TEMA: Purificados para Tocar os Mortos
TEXTOS BASE: Lucas 10:25–37/ Números 19.1-7
Introdução aos Evangelhos
Os quatro evangelhos compõem o coração da revelação cristã. Três deles — Mateus,
Marcos e Lucas — são conhecidos como “evangelhos sinóticos”, por apresentarem
uma estrutura e conteúdo semelhantes, embora sob perspectivas particulares.
O quarto, o evangelho segundo João, se distingue pela profundidade teológica e estilo
singular, mas junto com os demais, formam um só Evangelho — o Evangelho de Jesus
Cristo.
Pode-se dizer que os quatro evangelhos são como os quatro muros da Nova Jerusalém,
que o apóstolo João viu em sua visão (Apocalipse 21). Cada muro, com suas três
portas, se volta para um ponto cardeal distinto. Assim também os evangelhos se
voltam para públicos e ênfases diferentes, trazendo aspectos diversos do mesmo
Cristo — cada um com sua inscrição própria, sua direção, seu estilo.
Contudo, assim como os muros cercam uma só cidade, os evangelhos testificam um só
Senhor. E é por meio deste Cristo, revelado em quatro testemunhos, que temos acesso
à cidade eterna de Deus. Eles não competem entre si, mas se completam, revelando a
plenitude do Salvador. Quem entra por essas portas, encontra o caminho, a verdade e
a vida que nos conduzem à habitação eterna do Pai.
Os quatro evangelhos dentro de sua missão de revelar cristo por meio de seus
mandatários, envia a seus destinatários uma mensagem única, profunda e uniforme
que expressa o amor de Deus em envia seu unigênito.
Mateus ao escrever o evangelho ele tem como destinatário os Judeus e
apresentando Cristo como Rei, o leão da tribo de Judá o messias prometido .
Marcos ao escrever o evangelho tem como destinatário os romanos e apresenta
Cristo como evangelho do Servo sofredor tendo como figura uma Novilha (Boi) animal
de trabalho e sacrifício; Jesus veio para ser servir e não ser servido (Marcos 10:45),
Jesus afirma: “Porque o Filho do homem veio para servir e dar a sua vida em resgate
por muitos.”
Lucas ao escrever o evangelho tem como destinatário os gregos e o mundo
helenista tendo como figura o Homem Perfeito (símbolo do rosto de homem) Lucas
revela Cristo de uma maneira ímpar, foca na humanidade daquele que é divino, Lucas
é o único a revelar detalhes e parábolas que não é encontrada em nenhum dos outros
evangelhos.
João ao escrever o evangelho tem como destinatário A igreja universal composta por
Judeus e Gentios convertidos em Cristo tendo como figura uma águia que representa
uma visão alta e espiritual, celestial que comtempla os mistérios dos céus e se revela
ao homem como o verbo encarnado.
Os quatros evangelho juntos conta a mais bela história.
• Em Mateus está dizendo; Ele é Rei
• Mas Marcos afirma; mas veio para servir e se sacrificar
• E João declara; O verbo se fez carne e habitou em nosso meio, João trata da
divindade daquele que se fez carne.
• E Lucas confirma a humanidade daquele que é divino, o rei que recebeu uma
coroa de espinhos, que deixou o seu trono se esvaziando de si e se tornado
homem e se entregou si mesmo como cordeiro imaculado.
Filipenses 2: 5. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus, o qual, tendo plenamente a natureza de Deus, não reivindicou o ser igual a
Deus, mas, pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo plenamente a forma de
servo e tornando-se semelhante aos seres humanos. Assim, na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, entregando-se à obediência até a morte, e morte de cruz.
Entrando no contexto do texto:
O capitulo 10 de Lucas nos revela três cenas que ilustram o ministério triplo de todo
cristão. No inicia do capitulo cristo destina 72 discípulos para uma missão. Jesus os
envia para cidades e vilarejos que ele planejava visitar, como precursores,
preparando o caminho para a chegada do Reino de Deus. Em primeiro lugar, somos
embaixadores do Senhor, enviados para representá-lo neste mundo (Lc 10:1-24). Com
poder e autoridade para cura os enfermos e expulsar demônios em seu nome, mas
nossa maior alegria é o nosso nome escrito no livro da vida.
