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Historia de Israel

O documento aborda a história de Israel, destacando a conexão histórica do povo judeu com a Terra de Israel e a importância da arqueologia na compreensão dessa relação. Apresenta diferentes abordagens historiográficas sobre a história de Israel, incluindo críticas à interpretação tradicional dos textos bíblicos e a relevância das tradições orais e materiais extrabíblicos. O estudo enfatiza a necessidade de uma análise crítica e contextualizada das narrativas bíblicas, considerando suas origens e influências culturais.
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Historia de Israel

O documento aborda a história de Israel, destacando a conexão histórica do povo judeu com a Terra de Israel e a importância da arqueologia na compreensão dessa relação. Apresenta diferentes abordagens historiográficas sobre a história de Israel, incluindo críticas à interpretação tradicional dos textos bíblicos e a relevância das tradições orais e materiais extrabíblicos. O estudo enfatiza a necessidade de uma análise crítica e contextualizada das narrativas bíblicas, considerando suas origens e influências culturais.
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EXTENSÃO EM

HISTÓRIA DE ISRAEL
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3
1- DIFERENTES ABORDAGENS DA HISTÓRIA DE ISRAEL 4
2- OS PATRIARCAS 14
3- ASPECTOS HISTÓRICOS GERAIS ABRANGENDO
DESDE O PRIMEIRO REINO ATÉ O ISRAEL MODERNO 22
4- GEOGRAFIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO 25
5- DIÁSPORA 32
6- EXÍLIO E RESTAURAÇÃO E FORMAÇÃO DO JUDAÍSMO 35
REFERÊNCIAS

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

INTRODUÇÃO

‫ דברים פרק ל"ב פסוק ז‬- ...‫'זכר ימות עולם בינו שנות דור ודור‬
Lembra-te dos dias da antiguidade, atenta para os anos, geração por geração...
(Deuteronômio 32:7 )

A Terra de Israel (Eretz Yisrael) é o berço do povo judeu. Uma parte importante da
longa história do país se passou lá, com dois mil anos sendo registrados na Bíblia; lá,
sua identidade cultural, religiosa e nacional foi formada, e sua presença física foi
mantida através dos séculos, mesmo após a maioria do povo ter sido exilada. Durante
o longo período de dispersão, o povo judeu nunca cortou nem esqueceu sua conexão
com a Terra. Após o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, a independência
judaica, perdida dois mil anos antes, foi renovada.

A arqueologia em Israel envolve a investigação sistemática de todos os resquícios do


passado do país – da pré-história até o fim do domínio otomano. A grande quantidade
de restos materiais é prova das muitas culturas que deixaram sua marca sobre a Terra.

Acima de tudo, revela claramente o vínculo histórico entre o povo judeu, a Bíblia e a
Terra de Israel, descobrindo registros do patrimônio cultural do povo judeu em sua terra
natal. Esses restos visíveis, enterrados no solo, são a ligação física entre o passado, o
presente e o futuro do povo judeu no seu país.

Essa corrente histórica interligada pode ser observada em todo o país. Jerusalém, a
capital de Israel, tem sido o foco de uma intensa atividade arqueológica e registros de
5.000 anos de história foram revelados.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

1- DIFERENTES ABORDAGENS DA HISTÓRIA DE ISRAEL

Não se interpreta o que há no significado, mas, no fundo, quem colocou a


interpretação. O princípio da interpretação nada mais é do que o intérprete. (Michel
Foucault1 ) Mesmo com a amplitude de definições e abordagens possíveis para a
noção de ―pós-modernidade‖ , é realmente possível verificar a crise e revisão em que
se encontram, em nossos dias, os ideais da modernidade, sobretudo, a tese do
progresso histórico linear, o otimismo científico, as utopias revolucionárias a noção de
cultura universal e a afirmação da maioridade da razão .

Talvez este seja o motivo pelo qual, na ciência veterotestamentária, o Pentateuco


passe a ser objeto de novas críticas. Em termos historiográficos, mais precisamente,
Thompson4 e van Seters5 foram os responsáveis pela crítica da reconstrução de uma
―época patriarcal‖, ao sustentarem que os relatos bíblicos refletiriam situações
monárquicas (Thompson) ou exílicas (van Seters) e não um contexto histórico-
arqueológico do 2o . milênio a.C. Estas reflexões, a meu ver, devem ser seguidas e
ampliadas6 ; a tarefa do artigo consiste em (re)avaliar as antigas propostas
historiográficas à luz de novas considerações dos Alttestamentler. Vejamos, antes, as
abordagens mais comuns.

A primeira tendência que se pode assinalar é aquela ligada à exegese tradicional


histórico-crítica. É a mais comum. Desde os estudos de Julius Wellhausen, a tese
documentária se impôs e, assim, o Pentateuco seria a compilação pós-exílica de
quatro documentos: o Javista (J) do século X, nascido em Judá; o Eloísta (E) do
século VIII, em Israel; o Sacerdotal (P) do século VI, no período exílico e, por fim, o
Deuteronômio original (D), dos séculos VIII-VII em Israel. Com essa maneira de
argumentar, a historicidade dos relatos bíblicos é relativizada, como bem demonstra a
obra de Martin Noth, que afirma : ‗trata-se (o Pentateuco) de uma grande compilação
de tradições que, apesar de facilitar informações sobre a história, não foi concebido
nem projetado como narração histórica coerente‘.

Num estudo historiográfico que siga este princípio, o que se encontra é a valorização
da crítica e da autenticidade das fontes a partir de evidências internas. Deste modo,
muito do que é relatado na Bíblia acaba sendo rechaçado por completo como, por

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

exemplo, a origem comum das tribos israelitas — Abraão, Isaac e Jacó não são mais
do que chefes tribais que na tradição bíblica são colocados numa posição pan-
israelita dentro de um quadro genealógico que unifica os antepassados de Israel.
Mesmo assim, é bem verdade que os estudiosos ligados a essa posição
metodológica, em sua maioria, alemães, ainda garantem certa confiabilidade às
informações atestadas nos relatos e o fazem colocando em evidência a tradição oral.

Uma outra perspectiva é aquela que valoriza as informações contidas no texto bíblico
como fonte histórica. Abraham Malamat , mesmo reconhecendo que a investigação
da proto-história israelita não possa transcender o puramente hipotético, crê que a
tradição, um produto da consciência histórica inata do povo judeu (sic), deve servir
como hipótese de trabalho para a tentativa de reconstrução dos fatos. Não só o
historiador judeu é ―filiado‖ a esta proposta. Nos Estados Unidos, é comum este tipo
de abordagem, sobretudo entre aqueles ligados à Escola Albright. Willian Foxwell
Albright, sem dúvida, é um grande promotor desta corrente historiográfica, ao
demonstrar como o abundante material extrabíblico descoberto auxilia na valorização
da tradição bíblica.

Na década de 1950, Albright afirmava com vigor a respeito das novas descobertas9 :
‗nós podemos descansar, assegurados de que o volume de pesquisa e publicação
não diminuirá, mas pode aumentar bastante nos próximos anos — a menos que o
Armagedom chegue‘. É a última parte do discurso que incomoda. Por mais objetivo e
científico que pareçam estes estudos, não seria a valorização das narrativas bíblicas
um reflexo da fé desses pesquisadores? John Bright, discípulo de Albright, também
deixa ―escapar‖ certa subjetividade em sua obra bem conhecida do público
brasileiro10: ‗embora ele (o historiador) possa mesmo acreditar que a história de
Israel foi divinamente guiada como diz a Bíblia — e deve acreditar! — ele deve relatar
os acontecimentos humanos ...‘. Por essas e outras é que a primeira tendência, mais
crítica em seu olhar para o documento — o que não significa que não possua também
um fundamento teológico ―oculto‖ — rechaça o otimismo frente ao material
extrabíblico. Cito apenas o exemplo de Herbert Donner, que teve Abrecht Alt como
seu professor de Antigo Testamento (AT). Neste ―caso modelar de uma disputa
metodológica‖, como ele mesmo diz, Donner defende sua posição acusando a Escola
Albright e, mais precisamente Bright, de não seguir um princípio metodológico, e sim,
teológico, ao trabalhar com a tal probabilidade interna. Por trás disso, prossegue o

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

alemão, está a presunção metodologicamente indevida da possibilidade de que algo


tenha se passado tal como está relatado. Essa possibilidade é instituída como critério
e passa a servir de sustentáculo da confiabilidade histórica da tradição. Ainda gostaria
de chamar a atenção para a proposta oferecida por Milton Schwantes. O biblista
brasileiro, estudando o texto de Gn 12-25, chega à conclusão de que as passagens
bíblicas devem ser lidas como textos literários.

Todavia, mesmo apontando a importância do estruturalismo para uma nova


sensibilidade na análise da linguagem dos textos, não consegue deixar de lado a
pergunta sobre sua origem. Com isso, sua opção, ao sustentar a importância das
perícopes para compreender o surgimento do Pentateuco, não consegue fugir das
demais tendências de pesquisa, uma vez que tem como chave de leitura as próprias
narrações e não a colocação literária das perícopes no conjunto da obra14. Em outros
termos, se ocupa com o Sitz im Leben e não com o Sitz in der Literatur. Além do mais,
o próprio autor esclarece sua posição claramente situada no contexto da
hermenêutica latino-americana15: ‗... se permanecer somente no nível do texto final,
irá reforçar, no caso de Gn 16, a voz da dominação do homem... a redescoberta dos
textos como memória popular implica em crítica bíblica orientada no êxodo e na cruz‘.

Com esta breve introdução, observa-se que para escrever a proto-história de Israel,
uma vertente historiográfica aceita a tradição bíblica desde que esta esteja bem
abalizada com material extrabíblico; a outra prefere trabalhar, mesmo com variações,
com a antiga hipótese documentária e, por fim, Schwantes, retomando pelo que
parece o programa de Gunkel16, acentua a importância de análises que se limitem à
esfera da perícope para que se alcance a memória do povo. Todavia, se as linhas de
pesquisa se distinguem neste ponto, pode-se dizer que se unem num outro. Todas
abordam o material documental apenas em seu aspecto diacrônico17. Este é o ponto
que o artigo quer questionar, no sentido lembrado por Roland Barthes18: ‗o discurso
novo só pode surgir como o paradoxo que toma ao contrário a doxa circunvizinha ou
precedente, podendo nascer apenas como diferença e distinção‘.

Como opção metodológica, tomarei como exemplo neste estudo as narrativas de Gn


16 e 21, episódios relacionados a Agar e Ismael. Parece mais proveitoso partir de um
estudo delimitado, afinal não se pode mais contar com a teoria das fontes como dado
consolidado. Quanto aos textos citados, é de fato ―tentador‖ compará-los com os
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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

códigos mesopotâmicos do II milênio. E.A. Speiser19 demonstrou com algum sucesso


— para o estudo de um outro caso — como o material de Nuzi é importante para
esclarecer as narrativas patriarcais20. Além dos textos de Nuzi21, o célebre Código
de Hammurabi22 também pode evidenciar a antigüidade das informações atestadas
nas narrativas do Gênesis. Referente à questão das fontes, aponto mais abaixo a
posição tradicional, se bem que hoje não parece certo ver o relato de Gn 21.8-21
como simples variante de Gn 16: trata-se antes de uma releitura deste texto à luz de
uma teologia mais atenta aos valores morais. Vermeylen23 faz uma tentativa de
verificar as etapas iniciais da formação do Pentateuco e aponta que E (Gn 21) é fruto
da reflexão feita sobre J (Gn 16, da época monárquica davídica e salômonica),
partindo da teologia dos profetas de conversão para promover a fidelidade ao Deus
de Israel. Assim, o texto apresenta os patriarcas como modelos a serem seguidos,
sendo sua redação datada entre 750 a.C. e o exílio. Gn 16 relata a história de Agar,
serva de Sara.

