Sexta-feira, 21 de Julho de 2023 I SÉRIE —
Número 140
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. Artigo 2
(Provedor de Justiça)
AVISO
O Provedor de Justiça é um Órgão do Estado que tem como
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve
função a garantia dos direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma
por cada assunto, donde conste, além das indicações e da justiça na actuação da Administração Pública.
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
Artigo 3
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República». (Âmbito de actuação)
O Provedor de Justiça exerce as suas actividades no âmbito
da Administração Pública, a nível central, provincial, distrital,
local ou autárquico e governação descentralizada, das forças
SUMÁRIO de defesa e segurança, dos estabelecimentos penitenciários,
das missões diplomáticas e consulares da República
Assembleia da República: de Moçambique, dos institutos públicos, das ordens profissionais
Lei n.º 10/2023: e demais associações públicas ou com estatuto de utilidade
Lei de Revisão da Lei n.º 7/2006, de 16 de Agosto, que aprova pública, das fundações públicas ou com estatuto de utilidade
o estatuto, as competências e o processo de funcionamento pública, dos fundos públicos, das empresas públicas, estatais,
do Provedor de Justiça e revoga a Lei n.º 7/2006, de 16 de municipais ou com estatuto de utilidade pública, das sociedades
Agosto e toda a legislação que contrarie a presente Lei.
com capital exclusiva ou maioritariamente público, das
concessionárias de serviços públicos e dos serviços de exploração
de bens de domínio público.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Artigo 4
Lei n.º 10/2023 (Direito de petição, queixa ou reclamação)
de 21 de Julho 1. Os cidadãos e pessoas jurídicas, individual ou colectivamente,
Havendo necessidade de rever a Lei n.º 7/2006, de 16 podem, em benefício próprio, de terceiro ou no interesse geral,
de Agosto, que estabelece o Âmbito de Actuação, o Estatuto, apresentar petições, queixas ou reclamações ao Provedor
as Competências e o Processo de Funcionamento do Provedor de Justiça, por actos ou omissões dos poderes públicos
de Justiça, ao abrigo do disposto no número 1, do artigo 178 e das demais entidades abrangidas pelo seu âmbito de actuação,
e do artigo 260, ambos da Constituição da República,
a Assembleia da República determina: que as aprecia sem poder decisório, dirigindo aos órgãos
competentes as necessárias recomendações para prevenir
PARTE I
ou reparar as injustiças e ilegalidades.
Provedor de Justiça 2. A actividade do Provedor de Justiça pode, ainda, ser
CAPÍTULO I exercida por iniciativa própria, nos casos de violação dos
direitos, liberdades e garantias fundamentais ou dos interesses
Disposições Gerais
legítimos dos cidadãos e, é independente dos meios graciosos
Artigo 1 e contenciosos previstos na Constituição da República e demais
(Objecto) leis, recomendando no sentido de ser reposta a legalidade
e ressarcidos eventuais prejuízos ou danos.
A presente Lei tem por objecto estabelecer o estatuto,
as competências e o processo de funcionamento do Provedor 3. O direito referido no número 1 do presente artigo é extensivo
de Justiça, bem como os procedimentos e a estrutura organizativa aos estrangeiros e apátridas, quando se trate de defesa dos seus
de apoio ao Provedor de Justiça. próprios direitos ou interesses.
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CAPÍTULO II 2. Os motivos de cessação do exercício de funções são
verificados e declarados pela Assembleia da República.
Estatuto
3. A declaração de renúncia prevista na alínea f), do número
SECÇÃO I 1 presente artigo é apresentada ao Presidente da Assembleia da
República e torna-se efectiva após a publicação, por Resolução
Eleição, Mandato e Incompatibilidades
da Assembleia da República, no Boletim da República.
4. O Provedor de Justiça não está sujeito às disposições legais
Artigo 5 em vigor sobre aposentação e reforma por limite de idade.
(Eleição e posse)
Artigo 10
1. O Provedor de Justiça é eleito pela Assembleia da República, (Incompatibilidades e impedimentos)
por maioria de dois terços dos Deputados e toma posse perante
1. O Provedor de Justiça não pode desempenhar quaisquer
o Presidente da Assembleia da República. outras funções públicas ou privadas, excepto a actividade de
2. O Provedor de Justiça é eleito em sessão da Assembleia da docência ou de investigação científica ou outras de divulgação
República especialmente convocada para este efeito.
e publicação científica, literária, artística e técnica.
3. No acto da posse o Provedor de Justiça presta o seguinte
2. É vedado ao Provedor de Justiça o exercício de cargos
juramento:
partidários e de militância activa em partidos políticos, bem como
“Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções
de Provedor de Justiça em que fico investido, promovendo a proferição pública de declarações de carácter político-partidário.
e defendendo os direitos, liberdades, garantias e interesses 3. O Provedor de Justiça não pode exercer advocacia, a não
legítimos dos cidadãos, no estrito respeito pela Constituição da ser em causa própria, do seu cônjuge, ascendente ou descendente.
República pelas demais leis”.
Artigo 11
Artigo 6 (Irresponsabilidade e imunidades)
(Requisitos de elegibilidade) 1. O Provedor de Justiça não pode ser perseguido, investigado,
O Provedor de Justiça é eleito entre os cidadãos de detido ou preso, nem responder civil ou criminalmente pelas
nacionalidade moçambicana, com pelo menos 35 anos de idade, recomendações ou opiniões que tenha emitido, ou pelos actos
de reconhecida probidade e idoneidade e que estejam em pleno legais que tenha praticado no exercício das suas funções.
gozo dos seus direitos civis e políticos. 2. O Provedor de Justiça não pode ser detido sem autorização
da Assembleia da República, salvo por crime doloso punível com
Artigo 7 pena de prisão e em flagrante delito.
(Duração do mandato) 3. Estando em curso procedimento criminal contra o Provedor
de Justiça, após a dedução da acusação definitiva, a Assembleia
1. O Provedor de Justiça é eleito por um mandato de cinco
da República delibera se o Provedor de Justiça deve ou não ser
anos, podendo ser reeleito apenas uma vez por igual período.
2. Após o termo do período para que foi designado, o Provedor suspenso para o efeito de seguimento do processo, ressalvada
de Justiça mantém-se no exercício de funções até à tomada de a excepção do número 2 do presente artigo.
posse do seu sucessor. 4. O Provedor de Justiça goza de foro especial e é julgado pelo
Tribunal Supremo, nos termos da lei.
Artigo 8
SECÇÃO II
(Independência, imparcialidade e inamovibilidade)
Deveres e direitos
1. No exercício das suas funções, o Provedor de Justiça
é independente e imparcial, devendo apenas observância Artigo 12
à Constituição e demais leis.