Também somos ensinados por cristo em demonstrar amor e misericórdia para com
nosso próximo (Lc 10:25-37). Que será mais explorado nesta mensagem como tema
central.
No nos versículos 38-42 Jesus justamente com seus discípulos chagam ao povoado
uma certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria sua irmã, ficou
sentada aos pês do Senhor, ouvindo o que Ele ensinava enquanto Marta estava
inquieta, ocupada com seus muitos afazeres inquiriu que Jesus pedisse para que
pedisse a Maria para ajudá-la, mas jesus nega pois Maria escolheu a melhor parte. No
entanto esse e o cerne de nosso ministério é a devoção a Cristo, de modo que
devemos ser adoradores e dedicar tempo a ouvir sua Palavra e a ter comunhão com
ele (Lc 10:38-42). O que texto está dizendo:
1. Distrações podem nos afastar da presença de Deus
Marta não estava fazendo algo errado — ela estava servindo, o que é bom. Mas Jesus
mostra que o coração inquieto e ansioso pode até nos fazer perder o essencial: a
presença do próprio Cristo.
2. Deus prioriza comunhão antes de desempenho
No Reino de Deus, não se mede valor por produtividade, mas por proximidade com
Jesus. Maria é elogiada não por fazer muito, mas por escolher o melhor lugar: ouvir o
Mestre.
3. A devoção precede o serviço
Servir sem ouvir pode levar ao ativismo vazio. Ouvir sem servir pode se tornar
passividade. Mas o ouvir vem antes — e fundamenta o servir.
“Ouvir sem servir pode se tornar passividade.”
Essa frase aponta para um desequilíbrio espiritual: pessoas que amam ouvir a Palavra, gostam da
presença de Deus, mas não colocam isso em prática. Elas se alimentam, mas não se movem. Acabam
estagnadas, espiritualmente “cheias”, mas improdutivas.
Exemplo prático (cotidiano):
É como alguém que assiste aula de direção, lê o manual do carro, decora todas as leis de transito –
mas nunca dirige. Essa pessoa pode até saber muito, mas não tem experiência nunhuma na pratica.
Assim tambem é na vida com Deus: quem so ouve é não pratica, não amadurece. Fica parado
acomodado
Aplicação espiritual:
Tem gente que ama estar na igreja, ouvir pregações, sentir a presença de Deus — mas nunca serve,
nunca ajuda ninguém, nunca põe a mão na massa. Com o tempo, isso que era para fortalecer, vira
acomodação. A pessoa se acostuma a só receber. Isso é perigoso, porque podemos achar que
estamos crescendo, quando na verdade estamos parados.
“Ouvir a Palavra sem praticá-la pode nos deixar confortáveis demais. A gente até se emociona,
se enche, mas sem ação, essa fé vai esfriando. Quem só ouve e não serve, corre o risco de se
tornar um espectador no Reino — e não um participante.”
Maria esclheu a melhor parte: sentou se aos pés de jesus para ouvir. Isto é essencial. Mas o
que ouvimos deve nos leva a pratica. O aquilibrio entre Maria e Marta é o ideal: Ouvir com
profundidade, e servir com proposito.
“Só ouvir sem se mover, nos torna passivo. Só servir sem ouvir, nos esgota”
APLICAÇÃO PARA HOJE
Na vida pessoal:
Vivemos em um mundo hiperconectado, cheio de vozes, tarefas e distrações. Podemos
estar como Marta — fazendo muito, até mesmo coisas boas — e ainda assim longe de
Jesus.
Aplicação: Aprenda a priorizar tempo aos pés de Jesus, mesmo que isso signifique dizer
“não” a outras tarefas.
Na vida cristã e ministerial:
Muitas pessoas, inclusive líderes, estão esgotadas tentando “servir a Deus”, mas
negligenciam o lugar secreto, o momento de escuta.
O ministério mais poderoso nasce da intimidade. Sem isso, o serviço vira peso.
Em nossa cultura:
Hoje, o valor é medido por performance. Jesus nos mostra que, no Reino, o mais
valioso é a intimidade com Ele.
