Fisiologia Reprodutora Feminina
As gônadas femininas são os ovários, que junto com o
útero e as tubas uterinas constituem o trato reprodutivo
feminino. Os ovários, análogos aos testículos nos homens,
têm duas funções: ovogênese e secreção de hormônios
esteroides sexuais femininos, progesterona e estrogênio.
Cada ovário adulto está preso ao útero por ligamentos, e
cursando por esses ligamentos estão artérias ovarianas,
veias, vasos linfáticos e nervos.
Os hormônios esteroides ovarianos têm ambas as funções
parácrina (agem para dar sustentação ao
desenvolvimento do óvulo) e endócrina (atuam sobre
diversos tecidos-alvo, incluindo útero, mamas e ossos).
A unidade funcional dos ovários é o folículo ovariano
único, que compreende uma célula germinativa,
circundada por células endócrinas. Quando
completamente desenvolvido, o folículo ovariano
apresenta diversos papéis críticos: ele fornece nutrientes
para o desenvolvimento do ovócito; libera o ovócito no
momento apropriado (ovulação); prepara a vagina e a
tuba uterina para auxiliar a fertilização do óvulo pelo
espermatozoide; prepara o revestimento interno do Síntese e Secreção de Estrogênio e de
útero para a implantação do ovo fertilizado e, no evento Progesterona
da fertilização, mantém a produção de hormônios Os hormônios esteroides ovarianos, progesterona e 17β-
esteroides para o feto até a placenta assumir esse papel. estradiol, são sintetizados pelos folículos ovarianos pelas
funções combinadas das células da granulosa e das
Ovogênese células da teca. O córtex suprarrenal produz todos os
Durante o desenvolvimento ovariano, as células intermediários da via até o nível da androstenediona,
germinativas primordiais produzem as ovogônias, por mas, como não possui a enzima 17β-hidroxisteroide
divisão mitótica, até a idade gestacional de 20 a 24 desidrogenase, não há produção de testosterona. Os
semanas, alcançando 7 milhões. No início, da 8ª a 9ª testículos, tendo atividade da 17β-hidroxisteroide
semana gestacional, algumas dessas ovogônias entram na desidrogenase, produzem testosterona como o principal
prófase da meiose e tornam-se ovócitos primários. O produto hormonal. Nos ovários, todos os passos da via de
processo meiótico continua até cerca de 6 meses após o biossíntese estão presentes, incluindo a aromatase, que
nascimento, ponto no qual todas as ovogônias passaram converte testosterona a 17β-estradiol, o principal
a ser ovócitos. Os ovócitos permanecem no estado de estrógeno ovariano.
prófase suspensa, a primeira divisão meiótica não será
completada até a ovulação ocorrer muitos anos mais
tarde. Simultaneamente, ocorre atresia da maioria dos
ovócitos. Ao nascimento, somente 2 milhões de ovócitos
sobrevivem; na puberdade, só restam 400.000 ovócitos;
na menopausa (que marca o fim do período reprodutivo)
poucos, se algum, ovócitos ainda existem. Enquanto os
homens continuamente produzem espermatogônias e
espermatócitos, as mulheres não produzem novas
ovogônias e funcionam com o número de ovócitos em
declínio constante.
Retroalimentação Negativa e Positiva
Na fase folicular do ciclo menstrual, o FSH e o LH
estimulam a síntese e secreção de estradiol pelas células
foliculares. Uma das ações do estradiol é a
retroalimentação negativa nas células da adeno-hipófise
para inibir a futura secreção de FSH e LH. Assim, a fase
folicular é dominada pela retroalimentação negativa
exercida pelo estradiol.
No meio do ciclo, os padrões secretórios mudam. Os
níveis de estradiol aumentam rapidamente, como
resultado da proliferação das células e estimulação da
síntese de estradiol que ocorreram durante a fase
folicular. Quando um nível crítico de estradiol é
alcançado (de no mínimo 200 picogramas por mililitros de
GnRH plasma), o estradiol exerce efeito de retroalimentação
O GnRH é diretamente liberado em altas concentrações,
positiva, por aumentar os receptores de GnRH nas
na adenohipófise, onde causa estímulo pulsátil sobre a
células da adenohipófise, levando, assim, à secreção
secreção de FSH e LH. Então, FSH e LH agem nos ovários
posterior de FSH e LH. Essa explosão de secreção
para estimular o desenvolvimento folicular e a ovulação,
hormonal, pela adenohipófise, chamada de surgimento
bem como a produção e a liberação de hormônios
do pico ovulatório de FSH e LH, dispara então a ovulação
esteroides sexuais femininos.
do ovócito maduro.
