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Relacionamentos - Ivanildes Rodrigues

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RELACIONAMENTOS

como torná-lOs mais saudáveis e felizes?

Ivanildes Rodrigues
Psicóloga e Neuropsicóloga | CRP 24/01226
Neuropsicóloga, Psicóloga Clínica,
Psicóloga da Saúde e Hospitalar
CRP 24/01226

Mestre em Psicologia da Saúde e Processos


Psicossociais.

Atende aos públicos: Infantil, adolescente,


adulto, casal, família, idoso, grupo e orientação
de profissionais.

Abordagem de atuação: Terapia Cognitivo


Comportamental (TCC).

Atendimento de forma
presencial, domiciliar, hospitalar
e online.

(69) 98102-5437 @ivanildesrpsicologa

(69) 99259-7227 [email protected]


(69) 3229-7896 www.ivanildesrodrigues.com.br

R. Elias Gorayed, 3158 - Sala 5 - B. Liberdade - Porto Velho, RO


A vida não é um caminho que se trilha só. Somos
inegavelmente influenciados pelas nossas relações,
desde o nascimento.

A qualidade dessas relações tem efeitos diretos


sobre o nosso bem-estar emocional, autoestima,
segurança e sobre nossa visão de mundo. Somos,
sim, em boa parte, frutos do nosso meio.

Este eBook não é um "manual sobre as relações".


É, na verdade, um convite, para que você reflita - de
forma leve, aberta e honesta - sobre seus papéis e
sobre as dinâmicas das suas relações, sejam elas a
dois, na família, no trabalho ou com amigos.

É, também, um estímulo para que você pense


sobre a comunicação, sobre planos, confiança e
decepções, ganhos e perdas.

Investir na qualidade das relações é nutrir a própria


saúde emocional, reconhecendo e respeitando a
importância do outro em sua vida - e vice-versa.

Isso significa pensar em si e nas pessoas que você


mais ama, entendendo que partilhar boas relações
significa ser mais feliz. Vamos juntos?
ÍNDICE
Clique no título para ir à página

página

Relações e saúde emocional 05


Os diferentes tipos de relações 08
A importância da comunicação 11
A confiança como base 14
Intimidade emocional 17
Intimidade sexual 21
Respeito, desde o início 25
Um olhar sobre a família 28
Um olhar sobre os amigos 31
As relações no trabalho 34
Relações homoafetivas 37
Relações amorosas saudáveis 40
Lidando com os conflitos 44
Solidão nos relacionamentos 49
Dependência emocional 52
Evitando o distanciamento 55
Lidando com a traição 58
A importância do perdão 64
Reconstruindo a confiança 68
O fim de um relacionamento 71
Perspectivas para o futuro 74
O poder das relações 77
05

relações e saúde emocional


A importância das relações
A construção, os impactos e os desafios
Os relacionamentos são parte fundamental da vida
humana. Desde a infância, construímos relações com
nossos pais, irmãos, amigos etc. Com o tempo, essas
relações evoluem e se ampliam, cada qual com sua
importância.

Bons relacionamentos protegem nossa saúde mental e


bem-estar em qualquer fase da vida. Pessoas que
nutrem essas conexões tendem a ser mais felizes e
emocionalmente mais saudáveis.

As relações humanas são uma parte essencial da vida


em sociedade e elas vão além dos relacionamentos
românticos, incluindo amizades, família, colegas de
trabalho e outras conexões interpessoais.
Relações, no entanto, não são necessariamente simples
ou fáceis. Relacionar-se com o outro, não importa o tipo
de relação, pode ser um desafio, em maior ou menor
grau. As diferenças de personalidade, valores e opiniões
podem criar conflitos e desentendimentos, que
impactem a saúde mental e emocional.

Manter a motivação e empenho para nutrir relações


saudáveis, baseadas no autoconhecimento, na
capacidade de comunicação, compreensão e empatia,
ainda que muitas vezes possa ser desafiador, é uma
tarefa que vale a pena.

A Psicologia tem muito a oferecer quando se trata de


entender, desenvolver habilidades e tornar os
relacionamentos cada vez mais saudáveis e
satisfatórios.

Esperamos que as informações aqui apresentadas


ajudem você a construir relacionamentos
mais sólidos e conexões cada vez
mais saudáveis com as pessoas.

Que a vivência de cada um


dos seus relacionamentos
seja farta em crescimento,
gratificante e prazerosa!
os diferentes tipos de relações
São muitas as formas de relações
Os relacionamentos podem assumir diferentes formas
e dinâmicas, cada um com suas próprias características
e desafios.

O envolvimento romântico é uma das formas mais


profundas de relacionamento. Nele existe forte apego
emocional e físico, uma conexão que pode ser intensa e
gratificante, mas que também pode ter momentos
desafiadores, que requeiram dedicação para superar.

As amizades são também um tipo de relacionamento


importante na vida de uma pessoa. Elas podem ser
mais amizades casuais, ou mais íntimas e profundas.
Nos amigos encontramos apoio emocional, validação,
diversão e camaradagem. Mas, como em qualquer
outra relação, com eles também podem ocorrer
conflitos e desafios, especialmente quando há
diferenças de opinião ou valores.
Família, amigos e nós mesmos
Os relacionamentos familiares estão entre as mais
importantes formas de conexão, que levamos para toda
a vida. Relacionamentos com pais, irmãos, avós, tios e
primos podem envolver amor, apoio, cuidado e
responsabilidade mútua ou, ao contrário, podem ser
complicados e conflituosos, especialmente quando há
histórias de mágoa, ressentimentos ou traumas.

Finalmente, existe também o relacionamento com seu


"eu interior", muitas vezes negligenciado. É importante
cultivar a autoestima, desenvolver autoconsciência,
amor-próprio e aceitação. Ao estarmos bem do lado de
dentro, estamos mais aptos a estabelecer relações
saudáveis com os outros, do lado de fora.

O fato é que todas as formas de


relacionamentos são cruciais para a
nossa saúde emocional - cada qual
com seus desafios, suas dores e
também suas alegrias e benefícios.

Viver essas relações é aprender


sobre o outro e sobre si,
entendendo que a própria
felicidade é construída, em boa
parte, pelas interações que
temos com o outro e com
nossas próprias emoções.
11

a importância da comunicação
Base para as relações saudáveis
A comunicação é a base de todo relacionamento
saudável e bem-sucedido. Por meio dela é possível
expressar nossos mais profundos sentimentos,
necessidades e desejos, além de estabelecer uma
conexão franca e genuína com o outro.

Isso requer não apenas honestidade e transparência,


mas também a disposição para falar e ouvir, inclusive
aquilo que não seja fácil. Esconder o que se sente é, de
alguma forma, sabotar a possibilidade de uma relação
sincera e de proporcionar um entendimento mútuo.