FRASE-CHAVE:
“Antes de servir com as mãos, sente-se com o coração aos pés de Jesus.”
Quer estejamos na Seara, quer na Estrada, quer em Casa, nosso maior privilégio e
alegria é fazer a vontade de Deus.
Em Síntese:
• Na seara: Servimos a Deus com nossas mãos (ação pública).
• Na estrada: Servimos ao próximo com nosso coração (ação relacional).
• Em casa: Servimos ao Senhor com nossos ouvidos e alma (ação
espiritual).
A vida cristã madura equilibra missão, compaixão e adoração.
Não basta estar na seara, se ignoramos o caído na estrada ou se negligenciamos o
tempo aos pés do Senhor.
Essas histórias mostram o coração compassivo de Deus por aqueles que a religião
despreza — exatamente o ponto da parábola.
1. Contexto de Números 19
O capítulo 19. Trata das leis da purificação, especialmente com relação ao contato com
os mortos. O principal tema é a “água da separação” (ou “água da purificação”), feita
com as cinzas da novilha vermelha sem defeito, que era sacrificada fora do arraial.
Essa água era usada para purificar aqueles que se tornavam ritualmente impuros ao
tocarem cadáveres. Deus instrui Moisés e Arão a seguirem esse ritual como parte da
Lei de santidade e separação para o povo de Israel.
2. Expressão “estatuto perpétuo” “Este é o estatuto da Torá” ou “Este é o decreto da
lei”
O significado de “chukat” (estatuto)
Chukat não é apenas uma “lei” comum. Dentro da tradição judaica, há diferentes tipos
de mandamentos:
• Mishpatim ( – )משפטיםleis racionais e éticas (ex: não matar)
• Edot ( – )עדותtestemunhos ou cerimônias (ex: Páscoa)
• Chukim ( – )חוקיםestatutos ou decretos “não explicáveis” racionalmente
Chukat se refere a uma ordem divina que não depende da lógica humana, apenas da
obediência.
Números 19 introduz a pará de adumá – a ordenança da novilha vermelha –, uma das
leis mais enigmáticas da Torá. Era usada para purificar pessoas contaminadas pela
morte.
Esse “estatuto da lei” está envolvido em paradoxo:
• O sacerdote que faz a purificação fica impuro.
• O impuro é purificado.
Por isso, o texto já começa com: “Este é o chukat da Torá”, ou seja:
“Esta é uma lei que ultrapassa o entendimento humano — aceite, pois vem de Deus.”
4. Aplicação e visão pentecostal
Na perspectiva pentecostal, este estatuto aponta para realidades espirituais mais
profundas, reveladas plenamente em Cristo:
• A novilha vermelha prefigura o sacrifício de Jesus, que se fez “impuro”
por nós (2Co 5:21), para nos purificar do pecado.
• O “estatuto da lei” mostra que nem tudo que Deus ordena será
entendido de imediato, mas há bênção na obediência.
“Deus não nos chamou para entender tudo, mas para confiar. Há estatutos espirituais
que só se discernem com fé. A novilha vermelha aponta para o sangue que purifica até
hoje!”
No entanto, no contexto da teologia cristã, muitos desses estatutos cerimoniais (como
o da novilha vermelha) são vistos como sombras ou símbolos que apontavam para
Cristo e que foram cumpridos na nova aliança, embora tenham sido dados como
“perpétuos” no Antigo Testamento.
1. O que era a novilha vermelha?
Em Números 19, Deus ordena que se tome uma novilha (vaca jovem) vermelha:
• Sem defeito, sem mancha
• Que nunca tenha levado jugo
• Sacrificada fora do arraial
• Suas cinzas misturadas com água eram usadas para purificar os
impuros, especialmente quem tocasse em um morto.
Essa prática é chamada de “estatuto perpétuo” — ou seja, deveria continuar enquanto
a antiga aliança estivesse em vigor.