FSH e LH Na fase lútea do ciclo menstrual, o principal hormônio
A cada 28 dias, a sequência do desenvolvimento folicular,
secretado pelos ovários é a progesterona. Uma das ações
ovulação, formação e degeneração do corpo lúteo se
da progesterona é a retroalimentação negativa da
repetem durante o ciclo menstrual. Os primeiros 14 dias
adenohipófise, para inibir a secreção de FSH e LH. Assim,
do ciclo menstrual envolvem o desenvolvimento folicular
a fase lútea é dominada pela retroalimentação negativa
e formam a fase folicular. Os últimos 14 dias do ciclo
exercida pela progesterona.
menstrual são dominados pelo corpo lúteo, formando a
fase lútea. No meio deste ciclo, entre as fases folicular e A inibina é produzida por células granulosas do ovário.
lútea, ocorre a ovulação. Como nos testículos, inibe a secreção de FSH da
adenohipófise. Activina é também produzida pelas células
• FSH: As células da granulosa são as únicas
granulosas do ovário e estimula a secreção de FSH.
células dos ovários com receptores de FSH. As
ações iniciais do FSH envolvem o estímulo do
crescimento das células da granulosa, em
folículos primários, e estímulo à produção de
estradiol. Essa produção local de estradiol,
então, sustenta o efeito trófico do FSH sobre as
células da granulosa. Assim, os dois efeitos do
FSH, sobre a granulosa, são mutuamente
reforçados: mais células, mais estradiol, mais
células.
• LH: A ovulação é iniciada pelo LH.
Imediatamente antes da ovulação, a
concentração circulante de LH aumenta
rapidamente e induz a ruptura do folículo
dominante, com liberação do ovócito. O LH
também estimula a formação do corpo lúteo,
processo denominado luteinização, e mantém a
produção de hormônios esteroides pelo corpo
lúteo durante a fase lútea do ciclo menstrual.
Ciclo menstrual Crescimento folicular
O ciclo menstrual normal varia de 21 a 35 dias, com média Ao nascimento, os ovários contêm aproximadamente 1
de 28 dias. O número de dias da primeira fase do ciclo milhão de folículos primordiais. Na menarca, o início da
menstrual (proliferativa ou folicular) pode variar, vida reprodutiva, eles são em torno de 500 mil e, destes,
entretanto, a segunda fase (lútea ou secretora) tem apenas 400 mil chegarão até a ovulação. O restante
normalmente 14 dias. entrará em atresia, fenômeno recentemente
denominado “apoptose” ou morte celular programada.
Eixo hipotálamo-hipófise-gônada Os folículos primordiais têm apenas uma camada de
O hipotálamo é uma estrutura neural situada na base do
células da granulosa e estão em repouso. Iniciado o
crânio, acima do quiasma óptico e abaixo do terceiro
crescimento folicular, chegam a folículo primário (0,1
ventrículo. Não existe comunicação neuronal direta entre
mm), pré-antral (0,2 mm) e antral inicial (2 mm), sendo
a hipófise anterior e o hipotálamo. Os neuro-hormônios
esse crescimento independente das gonadotrofinas.
produzidos nos núcleos hipotalâmicos alcançam a
hipófise anterior pela circulação porta-hipofisária. A O estímulo com gonadotrofinas é o pré-requisito para o
circulação sanguínea se faz no sentido sistema nervoso desenvolvimento dos folículos pré-antrais iniciais até os
central (SNC)-hipófise. Também existe um fluxo folículos pré-ovulatórios. Os últimos 15 dias do
retrógrado, pelo qual os hormônios da hipófise chegam crescimento folicular dependem do aumento cíclico de
ao hipotálamo, oportunizando um retrocontrole. A FSH. Nessa fase, o número de células da granulosa
secção da haste hipofisária, interrompendo a circulação aumenta muito, de ± 375 mil células nos folículos
porta-hipofisária, provoca atrofia das gônadas, além de recrutados em fase antral inicial, com aproximadamente
diminuição da função tireoidiana e adrenal. Os neuro- 2 mm de diâmetro, até 47 milhões de células em folículos
hormônios secretados pelo hipotálamo são fatores pré-ovulatórios, com 16 mm de diâmetro. Ao final da fase
liberadores de hormônios hipofisários, entretanto, a lútea do ciclo anterior, um aumento do FSH é observado
dopamina tem efeito inibidor sobre a secreção hipofisária durante os primeiros dias da fase folicular. Esse é o sinal
de prolactina (PRL). para que os folículos que se encontram em um pool capaz
de responder ao estímulo do FSH iniciem o crescimento
O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) é um
mais acelerado. São recrutados 15 ou mais folículos
decapeptídeo produzido por neurônios do núcleo
antrais a cada ciclo. O aumento plasmático do FSH é
arqueado do hipotálamo, e é o responsável pela secreção
concomitante à diminuição da progesterona, do estradiol
hipofisária de hormônio luteinizante (LH) e hormônio
e da inibina A. Com a queda do estradiol e da inibina A, o
folículo estimulante (FSH). Durante o ciclo menstrual,
retrocontrole negativo sobre o FSH é liberado, permitindo
para exercer sua ação moduladora sobre a hipófise, esse
o recrutamento folicular.
neuro-hormônio é secretado de forma pulsátil.
folicular) e luteiniza as células da granulosa,
promovendo a síntese de progesterona.
