Simulado Epcar 1
Simulado Epcar 1
Questão 1
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
Com base no texto I, assinale a alternativa que corretamente identi ca o tipo de argumentação predominante utilizado pelo
autor ao discutir a resposta emocional das pessoas às mudanças climáticas:
A Argumentação descritiva: o autor utiliza descrições detalhadas das cenas de devastação para evocar uma
resposta emocional do leitor.
B Argumentação de autoridade: o autor cita especialistas e estudos para reforçar a validade de suas afirmações
sobre a resposta emocional às mudanças climáticas.
C Argumentação analítica: o autor analisa como a percepção das tragédias ambientais e a resposta emocional das
pessoas são influenciadas por suas experiências pessoais e contexto histórico.
D Argumentação narrativa: o autor conta uma história pessoal para ilustrar a resposta emocional às mudanças
climáticas.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000129706
Questão 2
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
A "Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre."
B "Em um ensaio de 2019, analisei o fluxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho."
D "A emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e abstrações, ou uma alegoria como a
sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta como o chão e o céu."
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Questão 3
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
A partir da leitura do texto I, assinale a alternativa correta sobre a tipologia e o gênero textual.
A O texto é predominantemente narrativo, pois descreve uma sequência de eventos ocorridos em ordem
cronológica.
C O texto é predominantemente dissertativo-argumentativo, pois apresenta uma análise crítica e reflexiva sobre as
tragédias ambientais e suas consequências.
D O texto é predominantemente injuntivo, pois instrui o leitor sobre como lidar com as tragédias ambientais.
Questão 4
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
De acordo com o texto I, assinale a alternativa correta sobre a percepção do autor em relação à tragédia climática.
A O autor acredita que a tragédia climática é uma abstração que dificilmente se torna concreta.
B O autor considera que a tragédia climática é uma realidade concreta que desafia a capacidade de narração e
percepção das pessoas.
C O autor sugere que a tragédia climática é amplamente compreendida e aceita pela maioria das pessoas.
D O autor defende que a tragédia climática não tem impacto significativo na vida das pessoas.
Questão 5
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
A A repórter expressa um desejo de que os engarrafamentos nunca mais voltem, pois representam um problema
urbano.
B A repórter demonstra uma compreensão profunda das mudanças climáticas e suas implicações.
C A repórter, ao comentar sobre os engarrafamentos, revela um desejo de retorno à normalidade, mesmo que essa
normalidade inclua problemas urbanos.
D A repórter sugere que a cidade deve se adaptar permanentemente às novas condições climáticas.
Questão 6
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
No trecho "Ao testemunho da destruição e do sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de
ser uma convicção baseada em números e abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos
lábios de uma raposa, e se torna concreta como o chão e o céu.", a expressão "ferida metafísica" pode ser interpretada
como:
B Uma dor emocional e espiritual resultante da conscientização sobre a gravidade da emergência climática.
Questão 7
Texto I
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do Departamento
Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado uns dias na casa
dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia dentro
das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter, que
comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o uxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami de
Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de cção em particular. Minha atenção estava mais
voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as catástrofes
exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em números e
abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna concreta
como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e perderam
tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados, pilhas
esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
"Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba."
Qual das alternativas abaixo apresenta a figura de linguagem predominante no trecho destacado?
A Metáfora
B Hipérbole
C Metonímia
D Prosopopeia
Questão 8
Texto II
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, ca-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão Cassel’s
New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas ações e
realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se portar
diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”, o
ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, fica-nos a indagação: em que consiste a empatia?”
Assinale a opção que aponta corretamente o tempo e o modo da forma verbal sublinhada.
Questão 9
Texto II
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, ca-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão Cassel’s
New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas ações e
realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se portar
diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”, o
ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
A adjunto adnominal.
B sujeito.
C aposto.
D complemento nominal.
Questão 10
Texto II
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, ca-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão Cassel’s
New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas ações e
realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se portar
diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”, o
ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
B Trata-se de uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
D Trata-se de uma conjunção subordinativa adverbial condicional que introduz um aspecto hipotético ao período.
