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Aulas de Introdução À Linguística Textual

O documento aborda a evolução da Linguística Textual desde os anos 1960 e 1970, destacando a transição do estudo do texto como uma unidade estrutural para uma abordagem que considera o texto como um processo comunicativo. A análise inclui a construção de gramáticas textuais e a importância da competência textual, culminando na necessidade de entender a textualidade em contextos pragmáticos. O texto também discute definições de texto, coerência e coesão, enfatizando a interação entre produtor e receptor na construção de sentido.

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Aulas de Introdução À Linguística Textual

O documento aborda a evolução da Linguística Textual desde os anos 1960 e 1970, destacando a transição do estudo do texto como uma unidade estrutural para uma abordagem que considera o texto como um processo comunicativo. A análise inclui a construção de gramáticas textuais e a importância da competência textual, culminando na necessidade de entender a textualidade em contextos pragmáticos. O texto também discute definições de texto, coerência e coesão, enfatizando a interação entre produtor e receptor na construção de sentido.

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CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS

A Linguística Textual
Prof. Cesar Casella

Estudos do Texto – 2025.2


UM BREVE PERCURSO HISTÓRICO
01. O percurso de transformaçã o do texto em unidade de aná lise no
campo dos estudos da linguagem inicia-se nos anos de 1960 e 1970.
Trata-se de um amplo esforço teó rico – com diferenciaçõ es internas
– para instituir uma dimensã o de estudos oposta ao Estruturalismo,
indo “além dos limites da frase”, procurando “reintroduzir, em seu
escopo teó rico, o sujeito e a situaçã o da comunicaçã o, excluídos das
pesquisas sobre a linguagem pelos postulados dessa mesma
Linguística Estrutural que compreendia a língua como sistema e
como có digo, com funçã o puramente informativa” (p. 245).

02. A Linguística Textual, mesmo sem um desenvolvimento linear e


homogêneo, gradualmente ampliou seu objeto de estudos e afastou-
se do estruturalismo (p. 246).

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


Introdução à Linguística: domínios e fronteiras, v. 1. 8 ed. Sã o Paulo/SP: Cortez, 2008..
UM BREVE PERCURSO HISTÓRICO
03. Três momentos marcam o percurso: a). a aná lise transfrá sica; b).
a construçã o de gramá ticas textuais; c). a elaboraçã o de uma teoria
do texto (p. 247).

04. “Na análise transfrástica, parte-se da frase para o texto”, com


foco nas “relaçõ es que se estabelecem entre as frases e os períodos,
de forma que construa uma unidade de sentido”, percebendo-se a
“existência de fenô menos que nã o conseguiam ser explicados pelas
teorias sintá ticas e/ou pelas teorias semâ nticas”, como é o caso do
fenô meno da co-referenciaçã o (p. 247) e a questã o da conexã o entre
enunciados feitas sem conectores explícitos (p. 248). Isto levou à
necessidade de considerar o papel do receptor e seu conhecimento
da língua, na construçã o e estabelecimento dos sentidos globais dos
enunciados (p. 249).

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


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UM BREVE PERCURSO HISTÓRICO
05. Surge o objetivo teó rico de construção de gramáticas textuais.
Tenta-se “construir o texto como objeto da Linguística”, isto é, tenta-
se “mostrar que o texto possuía propriedades que diziam respeito ao
pró prio sistema abstrato da língua”, vendo-se o “texto como unidade
teó rica formalmente construída, em oposiçã o ao discurso, unidade
funcional, comunicativa e intersubjetivamente construída (p. 249).

06. Este período, apesar das diferentes abordagens concretas, foi


guiado por postulados comuns: a). não continuidade entre frase e
texto pois há diferença qualitativa entre eles; b). texto como a
unidade linguística mais elevada, da qual partiria a segmentaçã o; c).
todo falante nativo possui um conhecimento acerca do que seja um
texto, conhecimento irredutível à aná lise frasal (pp. 249-250).

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


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07. Além disto, há o pressuposto da competência textual, o qual
justificaria a elaboraçã o de uma gramá tica do texto (p. 250), em uma
perspectiva gerativista.

