ESCOLA COMUNITÁRIA SÃO VICENTE DE PAULO DA MALHANGALENE
Disciplina: História
Tema: A Revolução Socialista de 1917
10a Classe Turma: “C” Sala: 09
Nomes:
• Isalda Evans Kalenje – n0 18
• Pedro Chapepa Chinsamba – n0 44
• Shanaya Luweny Sérgio Tivane – n0 53
• Tiago Marcus Ibrahimo Pires – n0 56
Professor:
Salomão Costa Cuna
Maputo, Maio de 2025
ÍNDICE
Introdução ........................................................................................................................................ 3
A Revolução Socialista de 1917 ...................................................................................................... 4
Contexto Histórico ....................................................................................................................... 4
Causas da Revolução Socialista de 1917 ..................................................................................... 5
Desenvolvimento da Revolução Socialista de 1917 .................................................................... 6
Revolução de Fevereiro de 1917 ............................................................................................. 6
Revolução de Outubro de 1917 ............................................................................................... 7
A Guerra Civil Russa (1918–1921) ............................................................................................. 8
A Formação da URSS (1922) ...................................................................................................... 8
As consequências da Revolução Russa no mundo .................................................................... 10
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
Referrências Bibliográficas ........................................................................................................... 13
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Introdução
A Rússia, durante o século XX esteve mergulhada na 1a Guerra Mundial por algum tempo, no
entanto, durante esse período, várias crises ocorreram, como aumento da mortalidade e escassez
de alimentos. Mesmo depois de se retirar dessa grande guerra, ainda vivia-se uma situação caótica
naquele país. Nesse mesmo período a Rússia estava sob um governo autocrático, que náo dava
ouvidos às preocupaçoes do povo, os operários e trabalhadores viviam em circunstâncias péssimas.
Esse todo problema, deu espaço para duas grandes revoluções: A Revolução de Fevereiro e a de
Outubro de 1917.
Então, no presente trabalho, procuramos abordar de forma clara e compreensível os principais
aspectos ligados à Revolução Socialista de 1917, falando de forma detalhada cada uma das suas
fases e causas. Incluindo também a Guerra Civil que surgiu consequentemente, após a Revolução
de Outubro, a formação da União Soviética e as consequências que este acontecimento histórico
teve no mundo.
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A Revolução Socialista de 1917
A Revolução Socialista de 1917, também conhecida como Revolução Russa, foi um acontecimento
histórico que marcou o fim da monarquia czarista na Rússia e o início de um novo regime baseado
nas ideias do socialismo. Tratou-se de um processo revolucionário dividido em duas fases
principais: a Revolução de Fevereiro e a Revolução de Outubro, ambas ocorridas no mesmo ano.
A primeira fase, em Fevereiro de 1917 segundo o calendário juliano, que ainda usado naquela
altura na Rússia, levou à queda do czar Nicolau II e à formação de um Governo Provisório, liderado
principalmente por políticos liberais e moderados. No entanto, esse governo não conseguiu
resolver os problemas fundamentais do país, como a guerra, a fome, a pobreza e a distribuição de
terras.
A segunda fase, em Outubro de 1917, foi liderada pelos bolcheviques, um grupo revolucionário
marxista sob o comando de Vladimir Lénine. Com o apoio dos operários, soldados e camponeses,
os bolcheviques derrubaram o Governo Provisório e tomaram o poder, instaurando um regime
socialista que mais tarde daria origem à União Soviética (URSS).
Contexto Histórico
No início do século XX, a Rússia era um dos maiores impérios territoriais do mundo, mas também
um dos mais atrasados em termos económicos e sociais. A sua economia era predominantemente
agrícola, com cerca de 80% da população a viver no campo e a trabalhar em condições de extrema
pobreza. A propriedade da terra encontrava-se concentrada nas mãos de uma minoria aristocrática,
enquanto milhões de camponeses sofriam sem acesso justo à terra ou a melhorias de vida.