Questão 11
Texto II
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, ca-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão Cassel’s
New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas ações e
realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se portar
diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”, o
ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
De acordo com o texto II, qual é a principal crítica feita à sociedade contemporânea?
A A falta de compreensão sobre o conceito de empatia.
Questão 12
Texto II
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, ca-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão Cassel’s
New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas ações e
realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se portar
diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”, o
ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
Questão 13
Texto III
A O poeta expressa uma visão nostálgica do passado, lamentando a perda de tempos antigos.
B O poema sugere que o poeta prefere se refugiar em fantasias e idealizações para escapar da realidade presente.
D O poeta declara que sua inspiração vem principalmente de paisagens naturais e cenas bucólicas.
Questão 14
Texto III
I – O termo “taciturnos” pode ser substituído, sem prejuízo ao sentido original, por “calados”.
III – O acento grave da expressão “à vida” se justi ca pelo mesmo motivo do acento grave da passagem “Chamou a lha e
entregou a chave à mais velha.”
Questão 15
Texto IV
A charge aborda um processo de transformação pessoal. Qual é o estágio nal desse processo, conforme ilustrado na
narrativa visual?
A A superação de preconceitos e a abertura para novas ideias.
Questão 16
Texto IV
Qual é a função do pai na última cena da charge em relação ao desenvolvimento emocional do filho?
Questão 17
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
Questão 18
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
What does the report identify as a likely consequence of not taking action against heatwaves?
A Decreased air quality.
B Increased subsidence.
Questão 19
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
According to the climate resilience report, why should Londoners be charged for paving their gardens?
Questão 20
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
“Londoners who concrete over their gardens should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a
report to the mayor has recommended.”
Choose the option with the same usage of SO as in the sentence above.
B Students who plagiarize their essays should face academic penalties for doing so.
Questão 21
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
The second paragraph indicates actions to prepare the city against some problems. Choose the option which does NOT
present one of those problems.
Questão 22
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
Questão 23
TEXT I
Londoners should be charged for paving gardens, says climate resilience report Londoners who concrete over their gardens
should be charged for doing so and given incentives to remove paving, a report to the mayor has recommended.
The city also needs a new reservoir, improved ood defences, and a “heat plan” to protect vulnerable residents from the
increased risk of heatwaves, the report on the impact of the climate crisis has found.
Four in 10 properties in London will be affected by subsidence by the end of this decade, as soil dries out in the expected
higher temperatures, and heatwaves are likely to claim thousands more lives if action is not taken.
Surface ooding is also a threat for which London is not su ciently prepared, the report warns, recommending the
creation of a strategic surface water authority. This is partly down to the amount of land that has been concreted over or
paved, meaning the ground is less able to soak up water in heavy rainfall.
Emma Howard Boyd, the chair of the review, said the recommendation to ask people to pay stormwater charges when they
concrete over their gardens was about “encouraging people to do the right things for the environment”, rather than
penalising them.
“We looked at what has worked in other parts of the world,” she said. “We have concreted over too many areas – we need
to stop creating a city where we have so much hard surface when what we need are spongier ways of absorbing water.”
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/londoners-should-be-charged-for-paving-gardens-says-
climate-resilience-report
Questão 24
Text II
UK rst European country to approve lab-grown meat, starting with pet food Lab-grown pet food is to hit UK shelves as
Britain becomes the first country in Europe to approve cultivated meat.
The Animal and Plant Health Agency and the Department for Environment, Food and Rural A airs have approved the
product from the company Meatly.
It is thought there will be demand for cultivated pet food, as animal lovers face a dilemma about feeding their pets meat
from slaughtered livestock.
Research suggests the pet food industry has a climate impact similar to that of the Philippines, the 13th most populous
country in the world. A study by the University of Winchester found that 50% of surveyed pet owners would feed their pets
cultivated meat, while 32% would eat it themselves.
The Meatly product is cultivated chicken. It is made by taking a small sample from a chicken egg, cultivating it with vitamins
and amino acids in a lab, then growing cells in a container similar to those in which beer is fermented. The result is a paté-like
paste.