A última, esposa de Abraão, é estéril e, por isso, oferece Agar ao esposo para que
possa, em seu lugar, lhe dar uma descendência. Ainda no capítulo 16, que os críticos
mais antigos atribuíam como sendo narrativa J com elementos de fonte P, Agar ‗olha
sua senhora com desprezo‘ por estar grávida em seu lugar e, com isso, é castigada.
Então foge para o deserto e lá recebe a mensagem do anjo de YHVH: seu filho
deverá chamar-se Ismael. Já no capítulo 21.8-21 — uma mistura de JEP — Agar e
seu filho Ismael aparecem no contexto do nascimento do filho da primeira esposa de
Abraão, Isaac. Segundo a narrativa, Ismael ‗zombava‘ de Isaac e por isso Sara pede
ao esposo que os expulse do clã. E assim se sucede, contudo, frisando-se que
também Ismael seria abençoado, surgindo dele uma grande nação (não os
israelitas!). Segundo os acordos matrimoniais de Nuzi, uma esposa sem filhos é
obrigada a encontrar uma moça para seu marido para que ela lhe dê filhos. Isso se
adequa perfeitamente à narrativa bíblica.

Também o CH, em suas seções 127-184, trata de questões que afetam a relação
marital como constituição do casamento, os direitos de mulheres casadas, o
casamento de certas classes de sacerdotisas, adultério e outras ofensas sexuais e
divórcio. Mas, pelo que parece, as seções 144-147 são as mais importantes para uma
comparação com a história de Agar. Aqui, o CH estipula acordo semelhante ao texto
bíblico, tratando especificamente de uma sacerdotisa, a naditum. Ao que tudo indica,

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ISRAEL

a naditum não pode gerar filhos, como demonstra o verbo utilizado na seção 137,
rashû, ―obter, receber‖. Desta forma, ela supre a necessidade da descendência de
seu marido por meio de uma escrava. Além disso, é estipulado o castigo que a
naditum pode dar à escrava caso esta pretendesse se igualar a sua dona (compare
com Gn 16.5-6): se tiver filhos, será rebaixada novamente a condição de escrava,
sendo tratada como tal e recebendo uma marca (talvez um corte de cabelo
característico). Isso indica que a escrava que dera luz no lugar da naditum, caso se
comportasse, seria superior a uma escrava comum. A escrava só poderia ser vendida
se não tivesse filhos do senhor.

Todas essas informações são importantes, uma vez que realmente parecem apontar
para a antigüidade do conteúdo das narrativas bíblicas. Como bem demonstrou Pierre
Grelot24, as normas conjugais do AT modificaram-se com o passar do tempo e,
assim, seria difícil o autor/redator do texto narrar histórias que possuíssem costumes
tão diversos de sua época. Logo, os paralelos encontrados no CH (c. 1700 a.C.) e nos
contratos de Nuzi (século XV a.C.) parecem comprovar o ambiente mesopotâmico de
onde é originário o clã de Abraão.

No entanto, se se aproximar por meio da lente do microscópio, ter-se-á uma


perspectiva mais apurada do problema. Observe, por exemplo, que na seção 147 do
CH, a naditum só poderia se desfazer da escrava caso ela não tivesse gerado filhos.
Esse dado parece estranho a Gn 21.8 e seguintes: Agar e Ismael são expulsos do clã,
aparentemente, por mero capricho de Sara. Tentativas que explicam este fato pelos
paralelos de Nuzi a respeito de contratos de adoção e direitos de herança25 não
parecem mais satisfatórios.

Hoje, é preciso levar em consideração algo mais, a saber, a literariedade da narrativa


e, conseqüentemente, a ideologia de seus autores/redatores. Alguns pesquisadores
(melhor, algumas pesquisadoras) sugerem que Sara tenha sido uma sacerdotisa
mesopotâmica26; este parece ser, no entanto, o caminho mais estranho a ser
percorrido. Seguindo os comentários de Driver e Miles27, no AT, a esposa que cede
sua escrava ao marido não é uma sacerdotisa como ocorre no CH. Isso causa uma
certa confusão, afinal tudo parecia se encaixar.

Os documentos mesopotâmicos pareciam confirmar, ou ao menos elucidar, a tradição


bíblica referente a Agar e Ismael. E agora, nos detalhes, toda a construção do período
patriarcal se desfaz como um castelo de cartas! (i) Sara não é sacerdotisa, posto que
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ISRAEL

também gera um filho e, sendo uma mulher comum, se fosse realmente estéril,
levando em conta as leis da época, é provável que Abraão se divorciaria dela para
casarse com outra capaz de lhe dar uma descendência28. (ii) Ela expulsa a escrava
que concebeu um filho em seu lugar, o que não é aceitável nos valores
mesopotâmicos. E ainda o mais importante, em minha opinião: (iii) ela não é a única
estéril nas narrativas.

Três gerações de matriarcas são estéreis, o que não pode ser mera coincidência.
Diversamente do que afirma Savina Teubal29, isso não significa que as três fossem
sacerdotisas, mas que o texto do Gênesis é uma rica construção literária.
Fokkelman30 argumenta que a coordenação de todo o livro se dá da seguinte forma:
vida-sobrevivênvia-descendência-fertilidade-continuidade. Nesta perspectiva, a
esterilidade das matriarcas é um obstáculo intransponível à continuidade,
demonstrando a complicação dramática introduzida pelo autor/editor do Gênesis.
Além disso, o radical ‗aqar e seu desdobramento de sentidos, que inclui infertilidade,
desenraizamento e fome na terra, são experiências que irão moldar a consciência
religiosa de Israel.

Ou seja, a esterilidade nas narrativas bíblicas condensa os impasses inerentes ao


processo de emergência de um povo que se crê guiado por Deus31. Caminhando,
assim, com métodos literários mais recentes que não trabalham na perspectiva
diacrônica32, é possível verificar que a atual narrativa possui uma série de ―cenas
tipo‖33, como o nascimento de herói dos antepassados para sua mãe estéril (Isaac
para Sara; filhos de Jacó para Raquel) e a rivalidade entre esposa estéril, preferida e
co-esposa ou concubina fértil (Sara e Agar; Raquel e Lia). Sem mencionar nos
inúmeros jogos de palavras, visíveis no texto hebraico: em 16.11; 21.17 (Yishma‗el,
―Deus ouvirá‖ e o verbo shama‗, ―ouvir‖) ou ainda 21.6 (Yitschaq, ―Ele ri‖ e o verbo
tsachaq, ―rir‖); e o gênero literário típico empregado em 16.11, a saber, o ―anúncio de
nascimento‖ (Geburtsankündigung) ou ―oráculo de nascimento‖ (Geburtsorakel).
Perceba para onde se caminha: para uma leitura sincrônica do texto. Mas, como o
historiador pode fazer um trabalho deste tipo se, como diz Fokkelman34,
‗historiadores tendem a considerar o texto como fonte de algo além de si mesmo‘?

Esta questão deve ser superada. A crítica literária do texto bíblico ultrapassou as
antigas questões referentes à autenticidade das fontes do Pentateuco. O importante
agora é o texto em seu estado atual35, como demonstra a posição quase consensual

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

colocada pela exegese alemã36. Juntamente com a corrente anglo-saxônica que


entende a Bíblia enquanto literatura, autores como R. Rendtorff 37 e E. Blum38,
representando a ―escola de Heidelberg‖, não se opõem necessariamente à presença
de conjuntos literários antigos no Pentateuco, mas ―o Pentateuco como tal seria
simplesmente o resultado de um esforço redacional da época pós-exílica‖39. Em
outros termos, o interesse exegético contemporâneo concentra-se na
Redaktionskritik40. Esses apontamentos exegéticos atuais devem refletir nos estudos
sobre a História de Israel41, ao ultrapassar as reflexões sobre as origens ou a proto-
história do povo bíblico. Os historiadores bíblicos precisam seguir a historiografia
contemporânea, transformando seus documentos em monumentos. Nesse
paradigma, o documento não deve ser visto como fonte de informações e dados; o
documento é organizado, recortado, distribuído, posto em séries; o documento não é
mais qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que a
fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder42. Uma curta
digressão, aqui, para reconhecer o bom trabalho que vem realizando os assim
chamados ―Minimalistas‖.

Este grupo tem progredido bastante nesta direção e valoriza o texto em seu aspecto
sincrônico, ou seja, lêem a Bíblia a partir de suas condições de produção. Todavia,
minha postura diverge da destes pesquisadores num ponto: eles consideram toda
História de Israel como uma ficção literária43, enquanto que o presente artigo
argumenta apenas sobre os problemas do Gênesis e, talvez, por extensão, do
Pentateuco.

Particularmente, não avançaria o problema (pelo menos não desta forma) para o
período monárquico, afinal a menção de uma B(Y)TDWD, ―Casa de Davi‖, nas estelas
reais moabita e aramaica do século IX44 confirma que, numa certa época, a realeza
de Judá era conhecida internacionalmente, havendo uma crença geral de que Davi
seria o fundador da dinastia reinante em Jerusalém. Além do mais, é preciso antes de
qualquer trabalho verificar o que se entende por literatura. Com efeito, partes do texto
bíblico são atualmente ―literatura‖ no sentido narrativo e aqui é muito interessante a
questão do texto por ele mesmo. Mas quais partes da Bíblia são ―literatura‖45? Desta
maneira, acredito que as observações dos ―Minimalistas‖ são válidas, pelo menos no
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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

que diz respeito ao ―período patriarcal‖. Deste ângulo, o problema é visto de maneira
diversa: não é preciso mais buscar documentos antigos dentro do texto bíblico ou,
ainda, assegurar uma certa confiabilidade a eles num exercício de comparação com
material proveniente do Antigo Oriente. Também não é muito importante verificar se
as perícopes são, de fato, memória do povo. Agora, é preciso valorizar, na verdade, a
concepção de história do AT46 e em especial, o leitmotiv do Pentateuco47. Sendo
assim, o problema não está mais na reconstrução da pré-história de Israel, e sim, em
como os redatores bíblicos conceberam essa (pré)história. Reafirmo: seria ingênuo se
dissesse que os testemunhos bíblicos não são antigos. Neste ponto, acredito que a
posição de van Seters seja extremada demais, uma vez que ele contesta a existência
de tradições antigas a respeito de Abraão. Já citei a crítica minuciosa de Vermeylen
que aponta a redação de Gn 21.8-21 entre 750 a.C. e o exílio, sendo Gn 16 bastante
anterior; sem falar das tradições orais que estes textos evidentemente se utilizam.
Estes contos fizeram parte do povo de Israel por gerações até chegarem nos ouvidos
do autor/redator do Pentateuco em sua forma final. Isso parece explicar a diversidade
de gêneros e estilos particulares na literatura bíblica: com o limitado número de
escribas na Jerusalém Persa, preferia-se editar ao invés de compor do nada48. Seja
como for, a questão das fontes, de fato, já não é mais o ponto nevrálgico para os
estudos do Pentateuco. Os documentos bíblicos, tal como se encontram hoje, como
―monumentos‖, devem ser lidos em suas condições de produção. Isso é fazer história!
(E se alguém considera esta posição como contrária ao ofício do historiador,
provavelmente deveria submeter a exame sua concepção de história). Não teriam
sido Agar e Ismael expulsos da narrativa devido ao período de concepção da obra?
Isto é, não necessitavam os judeus do pós-exílio de uma saga, uma história
fundamentalmente como etiologia e como paradigma, em que Isaac é crucial para a
afirmação da eleição do povo por YHVH? É evidente no texto, entre outros aspectos,
a inferioridade de Ismael nos planos de Deus. Observe que é tratado como ―filho da
serva‖ (Gn 21.10-13), o que sem dúvida serve para rebaixá-lo frente a Isaac. Portanto,
a expulsão de Ismael tem um sentido dentro da própria narrativa – sua exclusão dos
planos de Deus para todo um povo. Esta hipótese é confirmada por um texto logo
adiante. Em Gn 22.2, por ocasião do sacrifício de Abraão, Deus diz: ‗toma teu filho,
teu único filho, que amas, Isaac...‘ Para além das questões apontadas por Yairah
Amit49 — a técnica da progressão aqui utilizada tem um significado não só para a
trama, mas também para o leitor que é persuadido a crer no valor do sacrifício — o
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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

fato é que Ismael já não é mais contado como filho do patriarca. Isaac é ―seu único
filho‖. Com tudo isso, o historiador contemporâneo deve sim fazer história dos textos
do Gênesis. Mas não para procurar o Abraão, a Sara, a Agar históricos; afinal, por
mais que os indícios apontem para a existência desses, ainda não passam de
indícios50. Em seu estado atual, o documento bíblico é bom enquanto monumento.
Não serve para revelar a realidade dos patriarcas e matriarcas, mas responde a
necessidade de um mito fundador ético e nacional após o hiato da conquista
babilônica51. O material narrativo antigo — oral e escrito — que sobreviveu ao
desastre do século VI foi incorporado nessas histórias de eventos fundantes.