Às vezes, porém, mesmo com boa disposição, a


comunicação pode ser prejudicada pela falta de
habilidade para expressar sentimentos, falta de
empatia, medo de julgamento, falta de tempo e o
estresse cotidiano. Esses dificultadores podem levar a
mal-entendidos, frustrações, ressentimentos e até
mesmo ao término das relações.

Evitar isso é fundamental,


desenvolvendo habilidades de
comunicação saudáveis, como a
escuta ativa, a empatia, a
capacidade de expressar-se de
forma clara e assertiva e a
capacidade de acolher o ponto
de vista do outro.
Empenho, interação e ajuda psicológica
Ao se comunicar, certifique-se de estar inteiramente
presente, com atenção ao momento. Mostre disposição
e interaja. Lembre-se que falar é tão importante quanto
ouvir. Procure falar de forma assertiva, mas sempre
respeitosa e responsável, com você e com outro.

Às vezes, porém, a comunicação saudável e construtiva


pode ser difícil - tanto pela dinâmica da relação, quanto
pelo comportamento, visões e sentimentos dos
envolvidos. Nesses casos, o apoio psicológico -
individual ou não - pode ajudar muito a aprimorar a
habilidade de se comunicar, identificando padrões não
saudáveis de pensamento e comportamento, e criando
formas saudáveis de corrigi-los.

Experimente pensar antes de falar


Falar de forma impulsiva e impensada
sabota qualquer possibilidade de
comunicação saudável. Um tempo a mais
para acalmar-se e refletir - não só sobre o
que dizer, mas também como dizer - é
uma demonstração de respeito ao outro
e evita danos que podem ser irreparáveis.

Conte até 10! Resista ao impulso de


discordar ou atacar, antes de ouvir e
ponderar. As melhores conexões
acontecem com bons ouvintes.
14

a confiança como base


A paz que a confiança oferece
A confiança é um elemento fundamental das relações
saudáveis. Quando confiamos em alguém, sentimos
segurança, conforto e paz. Por outro lado, a falta dela
pode levar a problemas como ciúmes, insegurança,
desconforto e até comportamentos paranoicos.

A quebra da confiança está ligada a boa parte dos


problemas de relacionamentos, seja por omissões,
mentiras, traições e até mesmo pequenos - mas muito
nocivos a longo prazo - deslizes.

A comunicação aberta e sincera, que demonstre


compromisso e responsabilidade com a relação,
permite expor ao outro aquilo que se deseja, construir
flexibilidade e confiança mútua, fazendo e obtendo
concessões saudáveis, que não envolvam a quebra da
confiança - seja na relação amorosa, familiar ou até no
trabalho.
O alicerce de um relacionamento
sólido e saudável é a confiança
mútua. Sem ela, os pilares da
relação ruem e a construção
desaba facilmente.

A soma de pequenos gestos


Confiança não é algo que se conquista de uma hora
para outra. Ela é construída ao longo do tempo, com
pequenas atitudes, que demonstram a lealdade e o
comprometimento de cada um.

Os "tijolinhos" dessa construção são os pequenos


gestos. É a soma deles que solidifica a confiança, de
preferência, de forma natural: sendo fiel a você e aos
seus princípios, a transparência, a lealdade e o respeito
virão naturalmente.

Confiança mútua é uma conquista da


relação, uma ponte pela qual os
envolvidos caminham com segurança.

Mas é, também, frágil:


reconstruí-la é algo que
pode demorar - ou nunca
chegar a acontecer - depois
que ela é quebrada.
17

intimidade emocional
Como construir e manter a intimidade
Muito se fala em intimidade emocional, mas nem todos
sabem exatamente o que ela é. Pense em um
sentimento de proximidade real com outra pessoa, em
um bem-estar e uma liberdade, na qual se pode
compartilhar sentimentos e segredos sem nos
sentirmos expostos ou julgados. Essa sensação de
pertencimento e conexão é o poderoso elo chamado de
Intimidade Emocional.

Para manter uma relação emocionalmente íntima - o


que pode ocorrer entre amigos, familiares e nas
relações amorosas - é preciso que toda partilha seja
natural e autêntica.

A construção dessa intimidade é


fundamental para a longevidade
de qualquer relação. Nos casais,
ela é tão importante quanto
a intimidade física.

A seguir, veremos
alguns cuidados valiosos,
que ajudam a construir
conexões mais sólidas,
mais profundas e
significativas, com
efeitos muito
positivos às relações.
Comunicação Franca
A comunicação é peça-chave para a construção da
intimidade emocional. Comunique-se de maneira
aberta e autêntica, compartilhando seus sentimentos,
medos, esperanças e sonhos. Para alguns, isso pode ser
mais difícil no começo, mas com a prática e o passar do
tempo, tende a se tornar mais natural e valioso.

Compartilhar Afetos
Para se estabelecer intimidade é preciso, sobretudo,
partilhar o afeto. Atente-se para os interesses do outro,
procure saber do que a pessoa gosta, como reage, se
algo a magoou, o que a faz sorrir, que emoções anda
sentindo, que conflitos está vivendo, o que chama sua
atenção, quem são seus amigos e tudo que promova
conexão entre ela e você. Ouça com atenção, fale sobre
você, pergunte sobre ela, mostre interesse e valide
sentimentos.

Adicionar Qualidade
Compartilhar momentos de qualidade é muito
importante para as relações, pois é neles que ocorrem
as conexões. Não espere o outro ter a atitude! Tome a
frente, proponha você as boas conversas, passeios,
momentos especiais. Doe-se, adicione à sua rotina
momentos reservados e exclusivos para suas relações,
seja no campo do amor, da amizade ou da família. Os
bons momentos marcam os caminhos comuns,
gerando cumplicidade e intimidade.
Aceitar e Apoiar
Aceitar e apoiar as pessoas que fazem parte da sua vida
e fazem parte do seu círculo mais íntimo, mesmo que
tenham opiniões diferentes das suas, reforça o vínculo
e mostra sua disponibilidade e abertura. Essas são
atitudes que deixam o outro seguro e confortável para
compartilhar também seus medos e vulnerabilidades, o
que fortalece os laços emocionais.

Não tema a Vulnerabilidade


Mostrar a sua vulnerabilidade pode parecer difícil e
arriscado, mas é muito corajoso assumir as suas
dificuldades e fragilidades - e isso também constrói
intimidade emocional. Compartilhe suas emoções mais
profundas, seus medos e dúvidas; permita que o outro
conheça você verdadeiramente, além da superfície. Isso
estabelece um espaço verdadeiro de amor, lealdade e
confiança mútua.

Construir intimidade emocional


em um relacionamento costuma
ser um processo que exige
vontade, tempo e dedicação, mas
os benefícios são imensuráveis.
São essas conexões mais
profundas que tornam os laços
mais significativos e duradouros.
21

intimidade sexual
Intimidade vai além do físico
A satisfação sexual é parte da saúde emocional de um
casal. Inclusive, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
aponta a saúde sexual como um dos pilares da
qualidade de vida, ao lado da família, trabalho e lazer.