A industrialização, iniciada tardiamente em comparação com o resto da Europa Ocidental, estava
limitada a grandes centros urbanos como São Petersburgo e Moscovo. Nessas cidades, os operários
viviam em condições precárias: longas jornadas de trabalho, baixos salários, ausência de direitos
trabalhistas e alojamentos superlotados eram a norma. Este ambiente urbano tornou-se fértil para
o crescimento de ideias revolucionárias, especialmente entre os trabalhadores e estudantes.
O regime político russo era uma autocracia liderada pelo czar Nicolau II, que concentrava todos
os poderes do Estado. A falta de liberdades políticas e a repressão aos movimentos sociais
aumentaram a frustração do povo russo. O czar não aceitava reformas significativas e utilizava a
polícia secreta denominada Ochrana para perseguir qualquer opositor, incluindo os socialistas,
liberais e nacionalistas.
As derrotas militares na Guerra Russo-Japonesa (1904–1905) expuseram a fragilidade do império
e provocaram protestos em massa. O episódio mais marcante foi o "Domingo Sangrento", em
1905, quando tropas imperiais abriram fogo contra uma manifestação pacífica de trabalhadores
que marchavam até o Palácio de Inverno para entregar uma petição ao czar. Este massacre marcou
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o início de uma revolta generalizada, levando à criação da Duma (parlamento), embora esta
instituição fosse controlada e limitada pelo poder czarista.
Além disso, a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial em 1914 teve consequências
desastrosas. As derrotas militares, a escassez de alimentos, a crise nos transportes e o aumento da
mortalidade criaram um ambiente de desespero. A confiança no czar Nicolau II desapareceu, tanto
entre o povo como entre a aristocracia e o exército.
Enquanto isso, cresciam os movimentos revolucionários. O Partido Operário Social-Democrata
Russo, dividido entre mencheviques e bolcheviques, propagava ideias marxistas entre operários e
camponeses. Os bolcheviques, liderados por Vladimir Lénine, defendiam uma revolução proletária
que abolisse o capitalismo e instaurasse um governo dos trabalhadores.
Causas da Revolução Socialista de 1917
A Revolução Socialista de 1917 não surgiu de um momento para o outro. Pelo contrário, foi o
resultado de anos e décadas de insatisfação acumulada, injustiças sociais, pobreza extrema e um
sistema político completamente desligado da realidade do povo. A nação estava a vivenciar uma
situação caótica, bastava só iniciar-se uma guerra que tudo desabasse.
Para começar, a Rússia era um dos países mais atrasados da Europa, apesar de ser um dos maiores
em território. A maioria da população era camponesa, que vivia em condições extremamente duras,
muitas vezes sem acesso à terra própria para cultivar. Trabalhavam nos campos dos grandes
proprietários rurais, os latifundiários e, mesmo com jornadas pesadas, mal conseguiam alimentar
as suas famílias. Era uma vida de esforço constante, sem recompensas. Muitos ainda viviam
praticamente como servos, mesmo depois da abolição da servidão em 1861, porque continuavam
presos à miséria e à dependência dos senhores de terra.
Nas cidades, a industrialização começou a ganhar força, mas trouxe consigo um novo tipo de
sofrimento. Os operários das fábricas enfrentavam longas horas de trabalho, salários baixos e
condições degradantes. Não havia segurança no trabalho, não existiam sindicatos legais, e qualquer
tentativa de protesto era violentamente reprimida pela polícia czarista. A desigualdade social era
gritante, enquanto os nobres viviam no luxo dos seus palácios, o povo passava fome.
No meio disto tudo, o czar Nicolau II governava como se estivesse num mundo à parte. A Rússia
era uma autocracia: o czar tinha poder absoluto, não aceitava críticas nem conselhos, e governava
de forma rígida, muitas vezes distante da realidade. A população não tinha voz nas decisões do
país, e a repressão a qualquer movimento de oposição era violenta. Mesmo depois da Revolução
de 1905, em que o povo foi às ruas exigir mudanças, as reformas feitas foram superficiais. Criou-
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se a Duma, um parlamento, mas ela tinha pouco poder e estava constantemente a ser dissolvida
quando não agradava ao czar. Foi uma oportunidade perdida de evitar o pior.
