C´alculo Num´erico
Aula04-Introdu¸c˜ao aos Zeros de Fun¸c˜oes e M´etodo da Bisse¸c˜ao
Edson Martins Gagliardi
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Campus Jana´uba
19 de agosto de 2025
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Zeros de Fun¸c˜oes
Em muitos problemas de engenharia e matem´atica aplicada, ´e necess´ario
encontrar um n´umero ξ para o qual o modelo matem´atico, ou fun¸c˜ao f (x), seja
igual a zero, isto ´e, f (ξ) = 0. Este n´umero ´e chamado de raiz da equa¸c˜ao f (x)
= 0 ou zero da fun¸c˜ao f (x).
As equa¸c˜oes alg´ebricas de 1º e 2º graus, certas classes de 3º e 4º graus e
algumas equa¸c˜oes transcendentes podem ter suas ra´ızes calculadas
exatamente por m´etodos anal´ıticos. No entanto, para polinˆomios de grau
superior a quatro e para a grande maioria das equa¸c˜oes transcendentes, o
problema s´o pode ser resolvido por m´etodos que aproximam as solu¸c˜oes com
a exatid˜ao que o problema exija.
Para encontrar as ra´ızes de uma equa¸c˜ao, dividiremos o problema em duas
etapas prin cipais:
Isolar a raiz, isto ´e, encontrar um intervalo fechado [a, b],
suficientemente pequeno, que contenha uma ´unica raiz da equa¸c˜ao
f (ξ) = 0.
Refinar o intervalo [a, b], at´e obter uma aproxima¸c˜ao ¯x para a raiz ξ,
com uma precis˜ao desejada ϵ.
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Isolamento das Ra´ızes
Agora, vamos enunciar um teorema cujo objetivo ´e verificar a existˆencia de uma
raiz da fun¸c˜ao f (x), cont´ınua no intervalo [a, b].
Teorema (Teorema de Bolzano)
Seja f (x) uma fun¸c˜ao cont´ınua no intervalo [a, b]. Se f (a)· f (b) < 0, ent˜ao
existe pelo menos uma raiz neste intervalo. Ou seja, existe ξ ∈ [a, b] tal que f (ξ)
= 0.
Exemplo 1: Considere a fun¸c˜ao f (x) = x2 − 4 no intervalo [1, 3]. Temos: f (1) = 12 −
4 = −3 e f (3) = 32 − 4 = 5.
Como f (1) · f (3) = −15 < 0, pelo Teorema de Bolzano, existe pelo menos uma raiz no
intervalo [1, 3]. De fato, a raiz ´e ξ = 2. 3 / 23
Teorema (Teorema da Unicidade)
Se f atende `as hip´oteses do Teorema de Bolzano e f′(x) existe e preserva o
sinal em (a, b), ent˜ao existir´a uma ´unica raiz em (a, b).
Este teorema auxilia no objetivo de determinar um intervalo que contenha apenas
uma ´unica raiz.
Como isolar as ra´ızes de f (x):
Tabelar f (x) para v´arios valores de x.
Analisar a varia¸c˜ao de sinal de f (x).
Verificar o sinal da derivada f′(x) nos intervalos onde f (x) muda de sinal. 4 / 23
Exemplo 2: Considere a fun¸c˜ao f (x) = x3 − 9x + 3.
A partir da tabela de valores para f (x), considerando apenas os sinais, temos:
x −∞ −100 −10 −5 −3 −1 0 1 2 3 4 5
f (x) −−−−+++−−+++
Como f ´e cont´ınua para todos os n´umeros reais, a tabela nos permite observar
que existem ra´ızes nos intervalos [−5, −3], [0, 1] e [2, 3]. Al´em disso, cada
intervalo cont´em apenas uma raiz, pois f (x) ´e um polinˆomio de grau 3, e o
n´umero de ra´ızes reais de um polinˆomio com coeficientes reais ´e no m´aximo
igual ao seu grau.