A intimidade sexual não se refere somente à prática do


ato sexual em si, mas à conexão física e emocional entre
os parceiros, envolvendo toque, confiança, desejo e
prazer compartilhado, que aumentam o vínculo afetivo
e a cumplicidade de um casal.

Espera-se que haja admiração, desejo, disponibilidade,


atenção e carinho. A falta de intimidade, dificuldades,
bloqueios, disfunções e desinteresse sexual podem
levar ao isolamento e a sentimentos de frustração,
insatisfação, inadequação e irritabilidade, com prejuízos
ao humor, autoimagem e autoestima dos envolvidos. E
pode, ainda, sinalizar a existência de outros problemas
na relação, que merecem ser trabalhados
Sinceridade aumenta a conexão
É fundamental que os casais se sintam à vontade para
experimentar e explorar o prazer juntos. A intimidade
sexual é uma oportunidade para aprofundar a conexão
entre os parceiros, criando um espaço único do casal,
permeado por amor, desejo, segurança e cumplicidade,
no qual a entrega verdadeira é possível.

No entanto, para muitos casais, a intimidade sexual


pode ser um desafio maior do que se imagina,
especialmente quando há problemas como a falta de
comunicação, timidez, dificuldades sexuais, restrições
excessivas, ou diferenças significativas na libido.

Falar abertamente sobre as necessidades, desejos, e até


sobre as dificuldades, permite que o casal busque
soluções para vencer os desafios que possam surgir e
ficar em sintonia no campo da intimidade sexual.
Procurando ajuda psicológica
A psicoterapia, tanto individual quanto de casal, pode
ajudar muito na superação dos desafios da intimidade
sexual e reaproximar sexualmente o casal.

A superação dessas dificuldades requer uma melhor


compreensão das necessidades, desejos e limitações
de cada um. Isso envolve o exercício de olhar para a
pessoa, sua criação, crenças, eventuais traumas, suas
questões de autoimagem e autoestima, sua
confiança no parceiro e outros aspectos, não
necessariamente ligados ao sexo.

O autoconhecimento é um dos maiores benefícios


que se colhe com a psicoterapia. Com dedicação à
relação e às pessoas, individualmente, é possível
reduzir o estresse e a ansiedade associados à
intimidade sexual, melhorando a confiança, a
conexão emocional do casal e fortalecendo o
relacionamento como um todo.
25

respeito, desde o início


Respeitar, inclusive as diferenças
O respeito é fundamental para qualquer relação
saudável, seja no âmbito pessoal, profissional ou
familiar. Laços de confiança e de cooperação
geralmente começam pelo respeito mútuo.

O respeito envolve reconhecer a individualidade e as


diferenças do outro, aceitando suas escolhas e opiniões,
sem julgamentos ou críticas. É importante lembrar que
respeitar não significa concordar sempre com o outro,
mas, sim, valorizar a autonomia e permitir que o outro
exerça sua liberdade.

Nas relações mais íntimas, o respeito é ainda mais


importante. É necessário entender que cada pessoa
tem suas próprias necessidades e limites, que precisam
ser observados. Esse respeito aos espaços, opções e
decisões individuais constrói relações baseadas na
confiança e na lealdade mútuas.
Respeito ao outro e a você
O autorrespeito é uma condição indispensável para
quem deseja construir relações saudáveis. Ele define
com clareza quais são os seus valores e limites, assim
como seus reflexos nas relações. Ter este
autoconhecimento é um bom ponto de partida para
você construir vínculos mais saudáveis, baseados na
autenticidade, respeito mútuo e amor-próprio.

Além disso, o autorrespeito fortalece sua autoestima e


autoconfiança, o que permite lidar melhor com os
eventuais conflitos e desafios, que podem surgir em
qualquer relação, de qualquer natureza.

Só tome o cuidado de não se tornar inflexível! Cultive


suas próprias ideias, mas mantenha a abertura para
ouvir e acolher opiniões diferentes das suas. Disponha-
se a negociar e fazer concessões, que são inevitáveis em
qualquer relação.

O respeito mútuo é um valor


que deve ser cultivado em
todas as relações humanas,
em qualquer esfera.

Ele requer comunicação


consciente e empática,
reconhecendo o outro, suas
opiniões, necessidades e,
também, seus limites.
28

um olhar sobre a família


Onde tudo começa
A família é o primeiro ambiente social em que o ser
humano é inserido. É nele que desenvolvemos nossas
primeiras habilidades sociais, de afetividade e de
construção de vínculos, que impactarão nossos
relacionamentos ao longo de toda a vida.

Os laços familiares interferem na construção da


identidade, autoestima e segurança emocional de cada
um de nós. É dentro deste núcleo que se aprende a
lidar com conflitos, a desenvolver empatia, a
estabelecer limites e a construir vínculos afetivos
duradouros.

Desentendimentos são naturais


Porém, famílias não são entidades perfeitas e
harmônicas 100% do tempo. Mesmo sendo
fundamentadas no amor, as relações familiares podem
ser bastante desafiadoras, com problemas e conflitos
que afetam todos os envolvidos.
Superando eventuais dificuldades
Mesmo as relações duradouras, como as familiares, são
dinâmicas. Cada membro da família está em um
momento da vida e é um ser emocionalmente
complexo, com sua personalidade, opiniões,
expectativas e sentimentos. É muito improvável que
todos pensem sempre de modo igual.

A falta de compreensão sobre essas diferenças pode


levar a desentendimentos e afastamentos, muitas vezes
desnecessários.

O apoio de um profissional de psicologia


pode ajudar a família a lidar com as
questões que surgem ao longo do tempo
e construir relações mais saudáveis e
harmoniosas.

A psicoterapia familiar cria um


espaço neutro, no qual os
membros da família possam
expressar mais francamente seus
pensamentos e sentimentos. Isso
gera uma comunicação mais
construtiva e equilibrada,
estabelecendo limites saudáveis,
melhorando o relacionamento,
fortalecendo o vínculo afetivo e
aumentando a compreensão
mútua entre os membros
da família.
31

um olhar sobre os amigos


Companheiros de Caminhada
As relações de amizade ocupam um espaço
fundamental na vida das pessoas e estão entre os
principais pilares das relações humanas. Amigos, mais
do que escolhidos, são também "cultivados", sendo
fontes de felicidade, apoio emocional e social.

Presença certa nos momentos de diversão, eles são


também valiosos nos momentos de dificuldade. Com
eles compartilhamos experiências, interesses,
sentimentos e memórias. São eles que acompanham
nossa trajetória, dando suporte e validando nossa
importância no mundo, ao longo dos anos.

Amigos representam pertencimento e segurança


afetiva, oportunidade de crescimento, enriquecimento
pessoal e desenvolvimento de habilidades sociais
importantes. São testemunhas de quem realmente

"
somos, nos melhores e nos piores momentos da vida.