(Deveres)
2. O Provedor de Justiça é inamovível e as suas funções não
podem cessar antes do termo do seu mandato, salvo nos casos 1. O Provedor de Justiça tem os seguintes deveres:
previstos na presente Lei. a) observar a Constituição da República e a lei, promover
Artigo 9 o respeito pela legalidade e pela justiça;
b) exercer, com zelo, dedicação, honestidade, seriedade,
(Cessação de funções)
imparcialidade, dignidade e competência técnica,
1. Antes do termo do seu mandato, as funções do Provedor de a função para a qual foi eleito;
Justiça só podem cessar nos seguintes casos: c) defender e promover os direitos, as liberdades,
a) morte ou incapacidade física ou psíquica permanente, as garantias fundamentais ou legítimos interesses
que impossibilite o exercício de funções, comprovada dos cidadãos nacionais e estrangeiros, dos apátridas
por Junta Médica; e das pessoas jurídicas;
b) perda de requisitos de elegibilidade previstos na Lei; d) contribuir para o aumento da eficácia, da eficiência
c) incompatibilidade superveniente; e da celeridade da Administração Pública e demais
d) condenação judicial por crime doloso punível com entidades abrangidas pelo seu âmbito de actuação;
qualquer pena de prisão; e) prestar Informação Anual à Assembleia da República
e) por acções ou omissões praticadas com negligência grave sobre a sua actividade;
no cumprimento das suas funções; e f) comportar-se, na vida pública e privada, de acordo com
f) renúncia. a dignidade e o prestígio do cargo que desempenha;
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g) contribuir para o aumento da confiança dos cidadãos b) endereçar recomendações e advertências aos órgãos
nacionais e estrangeiras, apátridas e pessoas jurídicas competentes com vista a prevenir e corrigir actos
na Administração Pública e demais entidades injustos e ilegais praticados pela Administração
abrangidas pelo seu âmbito de actuação; Pública;
h) outros previstos na lei. c) a prossecução da boa governação;
2. Sem prejuízo do estabelecido no Regimento da Assembleia d) a prevenção e correcção dos actos ou omissões ilegais
da República, a Informação Anual referida na alínea e), ou injustos dos poderes públicos e demais entidades
do número 1 do presente artigo, deve ser referente ao ano civil abrangidas pelo seu âmbito de actuação e à melhoria
anterior, reportando o número de petições, queixas e reclamações dos respectivos serviços;
recebidas, as diligências efectuadas, os resultados obtidos, o grau e) a reposição da legalidade, da justiça e ao ressarcimento
de colaboração dos titulares das entidades abrangidas pelo seu dos danos ou prejuízos causados;
âmbito de actuação, dos respectivos superiores hierárquicos e f) assinalar as deficiências da lei que constatar, emitindo
dos órgãos de tutela e outros elementos que se mostrarem úteis recomendações, propostas de alteração ou da sua
para conhecimento público sobre o exercício das suas funções. revogação, ou emitir, ao Presidente da República,
3. A Informação Anual é mandada publicar pelo Provedor de à Assembleia da República e ao Governo, sugestões
Justiça no Boletim da República, I Série. para a elaboração de nova legislação;
g) emitir pareceres, a pedido da Assembleia da República,
Artigo 13 sobre quaisquer matérias relacionadas com a sua
actividade;
(Dever de sigilo)
h) requerer ao Conselho Constitucional a declaração
1. O Provedor de Justiça deve, durante e após cessação das de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de normas;
suas funções, guardar sigilo profissional relativamente aos factos i) promover a divulgação da legislação relativa aos
de que tome conhecimento no exercício das mesmas. direitos, deveres, liberdades fundamentais e interesses
2. O dever de sigilo não abrange os factos que o Provedor legítimos, dos cidadãos nacionais e estrangeiros,
de Justiça deve tornar públicos no âmbito da sua actividade. apátridas e pessoas jurídicas, bem como do seu
conteúdo;
Artigo 14 j) promover a divulgação das suas competências, dos seus
(Direitos e regalias) poderes, dos meios de acção ao seu dispor e do seu
âmbito de actuação, dos canais para se aceder aos
1. O Provedor de Justiça goza dos seguintes direitos e regalias: seus serviços, da finalidade da sua instituição e das
a) ser tratado com a deferência que a função exige; vantagens de se solicitar a sua intervenção;
b) uso e porte de arma de defesa pessoal; k) intervir, nos termos da lei aplicável, na tutela dos
c) cartão especial de identificação passado pela Assembleia interesses colectivos ou difusos, quando estiverem
da República e assinado pelo Presidente; em causa as entidades abrangidas pelo seu âmbito
d) livre trânsito e acesso a todos os locais de funcionamento de actuação;
dos órgãos abrangidos pelo seu âmbito de actuação, l) outras nos termos da lei.
no exercício das suas funções ou por causa delas; 2. As recomendações, propostas, sugestões e pareceres
e) protecção especial para si, seu cônjuge e bens; referidos nas alíneas f) e g) do número 1 do presente artigo são
f) assistência médica e medicamentosa para si, cônjuge
publicadas no Boletim da República, I Série.
e familiares a seu cargo, nos termos da Lei;
g) residência protocolar ou, na sua falta, subsídio de renda Artigo 16
de casa;
h) viatura protocolar; (Poderes)
i) viatura de afectação pessoal; 1. O Provedor de Justiça, no exercício das suas funções, para
j) passaporte diplomático para si, seu cônjuge e filhos além de outros conferidos por lei, tem poderes para:
menores;
k) outros direitos consagrados na lei. a) instruir processos resultantes de petições, queixas ou
reclamações ou pedidos apresentados pelos cidadãos
2. O Provedor de Justiça não pode ser prejudicado
na estabilidade do seu emprego, na sua carreira e no regime nacionais e estrangeiros, apátridas ou pessoas
de segurança social de que beneficie ao tempo da sua eleição jurídicas relativas a actos e omissões praticados pela
para o cargo. Administração Pública e demais entidades abrangidas
3. O tempo de serviço prestado como Provedor de Justiça conta, pelo seu âmbito de actuação;
para todos os efeitos, como prestado nas funções e no lugar de b) proceder a investigações, audições e inquéritos, bem
origem, bem como para todos os efeitos de aposentação e reforma. como solicitar informações e a exibição de documentos
que julgar necessários ou convenientes para
SECÇÃO III a recolha de matéria e produção de provas, devendo
adoptar todos procedimentos razoáveis e respeitar
Competências, poderes, relacionamento inter-orgânico e limites
os direitos e interesses legítimos dos cidadãos
de intervenção
nacionais e estrangeiros, apátridas e pessoas jurídicas;
c) efectuar visitas de inspecção às instituições abrangidas
Artigo 15 pelo âmbito da sua actuação, solicitando informações,
(Competências) bem como exibição de documentos que forem
convenientes ao exercício da sua função;
1. Compete ao Provedor de Justiça: d) nomear, contratar, promover, exonerar e exercer os
a) receber, analisar e dar o devido tratamento as petições, demais actos relativos ao provimento e à situação
queixas ou reclamações; funcional sobre o Secretário-Geral, Coordenador,
1606 I SÉRIE — NÚMERO 140
Coordenadores-Adjuntos, Assessores, Delegados 2. O âmbito de intervenção do Provedor de Justiça não abrange
Provinciais da Provedoria de Justiça e demais matérias sobre Direitos Humanos em geral, mas somente aquelas
funcionários e agentes da Provedoria de Justiça; relacionadas com a actuação da Administração Pública no seu
e) atribuir prémios, distinções e louvores; relacionamento com os administrados.
f) exercer o poder disciplinar sobre os membros
3. Estão excluídos dos poderes de inspecção e fiscalização
da Provedoria de Justiça;
do Provedor de Justiça os órgãos de soberania, exceptuando
g) mediar, antes de formular recomendações, a solução
dos litígios apresentados; os actos praticados pelos respectivos titulares no domínio da
h) efectuar visitas de monitoria, avaliação e apoio Administração Pública.