An´alise Gr´afica: Outra forma de determinar intervalos que contenham ra´ızes de
uma fun¸c˜ao f ´e por meio da an´alise gr´afica. Para esbo¸car o gr´afico de uma
fun¸c˜ao, ´e necess´ario estudar:
Dom´ınio da fun¸c˜ao.e Pontos de descontinuidade.
Intervalos de crescimento e decrescimento.
Pontos de m´aximo e m´ınimo.
Concavidade e pontos de inflex˜ao.
Ass´ıntotas (se houver).
Essas ferramentas s˜ao estudadas em cursos de c´alculo e s˜ao essenciais para a
compre ens˜ao do comportamento das fun¸c˜oes. 5 / 23
√ −x
Exemplo 3: Considere a fun¸c˜ao f (x) = x − 5e .
Observe que o dom´ınio de f ´e R+. Al´em disso, a derivada de f
´e:
f′(x) = 1
√ −x
2 x+ 5e > 0 ∀x > 0.
Como f′(x) > 0 para todo x > 0, a fun¸c˜ao f ´e estritamente
crescente em seu dom´ınio e, portanto, possui apenas uma
raiz.
Agora, vamos construir a tabela com os sinais de f (x):
x 0123
f (x) −−++
A partir da tabela, conclu´ımos que a ´unica raiz de f (x) est´a
no intervalo [1, 2]. Na pr´atica:
Utiliza-se a intui¸c˜ao e o conhecimento sobre a fun¸c˜ao.
Em muitos casos, aplica-se o m´etodo de tentativa e erro.
O conhecimento da fun¸c˜ao impacta diretamente na escolha
de tentativas ”espertas”.
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Uma abordagem alternativa ´e decompor f (x) em duas fun¸c˜oes mais simples,
ou seja, f (x) = g(x) − h(x). A raiz de f (x) corresponde `a interse¸c˜ao dos gr´aficos
de g(x) e h(x). Essa abordagem transforma o problema de encontrar a raiz de f
(x) no problema de determinar os valores de x para os quais g(x) = h(x).
Podemos enunciar resultados an´alogos ao Teorema de Bolzano e ao Teorema
da Unicidade, formulados da seguinte forma:
Teorema
Sejam g(x) e h(x) fun¸c˜oes cont´ınuas no intervalo [a, b]. Se g(a) < h(a) e g(b) >
h(b) (ou vice-versa), ent˜ao existe pelo menos um ponto de interse¸c˜ao entre as
curvas de g e h nesse intervalo. Ou seja, existe um ξ ∈ [a, b] tal que:
g(ξ) = h(ξ).
Teorema (Teorema da Unicidade)
Se g e h atendem `as hip´oteses do Teorema anterior e g′(x) e h′(x) existem e
preservam o sinal em (a, b), ent˜ao existir´a um ´unico ponto de interse¸c˜ao
em (a, b).
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√ −x
Aplicando ao exemplo anterior, onde f (x) = x − 5e , temos
√ −x
g(x) = x e h(x) = 5e que tem gr´aficos relativamente simples
e conhecidos:
5
g(x)
2
h(x)
1234
Os valores dessas fun¸c˜oes nos pontos x = 1 e x = 2 s˜ao:
g(1) = 1, h(1) ≈ 1, 8394,
g(2) ≈ 1, 4142, h(2) ≈ 0, 6766.
Al´em disso, g(x) ´e estritamente crescente e h(x) decrescente portanto temos
uma raiz em (a, b) e ela ´e ´unica
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−x
Exemplo 4: Considere a fun¸c˜ao f (x) = e − x. Vamos decompor f (x) em duas
fun¸c˜oes, ou seja, g(x) = e−xe h(x) = x. Assim, temos que:
f (x) = 0 ⇐⇒ g(x) = h(x).
Analisando os gr´aficos de g e h, obtemos:
A interse¸c˜ao entre os gr´aficos de g(x) e h(x) corresponde `a raiz de f (x). Nesse
caso, o intervalo [0, 1] ´e um dos intervalos candidatos para conter a raiz de f (x).
Recomenda-se a leitura de:
BARROSO, L. Concei¸c˜ao et al. C´alculo num´erico com aplica¸c˜oes.