Meatly’s production facility has been approved by the government to handle its cultivated chicken, and it plans to launch the
rst samples of its commercially available pet food this year. The company says it will then focus on cost reduction and
starting to scale production to reach industrial volumes within the next three years. The cost reductions could be done by
mixing the meat with vegetables, as is done with other pet foods containing costly animal products.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/uk-first-european-country-to-approve-cultivated-meat-
starting-with-pet-food
What has the UK recently approved, making it the first in Europe to do so?
A Lab-grown vegetables
D Slaughtered livestock
Questão 25
Text II
UK rst European country to approve lab-grown meat, starting with pet food Lab-grown pet food is to hit UK shelves as
Britain becomes the first country in Europe to approve cultivated meat.
The Animal and Plant Health Agency and the Department for Environment, Food and Rural A airs have approved the
product from the company Meatly.
It is thought there will be demand for cultivated pet food, as animal lovers face a dilemma about feeding their pets meat
from slaughtered livestock.
Research suggests the pet food industry has a climate impact similar to that of the Philippines, the 13th most populous
country in the world. A study by the University of Winchester found that 50% of surveyed pet owners would feed their pets
cultivated meat, while 32% would eat it themselves.
The Meatly product is cultivated chicken. It is made by taking a small sample from a chicken egg, cultivating it with vitamins
and amino acids in a lab, then growing cells in a container similar to those in which beer is fermented. The result is a paté-like
paste.
Meatly’s production facility has been approved by the government to handle its cultivated chicken, and it plans to launch the
rst samples of its commercially available pet food this year. The company says it will then focus on cost reduction and
starting to scale production to reach industrial volumes within the next three years. The cost reductions could be done by
mixing the meat with vegetables, as is done with other pet foods containing costly animal products.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/uk-first-european-country-to-approve-cultivated-meat-
starting-with-pet-food
What is the initial focus of Meatly after launching its pet food samples?
Questão 26
Text II
UK rst European country to approve lab-grown meat, starting with pet food Lab-grown pet food is to hit UK shelves as
Britain becomes the first country in Europe to approve cultivated meat.
The Animal and Plant Health Agency and the Department for Environment, Food and Rural A airs have approved the
product from the company Meatly.
It is thought there will be demand for cultivated pet food, as animal lovers face a dilemma about feeding their pets meat
from slaughtered livestock.
Research suggests the pet food industry has a climate impact similar to that of the Philippines, the 13th most populous
country in the world. A study by the University of Winchester found that 50% of surveyed pet owners would feed their pets
cultivated meat, while 32% would eat it themselves.
The Meatly product is cultivated chicken. It is made by taking a small sample from a chicken egg, cultivating it with vitamins
and amino acids in a lab, then growing cells in a container similar to those in which beer is fermented. The result is a paté-like
paste.
Meatly’s production facility has been approved by the government to handle its cultivated chicken, and it plans to launch the
rst samples of its commercially available pet food this year. The company says it will then focus on cost reduction and
starting to scale production to reach industrial volumes within the next three years. The cost reductions could be done by
mixing the meat with vegetables, as is done with other pet foods containing costly animal products.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/uk-first-european-country-to-approve-cultivated-meat-
starting-with-pet-food
A To feed their pets with meat from animals that have been butchered.
B To feed their pets with plant-based diets instead of meat from animals that have been slaughtered.
C To consider alternative protein sources for their pets rather than meat from animals that have been butchered.
D To explore ethical pet food choices that avoid meat from animals that have been butchered.
Questão 27
Text II
UK rst European country to approve lab-grown meat, starting with pet food Lab-grown pet food is to hit UK shelves as
Britain becomes the first country in Europe to approve cultivated meat.
The Animal and Plant Health Agency and the Department for Environment, Food and Rural A airs have approved the
product from the company Meatly.
It is thought there will be demand for cultivated pet food, as animal lovers face a dilemma about feeding their pets meat
from slaughtered livestock.
Research suggests the pet food industry has a climate impact similar to that of the Philippines, the 13th most populous
country in the world. A study by the University of Winchester found that 50% of surveyed pet owners would feed their pets
cultivated meat, while 32% would eat it themselves.