às representações provinciais da Provedoria de Justiça; SECÇÃO IV
i) em caso de inexecução de uma decisão proferida ou Assistência técnico-processual ao Provedor de Justiça
de uma decisão judicial transitada em julgado,
recomendar à autoridade em causa o cumprimento
Artigo 19
de tal decisão, fixando um prazo para o efeito.
2. A actuação do Provedor de Justiça não é limitada pela (Assistência técnico-processual)
utilização de mecanismos graciosos, contenciosos ou outras 1. O Provedor de Justiça é coadjuvado, no exercício das suas
instâncias de composição de interesses e de resolução de conflitos funções, por:
previstos na Constituição da República e nas demais leis, nem
pela pendência desses mecanismos, sendo deles independentes. a) Secretário-Geral;
b) Coordenador e Coordenadores-Adjuntos;
Artigo 17 c) Assessores;
(Relacionamento inter-orgânico) d) Delegado Provincial da Provedoria de Justiça, em número
Compete ao Provedor de Justiça manter relacionamento inter- igual ao das representações provinciais.
orgânico com: 2. Os coadjuvantes do Provedor de Justiça são seleccionados
a) o Presidente da República, o Presidente da Assembleia dentre cidadãos moçambicanos com, pelo menos, 35 anos de
da República, o Primeiro-Ministro, os Ministros idade, detentores de curso superior adequado e comprovada
e os Secretários de Estado; reputação, probidade, integridade, idoneidade e competência
b) os Presidentes do Tribunal Supremo, do Tribunal técnica.
Administrativo, do Conselho Constitucional, 3. O Secretário-Geral é nomeado pelo Provedor de Justiça.
o Procurador-Geral da República, o Bastonário da
Ordem dos Advogados de Moçambique, o Director- SECÇÃO V
Geral do Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica,
o Presidente da Comissão Nacional dos Direitos Deveres, direitos e regalias dos coadjuvantes
Humanos e o Presidente da Comissão Central
de Ética Pública; Artigo 20
c) os Presidentes das Comissões de Trabalho da Assembleia (Deveres)
da República;
d) os Presidentes dos Conselhos Superiores das Magistraturas O Secretário-Geral, o Coordenador, os Coordenadores-
Judicial, Judicial Administrativa e do Ministério Adjuntos, os Assessores e os Delegados Provinciais da Provedoria
Público; de Justiça, bem como demais membros da Provedoria de Justiça
e) o Secretário de Estado na Província, o Governador estão sujeitos aos mesmos deveres do Provedor de Justiça, excepto
Provincial, o Administrador Distrital, o Chefe de o da alínea e), número 1, do artigo 12 da presente Lei.
Posto Administrativo, o Chefe de Localidade, o Chefe
de Povoação, o Presidente do Conselho autárquico, Artigo 21
o Presidente da Assembleia Provincial, Distrital
e autárquica e a Autoridade Tradicional; (Direitos e regalias dos coadjuvantes do Provedor de Justiça)
f) os dirigentes superiores das Forças de Defesa e Segurança
1. Ao coadjuvante do Provedor de Justiça é atribuído
e para-militares;
g) os dirigentes das missões diplomáticas e consulares os seguintes direitos:
da República de Moçambique e com os representantes a) ser tratado com a deferência que a função exige;
permanentes da República de Moçambique junto b) cartão de identificação, de modelo a ser aprovado
de organizações internacionais; e assinado pelo Provedor de Justiça;
h) os dirigentes das diferentes entidades públicas, do
c) livre trânsito em lugares públicos, no exercício das suas
sector empresarial do Estado, autárquico e das demais
entidades abrangidas pelo seu âmbito de actuação. funções ou por causa delas;
d) protecção especial para si, seu cônjuge, familiares a seu
Artigo 18 cargo e bens, quando ponderosas razões de segurança
(Limites de intervenção) o determinem;
e) uso e porte de arma de defesa pessoal;
1. O Provedor de Justiça não tem competência para anular,
revogar ou modificar os actos dos poderes públicos e a sua f) passaporte de serviço;
intervenção não suspende o decurso dos prazos de recurso, g) assistência médica e medicamentosa para si, cônjuge
designadamente graciosos ou contencioso. e dependentes a seu cargo, nos termos da lei;
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h) afectação de uma viatura de serviço, nos termos da lei; CAPÍTULO III
i) não ser prejudicado na estabilidade do seu emprego, na sua
Procedimentos e Tramitação Processual
carreira e no regime de segurança social de que beneficie
SECÇÃO I
ao tempo da sua nomeação para o cargo;
j) o tempo de serviço prestado na respectiva categoria conta Procedimentos
como prestado nas funções e no lugar de origem.
Artigo 24
2. O Secretário-Geral, o Coordenador, os Coordenadores-
Adjuntos e os Delegados Provinciais da Provedoria de Justiça (Apresentação da petição, queixa ou reclamação)
têm direito a residência às expensas do Estado ou, na sua falta,
1. A petição, queixa ou reclamação é apresentada sem
subsídio de renda de casa.
dependência de prazos, oralmente ou por simples documento
3. Aos demais membros da Provedoria de Justiça são atribuídos
escrito, por via dos correios ou por via electrónica, devendo conter
os direitos e regalias das alíneas b), c), d), g), i) e j), do nú-
a identidade, morada ou local de trabalho do seu autor e, sempre
mero 1 do presente artigo.
que possível, a assinatura.
Artigo 22 2. A petição, queixa ou reclamação pode ser feita directamente
ao Provedor de Justiça, à Provedoria de Justiça, às Delegações
(Competências do coadjuvante do Provedor de Justiça)
Provinciais da Provedoria de Justiça, a qualquer agente do
Compete ao coadjuvante do Provedor de Justiça: Ministério Público e às representações diplomáticas ou consulares
a) instruir processos baseados nas petições, queixas de Moçambique, devendo estes transmitir ao Provedor de Justiça,
ou reclamações dos cidadãos ou por iniciativa do com vista a organização do processo nos termos da lei.
Provedor de Justiça; 3. Quando o peticionário, o queixoso ou o reclamante tiver
b) analisar as provas e demais elementos processuais; domicílio em local distinto da Provedoria de Justiça ou Delegação
c) elaborar os projectos de ofícios e de recomendações, Provincial, a petição, queixa ou reclamação podem ser entregues
reparos e sugestões das matérias que lhe são submetidas; ao Governo do Distrito, ao Conselho Executivo Provincial ou ao
d) emitir pareceres, por solicitação do Provedor de Justiça, Conselho de Representação do Estado na Província ou a qualquer
sobre questões de carácter geral do funcionamento da entidade administrativa local ou autárquica.
