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Leitura e Produção de Texto

O documento aborda a importância da leitura e escrita na sociedade, destacando a história da escrita e suas funções sociais, além de refletir sobre a obra de Paulo Freire e seu impacto na educação. A escrita é apresentada como uma tecnologia essencial para a comunicação e a construção do conhecimento, enquanto a leitura é vista como um meio de humanização e cidadania. O texto critica a abordagem atual do ensino da escrita e a necessidade de uma formação que valorize a expressão autêntica dos alunos.

Enviado por

Carol Martins
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Leitura e Produção de Texto

O documento aborda a importância da leitura e escrita na sociedade, destacando a história da escrita e suas funções sociais, além de refletir sobre a obra de Paulo Freire e seu impacto na educação. A escrita é apresentada como uma tecnologia essencial para a comunicação e a construção do conhecimento, enquanto a leitura é vista como um meio de humanização e cidadania. O texto critica a abordagem atual do ensino da escrita e a necessidade de uma formação que valorize a expressão autêntica dos alunos.

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Semana 1 (21/07-30/07)

Leitura e Produção de Textos


As funções sociais da leitura e da escrita

Tópicos Principais
Objetivos Centrais:
Compreender a história e as origens da escrita na humanidade, e entender os papéis sociais
de leitores e escritores, bem como a importância da leitura e escrita na sociedade .

Materiais de Estudo: Serão utilizados textos fundamentais, videoaulas e dois vídeos. O


primeiro vídeo é uma animação da Khan Academy sobre a origem da escrita, e o segundo é
uma entrevista com Paulo Freire, um pensador crucial nos estudos de alfabetização.

Reflexão Pessoal: Os alunos são incentivados a refletir sobre o papel da escrita em suas
vidas, como a escrita pode ajudar a compreender situações, que tipos de leitura preferem e
quais autores os agradam.

Importância no Curso: A leitura, compreensão, interpretação crítica e escrita são


fundamentos essenciais para o curso de graduação, e esses conceitos serão discutidos desde
o início até o fim da disciplina.

Origens da Linguagem Escrita

Tópicos Principais
A Explosão Cultural e o Desenvolvimento da Linguagem:
Cerca de 50.000 anos atrás, houve um surgimento repentino e diversificado de artefatos
culturais, como instrumentos musicais e novas ferramentas. Isso foi acompanhado pelo
aprimoramento da capacidade humana de externalizar pensamentos e se comunicar através
da linguagem.

A Arte como Linguagem Universal Primária:


Antes do desenvolvimento da escrita, a arte funcionava como uma linguagem universal. O
vídeo têm exemplos de pinturas rupestres que transmitiam informações, como a direção
de viagem, e mostra pinturas reais da caverna de Chauvet, na França, datadas de 30.000 anos
atrás.

Do Pictograma ao Ideograma:
Pictogramas: São desenhos que se assemelham ao objeto físico que representam (por
exemplo, a representação de um rio), marcando um passo importante na evolução da
escrita.
Ideogramas: Representam conceitos e ideias abstratas, como "meio" ou "oeste". Um
exemplo de um ideograma chinês antigo para "meio" é exibido.

Protoescrita e os Primeiros Documentos Escritos:


A combinação de símbolos para criar novos significados é destacada nas tabuinhas de
contabilidade sumérias da Mesopotâmia, que datam de antes de 3000 a.C. Essas tabuinhas
utilizavam símbolos para números e objetos (como "10 ovelhas"), sendo consideradas um
estágio de protoescrita.

O Princípio Rebus: Um avanço crucial na linguagem escrita, o princípio Rebus, envolve a


separação do som da imagem, combinando sons de diferentes símbolos para formar uma
nova palavra ou conceito. O vídeo exemplifica isso com a soletração de "Alice" usando os sons
de "all" (tudo) e "ice" (gelo). O Paleta de Narmer, um artefato egípcio de cerca de 3100 a.C.,
é um exemplo real onde o nome "Narmer" é representado por um peixe (nar) e um cinzel (mer).

A Necessidade de Economizar Tempo:


O vídeo termina concluindo que, para que o alfabeto surgisse, a eficiência na comunicação
escrita, ou seja, a economia de tempo, tornou-se um fator determinante.

Serginho Groisman entrevista Paulo Freire.

