0% acharam este documento útil (0 voto)
25 visualizações69 páginas

Recursos Eletroterapicos

O documento aborda a termoterapia, ondas sonoras e endermologia, detalhando suas definições, técnicas, efeitos fisiológicos, indicações e contraindicações. Inclui informações sobre criolipólise, radiofrequência, ultrassom e microdermoabrasão, além de discutir a aplicação correta dessas técnicas em tratamentos estéticos. O texto também enfatiza a importância de seguir protocolos baseados em evidências científicas para garantir a eficácia e segurança dos procedimentos.

Enviado por

barbieeleo
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
25 visualizações69 páginas

Recursos Eletroterapicos

O documento aborda a termoterapia, ondas sonoras e endermologia, detalhando suas definições, técnicas, efeitos fisiológicos, indicações e contraindicações. Inclui informações sobre criolipólise, radiofrequência, ultrassom e microdermoabrasão, além de discutir a aplicação correta dessas técnicas em tratamentos estéticos. O texto também enfatiza a importância de seguir protocolos baseados em evidências científicas para garantir a eficácia e segurança dos procedimentos.

Enviado por

barbieeleo
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 69

Termoterapia, Ondas sonoras e Endermologia

Conteudista: Prof.ª M.a Ana Claudia Cunha


Revisão Textual: Esp. Danilo Coutinho de Almeida Cavalcante

Objetivos da Unidade:

Conceituar a termoterapia, as ondas sonoras e a endermologia;

Conhecer as técnicas de criolipólise, radiofrequência, ultrassom plano, focalizado e microfocado, ondas de choque e endermologia;

Compreender os efeitos fisiológicos, as indicações, as contraindicações e a correta técnica de aplicação.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1/4

ʪ Contextualização

Alguns estudos vêm sendo realizados com o objetivo de se entender melhor o funcionamento dos equipamentos e seus mecanismos de ação.

As publicações científicas nos ajudam a validar nossos protocolos e condutas eleitas, além de fornecer maior embasamento para nossa escolha.

Selecionei para você um vídeo; trata-se de um webinário sobre as ondas de choque piezoelétricas.

Vídeo
Ondas de Choque Piezoelétrica, no Chá com Froes

Webnario - Ondas de Choque Piezoelétrica, no Chá com Froes


2/4

ʪ Material Teórico

Introdução
A disciplina de Recursos Eletroterápicos Aplicados à Estética tem como objetivo abordar os equipamentos utilizados em estética para os tratamentos das diversas
disfunções estéticas faciais, corporais e capilares.

Iniciaremos abordando os recursos mecânicos de endermologia, vacuoterapia e microdermoabrasão. Conceituaremos as correntes polarizadas e abordaremos os
recursos eletroterápicos que se utilizam dela, tais como: ionização, desincruste e eletrolifting.

Abordaremos também a forma correta de se executar essas técnicas, bem como, seus efeitos fisiológicos, suas indicações e suas contraindicações.

Por fim, para auxiliar na compreensão desse conteúdo, iniciaremos abordando os conceitos básicos das correntes elétricas.

Recursos Mecânicos – Endermoterapia/Vacuoterapia


A endermologia e a vacuoterapia são recursos mecânicos que se utilizam de um equipamento gerador de pressão negativa ou positiva (no caso das endermologias
vibratórias, por exemplo) e que se diferem, por vezes, pela técnica de aplicação e pelos acessórios utilizados. Na vacuoterapia utilizamos ventosas de vidro, ao
passo que na endermologia, cabeçotes que podem ser de plástico ou silicone.

Resumindo:

Vacuoterapia: procedimento ou aplicação, de modo contínuo ou pulsado, de pressão negativa (vácuo) sobre uma área da superfície corporal;

Endermoterapia: conjugação da pressão negativa (vácuo) com a pressão positiva (massagem) sobre uma área da superfície corporal,
produzindo o movimento de apalpar e rolar da massagem.

Definição
É uma técnica mecânica que realiza uma movimentação dos tecidos por meio de sucção com auxílio de um compressor e um cabeçote.

Modelos de Cabeçotes
Os equipamentos disponíveis no mercado apresentam diversos modelos de cabeçote, o que gera algumas divergências na sua atuação. O que se tem observado,
no entanto, é que, independentemente do modelo, todos são benéficos nos tratamentos estéticos quando aplicados de acordo com as orientações do fabricante e
com o conhecimento patológico e fisiológico do local a tratar, considerando sempre as indicações e as contraindicações.

Local de Atuação
Atua sobre a pele e sobre os tecidos situados imediatamente abaixo dela, realizando uma massagem de dentro para fora, o que a diferencia das massagens
tradicionais, que pressionam os tecidos de fora para dentro.
Efeitos Fisiológicos
Os efeitos fisiológicos vão depender de dois fatores principais: das manobras e da potência da sucção emitida pelo equipamento.

Manobras
As manobras dependem principalmente do formato do cabeçote. Os equipamentos geralmente possuem um conjunto de cabeçotes de diversos tamanhos, para
que a sua adaptação à superfície a tratar seja a mais correta possível.

No que diz respeito ao formato, existe uma grande variedade disponível no mercado, desde a forma quadrada à redonda. Há ainda aqueles que possuem
acessórios que os diferenciam na sua totalidade.

O importante é que o cabeçote seja fácil de manejar, permitindo que o profissional possa desenvolver manobras e movimentos diversos, já que essa é uma técnica
indicada para vários procedimentos estéticos.

Potência da Sucção
A potência da sucção varia de acordo com: a resistência que se opõe entre a pele e o cabeçote, a indicação, o local, a idade e o estado da pele, evitando sempre as
lesões que causam hematomas.

Modos da Sucção
A sucção (aspiração) pode ser efetuada de dois modos diferentes:

No modo contínuo, a aspiração é realizada de forma constante ao longo de toda a sessão;

No modo pulsado, a realização é intermitente, ocorrendo períodos de sucção e de repouso, que geralmente são reguláveis.

Efeitos Fisiológicos e Terapêuticos

No cutâneo superficial: melhora a elasticidade cutânea e a nutrição da pele devido ao aumento da


microcirculação.

No tecido adiposo: produz uma movimentação em todo o tecido, intensificando as trocas metabólicas entre o meio e as células adiposas.

No sistema vascular:

Atua produzindo uma movimentação no sistema circulatório, aumentando o fluxo sanguíneo em


tecidos mal irrigados, proporcionando um aumento dos nutrientes e de oxigênio;

No sistema de retorno (venoso e linfático) com deficiência, facilita a absorção de líquidos e toxinas
estagnadas no interstício.

Utilizações
Nos tratamentos de lipodistrofias (celulites) – Desenvolve uma ação conjunta com o ultrassom, ajudando a desagregar as fibroses mais persistentes e
melhorando o sistema circulatório de um modo geral.

Nos tratamentos de adiposidade localizada – Ativa o metabolismo dos adipócitos, funcionando como complemento de outros tratamentos estéticos (drenagem
linfática - relaxamento - antiestresse).

Precauções

Cuidado com diabéticos;

Cuidado com a zona umbilical e inguinal (utilizar pressões baixas).

Contraindicações

Fragilidade vascular;

Flebites e tromboses;

Alterações da pele (infecções, feridas, erupções ou inflamações);

Tumores;

Hipertensão arterial;

Hérnias e varizes.

Microdermoabrasão
A microdermoabrasão por intermédio de ponteiras de diamante é um procedimento de esfoliação mecânica progressiva e controlada. A esfoliação promove a
estimulação da renovação da pele devido à retirada das camadas inoperantes presentes (camada córnea), contribuindo para a eliminação das linhas cutâneas
superficiais, estimulando a regeneração celular, incrementando a produção de colágeno e melhorando a qualidade da pele. As ponteiras são conectadas ao
equipamento, pois dependem de um circuito de vácuo gerador de pressão negativa em contato com a superfície cutânea, o que provoca a esfoliação nas camadas
de epiderme.

Efeitos Fisiológicos

Melhoria da qualidade da pele pelo afinamento da camada epitelial;

Regeneração celular;

Incremento na produção de colágeno, elastina e reticulina;

Ativação da microcirculação;
Estímulo da renovação celular.

Indicações

Revitalização;

Hiperqueratoses;

Redução de linhas de expressão e rugas finas;

Cicatrizes inestéticas causadas pela acne;

Estrias;

Como auxiliar na remoção de microcomedões;

Pré-tratamento de laser e peelings;

Preparo para a aplicação de princípios ativos.

Contraindicações

Lesões tegumentares acompanhadas de processo inflamatório;

Pacientes que apresentam distúrbios de cicatrização;

Gestantes;

Diabetes descompensada;

Distúrbios de coagulação;

Acne ativo;

Eczema;

Dermatite;

Câncer de pele;

Lesões virais;

Lesões vasculares;

Uso de anticoagulantes;

Tatuagens;
Psoríase.

Precauções

Evitar exposição solar 48 horas antes e depois de cada sessão;

Não fazer uso de cosméticos a base de ácidos;

Não se submeter a técnicas de peeling e não utilizar produtos ceratolíticos concomitantemente às sessões de microdermoabrasão;

Evitar o excesso de esfoliação, que pode atingir a camada basal ou germinativa da epiderme;

Cuidados ao realizar a técnica em pacientes com Fototipo IV.

Técnica de Aplicação
Determinar a profundidade da esfoliação de acordo com a pele, segundo:

Ponteiras: quanto menor a quantidade de partículas de diamante, menor sua capacidade de abrasão;

Intensidade do vácuo: quanto maior a intensidade de sucção, maior o nível de abrasão. Realizar um teste na região interna do braço com os
parâmetros escolhidos.

Níveis de Esfoliação

Superficial ou grau I: retirada da camada córnea com a pele adquirindo um aspecto esbranquiçado a
princípio, seguido de um eritema leve com edema leve;

Médio ou grau II: remoção das camadas da epiderme, sem chegar à derme, na qual a pele adquire um eritema e edema mais fortes;

Profundo ou grau III: atinge a derme papilar, com ocorrência de um orvalho sanguíneo, alcançando a junção dermo-epidérmica. Há formação de

crostas; Estirar bem a pele para facilitar o deslizamento da ponteira;

Manobras: realizar movimentos de deslizamento (horizontais, verticais), circulares ou pontuais, sendo que quanto mais rápidos os movimentos,

menor o nível de abrasão; Finalizar com hidratante com fator de proteção solar.

Ondas Mecânicas
As ondas mecânicas mais utilizadas na estética são as emitidas pelo ultrassom. A diferença dessas ondas para as ondas eletromagnéticas é que as ondas
ultrassônicas não se propagam no vácuo, pois precisam de um meio material para se propagar.

Ultrassom

Características Gerais
Ultrassom é uma energia sonora produzida por oscilações mecânicas num determinado material. Em termos físicos, o ultrassom tem a mesma natureza do som,
embora não seja perceptível ao ouvido humano.

São consideradas ultrassom, todas as vibrações sonoras que apresentam frequência superior a 16.000 Hz, embora, no âmbito das aplicações para a estética,
sejam utilizadas frequências superiores a 3.000.000 Hz.