The Meatly product is cultivated chicken. It is made by taking a small sample from a chicken egg, cultivating it with vitamins
and amino acids in a lab, then growing cells in a container similar to those in which beer is fermented. The result is a paté-like
paste.
Meatly’s production facility has been approved by the government to handle its cultivated chicken, and it plans to launch the
rst samples of its commercially available pet food this year. The company says it will then focus on cost reduction and
starting to scale production to reach industrial volumes within the next three years. The cost reductions could be done by
mixing the meat with vegetables, as is done with other pet foods containing costly animal products.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/uk-first-european-country-to-approve-cultivated-meat-
starting-with-pet-food
Questão 28
Text II
UK rst European country to approve lab-grown meat, starting with pet food Lab-grown pet food is to hit UK shelves as
Britain becomes the first country in Europe to approve cultivated meat.
The Animal and Plant Health Agency and the Department for Environment, Food and Rural A airs have approved the
product from the company Meatly.
It is thought there will be demand for cultivated pet food, as animal lovers face a dilemma about feeding their pets meat
from slaughtered livestock.
Research suggests the pet food industry has a climate impact similar to that of the Philippines, the 13th most populous
country in the world. A study by the University of Winchester found that 50% of surveyed pet owners would feed their pets
cultivated meat, while 32% would eat it themselves.
The Meatly product is cultivated chicken. It is made by taking a small sample from a chicken egg, cultivating it with vitamins
and amino acids in a lab, then growing cells in a container similar to those in which beer is fermented. The result is a paté-like
paste.
Meatly’s production facility has been approved by the government to handle its cultivated chicken, and it plans to launch the
rst samples of its commercially available pet food this year. The company says it will then focus on cost reduction and
starting to scale production to reach industrial volumes within the next three years. The cost reductions could be done by
mixing the meat with vegetables, as is done with other pet foods containing costly animal products.
https://www.theguardian.com/environment/article/2024/jul/17/uk-first-european-country-to-approve-cultivated-meat-
starting-with-pet-food
A Meatly
B production facility
C the government
D cultivated Chicken
Questão 29
Text III
Drive
Incubus
https://www.letras.mus.br/incubus/18994/
A A car ride.
D The future.
Questão 30
Text III
Drive
Incubus
https://www.letras.mus.br/incubus/18994/
C The speaker Can’t stand thinking about taking his own decisions.
Questão 31
text IV
https://www.gocomics.com/bc/2024/07/08
Questão 32
text IV
https://www.gocomics.com/bc/2024/07/08
A To perform an action.
C To emphasize.
D To make a negative.
Questão 33
Uma torneira enche um tanque de volume V em 12h. Outra torneira enche o mesmo tanque de mesmo volume em 18h. O
tempo necessário para que essas duas torneiras encham 1, 75 tanques iguais a esse é:
A 13 horas
B 12 horas e 36 minutos
C 13 horas e 12 minutos
D 12 horas e 48 minutos
Questão 34
Considere um paralelepípedo reto-retângulo que possui uma área total de 976 cm². Sabendo-se que suas dimensões são
diretamente proporcionais a 7, 4 e 3. Assim, podemos afirmar que sua diagonal mede
A 4√37
B 2√37
C √74
D 2√74
Questão 35
Considere a bandeira utilizada pela turma do 1° ano da EPCAr em uma competição interna possui o seguinte formato:
Para pintar essa bandeira, os alunos poderão utilizar as seguintes cores: azul, verde, vermelho, amarelo, preto, branco e
laranja. Sabe-se que podem ser utilizadas cores repetidas, mas áreas adjacentes não podem ter cores iguais. Com isso, o
número de bandeiras diferentes em relação ao posicionamento das cores que podem ser formadas é igual a:
A 840.
B 960.
C 1050.
D 1240.
