A Alienação, no contexto da teoria de Karl Marx, refere-se a um estado em que os indivíduos se
sentem desconectados, estranhados ou separados de si mesmos, de outros seres humanos e do processo de
produção (trabalho). Esse conceito abrange várias formas de alienação que Marx identificou no contexto da
sociedade capitalista:
I. Alienação do Trabalho: no capitalismo, os trabalhadores são alienados do produto de seu trabalho.
Isso ocorre porque, enquanto produzem, os trabalhadores não possuem nem controlam o que
produzem; os produtos do seu trabalho são propriedade do capitalista que os emprega. Assim, os
trabalhadores não se veem refletidos no que produzem, e seu trabalho se torna uma atividade
estranha e imposta;
II. Alienação do Processo de Trabalho: o processo de trabalho, no capitalismo, é organizado de forma a
fragmentar as tarefas e a controlar rigidamente os trabalhadores. Isso resulta em uma alienação dos
próprios processos criativos e da habilidade dos trabalhadores de controlar seu próprio trabalho.
III. Alienação nas Relações Sociais: Marx também observa que no capitalismo, as relações sociais entre
os indivíduos são mediadas por relações de mercado. Isso pode levar a uma alienação das relações
humanas genuínas, onde as interações são dominadas por interesses comerciais e impessoais.
IV. Alienação da Própria Humanidade: Marx discute como a alienação no capitalismo não é apenas
econômica, mas também afeta a essência humana. Os indivíduos são alienados de sua própria
capacidade de realizar plenamente suas potencialidades criativas e de desenvolver uma consciência
de si mesma como seres sociais.
Portanto, tais aspectos da alienação em Marx são criticamente examinados como sintomas de uma
estrutura social que separa os indivíduos de seu trabalho, dos produtos de seu trabalho, de sua própria
humanidade e das relações sociais autênticas. Marx argumenta que a superação da alienação só é possível
através da transformação das relações de produção capitalistas, criando uma sociedade onde os indivíduos
têm controle sobre seu trabalho e sobre o processo de produção como um todo. No entanto, tal superação
esbarra nos processos ideológicos que invertem a realidade social e dificultam a compreensão da exploração.