S˜ao Paulo: Harbra, 1987. Se¸c˜ao 3.2.2.1: Esbo¸co de fun¸c˜oes.
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Refinamento das Ra´ızes
Uma vez determinado o intervalo de isolamento da raiz, aplicamos um m´etodo
num´erico (ou m´etodo iterativo) para obter uma aproxima¸c˜ao da raiz exata ξ,
gerando uma sequˆencia de solu¸c˜oes aproximadas xi. A obten¸c˜ao de cada xi
´e chamada de i-´esima itera¸c˜ao.
Cada itera¸c˜ao utiliza os resultados das itera¸c˜oes anteriores e aplica testes
espec´ıficos, chamados crit´erios de parada, que verificam se a aproxima¸c˜ao
est´a suficientemente pr´oxima da solu¸c˜ao exata.
Para obtermos a raiz de f (x) com uma determinada precis˜ao ϵ, verificamos
durante o processo iterativo se o erro cometido na (i + 1)-´esima itera¸c˜ao ´e
menor que ϵ:
E(xi+1) = |xi+1 − ξ| < ϵ
ou, alternativamente:
|f (xi+1)| < ϵ.
Vale destacar que os crit´erios de parada podem levar a resultados distintos, e que,
na pr´atica, ξ n˜ao ´e conhecido, sendo adotado um dos crit´erios que veremos a
seguir. 10 / 23
Crit´erios de Parada
Na pr´atica, a sequˆencia ´e interrompida quando seus valores satisfazem pelo
menos um dos crit´erios:
Crit´erios de Parada:
Abordagem pelo eixo x:
|xi+1 − xi| < ϵ
Abordagem pelo eixo y:
|f (xi+1)| < ϵ
Se os n´umeros envolvidos n˜ao forem da ordem da unidade, ´e aconselh´avel
de erro relativo:
usar o teste |xi+1 − xi|
|xi+1|< ϵ.
Se algum dos crit´erios de parada for satisfeito, consideramos xi+1 a raiz
aproximada de f (x) com precis˜ao ϵ.
Observa¸c˜ao: Em programas computacionais, al´em do teste de parada, deve-se
estipular um n´umero m´aximo de itera¸c˜oes para evitar que o programa entre em
loop. 11 / 23
Quando usar erro relativo? Quando os valores de xi s˜ao muito grandes ou muito
pequenos, o erro absoluto pode n˜ao refletir adequadamente a precis˜ao
desejada. O erro relativo normaliza o erro em rela¸c˜ao ao valor de xi, tornando-o
mais adequado nesses casos.
Exemplo 5: Considere xi = 1000 e xi+1 = 1001. O erro absoluto ´e:
|xi+1 − xi| = |1001 − 1000| = 1,
enquanto o erro relativo ´e:
|xi+1 − xi|
|xi+1|=1
1001≈ 0, 001.
Se ϵ = 0, 01, o erro relativo indica que a aproxima¸c˜ao ´e suficientemente
precisa, enquanto o erro absoluto pode n˜ao ser informativo.
Limita¸c˜oes dos Crit´erios de Parada:
Existem sequˆencias {pn} em que as diferen¸cas (pn − pn−1) convergem para
zero, mas a sequˆencia {pn} diverge. Isso ocorre porque a convergˆencia
das diferen¸cas n˜ao garante a convergˆencia da sequˆencia.
´
E poss´ıvel que f (pn) esteja pr´oximo de zero, mesmo que pn difira
significativamente de p. Isso pode acontecer, por exemplo, quando a fun¸c˜ao f
possui uma derivada pr´oxima de zero na regi˜ao da raiz.12 / 23
M´etodos Num´ericos para Resolu¸c˜ao de Equa¸c˜oes
Para o refinamento do intervalo que cont´em a raiz de f (x), estudaremos
m´etodos iterati vos (repetitivos). Esses m´etodos geram uma sequˆencia de
aproxima¸c˜oes que convergem para a raiz desejada. Dentre os v´arios m´etodos
iterativos existentes, estudaremos os seguintes:
M´etodo da Bisse¸c˜ao: Divide o intervalo ao meio e seleciona o
subintervalo que cont´em a raiz. Garantida a convergˆencia, mas pode ser
lento.