08. O “projeto revelou-se demais ambicioso e pouco produtivo”, nã o


sendo possível “construir um modelo teó rico capaz de garantir um
tratamento homogêneo dos fenô menos pesquisados”, o que levou a
um redirecionamento: “em vez de dispensarem um tratamento
formal e exaustivo ao objeto texto, os estudiosos começaram a
elaborar uma teoria do texto, que, ao contrá rio das gramá ticas
textuais, preocupadas em descrever a competência textual de
falantes/ouvintes idealizados, propõ e-se a investigar a constituiçã o,
o funcionamento, a produçã o e a compreensã o dos textos em uso”
(p. 251).

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


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UM BREVE PERCURSO HISTÓRICO
09. Entã o, “adquire particular importâ ncia o tratamento dos textos
no seu contexto pragmá tico” (p. 251), bem como a noçã o de
textualidade, em um ambiente teó rico em que ocorrem mudanças
“em relaçã o à s concepçõ es de língua (nã o mais vista como um
sistema virtual, mas como um sistema atual, em uso efetivo em
contextos comunicativos), à s concepçõ es de texto (nã o mais visto
como um produto, mas como um processo), e em relaçã o aos
objetivos a serem alcançados (a aná lise e explicaçã o da unidade
texto em funcionamento em vez da aná lise e explicaçã o da unidade
texto formal, abstrata)” levando a “compreender a Linguística de
Texto como uma disciplina essencialmente interdisciplinar, em
funçã o das diferentes perspectivas que abrange e dos interesses que
a movem” (p. 252).

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TEXTO: DE PRODUTO À PROCESSO
10. É importante notar que na fase inicial dos estudos sobre textos
(períodos da aná lise transfrá stica e das gramá ticas textuais)
“acreditava-se que as propriedades definidoras de um texto
estariam expressas principalmente na forma de organizaçã o do
material linguístico”, subjazendo a concepçã o do texto como uma
estrutura pronta e acabada, como um produto de uma competência
linguística idealizada (p. 253). Na fase seguinte, da teoria do texto,
quando se passa a considerar as condiçõ es de produçã o e de
recepçã o dos mesmos, o texto deixa de ser visto como um produto,
uma estrutura acabada, e passa a ser visto “como parte de atividades
mais globais de comunicaçã o”, buscando-se “compreender o texto no
seu pró prio processo de planejamento, verbalizaçã o e construçã o (p.
254).

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DEFINIÇÕES DE TEXTO
11. Assim, a definiçã o de <texto> passa a considerar que: a). “a
produçã o textual é uma atividade verbal”; b). “a produçã o textual é
uma atividade verbal consciente”; c). “a produçã o textual é uma
atividade interacional” (pp. 254-255).

12. Dentro deste quadro, é possível encontrar definiçõ es diferentes


de <texto>, dependendo dos objetivos teó ricos e analíticos, sendo
necessá rio “escolher aquelas que compartilhem pressupostos
teó ricos e que sejam passíveis de serem reconhecidas como
estabelecendo relaçõ es de proximidade e complementariedade” (p.
255). Anna C. Bentes apresenta as definiçõ es de Ingedore Koch (O
texto e a construção dos sentidos. Sã o Paulo: Contexto, 1997, p. 22) e
de Luiz A. Marcuschi (Linguística textual: o que é e como se faz.
Recife: UFPE, 1983. p. 12-13).

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COERÊNCIA E COESÃO
13. Citando Ingedore Koch (O texto e a construção dos sentidos. Sã o
Paulo: Contexto, 1997, pá ginas 41 e 35, respectivamente), define-se
<coerência> como aquilo que “diz respeito ao modo como os
elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na
mente dos interlocutores, uma configuraçã o veiculadora de
sentidos” e <coesã o> “como o fenô meno que diz respeito ao modo
como os elementos linguísticos presentes na superfície textual
encontram-se interligados, por meio de recursos também
linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentido” (p. 256).