Fundamentos Físicos
Os sons e os ultrassons são produzidos pela vibração da matéria, o que gera compressões e descompressões periódicas que se propagam por um meio material
mediante um movimento ondulatório. Considerando que a velocidade e o ritmo dessas vibrações são determinados pelo gerador que as produz, convencionou-se
chamar de frequência o número de oscilações (compressões e descompressões) ocorridas em um determinado intervalo de tempo.

Produção de Ondas Ultrassônicas


O ultrassom terapêutico é produzido utilizando-se materiais que possuem propriedades de piezoeletricidade (capacidade de transformar energia elétrica em
energia mecânica e vice-versa) e um gerador de corrente alternada de alta frequência.

Materiais Utilizados para a Produção do Ultrassom

Titanato de bário;

Circanato;

Titanato de chumbo.

Parâmetros para a emissão ultrassônica:

Frequência: quanto maior a frequência, menor é a capacidade de penetração. Assim sendo, as frequências
mais elevadas são preferencialmente utilizadas para o tratamento de estruturas superficiais; ao passo que
as frequências mais baixas são utilizadas para tratamentos de estruturas mais profundas.

Capacidade de penetração:

Ondas ultrassônicas com frequência de 1 MHz têm uma penetração média de 4-5 cm;

Ondas ultrassônicas com frequência 3 MHz têm uma penetração média de 1-2 cm;

Modo de emissão: as ondas ultrassônicas podem ser emitidas em:

Modo contínuo: na emissão contínua predomina o chamado efeito térmico, podendo ser utilizada
sempre que o objetivo for produzir um efeito de diatermia (calor) localizada. Além disso, o modo
contínuo é igualmente adequado para tratamento de fibroses e de cicatrizes;

Modo pulsado (mediante impulsos) de duração limitada: facilita a dispersão de calor (efeito térmico menor).
A duração ou tempo de impulso varia entre 0,5 ms, 1 ms e 2 ms, com a duração do tempo de pausa
sendo ajustada de acordo com o tempo de impulso definido (0,95; 0,9 ou 0,8 ms). Esse modo de
emissão potencializa o efeito mecânico com sua ação antiedematosa.

Propagação das ondas ultrassônicas:

A onda ultrassônica, ao incidir sobre o tecido biológico, pode ser:

Absorvida;

Refletida;

Absorvida e refletida.

Quando a onda ultrassônica incide sobre os tecidos biológicos, estes absorvem uma parte da energia, reduzindo a intensidade da onda que
continua em direção a regiões mais profundas. Devido à complexidade das estruturas dos tecidos biológicos (epiderme, anexos cutâneos
etc.) e ao fato de eles não serem sistemas homogêneos, ocorre a reflexão.

Efeitos Fisiológicos e Terapêuticos


As ondas ultrassônicas, ao serem aplicadas em tecidos biológicos com fins terapêuticos estéticos, desencadeiam três efeitos básicos:

Efeitos mecânicos:

As ondas ultrassônicas produzem sobre o organismo um movimento oscilatório das partículas intra e
extracelulares com as seguintes ações terapêuticas:

Aumento na permeabilidade das membranas celulares;

Estimulação do metabolismo celular;

Liberação de aderências e fibras colágenas.

Efeitos Térmicos:

A energia mecânica absorvida transforma-se em energia térmica produzindo: estimulação da microcirculação


sanguínea local, acelerando as trocas metabólicas (oxigênio, nutrientes...).

Efeitos Químicos: os fatores mecânicos e térmicos resultam na produção de diversas reações químicas:

Liberação de substâncias vasodilatadoras (histamina);

Desagregação de macromoléculas;

Ação coloidoquímica (diminuição da viscosidade do meio).

Importante!
Orientações para o uso do ultrassom estético: com relação à intensidade ou densidade de potência, para aplicações efetuadas de modo
contínuo, a dose aplicada não deve ultrapassar os 2 W/cm2. Já no modo pulsado, a dosagem não deve exceder os 3 W/cm².

O profissional deve seguir as orientações das Normas Internacionais de Saúde.

Tempo de Aplicação
O tempo de aplicação oscila entre 5 e 20 minutos, conforme a extensão do local. Deve-se calcular a área de aplicação e dividir pela ERA (área efetiva de radiação)
do cabeçote, sendo necessário consultar o manual técnico do equipamento para se certificar do tamanho da ERA. O tratamento pode ser realizado diariamente ou
em dias alternados até completar um máximo de vinte sessões. Após isso, recomenda-se um período de repouso de um a dois meses.

Indicações do Ultrassom (3 MHz) Estético

HLDG – Hidrolipodistrofia Ginoide;

Processos fibrosos em geral.

Contraindicações

Neoplasias;

Pessoas portadoras de marca-passo cardíaco;

Em tromboflebites (do trombo);

Evitar a área uterina durante a menstruação;

Em locais de implantes metálicos;

Mulheres grávidas sobre o útero gravídico;

Tecidos especializados – olhos, ouvidos, testículos e coração.

Tipos de Equipamentos Existentes no Mercado


Existem no mercado diferentes tipos de ultrassons, que variam de acordo com seus parâmetros e possuem terminologias diferentes, vejamos a seguir:

Terapias Combinadas
O uso simultâneo de duas modalidades terapêuticas associadas em uma mesma área corporal recebe o nome de terapia combinada.
O modo mais comum de realização da terapia combinada consiste no uso do ultrassom terapêutico associado a algum tipo de corrente elétrica terapêutica capaz
de estimular o nervo periférico ou o músculo esquelético. O procedimento de terapia combinada somente é possível em função da baixa impedância elétrica
proporcionada pelo ultrassom à passagem da corrente em relação à pele do paciente.

Os efeitos do uso da terapia combinada, em geral, são os mesmos produzidos por esses recursos quando utilizados individualmente. Assim, a justificativa do uso
da terapia combinada está embasada no fato de que os benefícios proporcionados pelas duas modalidades terapêuticas podem ser alcançados ao mesmo tempo.
Isso faz com que a terapia seja mais eficiente e objetiva, tanto para o paciente quanto para o terapeuta.

Os efeitos fisiológicos das terapias combinadas estão relacionados aos efeitos fisiológicos das técnicas selecionadas na hora de programar o equipamento.

É importante que você entenda os efeitos fisiológicos, as indicações e contraindicações das terapias eleitas, pois desta forma você garante o melhor resultado do
seu protocolo de atendimento.

Ultracavitação
Segundo Borges (2016), a terapia com ultracavitação conta com os mesmos princípios do ultrassom convencional, porém as ondas sonoras são emitidas de
forma diferenciada, de maneira que seja atingido um altíssimo nível de intensidade ultrassônica. Quanto à frequência de ondas sonoras dos equipamentos, os
valores podem variar desde 27 kHz até 3 MHz.

Existem diferenças nos equipamentos de ultracavitação no que tange à forma de aplicação e aos efeitos fisiológicos. Na ultracavitação plana (Figura 1), o
transdutor é plano e a emissão das ondas ultrassônicas não converge. Já na ultracavitação focalizada (Figura 2), o transdutor do ultrassom é côncavo e gera uma
energia concentrada e ultrassônica chamada HIFU (acrônimo do termo em inglês Hi Intensity Focused Ultrasound). Essa energia atinge o tecido adiposo a uma
profundidade de até 3cm, rompe as membranas dos adipócitos e liberando a gordura sem prejuízo dos tecidos vizinhos, uma vez que preserva vasos sanguíneos e
nervos.

Figura 1 – Ultracavitação Plana


Fonte: BROWN et al., 2009
Figura 2 – Ultracavitação focalizada
Fonte: BROWN et al., 2009

Se você comparar as Figuras 1 e 2, observará que, na aplicação focalizada, a energia fica concentrada em um único ponto focal.

Importante!
O efeito de cavitação é definido como a formação de microbolhas gasosas (10 - 6 micrômetros) nos líquidos corporais, o que corresponde
a um efeito do ultrassom. Porém, dependendo da potência do equipamento e da forma de aplicação, esse efeito de cavitação pode ser
estável ou instável. Uma cavitação estável tem como efeito fisiológico a lipólise, ao passo que uma cavitação instável gera o efeito
fisiológico apoptose.
Figura 3 – Efeito de Cavitação

Outras terminologias que vêm sendo utilizadas para o uso da tecnologia HIFU (high intensity focused ultrasound) são: ultrassom macrofocado e microfocado;
sendo que, uma das diferenças está no tamanho dos cabeçotes e da área de atuação, sendo o ultrassom macrofocado indicado para as terapias corporais e o
microfocado para as terapias faciais.

O ultrassom microfocado possui transdutores especiais, que direcionam sua energia para um pequeno ponto focal onde temperaturas elevadas são capazes de
causar coagulação tecidual. Isso permite que o ponto focal atinja tecidos subcutâneos, como o Sistema Musculoaponeurótico Superficial (SMAS), fazendo com
que as proteínas ao seu redor atinjam mais de 65 °C e sejam desnaturadas em milissegundo, induzindo assim a formação de novos colágenos.

Mecanismo de Ação do Ultrassom Microfocado

Veja, a seguir, o esquema do mecanismo de ação:

1 Coagulação térmica;

2 Ruptura das ligações intramoleculares de hidrogênio;

3 As cadeias de colágeno se dobram e assumem uma configuração mais estável;

4 Colágeno mais curto e mais espesso.

Tendo como indicação:

Lifting facial;

Flacidez palpebral;
Melhora do contorno facial;

Melhora da flacidez do terço médio da face e região submentoniana.

Por gerar pequenos pontos de coagulação, podem ocorrer os seguintes efeitos adversos:

Eritemas;

Edemas;

Hematomas;

Hiperpigmentação;

Queimaduras.

Figura 4 – Ultrassom microfocado e as profundidades de ação


Fonte: Reprodução

A Figura 4 representa três possibilidades de cartuchos para a aplicação facial, sendo que cada cartucho tem uma determinada frequência, portanto atinge uma
profundidade de ação diferente dos demais.

Leitura
Effect of Microfocused Ultrasound on Facial Rejuvenation: Clinical and Histological Evaluation
Leia o artigo sobre ultrassom microfocado.

Clique no botão para conferir o conteúdo.


ACESSE

Técnicas de Aplicação e Parâmetros de Utilização


É importante lembrar que, em virtude da variedade de equipamentos disponíveis no mercado, é imprescindível que os parâmetros de utilização apresentados no
manual técnico do fabricante sejam respeitados. No caso dos equipamentos que se utilizam das tecnologias HIFU, o método de aplicação é estacionário, ou seja,
o transdutor permanece parado sobre o tecido enquanto o equipamento emite as ondas sonoras por meio de um disparador ou automaticamente. Já nos
equipamentos não focalizados, emprega-se o método dinâmico perpendicular à pele, um método indicado apenas para regiões onde a camada adiposa tem
espessura superior a 3 cm; mensuração que deve ser feita com o adipômetro. Por último, o método de pregueamento manual da pele é indicado quando o
equipamento tem a tecnologia não focalizada de baixa frequência (27 kHz a 50 kHz).

Livro
Terapêutica em Estética: Conceitos e Técnica
Leia o livro indicado, nele você encontrará um capítulo que aborda os diferentes tipos de ultrassom na estética.
BORGES, FS. Terapêutica em estética: Conceitos e Técnica. São Paulo: Editora Phorte, 2016.