A situação piorou drasticamente com a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial, em 1914.
O país não estava preparado para um conflito daquela dimensão. Os soldados iam para a frente de
batalha mal equipados, muitas vezes sem botas nem armas em condições. Milhares morreram em
combates que não faziam sentido para muitos deles. A guerra arruinou a economia, causou
escassez de alimentos, e mergulhou ainda mais o povo na miséria. A população ficou sem
alimentação, sem carvão e sem transporte.
Desenvolvimento da Revolução Socialista de 1917
A Revolução Socialista de 1917 na Rússia não foi um evento isolado, mas o culminar de uma série
de acontecimentos que transformaram profundamente o país. Para entender o seu
desenvolvimento, é essencial analisar as duas fases principais que a compuseram: a Revolução de
Fevereiro e a Revolução de Outubro.
Revolução de Fevereiro de 1917
A Revolução de Fevereiro de 1917 foi um ponto de viragem na história da Rússia, marcando o fim
do regime czarista e o início de um período de transição política e social. Este movimento não foi
o resultado de uma única causa, mas de uma combinação de fatores que se acumularam ao longo
do tempo.
A insatisfação popular com o regime de Nicolau II vinha crescendo há anos. A participação da
Rússia na Primeira Guerra Mundial agravou ainda mais a situação, com pesadas derrotas militares
e uma economia em colapso. A escassez de alimentos, o racionamento e as condições de vida
precárias nas cidades aumentaram o descontentamento da população. Em Petrogrado, atual São
Petersburgo, começaram a ocorrer greves e manifestações, inicialmente lideradas por mulheres
que protestavam contra a falta de alimentação.
Este movimento ganhou rapidamente um fluxo de cidadãos, com trabalhadores e soldados
juntando-se às manifestações. O exército, que deveria reprimir os protestos, começou a se amotinar
e a apoiar os manifestantes. Este apoio das forças armadas foi crucial para o sucesso da revolução.
No dia 27 de fevereiro (12 de março no calendário actual), os manifestantes conseguiram tomar o
controle de pontos estratégicos da cidade, incluindo o Palácio Tauride, onde a Duma, o parlamento
russo, se reunia.
Perante a crescente pressão, o czar Nicolau II foi forçado a abdicar no dia 15 de março do
calendário gregoriano (actual), pondo fim a mais de três séculos de domínio da dinastia Romanov.
Com a abdicação do czar, foi formado um Governo Provisório, composto por membros da Duma
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e liderado por Georgy Lvov. Este governo tinha como objetivo estabelecer uma república
democrática e convocar eleições para uma Assembleia Constituinte.
No entanto, o novo governo enfrentou desafios significativos. A guerra continuava, e a promessa
de reformas demorava a ser cumprida. Além disso, surgiram órgãos paralelos de poder, como os
sovietes, conselhos de trabalhadores e soldados que começaram a exercer influência política. A
coexistência entre o Governo Provisório e os sovietes criou uma situação de "duplo poder", onde
ambos os órgãos disputavam a autoridade.
Revolução de Outubro de 1917
A Revolução de Outubro de 1917 foi o momento decisivo da Revolução Russa, quando os
bolcheviques tomaram o poder na Rússia, estabelecendo o primeiro governo socialista da história.
Após a queda do czarismo em Fevereiro de 1917, a Rússia ficou sob o comando de um Governo
Provisório liderado por Aleksandr Kerensky. No entanto, este governo não conseguiu resolver os
principais problemas do país, como a continuação da Primeira Guerra Mundial, a escassez de
alimentos e a falta de reformas sociais. A insatisfação popular aumentou, e os sovietes, conselhos
de trabalhadores, camponeses e soldados tornaram-se centros de poder alternativos.
Os bolcheviques, liderados por Vladimir Lénine, aproveitaram esse descontentamento. Em
Outubro de 1917 (Novembro no calendário gregoriano), organizaram uma insurreição armada em
Petersburgo. Sob a liderança de Lénine e com o apoio de Leon Trótski, o Comitê Militar
Revolucionário bolchevique tomou pontos estratégicos da cidade, incluindo o Palácio de Inverno,
sede do Governo Provisório.