M´etodo do Ponto Fixo: Transforma o problema f (x) = 0 em x = g(x), onde
g(x) ´e uma fun¸c˜ao de itera¸c˜ao. A convergˆencia depende da escolha de
g(x). M´etodo de Newton: Utiliza a derivada da fun¸c˜ao para acelerar a
convergˆencia. Requer que a fun¸c˜ao seja diferenci´avel, o c´alculo de sua
derivada e que a derivada n˜ao seja zero na regi˜ao da raiz.
M´etodo das Secantes: Aproxima a derivada do M´etodo de Newton usando
diferen¸cas finitas. N˜ao requer o c´alculo da derivada, mas exige um
n´umero maior de c´alculos.
Observa¸c˜ao: A escolha do m´etodo depende das caracter´ısticas da fun¸c˜ao f (x) e
da precis˜ao desejada. M´etodos como Newton e Secantes s˜ao mais r´apidos, mas
exigem condi¸c˜oes espec´ıficas para convergir. 13 / 23
M´etodo da Bisse¸c˜ao
Seja f (x) uma fun¸c˜ao cont´ınua no intervalo [a, b] e seja ξ uma raiz desta
fun¸c˜ao com ξ ∈ (a, b) e f (a) · f (b) < 0.
Passos do M´etodo:
1) Calcule o ponto m´edio x1 =a+b
2do
intervalo [a, b].
2) Calcule f (x1). Se f (x1) = 0, ent˜ao ξ = x1.
3) Caso contr´ario, determine em qual subintervalo a raiz est´a:
Se f (a) · f (x1) < 0, ent˜ao ξ ∈ [a, x1].
Caso contr´ario, ξ ∈ [x1, b].
4) Verifique se o crit´erio de parada ´e satisfeito. Se sim, x1 ´e a raiz
aproximada; caso contr´ario, repita o processo no intervalo que cont´em a
raiz.
entanto, a convergˆencia ´e linear, o
Convergˆencia: O M´etodo da
Bisse¸c˜ao converge sempre que f for que significa que pode ser lenta em
cont´ınua em [a, b] e f (a) · f (b) < 0. No compara¸c˜ao com outros m´etodos
que veremos nas pr´oximas aulas. garante que:
Crit´erio de Parada: O processo ´e |xi − ξ| < |xi − xi−1| < ϵ,
interrompido quando o tamanho do
intervalo ´e menor que ϵ, pois isso 14 / 23
Exemplo 6: Use o m´etodo da bisse¸c˜ao para encontrar a raiz da fun¸c˜ao f (x) =
e−x −x, no intervalo [0, 1], com precis˜ao ϵ = 0.1 e c´alculos usando 5 casas
decimais. Itera¸c˜ao 1:
1) Calculamos o ponto m´edio do intervalo [0, 1]:
x1 =0 + 1
2= 0.5;
2) Calculamos f (0.5):
f (0.5) ≈ 0.10653;
3) Dividimos o intervalo em dois subintervalos: [0, 0.5] e [0.5, 1]. Verificamos
em qual deles a raiz est´a:
f (0) = 1 e f (0.5) ≈ 0.10653 ⇒ f (0) · f (0.5) > 0.
Ent˜ao a raiz n˜ao est´a no intervalo [0, 0.5]. Portanto, a raiz est´a no
intervalo [0.5, 1].
4) Nesta primeira itera¸c˜ao, tomamos x0 = 1, pois ´e o extremo do intervalo
inicial que est´a no subintervalo que cont´em a raiz. Verificamos o crit´erio de
parada: |x1 − x0| = |0.5 − 1| = 0.5 > ϵ.