Questão 36
Em uma pesquisa realizada com um grupo de pessoas com relação ao seu gosto musical, sabe-se que 18% dos
entrevistados gostavam apenas pagode, 26% gostavam apenas de rock e 30% gostavam apenas de MPB. Sabendo que
40% dos entrevistados gostam de pagode, 42% gostam de rock e 48% gostam de MPB, então o percentual de pessoas
que pagode e MPB é igual a:
A 10%
B 14%
C 18%
D 12%
Questão 37
Funcionários de uma fábrica produzem dois tipos diferentes de peças, as peças do tipo A e as peças do tipo B. Sabe-se que
o funcionário Leonardo produz 80 peças do tipo A e 40 peças do tipo B numa rotina de trabalho de 10 horas por dia, já
Patrícia produz 60 peças do tipo A e 50 peças do tipo B em 8 horas diárias e Rodrigo produz 50 peças do tipo A e 70
peças do tipo B em 6 horas de trabalho diário. Supondo uma carga horária semanal de 48 horas para cada
funcionário, quantas peças no total os 3 funcionários juntos produzirão após 2 meses de trabalho?
B 5856
C 8784
D 17568
Questão 38
Os mecânicos Pedro e José trabalham juntos e a mesma quantidade de dias. Se Pedro tivesse trabalhado dois dias a menos
e José 5 dias a menos, então Pedro teria recebido 560 reais e José 750 reais. Caso Pedro tivesse tralhado 5 dias a menos
e José tivesse trabalhado dois dias a menos, então eles teriam recebido, respectivamente, 500 reais e 840 reais. Qual é a
soma das quantidades que cada um recebeu de fato?
A 1200
B 1500
C 1800
D 2100
Questão 39
João possui uma coleção de figurinhas com uma grande quantidade de itens e pretende organizá-los em montes separados.
Organizando essas gurinhas em pilhas de 12, sobram 7, organizando-as em pilhas de 15, sobram 10, organizando-as em
pilhas de 18, sobram 13. Sabe-se que João possui mais de mil gurinhas, então a soma dos algarismos do número que
representa a menor quantidade possível de figurinhas de João.
A 13
B 12
C 11
D 10
Questão 40
D
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000129667
Questão 41
Seja f(x) = 3x − 2 uma função afim, tal que {(m; 7), (n; 1), (8; m + n + p)} ⊂ f. Assim o valor de f(p).
A 18
B 16
C 52
D 72
Questão 42
Seja f(x) = ax² + bx + c uma função quadrática cujo o gráfico está exposto abaixo:
Calcule o valor de k.
Questão 43
, o valor de f(2024) é
A 12
B 11
C 2011
D 2012
Questão 44
Os pontos O₁ e O₂ são locais de antenas de telefonia móvel que distam (√3 + 1)km uma da outra e possuem r e R de raio
de alcance. Visando uma melhor cobertura uma antena de maior alcance será instalada abrangendo as áreas já existentes
por completo, conforme a imagem, assim o raio de alcance da nova antena deverá ser, de pelo menos, _____km.
D 3 + √2 + √3
Questão 45
A 29
B 17
C 13
D 7
Questão 46
No quadrado da figura o segmento DH é:
A Um número primo.
Questão 47
vale:
A 202º
B 158º
C 110º
D 92º
Questão 48
No triângulo ABC, AB = 13 cm, BC = 9 cm e AC = 18 cm, a circunferência inscrita é tangente em M, N e P com AB, AC e
CB, respectivamente. A área da região triangular AMN é igual a
Questão 49
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Texto I:
O desastre e as palavras
Na manhã de terça-feira, dia 14 de maio de 2024, abri a transmissão ao vivo da Rádio Gaúcha no celular enquanto passava
um café. Ainda faltava água em nosso apartamento, onze dias depois de o defeito em uma bomba do
Departamento Municipal de Águas e Esgotos (dmae) ter interrompido o fornecimento. Estávamos bem, tínhamos passado
uns dias na casa dos meus pais na zona sul, mas era bom estar de volta ao nosso lar.
Na rádio, uma repórter falava ao vivo de um barco que percorria o interior da rodoviária de Porto Alegre. O prédio — assim
como toda a parte baixa do centro da cidade e outros bairros, comunidades e cidades da região metropolitana — estava
submerso desde o dia 3, quando as chuvas que já haviam arrasado centenas de municípios no interior alcançaram o delta do
Jacuí e o lago Guaíba.
