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Montaigne

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michel de

michel de

MONTAIGNE
MONTAIGNE
Ensaios - Livro III - Dos Coxos
PROFESSOR HECTOR MOLINA
Sobre Montaigne
Nasce em 1533, em Périgord, na França

Recebe uma formação humanista de


sua família recém-enobrecida

Forma-se em Direito, atuando no


Parlamento de Bordeaux

Abandona a vida pública e se isola em


seu castelo, de onde viverá seu
“ócio letrado”
Sobre Montaigne
Começa a escrever Ensaios, que será
publicado em 1580

Interrompe sua reclusão para ser


prefeito de Bourdeaux

Morre em 1592, aos 59 anos


O contexto histórico-filosófico

renascimento
renascimento
Afastamentos com relação às
produções medievais

O dignitas hominis no lugar do miseria


hominis

O resgate dos valores clássicos (greco-


romanos)
Exemplos de autores citados por Montaigne

Cícero Sêneca Tácito


AS REFORMAS
AS REFORMAS
PROTESTANTES
PROTESTANTES
Quebra do monopólio da Igreja
Católica sobre o cristianismo

Grande influência do calvinismo na


França (huguenotes)

Contrarreforma e guerras de religião


A caça às bruxas

A época é de reorganização do
Tribunal do Santo Ofício e de “caça às
bruxas”

Obras como o Malleus Maleficarum


atuavam como manuais de
identificação de bruxas e orientação
sobre o que fazer
é um fato que o maior número de praticantes de feitiçaria
se encontra no sexo feminino... é fútil contestá-lo

a bruxa prepara certos unguentos a partir dos ossos e


membros de crianças... por meio dos quais poderá realizar
todos os seus desejos com a ajuda do demônio

é sabido que as bruxas por vezes recolhem órgãos genitais


masculinos em grande número... colocam-nos num ninho de
pássaro, onde mexem-se por si mesmos e comem aveia e
milho
Se o objetivo do juiz é investigar se ela está envolvida, ele
deve verificar se ela consegue chorar. Se for uma feiticeira,
não terá essa capacidade

Que seja ameaçada com a continuação da tortura, e lhe


seja dito que, se confessar a verdade, poderá escapar da
pena capital... e durante esse tempo o juiz e outros homens
honestos farão tudo para persuadi-la a confessar
Os Ensaios
A forma de ensaios é profundamente
inovadora para a época, demonstrando
uma propriedade muito característica
do pensamento de Montaigne: a não adesão
às tradições somente por serem tradições
Não há uma sistemática, como em outros filósofos

Temas filosóficos são tratados pela pessoalidade


e marcados por um tom de conversa
Ao Leitor
Aqui está um livro de boa-fé, Leitor. Ele te adverte, desde o início,
que não me propus outro fim além do doméstico e privado. Nele
não tive nenhuma consideração por servir-te nem por minha glória:
minhas forças não são capazes de tal desígnio. Dediquei-o ao uso
particular de meus parentes e amigos, a fim de que, tendo-me
perdido (o que breve terão de fazer), possam aqui encontrar alguns
traços de minhas atitudes e humores, e que por esse meio nutram,
mais completo e mais vivo, o conhecimento que têm de mim. Se
fosse para buscar os favores do mundo, teria me enfeitado de
belezas emprestadas.
Quero que me vejam aqui em meu modo simples, natural e corrente,
sem pose nem artifício: pois é a mim que retrato. Meus defeitos, minhas
imperfeições e minha forma natural de ser hão de se ler ao vivo, tanto
quanto a decência pública me permitiu. Pois se eu estivesse entre
essas nações que se diz ainda viverem sob a doce liberdade das leis
primitivas da natureza, asseguro-te que teria com muito gosto me
pintado por inteiro e totalmente nu. Assim, Leitor, sou eu mesmo a
matéria de meu livro: não é razão para que empregues teu vagar em
assunto tão frívolo e vão. Portanto, adeus. De Montaigne, neste
primeiro de março de mil quinhentos e oitenta.
Livro III

Dos Coxos
A questão das pessoas coxas é comentada por
Montaigne no final do capítulo