Criolipólise
De acordo com Borges (2016), a criolipólise é o resfriamento localizado do tecido adiposo subcutâneo de forma não invasiva. Essa técnica emprega temperaturas
em torno de -5 a -15 ºC (medidas externamente), o que causa paniculite fria e morte adipocitária por apoptose, com consequente diminuição do contingente
adiposo subcutâneo localizado.

Mecanismo de Ação e Efeitos Fisiológicos


Após o resfriamento do tecido adiposo subcutâneo, ocorre a paniculite fria e consequente apoptose dos adipócitos. O termo apoptose se traduz por “morte celular
programada” e corresponde a um tipo de “autodestruição celular” que ocorre de forma ordenada e com características fisiológicas bem definidas. Os corpos
adipocitários são fagocitados por macrófagos e removidos. A apoptose pode ser desencadeada pelos seguintes fatores:

Níveis aumentados de espécies reativas de oxigênio (reperfusão);

Choque térmico (tanto hiper quanto hipotérmico).

O fenômeno da reperfusão é o restabelecimento do sangue numa área antes isquêmica. Na criolipólise a vasoconstrição é severa em decorrência do resfriamento
prolongado e da compressão de vasos pelo vácuo. Estudos demonstram que realizar massagem por pelo menos 3 minutos na área tratada logo após a aplicação
da criolipólise favorece a reperfusão sanguínea.
A restauração de sangue pós-criolipólise é capaz de:

Levar a uma inflamação;

Ativar enzimas proteolíticas (caspases);

Produzir uma matriz de radicais livres de oxigênio (espécies reativas de oxigênio);

Causar morte celular adipocitária, ou seja, aumenta a apoptose e os adipócitos, melhorando os resultados do tratamento.

E pra onde vai essa gordura?

A gordura permanece sequestrada dentro do adipócito até ser varrida pela inflamação natural que ocorre na paniculite. A perda da gordura é gradual, e por isso um
aumento nos níveis de lipídeos circulantes não é mensurável. A gordura proveniente de adipócitos mortos e fagocitada pode permanecer no interior dos
macrófagos por até dois meses. Dessa maneira, os resultados aparecerão após 60 dias da aplicação, sendo que alguns estudos apontam 90 dias.

Quadro 1 – Resumo do processo apoptótico ocorrido após a criolipólise

Período Processo

Imediatamente após a criolipólise Não há dano aos adipócitos.

Após 24 horas e até 72 horas Inicia-se a reação inflamatória.

Uma paniculite intensa se desenvolve e atinge seu pico em aproximadamente


Em 7 dias
14 dias.

Macrófagos começam a envolver e digerir os adipócitos apoptóticos. Durante


Do 14º ao 30º dia esse período, as células de gordura danificadas começam a ser eliminadas e
os resultados estéticos podem começar a surgir.

A partir do 30º dia A inflamação diminui, mas a atividade fagocitária continua.

Há eliminação efetiva dos adipócitos. Isso ocorre lentamente (durante 90


De 60 a 120 dias
dias, pelo menos) e os resultados clínicos se consolidam.

Fonte: Adaptado de BORGES, 2016

Importante!
A criolipólise é indicada para o tratamento da gordura localizada, portanto, não é indicada para gordura visceral.
Técnica de Aplicação

Criolipólise por Sucção


A técnica de aplicação consiste na utilização de um aplicador em forma de copo, chamado de manopla, que, em contato com o tecido a ser tratado, exerce uma
sucção por meio do vácuo (pressão negativa), formando uma prega dentro do aplicador e entre as placas que farão o resfriamento. O uso da manta protege a pele
contra o resfriamento excessivo, evitando queimaduras. Esse aparato deve ser colocado por cima da pele (entre a pele e o aplicador) antes de realizar a prega.

Tempo de aplicação: de 60 a 45 minutos.

Saiba Mais
Não existe um consenso na literatura em relação ao tempo de aplicação ideal. Nos últimos 3 anos, as publicações científicas sugerem que
esse tempo esteja entre 35 a 45 minutos.

Criolipólise de Placas
Nesse caso não ocorre a sucção, pois trata-se de placas que serão colocadas no local da aplicação, sendo necessária também a colocação da manta
anticongelante para proteção da pele.

Tempo de aplicação: 60 a 90 minutos, dependendo da área.

Quadro 2 – Vantagens e desvantagens das técnicas de sucção e placa

Sucção Placa

Menor tempo de sessão Maior tempo de sessão

A sucção pode provocar hematomas Por não haver sucção, minimiza o risco de hematomas

Só pode ser aplicado em áreas onde se consegue fazer Pode ser aplicado em áreas onde não se consegue fazer
uma prega da gordura a prega

Toda a área onde a placa entrar em contato terá a


Isola a gordura a ser congelada dentro do copinho
gordura congelada
Existem vários modelos de equipamentos no mercado, com diferentes tipos de manípulos, com vários tamanhos, para serem utilizados nas diversas áreas do
corpo (Figura 5).

Figura 5 – Possíveis áreas de aplicação da criolipólise

Já existe na literatura científica, alguns estudos que comprovam que a reperfusão sanguínea aumenta o processo inflamatório, aumentando assim a redução da
gordura localizada.

Veja a seguir as possibilidades de associações que já possuem comprovação científica de eficácia:

Ondas de choque – logo após a aplicação;

Radiofrequência – 37 °C logo após a aplicação;

Massagem vigorosa – por 2 a 3 minutos logo após a aplicação.

Ondas de choque: logo após a aplicação;

Radiofrequência: 37 °C logo após a aplicação;

Massagem vigorosa: por 2 a 3 minutos logo após a aplicação.

Livro
Eletrotermoterapia: Teoria e Prática
AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. 5. ed. Santa Maria: Orium, 2008. p. 390.
Alguns efeitos adversos podem ocorrer, são eles:

Dor no local da aplicação;

Dormência local transitória;

Eritema após a aplicação;

Equimoses;

Queimaduras;

Hiperplasia adiposa paradoxal.

A hiperplasia adiposa paradoxal corresponde ao crescimento anormal de gordura subcutânea.

Embora seja considerado um evento raro, existem relatos na literatura de pacientes que apresentaram um aumento do tecido adiposo bem demarcado na região
submetida à criolipólise

Indicações

Adiposidade Localizada.

Contraindicações

Hérnias (umbilical ou inguinal) no local da aplicação;

Lesões inflamatórias e ou infecciosas na pele no local da aplicação (furúnculo, dermatite, eczemas etc.);

Gestantes;

Síndrome de Raynaud;

Alterações de sensibilidade;

Tumor ou câncer;

Feridas abertas.

Radiofrequência
Segundo Borges (2016), a radiofrequência (RF) é um recurso terapêutico que utiliza ondas eletromagnéticas de alta frequência para produzir calor em nível cutâneo
e subcutâneo.

Existem equipamentos que atingem altas temperaturas, o que faz com que essa seja considerada uma técnica invasiva, já que tem ação ablativa, ou seja, possui a
capacidade de lesionar o tecido. Esse tipo de radiofrequência é utilizado por médicos no controle da dor crônica e no tratamento de alguns tipos de câncer. Já os
equipamentos que nós, esteticistas, utilizamos nos tratamentos não têm capacidade de ablação, não sendo considerada então uma técnica invasiva no âmbito da
estética. Outra característica que diferencia os equipamentos são as ponteiras ou manoplas, que podem ser: unipolares, ou seja, um único polo; bipolares, dois
polos; tripolares, três polos; tetrapolares ou multipolares.

Cada ponteira atinge uma profundidade de atuação, sendo assim, ponteiras diferentes possuem indicações diferentes. Veja no Quadro abaixo um resumo dessas
indicações:

Quadro 3 – Tipos de Ponteiras e Profundidade de Ação

Ponteiras Profundidade de Ação/Dispersão

Unipolar ou monopolar Aquecimento profundo até 20 mm

Bipolar Aquecimento superficial de 2 a 6 mm

Tripolar/tetrapolar ou multipolar A energia bipolar se alterna entre os diferentes polos

Por último, existe a radiofrequência capacitiva e resistiva. A forma capacitava é quando o eletrodo ativo está separado do passivo, e a forma resistiva é quando os
eletrodos ativos e passivos estão juntos no mesmo cabeçote.

Mecanismo de Ação e Efeitos Fisiológicos


O calor gerado na RF depende da resistência e da densidade do local onde ele será utilizado. A energia eletromagnética promove um aquecimento controlado,
provocando oscilação rotacional das moléculas de água em todos os tecidos.

De acordo com Ruiz – Esparsa (2006), o aquecimento promove a regeneração do colágeno e o aumento da circulação e da drenagem de fluidos. Ainda segundo o
autor, quando as fibrilas de colágeno são aquecidas, ocorre uma quebra de ligações do tipo ponte de hidrogênio intramoleculares, induzindo a contração do tecido.
Após a utilização da radiofrequência, ocorre uma retração das fibras de colágeno, promovendo a ativação de fibroblastos, o que induz a síntese de novas fibras de
colágeno (neocolagênese) e de fibras elásticas (neoelastogênese).

Técnica de Aplicação
Para a aplicação da radiofrequência, é necessária a aplicação de glicerina líquida, gel de carbopol ou óleo vegetal; o que dependerá do tipo de equipamento que
você adquiriu. Portanto, leia o manual técnico e participe do treinamento que a empresa oferece. Durante a realização da técnica, é importante que você meça a
temperatura com o termômetro, evitando assim queimaduras.

Parâmetros de Utilização
A escolha da ponteira dependerá da terapia realizada (consultar Tabela 1).
Além da escolha da ponteira, você deverá definir a melhor frequência para sua conduta terapêutica; lembrando que a frequência é inversamente proporcional à
profundidade de ação, ou seja, quanto maior a profundidade mais superficial será sua ação.

Por último, você deve escolher a temperatura ideal para alcançar seu objetivo, veja a seguir:

Tabela 1 – Temperaturas e frequências de aplicação

Flacidez 40/42 °C 10/14 dias

Fibrose 37 °C 1 vez por semana

Gordura 40/42 °C 1 a 2 vezes por semana

Tempo de Aplicação
O tempo de aplicação depende do tamanho da área a ser tratada, porém esse tempo só começa a ser contado a partir do momento em que a temperatura ideal foi
atingida.

O ideal é que o tempo de aplicação seja de 2 a 5 minutos a cada duas áreas do cabeçote.

Exemplo: se no abdome superior couberem 03 cabeçotes, você deverá fazer entre 6 e 15 minutos de aplicação assim que atingir a temperatura ideal.

Efeitos Adversos

Queimaduras.

Indicações

Fibrose pós-cirúrgica;

FEG (Fibroedema Geloide);

Flacidez de pele;

Gordura localizada.

Contraindicações

Absolutas:

Marca-passo;
Neoplasias;

Gravidez;

Diabetes;

Infecção;

Artrite.

Relativas:

Transtornos de sensibilidade;

Metais e próteses;

Sobre o globo ocular.

Ondas de Choque
O que são as ondas de choque? São ondas acústicas com um pico de energia extremamente alto, como os que ocorrem na atmosfera depois de um evento explosivo
como um raio, uma tempestade ou a passagem de um avião através do ar.

Terapias por Ondas de Choque


As terapias por ondas de choque são técnicas não-invasivas que promovem a estimulação mecânica por meio de ondas acústicas de alta intensidade de energia.
Ou seja, um pico alto de energia seguido de uma queda exponencial.