A resistência foi mínima, e em poucas horas, o poder foi transferido para os bolcheviques. No dia
seguinte, iniciou-se o Segundo Congresso dos Sovietes, onde foi proclamado o novo governo, o
Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lénine. Este evento marcou o início da
construção de um Estado socialista na Rússia.
Após a tomada do poder, os bolcheviques implementaram uma série de reformas significativas. A
guerra foi encerrada com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha, retirando a
Rússia da Primeira Guerra Mundial. As terras foram nacionalizadas e redistribuídas entre os
camponeses, e as fábricas passaram a ser controladas pelos trabalhadores.
Além disso, foram adotadas políticas para garantir a igualdade de género, com o direito ao voto
para as mulheres e a separação da Igreja e do Estado. No entanto, a oposição interna e externa não
tardou a surgir, levando o país a mergulhar numa guerra civil que perduraria até 1923.
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A Guerra Civil Russa (1918–1921)
A Guerra Civil Russa foi um dos episódios mais sangrentos e decisivos da história contemporânea
da Rússia. Iniciou-se pouco tempo depois da Revolução de Outubro de 1917, quando os
bolcheviques, liderados por Lenin, tomaram o poder e puseram fim ao Governo Provisório. A partir
daí, o país mergulhou numa guerra interna que duraria cerca de três anos, envolvendo várias forças
com interesses e ideologias distintas.
De um lado encontrava-se o Exército Vermelho, composto essencialmente por bolcheviques,
revolucionários e camponeses que apoiavam a construção de um Estado socialista. Do outro lado
estava o Exército Branco, uma coligação heterogénea de monárquicos, liberais, antigos oficiais
czaristas, nacionalistas e até alguns socialistas moderados, todos unidos pela oposição ao regime
bolchevique. Para além destes, também houve a intervenção de potências estrangeiras — como o
Reino Unido, França, Estados Unidos e Japão — que receavam a expansão do comunismo e
prestaram apoio militar e logístico às forças brancas.
A guerra não se limitou a confrontos militares entre dois exércitos. A população civil sofreu
imenso, enfrentando escassez de alimentos, epidemias, deslocações forçadas e uma brutal
repressão por parte de ambos os lados. A violência política tornou-se uma constante. Os
bolcheviques implementaram o chamado Terror Vermelho, através da polícia política (a Cheka),
eliminando opositores e suspeitos de traição. Por sua vez, os brancos também praticaram
perseguições e execuções em massa nas zonas que controlavam.
No entanto, apesar do apoio internacional e de alguns avanços territoriais iniciais, os brancos
revelaram-se desorganizados e ideologicamente fragmentados. Já os bolcheviques, sob a liderança
de Trotsky na organização do Exército Vermelho, conseguiram manter a coesão e o controlo sobre
regiões estratégicas, como Moscovo e Petrogrado, além de mobilizar o apoio de muitos
camponeses, que temiam a restauração da monarquia.
Em 1921, os bolcheviques saíram vitoriosos da guerra civil. Com a vitória, consolidaram o poder
comunista em toda a Rússia e prepararam o caminho para a criação oficial da União Soviética no
ano seguinte. A guerra civil não só decidiu o futuro político da Rússia, como também marcou
profundamente a sociedade russa, deixando um rasto de destruição, trauma e desconfiança que
perduraria por décadas.
A Formação da URSS (1922)
A criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922 representou um
momento decisivo na história da Rússia e do mundo, marcando o início de um novo sistema
político, económico e social que iria durar quase sete décadas. Para compreender a formação da
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URSS, é importante analisar o contexto que a precedeu, os motivos que levaram à sua criação e as
características fundamentais desta nova entidade.
Depois da Revolução de Outubro de 1917, os bolcheviques liderados por Lenin tomaram o poder
e enfrentaram o enorme desafio de reorganizar um país devastado pela guerra, pela fome e pelo
caos político. A Guerra Civil Russa (1918-1921) agravou ainda mais estas dificuldades, mas
também serviu para fortalecer o controlo dos bolcheviques sobre o território da antiga Rússia
czarista. Com a vitória do Exército Vermelho, o regime comunista conseguiu eliminar a oposição
organizada e consolidar o poder em Moscovo.