Em nossa sociedade, a escrita e a leitura exercem papel central, sendo indispensáveis para
a cidadania, permitindo o conhecimento e a luta pelos direitos no Estado Brasileiro.

Paulo Freire, um professor nascido em Recife em 1921 e falecido em São Paulo em 1997,
considerava a leitura e a escrita primordiais para a educação. Ele dedicou-se à alfabetização
de jovens e adultos, especialmente da zona rural brasileira. Seu método de alfabetização é
reconhecido mundialmente, o que lhe rendeu diversos prêmios internacionais e o tornou um
dos brasileiros mais homenageados da história. Paulo Freire é amplamente lido e o brasileiro
mais citado em cursos de diversas faculdades ao redor do mundo.

Tópicos Principais
Exílio e Aprendizado: Freire descreve seu tempo no exílio como um período de intenso
aprendizado, que lhe proporcionou uma nova perspectiva sobre o Brasil. Ele enfatiza a
importância de compreender outras culturas e evitar que a saudade se torne nostalgia, o
que impediria o aprendizado.

Educação Informal: Ele relaciona a ideia de palestras e reuniões sobre temas como
trânsito, sexo, ecologia e drogas à educação informal, vista como um complemento à
educação escolar formal. Freire compartilha sua experiência com cursos informais na
Universidade do Recife nos anos 60 e conclui que continuar aprendendo e mantendo a
curiosidade é um direito dos jovens.

Identidade Política e Socialismo: Freire se define como um socialista que acredita na


participação popular e na transformação do mundo por aqueles que são desprovidos de
seus direitos, não se considerando anticomunista nem comunista.

Papel do Mestre: Ele concorda que um mestre é aquele que, ao ensinar, também aprende.
Freire ressalta que o mestre deve estar ciente de que não possui todo o conhecimento, mas
tem a obrigação de ensinar.

A Ditadura e a Educação Brasileira: Freire explica que foi preso e exilado devido ao
seu programa de alfabetização de adultos e descreve a ditadura militar como algo que
"estragou" o país, reforçando o autoritarismo, a violência e a mentira. Ele expressa o desejo
de que tal experiência nunca mais se repita no Brasil, incentivando a liberdade e a
criatividade.

Formação de Educadores e o Projeto MOVA: Ele aborda a importância da formação


de educadores como uma preocupação central da administração pública. Freire descreve o
Projeto MOVA (Movimento de Alfabetização de Adultos e Jovens) como um "encanto" da
Secretaria de Educação, que busca trabalhar diretamente com movimentos sociais
populares, fornecendo formação técnica e recursos.

Condições para um Programa de Alfabetização Válido: Freire lista os elementos


essenciais para um programa de alfabetização eficaz: recursos financeiros, competência
científica e um clima histórico-cultural que motive os alfabetizandos a reconhecerem seu
direito de ler a palavra e o mundo.

Balanço da Gestão na Prefeitura de Erundina: Freire reflete sobre os projetos e


planos definidos no início da gestão da prefeita Erundina, afirmando que a maioria está
sendo concretizada, com a restauração de escolas e a criação de novas. Ele enfatiza a
importância de preservar e manter os bens públicos, criticando a cultura de apenas
inaugurar sem cuidar da manutenção.

Funções sociais da escrita

Tópicos Principais
Surgimento da Escrita: A escrita surgiu como um meio de comunicação para facilitar a
interação humana, permitindo o registro e a superação das barreiras de tempo e espaço.
Inicialmente logográfica, baseada em símbolos e desenhos, evoluiu para a representação da
linguagem oral e, posteriormente, para o sistema alfabético. Os primeiros registros eram
transações comerciais.

Funções Históricas da Escrita:

Registro: Essencial para documentar transações e eventos.


Preservação e Acumulação de Conhecimento: Permitiu a perpetuação do
conhecimento através de registros duradouros, diferente da tradição oral.
Mobilidade: A evolução dos suportes (papiro, pergaminho) facilitou o transporte e a
disseminação do conhecimento.
Função Mnemônica: A escrita auxilia a memória.
Criação de um Arquivo da Humanidade: Permite a organização e o acesso ao
conhecimento acumulado.

Escrita como Tecnologia e Poder: A escrita é uma tecnologia que precisa ser ensinada
formalmente. Historicamente, o que é escrito tende a ter maior peso e credibilidade do que o
falado, influenciando a percepção da verdade em uma sociedade.