Se a fertilização do ovócito e/ou a implantação não
ocorre, o corpo lúteo entra em remissão. Quando ocorre
gestação, a gonadotrofina coriônica humana (hCG),
produzida pelo trofoblasto, evita a regressão lútea e
mantém a esteroidogênese ovariana até a
esteroidogênese placentária estabelecer-se plenamente.
O controle ovariano da secreção de gonadotrofinas
Teoria das duas células-duas gonadotrofinas
O estradiol e a inibina A e B são os principais hormônios
Em pequenos folículos antrais humanos, os receptores de
ovarianos reguladores da secreção de gonadotrofinas. O
LH estão presentes apenas na célula da teca, e os de FSH,
estradiol exerce feedback negativo sobre a hipófise
nas células da granulosa. As células da teca, sob estímulo
durante quase todo o ciclo.
do LH, sintetizam androstenediona e testosterona, e as
da granulosa convertem os androgênios em estradiol e O FSH estimula a secreção de inibina B pelas células da
estrona, mediante atividade da enzima aromatase – granulosa, enquanto a inibina A é secretada pelo corpo
dependente de FSH. À medida que o folículo se lúteo, sob controle de LH.
desenvolve, as células da teca expressam genes para a
síntese de mais receptores de LH, visando à síntese de A concentração da inibina A, secretada pelas células da
androgênios. As células da granulosa, com o crescimento granulosa luteinizadas, diminui paralelamente ao
e a proliferação, aumentam os receptores de FSH e a estradiol e à progesterona, mantendo-se baixa na fase
expressão da enzima aromatase (P450 arom), folicular. Juntamente com o estradiol, a inibina A controla
aumentando o nível estrogênico na circulação e no a secreção de FSH na fase de transição luteofolicular.
líquido folicular. O ciclo ovulatório é acompanhado por alterações
As células da teca do folículo pré-ovulatório (dominante) endometriais visando à implantação de um embrião.
são bem vascularizadas; as células da granulosa Quando não acontece a gestação, o corpo lúteo regride e,
expressam receptores tanto de FSH como de LH e paralelamente, ocorre a descamação endometrial
produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, (menstruação). Alterações morfológicas do endométrio
atingindo um platô aproximadamente 24 a 36 horas antes espelham a atividade do estradiol e da progesterona. Na
da ovulação. Os altos níveis de estradiol secretados pelo fase proliferativa, existe, morfologicamente, intensa
folículo dominante desencadeiam o pico de LH (feedback atividade mitótica nas glândulas e no estroma
positivo do estradiol sobre as gonadotrofinas). O pico de endometrial. O endométrio, que no início da fase folicular
LH faz o ovócito reassumir a meiose, estimula a síntese tem aproximadamente 2 mm de espessura, atinge 10 mm
de prostaglandinas (importantes no processo de ruptura no período pré-ovulatório. Na fase lútea, as alterações
predominantes são secreção glandular e edema do
estroma. Não ocorrendo a gestação, o endométrio pré- testosterona não precisa ser convertida em di-
menstrual apresenta infiltração leucocitária e reação hidrotestosterona. Ao mesmo tempo, o
decidual do estroma. hormônio antimülleriano, produzido pelas
células de Sertoli, causa atrofia do segundo
Diferenciação sexual conjunto de ductos, os ductos müllerianos (os
O sexo genético XX ou XY é determinado desde o ductos de Müller teriam originado o trato genital
momento da fecundação do oócito haploide, portador de feminino, caso não tivessem sido suprimidos pelo
um cromossomo X, por um espermatozoide portador de hormônio antimülleriano). Os órgãos genitais
um cromossomo X ou Y. Esse sexo genético condiciona a externos masculinos, o pênis e o escroto, se
orientação do sexo gonadal, ou seja, a formação de um diferenciam entre a 9ª e a 10ª semana
testículo, quando o sexo genético é XY, ou de um ovário, gestacional, e o desenvolvimento da genitália
quando é XX. externa masculina é dependente da conversão
de testosterona a di-hidrotestosterona e da
presença de receptores de androgênios, nos
tecidos-alvo.
• Fenótipo feminino: as fêmeas gonádicas têm
ovários que secretam estrogênio; entretanto,
eles não secretam hormônio antimülleriano ou
testosterona. Assim, no sexo feminino, sem
testosterona disponível para estimular o
crescimento e diferenciação do ducto de Wolff
na genitália interna masculina, e sem hormônio
antimülleriano disponível para suprimir a
diferenciação dos ductos de Müller.