Como se observa, a História não precisa abordar, necessariamente, seus documentos


diacronicamente. Assim, além da ênfase na condição de produção da narrativa no
período persa, no contexto pós-moderno em que vivemos, talvez valesse a pena
exercitar também uma leitura sincrônica que priorize os ―usos e abusos‖ das
narrativas bíblicas tais como se apresentam no Gênesis. Essas utilizações — por que
não dizer apropriações52 — podem ser encontradas tanto no passado como no
presente, sendo elas mesmas objetos historiográficos. Deixe-me explicar com
exemplos concretos. É evidente — como procurei demonstrar em todo o artigo, em
especial com a citação de Foucault na epígrafe — que na atualidade o conhecimento
não visa a uma realidade existente em si mesma, mas à construção de objetos.
Portanto, relacionada aos ―usos‖ do presente, a obra de Keith Whitelam53 é
provocadora, uma vez que, ao entender o ―Antigo Israel‖ como uma construção dos
estudiosos bíblicos modernos, argumenta sobre as relações entre esta atividade e o
silêncio da história palestina. Assinalo, não necessariamente relacionados aos
episódios envolvendo Agar e Ismael, os estudos de W.F. Albright, posto que
influenciou toda uma geração de pesquisadores; além disso, em sua produção a
questão do ―racismo‖ e das teses da modernidade (como o progresso) ficam
explícitas, como no excerto a seguir54: ‗do ponto de vista imparcial de um filósofo da
história, parece muitas vezes necessário que um povo de um tipo nitidamente inferior
desapareça perante um povo de potencialidades superiores, pois há um ponto além
do qual não pode haver mistura racial sem conseqüências desastrosas (...). Os
Cananeus, com o seu culto de natureza orgiástica, o seu culto da fertilidade sob a
forma de imagens de serpentes e de nudez sensual, com a sua mitologia grosseira,
foram substituídos por Israel, com a sua simplicidade pastoril e pureza de vida, o seu
sublime monoteísmo e o seu severo código ético‘.
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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

No caso de análises situadas no passado, além da leitura cristalizada no próprio


AT55, talvez valha a pena dedicar-se à leitura rabínica das narrativas, presente na
literatura midráshica. O gênero hagádico revela-se um interessante documento para
este tipo de proposta, fornecendo o imaginário dos rabis sobre o Gênesis. Levando
em consideração os princípios hermenêuticos próprios do Judaísmo Rabínico, é
possível observar que ‗Israel encontra um meio de colocar seu próprio eu dentro do
texto bíblico‘57. No caso dos textos referentes a Agar e Ismael (e por tabela, o do
nascimento de Isaac) os exemplos a seguir parecem ser instrutivos.

No primeiro excerto, a mentalidade rabínica não pode deixar de comparar o ocorrido


na narrativa de Gn 16.7-12 com um aspecto de sua fé, a saber, a vinda do Messias.
Já no segundo, a idéia de Isaac ser primordial para que o mundo ‗subsista‘ pode se
relacionar perfeitamente com o nascimento do povo judeu. Além destas passagens,
nota-se uma preocupação em redimir, por assim dizer, a atitude de Abraão expulsar
seu filho:

Depois de anos, Abraão falou à sua mulher Sara: ‗Quero rever meu filho Ismael, pois
já faz muito tempo desde que o vi‘. E Abraão montou num camelo e partiu à procura
de seu filho Ismael..

Enfim, não pretendo esgotar o tema, mas apenas insistir na tese de que o estudo
histórico das narrativas patriarcais deve-se realizar, atualmente, de uma forma
completamente diferente, seguindo os passos da ―nova crítica do Pentateuco‖ e
mesmo das propostas mais recentes na historiografia: é preciso buscar ‗não os
acontecimentos em si mesmos, porém sua construção no tempo... não o passado tal
como se passou, mas suas reutilizações permanentes, sua pregnância sobre os
presentes sucessivos; não a tradição, mas a maneira como ela se constitui e
transmitiu.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

2- OS PATRIARCAS

A Caverna dos Patriarcas ou a Gruta de Macpela (em hebraico: ‫המכפלה מערת‬,


Me’arat HaMachpela, Trans. “Caverna do casal Túmulos”, em árabe: Al ‫ال م غارة‬
Magharah, “A Caverna”) é uma série de cavernas subterrâneas localizadas em
um complexo chamado pelos muçulmanos à Mesquita de Ibrahim ou Santuário
de Abraão (Em árabe: ‫اإلب راه يمي ال حرم‬, Al-Haram Al-Ibrahimi (help info)). O nome é
uma referência a câmara de sepultamento, ou alternativamente refere-se aos
casais bíblicos, ou seja: caverna dos túmulos dos casais.

O complexo, localizado na antiga cidade de Hebron, é o segundo local mais sagrado


para os judeus (após o Monte do Templo, em Jerusalém) e também é venerado pelos
cristãos e muçulmanos, todos eles com algumas tradições que afirmam que o local é o
lugar de sepultamento de quatro casais bíblicos: Adão e Eva; Abraão e Sara; Isaque e
Rebeca, Jacó e Lea, apesar dos católicos afirmarem que Adão está enterrado na Igreja
do Santo Sepulcro, o Gólgota.

Segundo o Midrash e outras fontes, a Caverna dos Patriarcas também contém a


cabeça do Esaú, e de acordo com algumas fontes islâmicas, é também o túmulo de
José. Embora a Bíblia tem José como enterrado em Siquém (o dia atual Cidade
palestina de Nablus), a tradição judaica conservou a idéia que ele desejava ser
enterrado em Hebron, e a versão islâmica pode
refletir isso. O livro apócrifo judaico Os Testamentos dos Doze Patriarcas, também
afirma que este é o lugar do enterro de Jacó e seus Doze Filhos, mas não há base
bíblica apara isso.

Pintura de Gustave Doré retratando o enterro de Sarah na caverna.


Segundo o Livro do Génesis, o patriarca bíblico Abraão comprou o site de Efrom, o
hitita como uma sepultura da família após a morte de sua esposa Sarah. A Bíblia dá a
soma Abraão pagou para o caverna de 400 siclos de prata. O texto refere-se à caverna
como a caverna de Macpela, e em outra parte designa-la como a caverna do campo do
Macpela, sugerindo que o termo Macpela pode realmente ser destinados a descrever a
área em que o campo que contém a caverna foi localizado, perto de Manre. O império

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

hitita não é conhecido por ter estendido em Canaã até o final do século 14 aC, pouco
antes do Êxodo (o que a Bíblia lugares muitas gerações depois de Abraão) em
cronologias tradicionais, e mais de um século após a data da nova cronologia de David
Rohl. No Século 19 aC, ou do século 21 aC, as datas dos respectivos cronologias para
Abraão, hititas mal existia como um povo distinto.

Também é possível, no entanto, que o hitita, neste caso, não se refere ao grupo
nacional distinta. A palavra hebraica também pode ser processado Filho de Hete e
assim poderia se referir apenas a crianças Heth e / ou netos. Um texto de juventude
judaica, o Rabba Gênesis, afirma que este local é um dos três que as nações do
mundo não pode insultar Israel e dizer ‗você tem roubado. ―sendo comprado‖ para o
seu preço cheio ―por Abraão.

Pós-história bíblica da Gruta de Macpela


As mudanças estruturais da Gruta de Macpela
Herodes o Grande construiu um recinto retangular grande sobre as cavernas, o
apenas os sobreviventes estrutura de Herodes. Construção de Herodes, com 6-pés –
grossas paredes de pedra feito de pedras que foram pelo menos 3 metros de altura e
por vezes, atingir um comprimento de 24 pés, não têm um teto. Arqueólogos não são
certos onde a entrada original para o recinto foi localizado,
ou mesmo se houvesse um.
Até a época do Império Bizantino, o interior do recinto permaneceu exposta para o céu.
Bizantino, a basílica foi simples construído no final do sudeste, eo recinto estava
coberta em toda parte, exceto no centro. Em 614, os persas conquistaram a área e
destruiu a igreja, deixando apenas ruínas, mas em 637, a área foi sob o controle dos
muçulmanos, eo edifício foi reconstruído como uma mesquita coberta.

Durante o século 10, uma entrada foi perfurado através do norte – parede oriental, de
alguma forma acima do nível do terreno externo, e as etapas de do norte e do leste
foram construídos até ela (um conjunto de passos para entrar, o outro para sair). [8]
Um edifício conhecido como o kalah (castelo) também foi construída perto do meio do
lado sudoeste; Seu propósito é desconhecido, mas uma conta de reivindicações
históricas que marcaram o local onde José foi sepultado (cf túmulo de José), a área ter
sido escavado por um califa muçulmano, sob a influência de uma tradição local sobre

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

túmulo de Joseph. [8] Alguns arqueólogos acreditam que o original entrada para a
estrutura de Herodes estava no local do kalah, e que a entrada do nordeste foi criado
para que o kalah poderia ser construído por a entrada anterior.
Em 1100, o recinto tornou-se novamente uma igreja, depois que a área foi capturada
pelos cruzados, e os muçulmanos já não eram autorizados a entrar; durante este
período, a área foi dado um novo telhado empena, clerestório, janelas e abóbada. No
entanto, em 1188, Saladino conquistou a área, reconversão do recinto de uma
mesquita, mas permitindo que os cristãos continuar adorando lá. Saladino também
acrescentou um minarete em cada canto — dois dos quais ainda sobrevivem – e o
Mimbar .

No final do século 14, sob os mamelucos, duas entradas adicionais foram perfurados
na extremidade ocidental do lado sudoeste, e os kalah foi estendido para cima ao nível
do resto do recinto, uma Monumento em memória de José foi criado no nível superior
do kalah, para que os visitantes ao recinto não precisa sair e viajar rodada do exterior
apenas para pagar os aspectos. Os mamelucos também construiu a escadaria do
noroeste e os seis cenotaphs (para Isaac, Rebeca, Jacó Leah, Abraão e Sara,
respectivamente), distribuídos uniformemente
do recinto. Os mamelucos proibiu os judeus de entrar no local, apenas
permitindo que eles tão perto como o passo 5 em uma escadaria no sudeste,
mas depois de algum tempo, este foi aumentado para 7 degraus.

Segurança e conflitos na Gruta de Macpela


Esta secção não cita as suas fontes ou referências. Por favor, ajudar a melhorar
este artigo adicionando citações de fontes fiáveis. Material de geografia pode ser
desafiado e removido. (Abril 2007)

Uma câmera de segurança com relógios de 24 horas por dia dentro do túmulo de
Abraão

Mesquita na Gruta de Macpela


Após a Guerra dos Seis Dias, a área ficou sob o controle de Israel, e os restrição, para
os judeus para a etapa 7 foi levantada. Em 1994, Baruch Goldstein foi um rifle de
assalto dentro do recinto e matou 29 Palestinos muçulmanos em oração, bem como

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

ferindo outras 125, antes sendo espancado até a morte por sobreviventes. Os
distúrbios resultantes deixou um Outros 26 palestinos e israelenses 9 mortos, o
incidente provocou condenação nacional e internacional de ações Goldstein.
O aumento da sensibilidade do local fez com que se levasse ao acordo de 1995, parte
do processo de paz árabe-israelense, incluído um temporário acordo sobre o status do
site, restringindo o acesso tanto para os judeus e os muçulmanos.
Como parte deste acordo, o waqfo acordo para uso do local terra para fins religiosos
islâmicos continuar com o controles de 81% do edifício.