Como o crit´erio de parada n˜ao foi satisfeito, prosseguimos para a pr´oxima itera¸c˜ao. 15
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Itera¸c˜ao 2:
1) Calculamos o ponto m´edio do intervalo [0.5, 1]:
x2 =0.5 + 1
2= 0.75;
2) Calculamos f (0.75):
f (0.75) = e−0.75 − 0.75 ≈ −0.27763;
3) Dividimos o intervalo em dois subintervalos: [0.5, 0.75] e
[0.75, 1]. Verificamos em qual deles a raiz est´a:
f (0.5) ≈ 0.10653 e f (0.75) ≈ −0.27763 ⇒ f (0.5) · f (0.75) < 0.
Ent˜ao a raiz est´a no intervalo [0.5, 0.75].
4) Verificamos o crit´erio de parada:
|x2 − x1| = |0.75 − 0.5| = 0.25 > ϵ.
Como o crit´erio de parada n˜ao foi satisfeito, prosseguimos
para a pr´oxima itera¸c˜ao. 16 / 23
Itera¸c˜ao 3:
1) Calculamos o ponto m´edio do intervalo [0.5, 0.75]:
x3 =0.5 + 0.75
2= 0.625;
2) Calculamos f (0.625):
f (0.625) = e−0.625 − 0.625 ≈ −0.08974;
3) Dividimos o intervalo em dois subintervalos: [0.5, 0.625] e
[0.625, 0.75]. Verificamos em qual deles a raiz est´a:
f (0.5) ≈ 0.10653 e f (0.625) ≈ −0.08974 ⇒ f (0.5) · f (0.625) < 0.
Como f (0.5) · f (0.625) < 0, a raiz est´a no intervalo [0.5,
0.625].
4) Verificamos o crit´erio de parada:
|x3 − x2| = |0.625 − 0.75| = 0.125 > ϵ.
Como o crit´erio de parada n˜ao foi satisfeito, prosseguimos
para a pr´oxima itera¸c˜ao. 17 / 23
Itera¸c˜ao 4:
1) Calculamos o ponto m´edio do intervalo [0.5, 0.625]:
x4 =0.5 + 0.625
2= 0.5625;
2) Calculamos f (0.5625):
f (0.5625) = e−0.5625 − 0.5625 ≈ 0.00728;
3) Dividimos o intervalo em dois subintervalos: [0.5, 0.5625] e [0.5625,
0.625]. Verificamos em qual deles a raiz est´a:
f (0.5) ≈ 0.10653 e f (0.5625) ≈ 0.00728 ⇒ f (0.5) · f (0.5625) > 0.
Ent˜ao a raiz n˜ao est´a no intervalo [0.5, 0.5625]. Portanto, a raiz est´a no
intervalo [0.5625, 0.625].
4) Verificamos o crit´erio de parada:
|x4 − x3| = |0.5625 − 0.625| = 0.0625 < ϵ.
Como o crit´erio de parada foi satisfeito, x4 = 0.5625 ´e a nossa raiz
aproximada. Conclus˜ao: No final do processo, obtemos um intervalo que
cont´em a raiz com tamanho menor que ϵ e uma aproxima¸c˜ao para a raiz.
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Estimativa do N´umero de Itera¸c˜oes:
Dada uma precis˜ao ϵ e um intervalo [a, b], ´e poss´ıvel, a priori, determinar o
n´umero k de itera¸c˜oes necess´arias para obter uma aproxima¸c˜ao da raiz com
precis˜ao ϵ. Para isso, k deve ser o menor inteiro que satisfa¸ca a seguinte
rela¸c˜ao:
k ≥log(b − a) − log(ϵ)
log(2) .
Exemplo 7: Para f (x) = x log(x) − 1, com raiz no intervalo [2, 3] e precis˜ao ϵ = 10−2,
temos:
−2
log(2) =log(1) + 2 log(10)
k≥ log(3 − 2) − log(10 )
log(2) ≈ 6.64 ⇒ k = 7.
Observa¸c˜oes:
Atendidas as condi¸c˜oes iniciais, o m´etodo da bisse¸c˜ao sempre gera uma
sequˆencia convergente para a solu¸c˜ao.
Os c´alculos s˜ao simples e f´aceis de implementar.