A amizade é sempre uma doce responsabilidade


Khalil Gibran
"
Escritor libanês
Companhias tóxicas não são amizade

O contato com amigos é importante, sem dúvida, mas


ele precisa ocorrer de modo saudável, com pessoas
que, de fato, nos façam bem. É preciso ter a maturidade
para avaliar com até que ponto vale a pena investir seu
tempo e sua energia em uma certa amizade.

Aquilo que requer esforço, que diminui você, que


explora sua boa vontade ou gera sofrimento, tende a
não ser saudável. É importante saber diferenciar
companhias tóxicas das amizades verdadeiras.

Relações de amizade envolvem confiança, empatia e


entrega, dos dois lados. "Amizades" unilaterais,
construídas em torno de interesses nocivos ou
baseadas em dinâmicas tóxicas de relacionamento
representam o oposto do que você quer e merece ter.
Saber sair dessas relações é tão importante quanto
saber cultivar os bons e verdadeiros amigos.
34

as relações no trabalho
Sabedoria diante das diferenças
Quando se trata de relações interpessoais no universo
do trabalho, devemos nos lembrar que estaremos
diante dos mais diversos tipos de pessoas - com suas
personalidades, diferentes histórias de vida, valores
éticos, pensamentos e atitudes. Não são
necessariamente pessoas que escolhemos para ter ao
nosso lado, mas é com elas que compartilhamos muito
do nosso tempo.

Nesse ambiente, é possível encontrar empatia,


colaboração, confiança, parceria e até amizade. Mas
pode haver também o oposto: competição,
desconfiança, descompromisso, abusos de autoridade.

É preciso saber quais relações nutrir e quais evitar.


Saber observar, alinhar-se à cultura da empresa,
empenhar-se na execução de um bom trabalho e agir
com respeito e empatia costumam ser excelentes
maneiras de se relacionar de forma saudável no
ambiente de trabalho.

Contribua para criar um ambiente


harmônico, com cooperação e
empatia! Isso é positivo não só
para a empresa, como
também para o seu
bem-estar e dos colegas,
que passam tantas horas
do dia ao seu lado!
Nem sempre é como gostaríamos...
Qualquer relação envolve algum nível de conflito. No
trabalho, não é diferente, seja com colegas,
coordenadores, fornecedores ou até com os clientes -
criando tensões, afetando o ânimo e interferindo no
ambiente e até na sua capacidade de trabalhar feliz.

As relações de trabalho podem também ser afetadas


pela hierarquia, por ingerências ou abusos, que tornam
o ambiente bastante tóxico. Talvez você não possa
controlar isso diretamente, mas pode tentar responder
de modo mais inteligente à situação.

Para lidar com esses desafios, faça a sua parte: incentive


a comunicação aberta e honesta, não perca tempo com
fofocas e crie ao seu redor um ambiente de confiança e
ética.

Respeite os seus limites e, se


perceber que não existem
chances reais de mudança,
considere buscar outra nova
oportunidade de trabalho.

Encarar desafios é importante,


mas o seu bem-estar e sua
saúde mental e emocional
devem também ser sempre
considerados.
37

relações homoafetivas
O amor em todas as suas cores
Quem conhece o amor verdadeiro sabe que ele se
manifesta de muitas formas: na vida a dois, nas relações
com os pais, filhos, familiares, amigos, na religião.

Isso significa que, quem acredita no amor e na


felicidade deveria verdadeiramente reconhecer o direito
universal de amar e ser amado. E isso, obviamente,
independe da orientação sexual.

É inegável que passou a haver maior visibilidade e


aceitação das relações homoafetivas nos últimos anos.
Mas há, ainda, um longo caminho a ser percorrido, para
diminuir o preconceito e a discriminação.

Esse é um tema que envolve questões individuais,


sociais, legais, familiares, entre outras. Todas elas,
começam por algo que deveria ser universal - e que tem
grande reflexo sobre a saúde emocional e mental:
Fortalecer os laços, apesar dos desafios
Para muitas pessoas, a luta pelo respeito à orientação
sexual começa dentro de casa, na família, em um
processo muitas vezes doloroso e demorado.

Nesse cenário, a psicoterapia é um recurso valioso. Ela


oferece um espaço seguro para discutir questões
pessoais, medos, expectativas, frustrações, culpas,
autoaceitação e outros conflitos que possam surgir no
caminho da manifestação da orientação sexual.

O objetivo é fortalecer-se emocionalmente para lidar


com a família e com a sociedade. Este é um processo
que pode gerar laços ainda mais fortes de respeito e
amor, ou pode permitir à pessoa seguir em frente, sem
necessariamente romper vínculos, mas com saúde
emocional e autorrespeito, mesmo que a aceitação não
aconteça da forma como se gostaria.
40

relações amorosas saudáveis


É preciso nutrir o amor
Invista em vocês todos os dias
Quem vive um relacionamento amoroso saudável
sente-se seguro, amado e valorizado. É uma sensação
de paz e completude, que promove a sensação de bem-
estar geral, com efeitos positivos em todos os aspectos
da vida.

Porém, ainda que o amor esteja presente e seja


fundamental para a saúde do relacionamento, é preciso
investir na relação diariamente, também de outras
formas, para que a parceria dê certo ao longo do
tempo. Respeito, confiança, lealdade, carinho, atenção,
cumplicidade, disposição, autonomia e capacidade de
ceder quando for necessário, também são cuidados
fundamentais.

Boas-práticas do amor a dois


Comunicação aberta
Expressar com clareza os seus
sentimentos, desejos, receios e
planos é demonstrar confiança,
sem deixar margem para dúvidas.
Não evite, omita ou tenha receio
de quaisquer assuntos; a verdade,
dita com educação, carinho e
respeito, é sempre a melhor
escolha para um casal.
Liberdade para ser e agir
Sentir-se livre para ser quem realmente é, de forma
espontânea e natural, respeitando a relação e os
espaços individuais, é fundamental para uma relação
saudável, afinal, nem sempre um casal compartilha
exatamente dos mesmos interesses.

Oferecer e receber apoio


Parceiros se apoiam de forma natural, seja para correr
atrás dos sonhos, para vencer dificuldades particulares,
sair da zona de conforto, aumentar a autoestima,
celebrar conquistas e até mesmo com apoio financeiro.
O importante é estarem juntos, tanto nos bons quanto
nos maus momentos.

Lidar com as diferenças


Casais são formados por indivíduos, que entram na
relação com suas histórias e diferenças.

Conviver com elas, acolhendo as singularidades,


sem gerar conflitos, é um exercício
que deve ser praticado todos
os dias. Discordar é permitido,
desde que não se falte
com respeito!
Respeito e comprometimento mútuo
Casais saudáveis respeitam os limites e desejos do outro
e comprometem-se com aquilo que o casal definiu ser
importante. Isso gera confiança de que ambos
entendem as necessidades do outro e estão realmente
dispostos a trabalhar juntos para superar os desafios
que possam surgir.