A Escrita na Universidade e a "Crise da Escrita": É criticada a prática da universidade


em aceitar uma escrita precária que apenas reproduz o que já foi dito, em vez de incentivar
a produção genuína de conhecimento. A curiosidade criativa e a inquietude do
pesquisador são fundamentais para ir além. A imitação de textos, embora útil como recurso,
não deve ser o objetivo final da escrita.

O Papel da Escola e a Norma Culta: Discute-se a mudança para "produção de texto",


buscando maior conexão com o mundo real e a expressão autêntica do aluno. Alerta-se
para o perigo de a escola focar excessivamente na descrição linguística e na imposição da
norma culta, o que pode levar à alienação e ao "asco" pela escrita, resultando em textos
vazios de sentido. A imposição de uma "língua padrão" pode silenciar outras formas de
expressão.

A Língua como Ferramenta: A língua é uma ferramenta. Para resolver os problemas da


escrita, não basta apenas dominar a norma culta, mas é preciso ir além da língua e
compreender o contexto mais amplo em que ela está inserida.

Funções sociais da leitura


Tópicos Principais
Relevância de Paulo Freire:
Paulo Freire é um autor de grande importância, sendo o 6º mais citado em currículos
universitários de educação no mundo inteiro e o 163º na lista geral do Open Syllabus.
Sua obra "Pedagogia do Oprimido" é amplamente referenciada.
A escola de samba Águia de Ouro venceu o carnaval de São Paulo com o tema Paulo
Freire.

A Leitura do Mundo:
A leitura do mundo é fundamental para o processo de humanização, acesso ao poder e
cidadania, sendo considerada um direito subjetivo.
A palavra estabelece uma circularidade comunicativa que constitui o mundo e as pessoas,
e a leitura do mundo precede a leitura da palavra.
Paulo Freire defende que "ninguém lê o mundo isolado". Os oprimidos, em comunhão,
desenvolvem uma leitura singular de sua realidade, buscando resistência no saber-
sobreviver e na solidariedade.
Há um papel pedagógico e político na leitura do mundo, onde o educador deve
compartilhar sua própria leitura sem impor uma única verdade, reconhecendo a
polissemia do mundo (a existência de tantas leituras quanto possíveis).
A leitura não é definitiva; a palavra está em constante mutação e nos recria. A "releitura do
mundo" permite recriar a palavra, o mundo e a si mesmo no processo de leitura,
materializando a libertação na luta contra a opressão.

A Leitura da Palavra e o Processo de Alfabetização:


Paulo Freire discutiu a leitura em várias de suas obras, especialmente em relação à
alfabetização de adultos. "A importância do ato de ler: em três artigos que se
completam" (1982) é considerada um texto-base para suas ideias sobre leitura e
alfabetização de adultos.
Ele via a alfabetização como um ato político, de conhecimento e criativo, rejeitando a
ideia de uma educação neutra.
A alfabetização deve consistir em "aprender a ler o mundo, a compreender o texto e o
contexto". A célebre afirmação "A leitura do mundo precede a leitura da palavra"
enfatiza que a compreensão do mundo é anterior à sua verbalização, e a leitura da
palavra aprofunda a leitura do mundo.
Essa concepção crítica da leitura não dicotomiza texto e contexto, mas os integra no
que Freire denomina "leitura da palavra-mundo"
Freire utilizava o universo vocabular dos próprios alunos, como a palavra "tijolo" para
trabalhadores da construção civil em Angicos (RN), tornando o aprendizado significativo e
ligado à realidade imediata dos estudantes.
Sua metodologia não separa a leitura do texto da leitura do contexto, visando
"pronunciar o mundo e desvelar a realidade".

TINTA SOBRE PAPEL: TÉCNICAS DE ESCRITA


E DE REPRESENTAÇÕES DE ILUSÕES
Tópicos Principais
Produção de conhecimento na universidade: É essencial que pesquisadores
desenvolvam curiosidade criativa para ir além do conhecimento existente, em vez de
apenas repetir o que já foi produzido. A repetição pura e simples de ideias de um autor
pode, na verdade, ir contra o avanço do conhecimento. A melhor forma de homenagear ou
agradecer um mentor é continuar o trabalho, transformando e construindo algo novo a
partir do legado.