Isso inclui toda a seção do sudeste, que se situa acima da entrada para as cavernas
conhecidas e, possivelmente, sobre a totalidade do cavernas si. Em consequência, os
judeus não são autorizados a visitar a locais que marcam o túmulo de Isaque e
Rebeca, só podem fazê-lo nas principais festas judaicas. Estes se encontram
totalmente dentro da seção sudeste. Exceto 10 dias por ano, que possuem um
significado especial na Judaísmo. Um destes dias é o Shabat do Chayei Sarah, quando
os judeus leem a porção da Torá sobre a morte de Abraão e Sara, e os textos relativos
à compra da terra por Abraão, local em que as cavernas estão situados.

As autoridades israelenses não permitem que as autoridades religiosas judaicas


tenham direito a manter o local, e só permitem a waqf. Turistas estão autorizados a
entrar no local. A segurança no local tem aumentado desde a intifada, Israel e as
Forças de Defesa cercam o local com soldados, e controlam o acesso aos santuários.

Estrutura atual da Gruta de Macpela


O recinto retangular de pedra encontra-se em um eixo noroeste-sudeste, e é dividido
em duas partes por uma parede que funciona entre o noroeste três quintos e dois
quintos do sudeste. A seção do noroeste é coberta por três lados, a área central e no
lado nordeste sendo a céu aberto, a seção do sudeste é totalmente coberta, o telhado
ser sustentada por quatro colunas distribuídas uniformemente através da seção.

Cenotaph de Abraão

Na seção noroeste cenotaphs são quatro, cada um alojado em separado sala


octogonal, aqueles dedicados a Jacó e Lia estar no noroeste, e os de Abraão e Sara,

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

no sudeste. Um corredor corre entre o cenotaphs no noroeste, e outra entre as da


sudeste. Um terceiro corredor corre o comprimento do lado sudoeste, através do qual o
acesso ao cenotaphs, e para a seção do sudeste, pode ser adquirida. Uma entrada
para o recinto existe no sudoeste lado, entrar neste corredor terceiros; uma mesquita
fora dessa entrada deve ser passadas através de acesso. No centro do lado nordeste,
há uma outra entrada, que entra na área de telhado no lado sudeste do noroeste
seção, e através do qual o acesso também pode ser adquirida para o sudeste
(totalmente coberto) seção. Esta entrada é abordado no exterior por um corredor que
conduz a partir de uma longa escadaria correndo mais do comprimento o lado
noroeste.

A seção do sudeste, que funciona principalmente como uma mesquita, contém duas
cenotaphs, simetricamente, perto o centro, dedicado a Isaac e Rebeca. Entre eles, no
parede do sudeste, é uma mihrab. O cenotaphs ter um vermelho distintivo e padrão de
riscas horizontais brancas às suas pedras, mas geralmente são cobertos por um pano
decorativo. Sob o regime actual, os judeus são restritas a entrar pela lado sudoeste, e
limitadas ao corredor do sudoeste e do corredores que correm entre os cenotáfios,
enquanto os muçulmanos só podem entrar pelo lado nordeste, e são restritos ao
restante do recinto.

As cavernas
A entrada mais visíveis das cavernas conhecidas.

As cavernas sob o recinto não são próprios de acesso geral; o waqf historicamente têm
impedido o acesso aos túmulos reais por respeito pelos mortos. Apenas duas entradas
são conhecidos como existentes, a mais visíveis de que está localizado a sudeste junto
ao cenotáfio de Abraão no interior da seção do sudeste. Esta entrada é um eixo
estreita coberta por uma grelha decorativa, que por sua vez é coberto por uma cúpula
em detalhes. A outra entrada está localizada a sudeste, perto da mihrab, e é selada por
uma grande pedra, e geralmente cobertos por oração esteiras, que é muito próximo ao
local da sétima etapa do fora do recinto, além de que os mamelucos proibiu os judeus
de se aproximar.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Quando o recinto foi controlado pelos cruzados, o acesso era ocasionalmente possível.
Uma conta, pelo rabino Benjamin de Tudela datado de 1163 dC, afirma que depois de
passar por uma porta de ferro, e descendo, as cavernas seriam encontradas. De
acordo com Benjamin de Tudela, houve um seqüência de três cavernas, os dois
primeiros dos que estavam vazios e, no terceiro caverna foram seis túmulos, dispostos
a ser oposto a um outro.

Estas cavernas só foram visitadas somente em 1119 DC, por um monge chamado
Arnoul, que tinha notado uma tiragem na área perto de onde o mihrab está em
presente, e tinha removido as lajes e encontrou uma sala forrada Alvenaria de
Herodes. Arnoul, ainda buscam a origem do calado, marteladas nas paredes da
caverna até que ouviu um som oco, puxou para baixo o alvenaria nessa área, e
descobriu uma estreita passagem. A passagem estreita, que posteriormente ficou
conhecida como a serdab (árabe para passagem), foi igualmente revestida de
alvenaria, mas é parcialmente bloqueado, ter desbloquear a passagem Arnoul
descobriu uma sala redonda grande com Estuque nas paredes. No chão do cômodo,
ele encontrou uma pedra quadrada ligeiramente
diferente das outras, e ao removê-la encontrou a primeira das cavernas.

As grutas estavam cheios de pó, e após a remoção da poeira, Arnoul havia


encontrados ossos; acredita-se que os ossossão os que na Bíblia são reconhecidos
como os dos Patriarcas, Arnoul lavou no vinho, e as colocou ordenadamente. Arnoul
fez inscrições esculpidas nas cavernas descrevendo cujos ossos que ele acreditava
que eles sejam. Esta passagem das cavernas foi selada em algum momento depois
Saladino tinha recapturado na área, embora o teto da sala circular foi perfurado, e uma
grade decorativa foi colocada sobre ele.

Em 1967, após o sexto dia de Guerra, a área caiu nas mãos das Forças de Defesa de
Israel, Moshe Dayan, o ministro da Defesa, e um arqueólogo amador, tentou recuperar
o acesso aos túmulos. Dayan, sem saber sobre a entrada serdab, começou a
investigar o eixo visível além da grelha decorativos, e surgiu com a idéia de enviar
alguém bastante fino através do eixo e para baixo para a câmara abaixo. Dayan
finalmente encontrou uma menina magra de 12 anos chamada Michal e a mandou para
a câmara dos túmulos com uma câmera.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Michal explorou a câmara em volta, mas não conseguiu mais achar a pedra no chão
que levava para as cavernas; Michal porém não explorar a passagem para encontrar
degraus que levam até a superfície, mas a saída foi bloqueada por um pedra grande
(esta é a entrada perto do mihrab). De acordo com o relatório de suas descobertas,
que deu Michal a Moshe Dayan, após ter sido levantada para trás com o eixo, existem
16 degraus que levam para dentro da passagem, que é 1 côvado de largura, 17,37 m
de extensão e 1 m de altura. Em volta da câmara, que é de 12 m abaixo da entrada
para o eixo, existem três lajes de pedra, na do meio contém uma inscrição parcial –
Sura 2, versículo 255, do Alcorão.

Em 1981 Zeev Yavin, o ex-diretor da Autoridade das Antigüidades de Israel, que entrou
após a passagem de um grupo de colonos judeus em Hebron, havia entrado na
câmara através da entrada perto do mihrab e descobriu a pedra quadrada na câmara
redonda que escondia a entrada da caverna, o Estado informa que após entrar na
primeira caverna, que Yavin havia considerado vazio, ele encontrou uma passagem
que leva a uma segunda câmara oval, menor do que a primeira, que continha
fragmentos de cerâmica e um jarro de vinho.

Posturas religiosas sobre a Gruta de Macpela


Tanto o judaísmo como o islamismo concordam que são sepultadas dentro citadas na
Bíblia e no Alcorão são dos patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó), bem como três
matriarcas (Sara, Rebeca e Lia) e Adão e Eva também.

Gruta de Macpela no Judaísmo


No judaísmo, o Túmulos dos Patriarcas é o segundo local mais sagrado do mundo,
após o Monte do Templo. Ele representa a primeira compra de terras e materiais de
bens imóveis por Abraão na terra de Canaã (a ―Terra Prometida ―) e segundo a
tradição judaica, quatro casais patriarcais mencionados no livro de Gênesis estão
enterrados alí:

Adão e Eva
Abraão e Sara
Isaque e Rebeca

20
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Jacó e Lia – outra esposa de Jacob, Rachel, estaria enterrada perto de Belém,
segundo a tradição.

Judaísmo

Segundo o Midrash, os patriarcas foram sepultados na caverna porque a caverna é o


limite para o Jardim do Éden. Aos patriarcas não se diz que estão mortos, mas
―dormindo‖. Levantam-se a pedir clemência para seus filhos ao longo das gerações. De
acordo com o Zohar, esse túmulo é o portal através do qual as almas entram em Gan
Eden ( O Paraíso no Céu ).

Há uma tradição judaica de que oração junto ao túmulo vai trazer boa sorte em
encontrar um cônjuge adequado. Há orações de súplica em hebraico para o casamento
sobre as paredes do cenotáfio Sarah.

Islã

A construção é conhecida pelos muçulmanos como a Mesquita Ibrahimi ( Abraão ),


como Abraão é um profeta venerado do Islã, que, segundo o Alcorão, construiu a
Caaba, em Meca, com seu filho Ismael. Após a conquista da cidade por Omar no
recinto que Herodes construiu, foi construída uma mesquita, e colocado sob o controle
de um waqf. O waqf continua a controlar e manter a maior parte do local. De um lado
de uma parede o controle pode ser de Israel e do outro o controle é dos árabes.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

3- ASPECTOS HISTÓRICOS GERAIS ABRANGENDO DESDE O PRIMEIRO


REINO ATÉ O ISRAEL MODERNO

O Reino Unido de Israel e Judá de acordo com a Bíblia, foi a nação formada pelas 12
Tribos de Israel, um povo descendente de Abraão, Isaque e Jacó.

Segundo a história narrada na bíblia, após o Êxodo, sob a liderança de Moisés, os


israelitas vaguearam pelo deserto durante décadas até que no final do século XV
a.C. e sob a liderança de Josué eles conquistaram a terra de Canaã, abandonaram o
nomadismo e estabelecem-se nas terras conquistadas, dividindo o território entre as 12
tribos.

Contudo não existia um verdadeiro poder central pois cada tribo governava a si própria.
Os líderes nacionais, que se designavam "Juízes" tinham um poder muito frágil e só
conseguiam unir as várias tribos em caso de guerra com os povos inimigos. A união
entre as tribos era tão frágil que por vezes se guerreavam entre si. A confederação
israelita, da era anterior ao Reino de Israel, também tem sido considerada uma espécie
de república.

Cansados destas situações as tribos israelitas resolveram unir-se e instaurar uma


monarquia. O profeta Samuel, último dos Juízes, designou Saul, da Tribo de Benjamim,
como o primeiro Rei de Israel. O reino abrangia a região montanhosa de Judá e
de Efraim, cuja capital era Gibeá. O reino surge em meados do século XI a.C. na
sequência da unificação das 12 tribos sob a chefia de Saul, seu primeiro rei.