14. Quando “se percebe que o(s) sentido(s) do texto nã o está /estã o
no texto em si, mas depende(m) de fatores de diversas ordens:
linguísticos, cognitivos, socioculturais, interacionais” (p. 257), os
estudos do textos movem-se para a textualidade.

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A COERÊNCIA TEXTUAL
15. Citando Koch e Travaglia (Texto e coerência. Sã o Paulo: Cortez,
1989, p. 26), define-se que “a textualidade ou a textura é aquilo que
faz de uma sequência linguística um texto e nã o um amontoado
aleató rio de palavras. A sequência é percebida como texto quando
aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade
significativa global” (p. 257). A partir disto, abre-se um debate sobre
a existência ou nã o de textos incoerentes. Para Michel Charolles “nã o
há textos incoerentes em si, porque nã o há regras de boa formaçã o
de textos (como há para as frases) que se apliquem a todas as
circunstâ ncias e cuja violaçã o, como na sintaxe das frases, levasse ao
mesmo veredicto”, de modo que “tudo vai depender muito dos
usuá rios (do produtor e, principalmente, do receptor) do texto e da
situaçã o” (p. 257), assim como depende do grau de cooperaçã o com
a compreensã o do texto.

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A COERÊNCIA TEXTUAL
16. Nesta perspectiva, “a coerência de um texto é um ‘princípio de
interpretabilidade’, ou seja, todos os textos seriam, em princípio,
aceitá veis” (p. 258), sendo avaliados em sua coerência – ou nã o – a
partir da situaçã o comunicativa. A partir de uma matéria da revista
Veja, crítica das letras de mú sicas da MPB, advoga-se que: a). os
receptores podem emitir julgamentos sobre a coerência ou
incoerência dos textos; b). os receptores podem chegar à conclusã o
de que nem todos os textos sã o aceitá veis; c). os receptores podem
julgar o texto por padrõ es textuais pró prios; d). os receptores
podem julgar o texto a partir de partes dele; e). a atribuiçã o da
coerência/incoerência nã o é unâ nime; f). a atitude do receptor pode
ser mais ou menos cooperativa; g). os receptores podem nã o levar
em consideraçã o vá rios outros fatores que atuam na construçã o do
sentido global de um texto (pp. 258-260).

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A COERÊNCIA TEXTUAL
17. Assim, “a coerência de um texto nã o depende somente de uma
correta decodificaçã o dos sentidos presentes no texto, decodificaçã o
esta feita por meio da detalhada observaçã o dos elementos
linguísticos” (p. 261). Além disto, é preciso considerar a existência
dos diversos gêneros textuais pois “nã o os lemos da mesma maneira,
e os princípios gerais aplicados, necessá rios para que o(s) sentido(s)
global(is) seja(m) estabelecido(s), nã o vêm especificamente de
nossa capacidade de decodificaçã o do sistema linguístico, mas de
nossa inserçã o na sociedade como um todo’ (p. 261).

18. A aná lise de Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, de Roberto
Carlos e Erasmo Carlos, ilustra como a “situação comunicativa
interfere na produçã o/recepçã o do texto” (pp. 261-263), a partir das
condiçõ es histó ricas de produçã o do texto.

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A COERÊNCIA TEXTUAL
19. Para discutir outros fatores de coerência, faz-se a aná lise da letra
de E.C.T. (Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown), mostrando-
se: a). o “jogo de vozes”, “a mudança nã o marcada textualmente de
enunciador” (p. 264), cuja nã o percepçã o pode prejudicar a
compreensã o do sentido global; b). o uso de dêiticos (p. 265); c). as
inferências e o conhecimento partilhado mobilizados (pp. 265-268).
Todas estas “estratégias cognitivas efetuadas pelos interlocutores,
compreendidas como aquelas que dizem respeito ao uso do
conhecimento (conhecimento de mundo, conhecimento partilhado,
conhecimento do contexto sociocultural)” (p. 268).

20. A intertextualidade é outro “fator de coerência importante na


medida em que, para o processamento cognitivo de um texto, se
recorre ao conhecimento prévio de outros textos” (p. 269).