Discutir e repensar a relação sem medo


Discutir a relação não significa brigar. Esclarecer pontos
de vista diferentes não deve afetar o entrosamento do
casal. Muito pelo contrário, é uma oportunidade de fazer
pequenos ajustes e reparos, absolutamente naturais - e
até indispensáveis - na vida a dois. Conduza as conversas
com educação, sem acusações ou impaciência, evitando
conflito e estresse desnecessário.

Manter um relacionamento amoroso saudável é um


hábito, um compromisso diário, com benefícios ao casal
e a cada pessoa, individualmente. Com disposição e
empenho, é possível manter uma relação prazerosa, que
irradie amor por todas as áreas da vida.
44

lidando com os conflitos


Não é falta de amor, mas de habilidade
Mesmo que suas relações sejam habitualmente
harmoniosas e equilibradas, há momentos em que os
conflitos podem surgir. É normal, em qualquer relação.

Conflitos geram atrito e desconforto, é verdade, mas é


importante saber usá-los como oportunidade para o
aperfeiçoamento das relações. Eles podem abrir portas
para gerar mudanças importantes, criar novos
combinados, e para obter mais conhecimento sobre si e
sobre o outro.

Muitas vezes, o amor e a boa intenção estão presentes,


mas falta a habilidade necessária para lidar com os
conflitos de modo equilibrado. Isso não significa fugir,
mas abordá-los de forma mais construtiva, evitando
que tomem proporções maiores do que o necessário.

Veja a seguir algumas estratégias que permitem um


pouco mais de ponderação e calma, em vez de falas e
ações impensadas (e, muitas vezes, nocivas), feitas no

"
calor de uma discussão.

O ser humano deve desenvolver, para


todos os seus conflitos, um método que
rejeite a vingança, a agressão e a
retaliação. A base para este tipo de
método é o amor.
"
Martin Luther King
Ativista norte-americano
Falar com calma e clareza
Comunicar-se com calma, mesmo que seja preciso
aguardar alguns minutos antes de falar, é fundamental.
A impulsividade, na fala e nas ações, pode gerar mais
atrito, desnecessariamente. Respire fundo e fale de
forma clara, sincera e objetiva, para se fazer entender,
não para ferir o outro. Da mesma forma, ouça
atentamente e evite ataques pessoais ou julgamentos
precipitados e simplistas.

Colocar-se no lugar do outro


Procurar compreender a perspectiva do outro é
essencial para encontrar soluções que sejam
satisfatórias para ambos os lados. Fazer isso é um sinal
de respeito e costuma ter um efeito muito valioso.

Colocar-se no lugar do outro é


um exercício fundamental para
entender diferentes necessidades
e emoções.

Mais do que respeitar ou tolerar,


procure realmente acolher outros
pontos de vista. Isso cria conexões
verdadeiras, que levam a relações
mais harmoniosas e positivas.
Controle suas emoções
Discussões costumam nos deixar emocionalmente
agitados, mas é importante manter a calma e evitar
erguer a voz ou perder o controle. Ao abrir mão do
respeito e da sensatez, você acaba autorizando o outro
a fazer o mesmo. Isso não oferece qualquer ganho e,
pior, a longo prazo, promove distância e ressentimento.
Não permita que a raiva, que é pouquíssimo sábia, guie
suas palavras ou ações.

Assuma sua parte de responsabilidade


É natural justificarmos nossas ações como sendo
respostas às ações do outro. Procure sair dessa
armadilha emocional, afinal, o outro não controla seu
comportamento; você é responsável por suas ações e
escolhas. Assuma a responsabilidade por suas palavras
e decisões - e, mais do que isso, tenha em mente que
culpar o outro por todos os problemas não resolve
qualquer conflito, além de injusto, provavelmente.

Evite se colocar no lugar de vítima.


Ao fazer isso, ao outro resta
somente a posição de algoz, o que
afasta você da responsabilidade
de assumir seu papel para
contornar um conflito.
Foque-se nas soluções
Quando você está vivendo um conflito, mas sua mente
está focada em encontrar uma solução, a sua atitude é
construtiva e convida o outro a fazer o mesmo. Isso é
sinal de respeito à relação, proatividade e disposição em
sair da zona de conforto.

Ameaças de desistência e abandono, por exemplo,


costumam ser imaturas e podem até ser consideradas
uma forma de perturbação emocional. Você pode
desistir, sim, mas fazer isso em forma de fuga não
representará uma solução para o conflito.

Ficando ou partindo, a decisão deve ser feita com


respeito e cuidado, sem eleger vencedores ou
perdedores. O objetivo deve ser encontrar
entendimento - seja para melhorar e manter a relação,
ou para que se possa seguir adiante sem
arrependimentos.

A ajuda profissional é muito valiosa na resolução


de conflitos. A escuta ativa e as técnicas
terapêuticas promovem diálogos construtivos e
contribuem para a melhoria da compreensão
mútua, independentemente dos rumos que a
relação venha a tomar.
49

solidão nos relacionamentos


Fale sobre o que está sentindo
Muitas vezes, as pessoas têm a expectativa de que um
parceiro ou parceira preencha todas as suas
necessidades emocionais, mas isso raramente
acontece. É importante entender que, mesmo em um
relacionamento saudável, é normal sentir-se solitário às
vezes. O problema é quando essa sensação se torna
permanente.

A comunicação - ou a falta dela - é uma das principais


causas da solidão nos relacionamentos. Quando não
expressamos nossos sentimentos, necessidades e
expectativas claramente, pode haver uma desconexão
emocional entre as pessoas. O contrário também
ocorre: quando tudo que é dito se torna motivo de
crítica e brigas, gerando um inevitável distanciamento.
Seja também a sua melhor companhia!
Algumas pessoas, quando estão em uma relação,
acabam se anulando, na tentativa de satisfazer o outro.

Mas a identidade pessoal não deve se confundir com a


identidade do casal. É importante manter alguma
independência para desenvolver seus projetos
pessoais, hobbies e interesses.

O outro deve entrar em sua vida para somar, não para


preencher. Seja a sua melhor companhia! Estando bem,
tendo sua vida própria, você terá mais para
compartilhar e contribuir com a relação.

Com este equilíbrio individual, os papéis na relação


também ficam mais equilibrados - e ambos poderão se
dedicar à vida em comum, oferecendo apoio mútuo e
desejando estar na companhia um do outro.
52

dependência emocional
Quando o apego não é saudável
A dependência emocional é um padrão de
comportamento no qual uma pessoa sente necessidade
constante de receber afeto e aprovação de outra. É um
apego excessivo, mais frequente nas relações
amorosas, mas que ocorre também nos laços familiares
e nas relações de amizade.

É um quadro que envolve insegurança, possessividade,


culpa, ciúmes e outros sentimentos, com efeitos que
podem ser muito nocivos à relação, ao dependente, e
também ao seu "alvo".

