Marque as alternativas certas e nas objetivas, após marcar a alternativa
desejada, explique porque acredita que seja esta, além disso, explique
porque eliminou cada alternativa.
1. (ENEM 2009)
Metáfora
Gilberto Gil
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: “Lata”
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: “Meta”
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.
(Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 5 fev. 2009. )
A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva,
pela semelhança ou analogia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca
com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que
se identifica a metáfora é:
a) “Uma lata existe para conter algo”.
b) “Mas quando o poeta diz: ’Lata’”.
c) “Uma meta existe para ser um alvo”.
d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”.
e) “Que determine o conteúdo em sua lata”.
2. (UNICAMP 2009) Leia o seguinte capítulo do romance Dom Casmurro, de
Machado de Assis: Capítulo XL Uma égua Ficando só, refleti algum tempo, e
tive uma fantasia. Já conheceis as minhas fantasias. Contei-vos a da visita
imperial; disse-vos a desta casa do Engenho Novo, reproduzindo a de
Matacavalos... A imaginação foi a companheira de toda a minha existência,
viva, rápida, inquieta, alguma vez tímida e amiga de empacar, as mais delas
capaz de engolir campanhas e campanhas, correndo. Creio haver lido em
Tácito que as éguas iberas concebiam pelo vento; se não foi nele, foi noutro
autor antigo, que entendeu guardar essa crendice nos seus livros. Neste
particular, a minha imaginação era uma grande égua ibera; a menor brisa
lhe dava um potro, que saía logo cavalo de Alexandre; mas deixemos de
metáforas atrevidas e impróprias dos meus quinze anos. Digamos o caso
simplesmente. A fantasia daquela hora foi confessar a minha mãe os meus
amores para lhe dizer que não tinha vocação eclesiástica. A conversa sobre
vocação tornava-me agora toda inteira, e, ao passo que me assustava,
abriame uma porta de saída. «Sim, é isto, pensei; vou dizer a mamãe que
não tenho vocação, e confesso o nosso namoro; se ela duvidar, conto-lhe o
que se passou outro dia, o penteado e o resto...» (Dom Casmurro, em
Machado de Assis, Obra Completa em quatro volumes. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2008: p. 975.)
a) Explique a metáfora empregada pelo narrador, neste capítulo, para
caracterizar sua imaginação.
b) De que maneira a imaginação de Bentinho, assim caracterizada, se
relaciona com a temática amorosa neste capítulo? E no romance?
3. Vestindo água, só saído o cimo do pescoço, o burrinho tinha de se
enqueixar para o alto, a salvar também de fora o focinho. Uma peitada.
Outro tacar de patas. Chu-áa! Chu-áa... — ruge o rio, como chuva deitada
no chão. Nenhuma pressa! Outra remada, vagarosa. No fim de tudo, tem o
pátio, com os cochos, muito milho, na Fazenda; e depois o pasto: sombra,
capim e sossego... Nenhuma pressa. Aqui, por ora, este poço doido, que
barulha como um fogo, e faz medo, não é novo: tudo é ruim e uma só coisa,
no caminho: como os homens e os seus modos, costumeira confusão. É só
fechar os olhos. Como sempre. Outra passada, na massa fria. E ir sem afã, à
voga surda, amigo da água, bem com o escuro, filho do fundo, poupando
forças para o fim. Nada mais, nada de graça; nem um arranco, fora de hora.
Assim. (João Guimarães Rosa. O burrinho pedrês, Sagarana.)
Como exemplos da expressividade sonora presente neste excerto, podemos
citar a onomatopéia, em “Chu-áa! Chu-áa...”, e a fusão de onomatopéia com
aliteração, em
a) “vestindo água”.
b) “ruge o rio”.
c) “poço doido”.
d) “filho do fundo”.
e) “fora de hora”.
4. (FUVEST 2009 – 1ª Fase) Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda
íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse
para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado
por todos vós.Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas
cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os
desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor
da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único
que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma,
tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais
dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os
acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez
maior, o amor da rua. (João do Rio. A alma encantadora das ruas.)
Em “nas cidades, nas aldeias, nos povoados” (linha 6), “hoje é mais amargo
o riso, mais dolorosa a ironia” (linhas 12 e 13) e “levando as coisas fúteis e
os acontecimentos notáveis” (linhas 13 e 14), ocorrem, respectivamente, os
seguintes recursos expressivos:
a) eufemismo, antítese, metonímia.
b) hipérbole, gradação, eufemismo.
c) metáfora, hipérbole, inversão.
d) gradação, inversão, antítese.
e) metonímia, hipérbole, metáfora.
5. (Enem)
Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas
figuras de linguagem para
A) condenar a prática de exercícios físicos.
B) valorizar aspectos da vida moderna.
C) desestimular o uso das bicicletas.
D) caracterizar o diálogo entre gerações.
E) criticar a falta de perspectiva do pai.