2. O simbolismo espiritual e profético: Cristo
Cada elemento aponta para Jesus como o cumprimento perfeito dessa purificação
ritual:
Elemento Significado em cristo
Novilha sem defeito Jesus era sem pecado (Hebreus 4.15)
Nunca levou jugo Jesus veio livre de qualquer escravidão ou culpa
do pecado
Vermelha Simboliza o sangue, a humanidade e o sacrifício
Sacrificada fora do arraial Jesus foi crucificado fora de Jerusalém (Hebreus
13.11-12)
Cinzas com água purificadora A água representa o Espirito Santo e a palavra,
e a cinzas, o sacrifício consumado de cristo
Purificava da impureza da Jesus purifica da morte espiritual e do pecado
morte (1 João 1.7)
“Estatuto perpétuo” e a Nova Aliança
No Antigo Testamento, um estatuto perpétuo era uma ordenança de longa duração,
mas não eterna em si mesma fora de Cristo. Era perpétua dentro da aliança mosaica.
Mas Cristo cumpre e encerra esses rituais com um sacrifício superior e eterno:
Hebreus 9:13-14
“Porque, se o sangue de bodes e de touros, e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre
os contaminados, os santificam quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue
de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,
purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?”
A novilha vermelha era uma figura profética de Jesus. Ela apontava para a purificação
verdadeira e definitiva que viria com Ele. O “estatuto perpétuo” não foi anulado, mas
cumprido plenamente em Cristo, que trouxe uma nova aliança eterna (Hebreus 8:6-
13).
Quando Jesus é confrontado com por um mestre lei a respeito à herda o reino dos
céus ele conta uma parábola do bom samaritano, Jesus está se referindo o simbolismo
desse ritual porque o sacerdote não queria tocar no morto. (INFERENCIA)
(INFERENCIA) há uma conexão simbólica muito rica entre a parábola do bom
samaritano e o ritual da novilha vermelha, ainda que Jesus não mencione
diretamente o texto de Números 19.
1. A Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37)
Um mestre da Lei pergunta a Jesus:
“Que farei para herdar a vida eterna?”
Jesus devolve a pergunta:
“O que está escrito na Lei? Como lês?”
O homem responde com o mandamento do amor (amar a Deus de todo teu coração, e
de toda tua alma, e de todo teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo)
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a
si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
E então Jesus conta a parábola:
E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas
mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-
o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de
largo.
E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de
largo.
Mas certo samaritano, viajando, veio até ele e, vendo-o, foi movido de íntima
compaixão;
E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre
o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe:
Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da
mesma maneira.
3. Jesus como o “Samaritano maior”
Cristo se apresenta, simbolicamente, como o verdadeiro “bom samaritano”:
• Ele não se afasta da nossa condição de mortos espirituais (Efésios 2:1).
• Ele não teme a impureza, pois veio justamente para nos purificar.
• Ele cura nossas feridas e paga o preço do cuidado.
Isaías 53: 4. Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si; e nós o considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. 5. Mas
ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das
nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas
fomos sarados
E veja que lindo:
Assim como o samaritano toca no homem sem medo da impureza, Jesus toca o
pecador sem medo de se “contaminar”, porque é Ele quem traz a purificação
verdadeira — como a novilha vermelha apontava.
Há uma ligação profunda entre o sacerdote que evita o homem ferido e a Lei de
Números 19. Mas Jesus mostra que, na nova aliança, o verdadeiro cumprimento da
Lei é o amor. Ele supera a letra fria do ritual com graça, compaixão e sacrifício.
2. Ligação com Números 19
Segundo Números 19, tocar em um cadáver tornava a pessoa ritualmente impura. O
sacerdote e o levita provavelmente evitam contato por medo de ficarem impuros e
não poderem cumprir suas funções no templo.
Ou seja:
• A Lei ritual (como a da novilha vermelha) dizia que o contato com a
morte traz impureza.
• Mas Jesus está ensinando que o amor ao próximo está acima do
ritualismo.
A parábola critica a religiosidade sem compaixão, onde a pureza externa importa mais
do que a misericórdia real.
O texto de números 19 contém três características marcantes, pois é ambíguo,
emblemático e complexo.
a expressão “ambíguo”, “emblemático” ou “complexo” pode ser apropriadamente
aplicada ao texto de Números 19, dependendo do enfoque teológico, simbólico ou
interpretativo que você quiser destacar. Vamos entender como:
1. Em que sentido Números 19 é complexo?
(do ponto de vista exegético e ritualístico)
• Ritual detalhado e fora do comum: A queima da novilha vermelha fora
do arraial, o uso de madeira de cedro, hissopo, pano carmesim e as cinzas misturadas
com água trazem uma estrutura ritual rara, rica e profundamente simbólica.