Consequentemente, os ductos de Müller se
desenvolvem no trato genital feminino (tuba
Sexo Genético: é determinado pelos cromossomas uterina, útero e terço superior da vagina). Como
sexuais — XY, em homens; e XX, em mulheres. no trato genital interno, o desenvolvimento da
Sexo Gonádico: é definido pela presença de gônadas genitália externa feminina (clitóris, grandes
masculinas ou femininas, denominadas testículos ou lábios, pequenos lábios e os dois terços
ovários. Existem duas diferenças cruciais entre as gônadas inferiores da vagina) não requer qualquer
masculina e feminina do feto que influenciam o sexo hormônio, embora o crescimento dessas
fenotípico: (1) os testículos sintetizam o hormônio estruturas, até seu tamanho normal, dependa da
antimülleriano, e os ovários não; (2) os testículos presença de estrogênio. Se a fêmea gonádica é
sintetizam a testosterona, e os ovários não. exposta a altos níveis de androgênios enquanto
no útero (p. ex., por excesso de produção pelo
Sexo Fenotípico: é definido pelas características físicas do córtex suprarrenal) quando a genitália externa
trato genital interno e da genitália externa. está se diferenciando, isso produz fenótipo
masculino. Se tal exposição ocorrer após a
• Fenótipo masculino: os machos gonádicos têm os
diferenciação da genitália externa, o fenótipo
testículos que sintetizam e secretam hormônio
feminino é mantido, porém talvez ocorra
antimülleriano e a testosterona, ambos são
hipertrofia do clitóris.
necessários para o desenvolvimento do fenótipo
masculino. Embriologicamente, os ductos de Em torno de 8 semanas após a concepção, a gônada
Wolff originam o epidídimo, o ducto deferente, indiferenciada e bipotencial progride para testículo na
a glândula seminal e os ductos ejaculatórios. A presença do SRY (região gênica responsável pela
testosterona, presente nos machos gonádicos, determinação da gônada masculina presente na região
estimula o crescimento e a diferenciação dos distal do braço curto do cromossomo Y). O tipo de
ductos de Wolff. A testosterona, de cada genitália interna é decidido pela presença de um testículo
testículo, atua ipsilateralmente (do mesmo viável (células germinativas ativas), que governa a
lado) sobre seu próprio ducto de Wolff. Para diferenciação sexual. Paralelamente, o sistema ductal
essa ação sobre os ductos de Wolff, a bipotencial consiste nos ductos de Muller e de Wolff, que
originarão a genitália interna feminina e masculina, puberdade, sob a influência das elevações do FSH,
respectivamente. testosterona e LH.
No feto feminino, a ausência de tecido testicular e seus
hormônios, como testosterona e AMH, determinam a
transformação dos ductos de Müller na genitália interna
feminina (útero, trompas e 1/3 superior da vagina).
Células germinativas que chegam à crista genital são
chamadas de oogônias. Essas células progridem para as
fases iniciais da primeira divisão meiótica e param no
estágio de prófase 1. Essa mudança marca a conversão
dessas células para oócitos primários.
Genitália externa
No feto masculino, o testículo produz testosterona, a
qual, por ação da 5-α-redutase, transforma-se, nos
Os hormônios secretados pelo testículo são essenciais receptores celulares, em di-hidrotestosterona (DHT) –
nessa etapa do desenvolvimento sexual, em que mais potente —, que atua na genitália externa
testículos normais apresentam células de Sertoli e transformando o tubérculo genital em pênis; as dobras
cordões testiculares com células de Leydig. As células de labioescrotais formam o escroto, e as dobras do seio
Sertoli secretam hormônio antimülleriano (AMH), urogenital fecham-se e formam a uretra peniana.
causando a regressão dos ductos de Müller. Mutações no
gene que codifica o AMH ou seu receptor estão
correlacionadas com persistência de útero e tubas
uterinas em indivíduos do sexo masculino. As células de
Leydig começarão a secretar testosterona a partir da 8ª
semana. Os ductos de Wolff sob ação parácrina da
testosterona, transformam-se em epidídimo, canal
deferente, vesícula seminal e ductos ejaculatórios. A
diferenciação é dependente da secreção e da presença
de receptores androgênicos funcionais nas células-alvo.
As células germinativas XY sofrem mitose durante a
migração; porém, logo após chegarem às gônadas, seu
crescimento é suspenso e permanecem no testículo em
estado quiescente, até após o nascimento, sob a
influência de um fator inibitório desconhecido secretado
pelas células de Sertoli. Após o nascimento, as células
Um receptor androgênico funcionante é necessário para
germinativas masculinas reiniciam seu ciclo celular e
ação da testosterona e DHT em nível periférico. No feto
sofrem divisões meióticas que diminuem o número de
feminino, pela ausência de testosterona ou em situações
cromossomos para produzir espermatogônias haploides.
nas quais os receptores não se apresentarem funcionais
As células de Sertoli agem como um suporte às células
(feto masculino com receptores inoperantes – síndrome
germinativas, que completarão a espermatogênese na
da insensibilização androgênica/síndrome de Morris), a
genitália externa irá se desenvolver para o lado mostra-se altamente sensível ao feedback negativo do
feminino. O tubérculo genital transforma-se em clitóris, estradiol, fazendo com que quantidades baixas sejam
as dobras do seio urogenital se mantêm abertas, suficientes para bloquear as gonadotrofinas. Durante
formando os pequenos lábios, as dobras labioescrotais toda a infância o hipotálamo se mantém bloqueado por
formam os grandes lábios, e o seio urogenital se ação inibitória do SNC e dos hormônios ovarianos e da
transforma em uretra e em terço inferior da vagina. suprarrenal.