Estudiosos modernos, incluindo crítica textual e arqueológica, tem contestado a versão


bíblica da história do Reino, incluindo a história de como o reino do norte de Israel se
desvinculou de uma monarquia unida com o reino sulista de Judá, afirmando que a
civilização israelita nortenha se desenvolveu independentemente de Judá, uma área
rural comparativamente menor, e só atingiu um nível de sofisticação política,
econômica, arquitetural e militar quando o reino foi absorvido pela dinastia Omride, por
volta de 884 a.C

Saul não modificou a organizações das tribos, também não tinha um exército forte, mas
conseguiu derrotar os amalequitas, mas desobedece ordens de Deus dirigidas ao
profeta Samuel e sacrifica e poupa os reis amalequitas e também pega despojos de
guerra, pois foi induzido pelo povo a fazê-lo. Deus proclama a Samuel que o jovem
22
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

pastor Davi será o novo rei de Israel. Durante a guerra contra os filisteus, Davi entra
para o exército e sozinho mata o gigante Golias, tornando-se famoso. Saul viu nele
uma ameaça e passa a persegui-lo. Davi junto com outros soldados refugiam-se até
que os filisteus invadem Israel, Saul desesperado decide atacá-los no Monte Gilboa,
mas as armas israelitas eram inferiores e eles foram atraídos para uma armadilha. Os
filisteus aniquilam todos, os filhos de Saul morrem, ele então suicida-se.
Agora Davi é o novo rei de Israel e consegue restabelecer um exército e expulsar os
filisteus. Também invade a cidade de Jerusalém controlada pelos jebuseus, o
soldado Joabe foi o primeiro a entrar e por isso tornou-se general. Davi transforma
Jerusalém em sua nova capital. Ele invade os reinos
dos amonitas, moabitas e edomitas tornando-os estados tributários. Quando Davi
morre, seu filho Salomão assume o trono, com a ajuda de engenheiros fenícios
constrói uma grande frota mercante que comercializava desde os portos do
atual Sudão até os da atual Espanha, melhora o exército, fortalece a economia.
Salomão construiu o Templo de Jerusalém que demorou 7 anos para ser construído e
isso gerou um aumento dos impostos que permaneceram mesmo após o fim da
construção, o povo estava descontente com os impostos abusivos.
Por volta de 1020 a.C., depois de receberem ameaças de povos estrangeiros, estas
tribos se reuniram para formar o Reino Unido de Israel e
Judá,[3] quando Samuel ungiu Saul, da tribo de Benjamim, como o primeiro rei. O reino
de Saul, no entanto, foi marcado pelo conflito permanente com os filisteus e,
posteriormente, pela guerra civil contra as forças de Davi (tendo este sido ungido rei
por Samuel, com Saul ainda vivo). Foi Davi que, após sair vencedor deste conflito, com
o vácuo de poder gerado pela morte de Saul em batalha contra os filisteus, criou uma
monarquia israelita forte e unificada, e reinou de cerca de 1000 a.C. até 961 a.C.
Salomão, o sucessor de Davi, conseguiu manter a união durante seu período como
monarca, que foi de 961 a 922.
Davi, o segundo rei de Israel, estabeleceu Jerusalém como sua capital nacional em
1006 a.C.; até então, Hebrom havia sido a capital do Estado de Judá, comandado por
Davi, e Maanaim de Israel, Estado comandado por Isboset; antes disso, Gibeá havia
sido a capital da monarquia unida comandada por Saul.
Davi realizou diversas campanhas militares bem-sucedidas contra os inimigos de
Israel, derrotando diversas potências regionais, como os filisteus, assegurando assim a
segurança nas fronteiras de Israel e transformando a nação numa potência regional.
23
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Sob a liderança da Casa de Davi, a monarquia unida conseguiu obter prosperidade e a


superioridade sobre seus vizinhos.
Sob a liderança do sucessor de Davi, Salomão, a monarquia unida viveu um período
de paz, prosperidade e desenvolvimento cultural. Diversos edifícios públicos foram
construídos, entre eles o Primeiro Templo de Jerusalém.
Com a ascensão ao poder do filho de Salomão, Roboão, por volta de 930 a.C., o país
se fragmentou em dois reinos: o Reino de Israel (que abrangia as cidades
de Siquém e Samaria, no norte, e o Reino de Judá (em cujo território estava
Jerusalém), ao sul. A maior parte das províncias não-israelitas deixaram de fazer parte
de ambos os reinos.
A maioria dos historiadores modernos estão divididos e questionam a historicidade
desta monarquia unida conforme descrita na Bíblia

24
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

4- GEOGRAFIA BÍBLICA DO ANTIGO TESTAMENTO

1. GEOGRAFIA POLÍTICA

1.1 Herodes, o grande

No ano 63 a.C, dando continuidade aos planos de expansão do Império Romano, o


general romano Pompeu invadiu e dominou a Palestina, situação que perdurou durante
todo o período do Novo Testamento.
No ano 40 a.C, o senado romano nomeou Herodes, o Grande, como rei da Judéia, na
mesma época em que a Síria e a Palestina estavam sendo invadidas pelos Partos e
Matatias Antígono, que foi declarado rei de Jerusalém.

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EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Em 37 a.C, depois de sucessivas batalhas contra os exércitos de Antígono e seus


aliados, Herodes torna-se vencedor, retomando a Palestina, assumindo, assim, o posto
de único governante da Judéia.
Enquanto governava, Herodes ampliou significativamente o reino ao longo das
décadas seguintes. Sua paixão pela pompa, o desejo de ver o seu nome imortalizado,
e ao mesmo tempo, a necessidade de apaziguar uma população hostil que lhe dava
trabalho, fizeram com que o Herodes investisse na construção de grandes obras de
embelezamento de Jerusalém.
Assim, a cidade passou a ser transformada pelas novas edificações, como um
suntuoso palácio que foi levantado a Noroeste da Cidade Alta (Palácio de Herodes), a
ampliação e revitalização do Templo do Senhor (Templo de Herodes, conforme Mt 2:1-
19 e Lc 1:5), a construção da Fortaleza de Antônia e de novas muralhas. Herodes, o
Grande reinou do ano 37 a.C. até o ano 4 a.C.
A Pártia, também conhecida como Império Arsácida, foi a potência dominante no
Planalto Iraniano a partir do século III a.C., controlando a Mesopotâmia de maneira
intermitente entre os anos 190 a.C. e 224 d.C. A Pártia era arquiinimiga do Império
Romano, sempre tentando limitar a expansão deste ao leste além da Capadócia
(Anatólia central).

1.2 Sucessão de Herodes, o Grande

Após a morte de Herodes, o Grande, o reino todo foi dividido entre os seus três filhos.
a) Herodes Antipas passou a ser Tetrarca da Galileia, ou seja, administrador das
terras situadas entre a própria Galileia e a Peréia, que correspondia à quarta parte do
total do reino dominado pelo seu pai, durante o período entre 4 a.C a 39 d.C. Os
registros estão em Marcos 6:14-29, Lucas 3:1, 13:31-35 e 23:7-12.
b) Herodes Filipe, seu irmão, passou a ser o Tetrarca das terras que compreendiam a
Ituréia, Traconites, Gaulanites, Auanites e Batanéia, entre 4 a.C. e 35 d.C., conforme
registros de Lucas 3:1.
c) Herodes Arquerlau, o terceiro filho de Herodes, o Grande, foi Etnarca, ou seja,
administrador da nação que compreendia a Judéia, Samaria e Iduméia, de 4 a.C. a 6
d.C., conforme registro em Mateus 2:22. Os desmandos administrativos de Arquelau,
na Judéia, fizeram com que ele fosse deposto pelo Império Romano.

26
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Foi durante esse período de desmandos que José, Maria e Jesus, que regressavam
da fuga do Egito, resolveram não irem de volta para a Judeia (Mateus 2:21-23),
preferindo morar em Nazaré da Galileia.
A partir do ano 6 d.C., sucessivos governadores foram assumindo no lugar de
Arquerlau. Na época da morte e ressurreição de Jesus, por exemplo, era Pôncio
Pilatos quem fora nomeado para governar a Judéia.

2. GEOGRAFIA HISTÓRICA

A História da Palestina no período neo-testamentário, contada nos evangelhos de


Mateus, Marcos, Lucas e João, está diretamente ligada no campo da Geografia
Histórica, tratando do advento do nascimento, juventude, ministério, morte e
ressurreição de Jesus.

2.1 O Nascimento de Jesus e a Fuga para o Egito

Segundo a tradição cristã, Jesus nasceu em Belém, nos dias do rei Herodes, o Grande,
o qual morreu em Abril, na primavera do ano 4 d.C.
De acordo com Lc 2:1-7, o nascimento de Jesus ocorreu provavelmente em dezembro,
mas a criança só foi apresentada no templo, em Jerusalém, depois que voltaram da
fuga do Egito. (Lc 2:22-24).
Sobre essa fuga para o Egito, José e Maria estavam em Belém quando decidiram fugir
para aquelas terras, pois a vida da criança estava ameaçada por uma decisão do rei
Herodes. (Mateus 2:1-18)

2.2 A volta do Egito e Jesus no Templo

Após a morte do rei Herodes, o Grande, temendo os desmandos de Herodes Arquelau,


que havia sido nomeado Etnarca da Judéia, a família retorna para Nazaré da Galileia,
àquelas alturas, sob o domínio de Herodes Antipas (Mateus 2:19-23).
Quando Jesus estava com 12 anos, a família subiu para Jerusalém, de modo a
participarem da Festa da Páscoa, quando todos os judeus costumavam
27
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

participar. Durante a viagem de retorno, José e Maria deram pela falta de menino,
tendo que regressar a Jerusalém para procurá-lo. Encontraram o menino dentro do
Templo, debatendo com os doutores da Lei (Lc 2:4-50). Jesus viveu em Nazaré da
Galileia até Sua idade adulta (Lc 2:51,52).

2.3 O Batismo de Jesus e a ida ao deserto

O contato de Jesus com o público, ou seja, o início do Seu ministério público, isso se
deu entre 27 e 28 d.C.
Quanto ao Seu batismo, Ele saiu de Nazaré, descendo em direção ao Mar Morto,
passando pelo lado da Peréia. Chegando ao Rio Jordão, Jesus encontrou-se com João
Batista e foi batizado (Mt 3:13-17).
A partir do batismo, que representa o início do Seu ministério, Jesus encaminhou-se
para o deserto, nas proximidades de Jericó, onde permaneceu quarenta dias, (Mc
1:13). Só depois de cumprir esse compromisso, Jesus retornou para a Galileia (Mt
4:12).

2.4 De Nazaré a Cafarnaum

Jesus fez seu primeiro milagre em Caná da Galileia, durante um casamento,


encaminhando-se depois para o norte de Nazaré (João 2:1-11), onde não foi bem
aceito.
De lá, dirigiu-se a Cafarnaum, cidade ao Norte do Mar da Galileia, onde procurou
estabeleceu residência (Mateus 3:13). Nessa período Ele nomeou os doze apóstolos,
segundo registram (Marcos 3:13-19 e Mateus 10:1-4.

2.5 O Ministério em Caná e Nazaré

Jesus volta a Nazaré, onde prega em uma sinagoga (Marcos 6: 1-6), e a Caná da
Galileia (João 4:46), e também ao Sul, em Naim (Lucas 7:11-17).

2.6 O Ministério pelo Mar da Galileia

28
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

A maior parte do ministério de Jesus aconteceu ao redor do mar da Galiléia, onde Ele
costumava usar um barco como púlpito, enquanto a multidão ficava à margem, ouvindo
Seus ensinamentos.
Eram constantes as travessias por barco no lago, de uma margem à outra, o que talvez
explique que Seus primeiros apóstolos fossem pescadores. Jesus se movimentava
pelas cidades costeiras de Cafarnaum, Betsaida, Genesaré, Magadã, Sennabris,
Gergesa e suas circunvizinhanças.
Todo o ministério de Jesus, nesse período, foi relatado em Mateus 4:18; 8:18,23-
24; 9:1; 13:1; 14:13-34; 15:29-39; em Marcos 2:16-20; 2:13; 4:1,35-41; 5:1-21; 6:32-53;
8:1-10; em Lucas 5:1-11; 8:22-39; 9:10-17; e em João 6:1-25.

2.7 A Visita a Tiro, Sidom e Cesaréia de Felipe

Deixando os limites tradicionais da Terra Santa, Jesus fez uma viagem a Tiro e Sidom
(Marcos 7:24 e Mateus 15;21-29), e de lá dirigiu-se para Cesaréia de Felipe
(Mateus16:13-20), contornando pela região árida de Decápolis (Marcos 7:31), até
retornar por Gadara, ao Mar da Galileia.

2.8 Jesus em Jerusalém

O Evangelho, segundo João, registra várias outras viagens de Jesus a Jerusalém, as


quais não são mencionadas nos outros evangelhos (João 2:13; 3:21; 5:1-18).
Na viagem relatada pelos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), Jesus saiu
de Cafarnaum, rumo a Jerusalém, passando por Tiberíades, Citópolis, Salim, cruzou o
Jordão, e seguiu para o Sul, até Betsabara.
De Betsabara Jesus foi para Jerusalém, onde desenvolveu boa parte de Seu
ministério, com feitos maravilhosos, milagres, levando as Boas Novas ao povo judeu, e
também aos gentios, e instruindo Seus discípulos quanto à retidão de seus caminhos.
(João 4:1-42; 5:1-18; 7:1-10; 10:40; 11:1-44,54). Depois, Jesus retornou para a
Galileia, passando por dentro de Samaria.