Provedoria de Justiça; 4. A petição, queixa e reclamação não depende da legitimidade
e) prestar assistência técnica administrativa ao Provedor do peticionário, queixoso ou reclamante, sendo suficiente o
de Justiça e à Provedoria de Justiça, bem como conhecimento dos factos e, se possível, a apresentação da matéria
acompanhar a execução das decisões destes; probatória no momento da sua apresentação.
f) estudar, programar, coordenar e aplicar as medidas
tendentes a promover, de forma permanente e Artigo 25
sistemática, o aperfeiçoamento, a inovação e a (Pressupostos de admissibilidade da petição, queixa
modernização das actividades técnico-administrativas ou reclamação)
e a melhoria da eficiência dos serviços da Provedoria
de Justiça; A petição, queixa ou reclamação deve conter:
g) apresentar, ao Provedor de Justiça, o relatório anual de a) identificação do seu autor;
execução do orçamento da Provedoria de Justiça; b) a narração precisa dos factos;
h) definir, organizar e orientar, tecnicamente, o sistema de c) a data da ocorrência;
documentação técnica e científica; d) a identidade, sempre que possível, do agente que praticou
i) elaborar e apresentar propostas em matérias de políticas ou omitiu os actos pertinentes;
de gestão de recursos humanos; e) a indicação da instituição em que se verificaram os factos;
j) assegurar, em articulação com os serviços competentes f) quaisquer elementos de prova.
da Administração Pública, as acções necessárias à
prossecução dos objectivos definidos em matéria de Artigo 26
gestão e de administração de recursos humanos; (Apreciação preliminar da petição, queixa e reclamação)
k) assegurar a coordenação e a divulgação das actividades
do Provedor de Justiça e da Provedoria de Justiça, nos 1. A petição, queixa ou reclamação é objecto de uma apreciação
órgãos da comunicação social; preliminar para avaliar da sua admissibilidade.
l) exercer as demais funções definidas por lei e orientadas 2. O Provedor de Justiça deve indeferir liminarmente quaisquer
superiormente. petições, queixas ou reclamações desprovidas de fundamentos
legais, as que reportem a factos cuja ilegalidade já tenha sido
SECÇÃO VI reparada ou esteja em vias de o ser, resultem prejuízos aos
Poderes de autoridade e dever de auxílio
legítimos direitos de terceiros.
3. O Provedor de Justiça deve julgar a petição, queixa
Artigo 23 ou reclamação improcedente quando, no decurso ou no final
da tramitação do processo, constatar a ausência de fundamentos
(Poderes de autoridade)
legais para prover o pedido, baseadas na litigância de má-fé
O Provedor de Justiça, o Coordenador, os Coordenadores- e as que estejam em vias de ser reparadas.
Adjuntos, os Assessores e os Delegados Provinciais da Provedoria 4. Quando o Provedor de Justiça constate que não é competente
de Justiça são considerados autoridades públicas, para todos em razão da matéria ou âmbito de actuação, deve remeter
efeitos. a petição, queixa ou reclamação à entidade competente.
1608 I SÉRIE — NÚMERO 140
Artigo 27 Artigo 31
(Dispensa de mandatário e de pagamento de custas (Casos de pequena gravidade)
ou emolumentos)
Nos casos de petições, queixas ou reclamações de pequena
1. O peticionário, o queixoso ou o reclamante não necessita gravidade, o Provedor de Justiça pode limitar-se a fazer uma
constituir advogado, podendo constituí-lo, querendo. advertência escrita ou oral à parte em falta.
2. A apresentação da petição, queixa ou reclamação está isenta
de pagamento de quaisquer custas ou emolumentos. Artigo 32
SECÇÃO II (Audição prévia)
Tramitação processual O Provedor de Justiça não deve dirigir nenhuma recomendação
sem ter ouvido a parte contra a qual a queixa é dirigida, excepto
Artigo 28
se houver recusa desta em ser ouvida.
(Instrução)
Artigo 33
1. A instrução consiste na realização de todas as diligências
necessárias e suficientes, incluindo inspecções, pedidos de (Mediação)
informação, exames, inquirições ou qualquer outro procedimento 1. O Provedor de Justiça convoca as partes para conciliá-
razoável, que não colida com direitos fundamentais dos cidadãos
las com vista a alcançarem acordo que ponha termo ao litígio,
e é efectuada por meios informais e expeditos, sem sujeição às
não havendo acordo, a queixa ou reclamação segue os trâmites
normas processuais de produção de prova.
subsequentes, de acordo com o estágio do processo.
2. As diligências são efectuadas pelo Provedor de Justiça e
seus coadjuvantes, podendo também a sua execução ser solicitada 2. Sempre que constate não haver condições objectivas para
directamente ao chefe do serviço local, ao Ministério Público se tentar um acordo entre as partes, o que pode ser aferido por
ou a quaisquer entidades públicas, com prioridade e urgência, uma das partes não colaborar ou provocar expedientes dilatórios,
quando tal se justificar. o Provedor de Justiça, pode, imediatamente, após a fase
de produção de prova, produzir as recomendações que
Artigo 29 julgue necessárias ou julgar a petição, queixa ou reclamação
(Dever de colaboração)
improcedente.
1. Todas as autoridades públicas devem colaborar, facultando Artigo 34
o que for solicitado pelo Provedor de Justiça, salvas as restrições (Recomendações)
legais respeitantes ao segredo de justiça, ao interesse superior
do Estado e às questões relativas à defesa, segurança e relações 1. O Provedor de Justiça dirige recomendações ao órgão
internacionais, sob pena de incorrer no crime de desobediência. competente, cuja cópia é entregue ao peticionário, queixoso
2. O Provedor de Justiça, no exercício das suas funções, pode ou reclamante, contendo:
convocar a Administração Pública para prestar esclarecimentos a) menção do acto, omissão, facto ilegal ou injusto e o seu
e explicações em local expressamente indicado por este. enquadramento legal;
3. Em caso de recusa de audição ou falta de comparência no b) proposta de medidas de correcção do acto ou omissão;
local, dia e hora designados, o Provedor de Justiça pode requisitar, c) prazo máximo de 60 dias para a correcção.
por ofício dirigido ao superior hierárquico, tratando-se de 2. O órgão destinatário das recomendações deve informar,
funcionário ou agente público, as pessoas que devem ser ouvidas. no prazo de 15 dias, a contar da sua recepção, se acata ou não
4. O Provedor de Justiça pode requisitar, por ofício dirigido as recomendações, podendo, se houver fundamento para isso,
ao superior hierárquico, tratando-se de funcionário ou agente solicitar a prorrogação do prazo estabelecido, não havendo
público, as pessoas que devem ser ouvidas. resposta a recomendação é dada como não acatada, devendo ser
5. A recusa de audição ou falta de comparência sem justificação devidamente fundamentada.
no local, dia e hora designados das pessoas que devem ser ouvidas, 3. Se as recomendações não forem acatadas, o Provedor de
configura crime de desobediência, sem prejuízo do procedimento Justiça deve dirigir-se ao superior hierárquico competente ou à
disciplinar que houver lugar. respectiva entidade de tutela, solicitando sua colaboração visando
Artigo 30 obter o seu acatamento.
4. O superior hierárquico ou a entidade de tutela referidos
(Formalismos das audições e depoimentos) no número 3 do presente artigo deve informar, no prazo de 15
1. O Provedor de Justiça usa meios expeditos para solicitar dias, a contar da recepção do pedido de colaboração, dando
pronunciamentos escritos ou para convocar as partes para conhecimento das diligências por si efectuadas.
audições ou para prestarem depoimentos. 5. Decorrido o prazo estabelecido, se a recomendação não
2. O prazo de pronunciamento ou de comparência das partes for atendida, o Provedor de Justiça deve, dependendo dos casos,
é de 15 dias, a contar da data da notificação, devendo, em casos dirigir-se ao superior hierárquico do visado, ou não obtendo da
urgentes, esse prazo ser de cinco dias. Administração Pública o acatamento da recomendação, dirigir-se
3. Todos os depoimentos devem ser registados e assinados à Assembleia da República, expondo os motivos da sua tomada
pelos depoentes, se estes souberem e puderem fazê-lo. de posição.