Embasbacada, ela tentava descrever o que via: comida e animais mortos boiando, um cheiro horrível. O barco saiu da
rodoviária e se aproximou do viaduto da Conceição, movimentada via de acesso à cidade, que naquela manhã sumia
dentro das águas marrons e plácidas de uma nova geogra a. As pistas vazias e o silêncio chamaram a atenção da repórter,
que comentou (parafraseio de memória): “Vendo isso, a gente torce para que os engarrafamentos possam voltar
logo.”
Peguei a bicicleta e pedalei até o centro. O dia estava seco e ensolarado. Nas ruas e calçadas sossegadas imperava uma
quietude estranha, cortada aqui e ali por motores a combustão, papagaios em polvorosa nas copas das árvores, sirenes e, é
claro, helicópteros, gurantes indefectíveis daquilo que nem sempre se resiste em descrever como “um cenário de guerra”.
No caminho, a fala da repórter não saía da minha cabeça.
O Centro Histórico de Porto Alegre quando o nível da água baixa e começam a aparecer o lixo e o entulho, em 20 de maio
de 2024 (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Reprodução)
Entendemos, com boa-fé, o que ela quis dizer: os moradores de Porto Alegre querem que o problema vá embora e
possamos voltar à normalidade, da qual fazem parte os congestionamentos. Ao mesmo tempo, era um indício de como,
mesmo naquelas circunstâncias, o pensamento da maioria das pessoas reage ao choque da tragédia climática sem dar o
passo seguinte, necessário para iniciar ou acelerar transformações urgentes das quais dependem o futuro da humanidade.
Venho pensando há anos em como a face estética das tragédias ambientais desa a nossa capacidade para narrar a época
que vivemos. Em um ensaio de 2019, analisei o fluxo de imagens digitais em torno de catástrofes como o tsunami
de Fukushima e o rompimento da barragem de Brumadinho, e me perguntei como o regime acintoso de visibilidade total de
fenômenos desse tipo afeta nossa imaginação em geral e a escrita de ficção em particular. Minha atenção estava
mais voltada ao uxo de imagens digitais, que gerava impasses ao realismo literário. Eu pensava nos efeitos que as
catástrofes exerciam à distância.
Quase cinco anos depois, me vejo territorialmente inserido em uma dessas tragédias. Ao testemunho da destruição e do
sofrimento se soma uma ferida metafísica: a emergência climática deixa de ser uma convicção baseada em
números e abstrações, ou uma alegoria como a sarça ardente ou o caos enunciado pelos lábios de uma raposa, e se torna
concreta como o chão e o céu.
Como escreveu McKenzie Wark em um artigo de 2017, intitulado “Sobre a obsolescência do romance burguês no
Antropoceno”:
Você pode fazer os cálculos e demonstrar que a mudança climática está realmente acontecendo. Mas isso não muda o que as
pessoas sentem a respeito dela, e o que elas sentem depende de quem são, de onde estão e a quais aspectos de seu passado
particular podem relacioná-la.
Quando a calamidade nos alcança, esses sentimentos particulares, sejam eles individuais ou coletivos, ganham uma nitidez
súbita e aterrorizante, porém difícil de expressar.
“Não há palavras que possam descrever”, constava nas legendas de tantas postagens de primeira hora sobre a tragédia.
Mas havia imagens. Uma ponte sendo engolida pela enxurrada. Bairros de Lajeado que parecem arrasados por um
bombardeio depois das águas baixarem. Centenas de moradores do bairro Mathias Velho, em Canoas, refugiados em cima
de um viaduto. Uma égua sendo retirada de guindaste do terceiro andar de um prédio em São Leopoldo.
E imagens de cães que seguiam nadando com as patas dianteiras em solo rme, de olhos vidrados, depois de horas ou dias
à deriva nas inundações. Abrigos emergenciais montados por voluntários, repletos de famílias que tinham pouco e
perderam tudo. A travessa dos Cataventos convertida em um canal de água barrenta. Estoques de livros desmanchados,
pilhas esponjosas de móveis descartados nas calçadas. Espantosas fotos de satélites mostrando o antes e o depois na bacia
hidrográfica do rio Jacuí.