2.9 A Última Viagem de Jesus a Jerusalém

29
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Quando se aproximavam os dias da Sua ascensão (Lucas 9:51), no final da


permanência na Galileia, Jesus começou a predizer aos discípulos o Seu destino em
Jerusalém, dirigindo-se pela última vez a essa cidade, para a consumação de Seu
ministério terreno. Saiu da Galileia e entrou na Judeia, além do Jordão (Mateus
19:1,2), e pela Pereia, chegando a Jericó, Betânia, Betfagé e finalmente, fazendo a
entrada triunfal, em Jerusalém (Mateus 20:17,29-34; Marcos 8:31; 10:1.32,46-52; 11:1-
2; Luas 9:51-56; 10:38-42; 13:22; 18:31-42; 19:1-10;28-35; João 12:1-8).
No dia seguinte à chegada, aconteceu a Última Ceia (Marcos 14:15; Lucas 22:12).
Jesus foi com os discípulos passar a noite no Getsêmani, onde foi preso, sendo depois
acusado, julgado e condenado. Em seguida, foi levado para fora do Segundo Muro de
Jerusalém, para um monte pedregoso chamado Gólgota.
Sua execução se deu segundo a prática dos romanos, ou seja, pregado em uma cruz.
Ele foi sepultado ali perto, em um túmulo cedido por um homem chamado José de
Arimatéia. Jesus, como Ele mesmo havia anunciado, e cumprindo a vontade do Pai,
ressuscitou dentre os mortos no terceiro dia, levando sobre Si todos os pecados da
humanidade.
Os evangelhos registram aparições do Cristo ressurreto, na Galileia e na Judeia, que
finalmente ascende aos céus, no Monte das Oliveiras (Atos 1.2-12).

3. GEOGRAFIA ECONÔMICA

a) Agricultura, Pecuária, Pesca e Proto-Indústria

A produção agrícola na Palestina era diversificada, com o aproveitamento dos vales e


planaltos elevados, em áreas de cultivo de grãos, como o trigo e cevada, e das
encostas das montanhas, para o pastoreio. O terreno montanhoso de vegetação
rasteira dava pastagens para as ovelhas e gado.
Nas encostas das montanhas, além dos vinhedos, eram cultivados figos, romãs,
castanhas, tâmaras e azeitonas. A pesca era desenvolvida ao longo da costa do
Mediterrâneo e em torno do Mar da Galileia.

30
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

A metalurgia já florescia com o cobre e o ferro, as olarias, com tijolos de barro e


cerâmica rudimentares. A extração de sal, no Mar Morto, e a produção de corantes de
púrpura, também existiam, nessa época.

b) O Comércio

Herodes, o Grande, obteve grandes proventos financeiros para a Judeia, com o


comércio intensivo e a coleta de impostos do povo judeu, subjugado. Haviam várias
rotas comerciais por terra e mar.
Jerusalém era o principal centro comercial da região, seguida de perto por cidades
costeiras como Gaza, Jope e Tiro, também consideradas centros comerciais de
grande movimento.
Além dos escravos, esses locais recebiam especiarias como o vinho, frutas, ervas e
temperos da Grécia e da Ásia Menor, grãos do Egito. Também recebiam tecidos como
seda provenientes da China e da Índia, e especiarias arábicas. Tais mercadorias
vinham pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Ácaba, até chegarem à cidade de Elate, e
de lá, por terra, se encaminhavam para toda a Palestina.
No Oriente, ficava a cidade de Damasco, de onde provinha, por terra, grandes
variedades de produtos orientais, principalmente temperos e especiarias.

c) As Estradas

Estradas rudimentares, desprovidas de pavimentação, cortavam todo o território e


facilitavam o comércio. As mercadorias eram transportadas em lombo de mulas, e as
pessoas viajavam a pé, em carroças ou liteiras.
Uma das estradas partia de Jerusalém, na direção sudoeste, para Belém e Gaza,
enquanto que outra ia para o oeste, no sentido de Emaús, e ainda outra, na direção
nordeste, para Betânia, Jericó e Damasco.
Havia uma estrada que cortava a Transjordânia, através de Decápolis, chegando em
Cafarnaum. Outra importante estrada subia até o porto de Tiro, costeando o Mar
Mediterrâneo de Gaza. A Via Maris saía de Damasco, passava por Cafarnaum e
Nazaré, indo em direção à zona costeira.

31
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

5- DIÁSPORA

A palavra diáspora deriva do hebraico e significa dispersão, expulsão e exílio.

É o termo que define as migrações do povo judeu - quase sempre por expulsão. As
consequências diretas da diáspora estão na formação das comunidades judaicas.

O que foi a diáspora judaica?


A diáspora judaica é prevista na Bíblia e define a busca do povo pela terra prometida.

O Egito e a Babilônia foram os destinos dos judeus nos dois principais movimentos de
diáspora a partir do século 6 a.C.

Embora tenham sido escravizados, o movimento permitiu a troca de informações


culturais, linguísticas e religiosas, reforçando a identidade dos povos.

Disputas
A dispersão do povo judeu decorre de confrontos com outros povos e disputas por
territórios.

A primeira dessas migrações é registrada no ano 586 a.C., quando o imperador da


Babilônia Nabucodonosor II destrói o templo de Jerusalém e deporta os judeus para a
Mesopotâmia.

Os judeus estavam na região desde 722 a.C. após a destruição do reino de Israel pelos
Assírios, que escravizaram as dez tribos de Israel.

Pelo menos 40 mil pessoas foram deportadas para a Babilônia. A comunidade


permaneceu na região até o início do século XX, quando os judeus emigraram do
Iraque.

Escrituras Sagradas
Embora no exílio, o povo judeu manteve a tradição de disseminação das escrituras por
meio dos centros de estudos judaicos.

32
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Assim, acabaram por se espalhar pelo mundo. Há registros de comunidades que


saíram da Grã-Bretanha para a China, da Dinamarca para a Etiópia, Rússia, África
Central e Turquia.

A segunda diáspora é registrada 70 a.C., quando os romanos destruíram Jerusalém e


os judeus partiram para a Ásia, África e Europa.

Os judeus estabelecidos no Leste Europeu são chamados de Ashkenazi e os da


Península Ibérica de Sefarditas.

Sionismo
Sião é o nome do monte onde estava localizado o templo de Jerusalém. Após a 2ª
Guerra Mundial, 1945, lideranças políticas e religiosas judias voltaram a discutir o
movimento classificado como sionismo, que significa o retorno do povo judeu para a
Terra de Israel.

O retorno foi impulsionado pelo massacre do povo judeu, ao menos 6 milhões foram
assassinados durante da 2ª Guerra Mundial. Com a criação do Estado de Israel, em
1948, termina a diáspora de quase 2 mil anos para o povo judeu.

Os Judeus e o Brasil
A migração para a Península Ibérica começou na conquista de Israel por
Nabucodonosor II, mas a comunidade cresceu entre os séculos II e I a.C. e foi
reforçada com a ordem do imperador Tito de destruir Jerusalém e expulsar os judeus.

Estabelecidos na Península Ibérica, foram, contudo, expulsos da Espanha a partir de


1492, por determinação do Rei Fernão de Magalhães em consonância com a
Inquisição. Ao menos 120 mil judeus fugiram da Espanha em direção a Portugal.

Também por influência da Inquisição, o rei Dom Manuel I obrigou os judeus a


professarem o catolicismo. Ao menos 190 mil judeus foram obrigados à conversão e
passaram a ser denominados cristãos novos.

Eram novos também seus nomes e os judeus passaram a sofrer as atrocidades


patrocinadas pela Inquisição, com morte na fogueira e infanticídio.

33
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

O descobrimento do Brasil, em 1500, significou uma nova possibilidade de migração.


Não demoraram as determinações da Inquisição para a perseguição dos judeus.

Nacionalidade Portuguesa
Em 2013, o parlamento de Portugal aprovou a atribuição de nacionalidade portuguesa
aos descendentes de judeus sefarditas expulsos do país a partir do século XV.

O objetivo da legislação foi atribuir a nacionalidade portuguesa aos que demonstrarem


a origem e ligação com Portugal.

34
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

6- EXÍLIO E RESTAURAÇÃO E FORMAÇÃO DO JUDAÍSMO

Israel e Judá foram alguns reinos da Idade do Ferro do antigo Oriente Médio. Este
artigo abrange o período de tempo que vai desde a primeira menção do nome Israel no
[registro arqueológico (c. 1 200 a.C.) até ao reino judeu da época de Jesus Cristo e
à diáspora judaica.

Os dois reinos surgiram na costa oriental do Mediterrâneo, na porção mais a oeste


do Crescente Fértil, entre os antigos impérios do Egito ao sul, Assíria, Babilônia e mais
tarde Pérsia ao norte e a leste, e Grécia e depois Roma através do mar a oeste. A área
envolvida é relativamente pequena, talvez apenas 148 km no sentido norte-sul e 60–
70 km de leste a oeste.

Israel e Judá emergiram da cultura canaanita autóctone do Bronze Tardio, e tinham


como base vilas que se formaram e cresceram nas áreas montanhosas do Levante
meridional (i.e. a definição atual para a região compreendida entre as planícies
costeiras e o vale do Jordão) entre c. 1 200−1 000 a.C.. Israel se tornou um importante
poder local nos séculos IX-VIII a.C. antes de cair nas mãos dos assírios; o reino do sul,
Judá, usufruiu de um período de prosperidade como um estado-vassalo dos grandes
impérios da região antes de uma revolta contra a Babilônia levar à sua destruição no
início do século VI a.C. Exilados judeus retornaram da Babilônia no começo do
período persa, inaugurando uma época de formação no desenvolvimento de uma
distinta identidade judaica na província de Jeúde, como Judá passara a ser chamada.
Jeúde foi absorvida pelos reinos gregos subsequentes às conquistas de Alexandre, o
Grande. No séc a.C., os judeus se revoltaram contra o domínio grego e criaram
o Reino da Judeia, que se tornou primeiramente um estado-vassalo de Roma
passando depois ao seu controle direto.

Israel e Judá emergiram entre a costa do Mediterrâneo e a depressão do vale do


Jordão. Imediatamente ao sul e a leste estavam os reinos de Edom (ao sul do Mar
Morto), Moabe (leste do Mar Morto), além de Aram e Amom ao norte. Na costa
mediterrânea, a sudoeste estavam as cidades-estado dos filisteus e a noroeste as
dos fenícios, com cidades-estado israelitas entre elas. Grandes impérios se estendiam
a sudoeste (Antigo Egito) e a nordeste: Assíria nos sécs. VIII-VII
a.C., Babilônia no século VI a.C. e a Pérsia Aquemênida depois disso). Também havia

35
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

contato considerável entre todas essas e as cidades-estado da Grécia Antiga através


do mediterrâneo oriental.[1]

De acordo com a Bíblia, os israelitas conquistaram a sua terra dos canaanitas nos
tempos de Josué, através da promessa e orientação divinas, depois dos
acontecimentos do Êxodo. Por outro lado, a limitada evidência epigráfica disponível
mostra que linguisticamente os dialetos israelita e judaíta do início do primeiro milênio
a.C. se assemelham notavelmente ao fenício, moabita e edomita. E dentro desse
agrupamento, um grupo "caaanita central" de israelita e fenício pode ser distinguido de
um "canaanita periférico" de judaíta, amonita, moabita e edomita.

Período Pré-Exílico

Idade do Ferro I (1 200−1 000 a.C.)