4. Nos casos em que os depoentes sejam representados por 6. Se, a Assembleia da República através da respectiva
advogado, este pode assinar os depoimentos. Comissão, concluir que a recomendação está efectivamente
5. Considera-se justificada a falta ao serviço determinada pelo em conformidade com a lei deve convocar a entidade da
dever de comparência às audiências agendadas pelo Provedor Administração Pública para se explicar sobre as razões do não
de Justiça. acatamento e da violação da lei.
21 DE JULHO DE 2023 1609
7. No caso de não obter resposta satisfatória por parte do órgão 2. A Provedoria de Justiça tem a sua sede na Cidade de Maputo
visado, do superior hierárquico competente ou da entidade de e exerce jurisdição sobre todo o território nacional, incluindo
tutela, o Provedor de Justiça pode publicar a recomendação no as representações diplomáticas e consulares da República
Boletim da República e na imprensa. de Moçambique.
8. Salvo o disposto nos números anteriores, o Provedor de 3. A coordenação e gestão diária das actividades, do património
Justiça, constatando que a entidade recomendada agiu de má-fé e dos recursos humanos, financeiros e materiais da Provedoria
e contra todos os princípios que regem a sua actividade, pode de Justiça e das suas delegações provinciais, competem
dirigir-se ao superior hierárquico deste ou ao órgão de tutela, ao Secretário-Geral da Provedoria de Justiça.
solicitando a instauração do devido processo disciplinar e de 4. A organização, funcionamento e composição da Provedoria
outras medidas que couberem. de Justiça e das Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça
são fixados por diploma específico, definidas no seu Estatuto
Artigo 35 Orgânico.
(Participação das infracções) Artigo 41
Se no decurso da instrução do processo, o Provedor de Justiça (Natureza e instalações)
verificar a existência de comportamentos que revelem práticas de 1. A Provedoria de Justiça tem autonomia administrativa.
ilícitos criminais ou infracções disciplinares, deve participar ao 2. A Provedoria de Justiça funciona em instalações próprias.
Ministério Público ou à entidade hierarquicamente competente 3. A gestão financeira, administrativa e patrimonial
para a instauração do respectivo processo. da Provedoria de Justiça é assegurada pelo Secretário-Geral
da Provedoria de Justiça.
Artigo 36
(Litigância de má-fé) Artigo 42
(Criação das Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça)
Sempre que se comprovar que a queixa foi feita de má-fé, o
Provedor de Justiça deve apresentar o facto ao Ministério Público, 1. São criadas as Delegações Provinciais da Provedoria
para a instauração do competente procedimento criminal. de Justiça.
2. O início de funcionamento das Delegações Provinciais
Artigo 37 da Provedoria de Justiça é determinado pelo Provedor de Justiça
em articulação com o Governo.
(Não admissibilidade de recurso)
Os actos ou recomendações do Provedor de Justiça não são CAPÍTULO II
susceptíveis de recurso e deles só cabe reclamação para o próprio. Órgãos da Provedoria de Justiça
Artigo 38 Artigo 43
(Publicidade) (Órgãos)
O Provedor de Justiça pode publicar informações sobre as Na Provedoria de Justiça funcionam os seguintes órgãos
conclusões alcançadas nos processos ou sobre qualquer outro colegiais:
assunto de relevo para o conhecimento público, podendo utilizar a) Conselho de Direcção;
os meios que julgar necessários. b) Conselho Consultivo;
c) Conselho Técnico.
Artigo 39
Artigo 44
(Impugnação de actos)
(Conselho de Direcção)
1. Os actos do Provedor de Justiça, praticados no âmbito
da sua competência de gestão pública da Provedoria de Justiça, 1. O Conselho de Direcção é um órgão dirigido pelo Provedor
de Justiça, competindo-lhe, nomeadamente:
são impugnados no Tribunal Administrativo, nos termos gerais.
2. Os actos do Provedor de Justiça, praticados no âmbito a) analisar e aprovar o plano de actividades e o orçamento
da sua competência de gestão privada da Provedoria de Justiça, da Provedoria de Justiça;
b) analisar a implementação das políticas e estratégias da
são impugnados no tribunal judicial competente.
Provedoria de Justiça e propor acções que conduzam
PARTE II à sua melhoria;
c) avaliar o desempenho das unidades orgânicas no
Provedoria de Justiça cumprimento do plano anual de actividades;
d) auscultar e informar aos membros sobre o desenrolar das
CAPÍTULO I actividades da Provedoria de Justiça.
2. O Conselho de Direcção tem a seguinte composição:
Disposições Gerais
a) Provedor de Justiça;
Artigo 40 b) Secretário-Geral;
c) Coordenador;
(Criação da Provedoria de Justiça) d) Coordenadores-Adjuntos;
e) Assessores;
1. É criada a Provedoria de Justiça, que tem por finalidade
f) Directores Nacionais;
prestar apoio técnico e administrativo essencial à realização das g) Chefes de Departamento Central Autónomo;
atribuições do Provedor de Justiça. h) Director do Gabinete de Provedor de Justiça.
1610 I SÉRIE — NÚMERO 140
3. O Provedor de Justiça pode convidar para participar nas CAPÍTULO III
sessões do Conselho de Direcção outros técnicos da Provedoria
Estrutura e Competência dos Serviços
de Justiça.
4. O Conselho de Direcção reúne-se ordinariamente a cada Artigo 47
trinta dias e, extraordinariamente, sempre que necessário.
(Unidades orgânicas da Provedoria de Justiça)
Artigo 45
A Provedoria de Justiça compreende os seguintes serviços:
(Conselho Consultivo)
a) Secretário-Geral;
1. O Conselho Consultivo da Provedoria de Justiça b) Serviço de Assessoria;
é o órgão colectivo que tem por função analisar e aprovar questões c) Gabinete do Provedor de Justiça;
fundamentais da direcção e actividade da Provedoria de Justiça, d) Direcção de Administração, Finanças e Recursos
competindo-lhe, essencialmente: Humanos;
a) apreciar e recomendar sobre as políticas e estratégias de e) Direcção de Estudos, Planificação e Cooperação;
desenvolvimento da Provedoria de Justiça nos vários f) Direcção de Relações Institucionais, Comunicação
domínios; e Imagem;
b) apreciar e controlar a execução do plano de actividades g) Departamento de Tecnologias de Informação
e proceder ao respectivo balanço; e Comunicação;
c) Apreciar o funcionamento e desempenho das delegações h) Departamento de Documentação, Biblioteca e Arquivo;
provinciais. i) Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça;
2. O Conselho Consultivo é composto pelos membros do j) Secretaria-Geral.
Conselho de Direcção e pelos Delegados Províncias da Provedoria
de Justiça. Artigo 48
3. Por determinação do Provedor de Justiça, e em função (Secretário-Geral)
da matéria agendada, podem ser convidados representantes da
Comissão Nacional dos Direitos Humanos, da Comissão Central 1. O Secretário-Geral ocupa-se da gestão diária da Provedoria
de Ética Pública, do Gabinete Central de Combate à Corrupção, de Justiça nos domínios da gestão administrativa, orçamental,
das associações que lidam com matéria dos direitos humanos patrimonial e relações públicas.