Como o feto feminino dispõe também de receptores
Na fase pré-púbere:
androgênicos, a exposição aos andrógenos em fetos
femininos entre a 9ª e a 13ª semana de gestação poderá - Os pulsos GnRH continuam baixos. Durante o sono,
resultar em hipertrofia de clitóris, hipospádia, fusão de ocorre aumento dos níveis de GnRH, aumentando o
pequenos lábios e escrotalização dos grandes lábios. tamanho dos ovários, ativando os folículos e produzindo
pequenas quantidades de estradiol.
Puberdade e menarca - Vagina que mede cerca de 4 cm após o nascimento → 7
A puberdade é o período de transição entre a infância e
a 8 cm.
o período reprodutivo (menacme), durante o qual ocorre
o amadurecimento dos caracteres sexuais primários - Útero que media 2,5 cm → 5 cm
(genitais e gônadas), o surgimento e amadurecimento dos
caracteres sexuais secundários (mamas, pelos pubianos - Relação corpo/cérvice que era de 1:1 atinge níveis de 3:1
e axilares e depósito de gordura na pelve) e um após a menarca.
surpreendente estirão de crescimento. Durante a fase final da idade pré-púbere e início da
Fisiologicamente, a puberdade pode ser definida não puberdade ocorre aumento gradual dos picos de FSH e
como um evento isolado e sim como uma fase no LH durante o sono, e com o avançar da puberdade, essa
continuum do desenvolvimento do eixo H-H-O, que tem atividade noturna das gonadotrofinas é trocada pela
sua função iniciada durante a vida fetal, entra em maior produção diurna.
quiescência durante a infância e sofre uma ativação com O estabelecimento da puberdade está associado ao
o início da puberdade. aumento da amplitude e frequência dos pulsos de LH. O
Vários fatores estão envolvidos na cronologia da aumento do LH estimula as células da teca interna a
puberdade: produzirem androgênios enquanto o do FSH estimula a
conversão dos androgênios em estrogênios.
- genético (principal)
Até então, o estradiol exerce apenas feedback negativo
- nutricional (desnutrição → atraso; obesidade → sobre o LH. Quando a produção de estradiol for acima de
precocidade) 200pg/ml, por mais de 50 h, o feedback negativo mudará
para positivo, fazendo com que seja liberado o pico
- estado de saúde
ovulatório de LH. O sistema de feedback do estrogênio
- localização geográfica em relação ao LH torna-se, portanto, bifásico: é negativo
em concentrações baixas e torna-se positivo em altas
- exposição à luz
concentrações. Ao se tornar bifásico, iniciam-se os ciclos
- psicológicos ovulatórios, sinalizando o fim da puberdade → ocorre
aumento das mamas, leucorreia pela ação estrogênica no
Na 10ª semana de gestação, o hipotálamo produz GnRH,
útero e o estirão púbere pelo GH.
o qual estimula a produção de LH e FSH, que atingem
níveis adultos na 30ª semana. Após isso, ocorre um A duração média do período de desenvolvimento puberal
feedback negativo pelo alto nível de esteroides é de 4,5 anos. A aceleração do crescimento estatural é a
placentários. Ao nascimento, esse feedback negativo é 1ª indicação do início desse período, porém o
interrompido, levando ao aumento das gonadotrofinas aparecimento do botão mamário é o 1º sinal
e do estradiol transitoriamente → ocorre elevação do reconhecido da puberdade (estágio M2 de Tanner).
volume mamário e em alguns casos secreção mamária e
vaginal. Cronologia da puberdade
1º) Telarca (Desenvolvimento das Mamas)
As gonadotrofinas permanecem em níveis baixos até os 8
anos de idade. Durante esse período, o sistema H-H, - Primeira manifestação física da puberdade.
- Inicia por volta dos 10 anos, com o aparecimento do
broto mamário.
- É dependente dos hormônios sexuais.
2º) Pubarca (Crescimento dos pelos pubianos)
- Ocorre por volta dos 10 – 11 anos;
- Depende diretamente dos hormônios da suprarrenal
(DHEA, S-DHEA).
3º) Axilarca (Aparecimento dos pelos axilares)
- Ocorre por volta dos 12 anos;
- Depende dos hormônios suprarrenal e ovarianos.