O dependente "sufoca" o outro, exigindo atenção


permanente, como forma de reafirmar o laço afetivo,
diante de sentimentos de vazio, ansiedade de
afastamento e até mesmo desespero, quando a pessoa
está sozinha ou não está recebendo atenção do outro.

Esse é um quadro complexo,


que envolve questões como
história pessoal, autoestima
e autoimagem, dinâmicas
da própria relação, entre
outras, sendo difícil de
ser superado sem ajuda
psicológica, pois nem
sempre o dependente
percebe ou reconhece
o seu comportamento.
O benefício do autoconhecimento
Para superar a dependência emocional nos
relacionamentos, é fundamental investir em
autoconhecimento, para compreender as origens desse
apego extremo, muitas vezes tendo que confrontar
memórias deixadas para trás.

É um processo muito íntimo, que requer empenho e


coragem para identificar padrões de comportamento
não saudáveis e trabalhar em sua superação.

Também é preciso investir na reconstrução da


autoestima e da autoconfiança, para que seja possível
voltar a sentir segurança, sem depender de outra
pessoa para isso.

Com autoconhecimento
e empenho, é possível
superar a dependência
emocional e construir
relacionamentos mais
saudáveis e felizes.

O objetivo não é reduzir o


amor pela pessoa amada,
mas criar formas de lidar
com o amor de modo mais
saudável, fazendo do outro
um "companheiro de
viagem", não a viagem em si.
55

evitando o distanciamento
Relações precisam ser nutridas
O distanciamento emocional pode ocorrer em qualquer
tipo de relacionamento, seja ele amoroso, familiar ou
profissional. É normal que, às vezes, por diferentes
motivos, as pessoas se sintam desanimadas e
desmotivadas, levando a um afastamento do convívio
social e afetivo.

Para evitar isso, é importante construir um ambiente


seguro e acolhedor, no qual se cultive a comunicação e
a empatia, além de manter uma rotina de atividades
prazerosas e saudáveis.

Nas relações pessoais, conversem, leiam juntos, façam


passeios, visitem outras pessoas, cozinhem juntos,
façam um curso...

No trabalho, relações podem ser alimentadas, por


exemplo, por objetivos comuns e colaboração saudável,
aproveitando os talentos e as contribuições de cada um.

Caso o distanciamento já tenha ocorrido e a relação


tenha se tornado mais fria, distante e apagada, é
importante procurar identificar as causas
do afastamento e conversar de forma
franca e aberta. O distanciamento
não é, necessariamente, definitivo.
Dê o primeiro passo
Demonstre interesse e afeto por meio de ações e
palavras. Nunca é demais reafirmar o quanto a outra
pessoa importa para você. Valide a relação e o outro,
dedique parte do seu tempo para que possam
conversar, falando e ouvindo atentamente. Planeje
atividades novas e diferentes para fazerem juntos, para
reavivar os interesses comuns e o bem-querer.

A reconexão é possível
Com dedicação e paciência, é possível recuperar a
conexão com as pessoas que importam em sua vida,
fortalecendo laços que estavam fragilizados. Inclusive,
nas relações amorosas, é comum que esses esforços
reacendam a paixão e o relacionamento se torne mais
saudável e prazeroso.

A importância da ajuda psicológica


Quando o distanciamento é grande,
ou se os motivos do distanciamento
forem tão doloridos que dificultem a
reaproximação, considere buscar
ajuda psicológica. Ela facilita a
compreensão das questões mais
profundas que afetam as relações,
para que se possa tentar reconstruir
novas pontes com o outro.
58

lidando com a traição


Uma experiência dolorosa
A traição em um relacionamento costuma ser uma das
experiências mais dolorosas e difíceis de aceitar. Cada
pessoa reage de forma diferente diante dela, mas é
comum que a confiança e a intimidade sejam
severamente abaladas e que a pessoa traída sinta uma
tristeza profunda, que pode até parecer impossível de
ser superada.

Uma traição pode transformar um relacionamento para


sempre, gerando um processo de intensa dor
emocional, com sentimentos como raiva, descrença,
insegurança, culpa, mágoa, desejo de vingança e
isolamento.

Ela pode ser considerada um trauma emocional que,


em alguns casos, pode até desencadear outras
condições psicológicas, como a depressão, fobias,
ansiedades, entre outros.

Responsabilidade afetiva, até o fim


Mesmo diante de uma traição, é possível agir
com responsabilidade afetiva, sem humilhações
ou ofensas. A melhor opção sempre será o
diálogo franco. Mesmo
que a opção seja renunciar à relação,
é possível fazer isso de forma
madura e responsável.
Por que a traição acontece?
Buscar bons motivos para justificar uma traição pode
ser uma armadilha emocional, que busca diminuir o
tamanho do erro e de seus impactos na relação. Por
outro lado, entender esses motivos pode ajudar um
casal a trabalhar questões pessoais ou conjugais e, em
muitos casos, superar o ocorrido e manter a relação.

Não existe uma resposta só: são vários os motivos que


podem levar uma pessoa a trair. Cada relação tem suas
próprias características e seus acordos íntimos, e cada
pessoa tem sua própria concepção de certo e errado, e
diferentes estruturas morais e éticas.

Quem trai costuma ter diversas explicações sobre as


razões que motivaram a infidelidade. Quase sempre a
queixa diz respeito à insatisfação
com a relação, sensação de solidão,
insatisfação pessoal, desejo de aventura,
atração por outra pessoa, indiferença
do parceiro, busca por atenção,
vingança e até o desejo de
terminar o relacionamento.

Independentemente das eventuais


justificativas, ou se elas têm ou
não algum fundamento, a traição
é uma escolha nociva, que, em
vez de resolver uma insatisfação,
costuma criar uma nova.
A escolha entre perdoar ou terminar
Lidar com a traição pode ser difícil, mas é fundamental
reconhecer seus sentimentos e buscar apoio
emocional. É importante avaliar se o relacionamento
tem condições de ser saudável e se a reconciliação é
possível. Algumas pessoas optam por perdoar e
trabalhar para reconstruir a confiança, enquanto outras
preferem terminar o relacionamento. Não há caminho
certo ou errado.

Perdoar pode ser difícil e demorado, exigindo bastante


esforço do casal. O perdão não é o mesmo que
esquecer ou minimizar a traição, mas pode ser parte de
um processo de cura, aprendizado e reconstrução da
confiança na relação.

Porém, para algumas pessoas, terminar a relação pode


ser a melhor escolha, por exemplo, se a traição
representar uma violação muito grave da confiança ou
se houver um padrão de comportamento infiel.

A traição é uma experiência


dolorosa e desafiadora,
mas é uma oportunidade
para repensar a relação e
avaliar o desejo de seguir
adiante ou mudar o rumo
da sua vida. Permanecendo
ou partindo, faça-o de peito
aberto e aceite as lições
que esta dor tem a ensinar.
"Eu traí você, por sua culpa"
Não é incomum a pessoa que traiu atribua ao outro a
"culpa" por ela não se sentir completa ou preenchida.
Mas apontar a eventual falha do outro é uma forma de
se esquivar da própria responsabilidade.