Geradores de Ondas de Choque


Dependendo do equipamento, as ondas de choque podem ser geradas das seguintes formas:

Sistema eletromagnético;

Sistema eletropneumático;

Sistema piezoelétrico;

Sistema eletro-hidráulico.

Tipos de Ondas de Choque

Onda de choque radial: é superficial e tem a característica de se propagar radialmente a partir do aplicador. À
medida que penetra no tecido, há uma perda de energia, e a cavitação ocorre nas proximidades do
aplicador;
Onda de choque focal: é mais profunda, concentra toda a energia gerada em um ponto distante da fonte geradora. Esse ponto focal tem seu pico
de energia, que pode variar de baixa a alta energia;

Ondas desfocalizadas: são ondas amplas, que não têm um ponto focal nem se propagam radialmente, sendo ideais para tratamentos mais
superficiais.

Efeitos Fisiológicos

Efeito Direto (Primário): impacto mecânico nos tecidos;

Efeito Indireto (Secundário): cavitação – formação de microbolhas gasosas nos líquidos biológicos;

Mecanotransdução dos sinais.

Fibroblasto sintetiza os seus produtos, melhorando a qualidade do tecido.

Aumento da microcirculação sanguínea;

Liberação de óxido nítrico endotelial (NO);

Angiogênese.

Parâmetros de Tratamento

Energia (mJ ou bar): força de impacto do projétil na ponteira - Quanto maior a energia, maior o impacto no
tecido; sua ação será mais profunda;

Frequência (Hz): ciclos da ponteira por segundo - Quanto maior a frequência, maior será a velocidade com que o projétil impacta na ponteira; e
sua ação será mais superficial.

Indicações

Melhora temporária na celulite;

Redução da gordura localizada;

Melhora da qualidade da pele;

Tratamento da flacidez de pele;

Melhora da circulação sanguínea local;

Eliminação de toxinas;

Modelagem não invasiva do contorno corporal.


Reações Adversas Transitórias

Inflamação local;

Eritema;

Petéquias;

Equimoses;

Desconforto e dor local;

Lesões na pele em caso de terapia prévia com cortisona (devido à fragilidade capilar).

Contraindicações

Gestantes;

Hemofilia ou outros distúrbios hemorrágicos;

Ingestão de anticoagulantes;

Sobre tecidos com inflamação aguda não diagnosticada;

Sobre erupções cutâneas;

Sobre áreas de polineuropatia em pacientes com Diabetes Mellitus;

Pacientes submetidos a tratamento com cortisona até 6 semanas antes da primeira sessão;

Sobre áreas neoplásicas;

Diretamente sobre implantes metálicos;

Doenças vasculares e insuficiência circulatória;

Na presença de infecções sistêmicas;

Presença de dispositivo eletrônico implantado;

Sobre os seios carotídeos, gânglio estrelado ou nervo vago;

Sobre a região dos pulmões, área cardíaca, grandes nervos e vasos, coluna e cabeça.
Em Síntese
Chegamos ao final da Unidade, nela você pôde entender e conhecer os diferentes tipos de ultrassons estéticos. Vimos também, os recursos
manuais de vacuoterapia, endermologia e microdermoabrasão, bem como suas indicações, contraindicações e efeitos fisiológicos.

Por fim, vimos os recursos de termoterapia, criolipólise, radiofrequência e ondas de choque.

Espero que tenha gostado e compreendido os conteúdos desta Unidade, caso sinta necessidade, retome os estudos e acesse os materiais
complementares indicados aqui.
3/4

ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos

Criofrequencia
Webinário sobre as publicações de criofrequência.

Webnario - Criofrequencia, no Chá com Froes

Treinamento Thork – Ondas de Choque


Vídeo de treinamento demonstrando a prática do equipamento Thork, que realiza a terapia de ondas de choque.

Treinamento Thork - Ondas de choque (COMPLETO) - Prática


Ultrafrequência
Webinário sobre a ultrafrequência, uma terapia combinada de ultracavitação e radiofrequência.

Webnario - Ultrafrequência, no Chá com Froes


4/4

ʪ Referências

AGNE, J. E. Eletrotermofototerapia: teoria e prática. Santa Maria, RS: Orium, 2006.

BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

BROWN, S. A.; GREENBAUM, L.; SHTUKMASTER, S.; ZADOK, Y.; BEN-EZRA, S.; KUSHKULEY, L. Characterization of nonthermal focused ultrasound for noninvasive
selective fat cell disruption (lysis): technical and preclinical assessment. Plast Reconstr Surg., v. 124, n. 1, p. 92-101, 2009.

BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnica. São Paulo: Phorte, 2016.

GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos e patologias. 3. ed. rev. ampl. Barueri, SP: Manole, 2003.

KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. Barueri, SP: Manole, 2003.

LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e prática. Barueri, SP: Manole, 2001.

SORIANO, M. C. D.; PÉREZ, S. C.; BAQUÉS, M. I. C. Electroestética profesional aplicada: teoría y práctica para la utilización de corrientes en estética. España: Sor
Barcelona, 2000.
Correntes Polarizadas

Conteudista: Prof.ª M.ª Ana Claudia Cunha


Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites

Objetivos da Unidade:

Conceituar as correntes polarizadas;

Entender as interações das correntes polarizadas com tecido biológico;

Conhecer as técnicas das correntes polarizadas, tais como: eletrolifting, ionização e desincruste;

Compreender os efeitos fisiológicos, indicações e contraindicações e a correta técnica de aplicação.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1/4

ʪ Contextualização

As correntes elétricas têm sido usadas como propostas terapêuticas por centenas de anos. Primeiramente para a área da medicina e da fisioterapia, e nas últimas
décadas para a melhoria da qualidade de vida, manutenção da saúde e da beleza. Hoje os equipamentos elétricos de alta tecnologia fazem parte de todo o
estabelecimento que cuida da prevenção, da manutenção e da beleza, levando à necessidade de o profissional estar sempre atualizado com as novidades que
aparecem no mercado da estética.

A eletroterapia tem como definição o uso das correntes elétricas para fins terapêuticos, ou seja, o uso dos equipamentos para tratar, prevenir ou retardar, as
disfunções estéticas faciais, corporais e capilares.

Conhecer os tipos de correntes utilizados na estética, bem como suas interações com o tecido biológico e seus efeitos fisiológicos é de suma importância para te
auxiliar na conduta terapêutica mais assertiva, otimizando assim os seus resultados.

Todo o conhecimento adquirido nesta Unidade de estudos será utilizado na hora de eleger sua conduta de tratamento para as disfunções estéticas faciais,
corporais e capilares.
2/4

ʪ Material Teórico

Introdução
A disciplina de recursos eletroterápicos aplicados à estética tem como objetivo abordar os equipamentos utilizados em estética para os tratamentos das diversas
disfunções estéticas faciais, corporais e capilares.

Iniciaremos, nesta Unidade I, conceituando as correntes polarizadas e abordando os recursos eletroterápicos que se utilizam dela como: ionização, desincruste e
eletrolifting.

Abordaremos também a forma correta de se executar essas técnicas, bem como seus efeitos fisiológicos suas indicações e contraindicações.

Por fim, para auxiliar na compreensão deste conteúdo, iniciaremos abordando os conceitos básicos das correntes elétricas.

Corrente Elétrica

Gerando Corrente Elétrica


Vamos entender como são geradas as correntes elétricas?

A corrente elétrica produzida pelas pilhas e as baterias transformam energia química em energia elétrica e geram corrente elétrica contínua.

A corrente elétrica produzida pelos alternadores nas centrais hidrelétricas transforma energia mecânica em energia elétrica e gera corrente elétrica alternada.

Elementos da Corrente Elétrica


Numa corrente elétrica devemos considerar três aspectos:

Voltagem (tensão): é a diferença entre a quantidade de elétrons existentes entre as extremidades de um


condutor. A voltagem é medida em volts (em homenagem ao físico italiano Alexandre Volta) que é a
unidade internacional de medida da tensão elétrica;

Resistência: é a dificuldade que o condutor oferece à passagem da corrente elétrica. Representamos a resistência pela letra grega (W);

Intensidade: é o número de elétrons que circula por um condutor numa determinada unidade de tempo. A intensidade é medida em Ampère (A)
no SI em homenagem ao físico e matemático francês André-Marie Ampère (1775-1836).
Importante!
A intensidade de uma corrente elétrica é diretamente proporcional à voltagem, isto é, quanto maior for a voltagem, maior é a intensidade.
Isso ocorre de forma inversamente proporcional à resistência, quanto maior for a resistência, menor será a intensidade.

Eletricidade na Estética
A eletricidade pode ser utilizada para diversos fins na vida cotidiana, mas quando ela é aplicada em tecidos biológicos é necessário analisarmos as propriedades
elétricas dos tecidos, que é denominada eletricidade biológica ou bioeletricidade.

Desde o século XVIII, Luigi Galvani comprovou que os tecidos biológicos eram condutores de eletricidade ao encostar fios elétricos na patinha de uma rã.

De lá para cá, muitas descobertas foram feitas e hoje sabemos que as células vivas dependem da atividade elétrica para a sua própria existência e os tecidos são
constituídos por essas células.

Assim, podemos concluir que todos os tecidos possuem uma atividade elétrica. Existem algumas diferenças entre a eletricidade aplicada para fazer uma
geladeira funcionar e a eletricidade aplicada em tecidos biológicos.

Mas os tecidos obedecem às mesmas leis, e usam as mesmas unidades como, por exemplo, voltagem, capacitância, fluxo de corrente e resistência.

Uma das principais diferenças é que os tecidos biológicos usam os íons para o movimento de suas cargas e operam em meio úmido e salino, enquanto os
sistemas elétricos e eletrônicos usam os elétrons e operam em meio seco. Essa característica dos tecidos biológicos é denominada um corpo eletrolítico.

O organismo humano é composto por diferentes tipos de tecidos que variam seu grau de condutividade, sendo que os melhores condutores são os que possuem
maior quantidade de água, pois essa substância possui muitos íons dissolvidos em sua solução. Em contrapartida, alguns tecidos geram uma resistência à
passagem da corrente elétrica, ou seja, não são bons condutores. A essa resistência do tecido damos o nome de impedância.

Veja na tabela quais tecidos são bons condutores:

Tabela 1 – Tecidos e sua Condutibilidade

Pouco condutores Condutores médios Bons condutores

Osso Pele úmida Sangue

Gordura Tendões Linfa

Pele seca Fáscias grossas Líquidos corporais

Pelos Cartilagens Músculos

Unhas Vísceras
___________________ Tecido nervoso

Alguns fatores interferem na impedância corporal, são eles:

Presença de pelos na região;

Má circulação sanguínea;

Desidratação da pele;

Qualidade do condutor utilizado.

Quando aplicado de forma correta, essa interação das correntes elétricas com o nosso corpo desencadeia efeitos fisiológicos que resultam nos efeitos
terapêuticos de acordo com objetivo do tratamento, são eles:

Vasodilatação passiva decorrente da histamina (inibição de noradrenalina);

Ionização através da alteração da polaridade da membrana favorecendo permeabilidade da membrana celular;

Contração muscular por meio da eletroestimulação;

Pode provocar efeitos analgésicos por interferir na ação de neurotransmissores;

Reparo tecidual através do aumento do metabolismo celular, síntese de ATP.

