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Estruturas Clínicas Psicanálise

O documento explora as três estruturas mentais da psicanálise: psicose, neurose e perversão, detalhando suas características, mecanismos de defesa e sintomas. A psicose é a condição mais grave, a neurose é mais comum e envolve conflitos internos, enquanto a perversão se relaciona com comportamentos sexuais desviante. A compreensão dessas estruturas é essencial para a prática psicanalítica e o tratamento dos indivíduos.

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Estruturas Clínicas Psicanálise

O documento explora as três estruturas mentais da psicanálise: psicose, neurose e perversão, detalhando suas características, mecanismos de defesa e sintomas. A psicose é a condição mais grave, a neurose é mais comum e envolve conflitos internos, enquanto a perversão se relaciona com comportamentos sexuais desviante. A compreensão dessas estruturas é essencial para a prática psicanalítica e o tratamento dos indivíduos.

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No último texto que publiquei nesse blog, tratamos da questão da personalidade para a

psicanálise. Como vimos, a compreensão desse conceito é indispensável para prosseguir no


caminho da psicanálise, seja profissionalmente ou apenas como interesse pessoal. Ainda no
texto passado vimos que a personalidade de todos os indivíduos pode ser compreendida por
meio de três estruturas mentais. São elas: Psicose, Neurose e Perversão.

Esquema: psicose, neurose e perversão

Vimos também que uma vez definida a personalidade dentro de uma das estruturas.

Analisaremos agora cada uma delas de forma mais detalhada, incluindo suas subdivisões.
Vamos lá.

Um dos pontos essenciais quando se trata de compreender essas estruturas mentais


supracitadas é o seu funcionamento. Cada uma delas possui, segundo Freud, uma mecanismo
de defesa específico. Esse mecanismo de defesa nada mais é do que uma forma inconsciente
que a mente do indivíduo encontra para lidar com o sofrimento que advém do Complexo de
Édipo.

Índice de Conteúdos

 Uma síntese das diferenças entre Psicose, Neurose e Perversão

 Psicose

o Alguns sintomas da Psicose

 Neurose

 Perversão

 Psicose, Neurose e Perversão: outra perspectiva

Uma síntese das diferenças entre Psicose, Neurose e Perversão


 Psicose: é condição mental mais grave, caracteriza-se por distúrbios graves da
percepção, pensamento e comportamento. Pode incluir alucinações, delírios e
comportamento socialmente bizarro. A psicanálise pode tratar o psicótico, mas com
certa limitação, porque não há um “olhar de fora” que permita ao psicótico a
compreensão e mudança de seu estado.

 Neurose: é uma condição mental menos grave que a psicose, mas pode afetar
significativamente a vida de uma pessoa. Caracteriza-se principalmente por
ansiedades, fobias, manias ou comportamentos obsessivos. É o tipo de estrutura
mental que a psicanálise mais atua, porque o neurótico sofre com seus sintomas e
pode encontrar na terapia um lugar de reflexão e superação.

 Perversão: é um comportamento sexual ou relacional anormal e desviante. Pode


incluir sadomasoquismo, fetichismo, voyeurismo, zoofilia etc. A perversão quando
implica em um incômodo para o sujeito ou para a integridade física dos outros, é
considerada um problema de saúde mental e pode ser tratada com ajuda profissional.
Costuma-se dizer que, diferente do neurótico, o perverso se deleita com sua condição.
Muitas vezes, a perversão é entendida também como um comportamento de
aniquilação do outro.

A seguir, veremos mais detalhes e exemplos dessas três estruturas psíquicas.

Psicose

Na estrutura denominada Psicose, encontramos ainda três subdivisões: paranoia, autismo e


esquizofrenia. O mecanismo de defesa dessa estrutura é conhecido como Foraclusão ou
Forclusão, termo desenvolvido por Lacan.

O psicótico encontraria fora de si tudo que exclui de dentro. Nesse sentido, ele incluiria para
fora os elementos que poderiam ser internos. O problema para o psicótico está sempre no
outro, no externo, mas nunca em si.