Se foi você quem traiu, lembre-se que culpar o outro


pelo seu sentimento de incompletude não ameniza a
traição, nem acelera uma eventual reaproximação. Dê à
outra pessoa tempo para pensar, compreender os
próprios sentimentos e tomar decisões. Aproveite para
pensar e propor, você também, os rumos da relação.

Saiba que permanecer na relação significará trabalhar


para reconstruir o vínculo. E, se a decisão for terminar a
relação, faça-o com elegância, respeitando a história
que viveram juntos.

Embora a relação possa


ser abalada de forma
irreparável por uma
traição, ambos podem
seguir com suas vidas e,
no tempo certo,
voltarem a ser felizes.
Após uma traição, recorra à sua rede suporte. É
provável que você não vá querer expor o ocorrido a
muitas pessoas, mas alguns amigos mais próximos
poderão oferecer um bom ouvido e, também,
apresentar bons conselhos.

Ouça, pondere e respeite o seu tempo para tomar as


decisões com calma e responsabilidade. Mas não
deixe que ninguém tome as decisões por você!
Lembre-se que ninguém conhece a sua relação
melhor do que você!

A psicoterapia individual ou de casal pode também


ajudar a lidar com as emoções difíceis e a caminhar
pelos desafios do processo de superação de uma
traição, com passos mais firmes e pensamentos mais
lúcidos.

Com a terapia, é possível entender melhor os


descontentamentos, trabalhar a comunicação e a
empatia entre o casal, reconstruir pactos, além de
aprender a lidar com as consequências emocionais
do que houve. É uma jornada desafiadora, mas que
traz maior clareza e segurança - seja para reconstruir
com solidez os vínculos quebrados, seja para a seguir
adiante, em caminhos separados, estando em paz
com a decisão tomada.
64

a importância do perdão
O perdão é um processo
Reconhecer para superar
O perdão é um processo que envolve liberar
sentimentos negativos em relação a alguém que nos
feriu ou magoou. Perdoar não é o mesmo que
esquecer ou minimizar a gravidade do que aconteceu.
Pelo contrário, envolve reconhecer a dor e o sofrimento
causados pela outra pessoa, mas escolher não
alimentar sentimentos negativos em relação a ela.
Perdoar é libertar-se da dor, sem negar que ela existiu.

Abandone os sentimentos negativos


Perdoar não é fácil, especialmente quando a dor é
profunda, muitas vezes carregada por anos de mágoas,
rancor e ressentimentos. E, justamente por ser difícil,
não é um sinal de fraqueza, mas de força interior.

Quando perdoamos, tomamos a decisão consciente de


abandonar o passado e seguir em frente. Perdoar é
distanciar-se da dor, sem a obrigação de se reaproximar
de quem a causou - embora você possa fazê-lo, se isso
fizer sentido para você.

Independentemente de que rumo a relação tenha


tomado (ou vá tomar), perdoar é fazer uma escolha
consciente e intencional, para superar o sofrimento
emocional e buscar a paz interior. Na verdade, é algo
muito mais relacionado a você do que ao outro.
Pedir perdão e perdoar-se
Quando é você a pessoa que causou a dor, tenha em
mente que pedir perdão é uma forma de tentar aliviar o
sofrimento do outro, assumindo sua responsabilidade e
reconhecendo os efeitos dos seus atos. Não há
garantias de que o perdão virá, mas as chances
aumentam se você o pedir, abrindo caminho para a
reconstrução de um espaço de confiança na relação.

Perdoar-se é igualmente importante. Muitas pessoas,


presas ao próprio erro, sentem uma culpa paralisante,
sem gerar espaço para o aprendizado e crescimento.
Não é incomum, também, que pessoas tomem para si
culpas que não têm, sentindo-se responsáveis pelo erro
do outro e não se perdoando por isso.

Perdoar é libertar-se
O perdão é um processo que
envolve mudanças positivas para
as relações e para a vida.

Perdoar é retomar as rédeas


dos próprios sentimentos, não
permitindo que erros e falhas
dos outros definam quem
somos e como vivemos.

Receber ou oferecer o
perdão é deixar no passado
aquilo que não merece
mais espaço no presente.
Lembre-se: o perdão é um processo. Não é
algo que se alcança da noite para o dia, mas
sim uma jornada, que pode requerer tempo e
esforço. Em muitos casos, ele vale a pena e
pode transformar não apenas as relações,
mas também a saúde emocional.

Porém, não encare o perdão como uma


obrigação. Respeite suas emoções e o seu
tempo, para que o ato de perdoar não se
torne, em si, mais um peso a ser carregado ao
longo do tempo.

Quando o perdão se torna muito difícil -


normalmente porque as mágoas são grandes
demais - a psicoterapia pode ajudar a
reorganizar os pensamentos e os
sentimentos, definindo com maior clareza que
rumos tomar e como deixar a dor para trás,
da forma e no tempo que fizer mais sentido
para você.
68

reconstruindo a confiança
Reflexão, transparência e tempo
Quando um relacionamento é abalado por uma traição
ou mentira, pode ser difícil reconstruir a confiança. Mas
há casais que decidem permanecer juntos e, sim,
conseguem trabalhar para superar o ocorrido e
verdadeiramente fortalecem o relacionamento.

A reconstrução da confiança começa por uma absoluta


disposição para o diálogo, com o compromisso de
transparência e comunicação aberta. A pessoa que traiu
precisa ter empatia e disposição para entender como o
outro se sente, e ambos precisam ser muito honestos,
tanto nas palavras quanto nas ações.

Quem foi ferido pode precisar de um tempo para


refletir com calma e, aos poucos, aprender a confiar
novamente. Isso é normal e faz parte do processo de
reconstrução de um laço de confiança.

confia
nça!
É difícil, mas não é impossível
Muitas relações se mantêm e voltam a ser felizes,
mesmo depois de uma ferida emocional. Se você
acredita que sua relação vale a pena, não há nada de
errado em investir nela, de verdade!

Reconstruir a confiança é um processo que acontece a


dois, com conversas francas, sentimentos claros e ações
honestas. O foco deve estar nas mudanças necessárias
para seguir em frente.

Ouvir as queixas do outro e falar sobre as próprias, é


fundamental. Nesse processo, todos os sentimentos
merecem espaço. Ter esses cuidados - em vez de agir
como se nada tivesse acontecido - costuma criar um
caminho viável, para que ambos voltem a se sentir bem.

Hora de olhar para a frente!