Propriedades Elétricas das Células


Para a melhor compreensão da capacidade que a corrente elétrica tem de alterar a polaridade de membrana celular, a seguir algumas características elétricas das
células.

A membrana da célula é semipermeável e separada por duas soluções de distintas composições iônicas:

O meio intracelular é eletronegativo;

O meio extracelular é eletropositivo.


Figura 1 – Membrana celular e potencial elétrico

Como você pode observar, as celular possuem eletricidade, ou seja, polaridades que se alternam a partir de um potencial elétrico específico.

Quando em repouso, o meio intracelular é eletronegativo e o meio intracelular é eletropositivo.

Campo Elétrico
É o local em que existem partículas carregadas (+) positivas e (-) negativas.

Potencial Elétrico
Quantidade de eletricidade de que um corpo está carregado. Sua unidade de medida, no SI (Sistema Internacional de Medidas), é denominada Volts (V), em
homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. Todas as células possuem potencial elétrico que varia de - 5 mv até - 90 mv. A normalização do potencial elétrico
da membrana atua como normalizador da atividade funcional da célula.

Leitura
Electrical Aspects of Skin as a Pathway to Engineering Skin Devices

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
Generalidades da Eletricidade
A eletricidade está presente na vida cotidiana de todos nós: em lâmpadas, rádios, TV, geladeiras e muitas outras coisas que fazem parte do nosso dia a dia. Mas o
interessante é que nós não conseguimos ver nem ouvir a eletricidade, só conseguimos ver o que a eletricidade é capaz de realizar: a luz da lâmpada acesa, o som
do rádio ou da televisão etc. O nome eletricidade vem dessa época, pois elétron era o nome do âmbar em grego antigo.

Condutores e Isolantes de Eletricidade

Condutores de Eletricidade
São os meios materiais nos quais há facilidade de movimento de cargas elétricas, devido à presença de “elétrons livres”. Ex.: fio de cobre, alumínio, entre outros.

Isolantes de Eletricidade
São os meios materiais nos quais não há facilidade de movimento de cargas elétricas. Ex.: vidro, borracha, madeira seca etc.

Condutores Metálicos/Eletrolíticos
Quando o condutor é “metálico”, as cargas livres que se deslocam são elétrons. Quando as cargas livres forem íons, o condutor é “eletrolítico”.

Impedância
Termo para designar a oposição gerada pelo organismo à passagem da corrente elétrica em geral.

Intensidade da Corrente Elétrica na Eletro Estética


A unidade de medida da intensidade na corrente elétrica é expressa no SI, é o ampère (A).

Submúltiplos do ampère mais comuns são:

Miliampère (mA) 1mA = 10-3 A;

Microampère (mA) 1mA = 10-6 A.

Corrente Polarizada ou Corrente Contínua (CC).


A Corrente Contínua (CC) tem sido denominada tradicionalmente como “Corrente Galvânica”. Esse tipo de corrente mantém o fluxo unidirecional contínuo ou
ininterrupto de partículas carregadas.
Figura 2 – Gráfico de corrente contínua

A corrente contínua ao ser introduzida em uma solução eletrolítica aquosa, contendo íons carregados positivamente e negativamente (cátions e ânions
respectivamente), forma um campo elétrico.

Verifica-se que os movimentos desses íons ocorrem em direções opostas. Isto é, ânions movem-se na direção do eletrodo carregado positivamente (ânodo) e os
cátions migram na direção do eletrodo carregado negativamente (cátodo).

O movimento de cada tipo de íons na solução com essa corrente ocorre em um ritmo fixo. A migração de íons ou moléculas carregadas eletricamente, quando
expostas a uma CC, desencadeiam uma ação chamada de eletroforese, que é à base da iontoforese, uma técnica utilizada na estética para conduzir cosméticos
carregados eletricamente através da pele.

Corrente Contínua (CC) é aquela em que, aplicada em um campo eletrolítico, os íons movimentam-se em direções opostas. Isto é, ânions movem-se na direção do
eletrodo carregado positivamente (ânodo) e os cátions migram na direção do eletrodo carregado negativamente (cátodo).

Tabela 2 – Resumo dos efeitos fisiológicos da corrente polarizada

Polo Positivo (Ânodo) Polo Negativo (Cátodo)

Reação ácida Reação alcalina

Liberação de oxigênio Liberação de hidrogênio


Polo Positivo (Ânodo) Polo Negativo (Cátodo)

Repulsão de íons positivos Repulsão de íons negativos

Vasoconstrição Vasodilatação

Sedação Excitação

Desidratação Hidratação

A corrente contínua (CC) pode ser aplicada na estética por meio de várias técnicas: Iontoforese ou ionização, Desincruste e Eletrolifting /galvanopuntura.

Iontoforese
A iontoforese ou a ionização é uma técnica que se utiliza para a introdução de determinadas substâncias através da pele, podendo ser fármacos ou ativos
cosméticos, utilizando dois eletrodos, sendo um polo positivo e um polo negativo. A corrente contínua, nesta técnica, atua como veículo para o transporte de uma
substância que é o agente terapêutico estético.
Figura 3 – Ionização

A Figura 3 representa os íons se deslocando de acordo com a polaridade do eletrodo.

Princípios Básicos para a Aplicação


Vejamos a seguir os fatores que influenciarão na técnica de aplicação.

Estado da Pele
A pele tem que estar limpa e isenta de qualquer substância que impeça a condutividade elétrica (produtos de higienização, esfoliantes, cremes etc.).

Substância
Existe uma grande variedade de substâncias que podem ser utilizadas no âmbito da iontoforese. Um dos principais fatores para que este processo ocorra é que a
substância a ser utilizada seja eletrolítica, isto é, se dissocie em íons. Cabe ao fabricante do produto, indicar qual a polaridade iônica da substância, para que se
possa eleger o eletrodo (positivo ou negativo) corretamente.

Eletrodo Ativo e Eletrodo Passivo


É considerado eletrodo ativo aquele que se utiliza para repelir substâncias iônicas com cargas iguais. Considera-se eletrodo passivo aquele que fecha o circuito, e
é oposto ao ativo.

Cargas elétricas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem.


Figura 4 – Eletrorepulsão e Eletroatração

Tipos de Acessórios
Acessórios de diversos tamanhos e modelos, por exemplo, rolinhos, esferas, ponteiras, placas, entre outros, que fazem parte dos equipamentos. Essas peças são
acopladas aos eletrodos para a execução da técnica. O mais importante é que a peça tenha uma correta adaptação à superfície do local em que se está
trabalhando.

Intensidade
A intensidade varia de acordo com o tamanho da peça que se está utilizando, podendo ser miliampère (mA) ou microampère (mA). Geralmente o fabricante indica a
intensidade máxima que se pode utilizar em cada peça. A intensidade também pode variar de acordo com o local, o estado (preparo) e o grau de umidade
(hidratação ou desidratação) da pele e sensibilidade do cliente.

Tempo
O tempo depende do tamanho da peça que se está utilizando para fazer a iontoforese. O importante é que esse movimento seja o mais lento possível.
Saiba Mais
É importante calibrar a intensidade com relação ao tamanho da peça e o local a ser trabalhado. Caso a intensidade e o tempo forem
superiores à impedância da pele poderá desencadear uma lesão (queimadura química).

Indicações:

Hidratação/Nutrição;

Revitalização.

Contraindicações:

Portadores de marca passo;

Gestantes;

Pessoas com neoplasias;

Epiléticos;

Cardiopatas descompensados;

Pessoas com implantes metálicos na região.

Desincruste
Desincruste é uma reação química que ocorre através de uma solução (sal), do sebo e da corrente contínua. O objetivo dessa técnica é emulsionar o sebo da pele
por meio do processo eletroquímico que associa a corrente contínua com a ação do sódio, promovendo a retirada do excesso da oleosidade e do sebo da pele.

Técnicas de Aplicação
Segundo Borges (2006), a partir da eletrólise da solução promovida pela corrente elétrica, existem duas técnicas que podem ser utilizadas no processo de
desincrustração da pele, são elas:

Eletrodo ativo e solução com a polaridade inversa: neste caso, o sódio presente no algodão do eletrodo ativo
entra em contato com o sebo da pele. Pelo fato de os íons de sódio apresentarem polaridade positiva,
são atraídos pelo eletrodo, que é negativo, fixando-se ao algodão;

Eletrodo ativo e solução com polaridades iguais: neste caso, inicialmente a eletrólise isola o sódio que entra em contato
com a pele, produzindo o processo de saponificação, em seguida, inverte-se a polaridade, dessa forma, a
corrente elétrica atrairá a solução desincrustante que foi agregada às sujidades da pele.
Ainda sobre a técnica de aplicação, o eletrodo ativo deve ser envolvido com algodão embebido em alguma substância desincrustante, sem
que as partes metálicas entrem em contato com a pele, para que não haja queimaduras. Deve-se movimentar o eletrodo ativo lentamente
sobre a região da pele a ser tratada;

Tempo de aplicação: 3 a 5 minutos;

Intensidade: de acordo com sensibilidade do paciente. Ao realizar a técnica, você deve ir aumentando devagar e pedindo o feedback para o
paciente;

Intervalo de aplicação: de 15 a 20 dias;

Indicação:

Peles oleosas;

Tratamento de oleosidade no couro cabeludo;

Contraindicações:

Portadores de marca passo;

Gestantes;

Pessoas com neoplasias;

Epiléticos;

Cardiopatas descompensados;

Pessoas com implantes metálicos na região.

Eletrolifting/Galvanopuntura
Essa técnica tem sido utilizada ao longo dos anos nos procedimentos para atenuar linhas e rugas faciais recebendo o nome de eletrolifting, e nas estrias,
recebendo o nome de galvanopuntura ou microgalvanopuntura (por se tratar de uma corrente galvânica com parâmetros em microamperes). Apesar do nome ser
diferente para as duas técnicas, tanto na ação quanto na metodologia para a sua aplicação, não existem diferenças.

A técnica Eletrolifting/Galvanopuntura utiliza a corrente contínua ou polarizada, na qual o polo negativo é o ativo em que se vai trabalhar utilizando um micro
eletrodo. O polo positivo é o passivo e deve estar próximo ao local que se vai atuar, fechando um campo elétrico. No polo positivo, é colocado um eletrodo que pode
ter o formato de um cilindro ou uma placa.

Efeitos Fisiológicos
Os fundamentos dos efeitos fisiológicos dessa técnica estão baseados na capacidade que a corrente possui de provocar um processo denominado eletrólise, que
conduz à formação de um tecido fibroso e ao preenchimento dos espaços tratados, principalmente no relevo cutâneo, por meio do aumento da atividade
metabólica celular, de uma reativação dos fibroblastos, juntamente com os processos do autorreparo tecidual.

Técnica de Aplicação
A pele deve estar completamente limpa, livre de creme ou produto que impeça a condutividade.
Fazer uma microesfoliação no local diminuindo a impedância do tecido.

Caso a pele esteja muito ressecada, realize uma hidratação no local para aumentar a condutividade da pele.

Tempo de aplicação: depende da necessidade do local;

Intensidade: a intensidade utilizada para essa técnica é medida com parâmetro que varia de 0,15 a 0,90 microampères.