Na Paranoia ou Transtorno de Personalidade Paranoide, trata-se do outro que o persegue. O


sujeito sente-se perseguido, vigiado e até mesmo atacado pelo outro.

No Autismo, trata-se do outro que quase não existe. Isola-se do outro e foge-se da convivência
e comunicação com o outro. Já na esquizofrenia, o outro pode aparecer de inúmeras formas.
O outro é o surto, um estranho, um monstro ou qualquer outra coisa. No caso
da esquizofrenia, o que fica mais evidente é a dissociação psíquica.

Outra característica da Psicose é que, diferente do que acontece com indivíduos com outras
estruturas mentais, a própria pessoa acaba revelando, ainda que de forma distorcida, os seus
sintomas e distúrbios.
Alguns sintomas da Psicose

Os sintomas podem variar de acordo com o paciente mas, no geral, são sintomas voltados a
mudanças no comportamento do individuo, alguns são:

 Alterações de humor

 Confusão nos pensamentos

 Alucinações

 Mudanças repentinas nos sentimentos

Neurose

Já a Neurose, por sua vez, divide-se em histeria e neurose obsessiva. Seu mecanismo de defesa
é o recalque ou repressão.

Então, enquanto o psicótico encontra sempre fora de si o problema, e acaba por revelar seus
distúrbios, ainda que de forma distorcida, o neurótico age da forma oposta.

O conteúdo problemático é mantido em segredo. E não só para os outros, mas para o próprio
indivíduo que sente. O neurótico guarda dentro de si o problema externo. É disso que se trata
o recalque ou repressão.

Portanto, para que alguns conteúdos fiquem recalcados ou reprimidos, a neurose provoca no
indivíduo uma cisão da psique. Tudo o que é doloroso é recaldado e permanece obscuro,
causando sofrimentos que o indivíduo mal pode identificar – apenas sentir. Por não poder
identificá-los a pessoa passa a reclamar de outras coisas, de sintomas que sente (e não da
causa).

Leia Também: O que quer dizer sonhar com pato?

No caso da histeria, o indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema


insolúvel. É como se a pessoa nunca conseguisse encontrar a verdadeira causa de sua
frustração, por isso as constantes reclamações. É possível identifica ainda uma busca constante
por um objeto ou uma relação idealizada, na qual o indivíduo deposita aquela frustração
recalcada. Isso, logicamente, leva a mais frustrações.

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Na Neurose Obsessiva o indivíduo permanece também dando voltas em torno dos mesmos
problemas. Nesse caso, no entanto, existe uma forte tendência em organizar tudo ao seu redor.
Essa necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar pensar nos
problemas reais recalcados em seu interior.

Perversão

O mecanismo de defesa específico da perversão é a denegação. Ele poder ser compreendido


através do fetichismo.
Freud coloca que muitos indivíduos que faziam análise com ele apresentavam fetiches como
algo que os traria apenas prazer, algo até mesmo louvável. Esses indivíduos nunca o
procuravam para falar desse fetichismo, ele aprecia apenas como uma descoberta subsidiária.

Assim se dá a denegação: a recusa em reconhecer um fato, um problema, um sintoma, uma


dor.

Psicose, Neurose e Perversão: outra perspectiva

Outra forma de compreender e analisar a psicose, neurose e perversão psíquicas apresentadas


(Psicose, Neurose e Perversão) é a partir do tipo de angústia específico de cada uma delas.
Nessa perspectiva incluímos ainda a Depressão, que se relaciona com a Psicose. Haveria, por
exemplo, a Psicose Maníaco-depressiva – que é atualmente chamada de Transtorno Bipolar.

Desta forma podemos dizer à respeito da psicose, neurose e perversão:

 No caso da Psicose, a angústia é a angústia da entrega. Sua dor resultaria sempre do


outro, de sua entrega ao outro (foraclusão). Essa forma de pensar é o que impede que
muitos psicóticos procurem análise ou terapia.