6. Qual figura ocorre na frase “O silêncio gritava em seus ouvidos”?
A) Personificação
B) Hipérbato
C) Eufemismo
D) Aliteração
E) Metonímia
7.. (FAU)
Texto:
“Bomba atômica que aterra
Pomba atônita da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de sons consonantais em “bomba-pomba” caracteriza:
A) Hiperbibasmo
B) Sinédoque
C) Metonímia
D) Aliteração
E) Metáfora
8. (ITA)
Texto:
Responda em qual alternativa há erro na identificação:
a) “Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” →
eufemismo
b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.” → prosopopeia
c) “Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de
Janeiro.” → silepse de número
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua...” → aliteração
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” → sinestesia
9. (Inatel/Cescea)
Texto com marcadores:
1. “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo.”
2. “Terrível hemorragia de sangue.”
3. “Das idades através.”
4. “Oxalá tenham razão.”
5. “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.”
Combine com: (1) Polissíndeto, (2) Hipérbato, (3) Epíteto, (4) Pleonasmo, (5)
Elipse.
A sequência correta é:
A) 4-3-5-2-1
B) 3-4-2-1-5
C) 3-4-2-5-1
D) 3-4-5-2-1
10. “Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje.
[…] Estou nervoso. Estou zangado.”
A função predominante é a emotiva, pois:
A) o emissor destaca o código
B) a atitude do emissor se sobrepõe ao conteúdo
C) o interlocutor é o foco
D) o referente supera os outros elementos
E) o objetivo é manter o contato
11. (Ibmec 2006 – crônica de Mário Prata)
I. “Imagine a cena.”
II. “Sou um homem de sorte.”
III. “O que é uma crônica? […] três páginas por mês.”
Assinale a sequência correta (I–III):
A) Emotiva, poética, referencial
B) Apelativa, emotiva, metalinguística
C) Metalinguística, emotiva, conativa
D) Conativa, referencial, emotiva
E) Fática, emotiva, referencial
12. (Enem 2020)
“Escrever não é uma questão apenas de satisfação pessoal”, disse o filósofo
e educador pernambucano Paulo Freire, na abertura de suas Cartas a
Cristina, revelando a importância do hábito ritualizado da escrita para o
desenvolvimento de suas ideias, para a concretização de sua missão e
disseminação de seus pontos de vista. Freire destaca especial importância à
escrita pelo desejo de “convencer outras pessoas”, de transmitir seus
pensamentos e de engajar aqueles que o leem na realização de seus
sonhos.
KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88, out. 2013.
Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem exercer, em
alguma medida, a função conativa, porque a atividade de escrita,
notadamente, possibilita
a) levar o leitor a realizar ações.
b) expressar sentimentos do autor.
c) despertar a atenção do leitor.
d) falar da própria linguagem.
e) repassar informações.
13. Ilha das Flores
Estamos em Belém Novo, município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande
do Sul, no extremo sul do Brasil, mais precisamente na latitude 30 graus, 2
minutos e 15 segundos Sul e longitude 51 graus, 13 minutos e 13 segundos
Oeste. Caminhamos neste momento numa plantação de tomates e podemos
ver à frente, em pé, um ser humano, no caso, um japonês. Os japoneses se
distinguem dos demais seres humanos pelo formato dos olhos, por seus
cabelos lisos e por seus nomes característicos. O japonês em questão
chama-se Toshiro. Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que
se distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como a
galinha, principalmente por duas características: o telencéfalo altamente
desenvolvido e o polegar opositor. O telencéfalo altamente desenvolvido
permite aos seres humanos armazenar informações, relacioná-las, processá-
las e entendê-las. O polegar opositor permite aos seres humanos o
movimento de pinça dos dedos, o que, por sua vez, permite a manipulação
de precisão. O telencéfalo altamente desenvolvido, somado à capacidade de
fazer o movimento de pinça com os dedos, deu ao ser humano a
possibilidade de realizar um sem-número de melhoramentos em seu
planeta, entre eles, plantar tomates. O tomate, ao contrário da baleia, da
galinha, dos japoneses e dos demais seres humanos, é um vegetal. Fruto do
tomateiro, o tomate passou a ser cultivado pelas suas qualidades
alimentícias a partir de 1800. O planeta Terra produz cerca de 28 bilhões de
toneladas de tomates por ano. [...]
FURTADO, Jorge. Ilha das Flores (1989). Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
O documentário é gênero textual em que predomina a função referencial da
linguagem. No texto, o trecho que evidencia essa predominância é
a) “Estamos em Belém Novo, município de Porto Alegre, Estado do Rio
Grande do Sul, no extremo sul do Brasil”, em função da presença de verbos
conjugados na primeira pessoa, que descrevem um cenário a partir da visão
pessoal do narrador.
b) “Os japoneses se distinguem dos demais seres humanos pelo formato dos
olhos, por seus cabelos lisos e por seus nomes característicos”, pelo uso da
impessoalidade para assegurar a objetividade da informação.
c) “Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que se distinguem
dos outros mamíferos”, pelo trabalho com o código linguístico, considerando
o diálogo estabelecido com outra área do conhecimento.
d) “O telencéfalo altamente desenvolvido permite aos seres humanos
armazenar informações, relacioná-las, processá-las e entendê-las”, porque
enumeram-se as funções de determinado objeto e expressa-se, assim, a
organização lógica do narrador.
e) “O tomate, ao contrário da baleia, da galinha, dos japoneses e dos
demais seres humanos, é um vegetal”, já que se utilizam estratégias de
retomada do discurso, com o intuito de envolver o receptor no texto.