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Segunda Atividade.

O documento aborda a evolução da didática, destacando sua transição de uma prática espontânea para uma ação planejada e crítica, influenciada por pensadores como Comênio, Rousseau e Pestalozzi. Discute a multidimensionalidade do ensino-aprendizagem, que integra dimensões técnica, humana e político-social, e diferencia as abordagens pedagógicas liberal e progressista. A conclusão enfatiza a necessidade de reflexão contínua por parte dos educadores sobre suas práticas e responsabilidades sociais.
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Segunda Atividade.

O documento aborda a evolução da didática, destacando sua transição de uma prática espontânea para uma ação planejada e crítica, influenciada por pensadores como Comênio, Rousseau e Pestalozzi. Discute a multidimensionalidade do ensino-aprendizagem, que integra dimensões técnica, humana e político-social, e diferencia as abordagens pedagógicas liberal e progressista. A conclusão enfatiza a necessidade de reflexão contínua por parte dos educadores sobre suas práticas e responsabilidades sociais.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE CAMINHOS DO SERTÃO


CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Nome

SEGUNDA ATIVIDADE

ITINGA DO MARANHÃO
2025
1. INTRODUÇÃO

A didática, enquanto campo da pedagogia voltado para o estudo do processo de


ensino-aprendizagem, tem passado por significativas transformações ao longo da história. Sua
trajetória está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento das sociedades e das formas de
compreender a educação. Atualmente, compreender a didática exige não apenas um olhar
técnico, mas uma perspectiva crítica e ampla, que envolva as dimensões humanas, sociais e
políticas da prática educativa. Além disso, as tendências pedagógicas – tanto liberais quanto
progressistas – revelam como diferentes correntes interpretam e organizam o ensino na escola.
O surgimento da didática está relacionado ao momento em que o ensino deixou de ser
uma prática espontânea para se tornar uma atividade planejada e orientada por princípios
pedagógicos. A palavra “didática” começou a ser utilizada no século XVII, quando os adultos
passaram a intervir de forma intencional na aprendizagem das crianças, organizando o ensino
conforme a idade e a capacidade dos alunos. Esse movimento coincide com a emergência das
primeiras escolas e com a sistematização do ensino como prática institucionalizada. Esse
contexto de mudanças filosóficas, científicas e sociais demandava uma educação mais
racional e estruturada.
O principal representante da didática clássica foi João Amós Comênio, autor da obra
Didacta Magna. Defensor do direito natural de todos à educação, ele propôs princípios que
ainda ecoam na prática pedagógica: o ensino deve respeitar o desenvolvimento natural da
criança; deve partir do conhecido para o desconhecido; deve estar baseado na observação dos
fenômenos (método intuitivo) e na experiência sensorial. Apesar da inovação, suas ideias
demoraram a ser incorporadas, pois o ensino tradicional da época, fortemente influenciado
pelo dogmatismo religioso e pela memorização mecânica, predominava nas escolas.
Além de Comênio, destacam-se também Jean-Jacques Rousseau e Henrique
Pestalozzi. Rousseau valorizava os interesses e necessidades imediatas da criança, acreditando
que a educação deveria respeitar seu crescimento natural. Pestalozzi, por sua vez, deu ênfase à
observação e à psicologia infantil, contribuindo para a construção de uma didática mais
centrada no aluno.
Nas décadas seguintes, a didática evoluiu e passou a ser questionada, especialmente a
partir do final da década de 1970. O tecnicismo educacional, que dominou esse período,
tratava o ensino de forma mecanizada, desconsiderando o contexto social dos alunos e a
realidade das escolas. Isso levou a uma crítica contundente: a didática era vista como inócua
por alguns professores universitários e como prejudicial por educadores críticos, pois
desconsiderava os sentidos políticos e sociais da prática docente.
A resposta a essa crise veio com a proposta da multidimensionalidade do processo de
ensino-aprendizagem, defendida por Vera Maria Candau. Essa concepção compreende que o
ensino não pode ser reduzido a uma técnica ou a uma relação afetiva, mas que deve articular,
de forma integrada, as dimensões técnica, humana e político-social. A dimensão técnica
envolve o planejamento, os objetivos e a avaliação; a humana considera o vínculo afetivo, a
empatia e a subjetividade; e a político-social reconhece que o ensino ocorre num contexto de
desigualdades, estruturas de poder e disputas ideológicas. Compreender essa articulação é
essencial para uma prática pedagógica significativa, crítica e transformadora.
No campo das tendências pedagógicas, o texto diferencia dois grandes grupos: a
pedagogia liberal e a pedagogia progressista. A pedagogia liberal parte da concepção de que a
educação deve preparar o indivíduo para se adaptar à sociedade tal como ela é, sem questioná-
la. Suas principais tendências são: tradicional, renovadora progressivista, renovadora não-
diretiva e tecnicista. O que une essas abordagens é a centralidade no indivíduo e a visão de
que a educação é um meio de ascensão pessoal.
Já a pedagogia progressista parte da crítica à sociedade vigente e busca, por meio da
educação, a sua transformação. Suas principais tendências são: libertadora, libertária e crítico-
social dos conteúdos. O que elas têm em comum é a valorização da prática como ação
transformadora e a compreensão de que a escola deve ser um espaço de emancipação e crítica
social.
2. CONCLUSÃO
A história da didática revela o quanto o ensino evoluiu de uma prática espontânea para
uma ação planejada e complexa. A partir das contribuições de Comênio, Rousseau, Pestalozzi
e outros pensadores, compreendemos que o ensino deve ser estruturado, mas também sensível
às necessidades dos alunos e ao contexto social. A multidimensionalidade do processo de
ensino-aprendizagem reforça a importância de uma abordagem integrada e crítica. E as
tendências pedagógicas, ao expressarem diferentes concepções de educação, mostram que a
prática docente é sempre uma escolha política. Portanto, cabe ao educador refletir
continuamente sobre seus métodos, seus objetivos e sua responsabilidade social.

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