4º) Estirão púbere (Aceleração do crescimento)
- Inicia-se por volta dos 11,5 anos; desde os 4 anos: 5-7
cm/ano; no estirão: 7-9 cm/a até 12cm/a
- A velocidade máxima de crescimento é alcançada pouco
antes da menarca, e consequentemente tem potencial
limitado de crescimento após a primeira menstruação
A menarca ocorre geralmente quando a mama atingiu o
(~6cm, decaindo progressivamente até os 17-18 anos,
estágio 4, ou 2 anos após o desenvolvimento mamário.
quando ocorre a fusão das epífises). Depende do
Alguns autores relacionam a menarca com o peso
estrogênio, GH e fator de crescimento insulina-símile 1
corpóreo (46 - 47 kg). A menarca vem ocorrendo em idade
(IGF-1).
mais precoce do que a idade da menarca nos séculos XIX
O estrogênio atua no processo de crescimento por meio e XX.
de 2 efeitos:
- aumento da secreção de GH → IGF-1 → efeito direto na
cartilagem e no osso, promovendo crescimento. O efeito
do estrogênio sobre o GH e IGF-1 é dose dependente:
baixas doses de estrogênio estimulam GH e IGF-1,
enquanto altas doses inibem GH e IGF-1.
- maturação dos condrócitos e osteoblastos → fusão das
epífises ósseas → parada do crescimento linear.
5º) Menarca (primeira menstruação)
- Ocorre entre os 9 e 16 anos;
- A época em que ocorrerá a menarca depende de vários
fatores: alimentação, fatores genéticos, raça, condições
socioeconômicas, doenças (anemia, DM, desnutrição). Padrão menstrual após a menarca
As menstruações que se seguem à menarca são
Observa-se a ocorrência de menarca mais precoce em geralmente anovulatórias, irregulares e ocasionalmente
meninas com obesidade leve a moderada, enquanto abundantes. O sangramento menstrual na adolescência
condições que cursam com baixo peso corpóreo podem frequentemente decorre da estimulação estrogênica
retardar a puberdade. A idade média da menarca em prolongada sem oposição da progesterona e depende da
brasileiras foi de 12 anos e 3 meses, porém para as duração e da intensidade do estímulo estrogênico do
meninas com sobrepeso essa média foi de 11 anos e 5 endométrio. O fluxo pode ser escasso, normal ou intenso
meses → ocorre conversão de androgênios em e o ciclo menstrual pode ser curto, normal ou longo. A
estrogênios (principalmente estrona) nas células irregularidade menstrual diminui com o passar dos anos.
gordurosas por meio da aromatização. Dois terços das meninas estabelecem ciclos menstruais
regulares e ovulatórios dentro de 2 anos após a menarca. Verifica-se uma redução numérica dos folículos
Na adolescência, a anovulação normalmente é primordiais de uma maneira mais ou menos constante, do
fisiológica e autolimitada, devendo-se à imaturidade do nascimento até os 37 anos de idade. Nos anos
eixo HHO. Recomenda-se a conduta expectante a subsequentes, ocorrerá uma aceleração da depleção
pacientes com irregularidade menstrual sem outros sinais folicular, até que se atinja o total esgotamento dessa
ou sintomas clínicos associados e com idade ginecológica reserva folicular, o que ocorre na época da menopausa. O
inferior a 2 anos. processo de esgotamento ovariano inicia-se na vida
intrauterina (a partir da 20ª semana) e segue até a
Adolescência menopausa.
• É a passagem da infância para a maturidade.
O ovário pode ser didaticamente dividido em 3
• Transformações físicas e psicológicas (afirmação da compartimentos, cada um com características
personalidade, desenvolvimento intelectual e afetivo). esterodoigênicas próprias:
• Despertar da sexualidade – sexo e reprodução. - Folículos → Estradiol/Inibina B
• Identificação com os outros. - Corpo lúteo → Progesterona/Estradiol
• Valorização do grupo. - Estroma Ovariano → Androstenediona e Testosterona
• Imediatismo, inconsequência e pensamento mágico. A redução numérica dos folículos diminui a produção de
inibina B, reduzindo efeito de feedback negativo no FSH.
Climatério O aumento do FSH é 1ª indicação laboratorial do
Climatério é a fase de transição entre o período climatério incipiente.
reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo da vida da
As elevações dos níveis de FSH antecedem as
mulher. Inicia-se em torno dos 40 anos e estende-se até
os 65 anos de idade. A menopausa é um evento dessa manifestações clínicas do climatério. Com o aumento
fase, correspondendo a última menstruação, somente desse hormônio, o desenvolvimento dos folículos ocorre
mais rapidamente, encurtando o ciclo menstrual → 1ª
diagnosticada após passados 12 meses da sua
evidência clínica do climatério incipiente.
ocorrência.