A convergˆencia ´e lenta no final da sequˆencia, por isso ´e comum usar o
m´etodo da bisse¸c˜ao inicialmente e depois aplicar outro m´etodo mais
eficiente.
A escolha de um intervalo inicial adequado ´e crucial para acelerar a convergˆencia.19 / 23
Atividade em sala:
Determine uma raiz de f (x) = x log x − 1, seguindo os passos abaixo:
1) Isole a raiz em um intervalo inicial de tamanho menor ou igual a 1.
2) Aplique o m´etodo da bisse¸c˜ao com precis˜ao ϵ = 0.2 (c´alculos com
4 casas decimais).
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Exerc´ıcios:
1. Determine, usando o m´etodo gr´afico, intervalos de tamanho menor ou igual a
1 que contenham as ra´ızes das fun¸c˜oes:
a) f (x) = 1 − x ln(x);
b) g(x) = 2x − 3x;
c) h(x) = x3 + x − 1000.
(R. a) [1, 2]; b) [0, 1]; c) [9, 10].)
2. Encontre a raiz aproximada da fun¸c˜ao f (x) = x2 + ln(x), usando o M´etodo da
Bisse¸c˜ao com precis˜ao ϵ = 0.05, c´alculos com 5 casas decimais e crit´erio de
parada |xi+1 − xi| < ϵ. Utilize o m´etodo gr´afico para determinar o intervalo inicial
de tamanho menor que 1. (R. intervalo inicial [0.5, 1] e ¯x = 0.65625.)
3. Use o M´etodo da Bisse¸c˜ao para determinar uma aproxima¸c˜ao da raiz de f
(x) = 4x − excom precis˜ao ϵ = 0.05, c´alculos com 4 casas decimais e crit´erio de
parada |xi+1 − xi| < ϵ. Utilize o m´etodo gr´afico para determinar o intervalo inicial
de tamanho menor ou igual a 1. (R. intervalo inicial [0, 1] e ¯x = 0.3438.)
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4. Considere a fun¸c˜ao f (x) = x ln(x) − 3.2 no intervalo [2, 3].
a) Estime o n´umero de itera¸c˜oes necess´arias no M´etodo da Bisse¸c˜ao
para encontrar uma raiz com precis˜ao ϵ = 0.1.
b) Aplique o M´etodo da Bisse¸c˜ao com c´alculos de 4 casas decimais e
crit´erio de parada |xi+1 − xi| < ϵ para encontrar a raiz aproximada.
(R. a) k ≥ 4; b) ¯x = 2.9375.)
5. Encontre a raiz aproximada da fun¸c˜ao f (x) = 3x −cos(x), no intervalo [0, 1],
usando o M´etodo da Bisse¸c˜ao com precis˜ao ϵ = 10−2, c´alculos com 4 casas
decimais e crit´erio de parada |xi+1 − xi| < ϵ. (R. x¯ = 0.3168.)
6. Considere a fun¸c˜ao f (x) = e−x − sin(x) no intervalo [0, 1].
a) Use o m´etodo gr´afico para verificar que h´a uma raiz no intervalo [0, 1].
b) Aplique o M´etodo da Bisse¸c˜ao com precis˜ao ϵ = 0.01, c´alculos com 4
casas decimais e crit´erio de parada |xi+1 − xi| < ϵ para encontrar a raiz
aproximada. (R. a) H´a uma raiz no intervalo [0, 1]; b) ¯x = 0.5859.)
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7. Considere a fun¸c˜ao f (x) = 2x3 − 2x − 5 .
a) Use o m´etodo gr´afico para encontrar um intervalo de tamanho 1 que
contenha uma raiz positiva .
b) Aplique o M´etodo da Bisse¸c˜ao para encontrar a raiz no intervalo da letra
a) com precis˜ao ϵ = 0.02, c´alculos com 4 casas decimais e crit´erio de
parada
|xi+1 − xi| < ϵ.
(R. a) H´a uma raiz no intervalo [1, 2]; b) ¯x = 1.6094.)
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