e ambiente e da Ordem dos Advogados de Moçambique, para 2. Ao Secretário-Geral compete, em especial:
participarem nas sessões do Conselho Consultivo. a) programar e aplicar medidas que visam promover
4. O Conselho Consultivo reúne-se, ordinariamente, uma vez
o aperfeiçoamento das actividades administrativas
por ano e, extraordinariamente, sempre que for determinado pelo
e a melhoria da eficácia e eficiência dos serviços
Provedor de Justiça.
da Provedoria de Justiça;
Artigo 46 b) elaborar a proposta de orçamento anual da Provedoria
de Justiça, designadamente no que se prende com
(Conselho Técnico)
o provimento, promoção, progressão, transferência,
1. O Conselho Técnico é o órgão colectivo através do qual exoneração, aposentação e outros;
a Provedoria de Justiça exerce as suas funções de consulta técnico- c) coordenar a preparação da Informação Anual à
jurídica, competindo, essencialmente: Assembleia da República sobre a actividade do
a) emitir pareceres a pedido da Assembleia da República; Provedor de Justiça;
b) emitir pareceres restritos à matéria dos direitos d) garantir a administração adequada dos recursos humanos,
dos cidadãos, legalidade e justiça na actuação da materiais e financeiros da Provedoria de Justiça;
Administração Pública; e) garantir a tramitação e manutenção do expediente de
c) emitir pareceres sobre as deficiências da lei e sugestões todos os processos, bem como manter o arquivo dos
para elaboração de nova legislação ao Presidente da processos organizado e actualizado;
República, à Assembleia da República e ao Governo; f) assegurar a aquisição e manutenção dos bens essenciais
d) emitir pareceres sobre requerimentos de pedido de ao funcionamento da Provedoria de Justiça;
declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade g) elaborar o plano de formação e aperfeiçoamento
de normas;
profissional dos funcionários incluindo as acções
e) cumprir as demais funções que lhe forem atribuídas.
de capacitação, superação e actualização que se
2. Compõem o Conselho Técnico: reconheçam necessários;
a) Provedor de Justiça; h) garantir a difusão e o conhecimento das normas de
b) Coordenador; conduta junto dos funcionários, bem como do público
c) Coordenadores-Adjuntos; em geral;
d) Assessores; i) assegurar o funcionamento da Comissão de Ética Pública
e) Chefe da Secretaria Geral. como forma de garantia e fiscalização da aplicação
3. O Provedor de Justiça pode convidar, para participar no das normas do sistema de conflito de interesses e a
Conselho Técnico, técnicos e peritos especializados de outras transmissão oficiosa ao Gabinete Central de Combate
instituições públicas. à Corrupção das deliberações sobre casos confirmados
4. O Conselho Técnico reúne quando convocado pelo Provedor de conflito de interesses;
de Justiça ou por quem este designar. j) administrar o património da Provedoria de Justiça.
21 DE JULHO DE 2023 1611
Artigo 49 c) assegurar o desenvolvimento dos protocolos celebrados
(Serviço de Assessoria) e a preparação de protocolos a celebrar com instituições
ou organismos nacionais e internacionais;
1. São ainda funções dos serviços de assessoria, no domínio d) divulgar e coordenar a actividade do Provedor de Justiça
das petições, queixas e reclamações: na área dos direitos humanos;
a) tramitar os processos referentes às petições, queixas e) assegurar a actividade do Provedor de Justiça em matéria
e reclamações e instruir processos abertos por de relações internacionais;
iniciativa do Provedor de Justiça; f) assegurar e dinamizar as acções de formação no âmbito
b) tramitar os processos relacionados com investigações, das competências do Provedor de Justiça, em
audições, inquéritos ou factos de que por qualquer cooperação com entidades congéneres ou organismos
outro modo o Provedor de Justiça tenha conhecimento; de defesa e promoção dos direitos humanos.
c) assegurar o registo de entrada e saída de processos bem 3. O Gabinete do Provedor de Justiça assegura a articulação
como os demais documentos avulsos; com as instituições nacionais dos direitos humanos, visando:
d) promover a movimentação dos processos em consonância
com os despachos; a) harmonizar a promoção e protecção dos direitos humanos
e) providenciar a emissão de notificações, certidões e demais no País, através de programas de educação sobre os
documentos determinados e assegurar a sua expedição; direitos humanos e execução de acções de protecção
f) prestar informação solicitada relativamente à situação dos mesmos direitos estabelecidos nos termos
dos processos; da Constituição;
g) elaborar propostas de recomendações aos órgãos b) partilhar com as instituições nacionais dos direitos
competentes visando a correcção dos actos humanos experiências, melhores práticas e assistência
ou omissões ilegais ou injustos dos poderes públicos técnica, bem como o intercâmbio de pessoal técnico
ou melhoria dos respectivos serviços; para a realização de estágios, seminários e outros
h) garantir a intervenção na tutela dos interesses colectivos cursos de formação, desenvolvimento de programas
ou difusos, quando estiverem em causa as entidades de capacitação técnica profissional de forma estruturada
públicas; e regular;
i) estabelecer com os organismos da Administração Pública c) participar na elaboração de proposta de legislação
e das entidades congéneres, nacionais, estrangeiras destinada a harmonizar as normas convencionais
e internacionais as relações necessárias à instrução e regionais sobre direitos humanos no ordenamento
dos processos; e jurídico moçambicano.
j) exercer as demais funções que lhe forem atribuídas. 4. O Gabinete do Provedor de Justiça é dirigido por um
Director de Gabinete nomeado pelo Provedor de Justiça e dispõe
2. São funções do serviço de assessoria, no domínio da colaboração das unidades orgânicas para o desempenho das
de assessoria jurídica: funções referidas nos números anteriores.
a) elaborar estudos, relatórios e pareceres de natureza
jurídica; Artigo 51
b) elaborar projectos de recomendações, alteração ou (Direcção de Administração, Finanças e Recursos Humanos)
revogação ou sugestões para a elaboração de nova
legislação; 1. São funções da Direcção de Administração e Recursos
c) elaborar projectos de requerimento de pedido Humanos, no domínio da administração e finanças:
de declaração de inconstitucionalidade ou de a) elaborar propostas de programa de actividades
ilegalidade de normas; e do orçamento de funcionamento e investimento,
d) prestar apoio jurídico aos dirigentes e unidades orgânicas em coordenação com a Direcção de Estudos,
da Provedoria de Justiça, incluindo a emissão Planificação e Cooperação;
de pareceres sobre actos e contratos administrativos; b) executar e gerir o orçamento de funcionamento
e) organizar e manter actualizada a colectânea de legislação e de investimento;
de interesse para o desenvolvimento das actividades c) elaborar os relatórios de prestação de contas;
da Provedoria de Justiça, promovendo a sua d) monitorar a execução financeira, de acordo com as regras
divulgação; e e procedimentos definidos pela lei;
f) participar nas negociações de acordos e outros instrumentos e) proceder à gestão e execução dos processos de aquisições
de natureza jurídica. de bens, prestação de serviços e empreitadas, em todas
3. O Serviço de Assessoria é dirigido pelo Coordenador, as fases do ciclo de contratação, desde a planificação
coadjuvado pelo Coordenador-Adjunto, nomeado pelo Provedor até a execução pontual do contrato;
de Justiça. f) elaborar o balanço anual sobre a execução do orçamento
Artigo 50 e submeter ao Provedor de Justiça.