Dizem na Itália, num provérbio corrente, que não conhece Vênus em


sua perfeita doçura quem não se deitou com uma mulher coxa. A
fortuna ou algum fato particular puseram, há muito tempo, essas
palavras na boca do povo; e se diz tanto dos machos como das
fêmeas. Pois a rainha das amazonas respondeu ao cita que a
convidava para o amor: σιφστά χολὸς φιλεῖ, “o coxo é quem faz
isso melhor”.
E nessa república das mulheres, para fugir da dominação dos
machos elas os estropiam desde a infância, braços, pernas e
outros membros que lhes davam vantagem sobre si, e serviam-se
deles apenas para aquilo de que nos servimos delas em nossa
terra. Eu diria que o movimento defeituoso da mulher manca
forneceria um novo prazer à função e uma ponta de doçura aos
que a ensaiam: mas acabo de aprender que até mesmo a
filosofia antiga decidiu sobre isso.
Ela diz que as pernas e coxas das mancas não recebem,
por causa de sua imperfeição, o alimento que lhes é devido,
e então ocorre que as partes genitais que ficam acima são
mais desenvolvidas e mais nutridas e vigorosas. Ou então
que aqueles que são marcados por esse defeito, como
estão impedidos para o exercício, dissipam menos suas
forças e chegam mais inteiros aos jogos de Vênus.
Por que
Montaigne fala
sobre isso?
r q u e
Po ne fala
nta ig ?
Mo e iss o
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Para demonstrar o quanto nós,
humanos, acreditamos em bobagens,
somos sugestionáveis, suscetíveis ao
engano
em todo o texto há uma clara influência do

CETICISMO
Estudamos o ceticismo na
aula 06 - Correntes Helenistas
“sou da opinião de que devemos suspender nosso julgamento,
nem as rejeitando nem as aceitando”

Contexto: comentário sobre a punição a crianças que fizeram


uma brincadeira de enganação
Em Montaigne, é possível perceber a influência do ceticismo
pirrônico, embora comentadores indiquem que, no livro III, ele também
se aproxima do ceticismo acadêmico.

nada pode ser conhecido com certeza!

imperturbabilidade da alma
Citações do capítulo que demonstram essa aproximação

“de tal forma há incerteza em tudo, de tal forma nossa


percepção é grosseira, obscura e obtusa”

Contexto: comentário sobre a alteração no calendário


“Recentemente eu devaneava, como costumo fazer, sobre como
a razão humana é um instrumento livre e vago”

“[a razão] é capaz de dar peso à fumaça”*

“o falso é tão próximo do verdadeiro, que o sábio não


deve se aventurar em terreno escarpado”*

*Montaigne citando autores clássicos


Crítica à necessidade de convencimento a todo custo

“Pois quem quer que acredite em alguma coisa considera


que é obra de caridade convencer o outro. E para fazê-lo não
receia acrescentar algo de sua invenção [...]”
Crítica aos argumentos de autoridade pela tradição

“E não julgo as opiniões por sua antiguidade”

“Fazem-me odiar as coisas verossímeis quando são


apresentadas como infalíveis”

“Graças a Deus, ninguém maneja minha crença a socos”


Críticas a como são definidos os julgamentos
práticos, como em caso de crimes e bruxaria

“Admitamos uma forma de sentença que diga: A Corte não


está entendendo nada”

“pôr um homem a ser queimado vivo é conferir um preço


bem alto às próprias conjecturas”

Contexto: relato de como ele foi levado a uma bruxa

“eu mais lhes teria prescrito o heléboro que a cicuta”


“Gosto dessas palavras que amolecem e moderam
a temeridade de nossas proposições: ‘talvez’, ‘de certa forma’,
‘algum’, ‘dizem’, ‘penso’, e semelhantes. Se tivesse de
educar crianças, tanto lhes teria posto na boca esse
modo de responder inquiridor e não decisivo: ‘o que quer
dizer?’, ‘não estou entendendo’, ‘poderia ser’, que elas
mais teriam conservado o jeito de aprendizes aos sessenta anos
do que se apresentado como doutores aos dez anos, como
fazem. Quem quer curar a ignorância deve confessá-la.”

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