Método de Aplicação
O método aplicado pode ser o de fricção, em que o micro eletrodo deve ser deslizado de maneira constante no local a tratar até produzir hiperemia. Minutos após a
aplicação, se restabelece uma hiperemia devido à vasodilatação provocada pela corrente. Esse micro edema será reabsorvido em um período variável, podendo ter
a duração de 2 a 6 dias. Não se deve aplicar nenhum agente calmante, descongestionante ou anti-inflamatório, isto é, nada que diminua a hiperemia.

Outra técnica de aplicação consiste em realizar as punturações com a agulha que deve ser introduzida nas camadas intermediárias da epiderme. Em relação à
intensidade da corrente, recomenda-se o uso de 70 a 100 microamperes, esses valores podem variar de acordo com a sensibilidade individual de cada paciente
(BORGES, 2010).

Dependendo da profundidade e largura das estrias, a escolha da técnica de aplicação mudará.

Em se tratando de estrias finas, a punturação da pele deve ser realizada de forma perpendicular. Nessa técnica, a agulha é inserida na pele de forma vertical à
estria, em toda extensão do sulco ou estria, com profundidade de aproximadamente 1 mm.

Já na técnica linear, a agulha deve ser inserida de forma oblíqua à pele, em movimentos circulares de levantamento, e sua profundidade deverá ser de
aproximadamente 2 a 3 mm, indicada para estrias de espessura e profundidades média.

Já no caso das estrias espessas e mais profundas, a inserção da agulha é realizada sobre as bordas do sulco, alternando-se os lados de forma oblíqua. Outra
forma é a agulha levantar toda a superfície da pele indo de uma borda à outra, sem, no entanto, penetrar abaixo da epiderme. O levantamento da pele deve
permanecer por aproximadamente 2 segundos, promovendo a distensão do tecido e aumentando o tempo de contato com a corrente, aumentando assim a
resposta desejada.

Ainda em relação à técnica de aplicação, o eletrodo ativo deve estar na polaridade negativa e o eletrodo passivo (fecha o circuito) na polaridade positiva.

Por se tratar de uma técnica que faz punturações na pele, ou seja, micro furos, todos os cuidados de biossegurança devem ser tomados, são eles:

Uso correto dos EPIS (Equipamentos de proteção individual);

Antissepsia da pele com clorexidina 5% ou álcool 70%;

As agulhas são descartáveis e de uso individual;

Devem ser descartadas no coletor específico para este fim.

Indicação:

Estrias atróficas.
Contraindicações:

Portadores de marca passo;

Gestantes;

Pessoas com neoplasias;

Epiléticos;

Cardiopatas descompensados;

Pessoas com implantes metálicos na região;

Portadores de queloide;

Pacientes com estrias hipertróficas.

Saiba Mais
Existem alguns cuidados que devemos tomar ao realizar a técnica, são eles:

Pacientes que fazem uso de corticoides ou anti-inflamatórios não devem se submeter à técnica, pois os medicamentos citados inibem a
resposta inflamatória, comprometendo os resultados.

Recomenda-se o uso do fotoprotetor nas áreas onde foi realizada a técnica para evitar as manchas.

Atenção aos pacientes de fototipos alto, pois existe o risco de hiperpigmentação.

Algumas recomendações /orientações ao paciente são importantes para garantir os melhores resultados, são elas:

No dia na sessão, estar vestido com roupas confortáveis;

Caso as estrias estejam em partes do corpo que se exponham ao sol, como braços por exemplo, passar protetor solar;

Não aplicar nada na área que não seja indicado pelo profissional;

Após o terceiro dia, você pode indicar um cosmético que auxilie na recuperação, regeneração da pele.
Importante!
Recomendações gerais no uso dos equipamentos: Ao manipular qualquer equipamento que esteja recebendo uma corrente elétrica, é
necessário tomarmos algumas medidas de precaução, como:

Possuir amplos conhecimentos sobre o aparelho a ser utilizado;

Escolher aparelhos de empresas idôneas que fabriquem ou comercializem os aparelhos;

Escolher empresas que ofereçam assistência técnica adequada para utilização e manutenção do produto;

Na compra de aparelhos usados, observar seu estado geral de conservação (riscos, batidas, fios emendados, falta de botões) e levá-los à
assistência técnica para uma revisão completa;

Antes de utilizar o aparelho, leia com atenção o manual de utilização fornecido pelo fabricante, eliminando toda e qualquer dúvida em relação
ao aparelho;

Verificar se a tomada que utilizará apresenta a mesma tensão solicitada pelo fabricante;

Antes de ligar o aparelho, verifique se todos os fios, cabos, eletrodos ou acessórios estão devidamente conectados e se todos os botões,
controles, indicadores estão "zerados" ou indicando o que recomenda o fabricante;

O local de instalação da cabine de estética deve obrigatoriamente levar em conta as condições da rede elétrica da construção;

Analisar quantos ambientes utilizarão corrente elétrica, incluindo salas, recepção, copa, banheiros etc., bem como quais aparelhos serão
ligados em cada ambiente;

Anote a potência (WATTS) de cada aparelho, normalmente fornecida pelo fabricante na placa de identificação ou no manual;

Interruptores, tomadas, quadro de força, lâmpadas etc. devem estar em bom estado de conservação, e nunca mal fixados, soltos, trincados,
quebrados, pois, nesse caso, poderão provocar acidentes, pois são constantemente manuseados;

Anote a potência (WATTS) de cada aparelho, normalmente fornecida pelo fabricante na placa de identificação ou no manual;

Interruptores, tomadas, quadro de força, lâmpadas etc. devem estar em bom estado de conservação e nunca mal fixados, soltos, trincados,
quebrados, pois nesse caso poderão provocar acidentes, pois são constantemente manuseados.

Chegamos ao final da Unidade I, nela aprendemos que a corrente polarizada também é chamada de corrente contínua ou galvânica e que sua interação com o
corpo humano desencadeia uma série de efeitos fisiológicos, e é por isso que esse tipo de corrente é muito utilizada na eletroterapia em procedimentos faciais,
corporais e capilares.

Aprendemos também quais as técnicas que derivam da corrente polarizada, bem como suas indicações, contraindicações e modo de uso.
Espero que tenha gostado e compreendido os conteúdos desta Unidade, caso sinta necessidade, retome os estudos e acessem os materiais complementares
indicados aqui.

Até o nosso próximo assunto!


3/4

ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livro

Dermato Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas


BORGES, Fábio Dos Santos. Dermato Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte Ltda.

Vídeo

Como Usar o Neurodyn Esthetic – Ibramed


O vídeo de treinamento aborda as técnicas de corrente polarizada com demonstração da prática.

Como Usar o Neurodyn Esthetic – Ibramed

Leitura
Microgalvanopuntura no Tratamento de Estrias – Revisão Sistemática de Literatura
Trata-se de uma revisão sistemática sobre a microgalvanopuntura.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Os Efeitos da Técnica do Desincruste em Peles Alípicas e Lipídicas


Artigo que aborda a satisfação dos voluntários ao se submeter à técnica de desincruste.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
4/4

ʪ Referências

BORGES, F. dos Santos. Dermato Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte Ltda., 2010.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato Funcional. 3. ed. Editora Manole, São Paulo, 2002.

PEREIRA, M. F. L. Recursos Técnicos em Estética. São Paulo: Difusão, 2013

SCOTT, S. et al. Diatermia. In: KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003.

SORIANO, M. C. D; PÉREZ, S. C.; BAQUÉS, M. I. C. Electroestética profesional aplicada: teoria, y práctica para la utilización de corrientes en estética. Madrid: Sorisa,
2000.
Correntes Despolarizadas

Conteudista: Prof.ª M.a Ana Claudia Cunha


Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites

Objetivos da Unidade:

Conceituar as correntes despolarizadas;

Entender as interações das correntes despolarizadas com o tecido biológico;

Conhecer as técnicas das correntes despolarizadas, tais como: eletrolipólise, eletroestimulação muscular, microcorrentes e alta frequência;

Compreender os efeitos fisiológicos, indicações e contraindicações e a correta técnica de aplicação.

ʪ Contextualização

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1/4

ʪ Contextualização

O Estudo do comportamento das correntes despolarizadas no corpo humano teve início nos anos 50. Vários estudos foram realizados a fim de entender melhor os
seus efeitos fisiológicos, encontrar os melhores parâmetros de utilização e aprimorar as técnicas de aplicação.

O artigo científico Electrical Stimulation Using Kilohertz Frequency Alternating Current, de Alex R Ward, faz um relato da história das correntes despolarizadas e
seu uso com o objetivo de estímulo muscular.

O autor procura a resposta para a seguinte pergunta: quais são os parâmetros de estímulo ideais para produzir estímulos vigorosos, porém confortáveis, de
contrações musculares induzidas eletricamente?

Leitura
Electrical Stimulation Using Kilohertz-Frequency Alternating Current
Acesse o link e leia o artigo na íntegra.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
2/4

ʪ Material Teórico

Introdução
A disciplina de recursos eletroterápicos aplicados à estética tem como objetivo abordar os equipamentos utilizados em estética para os tratamentos das diversas
disfunções estéticas faciais, corporais e capilares.

Iniciaremos a Unidade II conceituando as correntes despolarizadas e suas características.

Abordaremos as técnicas de aplicação advindas das correntes despolarizadas como: alta frequência, eletroestimulação muscular, microcorrentes e eletrolipólise.

Abordaremos também a forma correta de se executar essas técnicas, bem como seus efeitos fisiológicos, suas indicações e contraindicações.

Pronto para começar?

Corrente Despolarizada ou Alternada


É uma corrente que tem como característica principal a alternância de polaridade durante a passagem do tempo, ou seja, flui alternativamente em um e outro
sentido. O fluxo de partículas é ininterrupto ou interrompido (quando pulsada) e bidirecional. Ela é utilizada principalmente nas técnicas de eletroestimulação
neuromuscular, eletrolipólise e alta frequência.

Figura 1 – Gráfico de corrente alternada


Na Figura 1, podemos observar a alternância de polaridade.

Características Gerais Correntes Alternadas Ininterruptas – Bidirecional


As correntes alternadas são definidas como tendo o fluxo bidirecional ininterrupto, isto é, quando aplicadas em soluções eletrolíticas, os íons movimentam-se ora
para frente ora para trás, de acordo com a polaridade do eletrodo. É referida como corrente alternada bipolar, conhecida também como corrente despolarizada.

Características das Correntes Segundo a sua Frequência


A Frequência representa o número de pulsos ou de picos que ocorrem em um determinado tempo (segundos, milisegundos ou microsegundos). Sua unidade de
medida é o Hertz (Hz).

Veja, a seguir, a classificação de frequência:

Baixa frequência: 1 a 1.000 Hz;

Média frequência: 1.000 a 100.000 Hz;

Alta frequência: acima de 100.000 Hz.

Características Descritivas da Corrente Segundo a sua Forma de Onda


Uma abordagem descritiva muito comum para a caracterização de formas de onda pulsada ou alternada é o uso de termos para indicar a forma geométrica das
fases do pulso ou ciclo.

Designações de formas frequentemente encontradas na literatura profissional e comercial incluem retangular, quadrada, triangular, pontiaguda, entre outras.
Figura 2 – Formas de ondas

Na Figura 2, podemos observar os gráficos representando as formas de ondas.