(Gabinete do Provedor de Justiça)
2. Constituem ainda funções da Direcção de Administração,
Finanças e Recursos Humanos, no domínio dos recursos humanos:
1. O Gabinete do Provedor de Justiça é a estrutura de apoio a) assegurar o cumprimento do Estatuto Geral dos
directo ao Provedor de Justiça, tendo por função prestar todo Funcionários e Agentes do Estado e demais legislação
o apoio técnico-administrativo e protocolar no exercício da sua aplicável aos funcionários e agentes do Estado
actividade. em serviço na Provedoria de Justiça;
2. Ao Gabinete do Provedor de Justiça compete, nomeadamente: b) assegurar a normalização e uniformização
a) apoiar o Provedor de Justiça nas suas decisões, bem como dos procedimentos de gestão de recursos humanos;
na elaboração de relatórios, de estudos e de pareceres; c) propor e implementar políticas de gestão de recursos
b) elaborar as respostas a questionários e pedidos de humanos em conformidade com as directrizes, normas
informação ou outras solicitações, de âmbito nacional e planos da Provedoria de Justiça e do Governo;
ou internacional, dirigidas ao Provedor de Justiça; d) elaborar e submeter a aprovação o quadro de pessoal;
1612 I SÉRIE — NÚMERO 140
e) planificar, programar e executar as actividades 3. A Direcção de Estudos, Planificação e Cooperação é dirigida
de recrutamento, selecção e colocação do pessoal; por um Director, nomeado pelo Provedor de Justiça.
f) implementar a política de desenvolvimento de recursos
humanos da Provedoria de Justiça; Artigo 53
g) planificar, coordenar e assegurar a execução de acções (Direcção de Relações Institucionais, Comunicação e Imagem)
de formação dentro e fora do País;
h) gerir o sistema de remunerações e benefícios dos 1. São Funções da Direcção de Relações Institucionais,
funcionários e agentes do Estado afectos à Provedoria Comunicação e Imagem, no domínio de relações institucionais:
de Justiça; a) estabelecer contactos com as instituições públicas e
i) assegurar a realização de avaliação do desempenho dos privadas na prossecução de actividades do Provedor
funcionários e agentes do Estado afectos à Provedoria de Justiça;
de Justiça; b) inteirar-se das condições de trabalho dos locais de destino
j) organizar e manter actualizados os processos individuais;
do Provedor de Justiça, quando em serviço;
k) coordenar a implementação das actividades no âmbito
das estratégias do HIV e SIDA, do género e da pessoa c) manter actualizado um ficheiro com os endereços
com deficiência na Função Pública; e contactos das principais instituições públicas e
l) promover e gerir as acções de assistência social privadas;
aos funcionários; d) participar na organização e realização de palestras,
m) assegurar a participação da Provedoria de Justiça seminários e encontros de trabalho, em coordenação
na concepção da política de recursos humanos com o Serviço de Assessoria.
do Aparelho do Estado. 2. São funções da Direcção de Relações Institucionais,
3. A Direcção de Administração e Recursos Humanos Comunicação e Imagem, no domínio de comunicação e imagem:
é dirigida por um Director, nomeado pelo Provedor de Justiça.
a) assegurar, dinamizar e desenvolver uma estratégia de
Artigo 52 comunicação e imagem do Provedor de Justiça e da
Provedoria de Justiça;
(Direcção de Estudos, Planificação e Cooperação)
b) assegurar o contacto com os órgãos de comunicação
1. São funções da Direcção de Estudos, Planificação social, acompanhando a preparação e difusão dos
e Cooperação, no domínio de Estudos: materiais destinados à publicação;
a) elaborar, coordenar, dirigir estudos e emitir pareceres c) recolher, analisar, tratar, arquivar e divulgar a informação
sobre o desenvolvimento e aperfeiçoamento da produzida pelos órgãos de comunicação social
Provedoria de Justiça; referente à actividade do Provedor de Justiça e da
b) intervir na preparação de projectos de instruções; Provedoria de Justiça;
c) elaborar comentários, notas explicativas e estudos para d) estabelecer com os órgãos de comunicação social,
melhor compreensão e aplicação unitária da legislação os canais adequados que assegurem um bom
do Estado atinente às áreas de actuação da Provedoria relacionamento entre estes e a Provedoria de Justiça;
de Justiça; e) garantir a cobertura pelos órgãos de comunicação social
d) realizar estudos e elaborar pareceres sobre aperfeiçoamento dos actos e eventos em que participem o Provedor
de processos e tecnologias de administração;
de Justiça e a Provedoria de Justiça;
e) promover a realização de palestras e seminários;
f) manter actualizado um ficheiro com os endereços
f) promover a divulgação da legislação relativa aos direitos,
deveres e liberdades fundamentais dos cidadãos; e contactos dos órgãos de comunicação social;
g) realizar outras actividades que lhe sejam superiormente g) colaborar na actualização da página da Internet
determinadas. da Provedoria de Justiça;
h) promover e organizar conferências de imprensa;
2. São funções da Direcção de Estudos, Planificação
e Cooperação, no domínio da Planificação e Cooperação: i) organizar diariamente análises de imprensa para
a Provedoria de Justiça;
a) sistematizar as propostas do Plano Económico e Social j) realizar quaisquer outras actividades tendentes
e programa anual de actividades da Provedoria
a impulsionar a imagem institucional do Provedor
de Justiça;
de Justiça e da Provedoria de Justiça.
b) assegurar a normalização e uniformização dos
procedimentos em todos os sectores em matérias 3. A Direcção de Relações Institucionais, Comunicação
relacionadas com a planificação e execução e Imagem é dirigida por um Director, nomeado pelo Provedor
de actividades e ainda pelo seu controlo interno; de Justiça.
c) coordenar a elaboração dos planos e relatórios anuais
de actividades de todas as unidades orgânicas Artigo 54
e acompanhar a respectiva execução; (Secretaria Geral)
d) avaliar factores de risco no domínio de rotinas
e procedimentos de trabalho; 1. São funções da Secretaria Geral:
e) acompanhar a execução dos acordos de cooperação a) garantir o apoio administrativo e processual inerente ao
bilaterais ou multilaterais; funcionamento da Provedoria de Justiça;
f) planificar a participação da Provedoria de Justiça em b) assegurar a recepção, conferência, registo, controlo
eventos nacionais e internacionais; e tramitação dos processos que dão entrada na
g) analisar e dar parecer sobre acordos de cooperação Provedoria de Justiça;
a celebrar pela Provedoria de Justiça; c) expedir a correspondência proveniente das unidades
h) propor o estabelecimento e desenvolvimento de relações orgânicas da Provedoria de Justiça;
de cooperação internacional. d) implementar o Sistema Nacional de Arquivo do Estado;
21 DE JULHO DE 2023 1613
e) realizar outras funções que lhe sejam superiormente 2. As Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça têm as
determinadas. seguintes competências:
2. A Secretaria Geral é dirigida por um Chefe de Secretaria a) proceder à recepção e encaminhamento das petições,
Central, nomeado pelo Provedor de Justiça. queixas e reclamações, pela via mais expedita;
Artigo 55 b) prestar as devidas informações e esclarecimentos aos
cidadãos e pessoas jurídicas;
(Departamento de Tecnologias de Informação e Comunicação) c) promover a divulgação e promoção da figura, dos
1. São funções do Departamento de Tecnologias de Informação poderes e das vantagens de se solicitar a intervenção
e Comunicação: do Provedor de Justiça;
a) assegurar a normalização e uniformização d) promover a divulgação, defesa e promoção dos direitos,
dos procedimentos em todos os sectores designadamente dos interesses e das garantias fundamentais e legítimos
na gestão dos sistemas de informação e comunicação; dos cidadãos e pessoas jurídicas;
b) propor, planificar, coordenar e executar a política e) informar ao Provedor de Justiça sobre a existência de
de informática; situações que constituam a violação dos direitos
c) gerir e actualizar os recursos informáticos que constituem humanos do cidadão, por acção ou omissão da
o acervo tecnológico da Provedoria de Justiça; Administração Pública;
d) fazer a programação, em coordenação com as diversas f) representar o Provedor de Justiça no respectivo território.