 Na Depressão, a angústia é a da realização. O indivíduo não consegue se sentir bom o


bastante para as próprias expectativas. A melhora pessoal nunca é suficiente. Podemos
dizer, para sermos mais específicos, que a angústia da depressão é a da
autorrealização. Resultaria de uma ferida narcísica o sentimento de diminuição
pessoal.

 Na Histeria encontramos a angústia da permanência. O desejo do indivíduo nunca


permanece – há uma mudança constante no objeto em que ele deposita sua vontade.
Por isso, a angústia é a angústia de permanecer fixo em um lugar ou desejo único.

 Na Neurose Obsessiva identifica-se o oposto do que ocorre na histeria: o desejo


parece morto. A angústia seria justamente a angústia de mudar, já que o indivíduo
deseja a permanência.

 A Perversão não aparece nesse quadro assim como dificilmente aparece na análise
psicanalítica. Isso porque o perverso não enxerga a angústia, ou, pelo menos, não a
enxergar como advinda da perversão. Poderíamos dizer, por isso, que ele denega sua
angústia.

(Créditos da imagem destacada: https://www.psicologiamsn.com)

Na fobia, que também pode ser vista como um sintoma histérico, o sujeito traduz a angústia
primitiva da castração num pânico imotivado, frente a algo que, de fato, não oferece perigo.
Difere, assim, do medo racional e objetivo. Já a neurose obsessivo-compulsiva é caracterizada
por um conflito infantil e por uma fixação da libido na chamada fase anal do desenvolvimento.

As estruturas clínicas na visão da psicanálise

A Psicanálise afirma a existência de três estruturas clínicas: a neurose; a psicose e a perversão.


A neurose, de longe a mais comum, atua no sujeito através do recalque: há um conflito com
recalque.

Por

Paulo Emanuel Machado


-

23 de março de 2018

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A Psicanálise afirma a existência de três estruturas clínicas: a neurose; a psicose e a perversão.


A neurose, de longe a mais comum, atua no sujeito através do recalque: há um conflito com
recalque. A psicose, com o mecanismo da forclusão, reconstrói, para o sujeito, uma realidade
delirante ou alucinatória. Já a perversão, mantida através da denegação ou desmentido, faz
com que o sujeito, ao mesmo tempo, aceite e negue a realidade, com uma fixação na
sexualidade infantil.

Sigmund Freud ergueu o edifício da Psicanálise em alguns pilares, sendo o Complexo de Édipo
talvez sua pedra angular. Como nascemos de um casal, formamos com ele um triângulo. Nesta
configuração, cada elemento exerce uma função específica. A mãe é o primitivo objeto de
amor. O pai, o representante da lei do desejo e responsável para que a lei seja aplicada. A
criança transitará entre um e outro, atravessando diversas fases em seu desenvolvimento até
que possa (ou não) constituir-se como sujeito desejante e de linguagem, inserido na cultura.

As estruturas clínicas, portanto, irão depender da atuação das figuras parentais, sendo que o
pai, por sua presença ou ausência, por sua atuação ou omissão, terá um papel predominante. É
função paterna provar à criança que tem desejo e palavra, autoridade e comunicação. Quando
há falha na função paterna, as consequências sempre são devastadoras para a prole. O que
determina cada estrutura clínica é, pois, como o sujeito encena, apreende e interpreta sua
história diante das funções materna e paterna. Logicamente, podem estar implicadas
tendências genéticas ou hereditárias, mas o que faz com que seja escolhida esta ou aquela
estrutura é o modo como nossa história se desenrola diante de nossos olhos interiores.

Aquele (mas também pode ser aquela) que exerce a função paterna deve operar no filho o que
a Psicanálise chama de “castração”. A castração separa o filho da mãe na unidade simbiótica
primitiva. Sempre leva o sujeito à angústia da perda e da separação, mas também abre o
caminho para a linguagem, a cultura, o desejo, o amor, a vida em toda a sua plenitude. Contra
a angústia e o sofrimento causados por tal operação, a criança reagirá com mecanismos de
defesa variados. É a predominância do mecanismo utilizado que determinará sua estrutura.
Como apontado acima, os mecanismos são o recalque; a forclusão e a denegação ou
desmentido.