As doze tribos de Israel a partir das quais surgiu o reino

Pesquisas têm identificado até agora mais de 300 pequenas vilas, a maioria das quais
assentamentos recentes, sendo que a maior delas tinha uma população que não
ultrapassava 300 pessoas, nas montanhas palestinas da Idade do Ferro I. O processo
de assentamento era mais intenso e as vilas maiores na região mais ao norte (as
regiões bíblicas de Manassés e Efraim), no entanto, nenhum assentamento pode ser
considerado realmente urbano. A população fixa total no começo do período é
estimada em 20 mil e o dobro disso no final do período.[3]

Politicamente, as montanhas palestinas nesse período não apresentam nenhum sinal


de autoridade centralizada. No campo religioso, não contam com templos, capelas ou
36
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

lugares de culto centralizados (apesar de que objetos de culto associados ao culto do


deus canaanita El terem sido encontrados). A cerâmica permanece fortemente na
tradição desde o bronze tardio na região e o alfabeto usado, apesar de terem sido
encontrados muito poucos exemplos, é proto-canaanita. Praticamente a única marca
distintiva dos assentamentos israelitas dos outros assentamentos canaaneus é a
ausência de ossadas de porco, apesar de que se isso pode ser considerado um
marcador cultural ou se é devido a outros fatores ainda é objeto de controvérsia.[4]

A Estela de Merneptá, erigida por um faraó egípcio para comemorar uma vitória sobre
os líbios (as tribos bérberes Libu e Meshwesh) e os povos do mar, que inclui um
pequeno poema ou hino listando suas vitórias em Canaã. Próximo do final ocorre a
linha: "Israel está devastada, sua semente já não existe." Este Israel, identificado como
um povo, estavam provavelmente localizados na parte norte das montanhas centrais,
geograficamente parte do que seria mais tarde o Reino de Israel bíblico.

Idade do Ferro II (1 000−586 a.C.)

Uma inscrição do faraó egípcio Sisaque I (XXII dinastia), provavelmente o mesmo que
o Sisaque I citado na Bíblia, registra uma série de campanhas dirigidas na área
imediatamente ao norte de Jerusalém na segunda metade do século X a.C.. Cerca de
cem anos mais tarde, no século IX a.C., o rei assírio Salmaneser III cita Acabe de
Israel entre seus inimigos na batalha de Carcar (853 a.C.), enquanto que na estela de
Mesha (c. 830 a.C.) um rei de Moabe celebra seu sucesso por se libertar da opressão
da ―Casa de Omri‖ (i.e. Israel). Já a estela de Tel Dã fala da morte de um rei de Israel,
provavelmente Jorão, nas mãos do rei arameu cerca de 841 a.C.. Escavações
na Samaria, a capital israelita, reforçam a impressão de um reino forte e centralizado
nas montanhas do norte durante os séculos IX-VIII a.C.[7] Na segunda metade
do século VIII a.C. o rei Oseias de Israel se revoltou contra os Assírios e foi esmagado
(c. 722 a.C.). Parte da população foi deportada, e população de outras partes do
império assírio foram trazidas para substituí-los, assim Israel se tornou uma província
Assíria.[8]

A primeira evidência para a existência de um reino organizado na região sul vem da


estela de Tel Dã, de meados do século IX a.C., que menciona a morte de um rei
da casa de David. A contemporânea estela de Mesha talvez também mencione a casa
de David, mas a reconstrução que permitiria tal leitura é controversa.[9] É geralmente
assumido que essa "Casa de Davi" é idêntica a dinastia bíblica, no entanto, a evidência
37
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

arqueológica atual indica que durante os séculos X e IX a.C., Jerusalém era apenas
uma dentre as quarto maiores vilas da região, com nenhum sinal de primazia sobre as
outras.[10] Foi somente na segunda metade do século VIII a.C. que Jerusalém passou
por um período de rápido crescimento, alcançando uma população muito maior que
antes e adquirindo clara primazia sobre as vilas ao seu redor. As reconstruções
acadêmicas mais antigas desses eventos atribui esse aumento demográfico ao influxo
de refugiados subsequente à conquista de Israel pela Assíria (c. 722 a.C.), mas um
ponto de vista mais recente é o de que isso refletiria um esforço cooperativo entre a
Assíria e os reis de Jerusalém para estabelecer Judá como um estado-vassalo pró-
Assíria para controlar a valiosa indústria de azeite.[11] O súbito colapso do poder Assírio
na segunda metade do século VII a.C. levou a uma fracassada tentativa de
independência pelo rei Josias, seguida pela destruição de Jerusalém pelo sucessor do
império Assírio, o Império Neobabilônico (587/586 BCE).

Períodos Exílico e Pós-Exílico

Períodos Babilônio e Persa (586−333 a.C.)

Exílio na Babilônia
Ver artigo principal: Exílio na Babilônia

Em 586 a.C., os babilônios, sob o rei Nabucodonosor II capturaram Jerusalém,


destruíram o templo de Salomão, puseram um fim à dinastia davídica e levaram o povo
cativo. Somente os mais pobres foram deixados em Judá, agora a provincial babilônica
de Jeúde com sua capital em Mispá, ao norte de Jerusalém. Alguns anos depois, de
acordo com a Bíblia, o governador de Jeúde foi morto por rivais, desencadeando um
outro êxodo de refugiados, desta vez para o Egito. Assim, cerca de 580 pessoas do
povo de Judá podiam ser encontradas em três localidades separadas: a elite na
Babilônia (onde aparentemente foram bem tratados), uma grande comunidade no
Egito, e um remanescente em Judá.[12]

Período Persa

O exílio babilônico terminou quando Ciro, o Grande da Pérsia conquistou a Babilônia


(tradicionalmente 538 a.C.). Os persas reconstituíram Judá/Jeúde como província
("Jeúde") dentro da satrapia "Além do Rio", e ao longo do século seguinte alguns dos
exilados retornaram a Jerusalém. Lá eles eventualmente reconstruíram
o Templo (tradicionalmente 516/515 a.C.), mas por mais de um século a capital
38
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

administrativa permaneceu em Mispá.[13] Ciro apontou Zorobabel (o neto do penúltimo


rei de Judá, Jeoiaquim) para governador, mas não permitiu a restauração do reino. A
Samaria, nesse ínterim, continuou como a província de Samaria dentro da mesma
satrapia que Jeúde.

Sem o poder limitante da monarquia, a autoridade do Templo foi amplificada e o


sacerdotes se tornaram a autoridade dominante. Entretanto, o Segundo Templo tinha
sido construído sob os auspícios de um poder estrangeiro e havia dúvidas a respeito
da sua legitimidade. Isso forneceu condições para várias seitas se desenvolverem
dentro do judaísmo ao longo dos séculos seguintes, a maioria das quais
desencorajavam a mistura social, especialmente o casamento com membros de outras
seitas. A influência do zoroastrismo sobre o monoteísmo, é um tema de amplo debate
acadêmico.

O fim do exílio babilônico viu não apenas a construção do Segundo templo mas, de
acordo com a hipótese documental, também a redação final da Torá. Apesar de que os
sacerdotes controlavam a monarquia e o templo, os escribas e sábios (que mais tarde
seriam chamados de rabis) monopolizaram o estudo da Torá, que (a partir da época
de Esdras) era lida publicamente. Os sábios desenvolveram e mantiveram uma
tradição oral juntamente às Escrituras e se identificavam com os profetas. De acordo
com Geza Vermes, tais escribas eram frequentemente referidos com o pronome de
tratamento, "senhor."

Períodos Helenístico e Romano (333 a.C. - 70 d.C.)

O período da história judaica na civilização helenística começa em 332 a.C.,


quando Alexandre, o Grande conquistou a Pérsia. Depois de sua morte em 323 a.C.,
seu império foi dividido entre seus generais. Primeiramente a Judeia foi governada
pelos egípcio-helênicos Ptolomeus, mas em 198, os sírio-helênico Império Selêucida,
sob Antíoco III tomou o controle sobre a Judeia.

O período helenístico viu a canonização da Tanakh (A Bíblia Hebraica), de acordo com


uma teoria, e a emergência de tradições sagradas extra-bíblicas. A evidência mais
antiga de uma tradição mística judia cerca o livro de Ezequiel, escrito durante o exílio
babilônico. No entanto, virtualmente todos os textos místicos conhecidos foram escritos
no final do período do Segundo Templo. Estudiosos como Gershom

39
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Scholom identificaram dentro das tradições esotéricas da Cabala (misticismo judeu


restrito aos sábios), a influência do zoroastrismo, platonismo e gnosticismo.

O livro de 2 Esdras 14:45-46, que foi escrito no segundo século da era cristã, declara:
"Torna públicos os primeiros vinte e quatro livros que escreveste primeiro e deixa que
todos os leiam. Mas mantém os setenta que escreveste por ultimo, para dar aos sábios
dentre teu povo." Esta é a primeira referência conhecida ao cânon bíblico, e os setenta
textos não-canônicos podem ter sido místicos. O Talmude sugere outras tradições
místicas que podem ter suas raízes no judaísmo do período do Segundo Templo.

O Oriente Próximo sempre foi cosmopolita, especialmente durante o período


helenístico. Diversas línguas eram faladas e o tema da língua franca ainda é objeto de
algum debate. Os judeus quase certamente falavam aramaico entre si. O grego era
pelo menos um tanto utilizada como língua dos negócios na região, e certamente em
todo o Mediterrâneo oriental. O Judaísmo mudava rapidamente, reagindo e se
adaptando a um mundo político, cultural e intelectual em constante crescimento, e em
contra partida atraindo também a atenção de não-judeus.

O historiador Shaye Cohen observa:

Todos os judaísmos do período helenístico, tanto da diáspora quanto da terra de


Israel, eram helenizados, isto é, eram parte integrantes da cultura do mundo
antigo. Algumas variedades de judaísmo eram mais helenizadas do que outras,
mas nenhuma era isolada como uma ilha. É um erro imaginar que a Palestina
tenha preservado uma forma "pura" de judaísmo e que a diáspora era o lar das
formas diluídas e adulteradas de judaísmo. A expressão "judaísmo helenístico"
faz sentido então, apenas como um indicador cronológico para ao período que
vai de Alexandre, o Grande aos Macabeus ou à conquista romana do século I
a.C. Como um termo descritivo de um certo tipo de judaísmo, no entanto, não
possui muito sentido, uma vez que todas a formas de judaísmo do período eram
"helenísticas." (Cohen 1987: 37)

Disputas culturais dentro do helenismo

Muitos judeus viviam na diáspora,e as províncias


da Judeia, Samaria e Galileia eram povoadas por muitos gentios, que
frequentemente mostravam interesse no judaísmo. Os judeus tinham que lidar com
os valores e a filosofia helenística, que muitas vezes se chocavam com seus

40
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

próprios valores e tradições. De maneira geral, a cultura helenística via a si mesma


como civilizadora, trazendo valores e costumes civilizados aos povos considerados
atrasados ou degenerados.

Por exemplo, casas de banho no estilo grego foram construídas à vista do Templo
em Jerusalém, e mesmo nessa cidade o ginásio se tornara um centro da vida
atlética, social e intelectual. Muitos judeus, incluindo alguns dos sacerdotes mais
aristocráticos, abraçaram essas instituições, apesar de que os judeus que o faziam
eram por vezes menosprezados devido à circuncisão, que os judeus viam como o
sinal da sua aliança com Deus, mas que a cultura helenística via como uma
deformação estética do corpo. Consequentemente, alguns judeus começaram a
abandonar a prática, enquanto outros relutavam contra a dominação grega.

Ao mesmo tempo em que os judeus confrontavam diferenças culturais com o


mundo a sua volta, eles tiveram que enfrentar um paradoxo na sua própria tradição:
as leis da Torá se aplicavam somente a eles e aos prosélitos, mas o seu Deus, era
o único Deus de toda a humanidade. Essa situação levou a novas interpretações da
Torá, algumas das quais influenciadas pelo pensamento helenístico e em resposta
ao interesse gentil no judaísmo, por exemplo, as Leis de Noé. Foi nesse período
que muitos conceitos da filosofia grega antiga entraram no judaísmo ou o
influenciaram.

