobre programas
sociais
(Seleccione todas as que se
aplicam) Políticas públicas
Outros
Parte 4: Impacto Potencial na Ética e Integridade
11 Concordo totalmente
Você acredita que um Portal Concordo
da Transparência poderia Neutro
ajudar a reduzir a corrupção? Discordo
Discordo totalmente
Não sei
12 Você acha que um Portal da Sim
Transparência poderia Não
aumentar a conscientização da Talvez
população sobre o uso de
recursos públicos? Não sei
13 Você se sentiria mais Sim
capacitado a participar de
Não
acções de controle social e
fiscalização com um Portal da Talvez
Transparência? Não sei
14 Você acredita que um Portal Concordo
da Transparência poderia Concordo totalmente
fortalecer os mecanismos de Neutro
Prestação de contas na Discordo
administração pública? Discordo totalmente
Não sei
Parte 5: Desafios e Sugestões
15 Falta de recursos financeiros
Quais desafios você prevê na
Resistência política
implementação de um Portal
Dificuldades técnicas
da Transparência? (Seleccione
Falta de interesse público
todas as que se aplicam)
Outro
16 Actualização frequente dos
dados
Quais características você Acesso fácil e navegação
considera essenciais para um amigável
Portal da Transparência ser Clareza e detalhamento das
eficaz? (Seleccione todas as informações
que se aplicam) Disponibilidade de dados em
formatos abertos
Outro
Parte 6: Percepção Geral
C
17
https://forms.gle/v6JGeF5fN9oj5RBm6