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


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A COERÊNCIA TEXTUAL
21. Uma série de enunciados exemplificam a intertextualidade de
semelhanças, pois “incorporam o intertexto, para seguir-lhe a
orientaçã o argumentativa” (p. 270). Entende-se também que há
enunciados com “intertextualidade das diferenças, que consiste em
representar o que foi dito para propor uma leitura diferente e/ou
contrá ria” (p. 271). Além disto, a intertextualidade pode ser vista
como implícita ou explícita. No caso da intertextualidade implícita
“nã o se encontra a indicaçã o da fonte”, sendo preciso que o receptor
tenha “os conhecimentos necessá rios para recuperá -la” (pp. 271-
272). A intertextualidade explícita, por seu lado, apresenta a fonte
do texto primá rio. É preciso ressaltar que a intertextualidade
explícita – a citaçã o – é um fenô meno complexo e que depende dos
gêneros textuais.

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A COERÊNCIA TEXTUAL
22. Utilizando duas manchetes de jornais contraditó rias como
exemplos (p. 273), mostra-se que a aná lise textual nã o busca
responder sobre a veracidade dos enunciados, pois admite “que um
texto sempre ser constituído de uma multiplicidade de significaçõ es,
tudo dependendo de diversos fatores, entre eles, a intençã o de quem
produz e, da parte do leitor ou destinatá rio, a disponibilidade de
aceitar aquilo que dito” (p. 273). Assim, tem-se a intencionalidade
como um fator de coerência. Deve-se entender que a intençã o do
emissor é “linguisticamente constituída” e tem “relaçã o estreita com
a argumentatividade”, o que “significa dizer que nã o há uma
necessá ria consciência, no momento da produçã o textual, desta
argumentatividade, constitutiva de toda a atividade verbal. No
entanto, as formas linguísticas utilizadas revelam certas intençõ es”
(p. 274).

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A COERÊNCIA TEXTUAL
23. A informatividade é outro fator de coerência e “diz respeito ao
grau de previsibilidade das informaçõ es que estarã o presentes no
texto, se essas sã o esperadas ou nã o, se sã o previsíveis ou nã o. Além
disso, é a informatividade que vai determinar a seleçã o e o arranjo
da informaçã o no texto, de modo que o receptor possa calcular-lhe o
sentido com maior ou menor facilidade” (p. 275). Assim, “o arranjo
das informaçõ es presentes no texto está condicionado pelas
intençõ es de seu locutor e como estas intençõ es sã o reguladas pelo
contexto situacional mais amplo de produçã o do texto” (p. 275).

24. Na aná lise da coerência textual, mobilizou-se “conhecimentos


sobre a forma de organizaçã o dos recursos linguísticos na superfície
textual, ou seja, sobre alguns mecanismos de coesã o” (pp. 276-277),
mostrando-se que coesã o e coerência se relacionam.

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A COESÃO TEXTUAL
25. Para tratar da coesã o textual, apresenta-se um artigo de Jâ nio de
Freitas (p. 277) e lista-se: a). a estratégia de suspense com o uso de
pronomes catafó ricos, no título e primeiros pará grafos (p. 278); b).
as remissõ es anafó ricas (pp. 278-279); c). a definitivizaçã o, em que
“um referente, ao ser introduzido por um artigo indefinido, somente
pode ser retomado por um artigo definido” (p. 279); d). as elipses (p.
279); e). as repetiçõ es de uma expressã o nominal (p. 279). Estes sã o
mecanismos de coesã o referencial nã o utilizados “ingenuamente,
estando, na maioria dos casos, a serviço dos objetivos do locutor no
momento da produçã o de seu texto” (p. 279). Há , ainda, mecanismos
de sequenciaçã o utilizados por Jâ nio de Freitas, que mostram a
questã o do tema (dado) e do rema (novo) e da “sequenciaçã o
parafrá stica, ou seja, aquela com procedimentos de recorrência” (p.
280), o paralelismo sintá tico e a pará frase.

Texto-base: BENTES, A. C. Linguística Textual. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (orgas.).


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