O texto como centro das aulas de Língua Portuguesa: A proposta de Geraldi de


colocar o texto no centro das aulas foi gradualmente enfraquecida. Embora a crítica à
gramática tradicional e a ênfase no texto tenham permanecido, os textos passaram a ser
usados como conjuntos de regras a serem seguidas , instrumentalizando o aluno para o
mercado de trabalho. Isso esvaziou a proposta original de Geraldi de formar sujeitos
capazes de questionar a sociedade.

"Produção de textos" versus "Redação": A substituição do termo "redação" por


"produção de textos" no discurso dos professores pode indicar uma mudança nas
propostas de trabalho. Geraldi diferencia "produzir textos na escola" (com significado e
propósito) de "produzir textos para a escola" (sem real intenção comunicativa). Embora a
terminologia tenha se popularizado , não há garantia de que as práticas pedagógicas
tenham realmente acompanhado os pressupostos teóricos de Geraldi. O uso da nova
terminologia também pode explicitar incertezas e ser um convite à "curiosidade criativa".

A escrita na universidade e a "crise da escrita": O texto reflete sobre as formas


limitadas de domínio da escrita ensinadas e validadas na universidade. A pesquisa dos
autores encontrou textos acadêmicos com precariedade na coesão, coerência e
formalidade. As hipóteses são que existe uma cultura que tolera a escrita precária ou que
a escola (incluindo a universidade) tem dificuldades em inserir os indivíduos na cultura
escrita. Geraldi atribui a crise da escrita a múltiplos fatores, incluindo a formação
desqualificada de professores e um falso ensino oferecido aos alunos, resultando em
aversão à escrita e textos sem sentido. A "língua viva do berço" é muitas vezes anulada
pelos livros didáticos "mortos".

Língua e poder: A variedade linguística considerada "culta" é um representante das


relações de poder e controle social. Apesar dos avanços nos estudos linguísticos, a língua
prestigiada ainda é a da classe economicamente favorecida, vista como garantia de
ascensão social. As forças conservadoras da língua coincidem com os detentores do poder,
que buscam manter a ordem e silenciar outros modos de dizer. Há um movimento de
aproximação e distanciamento dos populares por parte das elites, valorizando o falar
não-padrão quando buscam apoio e recriminando-o ao retomar o poder. A escola,
especialmente a pública, muitas vezes proíbe as "contribuições" populares da linguagem.
O autor defende o respeito à linguagem do aluno e seu mundo, reconhecendo que a
linguagem revela as diferentes classes sociais. O domínio da Língua Padrão funciona
como uma chave de acesso ao poder , e a busca é por um espaço de poder onde essa
chave não seja um instrumento de domínio.

Capacidade criativa: A curiosidade criativa é fundamental para a produção de


conhecimento e para avançar além do que já foi estabelecido. É preciso negar-se a ver
uma proposta de ensino como definitiva, mas sim avançar a partir dela.

A escola que (não) ensina a escrever


Tópicos Principais
A "armadilha das palavras" e a dificuldade de comunicação: A linguagem pode
tanto explicitar quanto mascarar a verdade, e a dificuldade de comunicação é apresentada
como uma ameaça à humanidade, levando ao desenraizamento social, à submissão e ao
isolamento.

Solidão e perda de identidade: A experiência de solidão, exemplificada por Robinson


Crusoé, é descrita como um meio corrosivo que age de forma destrutiva, levando à perda da
identidade e ao processo de desumanização quando o indivíduo é privado do contato com
seus semelhantes e da "seiva" que mantém a complexa montagem de hábitos e reflexos.

Linguagem como pilar da humanização: A linguagem é destacada como a maior


conquista do homem, essencial para a constituição da consciência, a posição de sujeito e a
capacidade de interagir com o "outro", garantindo as práticas discursivas e sociais e a
essência do ser humano.

Paradoxo da comunicação na era tecnológica: Apesar do avanço tecnológico que


encurta distâncias e amplia as possibilidades de comunicação , há um risco paradoxal de
perda do referencial da pessoa, da autonomia, da consciência e do espírito crítico ,
levando ao desenraizamento e à solidão , como no caso de Robinson Crusoé.