Depois de expostos todos os
sentimentos (provavelmente em
várias conversas), refaçam os
combinados e, com o tempo,
procurem abandonar o que
passou. A vida não deve ser um
eterno lamento por algo que
ficou no passado. A disposição
do casal deve ser para viver o
novo, com um objetivo comum e
sem amarguras.
71

o fim de um relacionamento
Permita-se seguir adiante
O fim de qualquer relacionamento amoroso costuma
ser um momento muito difícil para ambas as partes,
independentemente de ser uma decisão mútua ou
tomada por apenas uma pessoa. É um momento de
ruptura de hábitos, de grandes mudanças, de culpas,
raiva, frustração e outros sentimentos, que deixam as
pessoas perdidas, tristes e confusas sobre o futuro.

Para muita gente, o término de uma relação representa


um luto - e não há problema nisso. Mas é preciso
reconhecer e aceitar o fim, para que, com o tempo,
possa-se seguir em frente e reconstruir a felicidade -
mesmo que, no momento agudo de dor, não pareçam
existir possibilidades de um futuro melhor.

Ao superar o término de um
relacionamento, é possível
descobrir novas oportunidades
de encontrar felicidade.

Respeite o passado e a
importância da relação anterior
em sua vida, mas não se aprisione
a ela. Amadureça, aprenda com a
separação e, no seu tempo,
permita-se construir novos laços,
com alguém que toque seu
coração e mereça seu amor.
Seguir em frente após o fim da relação é difícil, mas é
um caminho que pode ser percorrido com equilíbrio.
Veja alguns autocuidados que você pode tomar:

1. Dê tempo para si: permita-se sentir suas emoções,


boas e ruins. Seja gentil consigo e lembre-se de que é
normal sentir tristeza, mágoa e insegurança.

2. Foque-se em você: dedique tempo para fazer


coisas que você ama e cuide da sua saúde física e
mental. Manter a mente ocupada e distraída ajuda a
aliviar a solidão e a tristeza.

3. Não busque a dor. Se necessário, evite o contato.


Não fique "espionando" a pessoa nas redes sociais. A
distância, neste caso, pode proteger suas emoções e
evitar mais dor.

5. Busque apoio: amigos e familiares poderão


compreender seu momento e compartilhar boas
reflexões com você. A psicoterapia é, também, uma
excelente opção para reorganizar os pensamentos e
as emoções, para ajudar a lidar com a separação.

6. Seja paciente: a superação emocional não tem um


prazo para acontecer, mas ela acontece. Tenha
paciência com você e com suas emoções.
Perspectivas para o futuro
O futuro que é tecido a dois
Planejar para conectar
Mesmo que parte da vida seja imprevisível, casais
devem fazer planos juntos. No meio do caminho, se for
preciso, podem "reajustar o leme e seguir a viagem",
sem a necessidade "construir um novo barco".

Planejar é ter perspectivas, criar objetivos comuns,


aproximar sonhos e alinhar desejos. Casais que não
desenham juntos seus objetivos podem sentir
desconexão, fragilidade e angústia sobre o futuro.

Quando um casal estabelece planos de forma natural e


franca, diminui-se a distância entre as expectativas
individuais e os projetos a dois. Criar objetivos - e
trabalhar juntos para alcançá-los - amplia os horizontes,
gera cumplicidade e fortalece a relação.

Troque o "isto ou aquilo" pelo "isto e aquilo"


Experimente trocar o "ou" pelo "e".
Sempre que possível, tente unir os
projetos individuais, de modo a
transformá-los em objetivos comuns
ao casal. Esforços compartilhados
geram parceria, compromisso e
aumentam as chances de sucesso e
satisfação pessoal de ambos.
Existe compatibilidade entre vocês?
Essa é uma pergunta que se faz continuamente ao
longo de uma relação. É um processo de descoberta
natural, que envolve saber desde o desejo de morar em
um bairro ou em outro, até o sonho de ter filhos ou não.

Vocês não precisam pensar de forma idêntica sobre


tudo, já que muitas diferenças podem ser superadas.
Mas há outras que podem, sim, tornar a relação inviável
- e que precisam ser ponderadas.

Um casal jovem tem prioridades diferentes de


um casal de meia-idade ou de um casal de
idosos. Mas, em qualquer uma dessas fases, é
importante ter um olhar lúcido sobre a
compatibilidade de objetivos e a disposição em
trabalhar como casal para alcançá-los.

Casais felizes reforçam seus laços de


cumplicidade continuamente, compartilhando
sonhos, trabalhando por eles e desfrutando da
alegria, satisfação e orgulho das conquistas
compartilhadas - não importa o tamanho delas.
77

o poder das relações


Cultivar relações, por nós e pelo outro
As relações humanas são uma fonte inesgotável de
oportunidades e benefícios. É nelas que aprendemos a
nos conectar com o outro, a entender nossas emoções
e a desenvolver a empatia e o amor.

São, em boa parte, as relações que nos motivam a


sermos pessoas melhores. Buscamos, claro, ser felizes
por nós mesmos, mas é inegável que queremos,
também, ser melhores para e com o outro.

Nossa felicidade está diretamente associada ao bem-


estar das pessoas que amamos, às relações que temos
com elas e à sensação de pertencimento, de segurança
e de bem-estar que oferecem.

É justamente com essas pessoas que as relações


costumam ser mais profundas e, ao mesmo tempo,
mais complexas. Cuidar e nutrir essas relações significa,
portanto, zelar pelo bem-estar emocional e pela
felicidade dessas pessoas - e pelo nosso próprio.
A psicoterapia e os relacionamentos
A psicoterapia é uma ferramenta poderosa para
quem deseja ter relações saudáveis. Muitas vezes, os
desafios emocionais que enfrentamos de forma
individual podem dificultar o desenvolvimento de
conexões verdadeiras com outras pessoas.

Ou então, em relações já estabelecidas, a dificuldade


de diálogo, as mágoas, expectativas e percepções
distorcidas, ou o desalinhamento de objetivos,
podem, também, corroer os vínculos afetivos.

A psicoterapia, seja ela individual, de casal ou


familiar, ajuda a identificar e superar esses conflitos,
estimulando nossas habilidades de comunicação,
autoconhecimento e autoestima.

Ao nos tornarmos mais conscientes de nossas


emoções, pensamentos e ações, nos tornamos
também mais hábeis nas relações e desenvolvemos
tanto o autorrespeito quanto a empatia com o outro.

Se você deseja aprimorar suas relações, considere a


possibilidade de fazer terapia. Esta é uma jornada
muito transformadora, que pode trazer benefícios
para você e para as relações com as pessoas com
quem você compartilha os dias e a vida, e para as
quais você quer oferecer o melhor de si.
Ivanildes Rodrigues
Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga| CRP 24/01226

Vamos conversar?
É tão interessante falar e pensar nas relações
humanas! Tenho convicção de que cada
pensamento, cada ato de cuidado e de atenção à
forma como nos relacionamos são esforços
valiosos para nossa saúde emocional.

Siga-me nas redes sociais ou entre em contato!


Ficarei muito feliz em acompanhar você nesta
jornada de crescimento e cuidado com suas
emoções e com os relacionamentos, em busca de
uma vida plena e feliz!

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