áreas, das necessidades relativamente aos equipamentos 3. As Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça são
informáticos e respectivos utilizadores; dirigidas por Delegados Provinciais nomeados pelo Provedor
e) promover a divulgação dos actos e actividades de Justiça.
da Provedoria de Justiça, através da sua página
na Internet. CAPÍTULO IV
2. O Departamento de Tecnologias de Informação e Gestão Financeira e Patrimonial
Comunicação é dirigido por um Chefe de Departamento Central
Autónomo, nomeado pelo Provedor de Justiça. Artigo 58
Artigo 56 (Instrumentos de Gestão)
(Departamento de Documentação, Biblioteca e Arquivo) A gestão financeira da Provedoria de Justiça é assegurada
através:
1. São funções do Departamento de Documentação, Biblioteca
e Arquivo: a) do Plano Económico e Social;
b) do Orçamento Anual;
a) assegurar a organização e gestão do sistema integrado
c) dos mecanismos contabilísticos estabelecidos por lei.
de arquivos da Provedoria de Justiça;
b) garantir a correcta administração e gestão da Biblioteca; Artigo 59
c) proceder ao tratamento arquivístico da documentação;
d) assegurar o tratamento material e intelectual da (Receitas)
documentação da Biblioteca; As receitas da Provedoria de Justiça provêm:
e) assegurar os serviços de atendimento aos utilizadores do
a) das dotações do Orçamento do Estado;
Arquivo e da Biblioteca;
b) de eventuais donativos de parceiros de cooperação.
f) propor directivas técnicas relativas à avaliação,
tratamento, conservação e acesso à documentação e Artigo 60
respectivos instrumentos de trabalho;
g) assegurar o acesso à informação de interesse para as (Despesas)
actividades da Provedoria de Justiça; Constituem despesas da Provedoria de Justiça:
h) preservar as espécies bibliográficas, documentais e
arquivísticas representativas da memória da Provedoria a) os encargos decorrentes do seu funcionamento;
de Justiça; b) o pagamento de quotas e contribuições a organismos
i) coordenar o envio, para efeitos de publicação no Boletim regionais e internacionais;
da República, das recomendações da Provedoria de c) as despesas com o pessoal;
Justiça. d) as despesas realizadas para aquisição de bens, manutenção
2. O Departamento de Documentação, Biblioteca e Arquivo e conservação do património, equipamento e serviços
é dirigido por um Chefe de Departamento Central Autónomo, a utilizar;
nomeado pelo Provedor de Justiça. e) outras decorrentes ou necessárias ao seu normal
funcionamento.
Artigo 57
Artigo 61
(Delegações da Provedoria de Justiça)
(Património)
1. Para garantir a aproximação do Provedor de Justiça aos
cidadãos e imprimir celeridade processual, são implantadas Constitui património da Provedoria de Justiça a universalidade
Delegações Provinciais da Provedoria de Justiça, de modo dos bens, direitos e obrigações que receba ou adquira no exercício
gradual, em articulação com o Governo. das suas atribuições e competências.
1614 I SÉRIE — NÚMERO 140
Artigo 62 Artigo 65
(Orçamento) (Regra de transição)
1. A Provedoria de Justiça tem um orçamento anual, elaborado O pessoal do quadro do Gabinete do Provedor de Justiça
e gerido nos termos da respectiva legislação. transita automaticamente por mero efeito da lei para o quadro
2. A Provedoria de Justiça rege-se por Lei do SISTAFE da Provedoria de Justiça, mantendo-se a carreira e categoria que
e legislação complementar. o funcionário já possui.
CAPÍTULO V Artigo 66
Pessoal da Provedoria de Justiça e seu Estatuto (Cartões de identificação)
Artigo 63 O Provedor de Justiça aprova, por despacho, os modelos de
cartão de identificação dos seus coadjuvantes, bem como o do
(Pessoal da Provedoria de Justiça) restante pessoal em serviço na Provedoria de Justiça, incluindo
1. A Provedoria de Justiça dispõe de um quadro de pessoal o do seu Gabinete.
próprio, nos termos do respectivo Estatuto Orgânico.
2. O Coordenador, os Coordenadores-Adjuntos, os Assessores CAPÍTULO VI
e os Delegados Provinciais da Provedoria de Justiça são Disposições Finais
recrutados, mediante concurso publico, de entre licenciados com
curso superior adequado e são providos em comissão de serviço. Artigo 67
3. A comissão de serviço referida no número 1 do presente
(Regulamentos)
artigo, cessa:
a) por despacho do Provedor de Justiça, a todo o tempo; O Provedor de Justiça aprova os regulamentos internos
b) por requerimento do interessado, com a antecedência necessários ao funcionamento da Provedoria de Justiça.
mínima de 30 dias. Artigo 68
4. A nomeação a que se refere o presente artigo entende-se
(Regulamentação)
sempre feita por urgente conveniência de serviço e não confere,
por si só, qualidade de funcionário público. Compete ao Conselho de Ministros regulamentar a presente
5. Quando a escolha recair sobre magistrados ou funcionários, Lei no prazo de 180 dias.
podem os nomeados optar pelo estatuto remuneratório do lugar de
Artigo 69
origem, considerando-se para todos os efeitos, como aí prestado o
tempo de serviço contado no exercício dos cargos, não podendo (Norma revogatória)
ainda os seus titulares ser prejudicados em quaisquer direitos, É revogada a Lei n.º 7/2006, de 16 de Agosto e toda a legislação
designadamente no que respeita a promoção e progressão nas que contrarie a presente Lei.
respectivas carreiras, regalias sociais ou outras, pelo não exercício
de actividade naquele lugar. Artigo 70
(Entrada em vigor)
Artigo 64
A presente Lei entra em vigor 180 dias após a data da sua
(Regime jurídico da relação laboral)
publicação.
1. Ao pessoal da Provedoria de Justiça aplica-se o regime Aprovada pela Assembleia da República, aos 29 de Maio de
geral da Função Pública em tudo o que não estiver especialmente 2023. — A Presidente da Assembleia da República, Esperança
regulado na presente Lei. Laurinda Francisco Nhiuane Bias.
2. A Provedoria de Justiça assegura o aperfeiçoamento Promulgada, aos 10 de Julho de 2023.
permanente dos seus funcionários, através de cursos de formação Publique-se.
e actualização profissionais.
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Preço — 60,00 MT
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.