Domínio Ptolemaico e Selêucida

Em 331 a.C. Alexandre, o Grande conquistou o Império Aquemênida. Depois de


sua morte em 323 seu império se desintegrou e a provincial de Jeúde se tornou
parte do reino do Egito, governado pela dinastia Ptolomaica. O governou
ptolemaico foi benevolente: Alexandria se tornou a maior cidade judia no mundo,
e Ptolemeu II Filadelfo do Egito (281−246 a.C.) promoveu a cultura judaica,
patrocinando a tradução da Torá para o grego chamada Septuaginta. Esse período
também assistiu ao surgimento dos fariseus e outros partidos como os saduceus e
os essênios.[15] Mas no começo do século II a.C. Jeúde caiu nas mãos do
governador sírio selêucida Antíoco IV Epifânio (174−163 a.C.), que, em contraste
com a tolerância demonstrada pelos Ptolomeus, tentaram helenizar completamente
os judeus. A sua difamação do Templo desencadeou uma revolta nacional que
terminou com a expulsão dos sírios e a reconsagração do templo sob os macabeus.

41
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

Geralmente, os judeus aceitavam o governo estrangeiro quando se requeria que


eles apenas pagassem impostos, e além disso eram autorizados a se auto-
governar internamente. Não obstante, os judeus estavam divididos entre aqueles a
favor e contra a helenização e entre os fiéis aos Ptolomeus e aos selêucidas.
Quando o sumo-sacerdote Simão II morreu em 175 a.C., um conflito foi deflagrado
entre os que apoiavam seu filho Onias III (que se opunha à helenização e favorecia
os Ptolomeus) e seu outro filho Jasão (que favorecia a helenização e os
selêucidas). Um período de intrigas políticas se seguiu, com sacerdotes como
Menelau pagando suborno ao rei para obter o sumo-sacerdócio, e acusações de
assassinato entre competidores pelo posto. O resultado foi uma breve guerra civil.

Um número enorme de judeus se uniu na defesa de Jasão e em 167 a.C. o rei


selêucida Antíoco IV invadiu a Judeia, entrou o templo e levou dinheiro e objetos
cerimoniais. Jasão fugiu para o Egito e Antíoco impôs um programa de helenização
forçada, requerendo que os judeus abandonassem suas leis e costumes sob pena
de morte. Nesse ponto Matatias e seus cinco filhos, João, Eleazar, Simão, Jonatas
e Judas Macabeu, sacerdotes da família Hasmon que moravam na vila rural de
Modein, assumiu a frente de uma revolta sangrenta mas por fim vencedora contra
os selêucidas.

Judas libertou Jerusalém em 165 a.C. e restaurou o Templo. A luta prosseguiu e


Judas e seu irmão Jonatas foram mortos. Em 141 a.C. uma assembleia de
sacerdotes e outras pessoas afirmaram Simão como sumo-sacerdote e líder, e com
efeito estabeleceram a dinastia asmoneia. Quando Simão foi assassinado em, 135
a.C., seu filho (e sobrinho de Judas Macabeu) João Hircano tomou seu lugar como
sumo-sacerdote e rei.

42
EXTENSÃO EM HISTÓRIA EM
ISRAEL

O Reino Asmoneu

A Extensão do Reino da Judeia

Província da Judeia e seu entorno no século I

Após derrotar as forças selêucidas, João Hircano estabeleceu uma nova monarquia
na forma da monarquia sacerdotal asmoneia em 152 a.C., estabelecendo assim os
sacerdotes como autoridades tanto religiosas quanto políticas. O reino estabelecido
pelos macabeus foi uma tentativa deliberada de reviver o Judá descrito na Bíblia:
uma monarquia judaica governada desde Jerusalém e se estendendo por todo o
território um dia governado por Davi e Salomão. Para levar a cabo esse projeto, os
reis asmoneus conquistaram (e converteram a força ao judaísmo) os moabitas,
edomitas e amonitas. E apesar dos asmoneus serem vistos pelo povo como heróis
e líderes por resistir contra os selêucidas, alguns consideravam que faltava ao seu
reinado a legitimidade religiosa conferida pela descendência da dinastia davídica do
período do primeiro templo.

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ISRAEL

Saduceus, Essênios e Fariseus

A rixa entre sacerdotes e sábios cresceu durante o período helenístico, quando os


judeus enfrentaram novos conflitos políticos e culturais. Nesse contexto emergiu o
partido dos saduceus como o partido dos sacerdotes e das elites aliadas
(Saduceu vem de Zadok, o sumo-sacerdote do primeiro Templo).

Os essênios eram um movimento místico-religioso que, acredita-se, rejeitaram ou


os sumos-sacerdotes apontados pelos selêucidas ou os sumos-sacerdotes
apontados pelos asmoneus, por os considerarem ilegítimos. Por fim rejeitaram
também o Segundo Templo, argumentando que a comunidade essência em si
mesma era o novo templo e que a obediência à Lei representava a nova forma
de sacrifício.

Apesar de que a falta de consideração dos essênios para com o Segundo Templo
os alienasse da massa dos judeus, a sua noção de que o sagrado poderia existir
fora do Templo era compartilhada por um outro grupo, os fariseus ("separatistas"),
integrantes da comunidade de escribas e sábios. O significado do termo é incerto:
pode se referir à rejeição da cultura helenística ou a objeção ao monopólio
Asmoneu do poder.

Durante o período asmoneu, saduceus e fariseus funcionaram primariamente como


partidos políticos (os essênios não tinham orientação política). E as diferenças entre
os dois se tornou evidente quando os fariseus demandaram que o rei
asmoneu Alexandre Janeu escolhesse entre ser rei e ser sumo-sacerdote da
maneira tradicional. Essa exigência levou a uma breve guerra civil que terminou
com a repressão violenta dos fariseus, apesar de que no seu leito de morte o rei
pediu que os dois partidos se reconciliassem. Alexandre foi sucedido por sua viúva,
cujo irmão era um líder fariseu. Depois de sua morte, seu filho mais velho, Hircano
II, buscou apoio entre os fariseus, e seu filho mais novo, Aristobulus, se aliou aos
saduceus.

Domínio Romano

Em 64 a.C. o general romano Pompeu conquistou Jerusalém e fez o reino judeu um


estado-vassalo de Roma. Em 57−55 a.C. Aulo Gabínio, procônsul da Síria, dividiu o
antigo reino em Galileia, Samaria e Judeia, com cinco sinédrios (côrte de
juízes).[18] Em 40−39 a.C. Herodes, o Grande foi apontado Rei dos
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ISRAEL

Judeus pelo senado romano , mas em 6 d.C. seu sucessor, Herodes


Arquelau, etnarca da Judeia, foi deposto pelo imperador Augusto e seus territórios
anexados à Judeia sob administração romana direta: esse fato marcou o fim de
Judá como um reino mesmo teoricamente independente.

Religiões politeístas da região

Todas os nomes a seguir são supostas divindades da religião canaanita do fim


do primeiro milênio a.C., e a religião canaanita, por sua vez, tem suas raízes na
religião de Ugarit do segundo milênio a.C.[21] No segundo milênio o politeísmo era
expressado através dos conceitos de côrte divina e família divina, uma única
entidade com quatro níveis: o deus chefe e sua esposa (El e Aserá); os setenta
filhos divinos, ou estrelas de El (incluindo Baal, Astarte e Anat,
provavelmente Rexefe, assim como a deusa-sol Shapshu e o deus-lua Yerak); o
ajudante principal da casa divina, Kothar-wa-Khasis; e os servos da casa divina,
inclusive os mensageiros-deuses que depois apareceriam como " anjos " na Bíblia
Hebraic.[22]

No seu estágio mais primitivo, Yahweh era um dos setenta filhos de El, cada um
dos quais era patrono de uma das setenta nações, na Septuaginta, em que El,
como o chefe da côrte divina, dá aos membros da família divina uma nação para
cada um, "de acordo com o número de filhos divinos": Israel é a porção de
Yahweh. Mais tarde, o texto massorético, evidentemente desconfortável com o
politeísmo expresso pela frase, o alterou para "de acordo com o número dos filhos
de Israel"[24]

Entre os séculos VIII-VI a.C. El foi progressivamente sendo identificado com


Yahweh, e Yahweh-El se tornou o esposo da deusa Aserá, e os outros deuses e os
mensageiros divinos gradualmente se tornaram meras expresses do poder de
Yahweh.[25] Yahweh é colocado no papel de Rei Divino governando sobre todos os
outros deuses, como no Salmo 29:2, em que os "filhos de Deus" são chamados
para adorar Yahweh; e Ezequiel 8-10 sugere, o Templo se tornou o palácio de
Yahweh habitado por aqueles à sua volta.

Estas informações entretanto não parecem encontrar fundamentação no tocante a


religião cristã, sendo mais aqui sua fundamentação em textos e registros de
religiões realmente politeistas diferentemente da monoteistas como é a cristã.
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ISRAEL

Metodologia

As fontes sobre este período são principalmente a escrita clássica como a Bíblia
hebraica ou Tanakh (conhecida pelos cristãos como Antigo Testamento),
o Talmude, o livro etíope Kebra Nagast e escritos de Nicolau de Damasco,
Artapano de Alexandria, Fílon e Josefo. Outra fonte principal de informação são os
achados arqueológicos no Egito, Moabe, Assíria ou Babilónia, e os vestígios e
inscrições no próprio território.

A história da região ocupada posteriormente pelos reinos de Israel e Judá coloca


problemas particulares ao historiador moderno: devido à associação desta área
com o relatado na Bíblia, há uma tendência para observar a história do Levante a
partir de uma perspectiva quase puramente bíblica, prestando escassa atenção ao
período pós-bíblico. Existe a tendência de ver os estudos arqueológicos através do
relato bíblico,[26] tornando difícil de entender a história desta zona dentro do
contexto arqueológico da totalidade do Médio Oriente.

Alguns escritores consideram que as diversas fontes estão em conflito, o que


converte o estudo em tema polémico, com implicações nos campos da religião,
política e diplomacia. Por isso é difícil dar uma visão apoiada pela totalidade dos
historiadores. As datas precisas e os preciosismos que podem ser apontados estão
em contínuo debate, não existindo acontecimentos bíblicos cujo ano exacto se
possa validar por fontes externas antes do século IX a.C., (coroação de Omri, rei
de Israel): todas as datas anteriores são extrapolações. Além disso, a Bíblia não
indica facilmente modos de fazer esses cálculos, não fornecendo mais referências
senão a vida das diversas personagens, e a linha histórica deve ser reconstruída
agregando dados, processo que introduz erros por arredondamento. As datas mais
antigas utilizam a Bíblia como única fonte, uma visão chamada maximalista.

Os minimalistas afirmam que alguns acontecimentos não sucederam, e que as


datas são duvidosas: se a própria existência do Reino unido de Israel está em
dúvida, é insubstancial afirmar que em 922 a.C. se desintegrou. Philip Davies[27] por
exemplo, explica como o cânone bíblico se pode ter realizado apenas para certos
povos com longa tradição de leitura e escrita, que se encontram somente na última
época persa ou na primeira helenística, e afirma que os relatos de períodos
anteriores são em grande parte reconstruções baseadas em tradições orais. Os
minimalistas não discutem que alguns dos acontecimentos posteriores ao século IX
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ISRAEL

a.C. possam ser corroborados, como a Pedra Moabita; a discrepância surge no


período anterior, onde o relato bíblico parece estar em desacordo com o descoberto
pela arqueologia moderna.

Outro problema é causado pelas diferenças sobre terminologia dos períodos


históricos. Por exemplo, o período no final da Idade do Bronze Antiga e início da
Idade do Bronze Média, é chamado EB-MB por Kathleen Kenyon, MB I por William
Foxwell Albright, cananita médio I por Yohanan Aharoni, e bronce precoce IV por
William Dever e Eliezer Oren.

Pré-história

Escavações a sul do lago de Tiberíades e em outras partes do vale do Jordão têm


permitido trazer à luz do dia rastos de homínideos que remontam ao paleolítico
inferior, o seja, datados em mais de um milhão de anos. Outros fósseis descobertos
têm idade aproximada de 300 000 anos, e o uso de cavernas pelo homem parece
começar no achelense superior. O fóssil do homem da Galileia terá cerca de
140 000 anos.

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ISRAEL

REFERÊNCIAS

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