• Tensão entre pureza e impureza: O paradoxo é que o mesmo ritual que
purifica quem está impuro, torna impuro quem realiza o processo (ex: o sacerdote
queima a novilha e fica impuro até a tarde — Nm 19:7).
• Isso faz dele um texto teologicamente complexo: ele mostra que a
purificação requer contato com a impureza, algo que aponta para o sacrifício de Cristo.
2. Em que sentido é emblemático?
(do ponto de vista simbólico e cristocêntrico)
• É um dos textos mais emblemáticos da tipologia de Cristo no Antigo
Testamento.
• Representa o sacrifício fora do arraial, a pureza absoluta, e o uso das
cinzas do sacrifício passado como meio de purificação contínua.
• Em Hebreus 9, o autor destaca esse ritual como uma sombra poderosa
do sacrifício de Jesus, tornando-o emblemático na transição da Lei para a graça.
3. Em que sentido pode ser considerado ambíguo?
(do ponto de vista interpretativo e prático)
• Pode parecer ambíguo para leitores modernos ou não iniciados na
teologia bíblica:
• Por que um ritual físico com cinzas seria necessário para a purificação?
• Como um rito que causa impureza a quem o realiza pode ser, ao mesmo
tempo, meio de purificação para outros?
• Há uma tensão entre o literal e o simbólico que pode gerar ambiguidade
se lido fora do contexto espiritual.
Conclusão
Resumo da expressão complexo, emblemático e ambíguo.
III. Complexidade, Emblematicidade e Ambiguidade de Números 19
Complexidade:
• Ritual exige precisão detalhada;
• Mistura elementos aparentemente contraditórios: quem purifica se
torna impuro;
• Mostra a tensão entre sacrifício, pureza e impureza.
Emblemático:
• É uma das figuras mais fortes de Cristo no Antigo Testamento:
• Sem defeito → Jesus sem pecado.
• Fora do arraial → Jesus crucificado fora da cidade (Hb 13:12).
• Cinzas que purificam → sacrifício consumado de Cristo.
• Em Hebreus 9, é tratado como sombra do sacrifício verdadeiro.
Ambíguo (para o leitor moderno):
• Difícil de entender fora do contexto teológico;
• Ritual físico parece contradizer a lógica da fé no Novo Testamento;
• Requer olhar espiritual e revelação para captar o que simboliza.
2. SIMBOLISMO DO RITUAL E DO TOCAR NA MORTE
O que simboliza tocar algo morto?
No contexto da Lei:
• Tocar em um morto ou algo contaminado trazia impureza ritual.
• Isso significava distanciamento temporário de Deus, pois a morte era
oposta à santidade e vida de Deus.
No contexto da Graça, o que é “tocar a morte”?
• Envolver-se com o pecado, corrupção, vícios, incredulidade.
• Viver em meio a estruturas mortas: religião sem vida, julgamentos sem
amor, fé sem ação.
Mas os purificados por Cristo são enviados com Poder e autoridade Lucas 10:9
Curai os enfermos e Lucas 10:19 Eis que vos dou poder para pisar serpentes e
escorpiões, e toda força do inimigo, e nada vos fará dano algum.
• Ter contato com pessoas “mortas espiritualmente” pode parecer “arriscado”
aos olhos religiosos, mas é justamente aí que o amor de Cristo nos chama a agir.
Cristo nos purifica, e nos envia aos “mortos” para levar vida.
3. JESUS: A NOVILHA VERMELHA E O SAMARITANO PERFEITO
• Como a novilha vermelha, Jesus foi sem pecado, sacrificado fora da
cidade, e é o meio de purificação definitiva.
• Como o bom samaritano, Jesus não evita a dor humana, mas desce até
ela, se compadece, toca e cura.
A religião pode evitar o impuro.
Jesus toca o impuro para purificar.
O cristão é chamado a fazer o mesmo: tocar o perdido para salvar.