Contudo, a Rússia já não era um país homogéneo. No território que antes constituía o Império
Russo, existiam várias regiões e povos com diferentes línguas, culturas e aspirações nacionais.
Entre eles estavam a Ucrânia, a Bielorrússia, a Geórgia, a Arménia, o Azerbaijão, o Cazaquistão,
entre outros. O desafio para os bolcheviques foi criar um Estado que pudesse integrar todas estas
repúblicas, assegurando a unidade política e, ao mesmo tempo, reconhecendo alguma autonomia
cultural e administrativa a cada uma delas.
Assim, em 30 de Dezembro de 1922, foi oficialmente criada a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, uma federação composta inicialmente por quatro repúblicas: a República Socialista
Federativa Soviética da Rússia, a República Socialista Soviética da Ucrânia, a República Socialista
Soviética da Bielorrússia e a República Socialista Federativa Soviética da Transcaucásia (que
incluía Geórgia, Arménia e Azerbaijão). Este acordo uniu as repúblicas num único Estado federal,
com um governo central forte sediado em Moscovo.
A criação da URSS não foi apenas uma questão territorial, mas também ideológica. O novo Estado
baseava-se nos princípios do marxismo-leninismo, ou seja, ideias do Karl Marx e Vladimir Lénine
defendendo a ditadura do proletariado, a propriedade estatal dos meios de produção e a construção
do socialismo como etapa para o comunismo. O poder político ficou concentrado nas mãos do
Partido Comunista, que controlava o Governo, o Exército, os meios de comunicação e a economia.
Para garantir esta união, a Constituição da URSS de 1924 estabeleceu a estrutura política e
administrativa do Estado, prevendo a existência de Conselhos dos Deputados do Povo (Sovietes)
em cada república e a sua representação no Congresso dos Sovietes da União. Apesar de existir
uma aparente autonomia regional, o poder real estava fortemente centralizado, com o Comité
Central do Partido e o Governo Soviético a decidirem as principais políticas.
A formação da URSS teve consequências importantes tanto no plano interno como internacional.
Internamente, permitiu a reconstrução do país após anos de guerra e revolução, a implementação
de reformas económicas como a Nova Política Económica (NEP) e o início da industrialização.
Internacionalmente, a URSS passou a ser vista como uma potência emergente, um símbolo da
resistência ao capitalismo e um ponto de referência para os movimentos comunistas e de libertação
nacional em todo o mundo.
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No entanto, a construção da União Soviética não foi um processo pacífico nem consensual. Muitas
das repúblicas e povos que integraram a URSS resistiram à perda de soberania e sofreram
repressões políticas e culturais. O centralismo e o autoritarismo do regime tornaram-se cada vez
mais evidentes nas décadas seguintes, sobretudo sob a liderança de Stalin.
As Consequências da Revolução Russa no Mundo
A Revolução Russa de 1917 foi, sem dúvida, um dos acontecimentos mais marcantes do século
XX, não só para a Rússia, mas para o mundo inteiro. As mudanças que ela provocou foram
profundas e sentiram-se em muitas regiões do mundo, influenciando a política, a sociedade e até a
economia durante décadas.
Para começar, a Revolução deu origem ao primeiro Estado comunista do mundo, a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que se formou oficialmente em 1922. Até então, nunca
ninguém tinha conseguido derrubar o sistema imperial e instaurar um governo baseado nas ideias
socialistas e comunistas defendidas por Karl Marx, embora estas já tivessem sido discutidas e
tentadas em pequena escala noutros países. A revolução russa mostrou que era possível fazer essa
mudança de forma radical e organizada. Isto causou uma grande onda de entusiasmo e inspiração
para muitos movimentos comunistas e socialistas no mundo inteiro, especialmente na Europa,
onde a pobreza, a desigualdade e as injustiças sociais eram muito fortes. Pessoas que sentiam que
os seus direitos eram ignorados ou que viviam numa situação difícil viram naquela revolução uma
esperança de mudança.