O "paradigma clássico" na educação: "paradigma clássico" na educação: O modelo


racionalista, que privilegia saberes quantificados e reduz a complexidade a fórmulas
simples, é criticado por ser parcial, reducionista e autoritário. Sua aplicação nas ciências
humanas negligencia a diversidade e a polifonia social em favor da uniformidade e
homogeneidade, reduzindo o homem à produtividade.

Educação escolar e discursos homogeneizadores: Educação escolar e discursos


homogeneizadores: A educação escolar, muitas vezes, situa o aluno em um universo fechado
que neutraliza contradições , perpetuando discursos que idealizam a Pátria, Família e Religião
o que homogeneiza o indivíduo e o desenraíza de seu lugar histórico.

Incultura e isolamento: A civilização moderna, com seu acúmulo de saberes e


tecnologias, paradoxalmente resultou na "incultura geral" e na perda do domínio da
linguagem , agravada pela superficialidade dos meios de comunicação de massa que não
separam o relevante do irrelevante.

Escrita como conhecimento técnico-instrumental: A escrita, embora uma grande


conquista da civilização que rompe barreiras de espaço e tempo , é vista, na perspectiva
racionalista, como um conhecimento técnico-instrumental que pode contrariar a natureza
da linguagem e limitar a expressão do sujeito, incentivando a reprodução e a conformidade a
modelos instituídos.

O objetivo da obra: A autora, Silvia M. Gasparian Colello, busca rever a escrita em sua
multifuncionalidade e multidimensionalidade, promovendo práticas pedagógicas que
resgatem os princípios de humanização do aprendiz. Ela defende uma educação que
construa "pontes" entre o homem e o mundo, respeitando a diversidade e a identidade.
A escola e o ensino da escrita: A obra pretende desvendar os mecanismos de
aprisionamento linguístico inerentes ao ensino e seus efeitos sobre o "escritor",
questionando até que ponto a escola, ao ensinar a escrever, não limita o uso da escrita e
as possibilidades de comunicação. A organização dos capítulos visa discutir a
alfabetização, as diretrizes do ensino da escrita, os efeitos de uma pedagogia reducionista
e a possibilidade de uma escola que ensine a escrever de modo efetivo.

Escrever/Escrita

A obra destaca o paradoxo da comunicação na era tecnológica, onde o avanço da tecnologia


e a ampliação das possibilidades de comunicação coexistem com o risco de perda da
autonomia, consciência e espírito crítico, resultando em desenraizamento e solidão. Isso
se relaciona com o "paradigma clássico" na educação, um modelo racionalista advindo da
revolução científica do século XVI que privilegia saberes quantificados e é criticado por ser
parcial, reducionista e autoritário. Sua aplicação nas ciências humanas negligencia a
diversidade e a polifonia social em favor da uniformidade e homogeneidade, reduzindo o
homem à produtividade.

A educação escolar é vista como um espaço que, por vezes, situa o aluno em um universo
fechado que neutraliza contradições, homogeneíza o indivíduo e o desenraíza de seu
lugar histórico. Essa realidade contribui para a incultura e o isolamento, fenômenos que
surgem paradoxalmente com o acúmulo de saberes e tecnologias , e são agravados pela
superficialidade dos meios de comunicação de massa e pela perda do domínio da
linguagem.

A escrita, embora uma grande conquista da civilização que rompe barreiras de espaço e
tempo , é abordada na perspectiva racionalista como um

conhecimento técnico-instrumental que pode contrariar a natureza da linguagem e


limitar a expressão do sujeito, incentivando a reprodução e a conformidade a modelos pré-
estabelecidos. Diante disso, o objetivo da obra é rever a escrita em sua multifuncionalidade
e multidimensionalidade, promovendo práticas pedagógicas que resgatem os princípios
de humanização do aprendiz. Ela defende uma educação que construa "pontes" entre o
homem e o mundo, respeitando a diversidade e a identidade. Em suma, a obra pretende
desvendar os mecanismos de aprisionamento linguístico inerentes ao ensino e seus
efeitos sobre o "escritor", questionando até que ponto a escola, ao ensinar a escrever, não
limita o uso da escrita e as possibilidades de comunicação. A organização dos capítulos visa
discutir a alfabetização, as diretrizes do ensino da escrita, os efeitos de uma pedagogia
reducionista e a possibilidade de uma escola que ensine a escrever de modo efetivo.

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