Características Descritivas da Corrente Segundo a sua Polaridade


As correntes elétricas podem ser classificadas de acordo com sua polaridade conforme a seguir:

Monopolar: a corrente circula sempre no mesmo sentido, ou seja, não há inversão de polaridade;

Bipolar: também chamadas de correntes alternadas, à medida que vão alternando, vão variando constantemente a sua direção ou invertendo a
sua polaridade.

Simetria nas Formas de Ondas


As ondas bifásicas podem ser descritas como simétricas e assimétricas. Ela é considerada simétrica quando as ondas da primeira fase são a imagem de espelho
da segunda.

Características da Corrente Segundo a sua Intensidade


Podendo ser miliampère (mA) ou microampère (μA).

Agora que você já aprendeu os conceitos das correntes despolarizadas e suas características, poderá compreender, então, as técnicas que se utilizam desse tipo
de corrente, vamos lá?

Alta Frequência
A alta frequência é uma técnica estética segundo a qual se utilizam eletrodos de vidro que são conectados a um porta eletrodo. Essa técnica é produzida por um
equipamento que produz correntes alternadas de elevada frequência (superior a 100.000 Hz), recebe o nome genericamente de “Alta Frequência”.

Efeitos Fisiológicos

Térmicos
O efeito térmico é provocado pela passagem de um arco voltaico (do eletrodo para a pessoa que está em contato), que, ao entrar em contato com o cliente, deixa
sobre a pele uma determinada quantidade de energia em forma de calor.

Vasodilatador
A alta frequência produz um estímulo na circulação periférica que, por sua vez, provoca uma ação vasodilatadora.

Ação Fisiológica da Alta Frequência


A partir da utilização da alta frequência, pode se obter três efeitos:

Calmante e descongestionante;

Bactericida, antisséptico e cauterizante;

Tônico e estimulante.

Metodologia da Aplicação
Para a obtenção desses efeitos, é necessário utilizar três métodos de aplicação:

Direta;

Direta com pequena distância;

Indireta.

Aplicação Direta
Ação fisiológica: calmante e descongestionante.

Essa técnica é realizada de maneira em que o eletrodo é aplicado diretamente sobre a pele de modo que o eletrodo se mantenha permanente sobre ela. Essa
aplicação deve ser efetuada onde houver necessidade, com uma massagem suave e lenta em toda a superfície.

Aplicação Direta com Pequena Distância


Ação fisiológica: bactericida e antisséptico.

Essa ação é desencadeada quando se aplica o eletrodo de vidro a uma pequena distância da pele (milímetros). A ação de bactericida e antisséptica é sobretudo
desencadeada devido à formação de ozônio, que ocorre quando a chispa (faísca) sai do eletrodo e, ao atravessar a pequena camada de ar que existe entre o
eletrodo e a pele, desencadeia um fenômeno. Esse fenômeno é uma ação física que converte o oxigênio ambiental em ozônio, o que explica as suas propriedades
bactericidas e antissépticas.

Aplicação Indireta
Ação fisiológica: efeito tônico e estimulante.

Essa ação ocorre quando a cliente segura o eletrodo metálico, conhecido também como saturador, que deve estar conectado no porta eletrodo. O profissional deve
executar uma massagem no rosto do cliente, tendo o cuidado de, antes de ligar o equipamento, colocar uma mão no rosto do cliente e depois ir aumentando a
intensidade lentamente. Antes de retirar as mãos do rosto da cliente, desligue o equipamento com uma das mãos.

Indicações:

Posterior a uma limpeza de pele;

Como complemento de hidratação e revitalização facial;


Em peles acneicas;

Pós-depilação.

Contraindicação:

Pessoas portadoras de marca passo cardíaco;

Não utilizar em abdômen de mulheres grávidas.

Importante!
As correntes de Alta Frequência nunca devem ser aplicadas em peles molhadas com líquidos inflamáveis, pois as faíscas geradas podem
provocar combustão e produzir queimaduras.

Corrente Alternada de Baixa Frequência


Os efeitos e as indicações das correntes de baixa frequência podem variar consoante a frequência, o formato da onda, e a intensidade. Na estética corporal, a
utilização da corrente polarizada de baixa frequência é mais utilizada para:

Eletrolipólise: ativação da lipólise;

Microcorrente: flacidez cutânea;

Eletroestimulação na Musculatura Estriada: fortalecimento muscular.

Eletrolipólise
A eletrolipólise é uma técnica que se destina fundamentalmente ao tratamento do acúmulo de gordura nos procedimentos de adiposidade localizada ou da FEG
(Fibroedema geloide), produzindo um incremento da lipólise no tecido adiposo.

Parâmetros de Utilização para a Aplicação da Técnica

Características da corrente alternada de baixa frequência: entre 18 Hz e 25 Hz;

Tipo da corrente: alternada;

Intensidade: microampère.
A intensidade deve ser aumentada de acordo com a sensibilidade do paciente.

Efeitos Fisiológicos
O estímulo elétrico que ocorre no tecido provoca, a nível local, um conjunto de alterações de natureza fisiológica, que são responsáveis pelo fenômeno da lipólise.

Efeito Joule: a corrente elétrica, ao circular por um condutor eletrolítico, realiza um trabalho que produz calor nos tecidos, desencadeando os
seguintes efeitos:

Contribui para a instauração de uma vasodilatação e consequente aumento do fluxo sanguíneo;

Melhora a nutrição e a oxigenação dos tecidos;

Estimula o metabolismo celular local, facilitando o gasto energético.

Efeito Eletrolítico: o campo elétrico gerado pela corrente induz:

Movimentação iônica, que desencadeia alteração na polaridade da membrana celular, e esta tende a
manter o seu potencial elétrico, promovendo, dessa forma, um consumo de energia a nível celular.

Efeito de Estímulo Circulatório: experiências demonstram que a corrente alternada com parâmetros em
micros de intensidade e frequência 25 Hz estimulam diretamente nervos vasomotores, provocando
ativação da microcirculação local;

Efeito Neuro-Hormonal no Tecido Adiposo: estudos comprovam que a utilização de uma corrente de baixa
frequência produz estimulação do sistema nervoso autônomo simpático, liberando catecolaminas
(adrenalina e noradrenalina), aumentando, assim, o AMP cíclico intradipocitário e hidrolisando os
triglicerídeos.

A lipólise pode ser definida com a hidrolise dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol.

Metodologia da Aplicação
A pele deve estar limpa e sem qualquer tipo de lesão. Os eletrodos deverão formar um campo elétrico no local a tratar. A intensidade deve ser aumentada em
função da sensibilidade individual.

Número de aplicações: de 15 a 20 sessões.


Figura 3 – Exemplo de colocação das agulhas

A Figura 3 representa uma das formas de colocação das agulhas na técnica de eletrolipólise.

Observe que as agulhas são colocadas paralelamente, os eletrodos jacarés conectados ao cabo das agulhas, sendo que os eletrodos alternam as polaridades
para possibilitar a passagem da corrente.

Indicações:

FEG (Fibroedema gelóide);

Adiposidade localizada.

Contraindicações:

Portadores de marca passo;

Pessoas com placas ou pinos na região;

Pessoas com implantes metálicos;

Gestantes;

Pessoas com neoplasias;

Epiléticos;

Cardiopatas descompensados.
Leitura
O Uso da Eletrolipólise no Tratamento da Adiposidade Localizada
Acesse o link a seguir e leia uma revisão integrativa sobre eletrolipólise.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

Microcorrentes
As microcorrentes podem ser realizadas a partir das correntes alternadas de baixa frequência.

O princípio básico das correntes alternadas com parâmetros de medida em micro ampere foi descrito em 1982, por Ngok Cheng, M.D. na Universidade de Louvain,
Bélgica. Cheng constatou que mediante a utilização de estímulos elétricos em tecidos, utilizando de 50 a 1.000 uA (microamperes), os níveis de ATP (trifosfato de
adenosina) aumentaram de 300 a 500%. Com correntes de 100 a 500 uA (microamperes), os efeitos foram similares. Foram observados efeitos similares na
síntese de proteínas pelo aumento do transporte de aminoácidos de 30 a 40%.

Definição de Microcorrentes
Uma corrente com os parâmetros de medida em microamperes. Apesar do termo “Microcorrente” estar mais indicado para um parâmetro de medida, nos
procedimentos da estética, ela significa uma técnica, o que causa muitas vezes uma certa confusão, pois em alguns países essa técnica recebe o nome de
Eletrolifting.

Principais características da corrente:

Frequência: de 1 a 400Hz – A frequência definirá a profundidade de ação da corrente;

Intensidade: de 20 microampères a 500 microampères.

Efeitos Fisiológicos:

Produz um estímulo significativo da microcirculação cutânea e consequente melhoria na nutrição e na


oxigenação dos tecidos, gerando uma revitalização cutânea;

Produz uma estimulação dos fibroblastos melhorando a sua biossíntese. Estimula a malha linfática
superficial;

Indicações:
Essa técnica pode ser realizada com vários objetivos, desde prevenção de envelhecimento,
atenuação e indícios de envelhecimento cutâneo, drenagem linfática, pré-operatório de cirurgia
plástica, melhora no processo cicatricial da acne, entre outros.

Modalidades de Aplicação
Para a execução dessa técnica vamos encontrar basicamente duas modalidades: manual e automática.

Manual: para a execução manual, é necessária a utilização dos dois polos (positivo e negativo), que serão
conectados também a dois eletrodos, que deverão estar umedecidos com uma substância condutora, que
poderá ter uma ação e propriedade específica, conforme a necessidade. Na execução manual, o
profissional trabalha movendo os eletrodos de acordo com as manobras específicas e os objetivos. No
mercado, os manuais dos equipamentos trazem os trajetos das manobras que deverão ser seguidas. As
sequências das manobras estão diretamente ligadas à programação do equipamento.

Como exemplo, citamos algumas das manobras mais utilizadas:

Manobras de drenagem linfática e de estimulação epidérmica: estas manobras permitem produzir uma
estimulação da malha linfática facilitando a eliminação de toxinas e dos líquidos retidos e, além disso,
estimula a camada basal da epiderme, promovendo a renovação da superfície cutânea;

Manobras para estimulação dos componentes da derme: estas manobras têm como objetivo a estimulação e
uma ativação dos fibroblastos e da circulação da derme, consequentemente produz-se uma melhora
no metabolismo celular, desencadeando a tonificação da pele e atenuação das rugas;

Manobras para estimulação das miofibrilas do músculo estriado: estas manobras provocam alterações na
tonicidade dos músculos que, por sua vez, permitem atenuar as rugas, provocando um efeito de
relaxamento dos músculos contraídos (hipertônicos) e a contração dos músculos distendidos
(hipotônicos).

Automático: é realizado mediante a colocação de vários eletrodos fixos em pontos concretos e pré-
determinados da superfície facial, de acordo com a necessidade e o biótipo cutâneo.

Metodologia para a Aplicação


A pele deve estar completamente limpa, livre de creme ou produto que impeça a condutividade. Para melhor aproveitamento dessa técnica, o ideal é que se faça
uma microesfoliação no local, diminuindo a impedância do tecido. Posteriormente, aplicar uma iontoforese (ionização) para melhor condutividade da corrente
elétrica.

Indicações:

Revitalização cutânea;

Flacidez e rugas cutâneas;

Acne;

Pós-operatório em cirurgia plástica.