A perimenopausa se estende desde o início das A contínua diminuição numérica dos folículos levará à
diminuição dos níveis de estrogênio e, quando não
modificações endocrinológicas, biológicas e clínicas
forem mais suficientes para desencadear a liberação do
anteriores à menopausa, até o diagnóstico desta,
podendo preceder a última menstruação em 2 a 8 anos. pico pré-ovulatório de LH, surgirão os ciclos
A idade média de ocorrência da menopausa é de 50 anos. anovulatórios e as irregularidades menstruais. Cessadas
as ovulações, o LH começa a se elevar, porém sem atingir
Menopausa precoce: antes dos 40 anos jamais os níveis do FSH.
Menopausa tardia: após os 55 anos O fato de o ovário ter esgotado a sua população folicular
e a mulher ter entrado na menopausa não significa que
O último período menstrual (menopausa) na vida
não exista mais função ovariana. A menopausa sinaliza
reprodutiva da mulher pode ser determinado apenas
apenas o fim da função reprodutiva, porém o ovário não
retrospectivamente. Após um período de amenorreia, a
é um órgão falido, ou seja, continua produzindo
possibilidade que a menopausa tenha ocorrido depende
androgênios, ainda que em níveis reduzidos. À medida
da idade da mulher e da duração da amenorreia. Assim, a
que se aproxima a menopausa, os níveis de estradiol e
probabilidade de que uma mulher esteja menopausada
progesterona sofrem diminuição mais marcante, mesmo
após 6 meses sem menstruar é de 46% se estiver entre
que ainda possa haver ciclos ovulatórios.
45-49 anos de idade, de 65% entre 50-52 anos e de 72%
se mais de 52 anos de idade. Após a instalação da menopausa, os níveis de estradiol
permanecem muito baixos, mas nos primeiros anos pode
O que determina a idade em que ocorre a menopausa
haver algumas elevações transitórias esporádicas,
permanece incerto. Os fatores genéticos (programação
reflexos de atividade de folículos residuais (flutuações
genética para cada mulher) parecem ter maior
hormonais). Assim como o estradiol, os níveis de estrona
importância. Dentre os fatores ambientais, o tabagismo e
também diminuem com a menopausa. A proporção de
a desnutrição podem antecipar a menopausa, e a
estrona em relação ao estradiol aumenta (aromatização
multiparidade está associada a menopausa mais tardia.
periférica da androstenediona), ao contrário da mulher - A parede vaginal fica menos elástica, mais fina e de
na fase reprodutiva. coloração pálida. A superfície vaginal pode se tornar
friável, com petéquias.
A produção ovariana de androgênios diminui após a
menopausa, apesar da secreção ovariana de testosterona - O útero e os ovários diminuem de tamanho após a
ser mantida em níveis próximos ao da fase reprodutiva menopausa.
(pelo estroma ovariano), mas a secreção ovariana de
- O epitélio do trato urinário inferior, incluindo a uretra e
androstenediona cai, o que acaba refletindo em
o trígono vesical, sofre atrofia semelhante à da vagina na
diminuição da testosterona e androstenediona
pós-menopausa.
circulantes. Os níveis circulantes de androgênios
também diminuem, porém há maior produção de - A atrofia da bexiga e da uretra pode causar infecções
testosterona a partir da androstenediona periférica. urinárias de repetição e incontinência urinária.
- O assoalho pélvico sofre com a carência estrogênica,
podendo ser agravadas as distopias.
- A pele se afina, tanto na derme como na epiderme. Há
perda do colágeno, com o aparecimento de rugas e maior
envelhecimento da pele.
- O cabelo afina, predispondo à calvície.
- As mamas têm seu tecido de sustentação (mamário)
substituído por tecido adiposo.
A perda dos estrogênios pode causar mudanças
fisiológicas marcantes, incluindo:
Receptores estrogênicos existem em diferentes
concentrações em vários locais do organismo, como pele, - fogachos;
vasos, coração, ossos, cérebro, mama, útero, vagina,
- insônia;
bexiga e uretra. O resultado das alterações
morfofuncionais da perimenopausa é o - irritabilidade;
hipoestrogenismo que é, em última análise, o
- labilidade emocional;
responsável pela maioria dos sinais/sintomas clínicos que
advirão neste momento. - disfunções sexuais (perda de libido);
Manifestações do hipoestrogenismo: - fadiga;
- A vulva perde a maior parte do seu colágeno e tecido - atrofia urogenital.