Freud, ao contrário de alguns psicanalistas mais modernos, acreditava na possibilidade de


mudança de estrutura a partir do tratamento. Embora possa haver polêmica em torno deste
assunto, o que se percebe, na clínica, é uma possível variação ou trânsito entre as neuroses,
mas nunca na psicose ou na perversão. Há abrandamentos ou a chegada a certo equilíbrio.

A escolha da estrutura, porém, não depende da vontade consciente do sujeito. O psicanalista


francês Jacques Lacan afirmará que a linguagem é que nos determina. Porque tudo dependerá
de como a criança integra os acontecimentos de linguagem que ocorrem à sua volta. Essa
reação é pessoal, subjetiva, intransferível e insondável, uma vez que inclui nossas fantasias
inconscientes desde o nascimento ou talvez até antes dele.

Dito de modo simplificado, a neurose é uma patologia cujos sintomas simbolizam um conflito
infantil recalcado. É uma maneira do sujeito se defender da castração a que foi submetido,
numa fixação edipiana. Pode ser através da histeria; da fobia ou da neurose obsessivo-
compulsiva. Na histeria, o conflito se mostra de modo dramático ou teatral, sob forma de
simbolização através de sintomas no corpo: ataques ou convulsões; paralisias ou contraturas;
cegueira ou outras conversões somáticas.

Na fobia, que também pode ser vista como um sintoma histérico, o sujeito traduz a angústia
primitiva da castração num pânico imotivado, frente a algo que, de fato, não oferece perigo.
Difere, assim, do medo racional e objetivo. Já a neurose obsessivo-compulsiva é caracterizada
por um conflito infantil e por uma fixação da libido na chamada fase anal do desenvolvimento.

O termo psicose, em Freud, designa uma reconstituição delirante ou alucinatória, por parte do
sujeito que não consegue chegar á simbolização e à linguagem. Freud sempre rejeitou a
organogênese da psiquiatria e tentou esclarecer as motivações inconscientes que levam a essa
estrutura. Podemos classificar as psicoses em: esquizofrenia; paranóia e psicose maníaco-
depressiva. Na primeira, há incoerência de pensamento, do afeto e da ação, o
“ensimesmamento” (ou autismo) e delírio/alucinação. Já a paranoia enfatiza um modo de
compreender a realidade equivocado, caracterizado por um delírio sistemático, completo e a
inexistência de deterioração intelectual. O maníaco-depressivo, hoje dito portador de
“transtorno bipolar”, alterna momentos de grande agitação maníaca e outros de extrema
melancolia, tristeza ou depressão.

O conceito de perversão sofreu modificações do início freudiano aos nossos dias. Não devemos
confundir a estrutura perversa psicanalítica com as perversões listadas pela psiquiatria ou
outras ciências e mesmo religiões. A perversão é, assim, uma renegação da castração, com
fixação na sexualidade infantil. O sujeito aceita a realidade da castração paterna, que, para ele,
é inegável; mas, ainda assim, diferente do neurótico, tenta desmenti-la e negá-la. Para Lacan, a
perversão será detectada no discurso de cada um. O perverso se dá o direito de transgredir a
lei e viver segundo seus próprios requisitos, enganando as pessoas. Numa linguagem popular, o
perverso é um mal-intencionado.

O tratamento psicanalítico depende do diagnóstico por parte do Analista. Este deverá, após
algumas sessões preliminares, determinar a estrutura do sujeito e como se dará a sua Análise a
partir disso. Ater-se a tais estruturas é, portanto, uma ferramenta e um recurso importantes
para o clínico. Todo o sucesso ou fracasso do tratamento depende, em grande parcela, do
diagnóstico.

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