Mas, claro, não foram só coisas boas. A Revolução Russa também dividiu o mundo em duas
grandes forças opostas: de um lado, os países capitalistas, como os Estados Unidos e as potências
europeias, e do outro, os países comunistas liderados pela União Soviética. Essa divisão ficou
conhecida como a Guerra Fria, um período de tensão, espionagem, corrida armamentista e
conflitos indiretos que durou quase toda a segunda metade do século XX. Esta rivalidade
influenciou política internacional, causando crises que ameaçaram a paz mundial e influenciando
guerras por procuração em vários países, como a Coreia, o Vietname e até Angola.
Além disso, a Revolução Russa ajudou a derrubar antigos impérios e a mudar o mapa político de
muitas regiões. O sucesso dos bolcheviques inspirou movimentos de libertação nacional e
revoluções em países colonizados e oprimidos, especialmente na Ásia e África. A mensagem de
que o povo podia unir-se para derrubar regimes autoritários e injustos passou a ser uma força
motivadora para muitos que lutavam contra a colonização e a exploração. Muitos líderes
revolucionários do século XX, como Mao Zedong na China e Ho Chi Minh no Vietname, foram
influenciados diretamente pelas ideias e pela experiência soviética.
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No plano social, a revolução trouxe avanços importantes. Antes da revolução, a maioria das
pessoas na Rússia vivia na pobreza, com poucos direitos e sem acesso fácil à educação ou saúde.
Com o novo regime, foram feitas reformas que visavam garantir direitos básicos a todos, como
educação gratuita, acesso à saúde pública e a promoção da igualdade entre homens e mulheres. A
URSS tornou-se um exemplo para muitos países no que dizia respeito a políticas sociais, sobretudo
para aqueles que procuravam construir sociedades mais justas. Mas estes avanços vieram
acompanhados de um custo elevado: a repressão política era forte, a liberdade de expressão era
limitada e qualquer oposição ao governo era duramente combatida. Por isso, apesar de muitas
conquistas, o regime soviético foi também marcado por autoritarismo, o que levantou questões
sobre os limites do poder estatal.
Outro efeito importante da revolução foi a transformação do próprio conceito de poder e governo
no mundo. A Revolução Russa mostrou que os sistemas tradicionais, como as monarquias e os
impérios, podiam ser derrubados por revoluções populares que defendessem a justiça social. Isto
fez com que muitos governos ao redor do mundo tivessem que se adaptar para evitar o mesmo
destino, aumentando algumas reformas para melhorar a vida das pessoas, ou por vezes optando
pela repressão para manter o controlo. Foi um alerta para os poderosos de que a insatisfação
popular podia levar a grandes mudanças, mesmo que inesperadas.
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Conclusão
No entanto, ao longo deste trabalho, pudémos compreender acerca da Revolução Socialista de
1917 que foi um dos acontecimentos mais marcantes do século XX, porque transformou
completamente a política, ecocomia e sociedade russa. Através deste trabalho, vimos que as causas
dessa revolução estavam na desigualdade social, na opressão do regime czarista e nas péssimas
condições de vida enfrentadas pelos operários, camponeses e soldados.
Compreendemos também que a Revolução de Fevereiro foi um despertar para novas mudanças,
mas que só com a Revolução de Outubro, liderada pelos bolcheviques, foi possível instaurar um
governo que buscava representar os interesses das classes populares. A criação do governo
socialista trouxe transformações significativas para a Rússia, mesmo apesar das barreiras que
hoveram como a guerra civil e a oposição interna.
Por fim, compreendemos que a Revolução Russa afectou diversas regiões no mundo e influenciou
muitos movimentos sociais e políticos.
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Referrências Bibliográficas
a) Wikipédia. (2025). Revolução Russa de 1917. Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Russa_de_1917
b) Matsinhe, F. J. (2023). Revolução Socialista de Outubro na Rússia. Scribd.
https://www.scribd.com/document/640253115/revolucao-socialista-de-outubro-na-Russia
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