adiposo, tornando-se plana e fina, com raras glândulas
sebáceas. O hipoestrogenismo produz um período de reabsorção
óssea aumentada, e a perda óssea é acelerada nos
- Há perda progressiva dos pelos pubianos e a pele torna- primeiros 5 anos pós-menopausa, aumentando,
se mais fina. consideravelmente, o risco de osteoporose. Durante a
reabsorção, os osteoclastos tornam-se ativos, criando
- A ausência do estrogênio, que estimulava a maturação
pequenas cavidades (lacunas de Howship) sobre a
do epitélio vaginal desde as camadas basais até a
superfície óssea. Essa fase é seguida pela formação óssea,
superfície, impede essa diferenciação: passa a haver
onde os osteoblastos preenchem essas lacunas,
pouca ou nenhuma produção das células superficiais
depositando osso novo. Posteriormente, ocorre a
(ricas em glicogênio), produzindo um pH vaginal entre 6 e
mineralização e a superfície óssea se recompõe. Uma
8 (vaginite atrófica). Nessa fase, haverá predomínio de
série de fatores afeta a remodelação óssea incluindo
células parabasais.
hormônios, cálcio e atividade física. Quando o osso
- A vagina encurta-se e estreita-se com perda das removido pela reabsorção é completamente reposto, a
rugosidades e suas secreções dispareunia. resistência óssea é mantida. Na osteoporose, muito osso
é removido e pouco é formado, levando à perda óssea e
menor resistência. A principal influência do estrogênio
sobre a remodelação óssea ocorre mediante o controle - Hipermenorreia: sangramento prolongado, acima de 8
da síntese de interleucinas (IL-1 e IL-6) pelos dias, ou quantidade excessiva, maior que 80ml, ou à
osteoblastos e osteoclastos, de forma autócrina ou associação de ambos, em intervalos regulares.
parácrina. A deficiência estrogênica induz a liberação
dessas interleucinas, estimulando a atividade dos
Sintomas Agudos ou a Curto Prazo
osteoclastos. Neurovegetativos:
- ondas de calor (fogachos) → (68-85%) – sintoma clássico
A deficiência de estrógenos após a menopausa aumenta associado à deficiência de estrogênio;
o risco de doença arterial coronariana. Essa alteração é
parcialmente explicada pela perda do efeito benéfico do - sudorese;
estrogênio no padrão sérico de lipídios, e perda do efeito - palpitações;
vasodilatador do estradiol no endotélio da circulação
coronariana. - parestesia;
O grupo que apresentar manifestações clínicas pós- - cefaleia;
menopausa pode ser dividido em 3 categorias:
- insônia;
- Sinais e sintomas de deficiência estrogênica como
- vertigem.
instabilidade vasomotora, atrofia urogenital, alterações
da pele e do esqueleto. Neuropsíquicos:
- labilidade emocional;
- Sinais e sintomas de excesso de androgênios, como
defeminização, hirsutismo, alopécia e eventualmente - irritabilidade;
virilização.
- ansiedade;
- Sinais e sintomas paradoxais de excesso de estrogênios,
- depressão;
como hiperplasia ou adenocarcinoma de endométrio.
- diminuição da libido;
O diagnóstico do climatério é essencialmente clínico. A
dosagem do FSH deve ser feita apenas em situações - falta de concentração;
especiais. O diagnóstico laboratorial do estado pós-
- insegurança.
menopáusico é de FSH > 40 mUI/mL e de estradiol < 20
pg/mL. Sintomas de médio prazo (3-5 anos após
Irregularidade menstrual: menopausa)
Sintomas de atrofia urogenital:
- encurtamento dos ciclos; - prurido e queimação vulvovaginal;
- atrasos menstruais; - secura vaginal;
- menorragias ou hipermenorreias; - leucorreia;
- oligomenorreia; - dispareunia (dor na relação sexual);
Definições de irregularidades do ciclo menstrual: - sangramento vaginal;
- Oligomenorreia: episódios de sangramento - infecções urinárias;
infrequentes e irregulares, que geralmente ocorrem a
intervalos maiores que 35 dias. - incontinência urinária;
- Polimenorreia: episódios de sangramento frequentes e - síndrome uretral (disúria, polaciúria e urgência
regulares, que geralmente ocorrem a intervalos de 21 miccional com dor em hipogástrio, em ausência de
dias ou menos. infecção urinária);
- Menorragia: episódios regulares de sangramento, - atrofia, secura e perda da elasticidade da epiderme.
excessivos em quantidade (> 80 ml) e duração do fluxo (>
Problemas de saúde a longo prazo
5 dias).
- Doença Cardiovascular: principal causa de morte entre
- Metrorragia: sangramento em períodos irregulares. as mulheres no período pós-menopáusico. O “estado
menopáusico” configura, per se, condição de risco para
DCV (aterosclerótica). A causa subjacente é o
hipoestrogenismo. O estrogênio exerce seu efeito sobre
o perfil lipídico (aumenta HDL, diminui LDL, e redução da
Lp-a), efeito direto anti-ateroesclerótico, antiagregação
plaquetária, diminuição de fibrinogênio, vasodilatação,
secreção de óxido nítrico, proteção das células
endoteliais, redução da resistência insulínica, redução da
homocisteína.
- Osteoporose: definida como uma redução da massa
óssea, com alterações na microestrutura óssea, levando
ao aumento da fragilidade óssea e das fraturas por
traumatismos pouco intensos.