Contraindicações:

Portadores de marca-passo;

Pessoas com epilepsia;

Mulheres grávidas;

Portadores de marca passo;

Trombose venosa profunda;

Alterações cutâneas no local da aplicação (ferimentos, inflamações, eczemas);

Locais com implantes metálicos.

Eletroestimulação na Musculatura Estriada em Baixa Frequência


A base dessas correntes é a produção de contrações musculares semelhantes às contrações dos exercícios ativos para:

Aumento da força em geral;

Manutenção da musculatura estriada;

Procedimentos estéticos de flacidez muscular.

A eletroestimulação na musculatura estriada é obtida por equipamentos elétricos que emitem correntes elétricas específicas, que, pelas suas características
(intensidade, frequência, tempo de repouso, tempo de contração, ou seja, sua parametrização), possuem a capacidade de provocar contrações nas fibras
musculares em resposta ao estímulo elétrico.

Lembrando que a corrente alternada é definida como tendo o fluxo bidirecional ininterrupto. Nessas correntes, quando aplicadas em soluções eletrolíticas, os íons
movimentam-se ora para frente ora para trás, de acordo com a polaridade oposta do eletrodo. São essas características que possibilitam a realização da
eletroestimulação.

Principais Aspectos Físicos e Químicos


Não possuem efeitos químicos (polares), por isso são denominadas correntes despolarizadas.

As correntes bidirecionais despolarizadas destinam-se, sobretudo, à potencialização da força e da tonicidade muscular.

Características das Correntes para a Eletroestimulação na Musculatura Estriada Intensidade


Possuir umbral liminar ou umbral de excitação (intensidade mínima necessária para obter-se uma contração muscular) miliampere mA.

Ao realizar a técnica, você deverá aumentar a intensidade de acordo com a sensibilidade do paciente e o suficiente para realizar uma contração.

Frequência (Hz): estudos comprovam que a musculatura estriada responde melhor a uma frequência de 80
a 300 Hz;
Tempo de Contração: é necessário um tempo mínimo suficiente de emissão de descarga ou rajadas de impulsos para que ocorra a contração;

Tempo de Repouso: é necessário que ocorra um intervalo suficiente entre uma contração e a outra para que haja o relaxamento completo das
fibras musculares;

Colocação dos Eletrodos: origem e inserção do músculo ou ponto motor;

Efeitos Fisiológicos:

Desenvolvimento da musculatura;

Atua na circulação arterial e venosa;

Produz um aumento da tonicidade muscular;

Tem efeito tonificante.

Estimulação da Circulação Sanguínea (Drenagem Linfática Profunda Mecânica)


Os equipamentos que produzem contrações na musculatura estriada possuem a capacidade de incrementar o sistema circulatório. Essas contrações, quando
aplicadas de maneira isométrica e sequencial de distal para proximal, atuam impulsionando o sangue do sistema de retorno. Essa técnica é também conhecida
como drenagem linfática mecânica.

Características das Correntes


Pode ser pulsada ou alternada.

Frequência: 80 a 150Hz.

Atuar de maneira sequencial de distal para proximal.

Efeitos Fisiológicos: estimula o sistema de retorno profundo. Favorece a eliminação dos líquidos retidos nos
tecidos intersticiais;

Características das Correntes: pode ser pulsada ou alternada. Frequência: 80 a 150Hz. Atuar de maneira sequencial
de distal para proximal;

Contraindicações:

Fraturas ósseas recentes;

Hemorragias ativas;

Marca passo;

Processos infecciosos;

Diagnósticos de flebites, varizes, tromboflebites, ou doenças vasculares severas;

Não tratar locais com implantes metálicos, especialmente ao usar correntes unidirecionais.
Corrente Alternadas de Média Frequência
No âmbito da estética, a designação “média frequência” refere-se a frequências compreendidas entre 1000Hz e 100 000Hz segundo Dra. Mari Cruz Soriano – livro:
Eletroestética Profissional. A utilização das correntes variáveis de média frequência ocorreram depois das experiências de D´Arsonval, que constatou que a
utilização da corrente variável alternada sinusoidal, a impedância ou a resistência especifica dos tecidos biológicos diminuíam com o aumento da frequência,
fazendo assim com que a pele passasse a oferecer uma menor resistência à passagem dessas correntes. Além disso, verificou que, no tecido cutâneo, esse tipo
de corrente era mais o desagradável comparada com a corrente de baixa frequência, apesar do fato de não terem a capacidade para provocar contrações
musculares ou efeitos fisiológicos. Com o avanço da tecnologia e as descobertas de DArsonval e Dr. Nemec (correntes Interferências), foi desenvolvido um
sistema em que a corrente alternada de média frequência passasse alternadamente para baixa frequência e, sendo assim, foi possível sua utilização para a
eletroestimulação da musculatura estriada, surgindo então a utilização de correntes de média frequência modulada em baixa frequência na eletro estimulação da
musculatura estriada.

Corrente Alternada de Média Frequência Modulada em Baixa Frequência


São termos utilizados para designar as constantes variações que ocorrem entre uma determinada frequência e outra. A corrente de média frequência modulada
em baixa frequência possui uma corrente portadora que é a média frequência, e uma corrente modulada, que é a baixa frequência.

Exemplos de corrente portadora: 2.500 Hz, 3.500 Hz e 4.000 Hz, podendo ser ente modulada: 5Hz, 20 Hz, 50 Hz e 80 Hz.

Características:

Corrente Variável Alternada;

Tipo de onda: bidirecional, senoidal, quadradas e retangulares, entre outras.

Principais aspectos físicos e químicos das correntes variáveis de média frequência modulada em baixa frequência:

São correntes alternadas despolarizadas bipolares;

Não possuem efeitos químicos (polares);

As intensidades das contrações são idênticas, tanto o polo negativo como o polo positivo.

Vantagens:

A pele oferece menor resistência à sua passagem;

Possui escassa sensação à passagem da corrente;

Possibilidade de aplicar intensidades maiores;

Acessível a planos mais profundos;

Permite tratar grandes massas musculares.


Importante!
É possível estimular com maior intensidade as fibras tônicas (fibras vermelhas – maior resistência à fadiga) quando se modula a
frequência entre 20 e 30 Hz.

Estimular as fibras musculares fásicas (fibras brancas – fibras de contração rápida) quando se modula a frequência entre 50 e 80Hz.

Indicações:

Destinam-se, principalmente, à potencialização da força e da tonicidade muscular em grandes massas


musculares.

Precauções:

Devido às características dessas correntes, deve-se ter cuidado pelo fato de atuarem em
profundidades e intensidades maiores. Ter cuidado com cavidades que contenham líquido, como a
bexiga (local de boa condução elétrica). Cuidado com cavidades que tenham ar, como os pulmões
(podem concentrar em excesso a intensidade elétrica). Cuidado com a área cardíaca.

Corrente Russa
Yakov Kots, 1970.

Kots reportou, com o uso da Corrente Russa, ganho de força superior a 40% em atletas de elite russos.

A Corrente Russa (corrente de média frequência modulada em baixa frequência) tem a função de produzir eletroestimulação na musculatura estriada e possui as
seguintes características:

Frequência portadora: 2.500 Hz Modulação: 20 Hz, 50 Hz;

Tipo de impulso: retangular intervalo: 10 ms.

Corrente Aussie ou Astraliana


Corrente Aussie – Ward et al. (2004).

Com o objetivo de encontrar os melhores parâmetros para a técnica da eletroestimulação, os pesquisadores apontaram, após a realização de algumas pesquisas,
a Corrente Australiana como sendo mais confortável e sensorial mais agradável, tendo os seguintes parâmetros para utilização:

Frequência portadora: 4kHz;


Duração dos Bursts: 4ms;

Frequência de modulação dos Bursts: 10 Hz (drenagem, dor crônica e eletrolipólise);

Parâmetros para estímulo motor:

Modo de estimulação: síncrono ou recíproco;

Frequência portadora: 1kHz;

Duração de burst: 2ms;

Frequência: de 30Hz a 80Hz;

Rampa de contração: rise, decay, on, off – Tempo off deve ser maior que o Tempo on;

Tempo de aplicação: tempo total de aplicação até 30 minutos (Depende da condição metabólica de
cada paciente, não deve gerar fadiga);

Intensidade: intensidade de acordo com a sensibilidade e tolerância de cada paciente.

Figura 4 – Rampa de contração


Fonte: Adaptada de CARCI, 2018

A Figura 4 demonstra quais parâmetros são necessários para a programação da rampa de contração. Importante ressaltar que o tempo de ataque em alguns
equipamentos também pode ser chamado de rampa de subida ou rise, o tempo de sustentação de tempo On, ou tempo de contração, e o tempo de descida é a
rampa de descida ou decay e, por fim, o intervalo entre as contrações pode ser chamado de tempo off.
Figura 5 – Forma de ondas
Fonte: Adaptada de IBRAMED

A Figura 5 representa as formas de ondas das correntes Interferencial, Russa e Aussie.

Observe que a corrente interferencial tem a forma de onda senoidal e 4KHz de frequência.

A corrente Russa possui bursts de longa duração com frequência de 2,5 Khz e 10 ms de duração.

A corrente Aussie possui bursts de curta duração entre 2 e 4 ms de duração e frequência entre 1KHz e 4KHz.

Em Síntese
Chegamos ao final da Unidade, nela aprendemos que a corrente despolarizada também é conhecida como corrente alternada.

Aprendemos também as características das correntes despolarizadas, características essas que possibilitam a realização das técnicas de
aplicação de microcorrentes, alta frequência, eletroestimulação muscular e eletrolipólise.

Nesta Unidade também foi possível conhecer a história da eletroestimulação muscular e as várias possibilidades de correntes e
parâmetros para a sua aplicação.
Espero que tenha gostado e compreendido os conteúdos desta unidade, caso sinta necessidade, retome os estudos e acesse os materiais
complementares indicados aqui.

Até o nosso próximo assunto!


3/4

ʪ Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos

Descomplicando o Uso da Eletroestimulação na Estética


Palestra do professor Fábio Borges sobre a eletroestimulação.

Palestra: “Descomplicando o uso da eletroestimulação na estética" - Dr. Fábio Borges

Microcorrentes – Todos os Mistérios Revelados


Aula com a Camila Katsuragi sobre microcorrentes.

MICROCORRENTES - Todos os mistérios revelados


Leitura

A Eletrolipólise e seus Efeitos Lipolíticos: uma Revisão


Artigo de revisão sobre eletrolipólise.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE

A Alta Frequência no Estímulo da Cicatrização: Revisão de Literatura


Artigo de revisão sobre o uso do alta frequência.

Clique no botão para conferir o conteúdo.

ACESSE
4/4

ʪ Referências

BORGES, F. dos S. Dermato Funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte Ltda.,
2010.

GUIRRO, R.; GUIRRO, E. Fisioterapia Dermato Funcional. 3. ed. Editora Manole, São Paulo, 2002.

PEREIRA, M. F. L. Recursos Técnicos em Estética. São Paulo: Difusão, 2013

SCOTT, S. et al. Diatermia. In: Kitchen S, Bazin S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003.

SORIANO, M. C. D.; PÉREZ, S. C.; BAQUÉS, M. I. C. Electroestética profesional aplicada: teoría y práctica para la utilización de corrientes en estética. Madrid: Sorisa,
2000.

Você também pode gostar