Texto II:
Nos tempos hodiernos tem se escutado acerca do conceito de empatia nos mais variados âmbitos do corpo social, no
entanto, fica-nos a indagação: em que consiste a empatia? Se tomarmos o conceito a partir do Dicionário Alemão
Cassel’s New German Dictionary, entendemos a empatia como colocar-se dentro do sentir de outra pessoa.
Para Edith Stein, a compreensão do conceito também segue essa mesma dimensão. O homem que age com a empatia,
“vivencia a experiência do outro em mim”. A filósofa alemã enaltece três características que abarcam o ato empático.
A primeira consiste na experiência que o outro perpassa e todo o seu sentir interior. Desta forma, a partir de uma situação
existencial a qual o indivíduo está passando, ele é acometido por sentimentos interiores, que in uenciam diretamente na
totalidade de sua pessoa.
A segunda característica se dá na dimensão física do sujeito. Sendo assim, tendo sentido dentro de si os sentimentos e as
emoções em relação à sua existência, aquilo que está dentro de si, extravasam para o exterior do homem, em suas
ações e realizações.
Por m, a terceira característica constitui a experiência da pessoa humana após ter experimentado essa situação interior, ou
seja, após ter perpassado pelas duas características antecedentes, o ser apreende a experiência para si e em sua
existência.
Tomemos o exemplo de um amigo ao qual conhecemos de forma profunda e convivemos com ele cotidianamente.
Encontramo-lo logo pela manhã e percebemos em seus aspectos físicos uma tristeza exacerbada e um modo de se
portar diferente do habitual. Perguntamos se algo aconteceu e ele responde que seu irmão viera a falecer.
De acordo com Edith Stein, o meu ato empático em relação a esse meu amigo se dá a partir de minha percepção em
relação a ele, notando e sentindo a sua dor. Embora os aspectos externos sejam percebidos na relação “sujeito x sujeito”,
o ato empático não pode permanecer apenas nos aspectos exteriores, pois o externo está re etindo algo de interno.
Portanto, é preciso alcançar o âmago do ser humano em vista do empatizar-se, isto é, alcançar a raiz da dor que está na
alma do indivíduo.
Uma das grandes problemáticas da existência humana atualmente está na perspectiva do egoísmo e narcisismo.
Gradativamente o homem está cada vez mais individualista, inserido em uma cultura do descartável e do momentâneo,
buscando unicamente alimentar a sua própria vontade, ainda que supérflua e passageira.
Texto III:
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Texto IV:
(Disponível em:
https://conversadegentemiuda.wordpress.com/2015/11/30/empatia/ Acesso em 15 de julho de 2024)
Texto V:
SEM
Gêmeos idênticos. E pobres. Nem espelho tinham. À hora de fazer a
barba cada um se olhava no rosto do outro.
Marina Colasanti em Hora de alimentar serpentes
O escrito Franz Kafka afirma que a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.
Com base nos textos desta prova e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto expositivo ou argumentativo, em
prosa, refletindo sobre a fala de Kafka e elaborando uma discussão sobre o tema:
“Ser um com o outro: a empatia é uma habilidade capaz de reverter tragédias e caos generalizado?”
Instruções:
• Considere os textos desta prova como motivadores e fonte de dados. Não os copie, sob pena de ter a redação zerada.
• A redação deverá conter no mínimo 100 (cem) palavras, considerando-se palavras todas aquelas pertencentes às
classes gramaticais da Língua Portuguesa.
• Recomenda-se que a redação seja escrita em letra cursiva legível. Caso seja utilizada letra de forma (caixa alta), as letras
maiúsculas deverão receber o devido realce.
• Utilize caneta de tinta preta ou azul.
• Dê um título à redação.
• Não assine a folha de redação
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000129658
Respostas:
1 C 2 B 3 A 4 B 5 C 6 B 7 B 8 A 9 D 10 B 11 B
12 C 13 C 14 C 15 C 16 C 17 B 18 C 19 D 20 B 21 D 22 B
23 D 24 B 25 C 26 A 27 B 28 A 29 B 30 A 31 C 32 B 33 B
34 A 35 C 36 B 37 D 38 B 39 A 40 A 41 C 42 D 43 A 44 A
45 C 46 D 47 B 48 D 49