4. HERMENÊUTICA DETALHADA DA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO (Lucas 10:25–
Contexto imediato:
Um mestre da Lei pergunta:
“Que farei para herdar a vida eterna?”
Jesus responde com uma pergunta:
“O que está escrito na Lei?” “Como lês.”
O homem responde com Deuteronômio 6:5 e Levítico 19:18 — o mandamento do
amor. Então Jesus conta a parábola para revelar quem é o próximo e como se ama de
verdade.
Conexão com Números 19:
• O sacerdote e o levita evitam contato possivelmente por medo de
impureza ritual, como exigido em Números 19.
• Jesus quebra esse paradigma, mostrando que o amor ao próximo está
acima do ritual.
• O Samaritano representa alguém fora do sistema religioso, mas que
cumpre a essência da Lei: a misericórdia.
Espinha dorsal da mensagem:
Existe pelo menos oito mensagens profundas nesta parábola, citarei todos
mas darei uma ênfase maior aos dois denários.
Elemento Significado Profundo
Homem ferido: Humanidade caída, sem forças, à beira da morte
Sacerdote e Levita: Representam a religiosidade sem compaixão; a preocupação com a
pureza externa
Samaritano: Representa o Cristo rejeitado que ama de verdade
A estrada: Lugar entre Jerusalém (religião) e Jericó (queda), onde a alma está
vulnerável
O óleo e vinho: Símbolo do Espirito Santo e da Graça redentora
A estalagem: A igreja, que acolhe e cuida até o retorno de Cristo
Dois denários: O custo da redenção e manutenção da alma
A promessa de voltar: A segunda vinda de Cristo e o acerto final
Mas quero termina esta mensagem falando um pouco dos dois denários
A. O custo da redenção
• Cristo pagou um preço (1 Coríntios 6:20 — “fostes comprados por bom
preço”).
• Os dois denários representam o compromisso financeiro do samaritano,
assim como Jesus “pagou o preço” com sua vida.
B. O sustento para a jornada da alma
• Representam também a provisão espiritual temporária, enquanto Jesus
não volta.
• Isso pode simbolizar:
• A Palavra e o Espírito Santo como sustento
• Os dons e ministérios da igreja que cuidam dos salvos enquanto
aguardamos o retorno de Cristo
C. Cuidado presente + promessa futura
• Os dois denários são para agora; a promessa é de um ajuste posterior.
• Cristo nos deu recursos espirituais agora e nos prometeu justiça plena e
recompensa futura (Apocalipse 22:12).
Quando meditava sobre esta parábola o Espirito Santo por meio de sua graça me
presenteou dentro do que chamamos de processo de iluminação do texto uma
mensagem que se revela de uma forma muito profunda sobre os Dois denário.
Quando o bom samaritano, que aqui simboliza Cristo paga dois Denário na hospedaria
que prefigura seu sacrifício na cruz e posteriormente a Igreja ele está dizendo para
igreja que tudo quanto os que tem sede e fome, alimentei vos. Pois o primeiro denário
representa o cumprimento da Lei.
Pois Cristo pagou com alto preço a nossa liberdade. O segundo denário representa a o
inicio e graça, e tudo quanto seus filhos que está sobre os cuidados da igreja precisar
dei, pois ele vai acerta na sua volta. A missão da igreja entre a primeira e a segunda
vinda de Cristo.
O QUE PODEM SIMBOLIZAR OS DOIS DENÁRIOS?
A. O custo da redenção
• Cristo pagou um preço (1 Coríntios 6:20 — “fostes comprados por bom
preço”).
• Os dois denários representam o compromisso financeiro do samaritano,
assim como Jesus “pagou o preço” com sua vida.
B. O sustento para a jornada da alma
• Representam também a provisão espiritual temporária, enquanto Jesus
não volta.
• Isso pode simbolizar:
• A Palavra e o Espírito Santo como sustento
• Os dons e ministérios da igreja que cuidam dos salvos enquanto
aguardamos o retorno de Cristo
C. Cuidado presente + promessa futura
• Os dois denários são para agora; a promessa é de um ajuste posterior.
• Cristo nos deu recursos espirituais agora e nos prometeu justiça plena e
recompensa futura (Apocalipse 22:12).